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Por Paloma Vieira

Neste sábado (14), o céu se tornou palco de observação para pessoas de diversas regiões do Brasil devido ao fenômeno do eclipse solar anular. No Recife, a observação foi realizada em alguns locais, entre eles o espaço ao ar livre do Shopping Tacaruna. 

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O ambiente concentrou centenas de pessoas no local e contou com o auxílio de 500 óculos com filtro solar, quatro telescópios, além de dez monitores de astronomia do projeto "Desvendando o Céu Austral" da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Por volta das 14h começaram as montagens dos telescópios. Após o término da organização, às 14h33, as observações foram iniciadas. “A observação agora objetiva ver a totalidade do disco solar e perceber as manchas solares, que são processos de reações eletromagnéticas do sol que são regiões menos quentes. Essas manchas são maiores do que a própria Terra”, disse Everaldo Júnior, professor de História e membro do projeto Desvendando o Céu Austral.

Para realizar a observação, foi preciso utilizar óculos especiais com proteção específica, que foi disponibilizado pela centro de compras. Segundo a assessoria do shopping, a entrega dos óculos estava prevista para as 15h, mas, devido à grande quantidade de pessoas no espaço, houve a antecipação para as 14h. Por isso, apenas um par de óculos foi distribuído por família. Ainda assim, algumas pessoas não conseguiram os óculos.

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Proteção

A demanda pelo óculos não foi por acaso. “Se você olhar para o sol direto, com nenhum objeto, nenhum filtro, a radiação ultravioleta penetra na retina e queima. Pode gerar dano que demora até 1 ano para recuperação ou, se for um dano muito severo, os oftalmologistas dizem que é irreversível”, disse Antônio Carlos Miranda, professor de Física da Universidade Federal Rural de Pernambuco.

Eclipse

Em torno das 15h30 teve início o eclipse solar anular no Recife. Mas por volta das 16h, horário no qual estava previsto o ápice do fenômeno, o céu nublado dificultou a exibição.

“Recife tem a tradição da astronomia desde a época dos holandeses, porque é uma capital antiga. Os primeiros acontecimentos políticos, históricos, econômicos e científicos aconteceram aqui e a população tem uma memória de ciência e conhecimento”, disse Antônio Carlos Miranda. Ele completa: “dizem que tudo em Pernambuco é o primeiro, tudo é o maior, então o conhecimento científico também é o primeiro em linha reta do mundo.”

As pessoas que foram conferri o eclipse se empolgaram com o evento. “É algo que a gente não vê todo dia e é único. Além disso, estar em coletividade é algo que agrega bastante”, disse o professor de geografia André Vinícius Crispiano, de 25 anos, que fazia parte do público que esperava o eclipse.

“Eu vim do interior de Mato Grosso pra cá, lá a gente só tem eclipse parcial, eu nunca cheguei nem perto de ver o eclipse anular”, disse Maria de Fátima, que aguardava o eclipse.

Astrônomos profissionais e amadores em todo o sul do Pacífico usaram óculos de proteção especiais para observar ao eclipse solar desta quinta-feira (20), no qual a Lua cobriu o Sol por cerca de um minuto, em alguns locais, completamente.

Partes da Austrália, Indonésia (foto abaixo) e Timor-Leste viram momentos de escuridão em plena luz do dia devido ao eclipse total, para o deleite dos observadores curiosos.

Foto: Juni Kriswanto/AFP

Astrônomos em Exmouth, noroeste da Austrália, estacionaram suas casas móveis, montaram telescópios e utilizaram óculos com filtros especiais para observar a Lua se sobrepondo lentamente ao Sol.

"Muitas pessoas ficam viciadas naquele minuto ou mais de espacialidade misteriosa", disse John Lattanzio, da Australian Astronomical Society.

"Eles se tornam 'caçadores de eclipses' e viajam pelo mundo para repetir a experiência", acrescentou.

Quando a escuridão pairou às 11h29min48, horário local, na Austrália Ocidental (00h29min48 em Brasília), uma estranha calma se instalou.

Menos de um minuto depois, a luz se espalhou novamente.

Um pouco mais tarde, milhares de pessoas fizeram fila do lado de fora de um planetário de Jacarta para observar o Sol parcialmente coberto através de um telescópio.

Foto: Bay Ismoyo/AFP

Em Bekasi, perto da capital do país, Kristoforus Aryo Bagaskoro e sua filha de 10 anos, Angela Tara, observaram o fenômeno por meio de sua reflexão na superfície de um balde cheio de água.

"Tara não parava de falar sobre isso desde ontem, então esta manhã eu usei água para assistir na frente de nossa casa", disse Bagaskoro. "Foi um evento raro, Tara estava animada e perguntou por que estava acontecendo", acrescentou.

A menina, por sua vez, afirmou que o eclipse foi "ótimo".

O fenômeno também foi observado por milhares de pessoas no extremo leste de Timor-Leste, onde os observadores reunidos no campus da Universidade Nacional de Timor-Leste receberam óculos de proteção ultravioleta e outros fizeram fila para usar os telescópios da instituição.

Foto: Sonny Tumbelaka/AFP

Embora os eclipses sejam uma atração especial para os observadores, para os cientistas, são uma oportunidade de enxergar a coroa solar, geralmente ofuscada por seus raios brilhantes.

Foi observando a um eclipse solar que Albert Einstein desenvolveu sua hipótese sobre o desvio da luz.

Uma parte do planeta poderá assistir a um eclipse lunar total de domingo para segunda-feira, um fenômeno raro durante o qual o brilho do satélite diminui e progressivamente ganha uma cor acobreada.

A ocultação da Lua pela sombra da Terra poderá ser observada na América do Sul e Central e na parte oriental da América do Norte.

Também será percebida de regiões da Europa e África.

O eclipse lunar total geralmente ocorre duas vezes por ano, quando o Sol, a Terra e a Lua estão perfeitamente alinhados e a Lua está cheia. À medida que mergulha na sombra da Terra, a Lua perde sua brancura.

