Tópicos | déficit

Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro deram prejuízos e, contrariando o discurso que mantiveram por anos, os executivos responsáveis pela organização do evento alegam que sempre precisaram de ajuda pública e que o rombo gerado é culpa da prefeitura e do governo federal. Dados das demonstrações contábeis do Comitê Rio-2016 e auditoria independente revelam que, ao final de 2016, a entidade registrava um déficit de R$ 132 milhões.

O informe foi aprovado pela direção da entidade em fevereiro deste ano e indica que, até o dia 31 de dezembro de 2016, "existia um passivo a descoberto de R$ 132 milhões". A entidade não deixa dúvidas de que "espera que seja aportado pelo governo do estado e município do Rio de Janeiro". Os dados, segundo a auditoria, "indicam a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa quanto a capacidade da entidade em liquidar seus passivos".

##RECOMENDA##

Mas o documento também contraria o discurso que por anos foi adotado pelos organizadores, insistindo que não deveria haver dinheiro público no evento e que apenas obras externas ficariam com a prefeitura, estado ou governo federal.

No informe, porém, os dados revelam que "subsídios" dos três níveis de governo eram "essenciais para o equilíbrio orçamentário da entidade (Comitê Rio-2016), e principalmente para garantir a inexistência de déficit, haja visto que desde a candidatura já se estimava que as receitas próprias do Rio-2016 não seriam suficientes para suportar todas as despesas necessárias para a organização dos Jogos".

Para explicar o buraco, porém, os organizadores culpam os governos. Segundo o informe, em 10 de fevereiro de 2015, foi assinado entre o Rio-2016 e a prefeitura um acordo que estabelecia a "obrigação de adquirir bens e serviços de infraestrutura necessários para o funcionamento do IBC, em contrapartida a transferência para a prefeitura de parte dos cursos com energia temporário, em igual valor".

"Contudo, em 2016, a prefeitura não assumiu a parte do custo de energia temporário, que acabou sendo suportado em parte pela União. Assim, dado que o Comitê Rio-2016 arcou com as despesas de infraestrutura do IBC e parte da energia temporária sem nenhuma contrapartida do município, o orçamento da entidade foi onerado em cerca de R$ 200 milhões", explicou.

Durante o ano de 2016, o governo federal ainda ficaria com os custos de energia e o governo do estado do Rio, com os serviços de água e esgoto. Por sua parte, a Prefeitura do Rio arcaria com a limpeza, construções de algumas estruturas temporárias, fornecimento de combustível para geradores, mobiliário e computadores.

RECEITA - Mas nem isso foi suficiente para fechar as contas. "No primeiro semestre do ano passado, diversos fatores externos começaram a impactar diretamente na venda de ingressos, acomodações, hospitalidade, patrocínios entre outras fontes de receitas do comitê", apontam os documentos. "Os principais fatores que afetaram a receita foram: crise econômica do país, instabilidade política e surto de zika. Ademais, havia uma baixa procura de ingressos paralímpicos e patrocínios", indicam.

O resultado foi a decisão dos organizadores de "reduzir as atividades dos Paralímpicos de maneira significativa". Essa medida foi comunicada aos governos, assim como a previsão de déficit e necessidades de recursos.

Mas, de acordo com o balanço, o presidente Michel Temer se recusou a reduzir a dimensão do evento e, num comunicado interno de 15 de julho de 2016, o governo garantiria R$ 250 milhões para o evento. Os recursos seriam divididos entre os diferentes níveis de administração.

Segundo o informe, porém, o problema é que essa promessa não foi cumprida. Dos R$ 150 milhões que viriam da prefeitura, foram enviados apenas R$ 30 milhões. Uma parcela do que viria do governo federal em forma de patrocínio também não foi desembolsado e, no total, os entes públicos teriam uma dívida que chegaria a mais de R$ 170 milhões.

"Dado que os compromissos da prefeitura e da União não foram totalmente executados, no ano de 2016, a entidade apresentou déficit acumulado de US$ 132 milhões que, segundo o Rio-2016, deverá ser resolvido assim que a prefeitura e o governo federal honrem com os compromissos assumidos", alerta o balanço, que ainda lembra que esses compromissos do estado brasileiro também foram assumidos com o COI.

SALÁRIOS - Se o evento terminou no vermelho, os dados revelam que os oito diretores-executivos do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos tiveram sucessivos aumentos de pagamentos que totalizam R$ 33,2 milhões entre 2011 e 2016. Os valores incluem salários e gastos.

O grupo inclui oito executivos que, no fundo, foram os responsáveis por organizar o evento milionário. Apesar da "transparência", os valores não incluem pagamentos eventuais ao presidente do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman. Oficialmente, ele insiste que não recebe nada.

À medida que o evento se aproximava, o valor do pagamento aumentava. Em 2011, foram R$ 2,7 milhões pagos aos oito executivos. No ano seguinte, o valor passou para R$ 3,1 milhões. Em 2013, já era de R$ 5 milhões, contra R$ 7,3 milhões em 2014 e R$ 8,3 milhões em 2015. Os valores de 2016 chegaram a R$ 6,4 milhões.

Em gastos de viagens, o Rio-2016 ainda destinou R$ 24 milhões por ano, entre 2014 e 2015. Os dados também fazem parte dos balanços financeiros. Em 2016, esse gasto foi de mais R$ 22 milhões. O Rio-2016 ainda gastou R$ 7,7 milhões com honorários de advogados e R$ 2,9 milhões com serviços de lavanderia.

Os fundos de pensão fecharam 2016 com rombo de R$ 70,6 bilhões, segundo levantamento da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), o xerife do setor. O dado preocupa por causa da rápida expansão do déficit do sistema, que subiu 700% em quatro anos - em 2012, o buraco era de R$ 9 bilhões. O rombo subiu para R$ 21 bilhões em 2013 e para R$ 31 bilhões no ano seguinte. O déficit atingiu seu ápice em 2015, quando somou R$ 77,8 bilhões.

A indústria dos fundos de pensão é composta por 307 entidades, que administram 1.137 planos de benefícios. Juntas, elas detêm quase R$ 800 bilhões em investimentos, que representam 12,6% do PIB nacional. São 7,2 milhões de associados, entre participantes que estão na ativa, dependentes e assistidos.

##RECOMENDA##

Um plano de aposentadoria registra déficit quando os ativos não são suficientes para pagar os benefícios previstos até o último participante vivo do plano. A nova regulação não exige o equacionamento de todo o déficit. A norma em vigor permite que planos com população mais jovem tenham mais tempo para administrar os desequilíbrios. Para cobrir o déficit, participantes e patrocinadores precisam injetar mais dinheiro nos planos por meio de contribuições extras.

Fundo de pensão é uma poupança formada por trabalhadores de uma mesma empresa com a finalidade de complementar a aposentadoria. O dinheiro é gerido por um colegiado com representantes indicados pelas empresas e pelos trabalhadores. Os maiores fundos são de empresas estatais, criados há mais tempo.

Dez planos concentram 88% do déficit de todo o sistema. Dos maiores, apenas a Previ (dos funcionários do Banco do Brasil) já informou que fechou 2016 com superávit de R$ 2 bilhões. Os balanços da Petros (Petrobras), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios) ainda não foram divulgados, mas o Estado apurou que o déficit das três fundações somado deve ultrapassar R$ 30 bilhões. Entre participantes que ainda estão trabalhando, dependentes e assistidos, as três têm mais de um milhão de associados.

