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Assim como o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), teve o nome apontado como um dos 54 alvos de inquéritos, cuja abertura foi pedida nesta terça-feira, 3, pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot. O peemedebista disse por ora que a notícia é "especulação" e que uma eventual investigação "não causa nenhum problema". "Que seja investigado tudo aquilo que se propõem a investigar. Mas espero que não sejam investigações de natureza política", rebateu Cunha, em entrevista ao Broadcast, negando ter recebido qualquer informação sobre o caso.

O senhor foi avisado de que seu nome consta da lista de Janot?

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Não recebi qualquer informação de quem quer que seja. E não comento especulação. Só desminto a notícia que está publicada. Se existe, desconheço. Até agora o impacto na Câmara é nenhum. Só há expectativa ou bochicho. Por enquanto isso (a especulação sobre a lista) não causa nenhum problema.

E se o senhor for investigado?

Não vejo nenhum problema. Ninguém está imune a nenhuma investigação. Que seja investigado tudo aquilo que se propõem a investigar. Mas espero que não sejam investigações de natureza política. Efetivamente já sofri nesse processo, em alguns momentos, até na disputa à presidência da Câmara, momentos constrangedores de alopragem, com divulgações de fatos inverídicos. Estou absolutamente tranquilo. Não tenho a temer qualquer tipo de investigação. E também não aceito que uma medida se torne verdade, como essa comunicação falsa que circulou.

O que circulou é que o senhor e o presidente do Senado, Renan Calheiros, foram alertados pelo vice-presidente Michel Temer.

Não seria o vice-presidente que teria de me comunicar um assunto dessa natureza. O vice-presidente não é assistente do presidente da Câmara para receber e passar informação. Seria diminuir o papel do vice-presidente da República no nosso País. Só posso rir disso. É uma piada. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Procuradoria-Geral da República encaminhou nesta terça-feita, 3, ao Supremo Tribunal Federal 28 pedidos de abertura de inquérito contra 54 pessoas, com ou sem mandato parlamentar, citadas como beneficiárias do esquema de corrupção na Petrobras. Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL) e da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), ambos do PMDB, já foram avisados que seus nomes estão na lista. Os delatores da Operação Lava Jato também citaram parlamentares do PT, PP, PSDB e PSB.

O procurador-geral, Rodrigo Janot, enviou ainda ao ministro do STF Teori Zavascki, relator das ações relativas ao esquema de corrupção na estatal, sete solicitações de arquivamento. Esses pedidos, contudo, não necessariamente excluem uma pessoa da investigação. O suspeito pode ter arquivado pedido relativo a um fato, mas continuar sendo investigado por outro crime. A informação de que a lista mais aguardada no meio político foi enviada ao Supremo foi antecipada ontem pelo portal estadao.com.

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Os pedidos de inquérito foram entregues em caixas no gabinete de Zavascki.

A procuradoria-geral deve encaminhar nesta quarta-feira, 4, uma nova lista para o Superior Tribunal de Justiça, responsável por autorizar investigações contra governadores.

Os nomes que aparecem na lista de Janot não foram divulgados pelo STF ontem, em razão de o caso estar sob sigilo de Justiça. O ministro, entretanto, já deu sinais de que deve abrir o sigilo. Na lista, há políticos com mandato, políticos sem mandato e pessoas que, por estarem ligadas diretamente aos casos que envolvem os políticos, acabaram incluídas nos pedidos de inquérito. Zavascki decidirá a partir de agora se os nomes dos citados que não têm direito a foro (ou seja, não são políticos com mandato) serão investigados pelo Supremo ou se haverá uma divisão do processo, com parte dele enviada à Justiça Federal no Paraná, responsável pelos suspeitos sem foro privilegiado - empreiteiros, doleiros, operadores e ex-diretores da Petrobrás.

Aviso

A cúpula do Congresso foi comunicada com antecedência de que seus nomes apareceriam na lista pelo vice-presidente da República, Michel Temer. O aviso ocorreu na sexta-feira, um dia depois de ele se reunir com Janot em sua residência oficial, o Palácio do Jaburu. Na ocasião do encontro, foi divulgado que a reunião teve como assunto questões orçamentárias do Ministério Público Federal.

Janot também se reuniu com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, semana passada. Ambos deram versões desencontradas sobre a reunião, mas Janot negou ter informado ao governo sobre os nomes da lista.

Renan já consultou dois advogados para fazer sua defesa. O nome do presidente do Senado aparece ligado a um suposto esquema de pagamento a sindicatos que oferecem treinamento a funcionários da Petrobras. O peemedebista não quis comentar o caso ontem.

Já Cunha é apontado por Youssef como beneficiário de dinheiro por meio do policial federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Careca, apontado como responsável por entregar valores a políticos a mando do doleiro. "Não recebi qualquer informação de quem quer que seja. E não comento especulação", disse o presidente da Câmara dos Deputados.

Os nomes que integram a lista de Janot foram citados pelo doleiro Alberto Youssef e pelo ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Após serem acusados de integrar o esquema, eles decidiram colaborar com as investigações. A lista pode aumentar com o avanço das investigações e novas delações premiadas.