Mas ainda é visível porque os raios do sol, desviados pela Terra, continuam a alcançá-la através da "refração atmosférica", explica à AFP Florent Deleflie, do Observatório Paris-PSL.

“Durante um eclipse, apenas a Terra pode iluminar a Lua através desse reenvio dos raios vermelhos”, acrescenta o astrônomo. O fenômeno pode ser visto a olho nu e com céu claro é extremamente fotogênico.

O eclipse durará cerca de cinco horas e em sua fase total – quando o astro será totalmente coberto pela sombra da Terra –, pouco mais de uma hora.

O próximo eclipse lunar total ocorrerá em novembro, em pleno Oceano Pacífico.

Florent Deleflie lembra que os eclipses lunares permitiram demonstrar "desde a Antiguidade" que a Terra é redonda.

"Sobre o disco lunar, o limite entre a região da sombra e a parte iluminada pelo Sol é ligeiramente curva: é a projeção da curvatura da Terra", explica.

Quem fez uma breve pausa na correria do dia a dia para olhar o céu nesta quinta-feira (13) foi presenteado pelo brilho de um Halo Solar. Parecido com um arco-íris, a formação circular contorna o sol e chama atenção pela disposição das cores primárias.

O evento ocorre quando a luz solar é refletida e refratada por cristais de gelo na atmosfera, causando a dispersão da luz com a mudança da sua direção e velocidade.

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Os cristais funcionam como pequenos prismas e decompõem a luz branca nas cores primárias.

O fenômeno óptico ganha o formato circular pela forma hexagonal dos cristais de gelo e, diferente dos eclipses, pode ser observado sem proteção aos olhos, informou Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac).

Surpresos pelas particularidades do Halo Solar, relatos nas redes sociais comentam sobre a mobilização nas ruas do Recife para registrar o evento. Houve até quem estacionou o veículo para registrar a formação.

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Um eclipse solar total acontece quando a lua cobre totalmente o Sol. (Pixabay) 

No próximo sábado (4), acontecerá o único eclipse solar total deste ano, mas o evento não poderá ser visto no Brasil. Ocorre que, como o fenômeno se dará de madrugada, o sol não estará visível no céu do país.

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O eclipse só poderá ser visto na Antártida e nas águas circundantes, com algumas fases parciais visíveis na Austrália, Nova Zelândia, Argentina e África do Sul. Em alguns locais onde o evento poderá ser apreciado, ele acontecerá antes, durante e depois do nascer do Sol ou do pôr do Sol.

Assim, para acompanhar o fenômeno, os observadores deverão procurar uma visão clara do horizonte. Um eclipse solar total acontece quando a lua cobre totalmente o Sol.

Comparada às outras luas cheias do ano, a desta quarta-feira, 26, será maior e mais brilhante. O responsável é o fenômeno conhecido como "superlua". Em alguns países, também será possível observar um eclipse lunar total, que não acontecia desde janeiro de 2019 e, em determinado momento, dará à Lua uma cor avermelhada. Entenda mais sobre esses dois fenômenos:

O que é uma superlua?

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A superlua ocorre quando a fase da Lua cheia coincide com o perigeu - ponto da órbita da Lua no qual ela encontra-se mais próxima do nosso planeta. A combinação faz com que o satélite natural pareça 7% maior e 15% mais brilhante do que a média.

No evento desta semana, ela estará a pouco mais de 357 mil quilômetros da Terra, enquanto a média é de aproximadamente 384 mil quilômetros. Além disso, se comparada à superlua do mês passado, a desta quarta estará a cerca de 155 quilômetros mais próxima do nosso planeta, diferença que, mesmo imperceptível a olho nu, lhe concede o posto de maior superlua de 2021.

Onde será possível visualizar a superlua?

O fenômeno poderá ser observado em todo o mundo caso o céu esteja limpo.

O que é um eclipse lunar total?

O eclipse lunar acontece quando a Terra se posiciona entre o Sol e a Lua, impedindo que o Sol ilumine diretamente o satélite. Quando a sombra do globo terrestre encobre totalmente a Lua, ocorre o eclipse lunar total. Nesta quarta, a fase total durará apenas 15 minutos.

Em um primeiro momento, antes e depois de atingir o seu estado total, o eclipse lunar será parcial, já que a sombra da Terra encobrirá gradualmente o disco da Lua, de acordo com o movimento do nosso planeta e do seu satélite natural ao redor do Sol.

Por que a lua ficará vermelha?

Os eclipses lunares totais também são conhecidos como "luas de sangue", pois em determinado momento o satélite ganha uma cor avermelhada e enferrujada. O professor Roberto Costa, do Departamento de Astronomia da Universidade de São Paulo (USP), explica que o motivo desse fenômeno é a atuação da atmosfera da Terra como um filtro.

"Essa cor avermelhada adquirida pela Lua durante o eclipse lunar total não é nenhuma mágica. É que a atmosfera da Terra funciona como uma espécie de filtro, que joga a parte vermelha da luz do Sol para Lua.", observa o Professor.

De acordo com Roberto da Costa, a atmosfera terrestre tem a particularidade de refletir mais os tons azuis - por isso o céu é azul durante o dia - e deixar passar com mais facilidade os tons vermelhos.

Onde será possível observar o eclipse lunar?

Austrália, Nova Zelândia e Ilhas do Pacífico serão os melhores locais para se observar o eclipse lunar total. Em algumas partes do território brasileiro será possível observar a fase parcial do eclipse a partir das 6h45 (horário de Brasília), como nos três Estados da região Sul, na região oeste do Estado de São Paulo, no Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul) e no Norte (Rondônia, Amazonas, Roraima e Acre). A visualização será melhor nos Estados mais a oeste, especialmente em parte do Amazonas e no Acre.

É comum o eclipse lunar total ocorrer simultaneamente a uma superlua?

O eclipse lunar total e a superlua são fenômenos independentes que, de vez em quando, ocorrem simultaneamente. Curiosamente, o último eclipse lunar total também coincidiu com uma superlua.

