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O ex-governador do Ceará e senador eleito Camilo Santana (PT) deverá ser anunciado nos próximos dias para comandar o Ministério da Educação. Inicialmente o nome mais cotado para a pasta era o da atual governadora cearense Izolda Cela, que era vice na chapa de Santana, mas o PT pressionou para que o ministério fosse comandado por um nome da legenda. O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou o ex-governador para comandar o MEC na última segunda-feira, 12, em uma reunião em Brasília.

Inicialmente Camilo Santana demonstrou preferência para ser ministro das Cidades ou do Desenvolvimento Regional, mas as pastas são alvos de intensa disputa de partidos como MDB, PSD, PSB, União Brasil, além do deputado eleito Guilherme Boulos (PSOL-SP).

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Ex-filiada ao PDT, Izolda saiu do partido após brigas com o grupo do ex-presidenciável pedetista Ciro Gomes. Inicialmente tinha o apoio da bancada petista do Ceará, mas diante da falta de perspectiva de assumir o Ministério das Cidades, o partido no Estado passou a deixar de apoiar o nome dela.

O líder do PT na Câmara, Reginaldo Lopes (MG), também pressionava para comandar a pasta e chegou a mobilizar aliados dentro da legenda para tentar fazer com que seu nome fosse lembrado para o cargo. Apesar disso, um dirigente da Executiva Nacional do PT afirmou que ele não tinha chances reais de assumir o posto. Por ser ex-governador, Camilo Santana é considerado um nome com mais experiência para o cargo.

Santana era aliado de Ciro Gomes, mas rompeu com o pedetista na eleição deste ano e ficou ao lado de Lula. Ele foi o principal articulador da candidatura vitoriosa do petista Elmano de Freitas a governador do Ceará, Estado onde o presidente eleito teve larga vantagem de voto. Já Izolda conta com o apoio de organizações privadas ligadas à educação, como a Fundação Lehmann e o Todos Pela Educação, mas como não faz parte do PT e não tem experiência parlamentar, não tem aliados de peso dentro da cúpula da legenda.

O PT corre contra o tempo para destravar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da transição na Câmara. Deputados do partido dizem que a votação deve ocorrer ainda nesta quinta-feira, 15, mas ainda há impasses que podem adiar a análise no plenário para a semana que vem, a última antes do Natal. Além do desconforto de parlamentares com o voto da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, pela inconstitucionalidade do orçamento secreto, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tenta obter do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva um ministério "de entregas".

Aliados do governo eleito e o relator da PEC na Câmara, Elmar Nascimento (União Brasil-BA), fazem uma "força-tarefa" para conseguir votos para aprovar a proposta ainda nesta quinta no plenário. Depois de um dia inteiro de reuniões na quarta, os impasses persistiram.

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Lideranças do Centrão calculam que o PT tem no máximo 240 votos. Para se aprovar uma mudança constitucional, é necessário o apoio de pelo menos 308 deputados. O Republicanos, que tem uma bancada de 43 parlamentares, por exemplo, só aceita votar a favor da proposta se houver mudanças.

O texto aprovado no Senado prevê uma ampliação de R$ 145 bilhões no teto de gastos - a regra que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação - por dois anos. Além disso, retira do teto R$ 23 bilhões em receitas extraordinárias que seriam destinadas a investimentos. O Republicanos e o PL, legendas que integraram a base do governo Bolsonaro, querem reduzir o prazo para um ano e o valor para R$ 80 bilhões. Uma liderança do Centrão disse à reportagem que uma licença de dois anos para gastar nunca foi dada a governo nenhum.

A dificuldade de se resolver o impasse, contudo, passa pela falta de definição de Lula sobre a composição da Esplanada. Desde que a PEC foi aprovada com ampla maioria no Senado, deputados desconfiam que o petista fechou acordos para ministérios com os senadores antes de avançar no assunto com a Câmara. Lira já avisou que quer um ministério "de entregas".

Como mostrou na quarta-feira o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o presidente da Câmara pediu a Lula o comando do Ministério da Saúde, mas o PT resiste em entregar a pasta ao Centrão. Uma das possibilidades é que Elmar Nascimento, relator da PEC e um dos principais aliados de Lira, assuma uma das pastas que vão surgir da divisão do Desenvolvimento Regional, com o controle da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf).

Na noite de quarta, Elmar afirmou que manterá o texto do Senado em seu relatório, mas que mudanças na PEC podem vir por meio de destaques, tentativas de alterar uma proposta após a aprovação do texto-base. Por outro lado, o deputado José Guimarães (PT-CE), que deve assumir o posto de líder do governo Lula na Câmara no ano que vem, disse que a votação da PEC será concluída na sexta e que o "esforço máximo" é para manter o texto dos senadores, sem a aprovação de destaques.

