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Na manhã desta segunda (23), a Escola Estadual Sapopemba, na Zona Leste de São Paulo, foi alvo de um ataque a tiros que deixou, pelo menos, uma aluna morta e dois feridos. O suposto atirador vestia um uniforme da escola e foi detido por policiais.

O ataque armado à instituição localizada na Rua Senador Nilo Coelho ocorreu por volta das 7h20. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado e duas vítimas foram levados ao hospital de Sapopemba. Ainda não informações sobre o estado de saúde e a identidade dos envolvidos.

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A Polícia Militar apontou que outro suspeito conseguiu fugir do local. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) e o governador Tarcísio de Freiras (Republicanos) ainda não se pronunciaram sobre o ocorrido.

Informações preliminares apuradas pelo g1 apontam que o atirador seria um aluno do 1º ano do Ensino Médio e que a vítima fatal teria sido morta com um tiro na cabeça. Os dois teriam uma desavença.

Uma professora de 42 anos, de nome não revelado, ficou ferida após uma bomba ser arremessada na Escola Estadual José Teotônio de Castro, localizada na cidade de Lagoa da Prata, na região Centro-Oeste de Minas Gerais. O caso, que aconteceu na última quinta-feira (19), está sendo apurado pela Polícia Civil do estado.

Dois adolescentes foram identificados como suspeitos pela explosão, segundo as investigações. No entanto, apenas um deles foi encaminhado para a delegacia para prestar depoimento.

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A educadora, que foi atingida por estilhaços de vidros de uma janela de uma das salas da escola, teve escoriações no corpo, porém não precisou ser hospitalizada. Ao perceber os ferimentos na professora, a direção da escola acionou imediatamente a Polícia Militar. 

A Secretaria de Educação ainda esclareceu que "é falso um áudio que circulou na cidade com o objetivo de causar temor na população" após o ocorrido. O caso está sob investigação das autoridades de segurança competentes, e a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Divinópolis está acompanhando a situação. 

Uma escola e uma creche de Itanhaém, no litoral paulista, tiveram as aulas suspensas na manhã de terça-feira (17), após ser registrado surto de Covid-19 entre alunos e funcionários. A decisão foi tomada um dia após o retorno das aulas em outra unidade de ensino do município que havia sido fechada pela mesma razão.

A Secretaria Municipal de Educação disse que a suspensão está mantida até sexta-feira (20) na escola Lions Clube e na creche vinculada Joana Maria do Nascimento, localizadas no bairro Ivoty.

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O retorno dos estudantes ocorre na próxima segunda-feira (23). Neste período, as unidades de ensino passarão por um processo de higienização.

Ao todo, foram 16 casos confirmados, sendo 11 alunos e cinco funcionários. Os casos são monitorados pela equipe da Vigilância Epidemiológica e não há registro de casos graves, conforme a prefeitura.

As duas unidades somam 337 alunos matriculados. "A administração municipal, por meio da Secretaria de Educação, segue tomando todas as medidas de orientação aos pais, alunos e funcionários, bem como o incentivo à vacinação contra a Covid-19", disse.

Na última semana, a escola Shirley Mariano Estriga também suspendeu as aulas para desinfecção da unidade, onde foram confirmados nove casos positivos para Covid-19. As aulas retornaram na segunda-feira (16).

A prefeitura reforça que a vacinação contra a Covid-19 em Itanhaém está à disposição em todas as Unidades de Saúde da Família, que atendem de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Dados disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) mostram as escolas com as maiores notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2022. Os dados fazem parte da pesquisa “Análise da evolução e disparidades nas notas do Enem”, realizada pela edtech AIO Educação, e apontam que as 10 primeiras instituições com os melhores desempenhos no exame são da rede particular.

Confira a lista: 

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1º Farias Brito Colégio de Aplicação (CE): 776,66

2º Fibonacci Colégio (MG): 736,64727,67

3º Colégio Alfa Cem Bilíngue (RJ): 735,81

4º Ari de Sá Cavalcante Colégio - Major Facundo (CE): 734,56

5º Colégio Santo Antônio (MG): 731,71

6º Colégio Bernoulli (MG): 730,85

7º Colégio e Curso Pensi - Tijuca 1 (RJ): 727,67

8º Objetivo Colégio Integrado (SP): 725,46

9º Ari de Sá Cavalcante Sede Mario Mamede Colégio (CE): 721,96

10º Colégio Curso Podion (DF): 720,91

O levantamento também mostra a diferenciação entre as escolas públicas e privadas na prova objetiva do Enem, uma média de 67 pontos em 2022. No entanto, na avaliação da dissertativa, ou seja, na redação, essa diferença cresce para 182 pontos, segundo os dados do Inep. 

Dados de Pernambuco

No ranking geral, Pernambuco aparece entre as 30 escolas com as melhores notas no exame, que em 2023 será aplicado nos dias 5 e 12 de novembro. O Colégio de Aplicação (CaP) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), aparece na posição 26, com a média de 711,10 pontos. Em um recorte regional, a instituição ocupa o primeiro lugar. Em seguida, está a Escola de Aplicação do Recife, da Universidade de Pernambuco (UPE), com 707,35 pontos. As demais que compõem a listage das 10 maiores notas do Enem 2022 são ligadas à rede particular de ensino do Estado.

Escolas de Pernambuco com as maiores notas do Enem 2022. Arte: José Fernando/LeiaJá

Um homem armado com uma faca matou um professor e feriu gravemente outras duas pessoas nesta sexta-feira (13), em uma escola de ensino médio em Arras (norte da França), disseram à AFP a prefeitura e uma fonte policial.

O ataque está sendo investigado como ato terrorista, quase três anos depois do assassinato de outro professor nas mãos de um jihadista.

O episódio se deu na escola Gambetta da cidade, escreveu o ministro do Interior, Gérald Darmanin, na rede social X (antigo Twitter), acrescentando que o agressor foi detido.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram um homem jovem, vestido com calças pretas e casaco cinza, brigando com vários adultos no pátio, visivelmente armados, antes de se dirigir à porta do centro educacional.

O autor do ataque gritou "Allah Akbar" (Alá é grande, em tradução livre), disseram à AFP a administração regional e uma fonte policial.

"Allah Akbar", uma expressão formal de fé usada por pessoas de crença muçulmana, tornou-se um grito usado pelos autores dos ataques jihadistas que abalaram a França na última década.

