Tópicos | Eleições Municipais

O ano de 2024 será marcado por eleições importantes em todo o mundo. Elas deverão imprimir um novo ritmo à dinâmica das relações políticas em diversas regiões do globo.  O Brasil realizará eleições municipais. Embora o pleito não signifique mudanças contundentes na esfera federal, o presidente Lula deverá se empenhar para eleger o maior número possível de prefeitos aliados, especialmente nas capitais e em cidades com mais de 200 mil eleitores, onde pode haver segundo turno. É esperado que ele adote medidas econômicas mais populares, que beneficiem as classes C, D e E, e que possam ser utilizadas nos discursos das campanhas.  A primeira medida já foi tomada. O Governo fechou 2023 com a confirmação do novo salário-mínimo no valor de R$ 1.412. O crescimento é de 7%, comparado ao ano anterior.

Nos próximos meses, espera-se também que Lula amplie as faixas de financiamento habitacional no programa Minha Casa Minha Vida para que famílias de classe média possam receber o benefício. Ainda são aguardadas outras medidas que causem no eleitorado a sensação de crescimento da economia e da renda familiar. 

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A pressão dos candidatos nos municípios também pode contribuir para acelerar os aguardados novos avanços na legislação tributária. No fim de 2023, o Governo comemorou fortemente a aprovação da reforma tributária e, a partir de agora, o Congresso deverá realizar as discussões sobre as reformas do Imposto de Renda e da tributação da folha de pagamento; além das leis complementares para regulamentar a reforma tributária. 

Para além das fronteiras brasileiras, 2024 ainda trará outras eleições importantes. Na América Latina, países como México, Uruguai e Venezuela terão processos eleitorais para novos mandatos de presidentes. As atenções se voltam especialmente para solo venezuelano. Nicolás Maduro, que se mantém no cargo desde 2012, certamente será candidato novamente e a previsão é de um processo eleitoral tenso. Sua eleição em 2018 foi polêmica, não tendo sido reconhecida pela OEA, União Europeia, Estados Unidos e inclusive o Brasil. Nos bastidores, especula-se que as ameaças de Maduro para invasão da Guiana e tomada da região petrolífera do Essequibo seria uma manobra para que ele possa, eventualmente, interromper o processo eleitoral e se manter no poder. 

Também nesse ano que se inicia o mundo todo deverá acompanhar de perto as eleições na Rússia e nos Estados Unidos. Entre os dias 15 e 17 de março os russos vão às urnas para, muito provavelmente, reeleger Vladimir Putin. No cargo há quase 25 anos, ele é peça central no cenário político internacional, especialmente em razão da guerra da Ucrânia, sua possível interferência nos confrontos da Faixa de Gaza e a forte aliança comercial com a China. 

Se na Rússia não há perspectivas de grandes mudanças políticas, as eleições americanas prometem ter carga de emoção bem mais alta, com um provável novo confronto entre Joe Biden e Donald Trump. O embate deverá ser bastante duro e o resultado das eleições, que ocorrerão em novembro, pode mudar os rumos das relações globais de poder. Além disso, qualquer que seja o novo presidente, a expectativa é de que haja uma guinada para mudanças nas políticas fiscal e econômica dos Estados Unidos, o que pode ter impacto para o comércio exterior em todo o mundo. 

O novo ano começa envolto por grandes expectativas. Que seja um tempo de boas notícias.     

* Por Wilson Pedroso é analista político e consultor eleitoral com MBA nas áreas de Gestão e Marketing

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, argumentou que a minirreforma eleitoral da Câmara dos Deputados (PL 4.438/2023) não foi votada pelos senadores para evitar que a cada eleição as regras sejam modificadas. O texto precisava ser votado um ano antes das eleições para valer nas disputadas eleitorais municipais, em outubro do ano que vem.

Entre as mudanças previstas pelo projeto dos deputados estão a simplificação da prestação de contas, a doação via Pix ou vaquinha virtual e o uso da verba feminina com despesas de outros candidatos.

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Pacheco explicou que o Senado analisará a minirreforma junto com o projeto de reforma do Código Eleitoral (PLP 112/2021), para uma legislação permanente.

O texto tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e tem como relator o senador Marcelo Castro (MDB-PI).  Já o senador Carlos Portinho (PL-RJ) lamentou a decisão, afirmando que as eleições municipais serão alvo de questionamentos na Justiça Eleitoral.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder do governo no Senado, negou que haja crise entre as duas Casas legislativas com a decisão de não votar neste momento a minirreforma da Câmara. 

*Da Agência Senado

O protagonismo político do Partido dos Trabalhadores (PT) em Pernambuco foi o centro do discurso dos dirigentes do partido durante uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (22). O evento concentrou as falas nos presidentes estadual e nacional do PT, o deputado Doriel Barros e a deputada federal Gleisi Hoffmann. Com a movimentação por alianças para as eleições municipais de 2024, algumas parcerias históricas da sigla, como a com o PSB, tem sido questionadas.

Recentemente, o PSB-PE se aproximou do União Brasil, partido que protagonizou o espaço bolsonarista em Pernambuco nos últimos quatro anos. Além disso, apesar de compor uma chapa local e nacional ao lado dos socialistas, o PT deixou claro que buscará protagonismo nas eleições de 2024 e 2026. Nesta mesma coletiva, Doriel Barros anunciou que Humberto Costa será a aposta do PT-PE ao Governo do Estado. Por outro lado, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), também é cotado para o cargo nas futuras eleições.

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"A gente está no processo de discussão da política de alianças. O PSB é um partido importante para esta política de alianças, estiveram juntos com Governo Lula e, aqui no Recife, a gente compôs o governo de João Campos e o apoiamos. Óbvio que a gente quer continuar essa caminhada conjunta, mas também queremos ter o reconhecimento da importância que o PT tem aqui. O PT já governou o Recife por três vezes, duas vezes foi para segundo turno, é um partido que tem organização na capital e óbvio que temos estatura para participar de um processo de disputa estando na vice. Respeitamos o PDT, mas achamos que isso é importante para esta composição e queremos conversar com o PSB neste sentido", afirmou Gleisi.