Os políticos, conforme as investigações, recebiam propina de empreiteiras em troca de contratos fechados com as diretorias que controlavam na estatal. Os delatores contaram à Justiça que o esquema funcionava nas diretorias de Abastecimento, Internacional e Serviços, mantidas por indicações do PP, PT e PMDB. Os doleiros, que lavavam o dinheiro do esquema, e os empresários, que o financiavam, já estão presos, a partir de decisões da Justiça Federal no Paraná. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, reuniu-se na tarde desta quarta-feira com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para apresentar quatro propostas para a área de segurança pública e, principalmente, cobrar celeridade na aprovação do projeto que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O projeto, parado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), prevê o aumento do tempo de internação dos menores de 3 para 8 anos, em casos em que os menores forem reincidentes ou autores de crimes hediondos.

"O ECA é uma boa lei para os direitos das crianças e dos adolescentes. Mas não dá resposta ao reincidente grave, casos equivalentes a crimes hediondos, latrocínio e homicídio qualificado", argumentou o governador. Pela proposta defendida por Alckmin, ao completarem 18 anos, os internos da Fundação Casa seriam levados para alas separadas no sistema prisional e fora da fundação. Ele reclamou que até hoje jovens de 21 anos cumprem medidas socioeducativas na entidade. "Não é criança nem adolescente dentro da Fundação Casa", disse. Para ele, a legislação que não impõe limite deseduca e a impunidade estimula o delito.

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As outras propostas encaminhadas pelo governador ainda não tramitam na Câmara. Cunha sugeriu que elas sejam apresentadas por líderes partidários para que tenham chance de serem votadas mais rapidamente. Alckmin sugeriu: que crimes envolvendo roubos em caixas eletrônicos sejam transformados de furto qualificado para roubo qualificado; alteração no Código de Processo Penal, delegando aos Estados a legislação sobre a fase pré-processual; e o projeto que aumenta em um terço a punição para quem atentar contra a vida de agentes de Estado (policiais, bombeiros e guardas municipais). "O criminoso tem de saber que, se ele atirar no policial e matar, a resposta vai ser mais rápida e dura", justificou o secretário de Segurança de São Paulo, Alexandre de Moraes. As quatro propostas do governador foram bem recebidas pelo presidente da Câmara, que prometeu apreciar com urgência o projeto que altera o ECA. "As quatro propostas são muito boas e podem ser agilizadas", disse Cunha.

Três dias após ser eleito presidente da Câmara, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) solicitou que todas as propostas que apresentou ao longo de seus 12 anos na Casa fossem desarquivadas. Na lista que inclui 134 proposições, há itens polêmicos como o projeto que criminaliza o preconceito contra heterossexuais, o que cria o Dia do Orgulho Heterossexual, o que condena médicos que praticarem aborto a até 20 anos de prisão e o que transforma a prática em crime hediondo. As propostas de todos os deputados são arquivadas ao fim de cada legislatura, mas podem ser retomadas por meio de requerimento.

Os projetos de lei mais polêmicos envolvem dois dos temas preferidos da bancada evangélica, da qual Cunha faz parte. Em proposta de 2010, o agora presidente da Câmara estabelece pena de até três anos para quem discriminar heterossexuais. O texto foi apresentado em meio às discussões para criação de uma legislação que punisse o preconceito contra homossexuais.

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No mesmo campo, Cunha propôs uma lei que crie o Dia do Orgulho Heterossexual. "No momento que discutem preconceito contra homossexuais, acabam criando outro tipo de discriminação contra os heterossexuais e, além disso, o estímulo da 'ideologia gay' supera todo e qualquer combate ao preconceito", diz Cunha na justificativa do projeto. "Daqui a pouco, os heterossexuais se transformarão pela propaganda midiática em reacionários e nós queremos ter a nossa opção pela família sendo alardeada com orgulho", encerra. Na última quarta-feira, Cunha já havia criado uma comissão especial para acelerar a tramitação do Estatuto da Família, projeto do deputado Anderson Ferreira (PR-PE) que reconhece como família apenas os núcleos sociais formados da união de um homem e de uma mulher.

Eduardo Cunha também conseguiu desenterrar agora ao menos dois projetos de lei que tratam de aborto. O primeiro, de 2006, inclui a prática na lista de crimes hediondos (aqueles que recebem tratamento mais severo) ao lado de homicídio, estupro e genocídio. Cinco anos depois, o parlamentar apresentou outro projeto que tipifica o aborto realizado por médico, exceto quando a prática for necessária para salvar a vida da mãe ou em caso de estupro. Pela proposta, o médico pode ser condenado à reclusão de seis a 20 anos. "Ao aborto praticado por médico, fora das hipóteses autorizadas pela legislação, deve ser atribuída penalidade mais grave do que quando o crime é praticado por terceiro, tendo em vista o compromisso profissional que tem em preservar a vida", justificou à época.

Nesta semana, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Câmara disse que não pautará a votação da legalização do aborto "nem que a vaca tussa". "Vai ter que passar por cima do meu cadáver para votar", disse Cunha. No campo da tecnologia, o parlamentar tem outro projeto polêmico: o que obriga a remoção de links dos mecanismos de busca da internet que façam referência a "dados irrelevantes ou defasados", por iniciativa de qualquer cidadão ou a pedido da pessoa envolvida.

Reunidos na noite de domingo na Assembleia de Deus de Madureira, zona norte do Rio, fiéis vestiam roupa de festa para o culto de agradecimento a Deus pela eleição de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de 56 anos, à presidência da Câmara. Por mais de duas horas, cantaram, oraram e ouviram discursos de vários políticos. No ambiente de devoção e comemoração, houve espaço para ironia com o deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), defensor dos direitos dos homossexuais e visto com resistência entre os evangélicos.