Na próxima quarta-feira (26), dois fenômenos lunares poderão ser vistos em algumas regiões do mundo. Neste dia, a maior superlua do ano ficará visível ao mesmo tempo em que o eclipse lunar. A superlua aparecerá ao amanhecer em poucas regiões do Brasil, pois ficará mais aparente em algumas partes dos Estados Unidos, na Austrália e no leste da Ásia.

O eclipse que envolve o satélite natural da Terra acontece no mesmo dia e terá início às 05h48 (horário de Brasília). Entretanto, o fenômeno total deve ser rápido, irá ocorrer por volta de 08h11, finalizando às 08h26. O eclipse em sua totalidade será quase impossível de se observar no Brasil, pois a mudança será sutil. Porém, a superlua poderá ser vista no horizonte ao leste, a partir das 18h20.

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O chamado “perigeu” acontece quando a lua se aproxima da Terra, podendo ser vista até 15% maior e 30% mais luminosa do que o normal. Quando o fenômeno acontece no período de lua cheia, o satélite natural aparenta estar ainda maior. Além disso, quando o Sol e a Terra se alinham com a lua, este feito altera sua cor para um laranja escuro ou avermelhado, por isso o nome é popularmente conhecido como “Superlua de sangue”.

Para observar o fenômeno na próxima semana e encontrar o lado leste onde ficará visível a superlua, aplicativos de astronomia ou uma bússola para celular poderão ser utilizados a fim de facilitar o processo. Os aplicativos podem ser adquiridos na App Store para usuários de iPhone, assim como poderão ser encontrados na Play Store para quem utiliza Android.

Aplicativos de astronomia na App Store:https://apps.apple.com/br/app/star-walk-guia-de-astronomia/id295430577#see-all/customers-also-bought-apps

Aplicativos de astronomia na Play Store: https://play.google.com/store/search?q=astronomia&c=apps&hl=pt_BR&gl=US

 

por Thaiza Mikaella

O sul do Chile desperta, nesta segunda-feira (14), com os olhos voltados para um céu coberto, através do qual busca uma clareira entre as nuvens para observar o eclipse total do Sol, que fará cair a noite ao meio-dia meridional.

Da costa do Oceano Pacífico à cordilheira dos Andes, a luz do Sol será obscurecida pela Lua, e a noite cairá por volta das 13h locais (mesmo horário em Brasília) por pelo menos dois minutos, ao longo da zona de umbra, uma faixa de 90 quilômetros de largura que avançará para além das montanhas pela Patagônia Argentina até a costa atlântica.

A poucas horas do eclipse, não está claro se o fenômeno astronômico poderá ser visto pelos milhares de turistas que chegaram à região de La Araucanía - 800 km ao sul de Santiago -, ou pelos cientistas estacionados ao pé do vulcão Villarrica com seus telescópios. Há dias estes instrumentos estão preparados para conseguir registrar o segundo eclipse consecutivo no Chile. O anterior foi em julho de 2019, no norte do país.

"A previsão é que a frente de mau tempo se antecipe um pouco à frente, e as chuvas comecem mais cedo e haja clareiras para poder observar o Sol diretamente", disse à AFP o astrônomo da Universidade Católica Simón Ángel, enquanto testava seu telescópio no terraço do abrigo de esqui do vulcão, a cerca de 1.500 metros de altitude.

Nicolás Tamayo, um visitante de 28 anos que chegou à cidade de Pucón, aos pés do vulcão, disse à AFP que "as expectativas são boas", apesar da previsão de tempo ruim para a hora do eclipse.

"O clima que se vai vier nesse momento não tem preço", celebra.

A chuva foi constante nos últimos dias, devido a uma frente climática que cobriu de nuvens e trouxe ventos para toda área de visibilidade do eclipse.

Ontem, porém, uma agradável tarde e um céu azul se abriram depois da densa nebulosidade da manhã, trazendo esperança de que essa mesma dinâmica se repita nesta segunda-feira.

Na tarde da próxima segunda-feira, 14, um eclipse solar total poderá ser observado no Chile, na Argentina e no sul dos oceanos Pacífico e Atlântico. As cidades chilenas de Temuco e Villarrica estão entre os melhores locais para o fenômeno ser observado. Em outros países da América do Sul, como no Brasil, no Peru e na Bolívia, será visto de forma parcial.

O fenômeno que faz o dia se transformar em noite por alguns minutos ocorre quando a Lua se interpõe entre o Sol e a Terra. "Como a Terra gira ao redor do Sol num plano, supondo que o Sol esteja no centro da face superior de uma mesa, a Terra se move em torno do Sol no nível desta superfície. Ao mesmo tempo, a Lua gira em torno da Terra, mas o plano de órbita lunar é inclinado um pouco mais de 5º em relação à face da mesa e geralmente a Lua passa acima ou abaixo do Sol. Mas quando a Lua cruza o plano da órbita da Terra, entre o Sol e o nosso planeta, e todos ficam alinhados, ocorre um eclipse solar", explica Paulo Sergio Bretones, professor do Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

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Em São Paulo, o eclipse começará às 12h45 (horário de Brasília), quando a Lua Nova começará a "tocar" o disco do Sol. "A Lua irá cada vez mais ocultar o disco do Sol até que, às 14h04, o Sol terá 43% de seu diâmetro coberto pelo nosso satélite. Nesse momento, quando 31% da área do Sol for obscurecida pelo disco lunar, estará a 62 graus de altura sobre o horizonte. Então, a Lua começará a sair da frente do Sol até que às 15h16min sairá por completo", explica Bretones.

Em Porto Alegre, o fenômeno poderá ser visto parcialmente a partir das 12h23 (horário de Brasília). A previsão é de que 60% do disco do Sol esteja encoberto pela Lua às 13h50. O eclipse solar parcial deve durar até as 15h12.

Em Cuiabá, o eclipse parcial começará às 11h33 (horário de Brasília), com previsão de término às 13h29. A visão máxima está prevista para as 12h32.