Orçamento secreto

Nesta quinta, o plenário do Congresso deve analisar o projeto de resolução, relatado pelo senador Marcelo Castro (MDB-PI), que altera a distribuição do orçamento secreto. O texto prevê que 80% das emendas de relator-geral sejam distribuídas de forma proporcional aos partidos com base no tamanho das bancadas, 7,5% às Mesas Diretoras de cada uma das Casas, e 5% à Comissão Mista de Orçamento, além de determinar que 50% das emendas sejam destinadas à Saúde.

Na quarta, Rosa Weber, relatora de ações que contestam a execução do orçamento secreto, votou pela inconstitucionalidade do esquema no STF. No entendimento da ministra, a utilização de emendas de relator subverte o regramento constitucional do orçamento. "Trata-se de verdadeiro regime de exceção ao orçamento da União", destacou.

Como mostrou o Broadcast Político, após o voto de Rosa, Lira voltou a considerar a inclusão da constitucionalidade do orçamento na PEC da transição. Embora deputados esperem que a votação do projeto de resolução possa "sensibilizar" outros ministros do STF a não acompanharem a relatora em seus votos, acham que essa possibilidade é difícil, por avaliarem que eles não bateriam de frente com a presidente da Corte. Por isso, já prepararam o caminho para a RP9 entrar na PEC e se tornar um termo constitucional incontestável.

A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) avalia dividir o atual Ministério da Infraestrutura em duas pastas. O Estadão apurou que a ideia foi debatida pelo grupo técnico que analisou a área. Um órgão ficaria responsável pela gestão de rodovias e ferrovias, enquanto outro assumiria a gestão de portos, aeroportos e hidrovias.

O plano de criar um "superministério", como passou a ser chamado o atual Ministério da Infraestrutura, foi encampado pelo governo Jair Bolsonaro (PL), que aglutinou, dentro do que era o antigo Ministério dos Transportes, outras áreas que tinham gestões distintas, com a Secretaria de Portos e a Secretaria de Aviação Civil.

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A avaliação do governo eleito é de que essa estrutura, na realidade, tratou apenas de centralizar temas complexos dentro de um único ministério, sem efeitos práticos para reduzir custos da máquina pública.

A cúpula do governo Lula ainda discute a estrutura final da área, e não há nomes definidos para os dois novos ministérios. Alguns despontam como favoritos para assumir as novas pastas e secretarias. O senador Alexandre Silveira (PSD-MG) e o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), são os mais cotados, além da ex-ministra Miriam Belchior.

Disputas

O Ministério da Infraestrutura está no centro das disputas políticas do governo, principalmente por concentrar grande parte das obras públicas, concessões à iniciativa privada e um dos maiores orçamentos da União. É no MInfra que são negociados, por exemplo, os recursos para o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), para cuidar das rodovias do País.

A força política do ministério se confirmou neste ano, com a eleição do então ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos) para o governo de São Paulo. Durante as eleições, Tarcísio explorou a imagem de "executor de obras" de Bolsonaro e de pessoa de perfil técnico e menos político.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O comando do Ministério de Minas e Energia (MME), uma das pastas mais estratégicas da Esplanada, é alvo de uma forte disputa política no novo governo Lula. As movimentações são puxadas por dois rivais de Alagoas - o núcleo liderado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e o senador Renan Calheiros (MDB-AL).

Do lado de Calheiros, que apoiou Lula, está a defesa do nome de Renan Filho, ex-governador de Alagoas. A movimentação do MDB inclui a tentativa de acomodar Jorge Bastos, apadrinhado de Calheiros que já dirigiu a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

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Do lado de Arthur Lira, a tentativa é de emplacar o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), relator da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição na Câmara. Ele é um dos principais defensores de projetos como o Brasduto, que prevê uma rede bilionária de gasodutos em todo o País com uso de dinheiro público - projeto duramente criticado pelo grupo técnico de transição. A pasta tem sido, ao longo dos anos, comandada por políticos do MDB, mas o jogo está em aberto neste momento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, garantiu em entrevista à GloboNews no período da tarde desta quarta-feira, 14, que "não há nenhuma possibilidade" de o governo taxar operações do Pix. "Temos de ir na direção contrária, garantir cada vez mais desenvolvimento a crédito", afirmou.

Haddad disse que o ex-secretário da Receita Federal no primeiro ano do governo Bolsonaro, Marco Cintra, queria adotar o imposto único e cogitou tributar o Pix para "morder parte da receita" das transações. "Isso atrapalhou a reforma tributária, ficou se insistindo numa tese tão atrasada do ponto de vista de justiça tributária que parou a reforma, inviabilizou o processo."

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Ele argumentou que são necessárias ações em três frentes para viabilizar a mobilidade social: acesso a crédito, educação de qualidade do ensino básico ao superior, e acesso à moradia (reforma agrária e urbana). "O Brasil perdeu e perde ainda várias oportunidades nesta direção, então como vai taxar o Pix? Temos de fazer reformas na direção contrária", disse.