"Houve uma falha grave, esquecemos de convidar o Jean Wyllys para estar aqui. Ele foi uma das pessoas que ficaram mais felizes com a eleição do Eduardo", disse o deputado estadual Fábio Silva (PMDB). Os fiéis riram. O presidente da Câmara evitou achar graça e olhou em volta.

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"Vocês têm imunidade parlamentar, eu não tenho", brincou o presidente da Igreja Assembleia de Deus em Madureira, pastor Abner Ferreira, com os políticos que ocupavam lugar de destaque no templo. "O deputado Jean Wyllys tem nosso respeito, mas a brincadeira foi válida."

Fábio Silva é filho do empresário e ex-deputado Francisco Silva, responsável pela entrada de Cunha no mundo evangélico, há 20 anos. Pelas mãos de Silva, dono da rádio evangélica Melodia, ele passou a frequentar cultos e ingressou na Igreja Sara Nossa Terra. No domingo, o peemedebista confirmou a troca pela Assembleia de Deus em Madureira, maior e mais influente.

A amizade com Silva começou quando Cunha, economista de formação, presidia a antiga Telerj, para a qual foi indicado por Paulo Cesar Farias após trabalhar na campanha de Fernando Collor para presidente, em 1989. Cunha descobriu uma falha no registro da candidatura de Silvio Santos, o que tirou o empresário na disputa e beneficiou Fernando Collor.

Com a revelação do esquema de corrupção comandado por PC Farias e o impeachment de Collor, Cunha deixou a estatal em 1993. Foi trabalhar na bolsa e, em 1995, passou a colaborar com a rádio Melodia. Quatro anos depois, o então governador Anthony Garotinho (então no PDT, hoje no PR) o nomeou à presidência da Companhia Estadual de Habitação (Cehab).

Cunha deixou o cargo em 2000, após denúncias de irregularidades em licitações. Os processos abertos no Tribunal de Contas do Estado (TCE) foram arquivados em 2004 e reabertos em 2012, porque a Justiça do Rio apontou fraude na assinatura de documentos que inocentavam Cunha. O caso chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), que inocentou Cunha em agosto.

O trabalho no governo e a religião evangélica fizeram de Cunha um dos principais articuladores de Garotinho. O ex-governador levou Cunha para o PMDB e, mesmo após deixar o partido, continuou próximo do deputado. Por indicação de Cunha, o ex-prefeito Luiz Paulo Conde, aliado de Garotinho, foi nomeado presidente de Furnas Centrais Elétricas.

Os amigos romperam em 2010 e Garotinho é hoje um dos maiores desafetos de Cunha. Na disputa da Câmara, a deputada Clarissa Garotinho (PR-RJ), filha do ex-governador, fez campanha para o petista Arlindo Chinaglia (SP) com ataques ao antigo aliado. "Eduardo Cunha é o ‘chantageador-geral’ de República", disse Clarissa em um almoço de apoio a Chinaglia no Rio.

'Afinal de contas'

A amizade de Cunha com Francisco Silva se mantém e o deputado faz inserções diárias na Melodia, sempre encerradas com o bordão "afinal de contas, o povo merece respeito", repetido na noite de domingo por vários oradores que exaltavam a vitória de Cunha.

"Pela primeira vez um deputado que não tem vergonha de dizer que honra a Deus assume a presidência da Câmara", comemorou o pastor Everaldo Pereira (PSC), quinto colocado na disputa presidencial em 2014. A influência de Cunha em vários partidos estava expressa nos políticos presentes ao culto, filiados a seis legendas - PMDB, PSD, PSC, PRP, PR e PP. Também estava lá Jair Bolsonaro (PP-RJ), o mais votado do Rio, com 464,5 mil eleitores. "Você está em campo minado, mas, com Deus e os amigos, vencerá os obstáculos", disse Bolsonaro.

Cunha consolidou a influência na Câmara em 2013, ao ser eleito líder do PMDB. Na ocasião, formou o "blocão", que deu dores de cabeça à presidente Dilma Rousseff em votações de interesse do governo.

O peemedebista não se incomoda de ser chamado de pedra no sapato de Dilma. Insiste que não age em causa própria, mas em benefício do Parlamento. Na última quinta-feira, Cunha esteve com a presidente no Palácio do Planalto em uma reunião "para quebrar o gelo". Horas antes, tinha instalado a CPI da Petrobras, que voltará a investigar o esquema de corrupção na estatal. Mas decidiu segurar, pelo menos por ora, outra CPI incômoda ao governo, a do sistema elétrico. "Vai ficar na fila."

Fiéis

Com bom trânsito entre grandes empresários, Cunha consegue recursos não só para sua campanha, mas para candidatos menos conhecidos, seus fiéis aliados, de diferentes partidos e quase todos evangélicos. A retribuição veio na campanha pela presidência da Câmara. Parlamentares e líderes evangélicos montaram uma rede de apoio a Cunha. "O Satanás teve que recolher cada uma das ferramentas preparadas contra nós. Nosso irmão em Cristo é o terceiro homem mais importante da República", disse o pastor Abner Ferreira.

Na campanha pela presidência da Câmara, Cunha deu atenção especial aos novatos. Três estavam no culto de domingo. "Chego à Câmara em um momento histórico. Fizemos um pouco para contribuir com essa vitória e agradeço a Deus pela sua eleição", disse Sóstenes Cavalcante (PSD-RJ).