O autor é de origem chechena e estava fichado pelas autoridades no registro de segurança nacional, disse outra fonte policial. Ainda conforme as primeiras informações policiais, seu irmão também foi detido perto de outra escola, mas sem armas.

Nenhum aluno ficou ferido. Os outros dois feridos são um agente de segurança, que recebeu várias facadas, e um professor, segundo diversas fontes.

A Promotoria Antiterrorista (Pnat) anunciou a abertura de uma investigação por homicídio e tentativa de homicídios em relação a empreitada terrorista, entre outras acusações.

Os alunos e funcionários do colégio foram confinados na instituição, acrescentou a polícia.

"Mantenham a calma e sigam as instruções para facilitar o retorno à situação normal", escreveu a entidade administrativa na rede X.

As forças de segurança isolaram a área ao redor da escola, para onde também foram enviados bombeiros e socorristas, observaram jornalistas da AFP. Os pais dos alunos também ficaram posicionados em frente ao liceu.

- "Nos entrincheiramos" -

Um professor de filosofia que presenciou o ataque, Martin Dousseau, descreveu um movimento de pânico durante um intervalo entre as aulas, quando os alunos se viram cara a cara com o atirador.

"Quis descer para intervir. Ele se virou para mim, me perseguiu e me perguntou se eu era professor de Geografia e História", contou, acrescentando que a vítima era um professor de francês do centro.

"Nos entrincheiramos. Depois, a polícia chegou e o imobilizou", completou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, viaja nesta sexta-feira para Arras, assim como o ministro da Educação, Gabriel Attal, disseram à AFP a presidência francesa e a equipe deste último.

Esses fatos ocorrem quase três anos após o assassinato, em 16 de outubro de 2020, em Conflants-Sainte-Honorine, a noroeste de Paris, do professor Samuel Paty.

Abdoullakh Anzorov, um refugiado russo de origem chechena, esfaqueou-o e decapitou-o por ter mostrado charges de Maomé nas aulas durante um curso sobre liberdade de expressão. Foi abatido pela polícia.

Dois dos três adolescentes esfaqueados na porta de uma escola particular em Poços de Caldas, em Minas Gerais, por um ex-aluno de 14 anos continuam internados em estado grave, segundo boletim médico divulgado no início da tarde desta quarta-feira (11), pela Santa Casa da cidade, onde eles estão internados.

São um menino de 13 anos e uma menina de 14, que, segundo a unidade de saúde, estão entubados com ventilação mecânica. Ambos estudam na escola Dom Bosco e foram atacados em frente a ela na terça-feira (10).

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A terceira vítima que sobreviveu é uma adolescente de 17 anos que trabalha como monitora de uma van que transporta alunos dessa escola e foi atingida por uma facada quando tentava proteger estudantes que poderiam ser alvos do esfaqueador. Ela também está internada na Santa Casa. Segundo a unidade de saúde, a adolescente está "estabilizada" e não corre risco de morte em razão do ferimento. As informações prestadas pela Santa Casa foram divulgadas pela Polícia Militar.

O estudante que morreu esfaqueado - Leonardo Willian Silva, de 14 anos, outro aluno da escola - foi enterrado às 17h desta quarta-feira no Cemitério Parque, em Poços de Caldas. Ao ser atingido, ele chegou a ser socorrido e levado à Santa Casa, mas não resistiu aos ferimentos.

O autor das facadas, um adolescente de 14 anos ex-aluno dessa escola, foi apreendido pela Polícia Militar. A Polícia Civil investiga o caso. O motivo do ataque ainda não foi esclarecido, mas os investigadores acreditam que foi um ato isolado, sem a participação de outras pessoas.

Logo após o episódio, a Escola Dom Bosco anunciou o cancelamento das aulas. Nesta quarta, pelas redes sociais, a instituição de ensino veiculou nota de pesar lamentando a morte do aluno e informou ter decretado luto oficial por três dias em função do ataque.

Em nota, o governo de Minas Gerais lamentou o ocorrido e se solidarizou com as famílias dos jovens atingidos. O Estado também se comprometeu a aprimorar as ações para garantir a segurança dos alunos.

"A segurança nas escolas têm sido uma preocupação constante da atual gestão do governo de Minas. Está em contínuo reforço, por exemplo, a Patrulha Escolar, responsável pela identificação de pontos sensíveis de segurança e a consequente realização de rondas preventivas no entorno das escolas, assim como outras operações", diz o texto.

NOTA DA REDAÇÃO: O Estadão decidiu não publicar detalhes sobre o autor do ataque. Essa decisão segue recomendações de estudiosos em comunicação e violência. Pesquisas mostram que essa exposição pode levar a um efeito de contágio, de valorização e de estímulo do ato de violência em indivíduos e comunidades de ódio, o que resulta em novos casos. A visibilidade dos agressores é considerada como um "troféu" dentro dessas redes.

A deputada federal Carol Dartora (PT-PR) denunciou uma atividade com apologia ao nazismo numa escola estadual de Arapongas, no Paraná. As imagens compartilhadas pela parlamentar nas redes sociais neste domingo, 8, mostram alunos ao lado de um boneco com o bigode em referência ao ditador Adolf Hitler, além de faixas vermelhas com a suástica pregadas nas paredes. A Secretaria de Educação do Paraná afirmou que está apurando o caso.

As fotos foram publicadas, originalmente, pelo perfil do Colégio Marques Caravelas na sexta-feira, 6, e apagadas horas depois. A descrição menciona que a atividade era parte de um projeto dos alunos do 3º do ensino médio sobre a Segunda Guerra Mundial. Segundo o texto, os estudantes também entrevistaram a filha de um soldado nazista, moradora de Rôlandia (PR).

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"A senhora entrevistada é Relinda Kronemberg, nasceu em 1934 e com oito anos voltou para a Alemanha. O seu pai era nazista e queria lutar pelo país", dizia a publicação, que foi deletada posteriormente.

O colégio ainda parabenizou a realização do evento e a iniciativa da professora responsável pela atividade na publicação. Além disso, classificou a conversa com a senhora como uma "belíssima e forte experiência", que "certamente irá tocar os corações de todos que assistirem a entrevista".

A publicação do colégio foi curtida pelo Núcleo Regional de Educação de Apucarana, braço da Secretaria de Educação do Estado na região.

Ao Estadão, a deputada Carol ressaltou que esse não é um caso isolado. "Há poucos meses, tivemos a deflagração de uma operação que fez busca e apreensão em diversas cidades dos Estados da região sul. Nesse cenário, é dever do campo democrático estar vigilante para qualquer ação ou discurso que possa fazer um regime nazista parecer justificável", disse.

A parlamentar ainda afirmou que, nas postagens, havia comentários de alunos que não entenderam a gravidade da situação. "É dever do governo do Estado e de toda a sociedade não deixar essa deturpação acontecer."

Secretaria de Educação apura o episódio

Em nota, a Secretaria de Educação do Paraná afirmou que está apurando o caso. "A Seed-PR reforça que a apologia a quaisquer doutrinas, partidos, ideologias e demais referências ao nazismo são veementemente intoleradas em qualquer escola da rede estadual, sendo a situação relatada em Arapongas encarada com extrema gravidade. A Secretaria instaurou procedimento de averiguação urgente e voltará a se manifestar assim que o levantamento for concluído", disse.

O uso da inteligência artificial como ferramenta de estudo dentro de sala de aula têm sido muito discutido, principalmente com a recente popularização da tecnologia, em especial pela chegada do Chat GPT no fim de 2022. O programa funciona como um chatbot e se dispõe a dar respostas rápidas para comandos.

Segundo o bot, ele pode fazer responder a perguntas, esclarecer perguntas, explicar conceitos, escrever textos, criar conteúdo escrito, traduzir idiomas, resumir textos, auxiliar na programação com exemplos de códigos, resolver problemas matemáticos, fornecer recomendações, sugestões de filmes, livros, músicas, restaurantes, viagens, conversar e fornecer informações gerais.

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A ferramenta é de fácil acesso, exige um login apenas por endereço de e-mail, e alcançou a marca de 100 milhões de usuários ativos mensais em janeiro de 2023. A dúvida é, como utilizar essa tecnologia tão eficiente sem atrapalhar o processo de aprendizado e esforço dos estudantes? 

IA e instituições

Ariane Feijó, estudiosa e desenvolvedora de sistema e algoritmos com o uso de IA, defende que “não dá para desinventar o que já foi inventado” e, por isso, o ideal é ter a mente aberta para poder se adaptar e aprender a utilizar a tecnologia na nossa educação. Assim como a TV não acabou com o rádio, a IA não vai acabar com os estudos. Para a empresária, o essencial é trabalhar a IA para integrar a instituição:

“A gente tem que enxergar inteligência artificial como um estagiário. Ela tá em uma fase que é um estagiário, mas ela pode chegar no nível do pós-doutor, à medida que a gente for trazendo mais informações para dentro e dependendo da empresa, da organização ou instituição que está utilizando, daqui a pouco, por estar direcionando mais ela para os seus objetivos, ela vai chegar nesse nível de educação que nos ajuda muito mais rápido”, declara Feijó.

Para a empresária de 43 anos, as instituições deveriam “perder o medo da inteligência artificial” e aproximar a relação da inteligência artificial com as tendências da instituição, transformando a tecnologia em parceria no processo de trabalho. É essencial saber acompanhar a evolução para continuar se atualizando.

A desenvolvedora ainda defende que a escola não deve desencorajar os estudantes a usar IA, muito pelo contrário, que eles estimulem mas ensinando a utilizar da forma certa, sem que ultrapassem os limites da criação e da cópia.

Um dos problemas mais discutidos quando se pensa em uso de IA como o Chat GPT para educação, é a problemática do que é plágio e o que não é. Por fazer rápidas análises, textos e resumos, existe a preocupação sobre qual o limite do que a IA pode ou não fazer pelo estudante.

A estudiosa declara: “Eu acho que não se trata aqui de limite, mas se trata de educar sobre esse uso. O ponto número um que as pessoas têm que ter em mente: Não é porque leu, ou viu na inteligência artificial, ou gerou uma informação, um conteúdo, que tá pronto. A gente tem que pensar na inteligência artificial como uma maneira de co-criar conteúdo, e não de criar. Porque não é, ela não faz o trabalho pra nós. Ela otimiza, ela agiliza, ela nos ajuda.”

O bot pode, por exemplo, explicar uma frase ou um conceito que não foi entendido, enumerar fatos destaques que devem ser estudados, sugerir temas de pesquisa, otimizando o nosso trabalho intelectual, mas nunca criando o trabalho propriamente dito. Para Ariane isso é “potencializar o conhecimento” através da tecnologia.

“A inteligência artificial ela não vai ler por nós e ela não vai substituir que a gente faça a leitura dos artigos, mas ela pode nos ajudar a trazer uma compreensão prévia mais aprofundada daquilo que está no artigo, para que quando a gente for ler a gente já saiba quais são as principais perguntas de pesquisa, as principais hipóteses, o que eu tenho que prestar mais atenção na hora de ler, então ela nos traz mais contexto”, explica.

“Acho que isso é um ponto bem importante, a inteligência artificial, ela não substitui um professor, ela não substitui a avaliação, ela não substituir a necessidade de organizar para produzir um artigo muito bem estruturado, ela não substitui nada disso, mas ela nos ajuda a acelerar, agilizar esses processos”, continua a profissional.

Ética e Inteligência Artificial

Feijó também levanta a discussão do que é ético ou não no uso das tecnologias de inteligência artificial. Para ela, não existe limite para a mente humana, mas existe o que é ético e o que não é e como as pessoas estão utilizando a ferramenta.

“O que a gente tem que discutir é como é que está sendo o uso disso tudo enquanto sociedade, não é? O que está se fazendo com esses dados que a gente gera? E principalmente garantir que a gente não copia a informação dela, que a gente realmente co-cria. Eu acho que esse é o grande ponto”, detalha a empresária

Porém, com o chatbot mais utilizado, a versão gratuita torna esse processo de co-criação ainda mais limitado. Então o cuidado com checagem de plágio deve ser dobrado, nas palavras da profissional, “tem que co-criar ainda mais”. 

“Tem que ser uma revisão mais minuciosa, tem que, eventualmente, usar outras ferramentas de checagem de plágio, tem ferramentas gratuitas, inclusive, na internet, tem ferramentas que são usadas para verificar o plágio do conteúdo gerado pela Inteligência Artificial. A própria OpenAI, que é quem criou o chat GPT, tem essa ferramenta. Então, para garantir aquilo que eu estou fazendo”, conta Ariane. 

Para ela, hoje em dia, a “inteligência artificial está correndo nas veias da sociedade” e das organizações. Um dos problemas levantados pela profissional é a disponibilidade das pessoas de fazerem perguntas, pois, muitas vezes, só procuram a resposta. Com a IA, a forma que você faz a pergunta interfere diretamente na resposta. 

Com o exemplo do Chat GPT, Feijó ainda reforça que nem sempre a IA irá conseguir dar a resposta almejada, por isso tem que saber como utilizá-la: “nem sempre ela vai nos entregar o caminho todo, né? Ou ela vai precisar de mais dados, ela vai precisar acessar a internet, ela vai precisar buscar em outras frentes.”

A internet é cada vez mais necessária no nosso dia a dia e vem mexendo com a cultura das escolas e instituições. A profissional defende que a sociedade está ainda em um processo de amadurecimento digital, conhecendo e aprendendo como lidar com as atualizações das tecnologias.

Procurando entender sobre isso, a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) realizou, no mês de maio de 2023, uma reunião para discutir o uso da inteligência artificial nas escolas. Em uma pesquisa global feita pela organização com 450 escolas e universidades mostrou que menos de 10% delas possuem políticas institucionais sobre o uso de inteligência artificial generativa, como o Chat GPT.

Assim a Unesco lançou, durante a Semana de Aprendizagem Digital, no mês de setembro, a primeira orientação global sobre o uso de IA generativa na educação e pesquisa, com sete passos que devem ser cumpridos para garantir um uso exato para o estudo. Um dos pontos declarados no livro de orientação é que o limite de idade para o uso de ferramentas deve ser de 13 anos.

Esta é uma das formas de cuidar e regulamentar o avanço das ferramentas digitais nas escolas, sem impedir a interação das crianças com a IA. A empresária Ariane Feijó deseja que as instituições sejam mais curiosas em relação às inteligências artificiais, pois as pessoas costumam colocar o medo da evolução na frente do interesse pela novidade.

“Eu acho (o uso de tecnologias no ensino) fantástico, mas todo mundo precisa aprender a usar. Precisa querer usar, né? Precisa olhar pra tudo isso com menos medo e mais curiosidade. As pessoas têm muito pouca curiosidade. E aí, gera medo. Porque tu não sabe o que é, já chega com preconceito, não funciona, não é bom”, afirma.

Porém, apesar dos muitos avanços, das várias funcionalidades, inclusive com uma orientação global de uso da tecnologia nas escolas já definida pela Unesco, Ariane Feijó acredita que o potencial de educação da IA ainda vai levar um tempo para ser realmente aplicada nas escolas.

“Eu acho que mesmo tendo esse potencial, (a IA) é uma coisa que vai levar tempo ainda, porque a tecnologia está muito conectada com cultura, então para que ela seja amplamente adotada, seja por empresa, por escola, tem que ter uma mudança cultural”, finaliza a especialista.

O Projeto Ecos Feminismos está promovendo um episódio de debate com o tema “A Educação escolar na Valorização da Cultura Afro-Brasileira” e a participação da coordenadora dos quilombos do estado de Pernambuco, Dadá Quilombola.

O encontro irá discutir de forma aprofundada a abordagem educacional como um papel fundamental da compreensão mais profunda e respeitosa da herança quilombola. A conversa também irá abordar como o sistema educacional pode adotar uma função ativa na criação de uma narrativa inclusiva e enriquecedora.

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A reunião terá a apresentação da ativista ambientalista e defensora dos direitos dos povos originários e tradicionais brasileiros, Ivanilde Carvalho. A transmissão é gratuita e acontecerá nesta sexta-feira (06), às 13h, no canal do Ecos Feminismos.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou uma investigação para apurar a denúncia de merendas sendo servidas com larvas, cabelos e objetos de metais entre os alimentos. A denúncia é de alunos da Escola Técnica Estadual Dom Bosco, em Casa Amarela, na Zona Norte do Recife.

A queixa veio à tona no dia 21 de setembro e a portaria da investigação foi publicada do Diário Oficial desta quinta-feira (5). Segundo o Diário Oficial do MPPE, o procedimento irá acompanhar as políticas públicas envolvidas pela gestão após a notícia ser amplamente divulgada em canais de comunicação de Pernambuco.

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O documento cita que “é diretriz da alimentação escolar o emprego da alimentação saudável e adequada, compreendendo o uso de alimentos variados e seguros, que respeitem a cultura, as tradições e os hábitos alimentares saudáveis, contribuindo para o crescimento e o desenvolvimento dos alunos e para a melhoria do rendimento escolar”.

O promotor determinou que, de imediato, oficiem sobre a portaria a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE/PE) e o Conselho de Alimentação Escolar (CAE) do Estado de Pernambuco, órgãos aos quais solicitou pronunciamento sobre o caso em até 10 dias úteis.

Uma bisavó indiana de 92 anos aprendeu a ler e escrever ao frequentar uma escola pela primeira vez, inspirando outros a seguirem seu exemplo, informaram nesta quarta-feira (27) autoridades e a imprensa local.

Salima Khan, nascida em 1931 e casada as 14 anos, sonhou por toda sua vida poder ler e escrever.

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Originária de Bulandshahr, no estado de Uttar Pradesh, Khan conta que em sua infância não havia escolas para meninas em sua cidade.

Há seis meses começou a estudar com alunos décadas mais jovens, ao lado da esposa de seu neto. Sua história ficou conhecida depois que um vídeo no qual aparece contando até cem viralizou.

"Meus netos me enganavam para que eu lhes desse mais dinheiro porque eu não sabia contar", declarou ao jornal Times of India. "Esses dias acabaram".

Seguindo seu exemplo, 25 mulheres de sua cidade começaram a frequentar aulas de alfabetização, disse a diretora da escola Pratibha Sharma ao Times of India.

O Guinness World Records registra o falecido Kimani Ng'ang'a Maruge, do Quênia, como a pessoa mais velha a concluir o ensino fundamental, após ingressar em 2004 aos 84 anos.

A taxa de alfabetização na Índia é de cerca de 73%, segundo o censo de 2011.

Larvas, cabelo e tachinhas de metal, usadas para pregar papel em quadro de aviso, foram encontrados por alunos dentro da merenda servida da Escola Técnica Estadual Dom Bosco, localizada no bairro de Casa Amarela, na Zona Norte do Recife.

“Eu encontrei cabelo, aí peguei o prato de comida e fui levar para as tias da merenda. E elas disseram que foi a gente que colocou e não podia fazer nada. A gente levou para a gestão, e a gestora disse que a nutricionista ia vir. Ela veio ontem [quarta], mas não fez nada, só mexeu a panela e foi embora. É um absurdo porque a gente não é um animal para estar comendo isso e nem um animal come isso. Larva na comida, a gente achou um parafuso, imagina se um menino engolisse?”, disse Emily Mendes, estudante de 16 anos do 1º ano do ensino médio na escola. 

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A Escola Técnica Estadual Dom Bosco funciona em tempo integral, e conta com mais de 400 alunos. Diariamente, são servidas três merendas na escola: um lanche de manhã, o almoço e um lanche no turno da tarde.

Ao ser procurada pela TV Globo, a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco respondeu que a gestão da Escola Técnica Estadual Dom Bosco tem conhecimento do que aconteceu com a merenda dos alunos e que notificou a empresa responsável pela alimentação dos estudantes. Ainda segundo a Secretaria, uma equipe de nutricionistas foi à escola e verificou que os fardos de arroz estavam dentro do prazo de validade. Além disso, testes de cozimento dos alimentos foram feitos e não encontraram larvas.

Um professor de 54 anos, foi preso em flagrante pela Polícia Civil, nesta quinta-feria (14), por estupro de uma estudante, de 12 anos, na escola de Sorriso, no Mato Grosso (MT). O suspeito foi levado à delegacia de Sorriso e responderá por esturpo de vulnerável e assédio sexual.

De acordo com a polícia, “durante apresentação de um trabalho na aula de geografia, o professor pediu que a aluna se dirigisse até a lousa interativa para uma atividade e, nesse momento, ele passou a mão no corpo da vítima. Posteriormente, outras estudantes da turma mencionaram que o professor teria feito imagem do corpo da aluna.”

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A vítima foi ouvida por uma psicóloga especializada, com a permissão da mãe, e relatou o acontecido na sala de aula. A estudante mencionou, ainda, outros episódios de assédio por parte do professor, com  toques inapropriados, aliciamento verbal e olhares lascivos.

O homem de 54 anos negou todas acusações no interrogatório e afirmou que a denúncia faz parte de um ‘complô’ das alunas contra ele por não ter recebido notas altas na matéria. O suspeito foi preso dentro da Secretaria de Educação do município no fim da tarde desta quinta-feira.

A Polícia Civil informou que a denúncia foi feita pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc-MT). A delegada Jéssica Assis autuou o suspeito em flagrante pelos crimes: 

“Está configurado o dolo específico de satisfazer a lascívia própria e o ato libidinoso com menor de 14 anos configura o crime de estupro de vulnerável, independentemente da superficialidade da conduta”, explicou a delegada.

As escolas municipais Professor Potiguar Matos e a Antônio Farias Filho, do bairro de San Martin do Recife, capital pernambucana, tiveram suas aulas interrompidas na manhã desta quinta-feira (14) por um ataque de abelhas.

Durante uma limpeza no terreno da escola Professor Potiguar Matos, que é vizinha da escola Antônio Farias Filho, algumas abelhas se agitaram e entraram no espaço da unidade. Segundo a Prefeitura, "alguns estudantes, pais e funcionários acabaram sendo picados pelos insetos".

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"Por orientação do Corpo de Bombeiros, ambas as escolas tiveram as aulas suspensas até que a situação fosse normalizada. A expectativa é que nesta sexta-feira (15) as atividades sejam realizadas normalmente", finalizou a Secretaria de Educação do Recife, em nota.

Também em nota, o Corpo de Bombeiros se pronunciou: "Uma equipe de salvamento do CBMPE se deslocou até o local e realizou uma avaliação prévia do cenário, isolando a área e orientando a suspensão das aulas. Apesar de estarmos em estágio de tratativas com os órgãos ambientais e da administração para a definição das responsabilidades de cada um diante desse tipo de situação, o risco ofertado e o contexto de perigo envolvendo duas escolas foram o guia para definição da atuação dos bombeiros. Assim, nossa equipe deixou acordado junto às escolas que retornariam hoje a noite (14/09) para uma segunda avaliação e a possível contenção das abelhas."

O professor de uma escola de educação infantil da cidade de Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, em Alagoas, foi denunciado por duas mães de alunas, de 9 anos de idade, de ter abusado sexualmente das crianças em sala de aula. O crime teria acontecido no último dia 31, mas elas só foram à delegacia na terça-feira (5). A Polícia Civil abriu um inquérito para investigar o caso, que configuraria estupro de vulnerável devido à faixa etária das vítimas. 

As alunas, matriculadas na Escola Municipal Governador Luiz Cavalcante, relataram a suas mães que o homem tocou seus seios e genitálias dentro da sala de aula. Os casos foram levados ao Centro Integrado de Segurança Pública (Cisp), onde foi registrado um boletim de ocorrência. As crianças foram encaminhadas ao Hospital da Mulher, em Maceió, onde receberam, atendimento na Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS). 

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A delegada à frente do caso afirmou que o acusado será intimado e deverá ser ouvido em breve acerca das acusações. A Secretaria Municipal de Educação informou, por meio de nota, que o professor foi afastado do cargo preventivamente, e que abriu um processo administrativo para apurar mais detalhes. O Conselho Tutelar do município também acompanha o caso. 

 

Um homem foi preso depois de entrar em uma escola, furtar objetos e se esconder dentro de uma casinha de brinquedo em Varginha-MG neste sábado (2). Ele foi encontrado e preso pela Guarda Municipal de Varginha e encaminhado à delegacia.

A Guarda Municipal se deslocou até a escola depois que o alarme de segurança foi acionado. No local, eles encontraram o acusado de 28 anos dentro do brinquedo com todo material oriundo da tentativa de furto.

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O criminoso teria entrado na escola pela parte dos fundos com auxílio de uma corda improvisada. Após ser preso, ele foi levado ao Hospital Bom Pastor e, posteriormente, conduzido à delegacia.

Estudantes da Escola de Referência em Ensino Médio (EREM) Professor Manoel Edmundo, localizada em Lagoa dos Gatos, na Mata Sul de Pernambuco, compartilharam, na última quarta-feira (30), um vídeo denunciando a qualidade da água fornecida para consumo na instituição.

Nas imagens, que estão repercutindo nas redes sociais, os alunos abrem o bebedouro, que possui partes enferrujadas na parte interna da tampa, e exibem um líquido de cor amarelado no reservatório e em um copo. 

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 O LeiaJá entrou em contato com a Secretaria de Educação e Esoprtes de Pernambuco (SEE), que é responsável pela instituição de ensino. Por meio de nota, a SEE explica que a gestão da EREM Professor Manoel Edmundo isolou o bebedouro e "está fornecendo água mineral para toda a unidade de ensino". Em um story no Instagram oficial da escola é possível identificar que foi instalado um bebedouro de mesa para consumo da comunidade escolar.

Ainda no comunicado, a pasta afirma que tanto o bebedouro quanto as caixas d'água da instituição passam por manutenções periodicamente, no entanto, "o problema da água turva atingiu a comunidade do entorno da escola".

Um aluno, de 14 anos, foi impedido de entrar na escola em que estuda, na rede de ensino de Roraima, por usar chinelo. O caso aconteceu na última segunda-feira (27) e, segundo o relato da mãe do adolescente nas redes sociais, o filho e outros dez estudantes foram colocados para fora da instituição por estarem com "uniforme inadequado".

"Ele [filho] me ligou e falou 'mãe, eu estou aqui no terminal, não tem ônibus para voltar [para casa]'. Ele me ligou chorando, dizendo 'mãe, aconteceu que me tiraram da escola'". À mãe, o aluno contou que tentou se explicar, mas, a orientadora da escola debochou dele na frente dos colegas. Na ocasião, segundo o adolescente, a profissional teria dito que a mãe era "cheia de dinheiro e trabalha no garimpo".

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Ao encontrar o filho fora da Escola Estadual São José, a mulher acionou a Polícia Militar. Um policial chegou a entrar na unidade, mas, retornou alegando que nada podia fazer. A servidora foi orientada pela PM a fazer um boletim de ocorrência e a queixa foi registrada.

O que diz a Secretaria Educação e Desporto

Em nota, a Secretaria Educação e Desporto (Seed), responsável pela escola, informou que fez contato com a direção do colégio e adotará providências cabíveis. Ainda de acordo com o comunicado, vai adotar medidas sobre a postura da escola "uma vez que não há nenhuma orientação por parte da Secretaria, nem por parte de nenhuma instituição de ensino da rede para impedir a entrada de estudantes nas unidades de ensino em razão de fardamento escolar".

O prazo para se inscrever no Exame Supletivo Anual de 2023 termina na próxima quinta-feira (31). Os interessados em finalizar o ensino fundamental ou o ensino médio devem se inscrever virtualmente na página do órgão.

Para participar é preciso que o candidato tenha 15 anos completos para o nível fundamental, e 18 anos completos para o nível médio. O exame será aplicado para pessoas privadas de liberdade nas cadeias públicas e unidades para adolescentes infratores.

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Os inscritos deverão responder provas de língua portuguesa, matemática, história, geografia, arte e língua estrangeira (inglês ou espanhol). O nível fundamental também terá ciências e o nível médio terá biologia, física, química, filosofia e sociologia. Para ser aprovado, o jovem deverá atingir a média mínima 6,0 em cada disciplina.

As provas serão aplicadas no dia 26 de novembro para o público geral e no dia 27 para os candidatos privados de liberdade nas unidades prisionais ou cadeias públicas. Estudantes com deficiência poderão solicitar aplicação de prova com acessibilidade. O resultado final será divulgado no site da Secretaria de Educação do Estado.

O Transtorno Espectro Autista (TEA) alcança 1 a cada 36 crianças brasileiras aos 8 anos de idade, segundo dados do Monitoramento de Autismo e Deficiências do Desenvolvimento, do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC), publicado em março de 2023. Apesar do número significativo, a inclusão destes jovens na educação, por muito tempo, não foi uma prioridade. 

“Eu tive muito pouco apoio da escola porque a escola não sabia o que ele tinha. Ninguém notava, só eu notava dentro de casa”, é o que relata Silvia Valéria Vidal, de 54 anos, auxiliar de laboratório e mãe de uma pessoa autista.

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Gabriel José Vidal Salgueiro, desde muito novo, demonstrou alguns sinais característicos do TEA, como a seletividade alimentar, dificuldade para interagir socialmente e desafios para se comunicar. Silvia conta que, apesar de notar essas atitudes, o único laudo que teve de seu filho até os seus 18 anos foi de TDAH, Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.

“No maternal, a professora começou a me sinalizar o fato dele não socializar. (...) Acho que até o sexto ano, ele estudou em escola particular e não tinha apoio, entendeu? A alfabetização, ele teve que repetir de ano. Eu fiz questão que ele repetisse porque eu achei que era só dificuldade de escolaridade. E ele não tinha apoio em sala de aula, muitas vezes ficava isolado”, relembra a mãe.

Silvia Vidal e seu filho, Gabriel Vidal. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá.

Hoje, com 23 anos, Gabriel completou todo o ensino médio mas ainda não consegue ler. Silvia explica que ele consegue reconhecer algumas palavras por memória fotográfica, então memorizava algumas delas. Gabriel conhece as letras e consegue transcrever todas, mas não consegue ler os sons delas juntas.

“A escola nunca esteve preparada, nunca. A que ele fez particular, eles colocaram uma estagiária sem preparo nenhum para ensinar ele, ele não se identificou com ela. Era a maior dificuldade para ele ir para escola, ele não queria. Quando ele fez o segundo grau, tinha um acompanhamento à tarde, que a professora nunca ia”, destaca Silvia.

Silvia Vidal explica que, mesmo com 23 anos, Gabriel é como uma criança de 8. Para ela, é como viver com uma criança crescida dentro de casa, que precisa de acompanhamentos, de atenção e de coleguinhas para se divertir. Silvia se sustenta com um emprego, enquanto luta para conseguir clínicas que atendem autistas adultos para levar seu filho.

Silvia Vidal e seus filhos Gabriel e Clara. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá.

“Não foi fácil não, viu? Quando eu descobri (o autismo), eu não romantizei. Eu não tive tempo de pensar em nada, eu tinha que agir e eu tinha que correr atrás do desenvolvimento dele. Tudo isso eu fiz sozinha, porque eu nunca tive o apoio do pai. Minha luta, hoje em dia, é procurar tratamento para ele. Ele precisa de fono, precisa ocupar o tempo dele, porque não tá mais indo para escola, precisa de coleguinhas para brincar”, reforça a entrevistada.

Diagnosticado aos 18 anos, o psicólogo acredita que Gabriel possui grau 3 de TEA. A mãe de Gabriel destaca que o preparo das escolas era diferente de antigamente e, quando encontra uma mãe de um autista jovem, tenta aconselhar para que o cuidado com ele não seja tão desafiador quanto o que Silvia e seu filho tiveram juntos.

“Hoje em dia, a gente tem mais profissionais, tem pessoas capacitadas para identificar. Mas na época que eu corria nas clínicas com ele, eu não via esse preparo todo, entendeu? Eu não via. Então, eu não sei se por causa do tempo, o diagnóstico dele foi tardio, talvez eu pudesse ter mais sucesso com ele, mesmo com todas as minhas dificuldades”, declarou a auxiliar de laboratório.

Os avanços da aprendizagem inclusiva

Sandra Lúcia Araújo Pimentel é mãe de Miguel Pimentel da Silva, com 9 anos atualmente, Miguel foi diagnosticado com autismo com entre os 6 e 7 anos de idade. Apesar do laudo considerado cedo, Sandra passou anos acreditando que o único diagnóstico do seu filho era apraxia da fala (AFI).

Sandra Lúcia Araújo, mãe de Miguel Araújo. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Miguel passou cinco anos sem conseguir falar e, quando começou, teve dificuldades na pronúncia de algumas letras. Essa também é uma característica do Transtorno Espectro Autista (TEA), mas Sandra não tinha conhecimento sobre estas particularidades. Foi quando decidiu colocar seu filho em uma nova escola, na Escola Municipal Severina Lira, no Recife, Pernambuco

Severina Lira possui uma prática de ensino inclusivo, com três professoras dedicadas ao Atendimento Educacional Especializado – (AEE). Este preparo ajuda mães como Sandra a conhecer seu filho e incluir ele para aprender com outras crianças.

Janira Oliveira é uma destas professoras do ensino inclusivo e trabalha nas AEEs, nas salas de Recursos Multifuncionais. Especialista em educação especial, Janira explica que o trabalho pedagógico do professor do AEE é feito no período de contraturno com crianças com algum tipo de deficiência ou transtorno. 

"Nós fazemos um trabalho de reforço, algumas estratégias que facilite a comunicação e a aprendizagem dela para que ajude o trabalho do professor na sala de aula comum. A gente sabe que as crianças, mesmo tendo transtornos iguais, eles têm formas de aprender diferenciadas", explica a professora.

Sandra lembra como as professoras da escola notaram rapidamente as características únicas de Miguel e indicou que ele visitasse um geneticista. Logo na primeira consulta, o médico diagnosticou Miguel com autismo com base no relatório das docentes.

"A professora atendeu ele, fez um relatório e me encaminhou para clínica, para o geneticista. Quando chegou lá, ele fechou logo: autismo. Até então, eu não sabia. (...) Foi quando eu consegui o diagnóstico dele, foi na primeira consulta. Quando ela leu o relatório, ela fechou na hora, e até então eu tava com esse menino sem saber o que ele tinha", conta a mãe.

Sandra Lúcia Araújo, mãe de Miguel Araújo. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Antes deste diagnóstico, Sandra explica que não conhecia nada sobre o autismo e começou a estudar sobre, através de livros e de outras mães para entender mais do seu filho. Mas tudo isso, com a ajuda e apoio das professoras especiais da escola.

"O convívio na escola é uma riqueza para ele porque tá ensinando ele a viver sem preconceitos, a respeitar a diferença. Ele é diferente, o outro é diferente, o mundo é isso. (...) Hoje ele fala, com algumas dificuldades, mas fala pelos cotovelos", celebra a mãe.

Janira defende que a sala de recursos multifuncionais funciona por múltiplas razões. Além de um tempo a mais para socializar na escola, o espaço ajuda as crianças com deficiência ou algum transtorno a superar dificuldades que possam existir dentro da sala de aula comum e superar elas dentro do seu próprio desenvolvimento.

"Nós sempre estamos em contato com a professora da sala comum e sempre perguntamos qual a maior dificuldade que ela encontra para trabalhar com a criança, para que nós também possamos, na sala de recursos, dar esse apoio. (...) Muitas crianças que têm o Transtorno do Espectro Autista, elas têm dificuldade no aprendizado da leitura", detalha a docente.

Para atrair esses jovens, o trabalho da sala multifuncional mexe muito com atividades, brincadeiras e jogos lúdicos. Assim, conteúdos comuns podem tocar muito mais as crianças por ser uma linguagem natural da infância.

Janira Oliveira, professora e especialista em educação inclusiva. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

"Quanto mais você conscientiza, mais a coisa vai caminhando. Se você pensar em dez anos, não era como é hoje. O acesso que as crianças especiais têm hoje a tecnologia, a diversos recursos. Então se a gente olhar para trás um pouco, a gente vê que avançou, mas avançou pouco para a necessidade", afirma Janira.

A gerente de Educação Inclusiva do Recife, Adilsa Gomes, garante que trabalhos como este da Escola Severina Lira acontecem em todas as escolas da Rede Municipal. Além do trabalho das salas de recursos multifuncionais e do AEE, todos os professores passam por uma formação continuada para conhecer e aprender sobre a educação inclusiva.

"Muitas vezes as pessoas falam sobre inclusão, mas nós trazemos uma fala maior, uma fala mais ampla, que é a equidade. Que significa, dar oportunidade a todos, dentro das suas potencialidades, dentro das suas diferenças, mas também dentro das suas igualdades ", declarou Adilsa.

Outros projetos, além da formação dos professores, contam com o uso de tecnologia assistivas, como aplicativos de comunicação alternativa e aumentada que estão em tablets distribuídos para os alunos. Também é entregue um catálogo de jogos gratuitos que ajudam no desenvolvimento das crianças, disponíveis em ordem de faixa etária para que os pais possam baixar.

"Durante muito tempo o professor e a professora não sabiam trabalhar com as crianças com deficiência, porque a sua formação inicial não tinha esse olhar. Eu sou uma professor que, quando eu fiz magistério, quando eu fiz pedagogia, não tinha uma disciplina, nem um momento de reflexão sobre como trabalhar e como vivenciar as ações inclusivas", relembra a gestora.

Adilsa Gomes, gerente de Educação Inclusiva do Recife. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Adilsa defende que a alfabetização está alinhada com o letramento e que é uma construção: "A alfabetização é uma construção que inicia na educação infantil e permanece por toda nossa vida porque a alfabetização é muito mais do que a gente ler textos, ler palavras, ler coletâneas. A alfabetização é quando a  gente consegue ler, conhecer, interpretar e fazer validar tudo que a gente aprendeu no mundo como um todo."

A gerente de Educação Inclusiva também é uma pessoa com autismo e descobriu de forma muito tardia. Foi só depois que ela se tornou professora, aos 33 anos de idade, que teve seu laudo fechado. Com sua experiência, Adilsa acredita que é preciso ter um olhar que todas as crianças conseguem e podem aprender, mas precisam de pessoas, profissionais e familiares, que estejam aptos a contribuir na educação destas crianças.

DTEA: Mais um avanço possível

O trabalho e o esforço para ajudar no desenvolvimento do ensino para crianças autistas também motivou Leticia Viegas Gomes, mestra em design na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a trabalhar e pesquisar sobre o assunto. 

Foi assim que a profissional desenvolveu o Dispositivo TEA (DTEA) focado em sistematizar o processo de alfabetização de forma lúdica e criativa para as crianças que possuem o Transtorno Espectro Autista. Leticia, que também é mãe, conta que a inspiração para esse projeto não veio de seu filho, mas sim de uma colega da escolinha dele:

"Eu tenho um filho de oito anos que, na época que eu comecei o projeto, ele tinha uma colega de classe que era uma aluna autista e a escola não estava sabendo muito bem ainda como lidar com essa nova educação, tinha sido a primeira aluna lá. E aí, calhou de estar próximo do projeto, eu pensei, como eu posso auxiliar essa criança e outras crianças também?"

Leticia Viegas Gomes, desenvolvedora do DTEA. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Através da tecnologia e da curiosidade, Leticia começou a hipótese do seu projeto através de pesquisas de casos, de comunidades de pais e de crianças autistas. A ideia é criar um fluxo dinâmico que consiga se encaixar em diferentes perfis das diferentes crianças com TEA. 

Cerca de 50 crianças foram entrevistadas e estudadas para criar as proto-personas, os tipos de público que o projeto pode alcançar e como ele pode se encaixar em cada um deles. 

O projeto começa com a coleta de dados, em que os pais ou profissionais devem preencher um formulário com informações sobre aquela criança, em relação ao diagnóstico, se já é conhecido. Também é procurado saber o nível de alfabetização e aprendizado dessa criança, seguido pelas perguntas sobre os gostos pessoais e interesses individuais deles. 

"As crianças autistas possuem uma característica muito interessante que é o hiperfoco. Esse hiperfoco vai de acordo com temáticas diferentes, pode ser música, animação, números… Então a gente vai pegando essas características de hiperfoco para trabalhar as dificuldades dessa criança.", explica Leticia.

O ideal é que tenha um mediador responsável que tenha as informações sobre as capacidades atuais da criança e o dispositivo vai desenvolver atividades que possam ajudar a criança a se desenvolver para além do seu limite, sempre utilizando das habilidades e detalhes do foco e interesse individual da criança para chamar sua atenção aos exercícios. Pensando em como ele poderia ser utilizado em ambiente escolar, Leticia responde:

“Acredito que amplamente (o DTEA) dá para ser usado em escolas. Até de uma forma para a gente tirar um pouco a criança do padrão que a gente tem hoje em dia escolar, né? Eu vejo que a educação infantil, principalmente, ela é nesse sistema que a gente faz tudo igual para todo mundo. Só que cada criança tem um nível de atenção diferente, tem um nível de comprometimento diferente, tem hiperatividades diferentes, né?”, explica.

“Então dentro dessa dinâmica escolar, a gente consegue dar uma equalizada, sabe? A gente consegue medir a interação de cada criança, consegue medir a atenção dela e dar a ela o seu tempo de educação. Porque ela que vai estar jogando, ela que vai estar interagindo, ela que vai estar fazendo a dinâmica. Então acho que auxilia bastante, dentro do ambiente escolar, dar autonomia para a criança”, continua a jovem.

Leticia Viegas Gomes, desenvolvedora do DTEA. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

O sistema ainda é apenas teórico pois, segundo a criadora, não houve tempo e nem capital hábil para se tornar real. Apresentado em 2022, o projeto ainda tem chamado interesse de professores e pesquisadores que pensam em ampliar o projeto para autistas adultos também, por exemplo. A mestra em design ainda afirma que o projeto pode ser usado com crianças com outros tipos de transtornos também. 

“Eu tô em contato com alguns professores aqui da Universidade Federal que também querem desenvolver e amplificar para adultos autistas. Para a gente conseguir ver se alcança a alfabetização destes adultos. Então assim, é um projeto que está em andamento lentamente, mas ele ainda está sendo continuado”, declara a entrevistada. 

Quando perguntada sobre a importância do seu projeto, Leticia defende a capacidade de ensinar de forma divertida, lúdica e no tempo de aprendizado de cada criança. Tornando o estudo para estas crianças autistas mais autônomo e dinâmico.

“Eu acho que a gente dá autonomia para essas crianças, sabe? No autismo, a gente vê muita dependência. As crianças sempre acabam sendo dependentes por questão de comunicação, por questão de entendimento. Então a autonomia para elas é uma questão muito importante de ser desenvolvida, principalmente a autonomia na sua própria educação”, afirma.

“Muitos casos que eu vi dos pais foi que, por exemplo, que essa criança não conseguia pedir água, não conseguia pedir comida, não conseguia se comunicar. E a comunicação é o básico para o ser humano. Então você conseguir proporcionar isso para crianças que não estão conseguindo se desenvolver, que elas mesmas se sentem frustradas por não conseguir se comunicar. Isso é uma chave”, finaliza Leticia.

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