O futuro ministro da Fazenda também qualificou como "absurda" a oferta de crédito consignado aos recursos do Auxílio Brasil e a "espoliação" da população pobre. "Se a gente não prorroga o Auxílio Brasil, a Caixa quebra, porque nenhum banco privado fez (o crédito consignado), mas a Caixa foi mandada fazer. Só que se não tiver Auxílio Brasil, (a Caixa) vai receber de quem?", questionou.

O futuro chanceler, o embaixador Mauro Vieira, disse nesta quarta-feira, 14, que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o orientou a restabelecer as relações com a Venezuela a partir do primeiro dia do novo governo.

"Vamos enviar primeiro um encarregado de negócios para reabrir a embaixada brasileira em Caracas e pretendemos enviar um embaixador em seguida", afirmou, em entrevista coletiva no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) de Brasília, onde funciona o gabinete de transição.

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O embaixador Fernando Igreja, responsável pelo cerimonial da posse presidencial, afirmou que, apesar de o presidente venezuelano Nicolás Maduro ter sido convidado para o evento, há ainda a impossibilidade do governante entrar no País, pois isso dependeria de uma autorização do atual governo, que não mantém relações com o país vizinho.

O presidente eleito da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), escolheu o deputado federal eleito Luiz Marinho (PT-SP) para comandar o Ministério do Trabalho no novo governo, a partir de janeiro de 2023. De acordo com integrantes da equipe de transição e da cúpula do PT, Lula convidou Marinho para assumir o cargo e ele já aceitou o convite, após articulação de centrais sindicais ligadas ao partido.

Marinho foi ministro do Trabalho e depois ministro da Previdência Social nos dois primeiros mandatos de Lula, entre 2005 e 2008.

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No próximo ano, as duas áreas devem ser novamente separadas em ministérios diferentes, mas ainda não há uma decisão final e nem um nome anunciado pra ocupar a Previdência Social.

Ex-prefeito de São Bernardo do Campo (SP), Marinho preside o diretório estadual do PT em São Paulo e foi eleito deputado federal nas eleições de outubro, após derrotas em disputas para o governo do Estado, em 2018, e para a prefeitura da cidade onde Lula tem domicílio eleitoral, em 2020.

O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou, nesta quarta-feira (14), que sua previsão é fechar a equipe da pasta até o dia 20, incluindo a direção da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Até o momento, o presidente eleito só definiu o futuro diretor-geral da Polícia Federal (PF), o delegado Andrei Rodrigues.

Em relação aos protestos violentos em Brasília promovidos por bolsonaristas na segunda-feira (12), Dino falou em avanços e voltou a garantir que, se nada acontecer até dia 31 de dezembro, a partir de janeiro, o novo governo vai trabalhar pela responsabilização dos envolvidos.

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"Estamos avançando, tanto na Polícia Civil do DF, quanto na nossa equipe. Então, tanto no que se refere a inquéritos na Polícia Civil do DF quanto no que se refere a novos pedidos que a equipe da segurança presidencial vai fazer", declarou Dino ao chegar à solenidade de posse do ministro Bruno Dantas na presidência do TCU.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que a Casa pode acabar votando a PEC da Transição na semana que vem. A declaração ocorreu horas após um encontro do deputado com o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, no qual se comprometeu a não barrar a apreciação da PEC, mas apontou insatisfações de seus pares com o novo governo, em especial com as incertezas sobre o orçamento secreto.

"Nós vamos fazer o esforço (para votar nesta semana), vai depender da conversa do relator", disse Lira. "Há, sim, a previsão de iniciar (a votação da PEC) quarta ou quinta e de terminar na terça-feira (da próxima semana)", afirmou, destacando que os trabalhos legislativos precisam terminar entre 21 e 22 de dezembro.

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O prazo colocado por Lira é considerado apertado por articuladores do novo governo, que desejavam ver a PEC aprovada ainda nesta semana. Além da proposta, que garantiria ao novo governo recursos para cumprir compromissos de campanha, o Congresso ainda precisa analisar o Orçamento para o ano que vem.

Como o Estadão/Broadcast destacou, Lira escolheu o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), um de seus aliados, para relatar a PEC.

A equipe de transição do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva quer reverter políticas da ex-ministra Damares Alves no Ministério de Direitos Humanos e recompor verbas e programas destinados à proteção de crianças e adolescentes. Uma das sugestões encaminhadas pelo grupo de trabalho é pagar pensão para crianças e adolescentes que perderam pais pela Covid-19, os chamados órfãos da pandemia. O relatório foi entregue ao gabinete de transição e servirá de base para o futuro governo.