A soberania do Partido dos Trabalhadores também foi defendida por Doriel. "O PT não vai assumir um papel secundário no processo político. Nós queremos assumir um papel de protagonismo na política aqui em Pernambuco em 2024 e 2026. Nossa prioridade será eleger os prefeitos e prefeitas. Temos uma meta de começar com 20 prefeitos e prefeitas eleitas, dobrar, no mínimo, a quantidade de vereadores e vereadoras eleitos hoje. A missão do partido será essa, para que a gente possa se fortalecer para 2026", discursou o presidente estadual.

Alianças com partidos de direita

A presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, lamentou a bancada enxuta construída pela centro-esquerda e disse se desagradar das alianças com partidos da direita, mas se mostrou compreensiva aos requisitos para a governabilidade e a urgência pela aprovação de pautas sociais. A declaração surgiu no momento em que a parlamentar foi perguntada sobre a aproximação do PSB, aliado do PT, ao União Brasil.

“A nossa militância compreende o que é uma aliança política por governabilidade. Óbvio que gostaríamos de não fazer alianças com partidos de direita. É difícil para a nossa militância, por exemplo, ver gente que fez campanha contra Lula ocupando um cargo federal e isso está existindo. Não é fácil e eu gostaria de não ter essas alianças. Mas, para não ter, precisaríamos ter feito uma bancada maior. Temos uma bancada de centro-esquerda com 130 a 135 deputados, numa Câmara de 513. Como se aprovam os projetos? Como se avança? A militância compreende isso. O importante é não perder o rumo. É saber por que elegemos Lula e por quem lutamos", acrescentou Gleisi.

O senador Humberto Costa, por outro lado, demonstrou incômodo não apenas com a aliança em si, mas com a falta de diálogo entre PSB e PT. Para o legislador, essa movimentação deveria ter sido discutida ou, ao menos, antecipada aos partidos que compõem a aliança.

“Vi com estranheza [a aliança], porque a composição que temos hoje, politicamente, na administração municipal, é de centro-esquerda. O prefeito, inclusive, tem maioria folgada na Câmara de Vereadores. Ao mesmo tempo, é algo que, conosco, não foi discutido. Imagino que se temos uma aliança política na qual vários partidos participam, uma decisão importante como esta precisaria ter sido objeto de uma conversa. Pelo menos nós, do PT, gostaríamos de ter tido esta conversa. Eu, particularmente, não tenho nenhum problema pessoal com o ex-senador Fernando Bezerra [Coelho], na verdade, sou amigo dele; mas sabemos que o grupo que ele politicamente lidera esteve na vanguarda do bolsonarismo aqui no estado. Essa discussão, deveria, na melhor das hipóteses, ter acontecido com todas as forças”, acrescentou Humberto. 

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Até as 23h59 desta terça-feira (15), candidatos aos cargos de prefeito, de vice-prefeito e de vereador que disputaram as Eleições Municipais de 2020 e seus respectivos partidos políticos devem fazer suas prestações de contas eleitorais pelo Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE).

A Resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.632/2020 estabeleceu um planejamento específico para a entrega presencial da mídia eletrônica contendo os documentos comprobatórios digitalizados da prestação de contas. Após o envio dos metadados pela internet, a entrega presencial ocorrerá de maneira escalonada, com o objetivo de evitar aglomerações e filas no cartório eleitoral.

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Ao aprovar o texto que adotou os procedimentos, na sessão administrativa de 19 de novembro, o Tribunal considerou as recomendações do Plano de Segurança Sanitária para as Eleições Municipais de 2020, entre elas, evitar agrupamento de pessoas em razão da pandemia de covid-19.

Entrega presencial

Para a apresentação presencial das mídias, foi fixado um escalonamento para que os candidatos eleitos aos cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador (até o terceiro suplente) possam fazer a entrega até 15 de dezembro. Já os candidatos não eleitos e os diretórios dos partidos políticos devem fazer a entrega presencial das mídias no período de 7 de janeiro a 8 de março de 2021.

Diplomação

Os candidatos eleitos serão diplomados até 18 de dezembro, de acordo com o calendário eleitoral, desde que tenham enviado sua respectiva prestação de contas à Justiça Eleitoral. A análise e o julgamento da prestação de contas dos candidatos eleitos terão prioridade de análise até o dia 12 de fevereiro de 2021, conforme fixado pela Emenda Constitucional nº 107/2020.

Macapá (AP)

No caso de Macapá, que teve a eleição adiada por falta de segurança em função do apagão energético que atingiu o Amapá em novembro e durou 22 dias, as prestações de contas finais dos candidatos e dos órgãos partidários devem ser apresentadas, pelo Sistema de Prestação de Contas Eleitorais , até 26 de dezembro de 2020. O primeiro e o segundo turno das eleições na cidade foram adiados para 6 e 20 de dezembro.

Segundo o TSE, cada Tribunal Regional Eleitoral pode fixar regras para o atendimento presencial, como agendamento prévio e limite de pessoas, a depender do espaço físico de cada localidade. Porém, todos devem respeitar os cuidados sanitários, como uso de máscara facial, higienização das mãos e distanciamento social mínimo de um metro entre as pessoas. O comparecimento deve se limitar a apenas um representante do partido político ou do candidato. Os dados das prestações de contas são divulgados pelo TSE, na página de cada candidato no sistema DivulgaCandContas.

Tema recorrente durante as eleições municipais deste ano, a possibilidade de impressão de votos segue em discussão no Congresso, mas não há consenso entre os senadores. Neste domingo (29), o presidente Jair Bolsonaro voltou a falar em fraudes e defendeu o voto impresso. Já o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luís Roberto Barroso, defendeu as urnas eletrônicas e afirmou que o voto impresso traria “grande tumulto” ao processo eleitoral.