Ápice

O novo diretor-superintendente da Previc, Fábio Coelho, afirma que o "ápice" do déficit do segmento foi verificado em dezembro de 2015, quando bateu na ordem de 9% do total dos ativos. "A tendência é que nos próximos meses tenhamos uma redução maior", afirma, em sua primeira entrevista exclusiva. Os elementos que devem contribuir para essa reversão, segundo ele, são a inflação mais controlada, a retomada da atividade e o comportamento mais benigno da Bolsa. "Nossa expectativa é que 2017 seja um ano de transição tanto do ponto de vista da mudança da supervisão como também da retomada dos ativos", diz.

Coelho afirma que grande parte dos rombos registrados nos últimos anos teve origem em "agendas econômicas": "Ao mesmo tempo em que o passivo aumentou por conta da longevidade e por pressões inflacionárias, tivemos também uma redução dos ativos por conta da recessão econômica e de investimentos não 'performados'."

Conselheiros que representam os participantes, porém, afirmam que os prejuízos também foram causados por investimentos que eram considerados apostas nos governos Lula e Dilma, como Sete Brasil, Invepar e Oi. Na visão deles, os governos anteriores pressionaram as entidades a dividir o risco desses projetos e deixaram aos participantes os prejuízos.

Casos de fraude e má gestão motivaram a criação de uma CPI na Câmara dos Deputados para apurar irregularidades dos fundos ligados às estatais. O relatório final apontou prejuízos de R$ 6,6 bilhões causados por má gestão, fraudes e ingerência política nos quatro maiores fundos de pensão das estatais. Abastecida de informações da própria Previc, a Polícia Federal já deflagrou duas fases da Operação Greenfield, que investiga supostos desvios nessas fundações.

"A fotografia do nosso sistema continua sendo favorável. Esses são casos fora da curva, casos de polícia, que precisam ser investigados e punidos", afirma Luís Ricardo Marcondes Martins, presidente da associação que representa o setor (Abrapp): "Um sistema que paga R$ 12 bilhões de benefícios por ano não admite amadorismos".

Segurança

A servidora Ângela Maria Fabri Peçanha completa 60 anos no próximo dia 12, quando se aposentará da função de agente dos Correios. "Deveria estar tranquila porque chegou a hora da minha sagrada aposentadoria depois de trabalhar 42 anos na empresa, mas estou completamente insegura", afirma. "Todo ano tem déficit. Parece um buraco sem fundo. A gente ouve que recuperou e prendeu os antigos dirigentes. Mas cadê o dinheiro de volta?", questiona.

Ela começou a trabalhar como telefonista em uma agência dos Correios a quatro dias de completar 18 anos. A adesão ao Postalis foi feita assim que o fundo foi criado, em 1981. Às vésperas de se aposentar, com medo de não ter garantido o pagamento dos benefícios pela entidade, Ângela pensa em fazer a portabilidade para a previdência privada de um banco. "Queria ter um pouco mais de segurança", diz.

Quase um terço do benefício que ela passará a receber será descontado para cobrir o rombo do Postalis, que vem apresentando déficits seguidos nos últimos anos. Desde o ano passado, quase 76 mil funcionários, aposentados e pensionistas, além dos Correios, pagam contribuições extras para equacionar o rombo do plano de benefício definido (um tipo de plano mais antigo, que foi suspenso a novos participantes, em que o benefício era previamente estipulado, independentemente da evolução das contribuições).

O desconto mensal atual, de 17,92%, foi calculado para cobrir o rombo de 2014, de R$ 5,6 bilhões. Ele incide sobre o valor da aposentadoria, da pensão ou do valor previsto para o benefício. Nesse porcentual está incorporada a contribuição extra anterior, de R$ 3,94 bilhões, que estava sendo feita para cobrir o déficit de R$ 1 bilhão de 2012 e 2013. Esse desconto deve aumentar neste ano. Isso porque, para equacionar o rombo de 2015 (R$ 1,4 bilhão), a contribuição extra deve subir mais 2,73 pontos porcentuais, chegando a 20,65%. Se incluídos os 9% de custeio mais taxa de administração, a tesourada ultrapassa 30%. A contribuição extra ainda poderá aumentar porque o Postalis também deve registrar um déficit. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A copeira Rosiane Merlone, de 31 anos, passou pela angústia de uma cesárea de emergência, duas hemorragias e ainda ver a filha entubada logo após nascer. Como se não bastasse isso, ainda teve de ouvir dos médicos para "não cruzar os braços" na tentativa de buscar leito especializado para a bebê, nascida com um quadro grave de cardiopatia - como se a transferência da pequena Milena dependesse só do esforço dos pais.

"Os médicos diziam que o caso dela era muito grave e que era para a gente correr atrás de uma transferência com urgência porque eles não estavam conseguindo vaga em nenhum hospital e, a qualquer momento, minha filha podia não responder mais ao tratamento", conta Rosiane, que deu à luz em 9 de outubro, em uma maternidade municipal de São Paulo.

##RECOMENDA##

Embora soubesse que sua atuação na busca por leito era limitada, Rosiane tentou tudo para salvar a filha. Procurou a Defensoria e até uma emissora de TV para contar seu drama.

"Mesmo assim demorou mais de um mês para ser transferida", conta a mãe. Após ser transferida, Milena passou por cateterismo e ainda ficou mais três meses internada.

O bebê foi conhecer sua casa só em 17 de fevereiro. "No tempo em hospitais, pegou bactéria, teve AVC (acidente vascular cerebral). Nosso medo era de receber a pior notícia dos médicos. Ainda bem que essa notícia não veio", afirma Rosiane.

Consequência do déficit de leitos pediátricos na rede pública de Goiás, a superlotação de uma unidade de tratamento semi-intensivo neonatal do Hospital Materno Infantil, referência em Goiânia, pode ter sido responsável pela morte de dois bebês por infecção hospitalar neste mês.

"Estamos investigando a raiz desse surto de KPC (superbactéria), mas, sem dúvida, a superlotação da Ucin (Unidade de Cuidado Intermediário Neonatal) contribuiu para essa situação. Temos uma capacidade instalada de 22 leitos na unidade e, no período em que ocorreu o surto, estávamos com 36 bebês internados", afirma Rita Leal, diretora regional do Instituto de Gestão e Humanização (IGH), organização social que administra o Hospital Materno Infantil.

##RECOMENDA##

Ela explica que, embora a superlotação aumente o risco para os pacientes, o hospital não pode negar atendimento aos bebês e gestantes que procuram a unidade. "Somos um hospital porta aberta. Temos de atender a quem procura. No entanto, é claro que quando você tem uma superlotação, há problemas. A distância adequada entre os leitos não é respeitada e o número de profissionais é insuficiente para todos os pacientes", afirma Rita.

Rita ressalta que, assim que o surto foi identificado, todas as providências foram tomadas para isolar os pacientes com suspeita de infecção e evitar novas contaminações. "Colocamos uma equipe exclusiva pra cuidar desses bebês,", afirma. Procurada, a Secretaria de Saúde de Goiás não se manifestou.

A seguridade social teve déficit de R$ 258,7 bilhões em 2016, de acordo com balanço divulgado nesta terça-feira, 14, pelo Ministério da Previdência. O valor corresponde a 4,1% do PIB. O resultado negativo, que inclui receitas e despesas com a saúde, Previdência e assistência social, aumentou 55,4% em relação ao ano anterior.

As receitas da seguridade social somaram R$ 613,2 bilhões (9,8% do PIB), incluindo contribuições sociais. Já as despesas totalizaram R$ 871,8 bilhões (13,9% do PIB) e contemplam benefícios do INSS, servidores inativos, abono, seguro-desemprego, Bolsa Família, despesas de custeio da Saúde e outros. "O aumento do déficit na Previdência provoca a redução dos recursos alocados para as demais áreas", ressalta a pasta.