Cuidados recomendados

Mesmo com a possibilidade de acompanhar transmissões por sites e redes sociais, o professor do Departamento de Metodologia de Ensino da UFSCar aconselha que as famílias aproveitem este momento olhando para o céu. "É possível prestigiar o fenômeno mesmo com a pandemia da covid-19, tomando todos os cuidados com uso de máscara facial e mantendo o distanciamento social, e também tomando as medidas de segurança para evitar olhar diretamente para o Sol sem proteção adequada", orienta ele.

Durante o eclipse, é muito perigoso observar o Sol diretamente, pois ele pode produzir queimaduras na retina, causando cegueira. "É extremamente perigoso olhar para o Sol com qualquer instrumento óptico como binóculos, lunetas, telescópio sem filtros especiais ou mesmo uma máquina fotográfica. Veja o que acontece quando se queima uma folha utilizando-se uma lente para focar a luz do Sol. Não se deve usar óculos escuros, vidros esfumaçados, radiografias ou negativos de filmes revelados, pois podem não bloquear as radiações não visíveis como o infravermelho e o ultravioleta. Contudo, existem óculos para observação solar com filtro de mylar. Deve-se tomar o cuidado de observar o fenômeno com um filtro apropriado e o mais indicado seria o usado em máscara de soldador número 14, disponível em lojas de ferragens, pois eles bloqueiam os raios solares que prejudicam à saúde", aconselha Bretones.

Segundo o especialista, melhor ainda seria projetar a imagem do Sol numa tela. "Se for utilizado um instrumento, como uma pequena luneta ou binóculo, deve-se alinhá-lo com o Sol, sem observá-lo e colocar um anteparo com a imagem do Sol no foco. Pode-se cobrir um pequeno espelho com um papel com um orifício e projetar a imagem do Sol numa parede", disse.

No último dia 21, a Índia e países vizinhos testemunharam um eclipse solar que foi batizado de "anel de fogo", por conta da forma composta pela posição da Lua sobre o Sol. Na ocasião, o fenômeno foi compartilhado online por diversos canais de astronomia. Mas 2020 ainda reserva outros espetáculos astronômicos. De acordo com a NASA, três eclipses, dois lunares e um solar, ainda poderão ser observados em julho, novembro e dezembro.

No mês de julho, um eclipse lunar penumbral, aquele que acontece quando apenas parte da Lua é obscurecida pela sombra da Terra, acontecerá entre os dias 4 e 5, no momento em que a Terra receber uma parte da luz do Sol que deveria ser direcionada para a Lua. A outra parte da Terra, uma sombra chamada pelos especialistas de "penumbra", cobrirá toda a Lua. O fenômeno começará à 1h30, horário de Brasília, e será visto da América do Norte, do Pacífico, de boa parte da África e também da América do Sul.

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Já em novembro, outro eclipse lunar penumbral acontecerá entre os dias 29 e 30. Também será possível vê-lo no Brasil, além da Europa, América do Norte, parte da Ásia e Austrália. Por aqui, o fenômeno terá início às 5h32, horário de Brasília.

No último mês do ano, um eclipse solar total é esperado em função do movimento da Lua, que se posicionará entre a Terra e o Sol, jogando uma sombra escura sobre o planeta. O fenômeno será visível do Chile, partes da Argentina e nas cidades brasileiras de Rio Branco, Maceió, Salvador, Vitória, Goiânia, Cuiabá, Campo Grande, Belo Horizonte, Curitiba, Recife, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Porto Velho, Florianópolis, Brasília, São Paulo e Aracajú. Será no dia 14 de dezembro, com início às 14h05, horário de Brasília.

 

A astronomia reserva atrações especiais em junho para os admiradores dos fenômenos celestes. O calendário do sexto mês do ano prevê eventos como a aparição do planeta Mercúrio, o eclipse da Lua e o surgimento da dupla composta pelo maior satélite da Terra com Vênus.

De acordo com Gustavo Rojas, físico e colunista da Revista Galileu, todos poderão ser vistos a olho nu no Brasil, mas o mau tempo pode atrapalhar a contemplação em algumas regiões. Veja:

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4 de junho - Mercúrio no fim da tarde e início da noite

O primeiro planeta do Sistema Solar pode ser observado uma hora antes do pôr do sol e logo após o Astro-Rei se pôr. Os especialistas recomendam que os espectadores olhem à direita da estrela Betelgeuse, no horizonte Oeste.

5 de junho -  Eclipse lunar na sombra

A Lua vai atravessar a parte menos escura da sombra projetada pela terra no espaço. Com isso, ocorre o eclipse denominado penumbral. Considerado leve pelos astrônomos, ele fica perceptível pela Lua Cheia não ser tão brilhante. O ápice da visualização do fenômeno deve ser entre 16h25 e 18h, por isso é possível que os brasileiros vejam apenas a última parte do evento nas regiões em que o céu não estiver nublado.

19 de junho - Lua e Vênus na madrugada

A partir das 5h, o par Lua Minguante e Vênus estará visível aos admiradores a Leste. O planeta já havia aparecido na última semana do mês de maio, junto ao vizinho Mercúrio. Para apreciar o fenômeno, basta torcer para que o céu esteja limpo pouco antes do nascer do Sol.

Ainda em junho, o dia 20 marca a chegada do inverno ao Hemisfério Sul do mapa às 18h43.

 

 Além do eclipse total do Sol e de uma série de superluas, o calendário astronômico de 2020 também prevê uma intensa quantidade de chuvas de meteoros pela Terra.

Um deles é a chuva Perseidas, também conhecida como Lágrimas de São Lourenço. O evento acontece em diversos períodos do ano, como em janeiro, abril, maio e junho. No entanto, os dias mais esperados do fenômeno serão 12 e 13 de agosto, quando a quantidade de estrelas cadentes será mais intensa.

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Outro espetáculo será a chuva de meteoros Geminídeas. Ela, por sua vez, acontece apenas uma vez por ano na Terra, em dezembro.

No pico do fenômeno, é possível ver até 120 estrelas cadentes por hora no céu, caso estiver limpo. O evento deverá ocorrer entre os dias 13 a 15 de dezembro deste ano.