Defensor da possibilidade de impressão do voto, o senador Plínio Valério (PSDB-AM) manifestou apoio à Proposta de Emenda à Constituição 135 de 2019, conhecida como PEC do Voto Impresso, apresentada pela deputada Bia Kicis (PSL-DF). A ideia é que o eleitor possa conferir o voto após escolher seus candidatos na urna. Os papéis ficariam armazenados em um recipiente acoplado à urna e serviriam para auditoria. O senador chegou a cogitar a possibilidade de apresentar uma PEC com teor semelhante, mas decidiu apoiar a medida que já está em discussão na Câmara dos Deputados. Plínio acredita que o direito à conferência do voto é um anseio do eleitor e que a palavra final sobre o tema é do Congresso.

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“Eu acho que essa questão do comprovante impresso não pode ser discutido assim: o ministro chegar e dizer que não pode. O ministro Barroso quer ser o dono da verdade, mas não é o dono da verdade. Eu acho que a gente tem que discutir. É um anseio da população. A gente quando fala nisso não está colocando em xeque o sistema. O sistema é confiável, funciona da urna eletrônica, mas não dá para auditar. Cabe a nós, o Congresso, nós, legisladores, discutir e ver se queremos ou não. Se a gente quiser, não vai ser a vontade do ministro que vai nos impedir de fazer. Mas é uma discussão. Não vou apresentar mais a PEC porque estamos priorizando a da deputada federal Bia Kicis, que está andando. Não é voto impresso. É comprovante de voto. Sou a favor do que a população quer”, disse o senador à Agência Senado.

Sem registro de fraudes

Na entrevista coletiva após a apuração dos votos do segundo turno da eleição municipal deste ano, o ministro Luís Roberto Barroso afirmou que nunca houve comprovação de fraudes desde que as urnas eletrônicas começaram a ser usadas.

“ A verdade porém é que o Supremo Tribunal Federal já entendeu pela inconstitucionalidade do voto impresso. E não apenas pelo custo, de R$ 2,5 bilhões, mas porque representaria um risco real ao sigilo para o voto. Eu penso que o voto impresso traria grande tumulto para o processo eleitoral brasileiro, porque todo candidato derrotado ia pedir recontagem, ia haver impugnações, alegações de nulidade e judicialização do processo eleitoral”, disse.

O presidente do TSE reforçou que a Justiça Eleitoral teria a obrigação de acatar o voto impresso se o Congresso aprovasse uma mudança na Constituição que não colocasse em risco o sigilo do voto.

“Há uma clausula pétrea na Constituição que diz que o voto tem que ser sigiloso, secreto. Se a PEC for aprovada e considerada constitucional, o papel dos juízes eleitorais é o de cumprir o que a nova norma determinar. Se houver emenda constitucional nesse sentido e for considerada válida, o papel de todos os juízes e da sociedade é cumprir”, apontou.

Aprovada pelo Congresso Nacional em 2015, a minirreforma eleitoral (Lei 13.165, de 2015) previa a impressão do voto. A então presidente Dilma Rousseff vetou o dispositivo, mas os parlamentares derrubaram o veto. Assim, a lei foi promulgada com a previsão de impressão do voto. Em junho de 2018, o STF suspendeu a medida por meio de uma liminar. Em setembro daquele ano, o STF firmou maioria e considerou a regra inconstitucional sob o argumento de que a regra poderia comprometer o sigilo e a liberdade do voto, decisão que divide a opinião dos parlamentares. Na ocasião, o senador Humberto Costa (PT-PE) defendeu a legitimidade do sistema eleitoral.

“Nosso sistema eleitoral é bastante seguro. Jamais teve qualquer fraude comprovada”, apontou o senador em setembro.

*Da Agência Senado

 

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O domingo (29) de decisão das eleições para a Prefeitura do Recife,começou com chuva e movimento tímido nas ruas da capital pernambucana. Na Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Sizenando Silveira, localizada no bairro da Boa Vista, área central da cidade, o pouco movimento causou estranhamento entre os administradores do prédio.

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Pouco mais de duas horas após às 7h, quando se iniciou a votação, a quantidade de eleitores na EREM ainda era bem pequena. Segundo Floriano Peixoto, administrador do prédio, o pouco movimento surpreendeu. "O pessoal que veio de manhã no primeiro turno viu muita gente aqui; nessa hora a fila já ia lá embaixo", comentou Peixoto. 

A chuva, apesar de discreta, também surgiu como um dos motivos que teriam intimidado os eleitores. Para Hugo Leonardo, outro administrador do local, o maior movimento é esperado após o meio-dia. "A tendência é que à tarde o movimento aumente. Muita gente deixa pra vir depois do almoço", projetou. Marília Arraes (PT) e João Campus disputam a Prefeitura do Recife neste segundo turno.

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O Ministério da Justiça e Segurança Pública divulgou, por volta das 7h deste domingo (29), o primeiro boletim do segundo turno das eleições municipais. Segundo dados parciais reunidos pela pasta, foram contabilizadas cinco ocorrências até a abertura das urnas, sendo elas um furto, um caso de concentração de eleitores em desobediências às orientações de distanciamento social na pandemia, um caso de desobediência às ordens da Justiça Eleitoral, um bloqueio de via e uma manifestação no entorno dos locais de votação.

Um inquérito policial foi aberto. Os boletins subsequentes serão divulgados a cada duas horas, na página do ministério, até às 21h.

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De acordo com o Ministério da Justiça, neste segundo turno, a Operação Eleições 2020 conta com um efetivo de 15.638 agentes das polícias civil e militar nos Estados, além de policiais federais e agentes de trânsito.

O segundo turno das eleições municipais vai mobilizar mais de 38 milhões de brasileiros aptos a irem às urnas no próximo domingo (29). Os votantes de 57 cidades do país decidem a chefia do executivo municipal na segunda etapa do pleito, que só é realizado em localidades nas quais a população supera 200 mil eleitores.

Ao todo, 18 capitais de estados vão escolher os respectivos prefeitos no segundo turno. Na região norte, eleitores de Belém (PA), Boa Vista (RR), Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Rio Branco (AC) voltam às urnas no domingo.