O documento, segundo apurou o Estadão, aponta "um retrocesso nunca antes documentado nas condições de vida e na garantia de direitos da população de 0 a 18 anos". O quadro é descrito em decorrência da falta de funcionamento de estruturas vinculadas à Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e dos cortes em verbas direcionadas a esse setor, na contramão do discurso da ex-ministra Damares de proteção aos grupos mais vulneráveis.

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A proteção de crianças foi uma das principais bandeiras de Damares à frente do ministério. Para a equipe de transição, porém, a gestão focou em um discurso ideológico de perseguição a minorias. Nesse sentido, o grupo de trabalho propôs a revogação de uma série de decretos e atos, incluindo a tipificação da chamada "ideologia de gênero" nos canais de atendimento do governo.

O grupo constatou ainda que houve grande corte nas verbas destinadas aos direitos da criança e do adolescente. Em 2018, eram R$ 203 milhões. Este ano, apenas R$ 54 milhões. Para 2023, o valor é ainda menor, R$ 42 milhões. Damares comandou a pasta durante o governo Bolsonaro, até abril, quando deixou o cargo para concorrer a uma vaga no Senado, sendo eleita em outubro pelo Distrito Federal. Essas ações representam 33% de todo o orçamento do ministério, e agora só correspondem a 7% do total.

Com os cortes, o grupo de transição apontou a falta de combate ao trabalho infantil, a extinção da comissão de enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes e a interferência da ex-ministra na nomeação de integrantes do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente.

"Apesar dos discursos de proteção da criança, isso ficava apenas para pautas fundamentalistas. Na prática, o governo foi um desastre nessa área", afirmou o advogado Ariel de Castro Alves, coordenador da área de Direitos da Criança e do Adolescente no Grupo de Trabalho de Direitos Humanos da transição.

Benefício

A proposta de assegurar pensão por órfãos da covid envolveria um benefício mensal a crianças e adolescentes de famílias de baixa renda que perderam os pais ou responsáveis por causa da pandemia. O governo não tem um levantamento de quantas crianças se encaixam nessa situação. Números de outras organizações estimam 130 mil a 282 mil órfãos da covid. A proposta é que o governo Lula institua o benefício apoiando projetos de lei nesse sentido que tramitam no Congresso.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou o presidente Jair Bolsonaro incentiva a contestação do resultado da eleição presidencial e também "os ativistas fascistas que estão nas ruas". Nesta segunda-feira, 12, manifestantes queimaram ônibus e carros em Brasília, no mesmo dia que Lula foi diplomado pelo Tribunal Superior Eleitoral como presidente eleito, apto a tomar posse no dia 1° de janeiro.

"Todas as vezes que eu perdi, eu respeitei quem tinha ganho. Esse cidadão (Bolsonaro) até agora não reconheceu a sua derrota, continua incentivando os ativistas fascistas que estão na rua se movimentando. Ontem (segunda-feira, 12), ele recebeu esse pessoal no Palácio do Alvorada. Ele tem que saber que aquilo é um patrimônio público, não é dele, não é da mulher dele", disse Lula.

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O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, disse que Lula não foi exposto a risco, quando um grupo de apoiadores do presidente tentou invadir prédio da Polícia Federal em Brasília e causou tumulto no centro da capital, região onde Lula está hospedado.

"Esse cidadão continua incentivando gente a negar (o resultado das eleições). Ele segue o rito que todos os fascistas seguem no mundo. É importante a gente saber que eles fazem parte de uma organização de extrema-direita, que não existe apenas no Brasil", afirmou o petista.

"É uma figura anômala, irracional, sem coração, sem sentimentos" disse Lula, sobre Bolsonaro. "Ele está mostrando o que ele é agora. Eu perdi três eleições e nas três voltei para casa, lamentei, chorei e me preparei para ganhar a próxima", afirmou o presidente eleito.

'A palavra correta é estrago', diz Lula sobre diagnóstico da transição

"Eu acho que teremos a radiografia perfeita do estrago que foi feito neste país. E a palavra correta é estrago", disse Lula, sobre o diagnóstico feito pela equipe de transição.

Lula agradeceu nominalmente a senadora Simone Tebet (MDB-MS), que integrou a equipe de transição. Durante a campanha, o entorno de Lula sugeria que Simone, uma aliada no segundo turno, teria espaço no governo para ocupar a pasta que desejasse. Recentemente, no entanto, os sinais são de que Simone pode não receber o ministério que deseja.

"Nunca o Estado brasileiro e suas instituições estiveram tão a serviço de um candidato, desde a proclamação da República", disse também Lula, ao repetir o que disse com frequência na campanha ao criticar o presidente Bolsonaro pelo uso da máquina pública na campanha eleitoral. Nesta terça, Lula definiu os gastos de Bolsonaro na campanha como "a farra do boi".

O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse que não vai esquecer os acontecimentos que o levaram à prisão em 2018, mas ponderou que não tem direito de "sentar na cadeira com ressentimento" e que isso não está na sua "mesa de governança".