Outro evento previsto para 2020 é a Lua Azul, que ocorrerá na noite do dia 31 de outubro. O fenômeno acontece uma vez a cada dois ou três anos, mas a próxima vez que o evento acontecerá no Halloween será somente em 2039.

A superlua, por sua vez, será no dia 9 de março, o evento acontece quando o satélite natural está mais próximo do planeta e em fase da lua cheia. Neste ano, o evento acontecerá também nos dias 7 de abril e 9 de maio.

No final do ano, em 21 de dezembro, haverá uma super conjunção de Júpiter e Saturno, ou seja, quando suas órbitas estarão mais próximas da Terra, podendo observar os dois planetas sem ou com um telescópio.

De acordo com a Royal Astronomical Society of Canada, a última vez que os dois gigantes estiveram tão próximos da Terra foi em 1623.

Da Ansa

Um fenômeno imperceptível a olho nu aconteceu no céu: o planeta Mercúrio passou à frente do Sol, de forma a protagonizar o que os astrônomos chamam de mini eclipse. O evento teve início às 9h35 (horário de Brasília). Pouco depois do meio-dia, às 12h19, o planeta estará exatamente na metade de sua trajetória, encerrando seu passeio entre a Terra e o Astro Rei, às 15h04.

Há, no entanto, que se ter cuidados para assistir esse fenômeno astronômico, a exemplo de outros eclipses solares, quando é necessário o uso de filtro para evitar danos à visão. No caso deste mini eclipse, os cuidados são ainda maiores, porque é necessário o uso de telescópio ou binóculo com filtro apropriado.

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O alerta é do presidente da Comissão de Educação da União Astronômica Internacional e professor da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Paulo Bretones. “É muito perigoso observar o Sol diretamente, podendo produzir queimaduras na retina, causando cegueira. É extremamente perigoso olhar para o Sol com qualquer instrumento óptico como binóculos, lunetas, telescópio ou mesmo através de uma máquina fotográfica. Não se deve usar óculos escuros, vidros esfumaçados, radiografias ou negativos de filmes revelados, pois podem não ser suficientemente densos para bloquear as radiações como o infravermelho e o ultravioleta”.

Segundo o astrônomo, deve-se tomar o cuidado de observar o fenômeno com um filtro apropriado. “Como o usado em máscara de soldador, número 14, disponível em lojas de ferragens. Melhor ainda, seria projetar a imagem do Sol numa tela, utilizando uma pequena luneta ou binóculo e sem observar através dele. Certamente também ocorrerão muitas transmissões ao vivo pela internet”, acrescentou, destacando que é um evento raro, podendo ocorrer no intervalo de três a 13 anos.

De acordo com o especialista, a última passagem de Mercúrio foi observada em 2016 e a próxima será em 2032.

*Colaborou Adrielen Alves, da Radioagência Nacional

O eclipse total do sol será visível nesta terça-feira (2) em grande parte do Cone Sul, com observação privilegiada no norte do Chile.

Se antes a escuridão do céu despertava medo, os eclipses são atualmente motivo de celebração e um momento de estudo para cientistas, que puderam confirmar, por exemplo, a teoria geral da relatividade de Einstein.

O fenômeno começará às 13h01 locais (14h01 no horário de Brasília) no meio do Oceano Pacífico.

A sombra da totalidade, de cerca de 150 quilômetros de largura e onde se concentra a maior expectativa, tocará a costa chilena às 16h38 local (17h38 de Brasília), cobrindo desde o balneário de Guanaquero, na região de Coquimbo, até Caleta Chañaral, no Atacama.

Depois de atravessar o Chile - do mar para a cordilheira sobre a parte sul do deserto do Atacama, o mais árido do mundo - continuará em direção ao sudeste em uma viagem à Argentina, de acordo com um relatório da Fundação Chilena de Astronomia.

Devido à sua proximidade com o eixo central da sombra, ou "zona zero", na pequena cidade de La Higuera, nas regiões de fronteira de Coquimbo e Atacama, o eclipse total alcançará sua duração máxima duração de dois minutos e 36 segundos.

- Prever um eclipse -

Este é um processo que ocorre quando o Sol, a Terra e a Lua estão no mesmo plano.

"Normalmente, a Terra gira em torno do Sol, formando um plano imaginário, chamado de eclíptica, mas a Lua com a Terra forma outro plano, e esse plano está inclinado em cinco graus. Portanto, nem sempre estes três corpos estão no mesmo plano. Quando estão no mesmo plano, temos os eclipses, seja da Lua, ou do Sol", explicou à AFP o diretor do Departamento de Física da Universidade Nacional de Ciências da Educação (Unce), o astrônomo Luis Barrera.

Os mais comuns são os eclipses anulares, que significa que a Lua está um pouco mais longe da Terra e não chega a cobrir completamente o disco do Sol, permanecendo como um anel.

O que vai acontecer nesta terça-feira é um eclipse total, ou seja, o disco da Lua estará um pouco maior do que o disco do Sol, cobrindo sua totalidade.

Enquanto em culturas antigas, muitas vezes os eclipses eram motivo de angústia e medo para as pessoas, hoje, a partir da dinâmica dos movimentos dos corpos no sistema solar, é possível saber sua ocorrência com uma precisão muito alta.

"Podemos prever eclipses em 10 mil anos", diz Barrera.

Os habitantes das Américas, de grande parte da Europa e da África ocidental poderão observar um eclipse total da lua em 20 ou 21 de janeiro, dependendo da localização, que será o último do tipo até 2021.

Para a América do Norte e do Sul, o eclipse total ocorrerá no início da noite do dia 20 ou início da manhã, enquanto na Europa e na África será visto pouco antes do nascer do sol no dia 21. Mais a leste do planeta, o fenômeno será pouco visível porque será mais dia.

A lua cheia estará na sombra da Terra entre às 03h34 e às 06h51 GMT (01h34 e 04h51 no horário de Brasília). Durante a primeira hora, ela será lentamente "comida" pelo lado esquerdo. O eclipse será total por uma hora a partir das 04h41 GMT (02h41 de Brasília), de acordo com os horários fornecidos pela NASA.

