Tópicos | Eleição 2018

Os eleitores que não votaram no primeiro turno das Eleições deste ano têm até esta quinta-feira (6) para justificar sua ausência e regularizar sua situação junto à Justiça Eleitoral. O eleitor pode entregar pessoalmente o formulário com a Justificativa em um Cartório Eleitoral ou optar por enviar a justificava online acessando o site https://justifica.tse.jus.br/.

O documento pode ser obtido nos portais da Justiça Federal ou no próprio cartório. Também é preciso levar a documentação que comprove a impossibilidade de comparecimento no dia do primeiro turno da eleição.

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 Para aqueles que optarem por enviar a justificativa online, o primeiro passo é informar o número do título de eleitor, o nome completo e a data de nascimento. Em seguida, é preciso preencher a justificativa e anexar o comprovante da impossibilidade de comparecimento. O eleitor que não votou no primeiro e no segundo turno precisa justificar as duas ausências. O prazo para a justificativa do primeiro turno termina nesta quinta, enquanto a do segundo pode ser realizada até dia 27 de dezembro deste ano.

Por Jéssika Tenório

As renúncias fiscais se transformaram em um dos alvos preferidos dos candidatos à Presidência da República como forma de garantir a volta das contas públicas para o azul. A tesourada nos R$ 354 bilhões de renúncias, isenções e subsídios tem ganhado espaço nas campanhas, em um momento em que a concessão de novos benefícios pelo Congresso entrou na mira dos órgãos de controle.

Os assessores econômicos dos candidatos também falam em cortar despesas em outras áreas do governo, sem dar detalhes. Eles têm preferido dar destaque para o tamanho da arrecadação que o governo perde anualmente com as benesses.

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O economista do PSOL, Marco Antônio Rocha, foi um dos únicos a definir quem poderá ser alvo dos cortes de benefícios fiscais e tributários. Rocha acredita ser possível reduzir cerca de R$ 55 bilhões em renúncias, principalmente na desoneração da folha de pagamento de empresas, na saúde, na agropecuária, na educação e nos transportes.

"Outra questão importante são os benefícios, renúncias e incentivos fiscais ligados a programas de promoção do setor produtivo, algo em torno de R$ 54 bilhões. Podemos manter essa mesma dotação de recursos, que é significativa, porém impondo maiores contrapartidas ao setor privado", disse o assessor do candidato Guilherme Boulos.

Mauro Benevides Filho, que assessora Ciro Gomes, do PDT, também já mencionou a possibilidade de cortar R$ 45 bilhões em renúncias, mas não revelou os alvos. "Vamos passar ponto a ponto de todos os aumentos, de todas as diminuições, para que esse encontro se dê da forma mais rápida possível. Inclusive estamos propondo que essa recomposição seja feita em 24 meses", disse ao Estadão/Broadcast em julho.

José Marcio Camargo, que assessora o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), afirmou "não ter dúvidas" de que o próximo governo terá de cortar subsídios e defendeu a manutenção de benefícios apenas a setores que trazem retorno à sociedade.

Marcio Pochmann, que coordena o programa econômico do PT, também se diz favorável à revisão dos chamados gastos tributários, sem dar detalhes. "Não temos ainda alvos", afirmou.

Uma das poucas pistas dadas por Pérsio Arida, que assessora o candidato tucano Geraldo Alckmin, é a defesa do fim ao tratamento fiscal privilegiado de papéis como LCAs e LCIs, que são isentos do Imposto de Renda. Ele também defendeu rever renúncias e disse que benefícios a mais ricos não fazem sentido, embora não tenha detalhado como cortará os benefícios.

Ana Paula Oliveira, coordenadora econômica do Podemos, disse que todos os subsídios e renúncias fiscais serão alvo de revisão no primeiro ano de um eventual governo Alvaro Dias. Paulo Guedes, representante do candidato Jair Bolsonaro (PSL), e os economistas de Marina Silva (Rede) também defendem redução "substancial" dos benefícios fiscais, mas sem dar detalhes dos setores que poderiam ser atingidos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Marina Silva lançou sua pré-candidatura à Presidência da República pela Rede Sustentabilidade, na tarde deste sábado (7) em Brasília. No evento, a ex-ministra do Meio Ambiente durante o governo Lula comentou a situação do ex-presidente. "O momento que estamos vivendo, que não é de celebração, é de tristeza, claro. Um ex-presidente da República poderia estar apto a fazer o que bem quisesse na política, sendo interditado pela Justiça, por erros", disse ela.