Ele acusou o juiz e hoje senador eleito Sergio Moro (União Brasil-PR), que determinou sua prisão, de enganar os brasileiros e os meios de comunicação.

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"Foram cinco anos, não cinco dias, foram vidas destruídas, e nós estamos aqui de cabeça erguida. E eu tenho certeza que meus acusadores não andam de cabeça erguida como eu ando. Digo isso porque não quero vingança, depois do presente que o povo brasileiro me deu outra vez me elegendo presidente não tenho direito de me sentar na cadeira com esse sentimento", ressaltou.

Lula também disse que decidiu ser candidato novamente, após retomar seus direitos políticos, porque seria o único com capacidade para vencer o presidente Jair Bolsonaro (PL).

No evento que oficializa o fim do governo de transição, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva agradeceu à senadora Simone Tebet (MDB-MS) pelo apoio prestado por ela durante o segundo turno. "Quero agradecer a nossa companheira Simone Tebet que teve papel importante na minha campanha", disse Lula.

A senadora é cotada para assumir o Ministério do Desenvolvimento Social, mas setores do PT resistem à indicação porque não querem abrir mão da pasta, ligada ao Bolsa Família, para alguém que pode ser candidato à Presidência em 2026.

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Lula também agradeceu ao senador Carlos Favaro (PSD-MT), nome ligado ao agronegócio que apoiou a eleição de Lula, "pela coragem de vir pro nosso lado e defender aquilo que nosso governo fez". O parlamentar é um dos cotados para assumir o Ministério da Agricultura.

"É importante que a gente aprenda a ser grato àquelas pessoas que, sem depender de nós, sem nos conhecer, mesmo às vezes discordando da gente, resolveu estar do nosso lado para vencer o inimigo irracional", disse no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede do governo de transição.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reuniu nesta terça-feira, 13, com representantes de movimentos sociais que integram o conselho de participação social do governo de transição. No encontro, com a presença de líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e do Movimento Negro Unificado (MNU), Lula recebeu demandas para a criação de um conselho de diálogo e negociação com a sociedade civil, com destaque aos grupos organizados. A ideia é que o colegiado fique subordinado à Secretaria-Geral da Presidência. Segundo os presentes, o petista teria indicado que pode acolher essa proposta na estrutura do futuro governo.

"Saímos bastante satisfeitos porque há uma inclinação do presidente Lula e também do seu vice, Geraldo Alckmin, em atender esta solicitação da sociedade", disse a coordenadora nacional do MST, Kelly Mafort. "Tivemos a certeza de que há disposição e abertura para avançar na participação social, mas com um olhar especial para aqueles segmentos que historicamente estão ausentes da participação política."

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A coordenadora do MST disse que os integrantes do conselho de movimentos sociais apresentaram a Lula uma lista de decretos e portarias do presidente Jair Bolsonaro (PL) que devem ser revogados para retomar a participação popular na estrutura do governo.

Na reunião, os militantes discutiram com o petista a criação de um orçamento participativo com indicações de prioridades dos movimentos no Plano Plurianual, que serviria como contraponto ao orçamento secreto. A prática, revelada pelo Estadão, consiste na distribuição de recursos de emendas parlamentares em troca de apoio político a Bolsonaro. Essa alternativa no orçamento foi proposta por Lula durante a campanha.

O conselho de participação social atuou por apenas 15 dias e com estrutura diferente daquela adotada pelos grupos de trabalho da transição, que apresentarão nesta terça-feira, 13, os primeiros relatórios com as conclusões de análises sobre o governo Bolsonaro.

"Hoje, na reunião, nos foi assegurado que todos os conselhos de participação da sociedade serão retomados e também as conferências, principal forma de ouvir o povo para transformar isso em política pública", disse Mafort. "Os mais de 90 conselhos e espaços de participação que existiam no nosso País foram totalmente destruídos. Deste total, 76 deles tiveram grande impacto de decretos de Bolsonaro, os quais estamos tentando acabar", afirmou Simone Nascimento, que coordena o MNU.

Ex-assessor especial do Ministério da Economia, Samuel Kinoshita foi nomeado pelo governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos) nesta terça-feira, 13, como futuro secretário da Fazenda de São Paulo. O atual ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, também vai deixar o cargo no governo federal para assumir o órgão análogo no Estado. O futuro chefe do Executivo paulista anunciou ainda a nova cúpula das polícias do Estado, que passará por mudanças estruturais.

Em coletiva de imprensa, Tarcísio elogiou a atuação de Rosário na CGU, onde chegou como funcionário de carreira. "É uma pessoa que conhece muito do tema e vai ter a missão de estruturar a Controladoria-Geral do Estado, que vai reproduzir a CGU, com uma área dedicada ao controle interno, uma a informações estratégicas e uma ouvidoria", disse.