A fase total do eclipse será três quartos de hora mais curta que a do grande eclipse de julho de 2018, que continuará a ser o mais longo do século XXI.

Durante o eclipse total, o satélite natural da Terra não será completamente invisível, mas aparecerá vermelho. Isso ocorre porque os raios do sol não o alcançarão diretamente e, em vez disso, uma pequena parte dos raios vermelhos se filtrará através da atmosfera da Terra e se refratará sobre a lua.

"É a última chance, por um bom tempo, de ver um eclipse total da lua", disse à AFP Bruce Betts, cientista da Planetary Society, uma organização americana de astronomia.

O próximo eclipse total será em maio de 2021. Outros parciais ocorrerão antes.

Os eclipses totais da lua podem ocorrer duas ou três vezes por ano. Acontecem quando a Terra fica posicionada exatamente entre o sol e a lua.

É necessário que o céu esteja claro para observar o fenômeno. Muitas vezes as nuvens estragam o show.

Os fãs da astronomia poderão comparar as pequenas variações do tom vermelho da lua neste momento. "Tudo depende do que está na atmosfera", diz Bruce Betts.

"Assim como os pores-do-sol mudam de cor de um dia para o outro, os eclipses variam de acordo com as partículas na atmosfera, ou se há uma erupção vulcânica, por exemplo".

Nenhum telescópio é necessário para aproveitar o eclipse. Para ver as crateras da lua, o planetólogo lembra que um simples par de binóculos pode ser suficiente.

Estrelado por Kristen Stewart‎ e Robert Pattinson, o primeiro filme "Crepúsculo" chegava aos cinemas de todo o mundo há dez anos. A história de amor entre o vampiro Edward e a estudante Bella Swan comoveu jovens e adultos, principalmente pela trilha sonora eclética.

Desenvolvido em cinco etapas, a última finalizada em 2015 com "Amanhacer - Parte II", a saga vampiresca foi embalada por grandes nomes da música pop, como Bruno Mars, Sia e Christina Perri. Relembre cinco canções que fizeram parte da trama envolvendo romance, sangue e vida eterna.

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Heavy In Your Arms - Florence And The Machine

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O mais longo eclipse "lua de sangue" deste século estava em curso nesta sexta-feira (27), coincidindo com a maior aproximação em 15 anos de Marte do nosso planeta, oferecendo um espetáculo celestial aos observadores no mundo todo.

Conforme a Lua lentamente navegava pelos céus, multidões se reuniram em todo o mundo para assistir ao fenômeno raro.

Ao lado do Lago Magadi, 100 quilômetros a sudoeste da capital queniana, Nairóbi, jovens membros da comunidade Maasai assistiram ao eclipse através de um telescópio de alta potência fornecido por um casal local.

"Até hoje eu achava que Marte, Júpiter e os outros planetas estavam na imaginação dos cientistas", disse Purity Sailepo, 16 anos, à AFP.

"Mas agora que eu os vi, posso acreditar, e quero ser um astrônomo para contar a outras pessoas", acrescentou.

Diferentemente de como acontece com um eclipse solar, os espectadores não precisarão de equipamentos de proteção para observar este fenômeno raro.

Para cerca de metade do mundo, a lua estará parcialmente ou totalmente na sombra da Terra de 17h14 às 23h28 GMT (14h14 às 20h28 em Brasília) - seis horas e 14 minutos no total.

A duração do eclipse completo - conhecido como "totalidade", quando a lua parece mais escura - se estendeu das 19h30 às 21h13 GMT (16h30 às 18h13 em Brasília).

Ao mesmo tempo, Marte apareceu perto da lua no céu noturno, facilmente visível a olho nu.

Os astrônomos amadores do hemisfério sul estão melhor posicionados para apreciar o espetáculo, especialmente os do sul da África, Austrália, Sul da Ásia e Madagascar, mas o fenômeno também será parcialmente visível na Europa e na América do Sul.

Na América do Sul, é visível na penumbra crepuscular de sexta-feira na costa oriental do continente, no Brasil, Uruguai e Argentina, embora o inverno austral possa complicar a observação do fenômeno.

Mais de 2.000 pessoas, incluindo muitas crianças com binóculos, se reuniram na capital tunisiana de Tunes.

"Espero que este eclipse nos traga felicidade e paz", disse Karima, 46 anos, sem tirar os olhos do céu.

No entanto, o mau tempo impediu a exibição cósmica em várias partes do mundo.

Tempestades de monção generalizadas e nuvens espessas esconderam a lua em grande parte da Índia e seus vizinhos, que deveriam ter tido uma visão privilegiada.

Da mesma forma, observadores ansiosos que se reuniram em penhascos e praias no condado inglês de Dorset foram deixados no escuro devido a um céu nublado.

"É decepcionante", disse Tish Adams, 67 anos, à AFP. "Eu tirei algumas fotos, mas não havia nada além de uma listra rosa no céu".

- Corpos celestes se alinham -

Marte apareceu extraordinariamente grande e brilhante, a apenas 57,7 milhões de quilômetros da Terra em sua órbita elíptica em torno do Sol.

"Temos uma rara e interessante conjunção de fenômenos", disse Pascal Descamps, astrônomo do Observatório de Paris, à AFP.

"Devemos ver uma tonalidade vermelha acobreada na lua, com Marte, o 'Planeta Vermelho', logo ao lado, muito brilhante e com um leve tom alaranjado".

Um eclipse lunar total acontece quando a Terra se posiciona em uma linha reta entre a lua e o sol, tapando a luz solar direta que normalmente faz o nosso satélite brilhar com um amarelo esbranquiçado.

A lua viaja para uma posição similar a cada mês, mas a inclinação de sua órbita faz com que ela normalmente passe acima ou abaixo da sombra da Terra - então, na maioria dos meses, temos uma lua cheia sem um eclipse.