##RECOMENDA##

Instituições financeiras consultadas pelo Ministério da Fazenda esperam que o déficit primário do Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) termine este ano em R$ 148,3 bilhões.

Segundo a previsão, o desfalque nas contas públicas será maior que a meta de resultado fiscal perseguida pelo governo para este ano, que é déficit de R$ 139 bilhões.

##RECOMENDA##

A estimativa consta na pesquisa Prisma Fiscal, elaborada pela Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, com base em informações do mercado financeiro. O resultado foi divulgado hoje (12), em Brasília. Para 2018, a estimativa é déficit de R$ 125,9 bilhões.

A projeção da arrecadação das receitas federais este ano caiu de R$ 1,356 trilhão para R$ 1,345 trilhão. Para 2018, a estimativa recuou de R$ 1,465 para R$ 1,458 trilhão.

Receita líquida

Para a receita líquida do Governo Central a estimativa para este ano manteve-se próxima da estabilidade, em R$ 1,160 trilhão.

No caso da Despesa Total do Governo Central, a projeção chega a R$ 1,312 trilhão em 2017 e R$ 1,376 trilhão no ano que vem.

A pesquisa apresenta também a projeção para a dívida bruta do Governo Central, que, na avaliação das instituições financeiras, deve cair de 77,7% do Produto Interno Bruto (PIB – a soma de todas as riquezas produzidas pelo país) para 76,8% este ano. Para 2017, a estimativa está em 80,4% do PIB.

Com déficit de R$ 13 bilhões acumulado nos últimos dois anos e pedido de autorização para decretar calamidade financeira enviado à Assembleia Legislativa, o Estado de Minas Gerais agora tenta negociar com o governo federal nova suspensão do pagamento da dívida, em torno de R$ 88 bilhões.

Segundo o governador do Estado, Fernando Pimentel (PT), o assunto foi discutido nesta terça-feira, 6, por telefone com o presidente Michael Temer (PMDB). "Ele demonstrou preocupação com a situação não só de Minas Gerais, mas também de outros Estados, e disse que trabalha em uma solução que a possa nos atender também", afirmou nesta terça o governador, depois de reunião com representantes da Assembleia, Tribunal de Justiça e Ministério Público, no Palácio da Liberdade, para discutir a situação financeira do Estado.

##RECOMENDA##

O secretário de Estado da Fazenda, José Afonso Bicalho, contou os termos da negociação com o governo. "O que a gente quer é que, nos dê, primeiro, o não pagamento de todas as dívidas, mas de uma forma negociada. Não queremos tomar nenhuma medida de forma unilateral", disse Bicalho, que negou a possibilidade de o Estado decretar moratória.

Por acordo com a União, desde junho Minas e outros estados tiveram suspensão do pagamento de parcelas da dívida com o governo federal. Porém a volta de parte do pagamento está prevista para janeiro. As parcelas pagas por Minas giram em torno de $ 450 milhões.

A justificativa do governo para a decretação de calamidade financeira é que, com isso, será possível pagar o 13º salário, já que seria possível evitar imposições da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). "Se fôssemos seguir a lei, teríamos que pagar primeiro despesas que não foram pagas, o que significaria que fecharíamos o ano com dinheiro em caixa, mas sem pagar o 13º", afirmou Pimentel.

Segundo o governador, a decretação de calamidade "evita colapso de serviços públicos". Pimentel defendeu que isso permitirá o fornecimento de comida aos presídios, gasolina para carros da PM, medicamentos em hospitais, dentre outros.

De acordo com o secretário da Fazenda de Minas Gerais, o Estado vem acumulando déficit antes da chegada de Pimentel ao Palácio Tiradentes. Entre 2003 e 2014, Minas Gerais foi governado por dois tucanos, os hoje senadores Aécio Neves e Antônio Augusto Anastasia, e por Alberto Pinto Coelho (PP).

Em nota conjunta, os dois partidos afirmaram ser "inacreditável que na metade seu governo, o PT ainda tente creditar o fracasso de sua gestão aos governos anteriores. Os dados mostram que de 2003 a 2014, período em que o Estado foi governado pelo PSDB e aliados, a evolução do endividamento do Estado em relação à Receita Corrente Líquida (previsto na LRF) caiu". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo do Estado do Rio recalculou o tamanho do rombo orçamentário para este ano, para um déficit de R$ 17,5 bilhões. No primeiro semestre, o governo fluminense calculava o rombo entre R$ 19 bilhões e R$ 20 bilhões. Ainda assim, a apresentação de medidas de ajuste fiscal para 2017 e 2018, que terminou nesta sexta-feira (4) no Rio, não passou por propostas para enfrentar o rombo ainda este ano.

Segundo o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, o governo "tem direcionado os esforços para pagar os servidores e os gastos com saúde". Barbosa explicou também que os cálculos para 2017 e 2018 incluem o carregamento de parte do déficit de 2016 como restos a pagar.

##RECOMENDA##

Ainda conforme o secretário, "não está na pauta" pedir nova ajuda ao governo federal. Em junho, o Estado do Rio recebeu R$ 2,9 bilhões extraordinários, para gastos relacionados aos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Segundo o secretário da Casa Civil, Leonardo Espíndola, na próxima semana, Barbosa anunciará medidas sobre o pagamento dos salários do funcionalismo até o fim do ano.

Passando por crise financeira sem precedentes, os Estados tiveram de arcar com o crescimento real de 64% dos gastos com o pagamento das aposentadorias e pensões de seus servidores entre 2009 e 2015. O levantamento, feito a partir de dados encaminhados ao Ministério da Fazenda pelos próprios Estados, foi apresentado esta semana pela secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, em evento dirigido a economistas e analistas do mercado financeiro.

A secretária reforçou a necessidade "inexorável" de controle dos aumentos salariais, que "trazem impactos atuariais" nem sempre percebidos. Ana Paula lembrou que, na média, o número de servidores ativos nos Estados permaneceu estável entre 2009 e 2015, mas as despesas com inativos saltou de R$ 47 bilhões para R$ 77 bilhões no período.

##RECOMENDA##

A explosão do déficit previdenciário está no centro da crise estrutural que os governadores estão tendo de administrar em meio à recessão da economia, que derrubou a arrecadação de impostos. Os secretários de Fazenda dos Estados já começaram a discutir, nos últimos dias, medidas que possam ser adotadas para retardar a aposentadoria de seus servidores e restringir os benefícios, além de alternativas para aumentar a receita.

Os números compilados pelo Tesouro mostram que as despesas dos Estados com os inativos são, em média, 2,01 vezes superiores à arrecadação previdenciária anual. No Rio de Janeiro, Estado com a pior situação, os gastos superam em 3,39 vezes as receitas. O estudo foi apresentado pela secretária, em São Paulo, em evento organizado pelo Instituto Fernando Henrique Cardoso.

De acordo com o Tesouro, ao longo desses anos, a folha dos Estados registrou um crescimento acima da inflação em 43%, enquanto o serviço da dívida subiu no período 15%. A evolução dos gastos com pessoal aponta para forte aceleração nesses seis anos, saltando de 4,85% para 5,38% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Os Estados estão preocupados em se voltar também para reformas estruturais, como a da Previdência, questões que tangenciam os regimes próprios. Temos preocupação de fazer convergir as regras", disse a secretária ontem. "Existe, sim, um espaço para protagonismo estadual, e também municipal, nessas questões, e acho que isso tem de ser considerado."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O desempenho de estudantes no ensino médio em português e matemática em 2015 foi pior que há 20 anos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (8) pelo Ministério da Educação (MEC). A etapa é tida como um dos principais gargalos do ensino básico, concentrando os piores indicadores. Os números são do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), calculados a cada dois anos. 