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Já a chegada de Kinoshita confirma a influência de nomes vinculados a Guedes no secretariado paulista. Além dele, o atual presidente da Petrobras, Caio Paes de Andrade, e o secretário de Comércio Exterior, Lucas Ferraz, também vão assumir secretarias no governo Tarcísio. A equipe de transição conta ainda com a coordenação de Guilherme Afif Domingos, outro que trabalhou com o ministro de Bolsonaro. Guedes era considerado o nome preferido de Tarcísio para assumir o posto, mas declinou o convite e deve atuar como conselheiro da gestão paulista.

Tarcísio também apresentou o atual delegado-geral da Polícia Civil de SP, Osvaldo Nico Gonçalves, como secretário-adjunto da pasta que será comandada pelo deputado bolsonarista Capitão Guilherme Derrite. A partir do ano que vem, a secretaria vai extinguir os cargos de secretários executivos da Polícia Militar e da Polícia Civil, criados pelo ex-governador João Doria. Com a mudança, Nico assume a função de "número 2? do novo titular da pasta.

O atual diretor do Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), Artur José Dian, vai ocupar o atual cargo de Nico, de delegado-geral da Polícia Civil. Já o coronel Cássio Araújo de Freitas será o comandante-geral da Polícia Militar de São Paulo.

Tarcísio anunciou ainda a recondução ao cargo do atual secretário-chefe da Casa Militar e coordenador da Defesa Civil do Estado, coronel Henguel Pereira.

Como adiantou o Estadão, Nico e Dian foram indicações pessoais de Derrite. Nico foi responsável pelo Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope) e assumiu o cargo de delegado-geral a convite do governador Rodrigo Garcia (PSDB). A promoção de Nico é considerada uma forma de contornar resistências, já que a vinculação de Derrite à Polícia Militar poderia gerar atritos com policiais civis.

Ao todo, doze secretarias já tiveram suas chefias confirmadas. Entre eles estão o deputado federal bolsonarista Guilherme Derrite (PL), confirmado na Segurança Pública, e o ex-prefeito e presidente do PSD, Gilberto Kassab, na Secretaria de Governo.

O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tem dois nomes de sua equipe jurídica definidos para compor o primeiro escalão do novo governo. Lula confidenciou a deputados e dirigentes partidários que convidou o advogado Vinicius Marques de Carvalho para chefiar a Controladoria-Geral da União (CGU). Na Advocacia-Geral da União (AGU), o nome escolhido é o do procurador Jorge Messias.

Interlocutores de Lula não garantem que os novos titulares da CGU e da AGU, no entanto, sejam anunciados imediatamente. Segundo eles, algumas condicionantes podem adiar o anúncio, como a pressão pela nomeação de mulheres ministras, que devem figurar na lista que o presidente eleito planeja divulgar nesta terça (13). As duas pastas, porém, não costumam ser alvo de partilha entre partidos da base aliada montada por presidentes e devem ser anunciadas em breve.

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Atuação

Vinícius Marques de Carvalho é ex-presidente do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Atuou no órgão quando foi investigado o cartel de empresas que fraudou licitações no sistema metroferroviário de governos do PSDB, em São Paulo, e do DEM, em Brasília. Ele tem o apoio do Grupo Prerrogativas, coordenado por Marco Aurélio Carvalho, amigo de Lula, também cotado para o cargo.

Ex-filiado ao PT, ele comandou o Cade entre 2012 e 2016 e trabalhou como secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça no governo Dilma Rousseff. No segundo governo de Lula, foi conselheiro do Cade e integrou como chefe de gabinete a equipe da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Atualmente, dá aulas na Universidade de São Paulo (USP) e tem um escritório de advocacia.

Um dirigente partidário relatou ao Estadão que ouviu do próprio Lula, na semana passada, que havia formalizado o convite a Marques de Carvalho. Um integrante do grupo da transição que trabalha na Transparência confirmou que o nome dele já tinha sido submetido como sugestão ao presidente eleito.

Outro nome cotado para compor a cúpula da CGU é o de Vânia Vieira, procuradora da AGU e integrante da equipe de transição no grupo temático da Transparência.

'Bessias'

Como mostrou o Estadão, Jorge Messias é desde o início dos trabalhos o nome forte para a pasta da AGU. Ele é procurador da Fazenda Nacional, órgão que faz parte da AGU. Durante a diplomação de Lula, nesta segunda, 12, no TSE, petistas diziam que o cargo seria entregue, necessariamente, a um servidor de carreira da AGU.

Ele foi subchefe de Assuntos Jurídicos na Casa Civil durante o segundo governo de Dilma Rousseff. Na época, ficou famoso por ser envolvido num grampo da Operação Lava Jato. Na conversa entre Lula e Dilma, a então presidente diz que enviaria Messias com o termo de posse como ministro para que Lula assinasse e usasse "em caso de necessidade". A transcrição da gravação chama Messias de "Bessias".