Enquanto Marina lançava sua pré-candidatura, o petista discursava para apoiadores em São Bernardo. "Mas, por outro lado, é uma sinalização de que nós podemos começar a ter esperança de que se está iniciando um tempo, de que a lei será igual para todos. Se, e somente se, nós tivermos cuidado nesse processo e que não se permita mais que os Renans, aos Aécios, os Padilhas e os Temeres fiquem impunes sob o manto do foro privilegiado", completou, citando nominalmente os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Aécio Neves (PSDB), além dos emedebistas Eliseu Padilha e Michel Temer, presidente da República. Todos eles são investigados na Operação Lava Jato pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pois têm prerrogativa de foro.

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O prefeito de São Paulo, João Doria, reagiu neste sábado, 27, à articulação do grupo do governador Geraldo Alckmin para a construção de um palanque único no Estado, no qual o PSDB abriria mão da cabeça de chapa na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes. Doria, que integra o grupo de pré-candidatos tucanos à sucessão de Alckmin, disse que essa hipótese é "zero".

Alckmin, para fortalecer seu projeto presidencial, já admite a possibilidade de o PSDB perder o comando de São Paulo depois de 24 anos chefiando o Executivo. Neste caso, os tucanos abririam mão da cabeça de chapa pela primeira vez na história do partido para apoiar a reeleição do vice-governador, Márcio França, do PSB.

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Para o governador tucano - também presidente nacional do PSDB -, a candidatura de França é "natural" e "legítima" porque o vice deverá assumir o governo em abril, quando Alckmin terá de renunciar para concorrer à Presidência da República. A tese do palanque único tem por objetivo ampliar o leque de alianças do projeto nacional de Alckmin e, ao mesmo tempo, evitar a divisão no campo governista com duas candidaturas ao Palácio dos Bandeirantes.

Embora não admita publicamente, o governo paulista passou a ser a opção de Doria após o prefeito perder espaço na corrida presidencial. Neste sábado, ao participar do programa Cidade Linda, na zona norte da capital, ele evitou comentar as declarações de Alckmin, mas foi enfático: "Como membro do PSDB, eu posso afirmar pessoalmente, como prefeito da cidade de São Paulo, que o PSDB terá candidato ao governo do Estado de São Paulo. Não há a menor hipótese do partido que ocupa o governo há tantos anos abrir mão dessa condição para quem quer que seja, inclusive para pessoas qualificadas como o vice-governador Márcio França."

Doria disse que não vê "nenhum sentido" em o PSDB abrir mão "de ter uma candidatura legitimada por tantos anos" de governo - ele citou Alckmin e os ex-governadores José Serra e Mário Covas. "Não há razão nenhuma de (o partido) abrir mão de ter um candidato, disputar, vencer e fazer novamente um bom governo", afirmou. "É uma hipótese zero."

O Diretório Nacional do PT aprovou neste sábado, 16, uma resolução política na qual reafirma a defesa da pré-candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Diz que a eventualidade de o petista ser barrado pela Justiça pode levar à "rebeldia popular" e alerta para o risco de "desobediência civil" diante de suposta "arbitrariedade" do Judiciário.

A decisão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) de marcar para o dia 24 de janeiro o julgamento que pode tornar Lula inelegível - chamado de "casuísmo" no documento - dominou os dois dias de reunião da cúpula petista realizada em São Paulo. Durante o encontro, o partido reiterou que vai insistir na candidatura de Lula até o fim, rejeitou um plano "B" e ouviu advogados para criar uma narrativa na qual a possível condenação do ex-presidente pelo TRF-4 não encerra a disputa jurídica pelo direito de o petista disputar o Planalto pela sexta vez, em 2018.

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Para o PT, a pré-candidatura de Lula está "consolidada de tal forma que não pertence mais ao PT; pertence ao povo brasileiro". Por isso, segundo o partido, a oposição promove uma campanha para impedir que o petista seja candidato e, "para evita-la, é preciso que nosso presidente continue liderando as preferências populares, como demonstrado nas caravanas, é preciso que avancem a organização e a mobilização do povo, e que deixemos claro que a escalada do arbítrio não apenas ampliará a crise e a instabilidade política, como também poderá resultar em rebeldia popular".

Na resolução, o PT chama seus militantes à mobilização. A transformação dos diretórios municipais do partido em Comitês em Defesa da Democracia e de Lula foi anunciada na sexta-feira, 15, com a criação de uma comissão de mobilização e um calendário de manifestações que começa na terça-feira, 19, com uma aula aberta de advogados na frente do TRF-4, em Porto Alegre, e prevê grandes atos em São Paulo e na capital gaúcha.

Além da defesa de Lula, o PT conclama sua militância a enfrentar a "agressividade da extrema direita" e faz um aviso. "Alertamos que as arbitrariedade do sistema judicial e as mentiras do oligopólio da mídia podem conduzir à desobediência civil".

O PT compara a possibilidade de Lula ser barrado pela Justiça ao impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff, que participou da reunião do PT. "A caçada judicial ao Presidente Lula tem o objetivo de impedir o povo de elegê-lo mais uma vez. Lula foi condenado sem provas, num processo em que sequer existe um crime, da mesma forma como ocorreu no golpe do impeachment da presidente legítima Dilma Rousseff. A inédita celeridade com que o TRF-4 marcou o julgamento é mais um casuísmo imposto ao presidente Lula por setores do sistema judicial. Se ousarem condenar Lula, estarão comprovando a natureza política de todo o processo", diz a resolução.

Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro a nove anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Se o TRF-4 recusar o recurso dos advogados de Lula e manter a condenação, o ex-presidente cai na Lei da Ficha Limpa e fica impedido de disputar eleições. Mesmo em caso de condenação no TRF-4, Lula pode recorrer a instâncias superiores como o Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o Supremo Tribunal Federal (STF). A partir do dia 15 de agosto de 2018, quando se encerra o prazo para registro de candidaturas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pode avaliar a situação do ex-presidente.

O próximo presidente da República precisará ser uma pessoa com temperança, mas muita firmeza para manter uma relação altiva com a Câmara e com o Senado uma vez que, pela baixa renovação nas duas casas, práticas abominadas pela população deverão continuar, avalia o ex-deputado tucano e atual presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal. "O Parlamento, que é a instituição principal da democracia, não pode mais continuar agindo por motivações menores e benefícios de natureza pessoal." No entanto, afirmou que, diante da pouca mudança na representação política que se verá nas próximas eleições, não tem esperança de ver tais "práticas abomináveis" acabarem no curto prazo.

O Estado brasileiro, segundo Aníbal, está com a condição de investimento praticamente zerada até para manutenção de estradas. "E não temos credibilidade, regras claras e ambiente propício para atrair os investimentos de que tanto precisamos. O mundo hoje está encharcado de dinheiro porque os juros são negativos em vários países, mas não temos condições de atrair estes recursos", lamentou o tucano.

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Aníbal disse não ter dúvida de que a infraestrutura é a área que demanda investimentos de todas as demais áreas da economia pela condição de movimentar todas as cadeias produtivas. Para que os recursos estrangeiros venham, segundo o presidente do Instituto Teotônio Vilela, é preciso que haja o encadeamento de regras claras, bom ambiente de negócios e liderança do presidente para manter o diálogo com os parlamentares em alto nível e tentar interromper as práticas inadequadas dos legislativos.

"Eu acho que o próximo presidente terá uma oportunidade enorme de, mesmo em meio às dificuldades, manter uma relação altiva com o Parlamento porque os nossos parlamentares vão continuar ainda por muito tempo vinculados a práticas que hoje a sociedade abomina. Espero que essa abominação por parte da sociedade ajude o próximo presidente não ter que conceder mais no que for prática abominável na relação entre Executivo e Legislativo", disse, depois de ter participado de evento que reuniu nesta manhã, em São Paulo, lideranças do PSDB, PT, PSB, PSD, PPS e PV.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) segue na liderança para a Presidência, nas eleições de 2018, em todos os cenários, segundo pesquisa Datafolha divulgada neste sábado, 2. O deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) está isolado em segundo lugar da corrida presidencial. Aqui, Lula lidera com 34% e Bolsonaro o segue com 17%. Marina Silva (Rede) aparece numericamente acima do pelotão encabeçado por Alckmin e Ciro, mas tecnicamente empatada com ambos.

É a primeira pesquisa divulgada após o fortalecimento do nome do governador Geraldo Alckmin (PSDB) como candidato tucano ao Planalto. O tucano aparece em quarto lugar na disputa, empatado numericamente com o ex-governador Ciro Gomes (PDT, 6%) e tecnicamente com o ex-ministro do Supremo Joaquim Barbosa (sem partido mas cortejado pelo PSB, 5%) e o senador Alvaro Dias (Podemos, 3%).

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Na pesquisa espontânea, quando a intenção de voto é questionada sem apresentação de nomes, Lula surge com 17% das citações e Bolsonaro, com 11%. Todos os outros pontuam de 1% para baixo. O "ninguém" tem 19% e não sabem afirmar em que candidato votariam, 46%.

Segundo turno

Lula ganha em todos os cenários de segundo turno. Ele ampliou em quatro pontos percentuais sua vantagem, em relação à pesquisa feita no fim de setembro, no confronto com Alckmin (52% a 30%), Marina (48% a 35%) e Bolsonaro (51% a 33%).

Sem o nome do petista - o ex-presidente pode ser impedido caso a condenação de 9 anos e 6 meses imposta pelo juiz Sérgio Moro for confirma em 2ª instância -, a pesquisa apresenta Bolsonaro com 21%, Marina com 16% e Ciro se beneficiando de votos do petista, com 12%. Alckmin segue com 9%, empatado tecnicamente com Alvaro Dias (5%).

O instituto fez 2.765 entrevistas entre 29 e 30 de novembro, em 192 cidades. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.

O presidente do Novo, Moisés Jardim, anunciou neste sábado, 18, João Amoêdo, fundador do partido, como pré-candidato à Presidência da República. "Eu não acredito em salvador da pátria, acredito em time", disse Amoêdo ao subir ao palco. ,

E emendou pergunta a uma plateia de cerca de mil pessoas entre filiados e simpatizantes: "estamos juntos nesse negócio?" Foi aclamado. "Precisamos estar obstinados e conscientes do caminho até lá", emendou. E recebeu gritos: "Brasil pra frente, João presidente".

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Segundo Amoêdo, o objetivo é transformar o País em algo que está idealizado na base do Partido Novo, ou seja, "um Brasil seguro em primeiro lugar, um País simples, com sociedade baseada em princípios e valores, sem burocracia, um País livre, onde o cidadão tenha liberdade, sem tutela do Estado. E um País onde todos possam chegar lá."

O PCdoB lançou nesse domingo, 5, a candidatura da deputada estadual gaúcha Manuela D'Ávila à Presidência da República em 2018.

É a primeira vez desde a redemocratização que o partido lança um nome na disputa pelo Palácio do Planalto. Em nota, a sigla disse que o objetivo da candidatura é a "retomada do crescimento; defesa e ampliação dos direitos do povo e reforma do Estado".

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A decisão do PCdoB afasta o partido de seu principal aliado, o PT. Desde 1989 os comunistas apoiaram todas as candidaturas presidenciais petistas.

Manuela D'Ávila, 36 anos, foi deputada federal e dirigente da UNE.

Em contraponto às recentes movimentações políticas do prefeito João Doria, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, cumpriu nesta quarta-feira, 9, agenda extensa em Brasília com objetivo de conquistar apoio para a disputa presidencial de 2018. Além de reuniões com os presidentes da Câmara e do Senado, o governador tucano teve audiência com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, almoçou com parlamentares, tirou fotos com prefeitos no Congresso e, à noite, jantaria com líderes do PP.

A ofensiva do governador, segundo interlocutor, visa a consolidar sua candidatura, o que barraria eventual entrada de Doria em uma disputa interna. A movimentação do prefeito para "nacionalizar" seu nome com vistas à eleição presidencial de 2018 causou reação no grupo de Alckmin. O PSDB discute antecipar para dezembro a definição do nome do partido que disputará a Presidência no ano que vem. A ideia, proposta por Alckmin, é que a escolha seja feita por meio de prévias caso haja mais de um nome posto.

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O périplo de Alckmin incluiu um almoço na casa do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI) com a participação de parlamentares tucanos. "Foi um almoço entre amigos", disse Heráclito. Embora o PSB seja aliado do governador em São Paulo, não há consenso na sigla para eventual coligação em torno do nome de Alckmin para 2018.

‘Aproximação’

Na mesma situação está o PP, que marcou um "jantar de aproximação" com o governador. "É mais um jantar de introdução informal, de aproximação com a bancada do PP na Câmara. Vou apresentar algumas pessoas para ele", disse o deputado Guilherme Mussi (PP-SP), anfitrião do encontro.

O clima de "campanha" de Alckmin, porém, ficou evidente quando ele passou pelo plenário da Câmara, pouco antes de se encontrar com o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Cercado por prefeitos que participavam da sessão, foi tietado e aclamado aos gritos de "presidente". Questionado nesta quarta sobre as recentes ações do prefeito, Alckmin disse que "não havia o que comentar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Armando Monteiro (PTB) e o governador Paulo Câmara (PSB) estão trocando farpas desde uma afirmação de Armando sobre o resultado da eleição suplementar do município de Belo Jardim, no agreste de Pernambuco. Após a vitória com 46,05% dos votos válidos para o candidato Hélio dos Terrenos (PTB) sobre Luis Carlos, candidato do PSB, Armando afirmou que "o vento de mudança” passado por Belo Jardim vai se espalhar por todo o Estado, deixando a entender que em 2018 o PSB poderá perder o comando do Palácio do Campo das Princesas para os petebistas. 

“Havia no município um sentimento de mudança, um anseio da população por um novo caminho, um novo rumo. Hélio soube encarnar essa mudança. Agora, o desafio é poder corresponder na administração essa expectativa. Nossa responsabilidade é ajudar Hélio governar e atender o desejo do povo”, afirmou Armando, que também vê a vitória da candidata petebista Célia Sales na eleição suplementar da prefeitura de Ipojuca, na Região Metropolitana do Recife, como um indício de que as oposições e “forças independentes” de Pernambuco estão ganhando fôlego contra o PSB. 

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“Belo Jardim e Ipojuca são dois municípios estratégicos. Ipojuca pela importância na vida econômica de Pernambuco, com uma das maiores arrecadações per capita do Estado, com o Complexo de Suape e o turismo. Belo Jardim tem uma forte tradição política e grande irradiação na região. Essas duas vitórias fortalecem o projeto das oposições no Estado”, disse o senador. 

Réplica 

Paulo Câmara não deixou passar a provocação e retrucou as afirmações de Armando, a quem acusa de confundir liderança com arrogância, além de afirmar que vencerá novamente as eleições no próximo ano. 

“Armando se acha um grande líder, mas não é. As urnas disseram isso em 2014 e vão repetir em 2018. Além do mais, Armando confunde liderança com arrogância. Uma coisa é liderar por méritos próprios e outra é tentar ser líder por desejo pessoal. A nossa atuação no Governo de Pernambuco é hoje reconhecida nacionalmente. É isso que Armando não suporta”, disparou o governador na segunda-feira (3). 

Tréplica 

Rebatendo a resposta de Câmara, Armando Monteiro afirmou, também por meio de nota, que entende a postura de Paulo porque a “péssima avaliação” do governo nas pesquisas o incomoda. Armando também “aconselhou” Paulo Câmara a “dar um rumo ao governo”. 

“Entendo a manifestação do governador. A péssima avaliação de seu governo confirmada por todas as pesquisas é algo que lhe incomoda. Só a contundência dessas avaliações pode justificar esse destempero que, aliás, pra ser justo, nem se coaduna com o perfil dele. Eu daria ao governador um conselho: em vez de arriscar prognósticos sobre 2018, o que é algo temerário, procure dar um rumo ao governo enquanto há tempo, atendendo minimamente às cobranças e às demandas da população em áreas essenciais, como segurança pública, saúde, infraestrutura, entre outras" disse o petebista. 

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A um ano e cinco meses da eleição de 2018, partidos da base aliada do governo Michel Temer disputam o espólio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste. Nos bastidores, até integrantes do PMDB de Temer buscam composições e acertos regionais para ter Lula no palanque, mesmo sendo oposição ao PT.

O movimento acompanha a liderança do ex-presidente nas pesquisas de intenção de voto, embora ele seja réu em cinco ações penais, três das quais no âmbito da Lava Jato. A cúpula do PT, porém, já considera com mais atenção a possibilidade de o petista não poder concorrer ao Palácio do Planalto, em 2018, e tenta montar um plano B.

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Com 26,8% dos eleitores brasileiros, o Nordeste virou um celeiro de votos em busca de um candidato. Lá, os problemas causados pela seca foram acentuados pela redução drástica de investimento em obras no semiárido e no agreste.

Diante de tantas incertezas provocadas pelas delações da Odebrecht, os partidos também procuram "outsiders" na política - sem processos ou máculas - para lançar em disputas de todos os níveis.

"Existem hoje dois cenários. Com Lula, haverá uma candidatura que catalisa o enfrentamento. Sem ele, ocorrerá uma multiplicidade de candidatos, como na eleição de 1989", disse o deputado Jutahy Junior (PSDB-BA), aliado do senador tucano José Serra (SP).

Pesquisa Datafolha divulgada ontem (30/04) mostrou que Lula ampliou sua liderança, apesar das denúncias, chegando a 30% das preferências. Mesmo assim, para 32% dos entrevistados, o governo do petista (2003-2010) foi o que registrou maior incidência de corrupção. A rejeição a Lula também chegou a 45%. Se as eleições fossem hoje, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ocuparia o segundo lugar, de acordo com o Datafolha, empatado tecnicamente com a ex-senadora Marina Silva (Rede).

Lula já deu indicações de que, caso seja condenado em segunda instância e impedido de entrar no páreo, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad pode ser o indicado para concorrer ao Planalto, em 2018. Seu afilhado favorito para a missão seria o ex-governador da Bahia e ex-ministro Jaques Wagner. Até agora, no entanto, as delações atingiram mais Wagner do que Haddad. O apoio ao também ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é hoje descartado pela cúpula do PT, sob o argumento de que ele é muito "intempestivo" e não resistirá à campanha.

"Eu não sou lulista, mas temos de dar a Lula o que é de Lula", afirmou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que já foi ministro da Previdência no governo Dilma Rousseff. "Se ele não puder disputar, não vejo um substituto natural. Não há um nome no PT que tenha o mesmo carisma."

Vazio. Para o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), o ex-presidente é um "candidato fortíssimo", mas as alianças estão em compasso de espera porque, se ele virar "ficha suja", ficará inelegível.

"Haverá um grande vazio se Lula não puder se candidatar", avaliou Lúcio, que é irmão de Geddel Vieira Lima e, da mesma forma que o ex-ministro, tornou-se alvo da Lava Jato. "Além disso, ninguém sabe se esse Doria terá a mesma pegada", emendou, numa referência ao prefeito de São Paulo, João Doria, mencionado como possível candidato do PSDB à sucessão de Temer.

Presidente da Comissão Especial da Câmara que analisa propostas para a reforma política, Lúcio acredita que o discurso da Lava Jato não será tão explorado na campanha porque as investigações envolvem todos os grandes partidos. "Desta vez, o PT não poderá criticar ninguém", provocou.

A opinião é compartilhada pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que se tornou adversário de Temer. "Com essa história de criminalizar todo mundo, Lula vai fazer um passeio em 2018", disse Renan, também na mira da Lava Jato, em recente conversa com amigos.

Dono de mais de 70 pontos de aprovação nas pesquisas, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), é lembrado como opção de vice numa chapa do PSDB à Presidência. Tudo indica, porém, que ele será candidato ao governo da Bahia.

Em seu segundo mandato, ACM Neto conquistou redutos antes dominados pela esquerda e tem sido visto como um político em ascensão no Nordeste. "Na última eleição em Salvador, tive uma votação linear em todas as classes sociais", disse ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Apontado como virtual pré-candidato ao Palácio do Planalto em 2018, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, terá mais influência na nova direção executiva nacional do PSDB que será renovada no dia 4 de julho. Atualmente, ela é controlada pelo senador Aécio Neves, que também disputa a próxima candidatura presidencial.

Os dois tucanos chegaram a um acordo que prevê a recondução de Aécio para mais um mandato como presidente da sigla, que vai até 2017. Mas, em contrapartida, os aliados do governador pedem que nomes da estrita confiança de Alckmin ocupem cargos estratégicos na hierarquia do partido, como a secretária-geral, vice-presidência e tesouraria. Os "alckmistas" avaliam que seria um desgaste desnecessário e precipitado enfrentar Aécio agora e pleitear a presidência do partido.

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Em 2017, porém, aliados dos dois caciques tucanos avaliam que esse embate será inevitável. Pensando nisso, o grupo paulista do PSDB quer equilibrar melhor o poder interno. "São Paulo precisa ter uma participação no diretório condizente com a votação que PSDB, e o próprio Aécio, receberam no Estado", diz Felipe Sigollo, integrante da executiva paulista do partido e do diretório nacional. Os nomes apresentados para integrar a cúpula executiva são o deputado Silvio Torres e o secretário de Logística e Transporte, Duarte Nogueira, presidente do partido em São Paulo.

Quando começou a montar sua estratégia para disputar o Palácio do Planalto em 2014, Aécio Neves se aproximou dos tucanos paulistas e alcançou a hegemonia no partido. Em nome da unidade partidária em torno da eleição presidencial, Alckmin não se opôs ao movimento de Aécio. Sua prioridade foi reeleger-se em São Paulo, o que aconteceu.

Como presidente reeleito do PSDB, Aécio será o responsável por fazer a montagem dos palanques municipais das capitais no ano que vem.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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