Em 2015, a proficiência média em língua portuguesa na etapa de ensino foi 267,06. A média nacional melhorou em relação a 2013, quando ficou em 264,06. No entanto, está abaixo dos 268,57 obtidos em 2011 e dos 290, registrados pelos estudantes de 1995. A proficiência média em matemática apresenta redução desde 2011, quando era 274,83. Em 2015, a média foi 267. Vinte anos antes, em 1995, a proficiência média era de 281,9. 

##RECOMENDA##

As médias de 2015 colocam os estudantes do ensino médio no nível 2 de 8, de acordo com escala do MEC, em português e no nível 2 de 10 em matemática. Isso significa que os alunos têm dificuldades em interpretações de texto e operações matemáticas minimamente complexas como soma, subtração, multiplicação e divisão.

Faltam políticas públicas

De acordo com a presidenta executiva do movimento Todos pela Educação, Priscila Cruz, os números mostram que não houve um amplo esforço para mudar as bases do ensino médio. "O ensino médio é uma etapa muito mal desenhada, é desenhada para não dar certo. Os alunos têm 13 disciplinas para serem trabalhadas em 4 horas de aula, que na realidade são 2 horas e meia. Há uma perda de eficiência em relação a políticas e investimentos e o resultado é esse".

A proficiência considerada adequada para o ensino médio é 300 em português e 350 em matemática, segundo critério consolidado pelo Todos pela Educação, que leva em conta o desempenho dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) na avaliação internacional do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). 

"No ensino médio, chegamos ao fundo do poço, principalmente em matemática. Não dá mais para esperar um milagre. Precisamos urgentement tomar uma decisão que passa por dois aspectos, o currículo e a formação de professores. Precisamos dar mais foco no interesse do jovem", diz o diretor de articulação e inovação do Instituto Ayrton Senna, Mozart Neves Ramos.

Ensino Fundamental

A maior evolução do desempenho dos estudantes foi nos anos iniciais do ensino fundamental, do 1º ao 5º ano. Em língua portuguesa, o desempenho cresce desde 2001. Em 2015, atingiu a proficiência média de 207,57. O número representa um salto de 11,66 pontos em relação aos 195,91 do último Saeb, em 2013. Em matemática, a proficiência média também é crescente desde 2001, quando registrou 176,3, em 2013 foi 211,21 e, em 2015, chegou a 219,3.

Nessa etapa o Brasil está acima do nível adequado, de acordo com os critérios do Todos pela Educação em português, que é 200. Já em matemática, apesar da evolução, continua abaixo dos 225. "Esse Saeb mostrou um avanço importante, uma evolução de 12 pontos em língua portuguesa, o que equivale a meio ano de estudos", avalia Priscila.

Os anos finais do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano, também apresentaram evolução, embora menor que os inciais. Em matemática, a proficiência média foi 255,76, superior aos 251,54 de 2013. Em português, passou da média de 247,81 em 2013 para 251,53 em 2015. As proficiências adequadas para a etapa são 275 em português e 300 em matemática.

Professores

Para Priscila, além de uma reformulação, necessária ao ensino médio, é necessário investimento na formação de professores. "O principal é o professor. Precisamos de professores bem formados nas salas de aula. Tem que ter política de atratividade para a carreira docente que faça com que os bons alunos do ensino médio sigam a carreira. É necessário também formação continuada, depois da inicial, e que as licenciaturas tenham mais prestígio dentro das instituições de ensino", diz.

De acordo com análise feita pelo movimento, os docentes recebem o equivalente a 54,5% do que ganham outros profissionais também com curso superior. "Se não tiver professor em quantidade e qualidade, bem preparados, a gente perde quase tudo. Posso fazer um bom desenho de currículo, mas para que a expectativa seja atendida é preciso um professor bem formado", diz Ramos. Segundo ele, a dificuldade do ensino básico começa nos anos finais do ensino fundamental, quando os estudantes começam a ter aulas com diversos professores e muitos deles não são formados nas áreas que lecionam. Dados no Ministério da Educação mostram que quase 40% dos professores não têm formação adequada.

Saeb

Os resultados do Saeb são referentes à Prova Brasil, aplicada em novembro de 2015. Participaram da avaliação todas as escolas públicas brasileiras com no mínimo 20 estudantes matriculados no 5º ou 9º anos do Ensino Fundamental, o que representa cerca de 4 milhões de estudantes. Além desse conjunto de escolas, foi considerada uma amostra de instituições privadas com dez ou mais estudantes matriculados no 5º ou 9º anos do ensino fundamental ou na 3ª série do ensino médio.

O Saeb também contém uma amostra de escolas públicas municipais e estaduais com dez a 19 alunos matriculados no 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e uma amostra de escolas públicas estaduais e municipais com dez ou mais alunos matriculados na 3ª série do Ensino Médio.

LeiaJá também

--> Ensino médio fica estagnado no País

--> PE é um dos únicos a atingir metas do Ideb no ensino médio

--> PE lidera Ideb e aposta em colégios técnicos e integrais

Diante da recessão da economia e do ambiente político adverso, o governo do presidente Michel Temer decidiu afastar de vez a possibilidade de aumento de tributos neste momento. Ao apresentar o projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2017, a equipe econômica listou uma série de medidas como concessões, cortes de despesas e ampliação de receitas na esteira da retomada da atividade, que serão perseguidas para garantir o cumprimento da meta no ano que vem, de um déficit de R$ 139 bilhões.

Além de impopulares, aumentos de impostos poderiam comprometer o processo de retomada da economia, que já percorreu seis trimestres de recessão. Mas eram possibilidades sobre a mesa, diante da necessidade do governo em encontrar R$ 55,4 bilhões para assegurar a meta de 2017, conforme anunciado em julho.

##RECOMENDA##

O Congresso tem até o fim do ano para votar a PLOA, o que dá ao governo tempo para avaliar a necessidade de recorrer ao "plano C", como vinha sendo classificado o aumento de tributos para elevar as receitas. "No futuro, se necessário, será discutido", disse o secretário executivo do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia, sem fechar as portas para a solução.

Para tentar evitar isso, a equipe econômica traçou um plano que inclui arrecadar R$ 18,4 bilhões a mais em receitas com concessões e permissões, totalizando agora R$ 24 bilhões com essas receitas no ano que vem.

A revisão da previsão de crescimento do PIB no ano que vem, de 1,2% para 1,6%, ainda vai incrementar as receitas administradas em R$ 26 bilhões, segundo estimativas apresentadas na quarta-feira, 31. Embora a projeção de avanço da economia esteja acima do que é previsto pelo mercado, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que os cálculos de analistas já estão convergindo para números mais altos. "É um orçamento realista e conservador, que leva em conta as melhoras que estão ocorrendo na economia brasileira", afirmou Meirelles. De acordo com o ministro, se houver frustração de receitas por qualquer razão, o governo vai editar um decreto de contingenciamento de despesas. Se houver surpresa positiva na arrecadação, isso vai se traduzir em melhora no déficit primário ou menor quantidade de restos a pagar.

O governo ainda prevê arrecadar R$ 5,7 bilhões a mais com venda de ativos do fundo soberano e dividendos de estatais. Ainda assim, precisou fazer um corte adicional de R$ 5,3 bilhões nas despesas para assegurar o cumprimento da meta.