Quando os três corpos celestes estão perfeitamente alinhados, no entanto, a atmosfera da Terra dispersa a luz azul do sol, enquanto refrata ou curva a luz vermelha sobre a lua, geralmente dando-lhe um rubor rosado.

Isso é o que dá ao fenômeno o nome de "lua de sangue", embora Mark Bailey, do Observatório de Armagh, na Irlanda do Norte, afirme que a cor pode variar muito.

Depende em parte de "quão nubladas ou transparentes estão aquelas partes da atmosfera da Terra que permitem que a luz do Sol chegue à Lua", disse à AFP.

"Durante um eclipse muito escuro a lua pode ficar quase invisível. Eclipses menos escuros podem mostrar a lua como cinza escuro ou marrom (...), como cor de ferrugem, vermelho-tijolo, ou, se muito brilhante, vermelho-cobre ou laranja", acrescentou.

A longa duração deste eclipse se deve em parte ao fato de que a lua faz uma passagem quase central através da umbra da Terra - a parte mais escura e central da sombra.

A Lua também está no ponto mais distante de sua órbita da Terra, fazendo com que seu movimento pelo céu fique mais lento de nossa perspectiva, passando assim mais tempo no escuro.

Marte aparece como uma estrela muito brilhante.

"No meio de um eclipse lunar, pode parecer que um planeta vermelho passou a residir perto da Terra - e eles são ambos misteriosos e belos", disse Robert Massey, da Royal Astronomical Society, em Londres.

Olhar para o céu no início da noite desta sexta-feira (27) será um convite obrigatório. A partir das 16h30 começa o eclipse lunar mais longo do século 21, que deve durar cerca de uma hora e 43 minutos. Em quase todo o planeta será possível acompanhar o fenômeno que, geralmente, ocorre duas vezes por ano, com um tempo de duração de 60 a 80 minutos, podendo durar até muito menos. Em 2015, por exemplo, a cobertura total da Lua durou apenas 12 minutos.

“Agora a Lua vai atravessar bem no centro da sombra da Terra”, explicou a pesquisadora Josina Nascimento, do Observatório Nacional. E é por isso que vai demorar mais tempo até que ela volte a aparecer. Mas, no Brasil, essa fase do eclipse não será visível pelo período integral de 104 minutos. “Toda a parte leste do Brasil vai ver a Lua nascer já durante o eclipse total. Dependendo do lugar, no Rio de Janeiro, por exemplo, a Lua vai nascer 17h26, quando o céu ainda estará claro. Por volta de 18h13, fica mais visível e é quando começa o eclipse parcial [quando a Lua começa a sair da sombra da Terra]”, afirmou.

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O eclipse da Lua acontece quando o Sol, Terra e Lua ficam alinhados nesta ordem. O Sol, iluminando a Terra, faz uma sombra no espaço em duas partes: a penumbra, que ainda revela raios do Sol, e a umbra que não recebe qualquer feixe de luz. “Quando a Lua, caminhando em torno da Terra, penetra totalmente na sombra escura temos o eclipse total”, completou a pesquisadora.

No Brasil, em toda a parte leste do país, a Lua já vai nascer na fase total do eclipse, fase que termina às 18h13, no horário de Brasília. A partir desse horário, a Lua começa a sair da sombra mais escura da Terra [umbra], iniciando o eclipse parcial, que dura até 19h19. O fenômeno completo, que inclui a fase penumbral do eclipse, termina às 20h29. Segundo Josina, o eclipse total será visto por toda as regiões Sul, Sudeste e Nordeste. “O Centro-Oeste e parte da Região Norte verá o eclipse parcial e a parte mais a oeste da Região Norte verá somente o eclipse penumbral”, disse.

Se o tempo do fenômeno já carrega um grau de ineditismo, o espetáculo promete ser ainda maior pelas cores com as quais a Lua despontará no horizonte: um efeito laranja avermelhado que dá nome à Lua de Sangue, provocado durante o eclipse total.

“Depois que o sol se põe você tem a tonalidade do horizonte avermelhado que é causado pelos raios de sol passando pela atmosfera. Ou seja, mesmo sem ver o sol, ainda recebe um pouco dessa luz. Os tons vermelhos são os menos filtrados e acabam se destacando mais. O mesmo acontece no eclipse total da Lua. Quando está totalmente na umbra [sombra mais escura da Terra] fica totalmente escura mas ainda chega à Lua os raios solares que passam pela atmosfera da Terra. Passam os mais próximos do vermelho e ela fica com essa tonalidade”, explicou a pesquisadora.

O show celeste ainda promete a maior visibilidade de planetas que estarão na mesma linha. Marte, sem dúvida, merecerá o destaque por estar, desde o início do ano, em máxima brilhância, se destacando como um ponto vermelho ao lado da Lua. O pico desse efeito está previsto para o dia 3 de agosto, mas já é impossível ignorar a presença desse planeta visto a olhos nus. “Júpiter também estará no alto. Vênus está a oeste e Saturno estará entre Marte e Júpiter, na mesma linha, também muito brilhante mas menos que Marte.”

No início da noite de sexta-feira, 27, o mundo verá o mais longo eclipse lunar do século, quando a sombra da Terra permanecerá sobre toda a Lua por 1 hora e 42 minutos. No leste do Brasil, especialmente ao longo do litoral, será possível observar o eclipse total no início da noite. Na parte oeste do País o fenômeno será visto como parcial.

De acordo com Paulo Bretones, professor do Departamento de Metodologia de Ensino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), o eclipse ainda não estará visível para os brasileiros quando a lua começar a "mergulhar" na sombra da Terra, às 15h24, horário de Brasília. Às 16h30, ainda abaixo do horizonte, a Lua já estará completamente eclipsada.

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O eclipse ocorrerá entre 15h24 e 19h19, mas sua fase total - quando a Lua estiver totalmente coberta pela sombra da Terra - irá das 16h30 às 18h13. Como comparação, o eclipse lunar que aconteceu em julho de 2015 teve uma duração de apenas 12 minutos, de acordo com o Observatório Nacional.

"No Brasil, para observadores em São Paulo, para considerarmos uma média, a Lua já irá nascer eclipsada, às 17h40, e o pôr do Sol ocorrerá às 17h42min. Devido ao horário deste evento, a Lua eclipsada não terá tanto contraste com o fundo do céu por conta da claridade do crepúsculo. Assim, não veremos a Lua cheia nascer bem brilhante como de costume, porque ela estará dentro da sombra da Terra", disse Bretones ao jornal O Estado de S. Paulo.

Segundo Bretones, a Terra projeta no espaço uma sombra em forma de cone - e os eclipses lunares ocorrem quando a Lua penetra nesse cone de sombra. Ele afirma que isso só pode acontecer na fase de Lua cheia.

"Imagine que o Sol está no centro de uma mesa, com a Terra girando em torno dele nesse mesmo plano. A Lua também está girando em torno da Terra, mas o plano de sua órbita é inclinado um pouco mais de 5 graus em relação à face da mesa. Embora a Terra projete sempre a sua sombra não a percebemos porque geralmente a Lua passa acima ou abaixo dela. Assim, quando a Lua cruza o plano da órbita da Terra e, além disso, o Sol, a Lua e a Terra ficam alinhados, ocorre um eclipse lunar", explicou.

De acordo com ele, ao passar entre o Sol e a Lua, a Terra produz a umbra - uma região escura sobre o disco lunar - e a penumbra, que é uma região cinzenta. Só quando a Lua está completamente mergulhada na umbra considera-se que há um eclipse total em curso. "É a umbra que dá o efeito de beleza ao fenômeno, pois a penumbra na maioria das vezes é imperceptível."

Bretones afirma que, apesar da longa duração, será um desafio observar a Lua nascendo totalmente eclipsada, enquanto o Sol se põe do outro lado do horizonte. "Às 18h13, quando a Lua começará a sair da umbra, estará a cerca de 5 graus de altura sobre o horizonte, até que às 19h19 sairá por completo e estará novamente toda iluminada pelo Sol, quando estará a cerca de 20 graus do horizonte", disse.

Lua de sangue

O professor explica que quando estiver totalmente imersa na umbra, a Lua não ficará invisível, mas possivelmente ganhará uma cor de cobre, avermelhada - que deu ao fenômeno do eclipse total o apelido de "Lua de sangue". Isso ocorre porque, embora a sombra da Terra não deixe que os raios de Sol cheguem diretamente à Lua, ela é atingida por raios que passam pela atmosfera terrestre.

"Os componentes da luz branca, que produzem as cores vermelha e laranja, espalham-se pelo ar, cobrindo o céu com as cores do Sol no alvorecer e no crepúsculo. A refração transforma essas cores em sombra, por isso a Lua fica avermelhada."

De acordo com o Observatório Nacional, o próximo eclipse lunar ocorrerá na noite de 20 para 21 de janeiro de 2019. Ao contrário do eclipse da próxima sexta-feira, ele poderá ser visto como total em todo o Brasil, do início ao fim.

Bem próxima, grande e "sanguínea": um eclipse lunar total particularmente raro por seu tamanho oferecia nesta quarta-feira um espetáculo impressionante e visível de uma boa parte do planeta e foi batizado de "Superlua azul de sangue".

Em plena noite, milhares de pessoas se reuniram na Califórnia para ver a lua desaparecer, privada dos raios do sol, antes de reaparecer tingida de vermelho, daí o nome de "lua de sangue".

Também chamada de "azul" porque é a segunda lua cheia em um mês, um nome que se refere à raridade do fenômeno (ocorre em média apenas a cada dois anos e meio), mas não por sua cor.

Alguns esperaram mais de cinco horas na esperança de encontrar um bom lugar no Observatório Griffith, em Los Angeles, que abriu às 3h30 para receber 2.000 espectadores.

O eclipse começou por volta das 3h45 (9H45 de Brasília), com uma sombra escura mordiscando a lua branca. Uma hora depois, ela estava mergulhada na escuridão e então, à medida que se revelava novamente, tons de cobre coloram sua superfície.

O show deve poder ser admirado da América do Norte, Rússia, Ásia e Oceano Pacífico. A maior parte da Europa, África e América do Sul, no entanto, serão privadas pela luz solar.

Na América do Norte, no Alasca ou Havaí, o eclipse foi visível antes do nascer do sol. No Oriente Médio, Ásia, Rússia oriental, Austrália e na Nova Zelândia, o espetáculo acontecia no nascer da lua, ao final da tarde desta quarta-feira.

Um espetáculo que, ao contrários dos eclipses do sol, não precisa de óculos de proteção para ser admirado.

Presente raro

A tonalidade vermelha da lua, que não produz sua própria luz, resulta de um fenômeno luminoso: os raios do sol que atravessam a atmosfera terrestre são "difundidos" (refletidos), com exceção dos raios vermelhos.

"A cor vermelha que aparece durante um eclipse lunar é muito especial, é um presente raro de poder observar uma lua de sangue", ressalta Brian Rachford, professor associado de física da Universidade Americana de Embry-Riddle Aeronautical.

Este eclipse era particularmente esperado porque reúne "três especificidades ao mesmo tempo", confirma o Observatório de Paris em seu site: não só "azul" e "sanguínea", também foi "super". "Super" porque o astro está muito próximo da Terra nesta quarta-feira.

O eclipse ocorreu apenas 27 horas após a lua ter atingido o ponto orbital mais próximo do nosso planeta, chamado perigeu. Apareceu um pouco maior do que o habitual, "cerca de 7% em relação a uma lua média, o que tornará mais fácil distinguir a olho nu as áreas escuras e os contrastes", aponta o Observatório de Paris.

A última "Superlua azul de sangue" ocorreu em 30 de dezembro de 1982 e foi visível na Europa, África e Ásia Ocidental. Para a América do Norte, devemos voltar 152 anos, a 31 de março de 1866, de acordo com os anais. O próximo fenômeno semelhante está agendado para 31 de janeiro de 2037.

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