Cunha faz os colegas pouco expressivos se sentirem prestigiados, como na comemoração pela eleição na Câmara. O baixo clero era maioria na festa do dia 1.º e o deputado fez questão de brindar e conversar com todos. Dez pequenos partidos que declararam apoio a Cunha deram cerca de 65 dos 267 votos obtidos pelo peemedebista, que contou com dissidências em outras legendas e com os evangélicos.

Em discurso no culto, Cunha disse que, sem eles, não teria chegado aos 232,7 mil votos obtidos - terceira maior votação no Estado. Na primeira eleição para a Câmara, em 2002, teve 101 mil votos. Em 1998, tinha ficado como suplente de deputado estadual, com 15,6 mil votos.

Em 2014, Cunha faz campanha centrada na defesa da família e contra o aborto e o casamento gay. Com patrimônio declarado de R$ 1,6 milhão, arrecadou R$ 6,8 milhões para a campanha. Os bancos Bradesco, Santander e BTG Pactual, a rede de shoppings Iguatemi e a Líder Táxi Aéreo estão entre os maiores doadores.

Aos fiéis, Cunha contou episódios da disputa na Câmara e reclamou da atuação do governo em favor de Chinaglia (Mais informações nesta página). "Não dava para acreditar na pressão que eles fizeram. Mas tenho repetido todo esse tempo: ‘Se Deus é por nós, quem será contra nós?’"

Depois do culto, o deputado posou para fotos e conversou com os fiéis. Voltou para casa, na Barra da Tijuca, zona oeste, depois das 21h. Casado com a jornalista Cláudia Cruz e pai de quatro filhos, Cunha passou o fim de semana com a família. A presença permanente de agentes da Polícia Legislativa da Câmara, responsável pela escolta dos presidentes da Casa, mostra a única "perda" até agora lamentada por Cunha. "Perdi a privacidade."

Principal partido da base aliada, o PMDB decidiu que terá uma agenda autônoma e independente do governo neste segundo mandato da presidente Dilma Rousseff. Além das críticas da falta de diálogo com a petista, os líderes da sigla agem motivados pelo sentimento de que o Palácio do Planalto tem colocado em prática uma estratégia para "destruir" o partido. Em contrapartida, buscam uma independência informal do governo.

Os peemedebistas afirmam que a relação com o PT chegou ao seu pior momento. Além disso, acreditam que o modelo político petista está em xeque e caminha para a derrota nas eleições de 2018. A gota d'água foi a intervenção do governo na disputa pela presidência da Câmara, o que deixou sequelas.

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Também complicou a relação o fato de o governo apoiar a criação do Partido Liberal, conduzido pelo ministro das Cidades, Gilberto Kassab. A ideia de Kassab era fundir o partido com o PSD para ampliar a base governista no Congresso. Na visão dos peemedebistas, essa é mais uma manobra para enfraquecer a legenda - o que já está sendo combatido com o apoio a um projeto do DEM que dificulta a fusão de siglas.

A resposta será dada na política e na economia. Em um jantar na noite da última segunda-feira, do qual participaram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os peemedebistas afinaram o discurso e um plano de voo solo. A ideia é ter uma agenda política e econômica própria, ou seja, que não necessariamente reflita os interesses do governo. "O PMDB chegou à fase da maioridade: teremos autonomia com responsabilidade", diz o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

Dentre os projetos que serão encampados na seara econômica, estarão, por exemplo, aquele que atenua os efeitos da Lei de Falências, para evitar que empresas fechem as portas em decorrência de investigações, e o de redução de entraves ambientais. A autonomia também se dará em relação a projetos prioritários para o governo. O PMDB não pretende se esforçar para aprovar as medidas de ajuste fiscal. Na terça-feira, 10, após encontro com sindicalistas, Renan avisou que vai buscar alternativas para que o "trabalhador não seja duramente sacrificado".

Em outra frente, os presidentes das duas Casas atuarão em dobradinha para derrubar o veto da presidente à correção de 6,5% na tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física. A votação foi marcada para o próximo dia 24. Mas é no campo político que a autonomia será mais enfática e uma demonstração dela foi dada na terça-feira, 10. O PMDB começou a patrocinar a aprovação de uma reforma política com a cara do partido, e não do PT.

Convite

Cunha também anunciou que irá aprovar um convite global para que todos os ministros compareçam à Câmara para debates e, caso eles neguem, poderão ser aprovadas suas convocações. A estratégia do PMDB também inclui a ampliação da influência sobre deputados e senadores da base aliada, em uma estratégia para afastá-los da esfera de influência do PT e do governo.

O partido, em especial Eduardo Cunha, não considera mais o ministro Pepe Vargas (Relações Institucionais) como interlocutor. Além disso, peemedebistas rejeitam liderar o governo no Senado e já impõem dificuldades para aprovar o próximo nomeado por Dilma para o Supremo Tribunal Federal. Afirmam que, se o indicado for o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, seu nome não passará na sabatina.

Em geral, o partido já mira dois eventos políticos nesta legislatura que deverão levar à cisão completa da aliança: as eleições municipais de 2016 e a sucessão da Mesa Diretora da Câmara, em janeiro de 2017. Nas eleições municipais, embora algumas alianças entre ambos estejam já em curso, como em São Paulo, a avaliação é que a guerra se dará nas pequena e médias cidades.

Já a sucessão de Eduardo Cunha, logo após a eleição municipal, também iria colaborar para a separação, tendo em vista que o grupo que elegeu o peemedebista tentará se manter no poder à revelia do PT.

Essa nova fase do PMDB inclui até mesmo mudanças internas. Está em curso uma articulação para tirar Michel Temer da presidência do partido e colocar alguém mais identificado com o novo perfil da legenda: a independência em relação ao Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de sofrer a primeira derrota política do segundo mandato, a presidente Dilma Rousseff iniciou um movimento para reconstruir pontes com o PMDB e a base aliada do governo no Congresso. Antes mesmo do resultado da eleição que levou à presidência da Câmara o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ministros do PT entraram em campo para propor um "pacto de governabilidade" ao antigo desafeto.

Dilma acompanhou a disputa do Palácio da Alvorada e almoçou com os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Jaques Wagner (Defesa), Pepe Vargas (Relações Institucionais) e Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência). A presidente deu carta branca para a aproximação com Cunha e o vice Michel Temer (PMDB) foi acionado para ajudar nesse movimento.

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"Não acredito que Eduardo Cunha vá agir como inimigo. Durante o processo eleitoral, ele rompeu alguns cercadinhos que eu não rompi, mas ninguém pode sentar na cadeira de presidente da Câmara e virar oposição", afirmou o deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), que perdeu a eleição para Cunha. O petista admitiu, porém, que a partir de agora o governo fica "no limite da instabilidade" na Câmara. "Não se pode, depois da eleição, ser sangue para todo o lado. Vamos apostar no diálogo para garantir a governabilidade", emendou José Guimarães (PT-CE), um dos coordenadores da campanha de Chinaglia.

Pauta

A derrota do petista é preocupante para Dilma porque expôs a insatisfação dos deputados com o Planalto e com o PT, além de escancarar a fragilidade da articulação política com o Congresso. No Senado, o governo comemorou a recondução de Renan Calheiros (PMDB) à presidência da Casa e acredita que, apesar de dividido, o PMDB ali não dará dor de cabeça porque é mais fácil a "repactuação".

O temor do Planalto e da cúpula do PT, agora, é com a inclusão de uma "pauta bomba" na Câmara, com projetos que aumentem as despesas do governo, em tempos de dificuldades na economia. Não é só: Cunha também já prometeu apoiar uma nova CPI sobre corrupção na Petrobrás.

Na avaliação do Planalto, a eleição foi marcada por um jogo de traições da base aliada, no rastro da Operação Lava Jato, que escancarou um esquema de corrupção na Petrobras. Em conversa reservada, um ministro disse ao Estado que Cunha se comportará como "embaixador dos grandes interesses econômicos". O governo, agora, vai usar as nomeações do segundo escalão para abrir o diálogo com o PMDB e outros partidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder da bancada do PT na Câmara dos Deputados, Vicentinho (SP), disse que o partido definirá na próxima terça-feira (9) seu candidato para a presidir a Casa no próximo biênio. O petista admitiu que a bancada poderá apoiar um parlamentar de outro legenda. "Temos direito de apresentar o nosso nome ou um nome de outro partido", declarou.

Vicentinho negou que a posição do PT seja de "afronta" à candidatura do peemedebista Eduardo Cunha (RJ). O líder da bancada do PMDB lançou-se nesta semana como candidato à sucessão do também peemedebista Henrique Eduardo Alves (RN), enterrando de vez as expectativas dos petistas de manter o rodízio entre PT e PMDB na presidência da Casa. O deputado evitou comentar a candidatura de Cunha. "Prefiro responder que temos nomes melhores", disse.

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Uma mulher de 37 anos foi morta com um tiro na cabeça e outra, de 44 anos, ferida no braço com um disparo em tentativa de assalto no começo da noite de domingo (16) na estrada Paraty-Cunha. As vítimas seriam de Lorena (SP), no Vale do Paraíba, e voltavam de um fim de semana na praia. O marido de uma delas, de 40 anos, e a filha do casal, de 11 anos, também estavam no carro, mas não se feriram. Ninguém foi preso.

Segundo a Polícia Militar, dois homens armados saltaram na frente do carro ainda na altura de Paraty, no litoral Sul Fluminense. O local da abordagem seria um trecho em obras da rodovia, que obriga os motoristas a reduzir a velocidade. O homem teria acelerado e a dupla atirou, atingindo as duas mulheres. A de 37 anos, que estava no banco do carona, foi atingida na cabeça. A de 44 anos estava no banco traseiro.

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Mesmo com as duas mulheres baleadas, o motorista teria seguido até Cunha, já em São Paulo, à procura de um hospital. A vítima baleada na cabeça chegou já sem vida à unidade. A outra, atingida no braço, foi internada e não corre risco de morrer.

O carro da família foi levado para a delegacia de Polícia Civil de Cunha (SP) para ser periciado. O caso, entretanto, foi registrado em Paraty, como latrocínio.

Vice-presidente do PT, José Guimarães (CE) afirmou nesta quinta-feira que o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) é oposição e não pode ser apoiado para ocupar a cadeira de presidente da Câmara. Cunha já é apresentado como candidato à Presidência da Casa, mas sofre resistência de petistas por sua atuação no 'blocão', que tem trabalhado contra o governo.

Em reunião da bancada do PT na Câmara, Guimarães foi questionado por um jornalista sobre a possibilidade de o partido encampar a candidatura do peemedebista. "O Cunha é oposição", respondeu, acenando negativamente com a cabeça.

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O parlamentar defende alternativas ao nome de Cunha, mesmo que o PT abra mão de fazer uma indicação própria. "Se o PMDB oferecer uma alternativa, o PT pode negociar", disse, sem opinar sobre um possível nome do PMDB que agradaria sua bancada. Outra opção, segundo ele, seria um acordo para que PT e PMDB ocupem a vaga por dois anos cada.

