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O Programa Amanhã, do Movimento Parent in Science, oferece bolsas, no valor de R$ 800, por um ano, a mães universitárias. De acordo com a iniciativa, mães solo, negras, indígenas e de crianças com deficiência terão prioridade. As inscrições inicaram no dia 15 de maio e devem ser feitas através do site do programa.

Para se candidatar é necessário, além de ser mãe, estar regularmente matriculada em um curso de graduação em instituição brasileira, como também realizar o estágio de iniciação científica voluntária (sem remuneração) com previsão de continuidade das atividades no segundo semestre de 2022 e no primeiro semestre de 2023.

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O choro foi como um presente, como uma vitória. Quando Maria Flor, de 6 anos, reclamou de ir embora da escola, a mãe, Andrea Medrado, de 36, ficou feliz. Ela faz de cada dia uma batalha para garantir à menina o direito de estar na escola.

A garota foi diagnosticada com a síndrome rara Pitt Hopkins (doença neurogenética que, entre os problemas, gera atraso no desenvolvimento e ausência de fala) e também autismo. 

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A mãe já chegou a ouvir de uma gestora escolar em Brasília que a escola não tinha vaga “para este tipo de criança”.

O choro bom da menina, de querer ficar na escola, prova que a luta da mãe vale muito a pena.

Andrea Medrado defende, aliás, que a inclusão da filha e de todas as crianças com alguma deficiência precisa ser de verdade. Uma inclusão para integrar, com plena participação em todos os ambientes. 

“Quando a gente chama a pessoa para uma festa, precisamos não apenas deixá-la no lugar. É preciso chamá-la para dançar com a gente. Eu acredito que inclusão é isso”.

Essa dança de mãe e filha é feita de muitos passos. Envolveu e envolve insistência, medidas judiciais e pedido de diálogo com a gestão escolar. 

Uma luta que não é simples, segundo a pesquisadora em educação inclusiva Mariana Rosa, de Minas Gerais. “É uma luta porque se trata de uma mudança de paradigma bastante importante na educação. A gente está tentando consolidar o direito das pessoas com deficiência acessarem a escola, o currículo, e permanecerem estudando”.

A pesquisadora critica o preconceito difundido de que as pessoas com deficiência seriam estudantes que não aprendem, que precisam de um cuidado médico e não pedagógico. Ela lamenta que, embora a legislação seja avançada, houve um desmonte nos últimos anos com diminuição de repasse de recursos para infraestrutura e formação de professores. “O decreto nº 10.502/2020 [revogado pelo presidente Lula] tinha um discurso segregacionista [ao prever escolas apenas para pessoas com deficiência]. Mas a gente está até hoje lidando com audiências públicas no Congresso que defendem que o melhor lugar para essas crianças seriam instituições separadas”.

Luta

No caso da mãe Andrea, o inconformismo com as dificuldades para o ensino se traduziu em luta. “Desde que a gente investigou o atraso no desenvolvimento da Maria Flor e com o diagnóstico, eu comecei a me envolver em ações de movimentos sociais em prol das pessoas com deficiência e das doenças raras”. Andrea passou a organizar encontros com profissionais para poder compartilhar informação de qualidade para outras famílias em situações semelhantes. 

Inclusive porque o envolvimento passa por abdicações e dificuldades. “A maternidade atípica é invisibilizada. A gente também trabalha com o cuidado e muitas vezes largamos tudo para levarmos os filhos para terapias. A mulher acaba ficando até sem aporte financeiro. A maioria dos pais abandona a família quando tem um filho com deficiência”.

De acordo com o instituto Baresi, de doenças raras, um estudo feito na década passada, mostrou que no Brasil, cerca de 78% dos pais abandonaram as mães de crianças com deficiências e doenças raras, antes que os filhos completassem 5 anos.

Para Andréa, a maternidade atípica não é vista em comerciais nem em campanhas. São poucos os convites para participar de debates. “As pessoas batem nas nossas costas nos chamando de guerreiras, de especiais. A gente quer ser vista como uma mulher, como humana, que também cansa, que se encontra em um lugar de exaustão e está em um lugar social de invisibilidade”. Para ela, é preciso pensar em políticas públicas efetivas.

“Hoje a minha luta e de alguns movimentos sociais que eu faço parte é que as pessoas com deficiência possam ocupar o lugar que elas quiserem”. Andrea testemunha que a filha passou por alguns centros de ensino especiais no Distrito Federal e soube que professoras queriam medicar a menina porque Maria Flor utiliza o choro para se comunicar. 

“Essa foi uma das primeiras barreiras que a gente enfrentou. Queriam calar minha filha. Ela precisa fazer terapia multidisciplinar e de forma contínua e a gente precisa também do profissional de apoio que também consta na Lei Brasileira de Inclusão, de 2015 e na lei Berenice Piana, de 2012, que protege os direitos das pessoas com espectro autista."

Chamar para a “dança” da inclusão é garantir, por exemplo, que as turmas sejam reduzidas. “E ela precisa estar em uma turma menor. Essa foi outra luta. Inclusive a gente ainda está com um processo judicial que está correndo para garantir o atendimento de profissionais especializados”. Para se comunicar, Maria Flor conta com um tablet com um aplicativo em que ela expõe emoções. No ano passado, chegou a reclamar da escola. Hoje, mudou. “A escola precisa estar aberta a ouvir as famílias. Esse, para mim, é o ponto principal. Pelo aplicativo, ela demonstra ter vontade de ir para escola e que foi bom brincar com os amiguinhos”. Essa dança não pode parar.

Os passos de “dança”

A professora de química Joanna de Paolli, de 37, viu-se como uma aluna em pleno aprendizado depois que o filho foi diagnosticado com autismo. “O meu filho viveu momentos de segregação, de integração e hoje caminha em processos de inclusão”. Ao compreender o que estava acontecendo, a mãe resolveu se especializar nos temas de inclusão. Transformou-se em pesquisadora desse assunto e passou a entender o que acontecia.

Ela relata que o menino ficou separado do convívio com outras crianças porque ainda existe uma concepção da sociedade que as pessoas com deficiência precisam ser preparadas para a sala regular. “Eles tentam fazer esse exercício de preparar de forma separada essas crianças e meu filho infelizmente viveu isso”. Mas o garoto, atualmente com 15 anos, só aprendeu de verdade como se comportar em uma sala de aula regular quando ele teve a oportunidade de estar nesse lugar. 

“A gente não aprende a nadar num tanque de areia. Também não se entra numa piscina já sabendo nadar. A gente vai aprendendo. Todos nós podemos ter mais potencialidades em alguns conhecimentos, algumas áreas e mais dificuldades em outras. Isso não é diferente para as pessoas com deficiência”, afirma a professora.

Joanna defende que a escola seja um espaço lúdico e não segregacionista. “Eu tenho na minha história e na história do meu filho que a escola está sendo muito importante na vida dele. A escola deve ser interativa, contextualizada, lúdica e que desenvolva consciência. Uma boa educação precisa atender a todos”.

O caminho

Para a pesquisadora Mariana Rosa, a exclusão só terá fim com investimento efetivo na educação inclusiva no Brasil. “Acho que o caminho passa por investimento consistente e permanente na educação, na escola pública, para todas as pessoas”. Isso inclui, no entender dela, o prosseguimento da Política Nacional de Educação Inclusiva com salas de recursos multifuncionais, atendimento educacional especializado e investimento na formação e no salário dos professores. 

Em nota à reportagem da Agência Brasil, a assessoria de comunicação do Ministério da Educação (MEC) informou que está em fase de conclusão uma portaria que instituirá a Comissão Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. O órgão garante que vai aperfeiçoar e expandir programas de formação continuada de profissionais da educação, incluindo professores e de atendimento educacional especializado para atender demanda da sociedade.

“Será retomado também o programa de implementação de salas de recursos multifuncionais nas escolas comuns, a expansão e aperfeiçoamento do Projeto Livro Acessível (PNLD), a melhoria da acessibilidade na educação básica e na educação superior”, informou o MEC.

Mundo das artes

É ao som do batuque que a carioca Patrícia Almeida, de 57 anos, funcionária pública aposentada, também vê a filha Amanda, hoje com 18 anos, se desenvolver. A moça, diagnosticada com síndrome de down, cursa a segunda etapa do ensino de jovens e adultos, tem estímulo em terapia, natação e aula de batuque. A agenda, garante a mãe, faz com que a moça tenha apreço especial pela arte.

Mas nem sempre foi assim. Por conta da profissão dos pais, na área de diplomacia, a família passou 10 anos fora do Brasil. Um desses países foi a Suíça. Foi uma decepção para a família. 

A mãe exemplifica que escolas especiais eram administradas por psiquiatras ao invés de educadores. “Não faltava dinheiro ou equipamento. Mas lá, não existe educação inclusiva. Ela foi para uma escola especial que era tão ruim que a gente teve que tirá-la, e ter um aprendizado em casa com psicopedagoga, em homeschooling”. 

Mas isso foi um problema porque a menina só convivia com adultos. Quando voltaram ao Brasil, ficaram felizes de ter acesso à escola pública. Viram que havia professores especializados em educação inclusiva. “Não é melhor apenas para crianças com deficiência, mas para todas as crianças”. Por isso, Patrícia entende que é necessário que os pais procurem a escola para dialogar.

Com a chegada da filha à adolescência e, finalmente, com o convívio com outras pessoas da mesma idade, a mãe se inspirou para produzir um material de linguagem simples: Eu me protejo, sobre os cuidados com as partes íntimas. “Eu resolvi fazer esse material justamente para ela poder se fortalecer com essas informações. E poder reagir caso alguma coisa de mal acontecesse”

“A Amanda fala pouco, mas é uma pessoa muito alegre. Eu a vejo seguindo no mundo das artes”. Patrícia entende que é necessário acreditar no potencial de todos. A inspiração na filha vai fazer com que lance, neste ano, o novo livro Simples assim. Simples como são as mães que veem os passos dos seus filhos, nadando, batucando, e dançando em todos os ritmos.

Nesse Dia das Mães, a Agência Brasil ouviu histórias de mães que lutam pela verdade e pela memória de seus filhos, perdidos na guerra velada que ocorre todos os dias nas periferias das grandes cidades brasileiras. São casos emblemáticos que representam um desafio a ser enfrentado e superado, segundo especialistas ouvidos pela nossa reportagem. 

O Dia das Mães deste ano não vai ser comemorado pela pedagoga Ana Paula de Oliveira, de 46 anos, moradora da favela de Manguinhos, no Rio de Janeiro. Ela é mãe de Johnatha de Oliveira Lima, assassinado com um tiro nas costas aos 19 anos de idade. Em 14 de maio, há 9 anos, o jovem não voltou mais para casa. 

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“Meu filho não estava no lugar errado, não estava na hora errada, não tinha feito nada de errado, simplesmente era mais um jovem preto dentro de uma favela.”

E, para ela, foi morto pela polícia por ser negro, pobre e morador da periferia. Essa é a maior ferida de Ana Paula Oliveira. Ela conta que no dia do crime o jovem voltava para casa de sua família, após deixar um pavê na casa de sua avó e levar a namorada em casa. O trajeto era curto, pois todos moravam na mesma comunidade, mas o que aconteceu no caminho mudou a vida deles para sempre.  

Uma discussão entre policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) e moradores da comunidade, indignados com a truculência policial, terminou com tiros sendo disparados para o alto e na direção das pessoas que protestavam. O jovem, que apenas passava pelo local, sem sequer estar envolvido no conflito, foi atingido e morreu. 

“E aí quando eu recebo essa notícia eu fico perguntando por quê? Por que que a polícia matou meu filho?”, conta a mãe Ana Paula Oliveira. Aparentemente, não havia uma explicação razoável para uma morte tão banal. Demorou um tempo até que ela conseguisse se reerguer para lutar por justiça pelo seu filho.  

Ao participar dos primeiros atos contra a letalidade policial no estado do Rio de Janeiro, a pedagoga se deu conta de que havia algo em comum entre tantas mães, de tantas comunidades diferentes, não só do Rio, mas de todo o Brasil: mães negras vestindo camisetas com fotos dos filhos negros mortos pela polícia. Não era uma mera coincidência.  

Passados 9 anos do crime, Ana Paula continua aguardando uma resposta da Justiça para o crime. “Desde o assassinato eu encontrei outras mães e impulsionadas por uma mesma luta, que é a busca pela verdade e por justiça, por nossos filhos, a gente acabou formando o movimento das Mães de Manguinhos”, explica a pedagoga. 

Brasília (DF) - Gabriela Ashanti ampara uma mãe Foto: Arquivo Pessoal

Rede de apoio 

A quantidade de coletivos de mães que tiveram os filhos assassinados pelo Estado é um indicador de que existe um preconceito estrutural na sociedade, seja pela truculência policial ou pela conivência do Poder Judiciário com tantas mortes sem punição. É o que afirma a jornalista e doutoranda em Direitos Humanos e Cidadania pela Universidade de Brasília (UnB), Maíra de Deus Brito. 

“Existe um racismo estrutural e uma truculência policial que o Estado permite que aconteça. A partir do momento que a gente não vê investigações sérias, a gente não vê punição. Enquanto sociedade, estamos deixando isso acontecer. Estamos, literalmente, perdendo nosso futuro quando a gente permite que esses jovens partam tão cedo, de maneira tão violenta e abrupta”, conclui Maíra Brito. 

Na Bahia, essa rede de apoio às mães que perderam seus filhos para a letalidade policial também está muito presente. O projeto Minha Mãe Não Dorme, do grupo Odara – Instituto da Mulher Negra, com sede em Salvador, busca sensibilizar a sociedade brasileira e baiana para os danos e impactos causados tanto pela violência policial quanto pelo tráfico de drogas na vida de adolescentes, jovens negros, suas mães e familiares. A ação tem como foco o apoio, articulação, fortalecimento e diálogo com as mães de jovens assassinados em decorrência da violência urbana. 

“É importante que jovens e mães tenham noção da sua realidade porque nós não podemos naturalizar esses níveis e esses tipos de violência que têm sido perpetrados contra a comunidade negra historicamente. Então, não é porque são violências que ocorrem há muito tempo, eu diria até que são violências seculares, que elas devem ser normalizadas, naturalizadas”, afirma Gabriela Ashanti coordenadora do projeto Minha Mãe Não Dorme. 

Quando essas mães encontram outras que perderam filhos em circunstâncias muito parecidas, explica Gabriela Ashanti, elas se dão conta de que não foi um caso isolado, não foi um acidente ou algo aleatório. “Elas começam a se dar conta ou ficar mais atentas a essa violência policial e a essa letalidade como um fenômeno social que precisa de estratégias pra ser combatido”.  

Outro objetivo, segundo a coordenadora do projeto, é de dimensão subjetiva e psicossocial, ao buscarem estratégias para se fortalecerem emocionalmente justamente em um momento em que estão fragilizadas pela perda e, sobretudo, pela forma como elas sofreram essa perda.   

“A forma como esses filhos são tirados delas faz com que emocionalmente fiquem mais fragilizadas, fiquem com um luto que vai sendo acrescido de indignação, de revolta, de uma série de outros sentimentos e sensações e emoções, que faz com que esse luto se agrave, se intensifique, se estenda inclusive. Então, quando elas se encontram vão buscando as estratégias de se fortalecerem e se sustentarem, inclusive emocionalmente, uma vai apoiando a outra e uma vai se espelhando na outra também nas formas de resistir emocionalmente”, detalha Gabriela Ashanti. 

Supressão de direitos 

Uma das mães atendidas pelo Instituto da Mulher Negra é Edineide Barbosa do Carmo. Em 2017, ela e a filha, Mirella do Carmo Barreto, de apenas 6 anos, estavam estendendo roupas em casa, no bairro São Caetano, em Salvador, quando policiais militares supostamente entraram no bairro em busca de criminosos que teriam roubado um celular. Testemunhas, no entanto, alegam que os policiais chegaram atirando, sem nenhum motivo aparente, e que um dos disparos atingiu a pequena Mirella, que morreu horas depois na UPA de San Martin. 

Brasília (DF) - Edineide Barbosa do Carmo com sua filha Mirella do Carmo Barreto. Foto: Arquivo Pessoal/Divulgaçāo

Após 6 anos, o crime permanece sem solução e a Justiça realizou apenas uma audiência de instrução. “O sentimento de passar o Dia das Mães sem a minha filha, nesse ano de 2023, é algo muito doloroso. Ao lembrar do aniversário de 13 anos dela, que estaríamos juntas comemorando o Dia das Mães, igual a todas as mães. E de mim foi tirado esse direito”, afirma Edineide. A primeira audiência de instrução aconteceu em 2018, e, após longos 5 anos, a segunda audiência deve ocorrer no próximo dia 30 de maio. 

A vendedora ambulante Bruna Mozer teve seu filho de 18 anos executado, em 2018, na comunidade do Miquiço, no Rio de Janeiro. Ela conta que o filho tomou um tiro no ombro, mas se entregou para a polícia militar (PM), mas mesmo assim deram outro tiro fatal. No inquérito policial, os PMs alegaram auto de resistência seguido de morte. “Meu filho Marcos Luciano Mozer foi assassinado pelo Estado do Rio de Janeiro. Eles poderiam ter levado meu filho preso. Que auto de resistência é esse que a pessoa leva um tiro nas costas e um na cabeça? Ele não morreu em troca de tiros, morreu deitado no chão, já rendido”, questiona. 

Para piorar, explica Bruna Mozer, o Estado enterrou o filho dela como indigente. Mesmo se apresentando ao Instituto de Medicina Legal (IML) com a certidão de nascimento e CPF, ela não conseguiu a liberação do corpo e nem o atestado de óbito do filho. Por isso, teve que entrar com pedido de retificação com apoio da Defensoria Pública do Rio. “Até hoje, 5 anos e 5 meses depois, ainda não me deram essa retificação e continuo lutando e aguardando”, lamenta Bruna Mozer.  

Meu filho tem nome 

O ponto comum entre tantas histórias de violência policial contra jovens negros é a tentativa de desumanizar e criminalizar as vítimas, retirando direitos básicos fundamentais, na tentativa de justificar essas práticas violentas do braço armado do estado, afirma Ana Paula Oliveira. 

Ela lembra que o filho dela tem nome e tem sobrenome. “Ele tem uma mãe, ele continua sendo meu filho, e vou lutar por ele até o fim. Nós, mães pretas, já educamos nossos filhos a ter que sair com a identidade, a ter que o tempo todo que se identificar, e ter que comprovar que são produtivos, que estudam, que trabalham. Olha meu filho, olha, mostra a carteirinha da escola, mostra que é você, né? E mesmo assim eles não têm a vida garantida”. 

Fórum Brasileiro de Segurança

Dados da 16ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgados em 2022, mostram que ao menos 43.171 pessoas foram vítimas de ações de policiais civis ou militares de todo o país, desde 2013, ano em que esse monitoramento começou a ser feito. Os números não incluem as mortes por intervenções de policiais Federais e Rodoviários Federais. 

O relatório aponta que a letalidade policial diminuiu 6,5%, em 2021, mas a mortalidade de negros se acentuou. Enquanto a taxa de mortalidade entre vítimas brancas retraiu 30,9%, a taxa de vítimas negras cresceu em 5,8%. Segundo o documento, oito em cada 10 vítimas são pessoas negras e a metade delas, jovens entre 12 e 29 anos - mais de 90% são homens. “O percentual de pretos e pardos vítimas de intervenções policiais é ainda mais elevado do que supúnhamos, chegando a 84,1% de todas as vítimas com raça/cor identificados”, aponta a 16ª edição do Anuário. 

“Essa política de segurança pública é genocida e tem um alvo. Então, comecei a ter esse entendimento, e isso vai causando uma revolta ainda maior, uma vontade de seguir na luta, de continuar denunciando toda essa violência do estado”, afirma Ana Paula Oliveira, ao relembrar que o policial que matou seu filho já respondia por triplo homicídio e duas tentativas de homicídio na Baixada Fluminense. A vítima não tinha antecedentes criminais e estava apenas caminhando pela rua. 

Com a finalidade de reduzir mortes e a violência contra a juventude negra, além de enfrentar o racismo estrutural, o Governo Federal, por meio do Decreto Presidencial nº 11.444/2023, publicado em 21 de março, instituiu um grupo de trabalho para a elaboração do Plano Juventude Negra Viva. O prazo para conclusão dos trabalhos é de 7 meses.

“É um sonho, a gente vive a realidade, mas daquilo que a gente sonhou um dia!”, afirma a advogada Renata Wenceslau Monteiro, sobre ser mãe da pequena Alice Catarina, de quase três anos. Depois de dois abortos, que resultaram na retirada das duas trompas, ela disse que perdeu o chão, já que não conseguiria engravidar de forma natural. Ela chegou a falar para o marido procurar outra pessoa que pudesse dar filhos a ele. 

Mas, o marido Rafael Ramos disse que queria ter filhos com ela. No entanto, o casal não tinha condições financeiras para pagar uma fertilização in vitro (FIV), única técnica que ela poderia tentar, já que o embrião é feito no laboratório e não precisa das trompas. Assim, foram pesquisar para descobrir o caminho para engravidar por meio da saúde pública. 

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“Sabíamos que o SUS [Sistema Único de Saúde] fazia o tratamento, mas a gente tinha pouquíssima informação. No último aborto, meu médico tinha me encaminhado para o hospital referência, o Pérola Byington, para poder fazer essa fertilização, mas descobrimos que não bastava a carta dele”, contou Renata. 

Renata e sua filha Alice Catarina. Reprodução assistida foi feita no SUS. Foto: Divulgação

Foi então que se informaram, entraram em grupos nas redes sociais e descobriram o caminho. “Tem que passar pelo sistema interno, que chama o sistema Cross, [a Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde]. Ali começou a efetivação do nosso sonho.”

Até dar tudo certo, ela não quis contar para muitas pessoas, para não criar expectativas. 

“Mas quando eu consegui engravidar, comecei a falar para poder levar informação para as pessoas, não à toa muita gente me procura para querer saber como é o ingresso”. 

Ela resume: “Você vai na central de regulação da AMA [Atendimento Médico Ambulatorial), vão te inserir no cadastro do sistema Cross [Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde] e ali fica na fila”. 

No caso dela, o ingresso foi rápido. “Não fiquei dias na fila, fiz todo o procedimento na mesma semana, a resposta veio diretamente do hospital, recebi um e-mail para ir na consulta dia 30 de abril de 2019. Não esqueço essa data.” 

Na primeira consulta, Renata foi informada da possibilidade de ser doadora de óvulos, já que com uma idade jovem - na época tinha 24 anos - poderia ajudar outras mulheres a engravidar, como pacientes oncológicas e com idades superiores. “Nesse dia eu aceitei ser doadora. E quando o médico soube que meu fator sanguíneo é B negativo, ele disse que tinha receptora B negativo e não tinha doadora no hospital. Fiquei bem feliz em poder ajudar alguém, além de receber ajuda.”

De maio a outubro de 2019, ela fez exames e cuidou de uma infecção. Assim que terminou essa fase, estava apta a iniciar a estimulação ovariana [tratamento farmacológico para desenvolver os folículos ovarianos até torná-los maduros]. O que resultou em hiperestímulo e foram coletados 26 óvulos de Renata. Destes, 15 óvulos estavam maduros. “Fiquei com oito e doei sete, que ficaram com a receptora. Espero que ela tenha conseguido engravidar tanto quanto eu”.  

Renata esperou dois ciclos de menstruação para poder fazer a transferência embrionária e deu certo na primeira tentativa. “Fiz o primeiro ultrassom com seis semanas. Estava lá um embriãozinho no lugar dele certinho dele, com o coração já batendo”, relembra. 

A gravidez foi tranquila, diz Renata. “Tive dois sangramentos no começo, mas fora isso foi tranquila. Em 16 de julho de 2020 a Catarina nasceu, linda, perfeita, maravilhosa. Aí começou a nossa jornada na maternidade!”.  

Além de ser uma opção para casais como Renata e Rafael, a reprodução assistida pode ser o meio para pessoas que optam pela produção independente, pessoas com doenças que causaram (ou poderão causar) infertilidade, como em doenças oncológicas, para casais homoafetivos ou para casais inférteis.  

Segundo a Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRH), a infertilidade conjugal acomete cerca de 15% dos casais brasileiros em idade reprodutiva, o que representa cerca de 20 milhões de indivíduos ou 10 milhões de casais. Atualmente, cerca de 10% dos ciclos de reprodução assistida são feitos por casais homoafetivos, informou a SBRH.

Cada tentativa de engravidar pelas técnicas de reprodução assistida, custa entre R$ 5 mil e R$ 30 mil, explica o presidente da associação, Paulo Gallo de Sá, ginecologista e especialista em reprodução humana. “O custo do tratamento particular vai depender o tipo de tratamento de reprodução assistida e da qualidade do centro de reprodução.” 

A inseminação intrauterina (IIU) custa em média R$ 5 mil, incluindo a medicação. A técnica consiste na inseminação e introdução no interior do útero de sêmen preparado no laboratório, com objetivo de obter a gestação. Desse modo, a inseminação aproxima o(s) óvulo(s) dos espermatozoides para que a fertilização ocorra naturalmente na tuba uterina.

A fertilização in vitro (FIV) privada pode custar em média R$ 30 mil, incluindo a medicação. A FIV é um tratamento que consiste em realizar a fecundação do óvulo com o espermatozoide em ambiente laboratorial, formando embriões que serão cultivados, selecionados e transferidos para o útero.

Alguns serviços oferecem uma variante do processo, apelidada de mini-FIV, que custa em média menos da metade: R$ 14 mil, com a medicação. “São tratamentos de baixo custo, com menor dose de medicação, buscando menor número de óvulos e evitando o congelamento de embriões excedentes”, afirma o ginecologista.

Quem não tem condições financeiras de pagar esses valores pode tentar por meio da saúde pública em um dos centros de atendimento credenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Desde 2012, uma portaria do Ministério da Saúde destina recursos financeiros aos estabelecimentos de saúde que realizam procedimentos de atenção à reprodução humana assistida, no âmbito do SUS, incluindo fertilização in vitro e/ou injeção intracitoplasmática de espermatozoides. 

“O Brasil possui pouquíssimos centros de reprodução humana assistida que realizam as técnicas de alta complexidade (fertilização in vitro)”, segundo Paulo Gallo de Sá, que aprova os serviços. “Todos os dez centros são considerados de referência e atendem às condições de segurança e qualidade exigidos pela Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], disse.

A embriologista Vanessa Rodrigues Alves concorda com Gallo de Sá referente ao número de centros no país. “São pouquíssimos os centros de reprodução que são totalmente gratuitos. Acho que falta o suporte do governo para ficar um pouco mais barata [a FIV] mesmo no particular, ou seja, existem outras formas do governo ajudar, não só custear 100% o tratamento. Taxas mais baratas nos medicamentos e equipamentos que utilizamos na fertilização poderia popularizar um pouco mais a reprodução humana e ter um número maior de clínicas no Brasil”. 

Especialista em reprodução humana, Vanessa trabalhou por oito anos no Hospital Pérola Byington, em São Paulo. Ela detalha como é a entrada no hospital. “A paciente tem que passar por um ginecologista do AMA, que vai colocá-la no sistema Cross do governo estadual, que faz essa seleção para entrar no hospital e conseguir a reprodução humana assistida. Leva algum tempo para ser chamada, mas não é uma fila de anos como antigamente”, explica. 

Para a especialista, a reprodução humana assistida vem crescendo e tem que ser mais valorizada. “Muitas pacientes sofrem de doenças que impedem de engravidar, a infertilidade é um tipo de doença reconhecida, deveria ser um tratamento obrigatório. Temos o direito de formar uma família”, opina.  

A especialista destaca ainda que o sonho de engravidar vai além da infertilidade. “Temos os casais homoafetivos de mulheres, por exemplo, que precisam do sêmen de um banco, que não é barato,  casais homoafetivos masculinos que precisam de uma barriga solidária e vão precisar de óvulos doados para poder ter uma gestação”.

Os centros de Reprodução Humana Assistida (CRHAs) estão em sete capitais do país, sendo quatro em São Paulo: Hospital Pérola ByingtonHospital das Clínicas da Universidade de São Paulo - USP (na capital e em Ribeirão Preto) e Hospital São Paulo da Universidade de São Paulo (Unifesp)

Há também dois centros em Porto Alegre: Hospital de Clínicas de Porto Alegre e Hospital Fêmina, um centro em Brasília, o Hospital Materno Infantil de Brasília; em Belo Horizonte, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Em Goiânia, o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás e um em Natal, a Maternidade Escola Januário Cicco da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 

Destes centros, somente em quatro o tratamento é completamente gratuito: a Maternidade Escola Januário Cicco, Hospital Pérola Byington, Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo - USP e o Hospital Materno Infantil de Brasília. Nos demais, a paciente precisa arcar com as medicações a um custo médio de R$ 5 mil.

Em nota enviada à Agência Brasil, o Ministério da Saúde informou que o Sistema Único de Saúde (SUS) oferta acompanhamento integral para o planejamento familiar nos serviços da atenção primária, incluindo consultas, exames, entre outros procedimentos; e de reprodução assistida nos estabelecimentos de saúde habilitados em procedimentos de reprodução humana assistida.

“Ampliar o acesso das mulheres aos serviços, bem como assegurar o acompanhamento de qualidade no SUS é prioridade do Ministério da Saúde”, destacou a pasta, mas informou que não tem o número de famílias que aguardam por reprodução assistida no SUS. 

De acordo com relatório disponibilizado pela Anvisa, o SisEmbrio. Em todo o país, existem 181 Centros de Reprodução Humana Assistida (CRHAs) e somente dez oferecem tratamento pelo SUS. A maioria dos centros estão na Região Sudeste, sendo que 60 deles se concentram no estado de São Paulo. 

Os dados do SisEmbrio também mostram que, no ano passado, a taxa de fertilização de pacientes menores de 35 anos ficou em 76,68%, com 1363 gestações clínicas e em pacientes maiores de 35 anos, a taxa de fertilização foi de 79,63%, com 2023 gestações clínicas. 

O SisEmbrio inclui dados de congelamento de embriões para pesquisa, fertilizações in vitro, taxas de gestação clínica, congelamento de gametas, transferências embrionárias e informações sobre taxas e indicadores de qualidade. 

Quem está na cidade de São Paulo, como a Renata Wenceslau, deve primeiro ir a uma das 470 unidades básicas de saúde (UBSs) que são a porta de entrada para a linha de cuidado voltada à saúde da mulher na capital paulista, inclusive para o acompanhamento ao casal que possui dificuldade em engravidar.

Nas UBSs da cidade são realizados exames de clínica médica e ginecológicos para a investigação de possíveis distúrbios menstruais e infecciosos, que possam indicar a causa de infertilidade, e também o espermograma para os homens. Além disso, são feitas orientações sobre os momentos mais oportunos para uma gravidez, tanto no aspecto físico e psicológico, quanto no socioeconômico.

Após a análise dos exames, o paciente é inserido na Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde (Cross) para acompanhamento na rede especializada, da Secretaria de Estado da Saúde (SES) de São Paulo.

Segundo a SES, os agendamentos são feitos pela Atenção Primária à Saúde via Central de Regulação de Ofertas e Serviços de Saúde (Cross), obedecendo protocolo estabelecido, que é ter 37 anos, 11 meses e 30 dias de idade máxima e diagnóstico prévio de infertilidade. Assim que a paciente é atendida, são solicitados os exames necessários e é indicado o tratamento adequado.

A SES informou que não tem o número de pacientes em espera para serem atendidas nos centros de reprodução assistidas. “As filas são descentralizadas, estamos trabalhando para unificá-las”, informou a assessoria de imprensa da pasta.

Para quem está na fila a espera de uma chance de engravidar pelo SUS, Renata aconselha a não desistir. “Tudo tem um tempo certo para acontecer, pode parecer muito clichê, eu ouvi essa frase várias vezes quando eu estava tentando engravidar. Mas, vale a pena esperar,  realmente se você não tem condições de fazer um tratamento na rede particular, espere. E se você pode ser doadora, dependendo da idade, vale a pena buscar as clínicas”. 

O caminho não foi fácil, ela relembra. “Os dias na indução foram nove dias intermináveis, foi a pior parte para mim, além das dores físicas que eu sentia, tinha o medo, muito medo, quem lida com infertilidade sabe, a gente tem muito medo”. 

Passada essa luta, ela agora ela comemora a vida da filha. “Ser mãe tem o bônus e o ônus, eu não romantizo a maternidade, mas é mágico mesmo, eu amo ser mãe da Catarina.” 

Uma pesquisa revela um aumento de mais de 47% em mulheres mais maduras e experientes que após terem os filhos criados e se divorciarem, começam a reconstruir sua vida amorosa. Muitas delas, aquelas de vanguarda, optam por fazê-lo com homens mais jovens, justamente por terem menos bagagem e vitalidade sem igual.

O especialista em relacionamentos do site MeuPatrocínio, Caio Bittencourt, conta que, essas mulheres empoderadas e bem-sucedidas, as "Sugar Mommies” vêm cada vez mais procurando o site para achar a felicidade e curtir momentos inesquecíveis, e algumas até engatar de vez em um relacionamento duradouro.

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“Embora essa tendência possa parecer recente, inclusive ganhando holofotes devido ao novo reality da TLC e discovery+, "Mansão das MILFs", onde mulheres mais experientes são incentivadas a se relacionar com homens mais jovens, não é algo raro de se ver já faz algum tempo. A sociedade tem cada vez mais normalizado esse estilo de vida, chamado de relacionamento Sugar, onde geralmente uma pessoa mais madura e experiente, se relaciona com um parceiro mais jovem, por saber que o relacionamento será mais leve, livre e que vai trazer aquela merecida autoestima as mulheres”, afirma Caio Bittencourt. 

Para entender melhor essa tendência, conversamos com duas usuárias da plataforma MeuPatrocínio. Uma delas, Giovanna S. de 43 anos e mãe de dois filhos, disse que começou a sair com homens mais jovens porque se sentia mais à vontade com eles.

"Eu sempre tive a sensação de que homens da minha idade ou mais velhos não esperavam que eventualmente eu fosse até mais bem-sucedida do que eles na minha carreira, e no meu patrimônio acumulado, isso os deixava inseguros. Fora que eu já passei da fase de ter um enteado, e problemas com a ex mulher etc. Quero um homem que não venha com esses tipos de chateações", disse ela. "Com homens mais jovens, sinto que há menos expectativas em relação a isso, e podemos simplesmente nos divertir juntos, viver de verdade".

Outra mulher, Helena A. de 49 anos e mãe de um filho, disse que se sente mais confiante com homens mais jovens. "Eu acho que a cultura geralmente coloca uma pressão enorme sobre as mulheres para parecerem jovens e atraentes e tudo bem, amo me cuidar, especialmente depois ter me tornado mãe", explicou ela. "Sinto que há maior sintonia com homens mais jovens, o frescor e entusiasmo, aquela felicidade que eles têm ao viajar para um lugar legal comigo pela primeira vez, isso não tem preço".

O importante é que as pessoas se sintam livres para buscar relacionamentos com aqueles que as fazem felizes, independentemente da idade ou gênero. E, para aqueles que ainda têm preconceitos em relação a essas relações, talvez seja hora de olhar para além dos estereótipos e se concentrar no que realmente importa: a felicidade e o bem-estar das pessoas envolvidas.

*Da assessoria 

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No domingo, 14 de maio, é comemorado em todo o mundo o Dia das Mães. A data tem como objetivo prestar homenagens às mulheres que exercem o papel de mãe.

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Para Sueli Nunes, vendedora de açaí na Feira da 25, em Belém, a maternidade muda tudo na vida. Primeiro se pensa no bem-estar e na felicidade dos filhos, para depois se pensar na sua própria, explicou. “Tenho dois filhos, um de 21 anos e uma de 12 anos. Eu tive meu primeiro com 18 anos e mudou tudo na minha vida. Todos os momentos são especiais ao lado dos meus filhos”, afirmou a vendedora.

De acordo com Sueli Nunes, a realização dos filhos é o “maior presente” que uma mãe pode ter. Um exemplo é a entrada de seu filho mais velho no ensino superior, motivo de grande felicidade para ela, disse Sueli.

A comerciante de ovos Tereza Freitas destacou as dificuldades que sua mãe teve para criá-la junto com seus irmãos. A pobreza, a fome e a ausência de uma figura paterna marcaram sua infância, explicou. “Nasci no interior do interior de Tomé-Açu. Vim para Belém com a minha mãe doente. Eu ficava olhando no supermercado aquelas famílias e sentia falta de uma família desse jeito, isso é ruim”, falou Tereza.

“Eu fui uma mãe que deu tudo para minhas filhas. Tentei suprir a falta de um pai que eu não queria que elas sentissem. Se elas tivessem uma infância melhor que a minha, já estava bem", disse Tereza. A comerciante contou também que procurou dar de tudo que estivesse em suas condições para sua mãe. "A maneira que eu fui criada não tem como mudar. Cada um tem sua história e vai querer tentar fazer melhor do que a criação que lhe foi dada", explicou Tereza Freitas.    

A vendedora de refeições da Feira de 25 Nilza Conceição contou que é uma mãe do tipo "mãezona" e "coruja". O problema em ser desse tipo é que "mima" demais os filhos e acha que eles sempre vão estar com a mãe, explicou a vendedora. "Tive dois filhos homens e criei um desde quando ele nasceu, então tenho 3 filhos homens. Meu problema maior com eles é ter ciúmes", disse Nilza.

"Eu morei com minha sogra e tive a ajuda dela para criar meus filhos", falou Nilza Conceição. A vendedora de refeições destacou que se casou com 13 anos e teve a imagem da sogra como uma mãe para ela e exemplo de como criar filhos.

Nilza explicou que as mães "criam os filhos para o mundo". Ela ressaltou a importância de manter tradições, como o Dia das Mães, para se reunir com a família.

Por Hellen Rocha e Júlia Marques (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

No mês de abril, iniciam-se ações voltadas à conscientização e informação da população a respeito do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A Campanha ‘Abril Azul’ dá destaque ao distúrbio neurológico que pode afetar as áreas de comunicação, comportamento e interação social.

Preocupado com o tema, o prefeito Simão Durando recebeu em seu gabinete representantes da Associação de Amigos do Autista do Vale do São Francisco (AAMAVASF). Na oportunidade, o gestor firmou um conjunto de compromissos com as mães de crianças e adolescentes com TEA e anunciou a ampliação do atendimento e assistência para esse público.

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O encontro, que contou com os técnicos das secretarias de Saúde, Social e Educação, além do Transforma Petrolina, teve o objetivo de fechar parcerias para a realização de ações voltadas para a campanha de conscientização neste mês de abril. Além disso, ficou alinhado um conjunto de ações permanentes, garantindo uma assistência de qualidade para a pessoa com TEA.

Simão se comprometeu a aumentar o número consultas com diversos especialistas, entre eles, terapeuta ocupacional, fisioterapia, fonoaudiólogo, além da contratação de um neuropediatra para acompanhamento e fechamento de diagnósticos para o autismo. O gestor ainda disse que está aberto para contribuir da forma que for necessária para ampliar os debates e conscientização a respeito do tema. 

“O momento é de sensibilização e informação sobre esse tema tão importante para a sociedade. Nosso objetivo é conscientizar a todos e garantir os direitos dos autistas. Petrolina hoje já realiza um trabalho muito importante, porém, queremos avançar ainda mais e o caminho é conversando com quem vivencia isso todos os dias e conhecendo de perto as necessidades desse público”, destacou o prefeito. 

Educação 

Atualmente, a Rede Municipal atende cerca de 1.100 alunos com Transtorno do Espectro Autista(TEA). Em sala de aula regular, esses estudantes com TEA, contam com um profissional de Apoio Escolar, que  é  o assistente Educacional, para dar o suporte dentro das suas necessidades. Os alunos também contam com atendimento educacional especializado no contraturno escolar na sala de recurso multifuncional. 

Periodicamente, a prefeitura realiza aquisições de materiais pedagógicos como mesas interativas, quadro magnético, circuitos psicomotores, sacolas criativas, esquema corporal, rotinas para autistas, kits de desenhos adaptados, tangran, tapete sensorial, entre outros. Nas unidades que não possuem os equipamentos, os estudantes são remanejados para o Centro de Educação Inclusiva de Petrolina (CEIP).

*Da assessoria 

A Kimberly-Clark, multinacional de produtos de higiene pessoal, está lançando a edição brasileira do programa “Working Mom’s”, que visa a contratação de mulheres que pausaram suas carreiras para se dedicar à maternidade e estão buscando recolocação no mercado de trabalho. 

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2021, 54,6% das mulheres, na faixa dos 25 a 49 anos, que são mães de crianças de até três anos, estão desempregadas. Além disso, de acordo com pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, 48% das profissionais com filhos são demitidas até dois anos após a licença-maternidade. O mesmo estudo ainda aponta que até 12 meses após a licença-maternidade, 52% das mães pausam a carreira para se dedicar aos filhos.   

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As vagas são destinadas a profissionais que possuem diploma universitário e experiência anterior no trabalho. As cargas horárias são flexíveis, garantindo que as mães e seus filhos se adaptem à nova rotina. Já a contratação pode ser para um prazo determinado ou permanente. O programa aceita mães independente do período que ficaram fora do mercado de trabalho. 

A companhia realiza um mapeamento interno para identificação de oportunidades para essas mulheres. As candidatas podem efetuar o cadastro no site e quando houver uma nova posição no programa, receberá uma mensagem informando o perfil da vaga e convidando-a se inscrever. As interessadas podem cadastrar o currículo neste link.

 Ter um filho deficiente abre um universo de conhecimento e muita luta por inclusão. Na busca por respeito da sociedade, as mães também acabam negligenciadas e são colocadas em uma realidade que tende a empurrar as crianças com deficiência para longe dos seus direitos. Neste Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (21), o movimento Aliança de Mães e Famílias Raras (AMAR) clama por visibilidade às mulheres que abandonaram a vida para cuidar dos filhos. 

Há 10 anos no Recife, Juliana Penha deixou o Sertão de Pernambuco pela falta de tratamento descentralizado. Na capital, ao invés do filho receber atendimento adequado, ela se deparou com as mesmas barreiras no acesso à saúde. Desde então, entrou no movimento por direitos à pessoa com deficiência e se tornou a presidenta da ONG, onde busca motivar outras mulheres a se empoderar para defender os filhos. 

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"Eu vim do Sertão, sou de Trindade, e a gente veio para o Recife para cuidar do meu filho e dar tratamento a ele, e a gente esbarra nas mesmas dificuldades de lá. Precisei deixar minha família toda e vim aqui em busca de melhorias para que outras mães não passem pelo que eu passei", afirmou. 

Ela aponta que as mães sobrevivem em um caos em meio à demanda suprimida em todas as regiões do estado e cobra um olhar diferenciado, especialmente no apoio à saúde mental. "Elas estão adoecidas e precisam de um cuidado também. Essas mães também estão à margem da sociedade. Elas precisam de tratamento, de atendimento psicológico", destacou. 

Juliana Penha também destaca a inclusão no lazer e no transporte público. João Velozo/LeiaJáImagens

Na luta por políticas mais robustas e pelo cumprimento das garantias apresentadas pela Lei Brasileira de Inclusão de Pessoa com Deficiência (LBI) - 13.146/2015 -, Juliana lembra que, além do atendimento na rede pública de saúde e a assistência com moradia para as mulheres que deixam as casas pelos filhos, a educação também precisa estar compromissada com a causa de igualdade. 

"Existe uma lacuna e a gente tá cansada do sistema dizer que não está preparado para receber crianças com deficiência. O que acontece é que as mães estão ficando com seus filhos em casa e têm crianças fora da sala de aula porque não tem essa assistência", denunciou.  

O próprio lazer fica limitado quando se é deficiente. Parques e praças sem estrutura para receber suas crianças e eventos sem intérprete de Libras também ferem o direito à inclusão. Outra condição imposta ocorre no transporte público, onde muitas vezes não está preparado, nem equipado para passageiros com deficiência. "Quando se tem um elevador, muitas vezes está quebrado, e na maioria das vezes, o motorista não tem sensibilidade e empatia nenhuma", reclamou  

Para Juliana, a mudança deve partir dos gestores, que precisam assumir um papel mais atuante e oferecer meios para facilitar a rotina das famílias com pessoas com deficiência. “O Legislativo e o Executivo precisam olhar, e não enxergar como uma causa política, mas como uma causa de urgência”, reforçou. 

A Polícia Civil de Pernambuco (PC-PE) registrou dois casos de crimes praticados pelos filhos contra as próprias mães na Região Metropolitana do Recife, nessa sexta-feira (19).

Segundo informações da polícia, o primeiro caso aconteceu em Jaboatão dos Guararapes, onde um homem foi preso em flagrante após matar sua mãe de 58 anos com uma arma branca.

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O segundo caso aconteceu em Paulista, no qual um homem foi preso após tentar incendiar a casa da sua genitora com ela dentro.

Os dois suspeitos foram encaminhados para a Departamento de Homicidios e Proteção a Pessoa (DHPP).

 

Uma fala de Karina Bacchi durante seu podcast, nessa quinta-feira (11), foi recebida pelo público como uma indireta para Giovanna Ewbank. Sem citar nomes, a youtuber criticou a agressividade da reação de uma mãe em defesa dos filhos. 

Na conversa com a 'Supernnanny' Cris Poli, Bacchi comentou sobre um caso que repercutiu recentemente na mídia. "Teve um caso que apareceu na mídia de uma mãe que parece que os filhos sofreram preconceito. Ela para defender os filhos, xingou muito aquela pessoa, cuspiu, bateu e todo mundo a favor daquela pessoa: 'poxa, que máximo! Ela fez é pouco porque uma mãe leoa faz isso, tem que fazer isso para defender o filho'", disse. 

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No último dia 30, Giovanna Ewbank xingou uma mulher que proferiu insultos racistas e xenofóbicos contra seus filhos, Titi e Bless, e outros africanos em um restaurante, em Portugal. 

A ex-atriz também limitou a postura que uma mãe deve adotar nesses casos e criticou quem apoia o que Giovanna fez. "Eu concordo que a gente tem que defender os nossos filhos, mas eu não acredito que a defesa esteja em cuspir, em xingar, em bater, em agredir e o povo achando que a pessoa fez pouco", acrescentou. 

Para Bacchi, as reações dos pais também servem como ensinamento aos filhos. "Eu acho que a gente tem que defender nossos filhos, mas que exemplo a gente está dando nas nossas reações, na forma da gente reagir? Então, o mundo está aplaudindo isso e achando um máximo. Isso me choca também", considerou. 

Uma vez por semana, Rosane Arruda, de 47 anos, sai com um carrinho de feira pela comunidade onde mora, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Mas não é para colocar frutas ou verduras; e, sim, gravetos, tábuas, restos de obra e o que mais encontrar pelo caminho. Sem dinheiro para comprar gás, Rosane tem cozinhado com lenha, embora, por lei, tenha direito a receber um auxílio que subsidia o botijão.

Ela, porém, nunca viu esse dinheiro, assim como milhares de outras mães solo que têm filhos com deficiência e recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). Às vésperas do início do pagamento dobrado do vale-gás, instituído pela PEC Kamikaze, o governo federal deixou sem o benefício mães que têm filhos com deficiência e representam a parcela mais pobre da população. Nas últimas duas semanas, o Estadão conversou com mulheres desassistidas pela ação que subsidia metade do botijão a cada dois meses - e, a partir de agosto, passa a subsidiar 100%.

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O BPC concede um salário mínimo por mês a pessoas com deficiência ou idosos acima de 65 anos com renda per capita de até um quarto do salário mínimo (hoje, R$ 303). Já o vale-gás é pago desde janeiro a famílias inscritas no Cadastro Único com renda mensal per capita de até meio salário mínimo e a famílias que possuem integrante que recebe o BPC. No entanto, segundo a Rede Observatório BPC, de um universo de 13 mil mães solo pertencentes à associação - com os cadastros atualizados -, apenas uma recebe o vale-gás. Quando procuram os Centros de Referência de Assistência Social (Cras), saem sem respostas. Procurado pela reportagem, o Ministério da Cidadania preferiu não se manifestar.

Sem poder trabalhar

"Boto o fogãozinho a lenha lá no fundo, porque meu filho também tem bronquite", diz Rosane, que tem um filho deficiente visual e outro autista. "Eu sei que é perigoso, mas a gente não tem o que fazer. Não posso trabalhar, porque tenho de cuidar deles o dia todo. Tenho de me virar com o BPC, mas tem muito gasto, tem remédio, comida está caro… e o gás aqui está R$ 110. Não tem condições", diz.

Luana Paula, de 31 anos, é mãe de uma criança cadeirante de 11 anos. Ela também não recebe o vale-gás. Quando busca ajuda no Cras de onde mora, em Santo Antônio do Descoberto (GO), ouve que seu cadastro está atualizado, mas que o pagamento ainda não foi liberado e que nem há previsão. "Não temos direito a nada, só a um salário mínimo. Meu filho toma remédio, usa fralda, eu pago aluguel. Uma fralda está R$ 40, R$ 50. Um leite, quase R$ 10. Eu vivo com ajuda de cesta básica e doação", diz. Onde ela mora, o botijão está custando R$ 140. "Deixo o registro aberto pela metade para economizar. Faço a janta e já deixo para o almoço. Mesmo assim, é muito difícil", contou Paula. Segundo o IBGE, nos últimos 2 meses até junho, o preço do botijão de gás subiu 26,8%.

O presidente da Rede Observatório BPC, Vinícius Mariano, questiona o fato de o decreto que regulamentou o vale-gás, em dezembro, priorizar outros públicos no recebimento do benefício, incluindo beneficiários do Auxílio Brasil. Pelo texto, têm prioridade: Cadastro Único atualizado nos últimos dois anos, menor renda per capita, maior quantidade de membros na família, beneficiários do Auxílio Brasil e com cadastro qualificado pelo gestor por meio do uso de dados de averiguação.

"Além desse ordenamento, o decreto retira o valor do Auxílio Brasil do cálculo da renda per capita, mas não o BPC. Assim, as mães do BPC não conseguirão jamais ter acesso ao benefício", diz Mariano. "O que está acontecendo é um cerceamento de direitos econômicos desse grupo de mães que não podem trabalhar e não têm acesso a um benefício a que elas têm direito por lei."

Joseane Zanardi Parodi, coordenadora do Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário em São Paulo, avalia que essas mulheres se encontram em situação de muita vulnerabilidade. "Mãe solo nessa situação é muito comum, pois muitos homens 'caem fora' quando sabem que a criança tem alguma deficiência e precisará de cuidados especiais. Aí, normalmente ela acaba tendo de abandonar o mercado de trabalho para tomar conta em tempo integral dos filhos, já que é muito caro contratar uma pessoa para isso", diz.

"Vira uma bola de neve: fora do mercado, a mulher fica sem o suporte financeiro e não contribui para o INSS. Se algo vir a acontecer com a criança, ela fica totalmente descoberta. São mulheres excluídas - e que precisam de políticas públicas que as incluam."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Famílias usuárias do Sistema Único de Saúde (SUS) têm enfrentado dificuldades para dar continuidade às terapias de atenção à pessoa com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Recife. Na manhã desta quarta-feira (27), mães de diversas partes da capital pernambucana se reuniram, no centro do Recife, em um protesto que cobrou do poder público ações imediatas nas unidades de saúde voltadas às questões mentais e do desenvolvimento. 

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De acordo com algumas chefes de família ouvidas pelo LeiaJá, a lista de espera para o tratamento contínuo regular chega a cinco anos, a depender do caso. Também há escassez de psiquiatras, fonoaudiólogos e neuropediatras, todos essenciais para o tratamento terapêutico de pessoas com TEA, mas também para pessoas com outras necessidades e transtornos. 

“A rede SUS está abandonando os pacientes com autismo, deficiência intelectual e transtornos mentais, especialmente crianças e adolescentes. Os CAPS estão sem psiquiatras para atender as demandas dos meninos. Conheço mãe na lista de espera há quatro anos e não consegue um neuropediatra. Em quatro anos, a medicação que esse menino tomava já mudou, ele já mudou”, disse Andreza de Castro, de 39 anos, ao LeiaJá

Castro mora no Recife e é mãe de Davi, de 13 anos, que a acompanhou no protesto. O menino recebeu o diagnóstico ainda no primeiro ano de vida, e atualmente faz terapia paliativa, pois não depende integralmente do SUS. “Mesmo sem depender apenas do público, vim aqui por elas”, continuou. 

“As mães têm precisado acionar o Samu para socorrer os seus filhos com crise de autoagressão e autolesão. E às vezes, quando o Samu chega, tem que acionar a polícia, porque os socorristas não conseguem conter a criança. Se essa criança tivesse tratamento e acompanhamento adequado, ela não estaria em surto. Estamos entrando em um estado em que as crianças estão colapsando e as mães também. Não existe assistência à mãe, que é cuidadora. Temos mães doentes, suicidas, dando entrada em urgências psiquiátricas porque não aguentam a sobrecarga”, completou Andreza. 

Assistência do SUS é insuficiente 

Para as famílias que não dependem do Sistema Único de Saúde em Pernambuco, a notícia boa chegou na última terça-feira (26): após muitas mobilizações de nível nacional, a Seção Cível do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) julgou um Incidente de Assunção de Competência (IAC) sobre a responsabilidade dos planos de saúde pelas despesas com tratamento multidisciplinar e terapias especiais aplicadas a pessoas com autismo. 

De forma unânime, a mesa negou provimento à apelação de um plano de saúde e ainda fixou nove teses jurídicas que garantem e definem o custeio e a cobertura por meio das operadoras de planos de saúde para o tratamento. No entanto, para quem depende da rede pública, a decisão não possui efeito. 

“Os meus outros dois filhos, que têm o grau mais avançado [de autismo] eu não consegui trazer, porque eles estão se agredindo em casa. Estão tendo crises diárias, sem terapia. O SUS não disponibiliza tratamento e o CAPS não serve para os meus filhos, porque a terapia dura só meia hora e não se vê avanço nos meninos. Estamos precisando muito de terapias, de dentistas, de escolas com suporte. Meu filho que tem grau severo foi aprovado para ser buscado pela condução e levado à escola, já tem um ano isso e a condução não vai. Não estamos aqui pedindo favor, é o nosso direito”, relatou Juliana Alves de Souza, de 36 anos, também moradora do Recife. 

A participante é mãe de quatro filhos, dos quais três são TEA, todos meninos. Cada um em um nível diferente: Calebe, de 12 anos, é grau um; Arthur, de quatro anos, é grau dois; e Davi, de 10 anos, é grau três. A filha Maria, de 16 anos, que é uma adolescente típica, é quem auxilia Juliana, junto ao marido, e fecha a rede de apoio da matriarca. 

“Meus filhos precisam de psiquiatra e neurologista; não têm. Precisando de dentista; não tem especializado. Geralmente, quando se consegue consulta no posto, a vaga vem depois de um ano ou mais, e isso é muito tempo para a criança esperar. Cada dia sem fazer o tratamento é um regresso, o trabalho é para ser feito diariamente”, continuou. 

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Daniele Pedrosa, de 37 anos, mora em Santo Amaro, no Recife, e é mãe de um menino com TEA de grau um. Vídeo: LeiaJá Imagens 

Participaram do protesto nesta quarta-feira (27) a Associação Mães de Anjos Azuis, o grupo Mães Especiais de Pernambuco, a Associação de Mães Atípicas de São Lourenço da Mata, a Aliança de Mães e Famílias Raras (AMAR), e o Instituto Crie Vida.

De acordo com a articuladora Daniele Pedrosa, desde 2019, há uma denúncia protocolada no Ministério Público de Pernambuco (MPPE), representando o interesse dessas famílias e solicitando o encontro com a Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) e com a Secretaria Estadual (SES-PE), o que não aconteceu até essa quarta-feira (27), quando algumas das mães foram recebidas no Palácio do Campo das Princesas. 

Algumas das unidades de saúde mais mencionadas pelas famílias foram os CAPS da Encruzilhada (Zaldo Rocha) e Jardim São Paulo (Galdino Loreto), e também o CEMPI de Jardim São Paulo e a Fundação Altino Ventura da Iputinga, todas no Recife. O LeiaJá entrou em contato com a Sesau para obter informações sobre a disponibilidade de pessoal nesses locais e também sobre as demais opções disponíveis para os serviços. Confira na íntegra: 

“A Secretaria de Saúde (Sesau) do Recife esclarece que oferece atendimento às crianças com transtorno do espectro autista (TEA) na rede própria, por meio das Policlínicas Lessa de Andrade, na Madalena, Albert Sabin, na Tamarineira, e Salomão Kelner, em Água Fria. Além disso, o serviço é ofertado nos Centros de Atenção Psicossocial da capital e em clínicas conveniadas. O acesso ao atendimento multidisciplinar da Rede de Saúde Municipal é feito por meio das unidades Básicas de Saúde ou dos Caps da cidade. Estes últimos têm demanda espontânea. A lista das 17 unidades dos Caps pode ser conferida aqui: https://bit.ly/2Rz6fzo

A Secretaria reforça o seu compromisso com a rede municipal de saúde e com os recifenses. Desde janeiro deste ano, nomeou, gradualmente, mais de 1.400. profissionais aprovados no último concurso público, realizado em 2019, que precisou ser interrompido em função da pandemia da covid-19. Desse total, mais de 900 já estão atuando nos equipamentos de saúde municipais. 

Sobre a queixa do déficit de profissionais para atendimento a crianças com autismo ou deficiência intelectual, a Sesau explica que, nos últimos dois meses, convocou mais de 100 profissionais para atuar nos serviços de saúde mental, entre médicos, enfermeiros, assistentes sociais e fonoaudiólogos, mas a adesão não aconteceu na mesma proporção da necessidade imposta. Enquanto isso, a Secretaria permanece empenhada para contratação desses profissionais.” 

 

A França repatriou nesta terça-feira 35 menores de idade e 16 mães que estavam em campos de prisioneiros jihadistas na Síria desde a queda do grupo Estado Islâmico (EI), anunciou o ministério das Relações Exteriores.

"A França procedeu neste dia o retorno ao território nacional de 35 menores de idade franceses que estavam nos campos do nordeste da Síria e 16 mães", afirma um comunicado oficial.

As mulheres foram entregues às autoridades judiciais, enquanto o serviço de atendimento à infância assumiu a responsabilidade pelos menores de idade, que terão acompanhamento médico, acrescenta a nota.

Ao contrário dos vizinhos europeus, a França reluta em repatriar estas crianças, filhos de jihadistas, mas os que já retornaram levam uma vida normal, uma uma infância recuperada. Desde 2016, o país havia repatriado 126.

Antes da chegada do grupo desta terça-feira, quase 200 menores e 80 mães permaneciam nis campos do nordeste da Síria, controlados pelos curdos, onde as condições de vida são "espantosas", de acordo com a ONU.

Seguindo o exemplo da Alemanha, a Bélgica repatriou no fim de junho quase todas as crianças. A França, no entanto, mantém uma criticada política de conta-gotas.

Mesmo sendo uma planta de uso milenar, a Cannabis, mais conhecida como maconha, está enredada na sua dupla condição de droga psicoativa e planta com propriedades medicinais, sendo esta última representando a qualidade de vida de milhões de pessoas ao redor do mundo que fazem o uso da erva.

Antes proibicionista, Edcleide Marinho, 38 anos, viu suas concepções mudarem quando descobriu as condições de saúde do seu filho Erik Marinho, de 9 anos, que tem crises convulsivas não controladas. Antes de conhecer e fazer o uso medicinal da maconha em Erik, a mãe lembra que o seu pequeno tinha entre 50 a 100 crises convulsivas por dia.

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Para o controle das crises, a criança fazia uso de diversos remédios na tentativa de controlar a sua doença.

"Erik deu início ao tratamento com os alopáticos, que não deram resultado. Deixavam ele sonolento e não proporcionavam a qualidade de vida que ele tem hoje", revela a mãe. Foram dois anos nesse sofrimento. No entanto, há cinco anos essa realidade mudou. 

"Hoje meu filho faz terapia, estuda, coisas que antigamente ele não fazia por conta das crises", lembra. "Depois do óleo ele melhorou 100% porque antes, mesmo fazendo uso dos alopáticos, ele sempre tinha crises, até no sono. Com um mês de uso da medicação ele passou de 100 para 10 convulsões. Depois isso foi diminuindo e Erik chegou a passar de dois a três meses sem ter essas crises. Ele ainda tem, mas não como era antes", assegura Edcleide.

A pernambucana reforça a luta pela legalização do uso medicinal da maconha junto com outras mulheres do estado. Conheça:

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Quem não consegue autorização para o cultivo e desenvolvimento artesanal da Cannabis, esbarra no alto preço do produto, que é importado, e pode chegar a quase R$ 3 mil reais. 

A regulamentação poderia reduzir o valor dos medicamentos e ampliar o acesso de pacientes ao tratamento. Em Pernambuco, o deputado estadual João Paulo (PCdoB), é autor do Projeto de Lei 3098/2022 que busca autorizar associações de pacientes a cultivar e processar a Cannabis sativa no estado.

O texto assegura o direito de qualquer pessoa ao tratamento com produtos à base de Cannabis. Entretanto, isso dependerá de prescrição de profissional habilitado, das regulamentações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e de outros requisitos previstos em lei. Também prevê o uso veterinário, desde que autorizado pelo órgão responsável, além de convênios e parcerias para a realização de pesquisas.

De acordo com o deputado, a iniciativa busca atender ao clamor de pessoas que precisam dos derivados da planta, mas têm dificuldades de adquiri-los, tendo que recorrer até a meios ilegais. Ele acredita que o PL, se aprovado, vai baratear os custos dos remédios à base de tetrahidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD), que poderão ser produzidos em Pernambuco. Para o comunista, os preconceitos contra a erva continuam de pé, "especialmente em países como o Brasil, mesmo que tenha havido algum avanço em relação ao uso medicinal”.

No dia 28 de março deste ano, a proposta avançou na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). 

“É lógico que a Comissão de Justiça da Casa discutirá a constitucionalidade, as demais comissões discutirão o mérito, e acredito que não vamos ter dificuldade nenhuma. O importante é que Pernambuco faça esse gesto para a grande maioria dos pernambucanos, em especial os mais carentes, que não têm condições de pagar os altos valores cobrados pelos laboratórios autorizados a fabricar as medicações”, disse João Paulo.

João Pedro e sua mãe, Elaine Cristina. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Aprovação nacional

No ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 399/2015, que propõe alterar o artigo 2º da Lei de Drogas, justamente para viabilizar o plantio, fabricação e comercialização de medicamentos que contenham o extrato, substratos ou partes da planta em sua formulação.

A proposta foi aprovada em regime de apreciação conclusiva e deveria seguir direto para ser discutida e votada no Senado. No entanto, um grupo de parlamentares recorreu e agora o PL deve ser votado no plenário da Câmara dos Deputados. 

O substitutivo aprovado legaliza o cultivo da Cannabis, mas impõe restrições. O plantio poderá ser feito apenas por pessoas jurídicas (empresas, associações de pacientes ou organizações não governamentais). Não há previsão para o cultivo individual. Seguirão proibidos cigarros, chás e outros itens derivados da planta.

A crise sanitária, provocada pela Covid-19, exigiu que profissionais se reinventassem. Nesse mesmo período, algumas profissionais mães mudaram de profissão e impulsionadas pelo programa Cubo MV migraram para a área de tecnologia.

A iniciativa incentiva e acelera o aprendizado de pessoas de qualquer idade, que desejam iniciar na carreira de desenvolvedor na MV, empresa de desenvolvimento de softwares para saúde.

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“A área de TI continua em expansão, principalmente depois da aceleração da transformação digital. A MV continuará incentivando programas que estimulem o público feminino a ingressarem em áreas de TI e inovação para que elas possam ser cada vez mais bem sucedidas em suas jornadas como profissionais e mães”, observa Silvia Aguiar, diretora de Gente & Gestão da empresa, por meio da assessoria.

 

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Comemorado no domingo (8), o Dia das Mães está entre as datas especiais mais esperadas do ano. No mês de maio, multiplicam-se as homenagens para aquelas que, mesmo diante das adversidades, buscam oferecer o melhor para os filhos, sendo exemplos de força, resiliência e amor. Nesta reportagem, em tom de celebração, o LeiaJá Pará apresenta relatos de mães que enfrentam e superam desafios diariamente.

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Daniela Teixeira, 46 anos, é autônoma e tem uma filha portadora de paralisia cerebral. Ela conta algumas das histórias que viveu e ainda vive como mãe de Suellem Lobato, de 22 anos. Desde o nascimento da filha, Daniela enfrentou muitos desafios - segundo ela, por ser muito nova na época da gravidez e estar cercada de desinformações.

Suellem, ainda pequena, passou alguns anos na Fundação Pestalozzi, onde começou a participar de sessões de fonoaudiologia e aprendeu a conviver com outras crianças. Pouco tempo depois, era levada pela mãe para realizar musculação, fisioterapia e hidroterapia no ginásio da Universidade Estadual do Pará – UEPA. Daniela diz que, apesar dos momentos difíceis, não desistia e apoiava bastante a filha.

Ao observar que Suellem tinha potencial para estudar, Daniela visitou diversas escolas em busca de alguma que a aceitasse, explicava a situação e dizia que, caso necessário, poderia ficar lá durante as aulas. Quando conseguiu uma vaga para a filha, a diretora da escola já havia sido sua professora na UEPA. “A Suellem ficou até a sétima série porque ela parou devido às dores e viagens também. Ela a aceitou, foi maravilhosa, foi coisa de Deus”, conta.

Aos 30 anos, Daniela sofreu um acidente vascular cerebral e teve o lado direito do corpo todo paralisado. Com isso, a autônoma precisou aprender novamente a realizar algumas tarefas. “Foi muito difícil. A coisa que eu mais pedia para Deus era que não levasse a minha consciência, que era a coisa mais importante para mim, na minha vida, era lembrar de tudo que eu passei com a minha filha”, relembra.

Daniela teve dificuldades em lidar com algumas condições de Suellem, que faz suas atividades com os pés, mas descobrir e compreender o diagnóstico da filha foi fundamental para o processo de aceitação. “Hoje, eu tenho esse pensamento muito mais concreto na minha cabeça, que a gente tem que lutar, mas temos que saber até onde lutar e até onde buscar, e entender verdadeiramente nossos filhos”, enfatiza.

Atualmente, Suellem é blogueira e faz parte do universo de digital influencers. A mãe revela que, depois de todos esses anos, consegue enxergar que o esforço realmente valeu a pena. “Ela consegue escrever, compreender, raciocinar, para ela poder chegar aonde chega”, complementa.

Por cuidar da filha o tempo todo, Daniela não trabalha, mas vende cestas de café da manhã. Além disso, a família consegue se manter graças ao salário de Suellem, conta a autônoma. “Temos gastos com fraldas, com remédios, e o pai dela já é falecido. Não tenho ajuda do pai dela, nem do pai do Diego (irmão de Suellem)”, diz.

Mãe: "profissional" incansável

A publicitária Mônica Lopes, 35 anos, é mãe de três filhos: Asaf Ben, de 13 anos, Liah Ohana, 9, e Oliver Micah, 5. Ela diz que conciliar trabalho e filhos é uma tarefa muito árdua e que é preciso ter equilíbrio emocional para lidar com tudo. “Para mim, maternidade é uma profissão também. É necessário dedicação, constância e é algo que você não tira férias. Acredito que, até depois que os filhos se casam, a maternidade continua. É uma profissão para a vida toda, muito valiosa, muito prazerosa”, descreve.

O filho mais velho de Mônica, Asaf, possui o Transtorno do Espectro Autista – TEA. A publicitária afirma que um filho demanda atenção, sabedoria, ensino e dedicação, mas ter um filho dentro do Espectro Autista exige mais ainda. “O maior desafio é o equilíbrio emocional para você conseguir dar conta de tudo e não se cobrar demais, não deixar a desejar demais. Esse equilíbrio, eu diria que é tudo”, acredita.

Depois que Asaf nasceu, em 2008, Mônica lembra que foi difícil retornar ao trabalho porque via a necessidade estar com ele, mas na época a lei não permitia uma licença maior que quatro meses. Quando deu à luz Ohana, voltar a trabalhar foi ainda mais difícil, conta a publicitária. “Foi muito complicado, porque a gente não encontra muitos trabalhos com flexibilidade”, observa.

Após Oliver nascer, a publicitária adoeceu e ficou sem trabalhar por um pouco mais de dois anos. Ela revela que nunca teve uma pessoa em casa para limpar e cozinhar, e reafirma que conciliar ser mãe, profissional, esposa e dona de casa é complicado. Mônica conta que preferiu, inclusive, não trabalhar por querer estar perto dos filhos.

“Hoje, eu já me considero em casa, porque eu trabalho muito em home office. Eu faço coisas pontuais no trabalho, mas eu diria que 50% ou até mais do meu horário de trabalho é em casa. Eu consigo, ainda, estar aqui de olho neles, fazendo parte do dia a dia deles. Isso, para mim, é importante”, relata.

Mônica afirma que o mercado de trabalho é preconceituoso com as mães e que poucas são as empresas que fazem programas para atender às profissionais durante a maternidade. Ela acredita, ainda, que em comparação com os homens que são pais, o peso da responsabilidade é maior para as mulheres. “Espero que a nossa sociedade, um dia, consiga fazer com que essa balança seja equilibrada e que as mães consigam ter esse valor social, para o mercado, esse valor emocional”, acrescenta.

A publicitária afirma que ser mãe é uma dádiva e que, ao olhar para trás, não faria nada diferente. Mônica enfatiza que leva a sério essa "profissão" da qual não tem pressa para tirar férias.

“Eu sonho em vê-los grandes, constituindo família, em ter netos, em continuar caminhando com eles e eu só consigo ser grata a Deus e dizer: ‘Senhor, muito obrigada por ter me escolhido para ser mãe da Ohana, do Oliver e do Asaf. Eu realmente não sou merecedora de tamanho presente’. Meus filhos são maravilhosos, não sei o que eu faria da minha vida sem eles”, conclui.

Os desafios da dupla jornada

A confeiteira Kathleen Sabrina Silva, 29 anos, tem aprendido a lidar com o trabalho e o cuidado com os filhos, Gustavo e Henrique, e a criar uma disciplina no dia a dia. “O primeiro momento foi bem enlouquecedor, imagina conciliar duas crianças pequenas com o emprego. Quando eu comecei [a trabalhar], o Henrique tinha 5 anos e o Gustavo estava com 3 anos, e foi bem difícil. Agora já está bem melhor porque eles já estão maiores”, relembra.

Para ela, o maior desafio de ser mãe é dividir o tempo de estar com eles e de trabalhar. Além disso, fazer com que os filhos entendam essas circunstâncias. “Eles me veem em casa e querem estar juntos, e eu falando que ainda não é o momento. O maior desafio é conciliar o momento e aprender a dizer ‘não’, para poder cumprir com o meu papel de mãe e empreendedora”, explica.

A confeiteira fala sobre os problemas que surgiram no período em que trabalhou em Marituba, saindo cedo e chegando tarde em casa – época em que Gustavo rejeitava ser amamentado. “Eu precisei continuar trabalhando. Eu trabalhei fora de casa até ele completar os 2 anos de idade, então eu saía de casa e eles estavam dormindo, eu chegava e eles estavam dormindo. Isso foi bem dolorido pra mim”, diz.

Kathleen quase adoeceu e vivenciou momentos de estresse que acabavam afetando a paciência com os filhos. Por trabalhar em departamento financeiro e com vendas, a cobrança era grande. “Eu decidi sair para ficar com eles, cuidar da minha saúde, ter um relacionamento saudável com eles e pra mim foi a melhor coisa que eu fiz”, afirma.

Sobre a relação das mães com o mercado de trabalho, Kathleen argumenta que, por mais que se diga que existem benefícios e regalias, na verdade não existem. Segundo a confeiteira, dentro desse mercado, só se faz o que é obrigatório pela lei e não porque queiram ter mães trabalhando.

“No meu ponto de vista, a mão de obra feminina é inegociável. Mulheres são mais detalhistas. Por mais que queiram substituir pelo público masculino, eles não conseguem, até porque, se conseguissem, eles fariam essa substituição para não terem os 'gastos' de uma mãe trabalhando em suas empresas”, defende.

Para Kathleen, ser mãe é um sonho realizado. Apesar dos desafios, a maternidade é algo que proporciona muitas alegrias à confeiteira. “Ser mãe é algo inexplicável, é o maior tesouro que já tive na vida. Posso ter sucesso na minha carreira e na minha vida, mas o maior reconhecimento que posso ter é o dos meus filhos, é ouvi-los dizer que são felizes em serem meus filhos, ou felizes em me ver bem”, finaliza.

Por Isabella Cordeiro (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

 

No segundo domingo de maio, no Brasil, é comemorado o Dia das Mães. Nesse ano de 2022 a data cai no próximo dia 8. 

Está certo que todo dia é dia das mães, e que a celebração ocorre todo ano, mas nunca é demais presentear pessoas tão importante com um evento especial. O Leia Já Pará selecionou alguns programas para você fazer com a sua mãe. Confira.

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1) Phill Veras estará de volta a Belém. Cantor e compositor maranhense, Veras tem em sua sonoridade a influência dos clássicos da MPB e um olhar atento para a música contemporânea.

Com a bagagem repleta de turnês pelo Brasil e até fora, passando por palcos clássicos e importantes como o Rock In Rio, Phill Veras retorna depois de três anos, para matar essa saudade.

Local: Teatro Estação Gasômetro  (Av. Gov Magalhães Barata, 830). 

Data: 7 de maio de 2022. Horário: 19 horas.

2) O espetáculo “Sonhos – a magia de uma paixão” é uma excelente opção se sua mãe gosta de balé. Será apresentado no Teatro do SESI, dia 6 de maio, às 19h30.

Pessoas adultas que resolveram fazer balé depois de "grande" serão lembradas na leveza das doces bailarinas. O enredo tem como intuito deixar uma mensagem artística e de conscientização.

Quando: Sexta-feira, 6 de maio, 19h30.

Onde: Teatro do SESI de Belém (Av. Almirante Barroso, 2540).

3) Para marcar o lançamento do álbum e do livro “Brasileiro profundo”, o cantor e compositor Arthur Nogueira estreia o show “Brasileiro vivo”, nos dias 5 e 6 de maio, quinta e sexta, às 20 horas, no Teatro Waldemar Henrique, em Belém.

O álbum “Brasileiro Profundo” (2022) é o sexto título da discografia de Arthur Nogueira e reúne 12 composições novas. Pela primeira vez, o artista assina todas as letras, com exceção de duas parcerias com dois importantes poetas-letristas da música pop brasileira: Antonio Cicero e Jorge Salomão.

Produzido por Leonardo Chaves, o projeto inclui um videoalbum com clipes para todas as canções, gravados em Belém, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, sob a direção do cineasta Vitor Souza Lima.

Com prefácio de Adriana Calcanhotto e posfácio de Antonio Cicero, o livro “Brasileiro Profundo” (Amo! Editora, 2022) reúne as letras escritas por Arthur Nogueira ao longo dos seus 15 anos de carreira, incluindo versões em português para versos de Bob Dylan e Walt Whitman.

Quando: 5 e 6 de maio, às 20 horas.

Onde: Teatro Waldemar Henrique (Av. Presidente Vargas, 645).

4) Que tal assistir uma peça com sua mãe? Imortalizada em incontáveis montagens teatrais e cinematográficas desde o final do século XVI, "Romeu e Julieta" sempre nos vem à mente como uma obra lírica erigida em homenagem ao amor, sobretudo por ter como personagens principais dois amantes separados por uma rixa familiar.

Mas William Shakespeare não seria o maior dramaturgo de todos os tempos se esse drama, uma de suas obras mais inesquecíveis, se limitasse a versos bonitos sobre amantes improváveis. Embora os diálogos sejam recheados de irretocáveis versos românticos, com a trágica história o autor constrói um universo no qual discute o ódio, o dever, a ingenuidade e a presunção, traçando um retrato da própria natureza humana.

Datas: 7 de maio, 20 horas - 29 de maio, 22 horas.

Local: Teatro de Apartamento - Sala Gisele Guedes. Travessa Soares Carneiro, 826, esq. com Travessa Curuçá - Entrada pela Trav. Curuçá, 315, Umarizal.

5) Show de stand-up com Paul Cabannes, o francesinho debochado do TikTok para você e sua mãe darem ótimas risadas juntos. Suas curiosas observações sobre as diferenças culturais e de comportamento entre brasileiros e franceses divertem muito os milhões de seguidores nas redes sociais.

Quando: Sábado, 7 de maio, 19:30.

Onde:  Teatro do SESI de Belém (Av. Almirante Barroso, 2540).

6) Na sexta-feira (6), a partir de 22 horas, no Espaço Náutico Marine Club, tem Exxquece Festival. Line-Up de peso: Jorge e Mateus, no Sertanejo; Jonas Esticado, no forró; e a dupla Dubdogz, no eletrônico. Funk nos intervalos de todas as atrações com o Dj DKS.

 Onde: na avenida Bernardo Sayão ao lado do campus da UFPA, no Guamá.

7) Se sua mãe gosta de brega, essa é a opção ideal: no dia 7 de maio tem o Bregaço Especial para as mamães e filhos dançarem à vontade. Começa às 21 horas e vara a madrugada.

Local: Mormaço Bar & Arte (Cidade Velha, ao lado do Mangal das Garças).

8) Você também pode levar sua mãe para curtir o show da Fafá de Belém e o time do The Voice, mais Liah Soares, Carol Ferreira e Bia Dourado. Para fechar, Banda Warilou.

Data: 6 de maio. Horário: 20 horas.

Local: Assembleia Paraense (Avenida Almirante Barroso com Tavares Bastos).

Por Rodrigo Sauma (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

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"Vou confessar que eu não queria, estava com muito medo, porque não sei qual é reação que possa dar nela, mas também me surgiu uma esperança de vida", diz Inabela Tavares, de 37 anos, mãe de Graziela Vitória, de seis anos. Nesta segunda-feira (17), a mulher levou a filha, que tem microcefalia, ao Centro UFPE, um dos locais de vacinação de crianças contra a Covid-19 no Recife. Apesar do receio, a mãe tomou a decisão porque perdeu pessoas da família para a doença. 

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O Centro UFPE, um dos pontos de vacinação pediátrica contra a Covid-19 no Recife, teve um dia agitado nesta segunda-feira (17), que marca a segunda semana de imunização das crianças com idades entre cinco e 11 anos na capital pernambucana. Pais e responsáveis, ainda que com dúvidas e ansiosos sobre o avanço da vacinação infantil, compartilhavam de um sentimento mútuo de alívio e esperança por dias livres da pandemia que afeta a rotina e saúde de famílias em todo o mundo há quase dois anos. 

O Recife começou a vacinar o novo público oficialmente no último sábado (15). Respeitando a prioridade estabelecida às faixas etárias anteriores, os pequenos que estão sendo imunizados devem, neste primeiro momento, ser parte do grupo de comorbidades acobertado (ver lista no fim da publicação). Por se tratar de um grupo de risco, é comum que o cuidado e as incertezas sejam redobrados, diante das "polêmicas" e desinformação associados aos imunizantes anticoronavírus. 

Apesar de admitir ter medo de vacinar a filha, Inabela Tavares diz que foi aconselhada por amigos e médicos a realizar a imunização. Ao mesmo tempo, vê na vacina esperança de dias melhores. 

"Chega de morte, de pessoas com covid; eu já perdi pessoas na família por covid. Isso que me deu vontade de agendar e trazê-la. Em casa está todo mundo vacinado, menos ela, aí fica complicado, porque a gente anda muito de coletivo. Agendei, mas o friozinho na barriga ainda está aqui. Essas crianças têm problemas neurológicos, meu medo é que afete alguma coisa, dê reação. Eu tive reação das outras que tomei, tive febre, fiquei com medo dela ter alguma coisa", disse a mãe. 

Tavares também declarou que não se sente "100% segura com a vacina" e que já viu casos de pessoas que tomaram a segunda dose e a terceira, mas pegaram covid. 

A dúvida de Inabela é muito comum à população e pode gerar confusão e desconfiança diante dos imunizantes. De acordo com as autoridades sanitárias do Brasil e do mundo, e também segundo os laboratórios das fabricantes, uma pessoa com o esquema vacinal completo, ou seja, que tomou as duas doses ainda pode pegar Covid-19 e transmiti-la a outras pessoas; o mesmo para os que possuem a dose de reforço. O objetivo primordial da vacinação é diminuir as internações clínicas, nas quais predominam casos graves de síndrome respiratória, também responsáveis pelas mortes por covid. 

No país, não vacinados representam cerca de 90% das internações pela doença, segundo a Sociedade Brasileira de Infectologia. Em algumas regiões, o número pode ser maior. A eficácia das vacinas foi a principal razão para o crescimento do índice de confiança entre os brasileiros, presente em mais da metade da população. 

Enxergam-se nesse número o casal Kelly Cristina Queiroz e Luciano Henrique Matos, ambos de 41 anos, pais de Davi, que tem seis anos e foi tomar a primeira dose da Pfizer nesta segunda-feira (17), no Centro UFPE. 

“[O momento é de] ansiedade. A gente esperava muito por esse momento, pois nós já tomamos e só faltava ele, essa era a nossa preocupação. Graças a Deus, chegou esse dia, Davi está aqui vacinado com a primeira dose. Isso emociona, né? Estou feliz. É um alívio. Primeiro, pelo fato de serem crianças, já requer mais cuidado. Davi, apesar de funcionar bem, tem suas demandas, que precisam de cuidados especiais”, disse a mãe do menino. 

Luciano estava mais preocupado com a volta às aulas em fevereiro, pois queria ver o filho seguro e vacinado. O homem disse ter se preocupado com a discussão geral envolvendo a desconfiança sobre a vacinação pediátrica. 

“É lamentável a gente passar por tudo isso que estamos vivendo. Estamos hoje dentro de uma universidade, sendo vacinados. Acredito que tudo parte daqui, do conhecimento, da ciência. Então quando a gente começa a pôr em risco e em dúvida todo esse trabalho que é feito por trás da produção de vacinas, de medicamentos, e tudo o que venha a agregar e salvar vidas, a gente fica triste. Triste por ter um governo que representa a gente dessa forma, que não cuida do seu povo. É obrigação do governo. A gente vê que a vacinação tem resultado”, completou o pai. 

Vacinação pediátrica no Recife 

A imunização infantil é segura e foi autorizada pelo Ministério da Saúde em dezembro, mas iniciada apenas neste mês. O primeiro grupo de crianças contemplado nesta nova fase é o com idades entre cinco e 11 anos, considerando comorbidade ou deficiência permanente. A vacinação terá ordem decrescente (das crianças mais velhas para as mais novas), ou seja, as próximas fases devem incluir os pequenos até quatro anos. Crianças com 12 anos ou mais já podem se vacinar contra a covid desde dezembro. Na capital pernambucana, as doses administradas serão da Pfizer. 

Os pontos de vacinação para este público no Recife são exclusivos. Sendo eles: Centro UFPE (Cidade Universitária), Centro Sest/Senat (Avenida Beberibe), Centro Universo (Avenida Mascarenhas de Morais) e Centro Católica (Rua do Príncipe). O agendamento deve ser feito pelo aplicativo do Conecta Recife ou acessando conectarecife.recife.pe.gov.br.   

É necessário levar documento oficial da criança, comprovante de residência em nome de um dos pais ou responsável legal, documento oficial que comprove filiação/responsabilidade e declaração no modelo da Prefeitura do Recife ou laudo médico. Apenas as crianças com Síndrome de Down estão isentas da declaração ou laudo, tendo em vista que a informação poderá ser autorreferida. Informações complementares estão disponíveis no site indicado. 

- - > LeiaJá também: Saiba como agendar e onde vacinar crianças na RMR 

Lista de comorbidades e síndromes  

- Insuficiência cardíaca  

- Cor-pulmonale e hipertensão pulmonar  

- Cardiopatia hipertensiva  

- Síndromes coronarianas  

- Valvopatias  

- Miocardiopatias e pericardiopatias  

- Doenças da aorta, grandes vasos e fístulas arteriovenosas  

- Arritmias cardíacas  

- Cardiopatias congênitas  

- Próteses e implantes cardíacos  

- Talassemia  

- Síndrome de Down  

- Transtorno do Espectro Autista  

- Diabetes mellitus  

- Pneumopatias crônicas graves  

- Hipertensão arterial resistente e de artéria estágio 3  

- Hipertensão estágios 1 e 2 com lesão e órgão alvo  

- Doença cerebrovascular  

- Doença renal crônica  

- Imunossuprimidos (incluindo pacientes oncológicos)  

- Anemia falciforme  

- Obesidade mórbida  

- Cirrose hepática  

- HIV 

 

“Por mim a vacinação teria começado logo pelas crianças, para que meu filho pudesse ser imunizado contra essa doença primeiro do que eu”. Essa é a declaração de Cristiana da Silva, 39 anos, uma das mães que esperavam ansiosamente pela liberação da vacina para crianças como o seu filho, David Lucas, de 6 anos, que tem paralisia cerebral.

O menino, que se alimenta por sonda e tem problema pulmonar, passou por esses dois anos de pandemia da Covid-19 sem nunca ter se infectado com o vírus. Esse era o maior medo de sua mãe Cristiana, que temia que seu filho se infectasse e não conseguisse resistir por conta de suas comorbidades.

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“A gente já espera há muito tempo, desde quando começou a estudar as vacinas que a gente vivia na ansiedade para que chegasse a vacina para ele. O nosso medo era muito grande de que ele pegasse essa Covid-19 e tivesse alguma complicação. Por isso que a gente correu logo para imunizar”, detalha Cristiana.

Mãe Gabrielle Moura, seu filho Jorge e a responsável pela vacinação das crianças no Sest/Senat. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Uma outra mãe que não via a hora para a imunização estar disponível para as crianças era a Gabrielle de Moura, 33 anos, mãe do Jorge de Moura, 6 anos, que foi diagnosticado com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Mesmo sem o seu filho nunca ter se contaminado com o vírus, Gabrielle não via a hora de dar a primeira dose de esperança contra a Covid-19 para o seu único filho.

“A gente temia por ele. Mas agora, se tem vacina para todos, a gente aceita e acredita na força da vacina. Acho que demorou demais, mas no primeiro dia que ela está disponível nós estamos aqui para isso [imunizar o Jorge]”, comentou.

Vacinação tímida

Neste sábado (15), no Sest/Senat, um dos pontos de imunização contra o novo coronavírus localizado na Avenida Beberibe, Zona Norte do Recife, registrou uma movimentação tímida. Segundo informado por funcionários do local, no horário da manhã foi o momento que houve maior demanda, quando 20 crianças foram vacinadas.

No período da tarde, apenas uma criança estava agendada para receber a primeira dose da Pfizer, única autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicada nas crianças de 5 a 11 anos. Os profissionais acreditam que isso aconteceu hoje por ser o início da campanha e, ao decorrer da semana, a procura possa aumentar.

Dos quatro pontos de vacinação pediátrica no Recife, apenas três estavam funcionando neste sábado (15), já que na Universidade Católica de Pernambuco, localizada na Rua do Príncipe, Bairro da Boa Vista, área central do Recife, o local onde as vacinas serão aplicadas nas crianças ainda está sendo reformado.

Vacina sendo preparada para aplicação. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Como vacinar

O público alvo neste momento são os pequenos que tenham doenças neurológicas crônicas e/ou distúrbios do desenvolvimento neurológico, com prioridade para Síndrome de Down e Autismo.

Na capital, a vacina será aplicada de domingo a domingo, das 7h30 às 18h30, sendo necessário fazer o agendamento pelo site do Conecta Recife. Para comprovar a condição de comorbidade, é obrigatório anexar, durante o agendamento, um laudo ou declaração informando a comorbidade. 

O modelo da declaração da Secretaria de Saúde do Recife está disponível no Conecta Recife e deve ser preenchido e assinado por médico. Já o laudo médico das comorbidades e/ou transtornos elencados deve conter o respectivo Classificação Internacional de Doenças (CID) da doença/condição.

Os documentos anexados no Conecta Recife também devem ser levados no dia agendado para vacinação. Devem ser apresentados o original e a cópia (que ficará retida no local) da declaração ou laudo. Apenas as crianças com Síndrome de Down estão isentas da declaração, tendo em vista que a informação poderá ser autorreferida.

Os pais ou responsáveis devem estar presentes no momento da vacinação e munidos de documento de identificação do adulto e da criança, além do comprovante de residência do Recife. 

Em caso de ausência de pais ou responsáveis, a vacinação deve ser autorizada por um termo de consentimento por escrito. Para esses casos, além do termo de autorização, a pessoa que for acompanhar a criança deve levar documento que comprove a relação de parentesco, bem como o documento da criança e o comprovante de residência.

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