 

Teto

Apesar de o teto de gastos ainda não ter sido aprovado pelo Congresso, a equipe econômica já adotou o mecanismo - que limita o avanço das despesas à inflação - na confecção da peça orçamentária do ano que vem. Sem crescimento real dos gastos, as despesas primárias do governo central corresponderão a 19,3% do PIB no ano que vem, queda de 0,54 ponto porcentual em relação a 2016. "Não estamos usando todo o espaço de gastos que seria permitido", frisou o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta quinta-feira (18), é comemorado o Dia do Estagiário. Quem estuda e quer conseguir uma primeira oportunidade no mercado de trabalho sabe o quão importante é exercer a função. Em 2015, o número de estagiários ativos cresceu 216%, de acordo com uma pesquisa realizada pela agência Webestágios. Entretanto, conseguir uma vaga não é tarefa fácil, principalmente para quem é portador de deficiência.

A Lei 11.788, de 2008, assinada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, regulamenta as atividades de um estagiário em uma empresa. De acordo com o código, “fica assegurado às pessoas portadoras de deficiência o percentual de 10% (dez por cento) das vagas oferecidas pela parte concedente do estágio”.  Ou seja, as empresas devem reservar 10% do seu total de vagas ofertadas às pessoas deficientes.

##RECOMENDA##

Porém, a reportagem do Portal LeiaJá apurou a dificuldade que os portadores encontram no momento de conseguir uma oportunidade. O estudante de jornalismo Arthilin Medeiros, 29, sofreu um acidente de moto em 2008 e desde então possui deficiência neuromotora (neurológica e motora). Ele está no sétimo período do curso e até então só conseguiu exercer a profissão uma vez.

O estudante desistiu de procurar uma oportunidade e mudou de área. Agora, o discente dirige um táxi pelo Recife. “O contrato acabou e na época eu corri muito atrás e por isso eu comecei a trabalhar, porque eu não achei e precisava do dinheiro”, afirma. “Eu tive respostas de pessoas que trabalham em rádio, por exemplo, que eu não podia trabalhar lá porque minha voz era diferente, era estranha”, conta.

O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência do Estado de Pernambuco (CONED-PE), Antônio Muniz, disse, em entrevista ao Portal LeiaJá, que as pessoas que se sentirem discriminadas durante a seleção podem fazer uma denúncia. “Nós recebemos as reclamações, ouvimos o relato da pessoa e encaminhamos a denúncia ao Ministério Público”, explica.

Muniz ainda alerta que a Lei de Inclusão veta qualquer tipo discriminação, entretanto observa a dificuldade de estudantes conseguirem oportunidades de estágio. “Eu nunca vi empresas, no geral, oferecerem estágio a pessoas com deficiência. Além disso, as vagas com menores salários são para os deficientes”, acusa.

De acordo com a analista da área de relação com o mercado do Instituto Euvaldo Lodi em Pernambuco (IEL-PE), Andréia Barata, “às vezes, quando o candidato é um cadeirante, ele precisa de uma pessoa que o leve e que o traga para os cantos, então isso dificulta sua procura por um estágio”. Outras vezes, as empresas não têm estrutura física para receber os deficientes. Faltam banheiros adaptados, transcrições em Braille e intérpretes em Libras. “As organizações mostram dificuldades em cumprir a Lei do Estágio até porque não têm um público grande de deficientes buscando as vagas”, destaca Andréia.

De acordo com a analista, é necessário que haja um estímulo tanto da parte dos estudantes quanto das empresas. “Essas precisam divulgar as vagas que são ofertadas para as pessoas com deficiência. A Lei do Estágio dá um benefício para quem é portador, já que o estagiário pode ultrapassar dois anos na empresa, se comprovar vínculo com instituição de ensino”, explica.

Dicas

A diretora da JBV Soluções em Recursos Humanos, Vanci Magalhães, afirma que a contratação de pessoas com deficiência em empresas é um fator benéfico para a corporação. “Em termos de questões sociais, dá mais credibilidade para a empresa”, afirma a especialista. Já aos estudantes que desejam um estágio, a dica é a mesma para aqueles considerados sem deficiência: qualificação. “O portador de necessidades especiais que tenha habilidades, com certeza vai se destacar, assim como qualquer outro profissional”, comenta Vanci. 

Vagas específicas 

Apesar das dificuldades de inserção de jovens deficientes no mercado de trabalho, algumas empresas já desenvolvem ações de oportunidades. Na última segunda-feira (15), a TIM Brasil divulgou oportunidades de estágio voltadas para o público deficiente

Até o dia 11 de setembro, estudantes a partir do terceiro período de graduação (tradicional ou tecnólogo) podem se inscrever no programa de estágio da empresa. No total, são oferecidas 200 vagas. Nas regiões Norte e Nordeste, as oportunidades são para Pernambuco, Pará e Bahia. 

De acordo com a gerente de recursos humanos do Norte e do Nordeste da TIM, Renata Pimentel, o projeto é nacional e a corporação está preparada para receber as pessoas deficientes. “Temos as partes física e de gestão prontas para eles”, explica. O processo seletivo não prevê qualquer tipo de benefício. “A seleção é igual ao dos outros candidatos. A diferença é o suporte com a acessibilidade, como monitores especiais, entre outros”, explica Renata Pimentel. 

Dados estatísticos

De acordo com a analista da área de relação com o mercado do IEL-PE, Andréia Barata, não existe um levantamento de quantos estagiários com deficiência foram contratados em Pernambuco. “Os Termos de Compromisso de Estágio (TCE) não discriminam informações como raça e se é deficiente ou não, até porque isso violaria outros princípios”, explica. Ao total IEL-PE possui 7,2 mil TCEs firmados no Estado. 

Segundo uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Estágio (Abres), no final de 2015, o Brasil possui um milhão de estagiários, sendo 740 mil de ensino superior e 260 mil de ensino médio e técnico. Os maiores números de vagas oferecidas são para estudantes de administração (16,8%), direito (7,3%) e comunicação social (6,2%).

Outra pesquisa realizada pelo site de empregos Catho afirma que 76% das empresas entrevistadas no levantamento afirmaram querer contratar estagiários. Para a efetivação, 86,29% das corporações afirmaram que a característica mais valorizada é o aspecto comportamental. Em segundo lugar, com 73,71%, fica a formação acadêmica.

Um levantamento feito pelo Núcleo Brasileiro de Estágios (Nube), em 2015, revelou a média de remuneração dos estagiários. O Sul lidera com maiores valores, sendo R$ 734 para ensino médio e técnico e R$ 1.107,01 para ensino superior. Em seguida, vem o Sudeste, com R$ 806,49 e R$ 1.200,08, para as respectivas escolaridades. Atrás estão o Centro-Oeste (R$ 895,33 e R$ 1.198,89), Nordeste (R$ 698,48 e R$ 974,15) e Norte (R$ 595,69 e R$ 886,28).

Confira a lista com a média de salários por escolaridade e por curso:

Nível Superior: R$ 1.100,07

Agronomia  R$ 1.622,01

Estatística  R$ 1.564,83

Ciências Atuariais  R$ 1.526,82

Economia  R$ 1.510,45

Ciência e Tecnologia  R$ 1.461,96

Engenharia  R$ 1.354,26

Química Industrial  R$ 1.275,88

Química  R$ 1.263,12

Ciências Contábeis  R$ 1.197,21

Relações Públicas  R$ 1.192,08

Nível Superior Tecnólogo: R$ 950,09

Tecnologia em Construção Civil  R$ 1.178,88

Tecnologia em Gestão da Qualidade  R$ 1.159,21

Tecnologia em Mecatrônica  R$ 1.082,60

Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas  R$ 1.029,42

Tecnologia em Gestão Comercial  R$ 1.022,22

Tecnologia em Processos Gerenciais  R$ 1.013,74

Tecnologia em Comércio Exterior  R$ 1.011,84

Tecnologia em Secretariado  R$ 1.007,76

Tecnologia em Design Gráfico  R$ 988,06

Tecnologia em Redes de Computadores  R$ 966,77

Médio Técnico: R$ 746,19

Técnico em Segurança do Trabalho  R$ 881,18

Técnico em Química  R$ 869,23

Técnico em Eletrotécnica  R$ 830,24

Técnico em Eletroeletrônica  R$ 800,83

Técnico em Edificações  R$ 791,71

Técnico em Mecânica  R$ 790,94

Técnico em Eletrônica  R$ 779,79

Técnico em Mecatrônica  R$ 767,88

Técnico em Redes de Computadores R$ 756,25

Técnico em Secretariado  R$ 749,56.