Enquanto o economista Aloizio Mercadante está motivado para comandar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), segundo apurou o Estadão, para o Ministério do Planejamento está cotado Wellington Dias, ex-governador do Piauí e senador eleito.

O economista Andre Lara Resende, porém, continua no páreo. Segundo um interlocutor do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, Resende "tem uma visão contemporânea e grande conhecimento" e terá espaço se quiser participar do novo governo.

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A indicação para a Petrobras é considerada no governo de transição um dos problemas mais complexos, e o nome de Mercadante chegou a ser citado para o cargo. Nesta segunda (12), ao chegar para a cerimônia de diplomação de Lula, Mercadante afirmou desconhecer iniciativa no governo de transição de alterar a Lei das Estatais, o que abriria brecha para sua indicação ou a do senador Jean Paul Prates (PT-RN). A interlocutores, ele tem sinalizado preferência para o BNDES, alvo de estudos dele sobre a reindustrialização e incremento do crédito privado.

Na sexta-feira (9), o Estadão antecipou que Mercadante era o nome mais forte para comandar o BNDES. Não se descarta, porém, uma vaga num ministério para ele, considerado uma espécie de "curinga" no xadrez político que Lula tenta fechar nos próximos dias.

O nome para comandar o banco público, que terá relevância na política econômica do próximo governo, só será divulgado com a indicação do ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic). Isso seria feito por uma questão de "hierarquia" na Esplanada, assim como foi com o anúncio conjunto do ministro da Justiça e do diretor-geral da Polícia Federal.

Interlocutores do presidente eleito informam que avançaram as negociações para a indicação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Josué Gomes, para comandar o novo Mdic. Ele tem relação com Lula e apoio de setores empresariais. Gomes, que está na presidência da Fiesp desde janeiro, enfrenta hoje uma "rebelião" de sindicatos de pequeno porte, que marcaram para o dia 21 assembleia que pode destitui-lo do cargo.

Interlocutores de Lula afirmaram que ele pode atrasar um pouco os grandes anúncios porque quer conversar com as lideranças da União Brasil, do PSD e do MDB.

Cotado para comandar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o coordenador dos grupos de trabalho do governo de transição, Aloizio Mercadante, procurou o presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, para dizer que não há mais espaço fiscal para a política de subsídios adotada em governos passados do PT para o banco público. O recado foi dado em um contexto de reação do mercado a seu nome. O dólar fechou nesta segunda (12) em alta de 1,26%, a R$ 5,3116, e o Ibovespa caiu 2,02%, aos 105.343,33 pontos.

Os dois se encontraram após a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília. Ao Estadão, o presidente da Febraban relatou que o ex-ministro o procurou para falar sobre temas afeitos ao setor bancário, incluindo o BNDES. Como antecipou o Estadão na sexta-feira, 9, Mercadante é um dos nomes fortes para a instituição. Há um temor no mercado de uma reedição do governo Dilma Rousseff e de concessão de empréstimos subsidiados pelo Tesouro para alavancar as operações de crédito.

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O mercado também teme a volta da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), substituída pela Taxa de Longo Prazo (TLP) no governo Michel Temer. A nova taxa passou a balizar o custo dos financiamentos pelo banco de fomento com menos subsídios do Tesouro. Sobre a taxa atual, o ex-ministro e ex-senador do PT reforçou que o BNDES não tem competência para promover alterações na TLP, que decorre de lei aprovada pelo Congresso.

Há também receio de que sejam retomadas as operações de crédito para o exterior, como Cuba e Venezuela, criticadas em razão dos calotes. Mercadante também disse que não haverá financiamentos para o exterior nos moldes anteriores.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O grupo de transição que prepara ações na área de transparência tem em mãos uma lista de sugestões ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva que vão da revisão de decisões do governo Jair Bolsonaro, que impuseram sigilo de cem anos, à possibilidade de abertura de arquivos cujo segredo já prescreveu e até a criação de um novo mecanismo de fiscalização pela Controladoria-Geral da União (CGU) dos recursos repassados a Estados e municípios por meio do orçamento secreto.

Na última semana, a equipe analisou dados da atual gestão, mapeou os pontos mais críticos e compilou propostas de auditores, de dois ex-ministros da CGU, Jorge Hage e Valdir Simão, e também de entidades da sociedade civil.

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Uma das prioridades é propor uma resposta à promessa de campanha de revogar os sigilos de cem anos impostos na gestão de Bolsonaro, quando foi negado acesso a informações como a carteira de vacinação do presidente da República e o processo administrativo aberto pelo Exército para apurar a participação do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, em um ato político, sem autorização do comando militar.

A equipe técnica sabe que não basta um decreto de Lula para revogar tudo, como chegou a ser mencionado pelo presidente eleito durante a campanha. Os casos de sigilos impostos sob alegação de "informação pessoal" usam um dispositivo da Lei de Acesso à Informação (LAI) que permite essa proteção, mas o abuso do dispositivo na gestão Bolsonaro fez com que dados de agentes políticos fossem mantidos em segredo apenas para não expor as autoridades.

Decreto

Partiu do ex-ministro Jorge Hage a sugestão de que o futuro governo revise o decreto 7.224, que regula o processamento dos pedidos de acesso à informação, para estabelecer uma regra que barre daqui para frente a alegação de sigilo por "informação pessoal" protegido por cem anos nos casos que envolvam autoridades públicas.

"A proteção do direito à privacidade não pode ser usada para blindar agentes políticos e autoridades", disse Hage ao Estadão. A proposta foi bem-recebida no grupo de transição. Integrantes dizem acreditar que será inevitável editar um novo decreto deixando mais claro o que é de fato um dado pessoal.

Em relação aos casos de pedidos de informação já negados, os caminhos cogitados para revogar o sigilo são uma revisão automática da própria CGU com base em precedentes anteriores ao governo Bolsonaro que asseguravam o acesso à informação, mas que foram ignorados pela atual gestão; aguardar que novos pedidos sejam feitos por qualquer cidadão para mudar o entendimento já com a CGU sob novo comando; orientar os próprios ministérios a revisarem os atos que levaram à imposição de sigilo nos casos considerados abusivos.

Prescritos

A equipe técnica analisou todos os pedidos de informação negados pela CGU durante a gestão Bolsonaro. Levantamentos analisados pelo Estadão indicam que, no atual governo, foram negados 3,7 mil pedidos pelos mais variados motivos. Se quiser, a CGU, sob nova direção, pode rever todas as decisões do governo anterior.

O grupo de transição recebeu da agência Fiquem Sabendo, que atua na área de acesso à informação, uma relação de todos os documentos classificados pelo governo cujo prazo já estaria prescrito. A LAI prevê que, além do sigilo de cem anos para informações pessoais, documentos da administração pública podem ser classificados como reservados, secretos ou ultrassecretos, ficando, respectivamente, protegidos pelo prazo de cinco, 15 e 25 anos. Uma das propostas discutidas é a possibilidade de assegurar o acesso aos casos em que esse sigilo já caducou.

A atual direção da CGU tem contestado a acusação de que o governo Bolsonaro abusa do sigilo e disse que há um "evidente equívoco nas narrativas que mencionam decretação de sigilo de cem anos no Poder Executivo federal". O argumento é que há previsão legal para proteção de informações que dizem respeito à intimidade e à vida privada.

O ex-ministro Valdir Simão sugeriu ao grupo de transição que a CGU passe a fazer monitoramento dos recursos que são liberados por meio do chamado orçamento secreto, mecanismo de distribuição de recursos sem transparência revelado por uma série de reportagens do Estadão.

Para ele, os auditores podem contactar governos estaduais e prefeitos para onde os recursos são destinados pelos parlamentares, assegurando preventivamente que o dinheiro público seja aplicado corretamente. "É preciso ter um monitoramento. A CGU pode ligar para o governo ou prefeitura como quem diz: 'Estamos de olho'", disse Simão.

Ele disse acreditar que o mesmo mecanismo possa ser adotado no caso das chamadas emendas Pix, modalidade de repasse direto de recursos da União indicados por parlamentares a prefeituras em que o chefe do Executivo local pode aplicar os recursos diretamente, sem necessidade de seguir uma orientação federal.

Ajustes

Os ex-ministros Valdir Simão e Jorge Hage sugeriram que o grupo de transição também discutisse os acordos de leniência que envolvem órgãos do Estado, como a própria CGU, o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF).

Simão e Hage concordam que é preciso ajustes na legislação para evitar que órgãos públicos atuem de forma isolada nas negociações com empresas envolvidas em casos de corrupção, como ocorreu durante a Operação Lava Jato. "É urgente encontrarmos uma forma de os órgãos atuarem de forma mais unificada ainda que cada um deles tenha um prisma diferente", disse Hage.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, afirmou nesta segunda-feira, 12, que deve anunciar nesta terça, 13, dois ou três nomes de pessoas que integrarão sua equipe. Segundo ele, conversas com essas pessoas ainda estão em andamento.

"Quero compor uma equipe plural. Não quero uma escola de pensamento comandando a economia. Quero pluralidade de vozes no Ministério", disse.

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Haddad ainda declarou que fará amanhã uma reunião inaugural dos trabalhos com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo ele, será mapeado o trabalho de cada secretaria da Pasta e que ações estão em curso.

Segundo ele, não há intenção do governo eleito de descontinuar projetos considerados aderentes aos planos econômicos do presidente Lula.

Após a reunião com Guedes, Haddad se almoçará com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

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