O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), conseguiu fechar o apoio de cinco partidos para sua chapa para disputar a presidência da Casa em 2015. Além da bancada peemedebista, Cunha fechou acordo com PTB, PR, PSC e Solidariedade (SDD). Essas legendas terão 152 deputados na legislatura que toma posse em fevereiro.

O acordo foi selado em um almoço no apartamento do líder do PMDB em Brasília, onde líderes partidários se reuniram para discutir a manutenção do "blocão" que desafiou o Palácio do Planalto no ano passado. "Foi feita essa discussão durante a semana (passada) e tem apoio da bancada para a candidatura", disse o presidente do SDD, deputado Paulinho da Força.

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Ao ser questionado sobre a resistência que o governo e o PT farão à candidatura de Cunha, Paulinho afirmou que é possível "amarrar" um acordo maior com outros partidos para eleger o peemedebista. "O governo vai fazer todo um trabalho (para evitar a eleição de Cunha), mas, se a gente amarrar bem, a gente ganha", indicou.

Apesar do apoio declarado do SDD, Cunha saiu do encontro afirmando que foi apenas "uma conversa bastante simples" na intenção de formalizar o blocão de atuação parlamentar. Cunha também falou que irá conversar com outros partidos para construir uma "candidatura fortalecida" para concorrer na Câmara. Questionado sobre a possibilidade de concorrer contra um candidato do PT, o líder do PMDB afirmou que "o clima hoje não está harmônico para que o comando do Legislativo fique sob comando do Executivo", em referência ao fato do PT ocupar a Presidência da República.

O líder do PTB, Jovair Arantes (GO), disse que "há um grande entusiasmo com a candidatura" de Cunha na sua bancada e que o apoio será colocado em discussão. Arantes rompeu com a cúpula do partido para apoiar Dilma na eleição presidencial, contrariando orientação do presidente do PTB, Benito Gama, que cedeu o apoio da sigla para Aécio Neves (PSDB).

O discurso do presidente do PT, Rui Falcão, de que o partido estaria disposto a apoiar um nome que não fosse petista foi recebida com ironia por peemedebistas. "O Rui Falcão deu uma boa declaração quando disse que o PT quer lançar candidato ou influir na eleição. Ele pode influir apoiando (Cunha)", disse o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA).

Cunha minimizou o fato de o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, ter convidado os novos deputados eleitos pelo partido que tomam posse no próximo ano para um jantar no Palácio do Jaburu. Na avaliação do líder, isso não sinaliza que Temer estaria trabalhando contra sua candidatura. Segundo ele, não existe "essa possibilidade" de uma campanha liderada por Temer contra sua candidatura. "O que Michel está fazendo é receber o PMDB, incluindo os deputados, senadores e governadores eleitos, que é maior que a bancada da Câmara".

Cunha não quis comentar a chamada pauta bomba que o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), montou e é vista pelo Palácio do Planalto como uma agenda para revidar a derrota sofrida por ele no Rio Grande do Norte. "Quem faz a pauta é o presidente da Câmara, não sou eu. Tem que perguntar para ele (se é pauta bomba)", disse.

O relator da Medida Provisória 627, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse nesta quarta-feira, 26, que não descarta a possibilidade de discutir em uma outra proposta os temas da MP sobre os quais não haja consenso. A votação da MP, também conhecida como Medida Provisória das Coligadas, teve início hoje na Comissão Mista do Congresso que trata sobre o tema. A previsão é que ao menos 10 parlamentares discursem antes de se iniciar a votação.

"O próprio governo manifestou a intenção de continuar discutindo a matéria. Temos a Medida Provisória 634, que trata de matéria tributária. A gente, em consonância com esse processo, vai continuar discutindo e é muito provável que alguma mudança venha na 634", afirmou Cunha no início da sessão.

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, sinalizou aos empresários em encontro realizado no último dia 12 a intenção do governo de se criar uma nova medida provisória, caso não seja possível esgotar todas as demandas na MP das Coligadas. A MP 634 citada pelo relator prorroga o prazo para a destinação de recursos aos Fundos Fiscais de Investimentos e altera a legislação tributária.

O peemedebista também fez um "apelo" para se votar a proposta hoje na comissão, uma vez que o prazo limite da vigência da MP das Coligadas vence no próximo dia 21 de abril e a proposta ainda precisa ser discutida no plenário da Câmara e do Senado. "Lembrando que 16 de abril é o prazo para acabar essa votação em razão da Semana Santa. Estamos muito em cima", afirmou.

Correções

Antes, Cunha informou que fez algumas correções no texto do relatório apresentado ontem. Segundo ele, são "erratas" para corrigir alguns problemas de redação. Entre as mudanças, ele incluiu a possibilidade de o governo ampliar os setores beneficiados com um desconto de 9%, por meio de crédito presumido, sobre o lucro a ser tributado no exterior, desde que não afete os investimentos no Brasil. O relatório já concede esse benefício para as empresas de fabricação de bebidas, de produtos alimentícios e de construção de edifícios e obras de infraestrutura.

Críticas

O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) questionou hoje a inclusão no relatório do deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) de várias emendas "estranhas" ao tema da Medida Provisória 627. Ele defendeu que essas emendas não sejam aprovadas independentemente do mérito.

Maia afirmou que algumas delas são polêmicas. Entre as emendas acatadas pelo relator, apresentadas por parlamentares da Comissão Mista que analisa a MP, estão mudanças na lei de planos e seguros privados e benefícios para a comercialização da soja e para fabricantes de pneus na Zona Franca de Manaus.

O Palácio do Planalto montou uma força-tarefa para minimizar as resistências do líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), ao projeto de lei do Marco Civil da Internet, que deve entrar na pauta de discussões da Casa nesta terça-feira, 18. Às 18h30 desta segunda-feira, 17, Cunha se reunirá no Planalto com o vice-presidente, Michel Temer, e os ministros da Justiça, José Eduardo Cardozo, e da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Eles vão discutir a posição da bancada do PMDB e tentar diminuir a crise entre o Executivo e o partido, acentuada nas últimas semanas.

"A mim não cabe ceder nada porque a posição é da bancada. Escutarei e, se for o caso, levo (os pedidos do Executivo) à bancada. Ela é quem decide, eu não decido nada", disse Cunha no sábado, 15, em entrevista ao Broadcast Político, serviço de informações da Agência Estado.

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Os principais líderes do PMDB na Câmara dos Deputados não prestigiaram a cerimônia de posse de seis novos ministros hoje pela manhã, no Palácio do Planalto. Pivô da crise, Cunha fez questão de dizer que só chegará a Brasília no final da tarde. Já o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), alegou compromissos pré-agendados em seu Estado para não comparecer ao evento. Coube ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), representar o partido na solenidade.

A bancada do PMDB na Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (11) uma moção de solidariedade ao líder do partido, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). O texto de apoio foi aprovado em reunião da bancada, que está sendo realizada nesta tarde, e é uma resposta à tentativa do governo de isolar o líder peemedebista e, assim, evitar o crescimento do grupo de aliados radicais que, descontentes com o Planalto, ameaçam criar dificuldades em votações de interesse do governo.

No texto, os deputados afirmam que os ataques a Cunha "são ataques ao PMDB" e reafirmam a confiança no líder. Na avaliação dos parlamentares, os ataques e agressões a Cunha "extrapolam o patamar da civilidade em quaisquer das relações".

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Membros do chamado "blocão", grupo de deputados federais da base insatisfeitos com a articulação política do governo e que tenta aprovar matérias contrárias aos interesses do Planalto, fizeram nesta terça-feira um desagravo ao líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), e mantiveram a intenção de apoiar um requerimento para investigar denúncias de corrupção que envolvem a Petrobrás.

O líder peemedebista, pivô da crise da Câmara com o Palácio do Planalto, trocou farpas no feriado de Carnaval com o presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão, e sofre um processo de isolamento político comandado pelo governo.

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"O Eduardo Cunha foi injustiçado e no nosso entendimento está sendo agredido de forma muito forte, principalmente pelo PT", disse o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), que participou nesta tarde de um almoço com os integrantes do "blocão".

Além de Jovair Arantes, estiveram no encontro o próprio Eduardo Cunha e representantes do PP, PDT, PSC, PR, PROS e SDD - este último da oposição. No almoço, realizado no apartamento funcional do deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG), os deputados decidiram manter o esforço pela aprovação de um requerimento que cria uma comissão externa para acompanhar, na Holanda, investigações do esquema de pagamento de subornos a empresas de vários países, no qual a Petrobras é mencionada. O requerimento conta com forte resistência do governo, que defende a sua retirada de pauta.

O líder do PTB, escolhido pelos colegas para falar pelo "blocão" após esta reunião, rebateu as críticas de deputados do PT, que disseram que a comissão externa não teria razão de existir e que seus membros iriam "passear" na Holanda. Para Arantes, a Câmara precisa se posicionar uma vez que a estatal é citada em denúncias de corrupção.

Convocações

Após a reunião desta tarde, Jovair Arantes afirmou ainda que a maioria dos deputados apoia a convocação do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para explicar o uso de avião da Força Aérea Brasileira (FAB) durante o feriado de Carnaval. Diversos requerimentos para a convocação de ministros devem ser votados nas comissões nesta semana, em mais um ingrediente da crise política entre o Executivo e o Legislativo. O PT tenta transformar as convocações em convites, que têm menor peso político.

O líder do PR na Câmara, deputado Anthony Garotinho (RJ), voltou à tribuna da Casa na tarde desta quinta-feira reafirmou o discurso feito na noite desta quarta-feira, 8, que acabou provocando a interrupção da sessão na qual seria votada a Medida Provisória 595, a MP dos Portos. "O melhor que aconteceu para o Brasil foi não ter sido votado aquele arranjo, aquela coisa grotesca", classificou o deputado. Para Garotinho, grupos econômicos atuam no Congresso para evitar mudanças no setor. "O que falei ontem está mantido", reforçou.

Segundo Garotinho, a emenda aglutinativa que seria votada nesta quarta em substituição ao texto aprovado pela Comissão Especial Mista atende a interesses de empresários do setor portuário. Afirmou também que na última semana foram vistos lobistas do setor circulando pelos corredores da Casa, entre eles Daniel Dantas.

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Perante um plenário vazio, Garotinho disse que após café da manhã com o presidente do PR, senador Alfredo Nascimento (AM), ficou acertado que ele continuará na liderança da bancada na Casa. Chamando a MP dos Portos de "MP dos Porcos", o parlamentar fluminense afirmou que não impediu a Câmara de realizar a votação, mas que os deputados, "por prudência" não votaram a emenda aglutinativa pois sabem que a denúncia feita por ele é verdadeira.

"É a emenda Tio Patinhas mesmo", reiterou. De acordo com Garotinho, alguns itens da emenda aglutinativa, como as que tratam das questões trabalhistas, são legítimas, porém "o resto é negócio mesmo".

Em tom de ironia, o deputado disse que está aguardando ser chamado ao Conselho de Ética - como pediram alguns parlamentares na sessão de quarta-feira - e que suas denúncias realmente precisam ser apuradas. "Eu quero ser chamado", respondeu aos jornalistas.

Garotinho enfatizou que as informações que dispõe só serão reveladas ao Conselho de Ética, caso seja convocado. "Você acha que eu diria o que disse ontem se eu soubesse só isso?", provocou. Ele negou que tenha comentado nos bastidores sobre supostos pagamentos a parlamentares e não apontou nomes de envolvidos. "Eu não nomeei ninguém. Quem se sentiu ofendido vestiu a carapuça", afirmou.

O advogado do deputado João Paulo Cunha (PT-SP), Alberto Toron, espera que a decisão do Supremo Tribunal Federal, no processo do mensalão, seja semelhante à tomada no caso do ex-presidente Fernando Collor de Mello, hoje senador pelo PTB. Collor foi absolvido pelo tribunal,por falta de provas, da denúncia de envolvimento no esquema de corrupção.

Para Toron, o caso do mensalão é semelhante porque a procuradoria não conseguirá provar as denúncias. "A acusação é manifestamente improcedente. Espero que o STF, a exemplo do que ocorreu no caso do presidente Collor, o absolva", disse o advogado de João Paulo Cunha, antes do início da sessão.

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O advogado afirmou que a absolvição não colocaria o STF como conivente com corrupção. "Se não condenar, não significa que o tribunal está conluiado com a corrupção. Simplesmente, a questão é de prova. Se não se provou, não se pode condenar."

Ele comentou ainda o bate-boca entre os ministros Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandovski na sessão de quinta-feira. Para Toron, o presidente do tribunal, Carlos Ayres Britto, deveria ter interferido. "O nervosismo pode atrapalhar o julgamento. Naquele debate áspero dos ministros Joaquim e Lewandovski faltou a interferência da Presidência para impedir excessos."

A Justiça de Alagoas considerou culpados por homicídios duplamente e triplamente qualificados o ex-deputado federal Talvane Albuquerque Neto e quatro assessores dele, Alécio César Alves Vasco, Jadielson Barbosa da Silva, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros da Silva, pela morte da deputada alagoana Ceci Cunha e de três familiares, em 16 de dezembro de 1998, crime conhecido como Chacina da Gruta.

Em relação ao assassinato da deputada, a Justiça entendeu tratar-se de homicídio duplamente qualificado; já na morte dos três familiares de Ceci Cunha, o homicídio teve uma tripla qualificação. A pena para cada um dos cinco réus ainda não foi divulgada. No crime, foram assassinados a deputada alagoana Ceci Cunha, o marido, Juvenal Cunha, a sogra, Ítala Neyde Maranhão Pureza, e o cunhado, Iran Carlos Maranhão.

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Silva foi apontado como um dos atiradores por Claudinete Santos Maranhão, irmã de Ceci, que estava no local da chacina e conseguiu escapar dos atiradores.

Após ter a sua renovação anunciada, o atacante Thiago Cunha decidiu acertar sua transferência para o Guaratinguetá, de São Paulo. Porém, a diretoria tricolor não quer deixar o atleta sair do Arruda sem antes pagar uma dívida de R$ 300 mil. O débito é referente à primeira passagem do atacante pelo clube, em 2008.  

Na ocasião, Thiago Cunha (na época conhecido como Thiago Capixaba) se destacou de forma muito rápida. Os gols no Campeonato Pernambucano o colocaram na vitrine. Aí começaram os problemas. 

Após uma denúncia, foi revelado que Thiago Capixaba, na verdade, era Fábio. Ou Fábio seria Thiago? O jogador tinha duas inscrições na CBF: uma como Thiago e a outra como Fábio dos Santos Cunha. Para não criar problemas, decidiu juntar o útil ao agradável e virar Thiago Cunha.

 

Com toda a confusão e a polêmica saída para o Palmeiras, o atacante entrou com um processo contra o Santa Cruz. Em primeira instância, o juiz decretou vitória para o atleta, tendo o clube que pagar R$ 2 milhões. O time coral, no entanto, recorreu, alegando que o jogador havia passado 28 dias no clube, e depois havia entrado na Justiça requerendo a liberação e conseguido a liminar.

Em entrevista ao repórter da Transamérica, Ricardo Luis, o vice-presidente jurídico do Santa, Eduardo Lopes, explicou a situação. “Depois da primeira sentença beneficiando Thiago, entramos com um recurso, e vencemos por 3 a 0, modificando totalmente a decisão, pois Thiago havia abandonado sem base legal, e por isso, deveria ser penalizado pelo prejuízo que nos deixou”, afirmou.

De forma inédita, a situação foi revertida e, com isso, Cunha que passou a ser credor dos tricolores. “Hoje, o valor pode estar passando de R$ 300 mil, e o clube fará todo esforço para receber, de todas as formas, bloqueando patrimônio, qualquer coisa. Quando ele veio, há um ano, o processo existia, mas somente agora houve o transitado em julgado. Por isso, no começo de 2011, ninguém podia dizer que Thiago era devedor, pois havia recurso. Hoje, com a decisão final, pode-se dizer que ele é devedor”, finalizou.

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