LeiaJá também

--> Catho anuncia ciclo de palestras gratuitas sobre estágio

--> Atos abre oportunidades de estágio

--> Abertas inscrições para estágio em pesquisa no Canadá

--> Ambev busca estagiários de graduação

--> Vagas abertas para programa de estágio da Alcoa

--> Odebrecht abre inscrições de estágio para todas as áreas

--> Embaixada dos EUA no Brasil anuncia vagas de trabalho

--> IEL-PE sedia oficinas em homenagem ao Dia do Estagiário

O setor público consolidado formado por União, estados e municípios, registrou déficit primário – receitas menos despesas, sem considerar os gastos com juros – de R$ 10,061 bilhões, em junho, informou hoje (29) o Banco Central (BC). Esse foi o pior resultado para o mês na série histórica, iniciada em dezembro de 2001. O resultado do mês passou superou o déficit de R$ 9,323 bilhões registrados em junho de 2015.

No primeiro semestre, o resultado negativo chegou a R$ 23,776 bilhões, também o pior resultado para o período. No primeiro semestre de 2015, houve superávit primário de R$ 16,224 bilhões.

##RECOMENDA##

Em 12 meses encerrados em junho, o déficit primário ficou em R$ 151,249 bilhões, o que corresponde a 2,51% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.

Em junho deste ano, o Governo Central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional) registrou déficit primário de R$ 10,451 bilhões. Os governos estaduais apresentaram déficit primário de R$ 181 milhões, e os municipais, superávit de R$ 279 milhões. As empresas estatais federais, estaduais e municipais, excluídas empresas dos grupos Petrobras e Eletrobras, registraram superávit primário de R$ 291 milhões, no mês passado.

A meta fiscal prevê um déficit primário de até R$ 163,9 bilhões nas contas públicas para este ano. Para chegar a esse resultado do setor público consolidado, a expectativa é que o Governo Federal apresente déficit primário de R$ 170,496 bilhões e estados e municípios, um superávit de R$ 6,554 bilhões.

Em junho, os gastos com juros nominais ficaram em R$ 22,113 bilhões, contra R$ 26,933 bilhões em igual mês de 2015. No primeiro semestre, os gastos chegaram a R$ 173,312 bilhões. Em 12 meses, encerrados em junho, as despesas com juros ficaram em R$ 449,228 bilhões, o que corresponde a 7,45% do PIB.

O déficit nominal, formado pelo resultado primário e os resultados de juros, ficou em R$ 32,174 bilhões, no mês passado, ante R$ 36,256 bilhões registrados em junho de 2015. No primeiro semestre, o resultado negativo ficou em R$ 197,087 bilhões, contra R$ 209,646 bilhões em igual período de 2015. Em 12 meses, encerrados em junho, o déficit nominal ficou em R$ 600,476 bilhões, o que corresponde a 9,96% do PIB.

A dívida líquida do setor público (balanço entre o total de créditos e débitos dos governos federal, estaduais e municipais) chegou a R$ 2,529 trilhões, em junho, o que corresponde a 42% do PIB, alta de 2,3 pontos percentuais em relação a maio. A dívida bruta, que contabiliza apenas os passivos dos governos federal, estaduais e municipais, chegou a R$ 4,130 trilhões ou 68,5% do PIB, praticamente estável em relação a maio (68,6% do PIB).

 

Os analistas passaram o dia de ontem digerindo a projeção de déficit primário, da ordem de R$ 139 bilhões para o governo central, anunciada quinta-feira. As primeiras impressões são ponderadas, com a maioria descrente em relação à capacidade da equipe em reequilibrar as contas públicas no curto prazo.

"Zerar o déficit em 2019 é otimista demais. Se o crescimento (do PIB) for de 2% ao ano, o déficit zera entre 2022 e 2023. Se for de 2,5%, zera em 2021, e se for de 3%, em 2020. Então, é preciso um baita crescimento ou um aumento da receita", afirmou o economista Alexandre Schwartsman, ex-diretor de Assuntos e Internacionais do Banco Central (BC) e atual diretor da Schwartsman & Associados.

##RECOMENDA##

Para Schwartsman, não dá ainda para cravar que o governo central irá cumprir a meta de chegar a um déficit de R$ 139 bilhões em 2017. Ele lembra que Meirelles admitiu um rombo de R$ 194 bilhões no próximo ano e que iria buscar principalmente em concessões e outorgas os R$ 55 bilhões para trazer a meta ao valor anunciado.

"Eles vão ter de tirar R$ 55 bilhões Deus sabe de onde. Minha impressão é que fizeram as contas, chegaram a R$ 194 bilhões e, como esse valor não poderia ser apresentado, divulgaram R$ 139 milhões para dar prestígio à equipe econômica", diz.

O economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa, acredita que a meta fiscal para 2017 representa um "esforço possível" dentro das limitações que existem. Embora considere que um déficit de R$ 143 bilhões do setor público consolidado ainda seja um rombo fiscal muito grande, ele pondera que exigirá um controle maior dos gastos, se comparado a este ano.

Ele ressaltou que o fato de a equipe econômica ter conseguido emplacar uma meta de déficit de R$ 139 bilhões para o Governo Central em 2017 - mais dura do que a pretendida pelo núcleo político - é um bom sinal. Camargo Rosa, no entanto, diz que falta ao governo detalhar melhor como fará para conseguir atingir esta meta.

O ex-ministro da Fazenda e professor da FGV Luiz Carlos Bresser-Pereira acredita que a meta de déficit do governo central de R$ 139 bilhões para 2017 é factível e defende o gradualismo fiscal adotado pela equipe econômica de Michel Temer. Entretanto, o economista diz que não é favorável à proposta de emenda constitucional (PEC) que zera o crescimento real dos gastos públicos. Contrariando a maioria dos analistas, Bresser-Pereira diz que o principal problema da economia não é a situação fiscal, mas sim o elevado nível de juros.

Sinalização

O olhar dos analistas internacionais vê cenário similar. A agência de risco Moody’s considerou que a meta representa um melhora, mas reforçou que ficou abaixo do esperado pela equipe deles e sinaliza um ajuste mais lento que esperado. "Um déficit desse tamanho apoia nossa visão de que o ajuste fiscal no Brasil vai avançar em ritmo muito lento durante o atual governo", diz o analista sênior de risco soberano da Moody's para o Brasil, Samar Maziad. Os indicadores fiscais estão entre os mais avaliados pelas agências para determinar o risco de crédito de um país.

Mais preocupante, ressalta Samar, é que os números apresentados pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ainda estão longe do que é necessário para barrar trajetória de deterioração de indicadores fiscais brasileiros, como a relação entre a dívida bruta e o PIB.

A Moody's estima que o Brasil precisaria ter um superávit primário ao redor de 2% do PIB para o governo estabilizar a dívida. Em fevereiro, a agência rebaixou a nota de risco soberano do País em dois níveis, retirando o grau de investimento. Além disso, deixou a perspectiva da nota como "negativa", ou seja, nova piora pode ocorrer.