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No nordeste do país, a população vai votar em centros como Aracaju (SE), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Recife (PE), São Luís (MA) e Teresina (PI).

Já no Centro-Oeste, cuiabanos e goianos vão às seções eleitorais novamente.

No Sudeste, além das duas maiores cidades do Brasil, São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ), os capixabas de Vitória (ES) decidem o novo administrador da prefeitura.

Na região sul, apenas os votantes da capital gaúcha Porto Alegre (RS) escolhem o representante do município para os próximos quatro anos.

Das 95 cidades brasileiras em que há mais 200 mil eleitores, 49 vão escolher prefeito no domingo. Apenas a capital amapaense, o município de Macapá, ainda não terá o chefe do executivo definido. Devido à crise de energia elétrica que assolou o estado nortista durante os últimos 22 dias, o TSE adiou as eleições na cidade para o próximo dia 6 de dezembro. Caso haja necessidade de decidir no segundo turno, a disputa está programada marcada para o dia 20 do mesmo mês.

Medidas sanitárias

O TSE alerta a população das cidades em que ocorre o segundo turno das eleições para que sigam as orientações sanitárias postas em prática no pleito do último dia 15 de novembro. As medidas como o uso de máscara, álcool em gel para higienização das mãos e de uma caneta própria para assinar o caderno de votação, seguem valendo contra a Covid-19.

Os mesários e presidentes de seção vão utilizar Equipamentos de Proteção Individual para evitar ao máximo as chances de contágio pelo coronavírus.

Os últimos tópicos do debate decisivo entre os prefeituráveis do Recife, que foi ao ar nesta terça-feira (24), foram segurança pública e a concessão de crédito aos empresários de pequeno e médio porte. Nesse bloco, os candidatos são questionados por jornalistas internos. A primeira pergunta foi para João Campos (PSB), sobre o que a sua gestão fará para reduzir a violência e extermínio dos jovens negros e de periferia. Em resposta, o candidato falou em ampliar a rede Compaz e aumentar o videomonitoramento na cidade.

A autora da pergunta foi a jornalista Ciara Carvalho, que argumentou o aumento de 31% no número de homícidios no município, cuja maior parte das vítimas são os jovens negros e moradores da periferia. Ela também questiona a efetividade do Compaz, e relembra a promessa de campanha de Geraldo Julio, que ainda no seu primeiro mandato falou na construção de cinco unidades. Após oito anos, apenas quatro funcionam.

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“Vamos ampliar a rede de Compaz, uma política efetiva e que mostra que reduz a criminalidade e gera oportunidades na vida das pessoas. Também vamos chegar a 100% da iluminação pública de LED e faremos a ampliação do videomonitoramento da cidade do Recife, podendo fazer parcerias com a iniciativa privada, com comércio e escolas, para compartilhar o uso de câmeras”, disse o pessebista.

Ele também falou em deslocar o efetivo da guarda municipal para as áreas de comércio, que vai “fazer um movimento de cultura nas periferias e gerar oportunidades para as pessoas”.

A candidata Marília Arraes (PT) também pôde tecer comentários sobre a questão. Apoiando a ampliação da rede Compaz, falou também em ampliar o horário de funcionamento das unidades. Seu foco, porém, foi o Centro Social Urbano (CSU).

“Temos diversos equipamentos como os CSUs, hoje abandonados. Recentemente, extinguiu-se o CSU de Dois Unidos, abandonado e sob a gestão da prefeitura desde 2013. Temos outros como o do Engenho do Meio e Ibura, que podemos reativar, melhorar, colocar cursos profissionalizantes e esportes. Toda essa rede de inclusão social, sem dúvida alguma, terá um grande impacto na redução da violência”, argumentou a adversária.

A segunda e última pergunta do bloco foi da jornalista Mona Lisa Dourado para a candidata petista, sobre a concessão de crédito e a situação dos cofres públicos. Argumentando a previsão de um rombo de R$ 240 milhões, perguntou sobre a promessa do fundo de R$ 50 milhões por ano para microcrédito e como uma prefeitura sem recursos poderá emprestar dinheiro à população.

“Para começar nós vamos auditar todos os contratos, rever a necessidade de todos eles. Para você ter uma ideia, só com aluguel de carros a PCR gasta cerca de R$ 30 milhões. Nós vamos cortar cargos comissionados, já que não temos esse leque imenso de partidos para negociar a prefeitura. Tenho certeza que auditar os contratos e chamar os órgãos de controle para dentro da prefeitura para verificar toda essa situação de receita que houve e deixar tudo bem esclarecido, vamos conseguir sim aumentar a capacidade de investimento com o recurso próprio. Nós vamos conseguir destinar 1% da receita líquida para o fundo de aval e auxílio popular que prometemos”, propôs Arraes.

A candidata também não descarta a captação de recursos com o Governo Federal e afirma que construirá credibilidade para isso. Ampliando a questão para o contexto dos microempresários, fala que não irá cobrar IPTU comercial de quem é MEI. “Além disso, desburocratizar o acesso à prefeitura para aquelas pessoas que têm seu comércio no bairro ou que querem abrir o próprio negócio. Não é somente sair dando dinheiro”, completou.

Em seu direito de réplica, João Campos não apresentou propostas, mas falou sobre intenções do governo. “Esse déficit é uma previsão orçamentária. Com o município crescendo, ele pode ser revertido e transformado em um superávit, virar uma geração positiva de receita. Quando a gente coloca a oportunidade do crédito, damos a chance da economia se desenvolver. No caso dos carros, por exemplo, o Recife lançou uma plataforma de compartilhamento de carros, uma inovação entre as capitais brasileiras. No tempo do PT, de João da Costa, aliado de Marília, isso estava longe de existir”, disparou o candidato. A petista não respondeu à provocação.

A menos de uma semana para o segundo turno que definirá o próximo gestor do Recife, o último debate dos prefeituráveis, promovido pelo Sistema Jornal do Commercio de Comunicação (SJCC) nesta terça-feira (24), foi marcado por falas mais centradas nas propostas, mas ainda com espaço para as já comuns alfinetadas. Ainda no bloco de apresentação, a candidata Marília Arraes (PT) defendeu-se das supostas ofensas proferidas pela campanha de João Campos (PSB) e chamou a estratégia adversária de “campanha do ódio”.

“Queria começar agradecendo tanta manifestações de solidariedade que tenho recebido por onde passo, nas ruas do recife, de artistas, de intelectuais e lideranças políticas do Brasil inteiro, que estão impressionados com a baixaria que está acontecendo nessa campanha do Recife. Cada vez que nos agridem, a gente vê que isso aconteceu depois que o placar do jogo virou e virou também a campanha do nosso adversário para essa campanha do ódio”, disse a petista.

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João Campos, que abriu o primeiro bloco introdutório cuja pergunta foi “Por que quero ser prefeito do Recife?”, focou na postura habitual e ressaltou projetos de forma abrangente. Em conclusão, disse que “a crise que se avizinha exige gestores responsáveis, comprometidos e que tenham disponibilidade de trabalhar e entregar resultados”. 

Durante a apresentação de propostas, os candidatos passaram por perguntas de escolha própria, que contemplaram a volta às aulas em 2021, a gestão, a desigualdade social e a educação inclusiva.

Sobre a volta às aulas, o pessebista garantiu uma mensuração do déficit de aprendizagem e um plano educacional que possa contemplar os estudantes em modelo híbrido pelo tempo que for necessário, considerando o prolongamento da pandemia. Voltou a mencionar a ampliação no número de creches na cidade e um programa de alfabetização municipal.

Em resposta à pergunta do adversário sobre a educação inclusiva, Marília Arraes falou em contratação de mais assistentes sociais, acompanhamento especial às crianças com necessidades específicas e concursos para professores, bem como outras formas de reconhecimento, evitando a desmotivação e a sobrecarga.

O clima do debate voltou a ficar tenso quando o assunto tornou-se gestão. Voltando a direcionar críticas ao Partido dos Trabalhadores, João Campos insinuou que a prima teria problemas de gestão, sobretudo por incoerência dentro do próprio partido. O candidato também falou que em sua chapa há preocupação com a igualdade de gênero, e que possui mulheres ao seu lado.

Em resposta, Arraes diz que a campanha adversária deveria “ter essa preocupação (igualdade de gênero) agora” e que “não trabalha com intermediários”, revisitando as supostas ofensas que recebeu da campanha do PSB nos últimos dias e à própria coligação, que comparada à de João Campos, é curta.

A Justiça Eleitoral encerrou a votação às 17h (horário de Brasília) na maior parte do país. Os eleitores que estão nas filas das seções eleitorais receberão senhas e poderão votar mesmo com o término do horário. Com o fim da votação, os votos passam a ser apurados e os resultados serão divulgados pelos tribunais regionais eleitorais. 

Devido ao fuso horário, a votação continua no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima e Amazonas, que estão atrasados em uma hora em relação ao horário de Brasília. No Acre são duas horas de diferença. 

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Neste primeiro turno das eleições municipais, mais de 147 milhões de pessoas estão aptas para eleger prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Entre as capitais, apenas em Macapá e em Brasília não há eleição neste domingo. A capital amapaense, por causa de problemas com fornecimento de energia elétrica, e a capital federal, porque não tem prefeito, nem vereadores.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou neste domingo que 923 urnas já tiveram que ser substituídas em todo o País. Até o momento, segundo o TSE, não há registros de necessidade de voto manual. O segundo boletim do órgão do primeiro turno das eleições municipais de 2020 foi divulgado às 12h. Os dados, no entanto, foram atualizados até às 11h01.

Segundo os números, São Paulo foi o Estado com o maior número de urnas substituídas, com 160 até a atualização das informações. Em seguida está o Rio de Janeiro, que teve 142 urnas trocadas, e o Rio Grande do Sul, com 114. A substituição de urnas está prevista nos procedimentos do Tribunal para assegurar a continuidade das votações. No total, o País tem 51.997 urnas de contingência para essas situações.

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O TSE informou que 147.918.483 eleitores estão aptos a registrar votos neste primeiro turno das eleições nos municípios brasileiros. O pleito ocorre em todo o País, exceto no Distrito Federal, no arquipélago de Fernando de Noronha e na capital do Amapá, Macapá, devido ao apagão na região. No total, são 400.257 urnas espalhadas por todo o País.

Ainda segundo o boletim, até o horário de apuração, foram registradas 13 ocorrências com prisão de candidatos por utilização de alto-falantes, boca de urna e divulgação de propagandas. Outras dez ocorrências sem prisão envolvendo candidatos também foram registradas. Já em relação a não candidatos, foram registradas 16 ocorrências com prisão e outros 57 casos sem prisão.

Eleitores relataram instabilidades no funcionamento do aplicativo e-Título, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na manhã deste domingo, 15. Entre os relatos, os usuários afirmam não estar conseguindo baixar o aplicativo, consultar a zona eleitoral ou concluir a operação de justificativa do voto. O corregedor do TSE atribuiu o problema ao excesso de usuários.

Pelas redes sociais, vários foram os relatos de instabilidade no aplicativo. "Estou há 20 minutos tentando justificar a minha ausência no e-título e só aparece essa mensagem de erro", escreveu um usuário. "Eu tentando justificar minha ausência e o e-Título não acessa a minha localização", disse outro.

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De acordo com o ministro Luís Felipe Salomão, corregedor do TSE, os problemas enfrentados pelos eleitores se deram pelo excesso de usuários acessando o aplicativo simultaneamente. "É apenas o excesso [de usuários] nesse momento. o aplicativo funciona bem. Nós temos recebido o retorno de que centenas de pessoas já fizeram a justificativa", disse o ministro em entrevista à CNN.

Salomão ainda afirmou que não há necessidade de "pânico" ou "corrida" para as zonas eleitorais: "Haverá um tempo posterior para que o eleitor possa fazer essa justificativa.Então não há nenhum motivo de corrida, de preocupação. Claro, seria interessante quem está na situação de justificar, fazê-lo pelo aplicativo. Se não for possível, também não é motivo de pânico. Pode ir depois, procurar o cartório eleitoral e comprovar sua justificativa".

"O que nós não queremos agora é aglomeração, estresse, justamente porque nós estamos concentrados no processo de votação. Estamos acompanhando, ainda não chegou nenhum travamento do sistema, muito ao contrário, ele vem funcionando, ainda que com o excesso de pessoas querendo fazer a justificativa", afirmou.

Eleitores que faltam três eleições consecutivas sem justificar ou quitar a multa têm o título de eleitor cancelado. Entre outras punições, fica impedido de obter passaporte, fazer matrícula em instituições públicas de ensino ou ser nomeado em cargos públicos. O voto pode ser justificado pelo aplicativo e-Título, em cartórios eleitorais, pela internet e em zonas eleitorais no dia da votação.

Na noite da última segunda (19), o nome de uma das candidatas à Prefeitura da cidade do Recife rodou a internet. Alguns posts antigos no perfil do Facebook da Delegada Patrícia de Oliveira Domingos (Podemos) foram resgatados e o seu conteúdo não pegou muito bem. Nas postagens. a candidata se referia à capital pernambucana como “Recífilis”. 

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Os prints foram publicados pelos jornalistas Guilherme Amado e Eduardo Barreto, da Revista Época. Neles, a candidata fala de maneira pejorativa em relação ao Recife, cidade à qual pretende governar caso vença as eleições. Patrícia também ‘brinca’ em outras postagens dizendo, por exemplo, que algumas pessoas “só estão vivas porque é ilegal atirar nelas” e arescenta que a piada trata-se de “humor negro”. As publicações foram feitas, originalmente, no ano de 2011.

As ‘brincadeiras’ da candidata repercutiram bastante mal nas redes sociais. Várias pessoas comentaram e criticaram Patrícia. “Se a ‘delegada’ Patrícia Domingos ainda tiver alguma gota de dignidade, renunciará à campanha. Acabou a eleição para ela”; “O conteúdo dos prints dela (se reais) tem peso para implodir uma candidatura como poucas vezes eu vi. São absurdos em várias camadas”; “Queria agradecer pessoalmente ao estagiário sobrecarregado da Delegada Patrícia que esqueceu de apagar os posts antigos dela. Recifense é tão bairrista que agora ela vai receber número negativo de votos. Coisa de amador”.

A candidata foi procurada pelo LeiaJá na manhã desta terça (20). Segundo sua assessoria, ela deve se pronunciar a respeito dos prints em breve.

Em nova pesquisa, desta vez realizada pela Datafolha, a corrida para a Prefeitura do Recife segue com João Campos (PSB) na liderança e com o segundo lugar tecnicamente empatado entre Marília Arraes (PT) e Mendonça Filho (DEM). Divulgada nesta quinta-feira (8), o levantamento foi encomendada pela Globo em parceria com a Folha de São Paulo. 

Assim como nas pesquisas anteriores, João Campos segue liderando, agora até com certa vantagem, visto que chegou a estar tecnicamente empatado com Mendonça se aplicada a margem de erro em pesquisa divulgada pelo Ibope. João tem 26% das intenções de votos. Marília Arraes aparece com 17% e Mendonça Filho tem 16%.

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A delegada Patrícia Domingos, do Podemos, também aparece com um número relevante nas intenções de votos. Ela está na quarta posição com 10%. Marco Aurélio Meu Amigo (PRTB) tem 2%. Carlos (PSL) e Coronel Feitosa (PSC) tem 1% das intenções de votos. 

Na pesquisa, registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, a margem de erros é de três pontos percentuais, para mais e para menos. Foram ouvidos 800 eleitores da capital pernambucana entre os dias 5 e 6 de outubro.

Em 2020, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) registrou o maior número de candidaturas entre líderes ou pessoas vinculadas à religião em toda a história das eleições municipais no Brasil. O pleito para escolha de prefeitos e vereadores, que acontece em 15 de novembro, terá 885 candidatos que declararam ser "sacerdotes, membros de ordem ou seitas religiosas". O total representa 83 políticos a mais que a votação de 2012. O levantamento é da Agência Pública.

A maior parte (56,4%) dos 694 religiosos elegíveis são homens, negros e têm o ensino médio completo. As mulheres sacerdotisas são 191 no próximo pleito. Além dos que comunicaram ao TSE que a religião é o principal meio de sustento, outro levantamento realizado pelo portal G1 mostra que 8,7 mil postulantes aos cargos eletivos afirmam ter ligação com algum culto religioso.

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Embora a maioria dos candidatos tenha declarado atuar em outro tipo de profissão, prenomes como pastora, apóstolo e missionário foram registrados nas urnas eletrônicas e são recorde na eleição municipal de 2020.

Dos candidatos que afirmam que a religião é profissão, 101 deles são filiados à legenda Republicanos, partido vinculado à Igreja Universal. Na sequência, com 79 e 61 postulantes, estão o Partido Social Cristão (PSC) e o Progressistas (PP). A maioria dos registros de candidaturas foi feito no estado de São Paulo, com 149 políticos. Os estados de Minas Gerais, com 120 e Bahia, com 71, vêm em seguida.

Os candidatos ligados ao cristianismo compõem a maioria com 415 pessoas elegíveis. Entre eles 387 são pastoras e pastores ligados ao protestantismo, e 28 são padres vinculados à Igreja Católica.

Moradores de Itinga (MG), cidade de 15 mil habitantes no Vale do Jequitinhonha, já sabem quem será o próximo prefeito. O advogado e ex-procurador do município João Bosco Versiani Gusmão (PP), de 37 anos, é o único candidato nesta eleição. Sem concorrente, será eleito mesmo que receba só um voto.

Há 117 cidades nesta situação, segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2016, 97 cidades tiveram candidaturas únicas. Em 2012, 106, de acordo com o TSE. "Os eleitores reclamam que a eleição ficou sem graça. Eu não reclamo. Prefiro mil vezes assim que uma disputa acirrada", disse Gusmão.

