O Secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, anunciou que enviará para a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) no dia 1º de agosto um projeto de lei para ampliar em mais 400 o número de vagas de agentes penitenciário no estado. A promessa foi feita durante uma visita da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Cármen Lúcia, nesta quarta-feira (19) ao Complexo Prisional do Curado, no Recife.
Aproveitando a presença de membros da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, um grupo de aprovados no concurso de agentes penitenciários, realizado em 2009, protestaram em frente ao complexo prisional pedindo a convocação imediata. Após oito anos da aprovação, 89 concursados ainda aguardam convocação.
##RECOMENDA##De acordo Wilton Ferreira, um dos aprovados, no ano de 2009 um total de 360 candidatos foram convocados para realizar exames médicos, físicos e psicotécnicos. Após os testes, 257 foram classificados como aptos para a função e deveriam fazer o curso de formação e em seguida receber a nomeação em posse.
"Mas o estado só chamou 126 candidatos e o restante dos 147 ficaram de fora sem nenhuma perspectiva. Por isso, no mesmo ano, juntamos um grupo com 89 concursados e entramos com uma ação judicial informando que fomos discriminados por não termos sido chamados para o curso de formação", explicou Wilton, enquanto exibia uma faixa em protesto contra a política do governo de Pernambuco.
Em entrevista ao LeiaJá, o secretário Pedro Eurico explicou que não pode contratar os concursados de 2009 porque o prazo do concurso já expirou. "Sou simpático a contratá-los, mas é inconstitucional. Eles precisam ver o andamento disso com a Justiça", pontuou. Eurico ainda frisou que caso seu projeto de lei seja aprovado na Alepe, um novo concurso será aberto para agente penitenciário.
Em maio deste ano, a Secretaria Executiva de Ressocialização de Pernambuco (Seres-PE) publicou, no Diário Oficial, o edital de abertura do concurso público que oferta de 85 vagas para o cargo de agente de segurança penitenciária.
Para Wilton, as 85 vagas abertas no novo concurso deveriam ser ocupadas pelos 89 concursados de 2009 que aguardam a decisão judicial há oito anos. "Entramos com uma ação no tempo hábil na Justiça. Nosso pedido é que o Estado nos convoque para fazer o curso de formação, pelo menos", disse. Ele confessou ainda que, na época, muitos dos aprovados deixaram empregos fixos na esperança de serem chamados. "Pedimos demissão e tivemos que pagar taxas altas de exames e agora não temos nada", concluiu.