Os economistas do banco espanhol BBVA avaliam que a divulgação da nova meta fiscal brasileira reforça a previsão da casa de que as contas públicas continuarão em processo de deterioração pelo menos até o fim da década: o déficit primário deve continuar até 2019 ou 2020 e a dívida bruta atingirá, na melhor das hipóteses, o patamar de 88% do PIB em 2020.

Os economistas do Bank of America Merrill Lynch avaliam que "não há mágica" no curto prazo para melhorar as contas e o governo pode precisar subir impostos, além de outras medidas. Esta semana, os executivos do banco norte-americano estiveram reunidos com integrantes do governo em Brasília e a mensagem passada foi de "foco total" em resolver as questões fiscais no médio prazo.

Apesar da intenção de reduzir o déficit em 2017, a avaliação do BofA é que o governo brasileiro ainda precisará fazer mais para melhorar a trajetória de deterioração de indicadores fiscais no médio prazo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após anunciar mais um rombo nas contas públicas, dessa vez para 2017, o presidente em exercício Michel Temer procurou ontem dar uma roupagem positiva à notícia. Ele afirmou que sua gestão conseguiu, em apenas 48 dias, reduzir o déficit orçamentário de R$ 170,5 bilhões este ano para R$ 139 bilhões em 2017.

Temer reafirmou que, para recolocar as contas públicas nos trilhos, será necessário adotar medidas impopulares. "Subsequentemente, elas vão agradar toda a comunidade brasileira", prometeu. Falando sobre a necessidade de aprimorar a gestão pública, ele citou a ampla revisão que será feita nos benefícios de auxílio-doença, "que pode gerar uma economia de R$ 7 bilhões a R$ 8 bilhões".

##RECOMENDA##

Em reunião com empresários na Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente avaliou que somente na área da Previdência haverá um aumento de gasto de R$ 36 bilhões para o próximo ano, o que, somado com o déficit de R$ 170,5 bilhões este ano, geraria um rombo de R$ 206,5 bilhões em 2017. "Quando nós reduzimos o déficit de 2017 para R$ 139 bilhões, isso foi uma coisa muito bem articulada pela área econômica, que vai exigir vendas de ativos e a aprovação da PEC dos gastos", comentou.

Durante o encontro, o presidente pediu aos empresários que tenham confiança no Brasil e ressaltou que o otimismo é importante psicologicamente. "Em vez de falar em crise, vamos trabalhar, levar as empresas adiante. É claro que existem fenômenos materiais, mas a crise também é psicológica. Se você fica dizendo que a situação está ruim, você se enturma na ideia do malefício. Mas se diz que as coisas vão melhorar, isso cria um clima psicológico que pode auxiliar nosso País."

Expectativas

O presidente da CNI, Robson Andrade, ressaltou que o setor recebeu o déficit de R$ 139 bilhões como uma "demonstração de responsabilidade do governo", mas que os empresários estão na expectativa por medidas. "Estamos ansiosos de ver medidas muito duras, modernas, mas difíceis de serem apresentadas, como a Previdência para um futuro promissor e questões trabalhistas", disse.

Para o próximo ano, porém, a expectativa da CNI ainda é de queda na atividade do setor. "Ainda vamos ter problema de decréscimo da indústria próximo de 2,5% a 3% do Produto Interno Bruto (PIB) e só a partir de 2018 vamos ter crescimento da indústria nas nossas mais recentes expectativas", previu.

Em resposta a Temer, o presidente da CNI afirmou que a indústria é "totalmente contra o aumento de imposto", mas destacou que o tema não foi tratado durante o encontro. "Achamos que o Brasil tem muito espaço para reduzir custo, melhorar a eficiência e a máquina pública. Aumentar a carga tributária é ineficaz, o que geraria redução de receita. Empresas, Estados, municípios e governo federal estão em situação muito difícil", disse após o encontro.

A presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Sílvia Bastos Marques, também participou do evento e frisou que a inovação é uma das prioridades do País. Ela disse que o banco já possui linhas para fomentar projetos que resultem em novas tecnologias e destacou que a instituição estuda lançar programas em áreas como a indústria química e cidades inteligentes.

"Hoje vou falar só sobre inovação e, como disse o presidente, hoje o governo ouviu muito e falou pouco", disse. Questionada sobre se o financiamento ao Porto de Mariel, em Cuba, deu prejuízo ao banco, a presidente da instituição preferiu não responder: "O assunto está em estudo, como tudo no banco." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Universidade de São Paulo (USP) prevê agravamento da crise financeira até o final do ano e estima encerrar 2016 com um déficit de R$ 868 milhões, 60% a mais do que o previsto inicialmente. A universidade informou que planeja adotar novas medidas de contenção de gastos e rever as prioridades de despesas, mas não revelou quais.

Segundo a reitoria, a crise se agravou em razão da queda da arrecadação do ICMS no Estado - as universidades públicas paulistas recebem 9,57% do total do imposto recolhido. A previsão anterior de déficit era de R$ 543 milhões - a USP contava ainda com reservas de R$ 1,5 bilhão em dezembro de 2015.

##RECOMENDA##

Ao mesmo tempo que a crise aumenta, cresce a proporção de alunos de baixa renda que ingressam na USP e, consequentemente, a demanda por políticas de permanência estudantil. No entanto, o número de vagas na moradia estudantil da instituição não aumenta desde 2011, e o auxílio-moradia segue congelado em R$ 400 há três anos.

Segundo dados do questionário socioeconômico da Fuvest, em 2015, 19,9% dos que ingressaram (2.204 estudantes) na USP tinham renda familiar mensal de até três salários mínimos. Em 2008, os ingressantes com essa faixa de renda eram 12,2% do total de matriculados (1.249). Ao ingressar na USP, o aluno que estiver na primeira graduação e tiver renda familiar de até três salários mínimos pode solicitar moradia.

No entanto, desde 2011, a universidade não aumenta o número de vagas nas moradias estudantis em São Paulo e nos câmpus do interior. Há cinco anos, a USP oferece as mesmas 2.703 vagas. Questionada, não informou se pretende ampliá-las.

Em nota, a USP informou que priorizou os investimentos na "política de permanência estudantil como um todo" e que aumentou de 1.356, em 2011, para 3.970, em 2015, o número de auxílios-moradia concedidos. O auxílio, de R$ 400, não tem reajuste desde junho de 2013 - com inflação de 26,1% no período, segundo o IPCA, a correção do valor seria de R$ 504.

Rafael Ferreira Silva, de 21 anos, estudou em escolas públicas de Guarulhos, na Grande São Paulo, e em 2015 foi aprovado em Engenharia na Escola Politécnica, curso com uma das maiores notas de corte. Apesar de atender aos requisitos, ele não conseguiu vaga na moradia e só obteve o auxílio-aluguel no fim do primeiro semestre.

"Gastava 5 horas por dia de transporte entre Guarulhos e a USP e não tinha tempo para estudar. Fui mal em todas as provas e sabia que esse histórico ruim iria me prejudicar", contou. Depois de conseguir a bolsa, ele prestou vestibular pela segunda vez para entrar no mesmo curso e refazer as matérias. Silva contou que, por morar perto da universidade, conseguiu tempo para estudar e tirou boas notas.

Desperdício

Especialistas em ensino superior avaliam que a universidade adotou políticas nos últimos anos que favoreceram a inclusão de alunos de escola pública e, consequentemente, com perfil de renda familiar mais baixo. No entanto, não garantiu que essa inclusão fosse acompanhada de políticas de assistência a esses estudantes.