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Ao menos 70 desses municípios têm menos de 5 mil habitantes. Vários motivos explicam o fenômeno. Em Itinga, a candidatura de Gusmão reuniu cinco partidos. Além de acordos políticos locais, candidatos que reclamam de falta de recursos para montar candidaturas de oposição também ajudam a explicar a falta de concorrência. A maior parte dos casos está no Rio Grande do Sul, onde não haverá disputa em 34 cidades.

Uma delas é Morro Reuter (RS), com 6,5 mil habitantes, origens germânicas e economia agrícola. Professora de Matemática, a prefeita Carla Chamorro (PTB) não precisa fazer campanha, mas diz que vai visitar todas as 2,4 mil residências da cidade, a fim de entregar um livreto com os resultados da atual gestão, além dos projetos para os próximos quatro anos.

"Minha responsabilidade redobrou, pois sou apenas eu. Não posso me acomodar", afirmou a prefeita, eleita em 2016 com 71% dos votos. Para explicar sua popularidade, Carla diz que fez um café regado a "cuca alemã" para os moradores durante o primeiro sábado de cada mês. Mas teve que suspender os encontros durante a pandemia. Os moradores podem achá-la pelo telefone celular.

"Se tivesse outro candidato, só iria atrapalhar", disse o comerciante Paulo Maciel. Em um dia de muita chuva na cidade, anteontem, a reportagem não encontrou nenhum crítico à prefeita.

Nos municípios de Doutor Mauricio Cardoso (RS) e de Mato Queimado (RS) esta será a quarta eleição seguida em que haverá uma única opção na urna.

"Falar que fazer candidatura única é fácil, não é não", disse o atual vice-prefeito de Boraceia, Valdir de Souza Melo (PSDB). Mais conhecido como Di Picapau, ele está sozinho na eleição para a prefeitura da cidade com 4.868 habitantes no interior paulista.

Di Picapau recorre ao autoelogio para dar sua versão de por qual motivo nenhum outro candidato se arriscou na disputa. "A própria população quis que a gente ficasse. Os cinco candidatos a vereador do partido da oposição (PTB) vieram falar para mim que estão comigo também", afirmou.

Riscos. Para a cientista política Ariane Roder, professora no Instituto Coppead de Administração da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desconfiança e desmotivação em relação à política são alguns dos fatores que levam às candidaturas únicas. "Não há propostas a se escolher e se contrapor, não há alternativa do que está sendo proposto, podendo inclusive levar a propostas mais extremadas, com menos diálogo", disse ela, que aponta ainda dificuldade de financiamento e de mobilização para uma campanha em meio à pandemia do coronavírus como fatores que desestimulam a competição nessas 117 cidades.

A cientista política Lara Mesquita, do Centro de Política e Economia do Setor Público (Cepesp-FGV), ressalta a atuação das elites locais em cidades pequenas.

"Todos concordam com um mesmo candidato como apontam uma fila. Nessa eleição quem indica o candida toé o grupo ou partido A, na seguinte o B e assim sucessivamente ", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

LeiaJá entrevista, na tarde desta quinta-feira (1º), o candidato do DEM ao comando da Prefeitura do Recife, Mendonça Filho. A sabatina acontece no canal do Youtube do portal. 

O ex-ministro da Educação concorre em uma chapa puro-sangue, tendo a deputada estadual Priscila Krause como vice, mas o palanque também é endossado pelos partidos PSDB, PTB e PL. Acompanhe:

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O LeiaJá, dando sequência à sabatina com os candidatos ao cargo de prefeito do Recife, recebe, nesta quinta-feira (1º), o candidato do Democratas e ex-ministro da Educação Mendonça Filhopara. Ele participará de uma entrevista em uma live transmitida na página oficial do portal no YouTube, às 15h. 

Com uma chapa puro sangue ao lado de Priscila Krause, o candidato tem no seu palanque o apoio do PSDB, PTB e do PL. Essa será a terceira tentativa de Mendonça de concorrer ao cargo; ele perdeu as eleições em 2008 e 2012.

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No Recife, a popularidade em plataformas como Facebook, Instagram e Twitter ainda é pouco explorada pelos candidatos à prefeitura. Apenas quatro, dos nove aspirantes ao cargo de prefeito da capital pernambucana, têm uma presença expressiva nas redes sociais. João Campos (PSB), Marília Arraes (PT) e Mendonça Filho (DEM), são os principais nomes quando se trata de engajamento nas redes. Apesar disso, a corrida pelo espaço digital tem feito com que seus concorrentes comecem, mesmo que de forma tímida e trôpega, a buscar o próprio espaço no coração virtual dos eleitores e, quem sabe, nas urnas. 

Presença digital

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No Instagram, uma das principais plataformas de compartilhamento de imagens do mundo, o pódio da popularidade é ocupado por João Campos. Filho do ex-governador Eduardo Campos (1965-2014) e atual deputado federal soma 159 mil seguidores e costuma ter um bom engajamento em suas postagens, sempre recheadas de comentários de apoiadores. O segundo lugar é da também deputada Marília Arraes, acompanhada por mais de 80 mil perfis; logo em seguida vem o ex-ministro da educação Mendoça Filho, com 35,3 mil.

No Facebook, rede social que já foi considerada a principal ferramenta de divulgação política, desde as eleições presidenciais norte-americanas, em 2016, o trio permanece entre os mais quistos. Porém, a ordem de popularidade se altera. O maior engajamento na plataforma é de Mendonça, que conta com cerca de 239 mil curtidas em sua página oficial - número conquistado, principalmente, por conta de seu período como Ministro da Educação durante o governo de Michel Temer (MDB). 

O segundo perfil mais popular na rede é o de Marília Arraes, com 126 mil curtidas, seguido por João Campos, com 80 mil. Apesar do trio representar, em números, o maior ponto de interesse dos recifenses na rede, outros candidatos como Charbel Maroun (Novo), Coronel Alberto Feitosa (PSC) e a delegada Patrícia Domingos (Podemos), também possuem um público crescente, com 25 mil, 12 mil e 11 mil curtidas em suas páginas oficiais, respectivamente. 

Maioria dos candidatos à prefeitura do Recife tem pouca presença nas redes sociais. Foto: Freepik

Engajamento

Além das duas plataformas pertencentes ao magnata Mark Zuckerberg, há outra ferramenta que também serve para medir o poder de influência dos políticos, em âmbito nacional. Palco de grandes discussões e também um dos principais meios de comunicação utilizado pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), o Twitter cravou sua fama como local onde os eleitores e o público em geral, consegue se sentir mais próximo de seus candidatos

É lá, porém, que os candidatos à Prefeitura do Recife têm o pior desempenho. Apenas Mendonça Filho (59,8 mil) e Marília Arraes (36,8 mil) possuem um número expressivo de seguidores na rede. Mesmo assim, somente o perfil utilizado pela petista faz sucesso na plataforma, com dezenas de comentários em todas as publicações. João Campos e Charbel Maroun, que também usam a rede para divulgar seus feitos, não somam sequer 10 mil perfis em suas contas. Outros candidatos não chegam a mil.

Cemitérios Virtuais

Seja porque ainda não possuem um planejamento estratégico de redes ou porque sejam avessos ao uso da tecnologia para propagar suas ideias, dois concorrentes ao cargo de prefeito da capital, não parecem fazer questão de uma presença digital. Carlos Andrade Lima (PSL) não possui uma página oficial no Facebook, assim como Cláudia Ribeiro (PSTU), que mantém apenas um perfil pessoal na plataforma. 

O candidato do ex-partido de Jair Bolsonaro, possui somente 1.263 seguidores no Instagram e ínfimos 13, em seu perfil no Twitter. A socialista sequer aderiu a um perfil político em ambas plataformas.

Candidatos em números

Instagram

1.  Coronel Alberto Feitosa (PSC) - Não é verificado.

Seguidores -  16,9 mil

Postagens - 1.644

Engajamento - Baixo. Geralmente não conversa com seguidores, apenas curte e envia mensagens padrão como “obrigado pela sua participação”.

2. Carlos Andrade Lima (PSL) - Não é verificado

Seguidores - 1.263

Postagens - 16

Engajamento - Baixo. Poucos comentários nas publicações. Apesar disso, costuma responder interações de forma mais personalizada.

3. Charbel Maroun (Novo) - Não é verificado

Seguidores - 12,8 mil

Postagens - 1.314

Engajamento - Baixo. Quase não há comentários nas publicações. Quando há mensagens, não responde, apenas curte.

4. Cláudia Ribeiro (PSTU) - Não tem instagram 

5. João Campos (PSB) - verificado

Seguidores -  159 mil

Postagens - 1.570

Engajamento - Alto. Costuma ter muitas respostas em suas publicações. O perfil do deputado federal também costuma responder seguidores de forma positiva e personalizada.

6. Marco Aurélio Medeiros (PRTB) - Não é verificado. Suas contas nas redes são identificadas como “Marco Aurélio, Meu amigo”

Seguidores - 11,2 mil

Postagens - 1.067

Engajamento - Baixo. Poucos comentários. Costuma responder alguns.

7. Marília Arraes (PT) - verificada

Seguidores - 80,5 mil

Postagens - 3.745

Engajamento - Alto. Muitos comentários. Costuma responder de forma personalizada.

8. Mendonça Filho (DEM) - verificado

Seguidores - 35,3 mil

Postagens - 4.583

Engajamento - Alto. Porém, costuma responder seus seguidores com emojis.

9. Patrícia Domingos (Podemos) - não verificada

Seguidores - 34,2 mil

Postagens - 1.258

Engajamento - Médio. Alguns comentários. Respostas não personalizadas, com linguagem padrão.

Twitter

1. Coronel Alberto Feitosa (PSC) - Não é verificado

Seguidores- 608

Engajamento - Baixo

2. Carlos Andrade Lima (PSL)

Seguidores- 13

Engajamento - Baixo

3. Charbel Maroun (Novo)

Seguidores- 1.183

Engajamento - Baixo

4. Cláudia Ribeiro (PSTU) - Não tem Twitter

5. João Campos (PSB) - verificado

Seguidores- 5.651

Engajamento - Baixo. Poucas interações na plataforma

6. Marco Aurélio Medeiros (PRTB)

Seguidores- 123

Engajamento - Baixo

7. Marília Arraes (PT) - verificada 

Seguidores- 36,8 mil

Engajamento - Alto. Costuma ter muitas interações na plataforma e responde de forma personalizada.

8. Mendonça Filho (DEM) - verificado

Seguidores- 59,8 mil

Engajamento: Baixo

9. Patrícia Domingos (Podemos)

Seguidores- 468

Engajamento: Baixo

Facebook

1. Alberto Feitosa (PSC)

Curtidas- 12 mil

Engajamento - Médio

Publicações - Baixa. Uma por dia.

2. Carlos Andrade Lima (PSL) - Não tem página, apenas perfil pessoal.

3. Charbel Maroun (Novo)

Curtidas- 25 mil

Engajamento - Médio

Publicações - Baixa. Uma por dia.

4. Cláudia Ribeiro (PSTU) - Possui apenas perfil pessoal

5. João Campos (PSB) - verificado

Curtidas- 70 mil

Engajamento - Alto

Publicações - Alta. Mais de quatro, por dia.

6. Marco Aurélio Medeiros (PRTB)

Curtidas- 15 mil

Engajamento - Alto

Publicações - média. Até três postagens por dia. 

7. Marília Arraes (PT) - verificada

Curtidas- 126 mil

Engajamento - Alto

Publicações - Média. Até três publicações por dia

8. Mendonça Filho (DEM) - verificado

Curtidas- 239 mil

Engajamento - Alto

Publicações - Média. Até três postagens por dia. 

9. Patrícia Domingos (Podemos)

Curtidas- 11 mil

Engajamento - Médio

Publicações - Média. Até três postagens por dia. 

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