Para Ocimar Alavarse, professor da Faculdade de Educação da USP, ao investir na assistência aos estudantes a universidade evitaria o desperdício de cursos com taxas altas de evasão e repetência. "Tem de ampliar a inclusão, mas também o suporte aos alunos. Se não, a entrada desses alunos é uma armadilha, você o traz para a USP, mas não dá chance para ele progredir."

Renato Pedrosa, especialista em Políticas de Educação Superior, disse que o orçamento "apertado" com a folha de pagamento e a queda nos repasses do Estado fazem com que políticas, como a de assistência estudantil, acabem sofrendo os impactos da crise. "A inclusão sem estar aliada às ações de permanência faz com que a universidade incorra no desperdício."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As previsões das instituições privadas para a atividade doméstica trouxeram mais um pouco de melhora no Relatório de Mercado Focus, divulgado nesta segunda-feira, 20, pelo Banco Central (BC). Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2016, a mediana mostra uma retração menos intensa, passando -3,60% para -3,44%. Um mês atrás estava em -3,83%. Para 2017, a mediana das previsões do mercado ficou estacionada em +1,00% de um levantamento para o outro. Quatro semanas atrás, a pesquisa apontava alta de 0,50%.

Também melhorou na margem a estimativa para a produção industrial deste ano, que saiu de queda de 5,87% para recuo de 5,85% - um mês atrás, estava em -6,00%. Para 2017, no entanto, a previsão ainda continua no terreno positivo (0,67%), mas em nível inferior ao visto no levantamento passado (0,80%). Quatro semanas atrás estava em +0,90%.

##RECOMENDA##

Para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2016, a mediana das previsões piorou, saindo de 43,00% para 43,25% de uma semana para outra. Um mês atrás, estava em 42,00%. No caso de 2017 no boletim Focus, as expectativas avançaram de 47,00% para 48,00%, mais distantes da projeção apontada um mês atrás, de 46,95%.

Balança comercial

As projeções para a balança comercial no Relatório de Mercado Focus continuam a melhorar, mas agora num ritmo bem mais lento do que o visto no passado. Na edição do documento divulgado pelo BC, o superávit previsto para a balança comercial de 2016 passou de US$ 50,52 bilhões para US$ 50,76 bilhões. Um mês atrás, a estimativa central da pesquisa era de um saldo positivo de US$ 49,57 bilhões. Para 2017, as estimativas, que estavam estacionadas em US$ 50,00 bilhões há 10 semanas seguidas, agora passaram para US$ 50,07 bilhões.

No caso das previsões para a conta corrente, a alteração das previsões para 2016 foi de um déficit de US$ 15,20 bilhões para US$ 15,00 bilhões. Um mês atrás, estava em US$ 17,20 bilhões. Já para 2017, a perspectiva do mercado financeiro é de um rombo de US$ 12,00 bilhões ante déficit de US$ 13,40 bilhões da semana passada. Quatro semanas atrás, a perspectiva era de déficit de US$ 17,20 bilhões.

Para esses analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir esse resultado deficitário nos dois anos. Mesmo assim, a mediana das previsões para esse indicador caiu de US$ 61,30 bilhões para US$ 60,00 bilhões no caso de 2016 - estava em US$ 59,28 bilhões um mês antes. Para 2017, a perspectiva de volume de entradas permaneceu em US$ 60,00 bilhões pela oitava semana consecutiva.

O secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos do Rio, Paulo Melo, pediu demissão, mas o governador em exercício Francisco Dornelles não aceitou a decisão. "Ele pediu demissão, mas não aceito. Não assino a dispensa dele", afirmou Dornelles, em entrevista coletiva na manhã desta quinta-feira, 9, após ressaltar que tem "admiração" pelo secretário, deputado estadual pelo PMDB.

Dornelles convocou a entrevista, na sede do governo fluminense, para detalhar medidas de ajuste fiscal adiantadas na noite de quarta-feira, 8, pelo "RJTV", da Globo. Para enfrentar a crise, o governo do Rio decidiu extinguir cinco secretarias e anunciou o corte de 30% nas despesas operacionais de todas as pastas, menos as áreas de educação, saúde e segurança pública.

##RECOMENDA##

Também foram suspensos dois programas sociais, o Renda Melhor e Renda Melhor Jovem, que dão complemento no valor do Bolsa Família e eram tocados pela secretaria de Melo. Na noite de quarta-feira, Melo criticou os cortes em entrevista ao jornal O Globo: "Minha história de vida não permite tirar dos mais pobres. Acho que o governo tem que estabelecer algumas prioridades", disse Melo.

O ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, informou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o governo fará um desbloqueio parcial das despesas do Orçamento na próxima semana. Ele antecipou que o governo deixará uma reserva técnica bloqueada para acomodar os riscos fiscais que cercam as contas do governo federal até o final do ano. Esses riscos estão contemplados na nova meta fiscal que prevê um déficit de R$ 170,5 bilhões em 2016.

Segundo Oliveira, o valor do descontingenciamento está sendo definido pela equipe técnica, mas é muito inferior à indicação de relatório extemporâneo de avaliação de receitas e despesas do Orçamento de ampliação de R$ 194,46 bilhões dos limites de empenho e movimentação financeira de despesas deste ano. "Não há previsão de liberação integral do valor", afirmou.

##RECOMENDA##

Ele explicou que esse valor leva em consideração o espaço fiscal da soma da antiga meta de superávit de R$ 24 bilhões nas contas do governo e o novo limite aprovado pelo Congresso que permite um déficit de R$ 170,5 bilhões. Os valores da reserva técnica serão liberados à medida que os riscos forem sendo eliminados.

A revisão dos limites em relação ao relatório anterior foi feita depois da aprovação pelo Congresso da nova meta fiscal. O relatório, encaminhado ao Congresso, aponta a reversão da indicação do contingenciamento adicional de R$ 137,887 bilhões que teria que ser feito caso a nova meta não tivesse sido aprovada pelo Congresso. Também prevê uma ampliação adicional dos limites de empenho e movimentação financeira de R$ 56,608 bilhões, conforme havia informado o Ministério da Fazenda no anúncio da revisão da meta.

O governo tinha feito este ano um contingenciamento de R$ 44,6 bilhões dos limites de movimentação e empenho. Um primeiro de R$ 23,4 bilhões, em fevereiro, e outro de R$ 21,2 bilhões, em março. O governo terá que baixar um decreto para fazer o desbloqueio. Esse desbloqueio vai permitir o governo começar a pagar as despesas atrasadas em dia, como definiu a equipe econômica.

O ex-ministro Ricardo Berzoini aparece em vídeo postado na tarde deste sábado, na página do Facebook da presidente afastada Dilma Rousseff (PT), no qual diz que o "governo golpista" de Michel Temer inflou os números "através de novos critérios contábeis para passar a ideia de que um déficit colossal de R$ 170 bilhões existe de fato". Segundo ele, a nova meta fiscal e as medidas anunciadas trazem perdas para a Saúde, Educação e a Previdência.

"O que está acontecendo neste momento é um retrocesso brutal em relação àquilo que o povo brasileiro sempre quis, que são políticas públicas capazes de reduzir as enormes diferenças sociais do Brasil.

##RECOMENDA##

Berzoini diz que é preciso combater o governo "ilegítimo e provisório" de Temer, cujas mudanças propostas não irão promover o equilíbrio econômico e nem social. "O fundamental é que a gente possa combater o golpe, retomar a democracia e construir no Brasil a igualdade social e a perspectiva de uma nação justa e solidária", conclui no vídeo, cuja introdução foi feita pela própria presidente afastada, num local ao ar livre.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando