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Policiais civis prenderam, nessa sexta-feira (11), o traficante André Luiz dos Santos Afonso, conhecido como "Pai da Alma". Ele foi localizado após um trabalho de inteligência e investigação em Santa Cruz da Serra, no município de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Ele é apontado como um dos autores do homicídio de dois soldados do exército.

Segundo a polícia, o acusado fugiu para a comunidade Vila do João, na Maré, após uma facção criminosa dominar o Complexo da Alma, em São Gonçalo, onde era uma das lideranças do tráfico de drogas.

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Tráfico, latrocínio e morte de dois soldados

O traficante é investigado por diversos crimes, como tráfico de drogas, homicídio, latrocínio, ocultação de cadáver e possuía vários mandados de prisão em aberto. Ele tem 17 anotações criminais e responde, ainda, por outros nove homicídios investigados pela Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí.

"Pai da Alma" é apontado ainda como um dos autores dos assassinatos dos soldados do Exército,  Daniel Ferreira de Azevedo, de 19 anos, e Victor Hugo Xavier, de 18 anos, em julho de 2020, após uma discussão em um acidente de trânsito.

Com informações da assessoria

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reagiu nesta sexta-feira, dia 11, a mais uma tentativa do presidente Jair Bolsonaro de lançar suspeitas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas. O TSE afirmou que recebeu do Exército questões de natureza técnica sobre o funcionamento do sistema eleitoral, como antecipou o Estadão nesta quinta, 10. A resposta da corte contradiz Bolsonaro, segundo quem as Forças Armadas encontraram "dezenas de vulnerabilidades". O presidente cobrou uma resposta.

"Nosso pessoal do Exército, da guerra cibernética, buscou o TSE e começou a levantar possíveis vulnerabilidades. Foram levantadas várias, dezenas de vulnerabilidades. Foi oficiado o TSE para que pudessem responder às Forças Armadas. Passou o prazo e ficou um silêncio", disse Bolsonaro nesta quinta-feira, dia 10, durante transmissão ao vivo nas redes sociais.

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A resposta da corte foi direta, porém sem citar o presidente da República. "As declarações que têm sido veiculadas não correspondem aos fatos nem fazem qualquer sentido", diz comunicado oficial do TSE. "Cabe destacar que são apenas pedidos de informações, para compreender o funcionamento do sistema eletrônico de votação, sem qualquer comentário ou juízo de valor sobre segurança ou vulnerabilidades."

O TSE informou que recebeu "dezenas de perguntas de natureza técnica, com certo grau de complexidade". Em nota, a Justiça Eleitoral disse que o representante das Forças Armadas na Comissão de Transparência Eleitoral protocolou pedidos de informação "próximo do recesso" de fim de ano, "quando os profissionais das áreas técnicas fazem uma pausa". "Após este período, o conteúdo começou a ser elaborado e será encaminhado nos próximos dias", informou o TSE. "Tudo está sendo respondido, como foi devidamente comunicado ao referido representante."

O Estadão apurou junto a oficiais da ativa que o Exército fez questionamentos técnicos ao TSE sobre o funcionamento e a cadeia de custódia das urnas eletrônicas, para tentar subsidiar com melhorias de segurança. Os quesitos foram enviados por escrito, elaborados pelo Centro de Defesa Cibernética. O teor é sigiloso. Entre eles, há algumas perguntas como onde ficam armazenadas as urnas antes da distribuição aos locais de votação, que tipo de conectividade elas têm, que pessoas têm acesso, e como e onde é feita a totalização dos votos.

A participação das Forças Armadas na preparação das eleições, desta forma na Comissão de Transparência, é inédita. Ela se dá a convite do TSE. Os militares sempre prestaram apoio logístico e segurança à votação, mas não participaram, no ano passado, de uma rodada de testes das urnas. Politicamente, o tribunal tentou aplicar uma vacina para se antecipar aos reiterados questionamentos à legitimidade das urnas difundidos por Bolsonaro, à ameaça de não reconhecer o resultado caso seja derrotado. Essa participação, porém, já dá margem para distorções por parte do presidente e até questionamentos de pesquisas de intenção de voto, que indicam cenários com probabilidade de derrota do atual mandatário.

A Polícia Federal (PF) cumpre nesta quinta-feira (10), no estado do Rio de Janeiro, 27 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de fraudar documentos para adquirir, possuir e portar arma de fogo. Comerciantes são suspeitos de vender armas mesmo sem a documentação correta. A operação Confessio tem o apoio do Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 1ª Região Militar do Exército.

Segundo a PF, a investigação começou depois de denúncia sobre a existência de sistemática falsificação e uso de Certificados de Registro de Arma de Fogo (CRAF) por pessoas que queriam ludibriar a fiscalização e portar livremente armas de fogo. Também eram falsificados certificados de registro (CR), guias de tráfego e requerimentos para aquisição de arma de fogo e acessório.

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Irregularidades

O esquema envolvia despachantes, adquirentes, CACs (caçadores, atiradores e colecionadores) e comerciantes de arma de fogo que permitiam aos adquirentes comprar armas ilegalmente. Os comerciantes ainda entregavam os produtos sem a guia de tráfego válida e sem efetuar a conferência de autenticidade dos documentos.

Os investigados responderão pelos crimes de falsificação de documento público federal, uso de documento falso, comércio ilegal de arma de fogo e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Os mandados foram expedidos pela 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de São João de Meriti, no Rio.

O Exército Brasileiro iniciou, nesta segunda-feira (7), as inscrições para o concurso com o objetivo de preencher 440 vagas para cadetes, sendo 400 para sexo masculino e 40 para o feminino. Os interessados podem se inscrever até 23 de maio, por meio do site do Espcex.

No ato da inscrição, será cobrada uma taxa no valor de R$ 100. Para estar apto a participar, o candidato precisa ser brasileiro, ter concluído o ensino médio, ter no mínimo 17 anos e no máximo 22 anos, não ter filhos, dentre outros critérios apontados no edital. Inicialmente, os aprovados receberão uma bolsa no valor de de R$ 1.044 e, após a formação, remuneração de R$ 6.993.

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O processo seletivo será composto por provas objetivas a serem realizadas nos dias 17 e 18 de setembro, além de teste de aptidão física, inspeção de saúde e avaliação psicológica. O resultado da prova objetiva, assim como a convocação dos aprovados nesta fase, está previsto para ser divulgado até 25 de novembro. A matrícula está prevista para 17 de fevereiro.

O Tribunal de Contas da União (TCU) quer punir os militares responsáveis pelo afrouxamento das regras de identificação de armas e munições. Há cerca de dois anos, o Comando Logístico do Exército revogou medidas de controle e rastreio, mas não consegue explicar o que teria lhe motivado. 

Sem explicações, três portarias foram extintas em abril de 2020 após o presidente Jair Bolsonaro (PL) postar que discordava da fiscalização dos armamentos e que iria mandar cancelar.

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Após dar versões contraditórias sobre a suspensão das regras de rastreio, os generais Paulo Roberto de Oliveira e Laerte de Souza Santos, subcomandante e comandante logístico do Exército, podem ser multados. 

Eles têm até o próximo dia 7 para convencer o TCU de que há uma limitação técnica, como indicado pelo Exército.

"Caso não haja lastro comprobatório para as informações repassadas ao TCU, os atos podem caracterizar tentativa de obstrução ao exercício das atividades fiscalizatórias exercidas por esta Corte ou sonegação de informação, sujeitando os responsáveis a aplicação de multa pelo TCU", afirma parte do relatório.

Na véspera do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 15 de setembro do ano passado, o Exército rapidamente baixou três portarias para substituir as extintas. No dia seguinte, o ministro Alexandre de Moraes decidiu sustar a revogação sob alegação de não haver justificativa para as mudanças.

Por pressão política do governo Jair Bolsonaro, o Comando do Exército decidiu elaborar uma nota de esclarecimento sobre a diretriz do comandante-geral, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, editada para regular o retorno ao trabalho presencial na tropa, com sinal "um verde" para os militares já vacinados. O comunicado deve ser divulgado na página do Centro de Comunicação Social do Exército.

A interpretação de que a diretriz do general era uma forma de cobrar "passaporte da vacina", o que o presidente rejeita, gerou cobranças de explicações por parte do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, porta-voz de Bolsonaro junto ao generalato.

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O ministro se reuniu com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica nesta sexta-feira (7) para discutir a diretriz verde-oliva. O tema vacina é considerado "sensível" na Defesa, por ter virado bandeira política do presidente. Houve cobranças de Braga Netto. Reservadamente, oficiais comentam que o ministro deu claros sinais de não querer melindrar Bolsonaro, no momento em que tenta se viabilizar como potencial candidato a vice-presidente.

Como o Estadão noticiou, a diretriz orientou que oficiais em cargos de chefia avaliassem a volta ao regime presencial dos já vacinados, quinze dias após a imunização. Porém, a diretriz não continha um veto total ao retorno dos não-vacinados. Havia no texto uma brecha para que os militares sem vacinação completa apresentassem para análise das circunstâncias, caso a caso, ao Departamento Geral de Pessoal, o DGP, que tem uma área de Saúde e um comitê relacionado à prevenção da covid-19. Apesar disso, o próprio Braga Netto editou uma portaria semelhante que entrou em vigor na virada do ano. Ao normatizar o retorno gradual no ministério, ele determinou que os servidores administrativos retornassem às atividades presenciais quinze dias após terem se imunizado contra a Covid-19.

Além disso, o teor geral da nova diretriz do general Paulo Sérgio é de flexibilizar a realização de atividades e treinamentos na caserna, em vez de restringir. Ela recomenda, porém, a adoção de medidas de prevenção à contaminação, para poder e por isso, fala expressamente no "uso de máscaras, no distanciamento social e higienização de mãos", medidas cuja eficácia Bolsonaro questiona, apesar das evidências científicas e das recomendações sanitárias.

O documento do comandante-geral reproduz uma ordem para que não haja difusão de notícias falsas sobre a pandemia do novo coronavírus na internet. Esse trecho da normativa também não é uma novidade, pois estava em vigor desde março de 2020, emitido pelo então comandante-geral, general Edson Leal Pujol.

Uma nova diretriz do Comando do Exército modificou as regras para a prevenção da covid-19 na caserna e estabeleceu condições para a retomada de atividades presenciais. O comandante-geral, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, orientou os subordinados a avaliarem a volta ao regime presencial de militares e servidores já vacinados, quinze dias após terem completado a imunização. O comandante abriu uma brecha para que, em "casos omissos sobre cobertura vacinal", os militares não-vacinados sejam submetidos à apreciação do Departamento-Geral do Pessoal (DGP), um órgão de direção do Exército.

A orientação do general diverge do discurso do presidente Jair Bolsonaro, que é contra a exigência de vacina e não aplicou regra semelhante ao ordenar o retorno do funcionalismo em geral ao trabalho presencial. Desde o ano passado, o governo federal só exige a vacinação completa de servidores com comorbidades, mas que desejam retornar ao regime presencial. Para os demais, a instrução normativa do Executivo não cita necessidade de imunização.

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O documento assinado pelo general Paulo Sérgio atualizou normas antes estabelecidas em março de 2020, no início da pandemia do novo coronavírus, pelo então comandante-geral, general Edson Leal Pujol. Em alguns casos, o atual comandante manteve ou explicitou regras, e, em outros, as tornou mais brandas. Ele não citou, no documento, se há dados de adesão à vacinação na Força, tampouco o recrudescimento da pandemia com a predominância da variante ômicron no Brasil.

Militares não podem compartihar fake news sobre covid

Preocupado com fake news e desinformação na tropa, o comandante manteve, por exemplo, a expressa ordem para que militares não compartilhem em redes sociais informações falsas ou de origem desconhecida sobre a pandemia. A diretriz emitida novamente é a mesma vigente desde o início da pandemia no País, há quase dois anos.

"Não deverá haver difusão de mensagens em redes sociais sem confirmação da fonte e da veracidade da informação. Além disso, os militares deverão orientar os seus familiares e outras pessoas que compartilham do seu convívio para que tenham a mesma conduta", diz o documento assinado pelo comandante-geral e já em vigor.

Paulo Sérgio não mencionou, nesta diretriz, se haverá algum tipo de punição em caso de descumprimento das orientações, algumas delas explicitamente proibitivas. A norma diz expressamente que devem ser observados o "distanciamento social, uso de máscaras e higienização de mãos", o que não constava na diretriz anterior.

O comandante manteve cautela com atividades no Exército, porém, sugeriu a manutenção de algumas que antes estavam mais restritas. Ao todo, a nova diretriz tem 52 tópicos, contra 30 da primeira. O objetivo é o retorno "gradual e seguro" das atividades completas, preservando a saúde dos militares e a capacidade operativa da Força Terrestre.

"A evolução da situação do combate à pandemia da covid-19, inclusive com o avanço da vacinação, possibilita o estudo em direção ao retorno pleno da realização das atividades administrativas e operacionais, de preparo e emprego, no âmbito da força, mantendo-se sempre como prioridade a preservação da saúde dos integrantes do EB e dos contribuintes do Sistema de Saúde do Exército, bem como da capacidade operativa da Força Terrestre", escreveu o general Paulo Sérgio.

Ele pede aos comandados em cargos de chefia que para que seja avaliada a manutenção de missões internacionais não iniciadas, a depender da situação sanitária e de exigências de entrada no país de destino. Antes, o recomendado era avaliar o cancelamento delas.

Se Pujol havia decidido "restringir ao máximo as viagens a serviço no âmbito nacional", Paulo Sérgio preconizou a adoção de "medidas de prevenção à contaminação" para que sejam realizadas. O atual comandante admite as reuniões presenciais, desde que com distanciamento e em local arejado, embora dê preferência a videoconferências. Seu antecessor optou por restringir a convocação de reuniões presenciais com mais de dez participantes".

A diretriz vigente até então era mais restritiva com relação à execução de manobras, exercícios e adestramentos, com ou sem deslocamento de tropa. Agora, a normativa recém publicada recomenda mais uma vez que sejam adotadas "medidas de prevenção à contaminação", para não prejudicar as atividades de preparo - "visando ao estado de prontidão para preservação da capacidade operativa".

O mesmo vale para cursos, que poderiam ser adiados. Concursos públicos e internos corriam risco de ser postergados, mas passam a ter as condições de realização "reavaliadas". Antes totalmente suspensas, atividades com aglomeração de pessoas, seminários, palestras, solenidades, confraternizações e eventos religiosos passarão a ter a realização avaliada, observadas as normas sanitárias locais.

O general Paulo Sérgio aplicou as exigências da Anvisa para militares e servidores civis que retornarem de viagem ao exterior. Até então, valia a regra da quarentena de 14 dias. Agora, haverá a cobrança de exame RT-PCR para o novo coronavírus 72 horas antes do embarque, que deverá ser repetido na chegada ao Brasil, se apresentarem sintomas. Eles também devem estar vacinados, conforme exigência de viagem da Anvisa.

O Comando do Exército proibiu, para quem estiver em trabalho remoto ou afastado do regime presencial, o pagamento de auxílio-transporte e de adicionais ocupacionais de insalubridade, periculosidade, irradiação ionizante e de gratificação por atividades com raios-X ou substâncias radioativas. Eles também não poderão prestar serviços extraordinários.

O Ministério da Defesa gastou mais de meio milhão do orçamento destinado ao enfrentamento da pandemia do novo coronavírus com itens de luxo, como caviar, picanha, filé mignon e bebidas alcoólicas. As informações foram apontadas em uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) e publicadas pela Folha de S. Paulo.

A análise sigilosa dos gastos da pasta com alimentação desde 2017 surpreendeu os técnicos quando começaram a verificar as contas das Forças Armadas em 2020. A lógica sugeria uma redução expressiva já que parte do trabalho ocorreu de forma remota. Porém, o Ministério do general Braga Netto fez o contrário e adquiriu itens supérfluos e de luxo.

Pasta que mais gastou com itens sem necessidade na pandemia

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Bacalhau, salmão e camarão também fizeram parte da lista de compras de R$ 535 mil, paga com parte dos recursos do orçamento "21C0 – Enfrentamento da Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional decorrente do Coronavírus". 

"Ressalta-se que, dos recursos destinados ao combate à pandemia Covid-19 utilizados indevidamente para aquisição de itens não essenciais (aproximadamente R$ 557 mil), 96% foram despendidos pelo Ministério da Defesa", apontou parte da apuração preliminar do TCU, que colocou a pasta como a que mais usou recursos públicos fora do avaliado como essencial.

Para o TCU, luxo é desvio de finalidade

O documento indica que não há critérios claros e justificáveis para a aquisição e faz críticas sobre o uso da verba para a pandemia. "Não parece razoável alocar os escassos recursos públicos na compra de itens não essenciais, especialmente durante a crise sanitária, econômica e social pela a qual o país está passando, decorrente da pandemia", assegurou.

A compra de comida por pelo poder público tem a finalidade de garantir alimentação saudável e adequada às necessidades nutricionais básicas de determinado público-alvo. "Além de não servir à finalidade a que se destina, a contratação desse tipo de insumo fere o princípio da moralidade", concluiu.

O relatório foi finalizado no dia 8 de outubro e seguiu para processo na Corte no último dia 12, baseado nos bancos oficiais da Administração Pública: Siasg (Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais), Siafi (Sistema Integrado de Administração Financeira) e o Comprasnet (Portal de Compras Governamentais).

O pedido pela apuração foi de parte da bancada do PSB na Câmara, representada pelos deputados Elias Vaz (GO), Ubirajara do Pindaré (MA), Denis Bezerra (CE) e Gervásio Maia (SP).

Ministério se defende

Em resposta ao relatório do TCU, o Ministério da Defesa afirmou em nota que o documento não é conclusivo e defende que as atividades das Forças Armadas foram mantidas na pandemia.

Cerca de 34 mil militares foram destinados para atividades como desinfecção de locais públicos, distribuição e aplicação de vacinas, campanhas de doação de sangue, entrega de kits de alimentação e de higiene, transporte de pacientes, oxigênio e de itens de saúde, explicou a pasta.

O comandante do Exército brasileiro, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, reafirmou, em vídeo de mensagem de fim de ano, divulgado nesta quarta-feira (22), o compromisso das Forças Armadas com a Constituição. "Reafirmo o compromisso das Forças com suas missões constitucionais", disse no vídeo. O comandante também destacou que "a principal razão da existência do Exército" é o seu preparo e prontidão para defesa da Pátria.

O general fez um balanço das ações realizadas pelo Exército durante o ano de 2021, destacando o auxílio no enfrentamento da Covid-19, a Operação Militar Verde Brasil e Samaúma (GLO iniciada em junho deste ano para combater incêndios ilegais na Amazônia) para auxiliar órgãos ambientais no combate ao desmatamento na Amazônia.

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Além disso, o comandante Paulo Sérgio falou sobre as futuras instalações da escola de graduação e formação de sargentos do exército, que será na região de Recife.

Ainda, segundo o general, é inegável a confiança que os brasileiros têm no Exército, "ratificado pelos mais altos índices de credibilidade tem no nosso País".

O comandante disse que "2022 nos traz esperança de que a vida terá sua normalidade restabelecida". E que será um ano dinâmico, com eventos importantes, "dos quais destaco o Bicentenário da Independência, oportunidade para refletirmos sobre o gigante que somos e os caminhos que seguiremos para alcançarmos futuro de paz, prosperidade, liberdade, que historicamente temos perseguido".

O presidente Jair Bolsonaro participa neste sábado (27) às 11h, em Resende, sul do Rio de Janeiro, na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman) da formatura de 391 cadetes do 4º ano da Turma Dona Rosa da Fonseca, onde receberão a Espada de Oficial, durante a tradicional solenidade do Aspirantado. Esta será a primeira vez, em 210 anos, que serão formadas também as Aspirantes a Oficial, num total de 23 mulheres. 

Dos 391 cadetes que estão se formando, 368 são do sexo masculino e 23 do feminino. Entre os homens, 135 são de Infantaria; 60 de Cavalaria; 53 de Artilharia; 40 de Engenharia; 31 de Intendência; 28 de Comunicações; 14 de Material Bélico. As mulheres são: 13 da Intendência e 10 do Material Bélico. Eles são oriundos das cinco regiões do Brasil: Sudeste (221); Sul (85); Nordeste (35); Centro-Oeste (21); Norte (22). Destes, sete são pertencentes às Nações Amigas, sendo: um da Guiana, um do Paraguai; dois do Senegal, um do Timor Leste e outros dois do Vietnã. 

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Solenidade

Na primeira parte da cerimônia, os cadetes entram no pátio para restituição do Espadim, que receberam quando cadetes do 1º ano, em 2018. Em um segundo momento, às11h, será a vez da declaração dos novos aspirantes com a entrega da espada de oficial, símbolo dos princípios e valores, como responsabilidade, competência, o respeito e amor à Pátria.  Será quando o cadete João Pedro Castro Brum Silva Gomes, 1⁰ colocado geral da turma, vai receber a espada das mãos do presidente Jair Bolsonaro.

Sobre a Turma

Dona Rosa da Fonseca é o Patrono da Família Militar. Nascida em 18 de setembro de 1802, na então Cidade de Alagoas, capital da província de mesmo nome, atual município de Marechal Deodoro, casou-se com o Major do Exército Imperial Manoel Mendes da Fonseca, valoroso militar e grande monarquista. Mulher de caráter varonil, sempre o apoiou em suas resoluções e o acompanhou. É reconhecida como exemplo de valores a serem seguidos pela família militar. 

Restrições

Devido à pandemia de covid-19, o evento contará, mais uma vez, com a presença restrita de convidados, autoridades civis e militares. Além disso, o tradicional Baile de Gala do Aspirantado não será realizado nos moldes tradicionais. Aos convidados, foi recomendado o uso de máscaras. Para evitar aglomeração, o público será dividido por setores.

O Superior Tribunal Militar (STM) manteve a condenação de nove pessoas, entre oficiais do Exército e civis, por desvio de recursos públicos do Hospital Militar de Área de Recife, na área central da capital, entre os anos de 2011 e 2012. Entre os acusados estão três coronéis, dois tenentes-coronéis, dois majores, quatro ex-tenentes temporários do Exército e sete civis do ramo de fornecimento de medicamentos e de informática.

Uma série de crimes foi identificada, como estelionato, corrupção passiva, corrupção ativa, falsificação de documentos e subtração ou inutilização de livro, processo ou documento que resultaram em prejuízos aos cofres públicos. O esquema criminoso teria desviado mais de R$ 4 milhões da unidade de saúde.

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Somadas, as penas para os réus superam os 50 anos de prisão. Na primeira instância, 12 réus foram condenados e seis absolvidos. Todos os oficiais superiores faziam parte da direção e gestão do hospital.

Segundo a denúncia do Ministério Público Militar (MPM), nos últimos meses do ano de 2011 e início de 2012, uma tenente temporária do Exército, integrante do HMAR, cumprindo orientação de um dos tenentes-coronéis, sem atribuição para tanto, confeccionou “Partes Requisitórias” de medicamentos e material de informática, que nunca fizeram parte efetivamente do patrimônio do Hospital Militar, sendo que, muitas vezes as condutas eram realizadas após a emissão das notas de empenho.

Ainda de acordo com a Promotoria, a prova de que os materiais indicados jamais foram entregues se deu pela inclusão tardia na carga de materiais do quartel. Também não foram localizadas solicitações de uso ou documento similar que demonstrassem a saída das unidades que faltavam. A emissão das notas de empenho fraudulentas indicadas na denúncia teria sido realizada por um dos majores, chefe da Seção de Aquisições, Licitações e Contratos, que também se omitiu quando tinha o dever legal de agir para frear as irregularidades verificadas. Outro major, fiscal administrativo, teria confeccionado o Boletim Interno, assinado por um dos coronéis. Outro réu teria feito o registro tardio da irreal inclusão no patrimônio dos bens falsamente indicados nas notas fiscais, além de ter conferido e endossado a aquisição fictícia de medicamentos, por meio da aposição do seu visto.

Os promotores informaram que dois dos coronéis, nos versos das notas fiscais, autorizaram os pagamentos de todos os materiais adquiridos ficticiamente, sem que nunca tivessem ingressado no patrimônio do HMAR. O outro tenente-coronel também teria contribuído com a sua omissão dolosa, para a consumação do estelionato.

O comportamento dos acusados teria causado um prejuízo à União de R$ 4.414.330,15. Ainda de acordo com o MPM, para corroborar a empreitada delituosa e dar aparência de legalidade, foram elaborados vários documentos falsos, entre eles, ofícios solicitando "apoio de estoque" e cartas de crédito, bem como o registro de notas fiscais falsas.

Em agosto do ano passado, no julgamento de primeiro grau, a juíza federal da Justiça Militar da União, Maria Socorro Leal, decidiu por condenar 12 dos réus, sendo 7 oficiais do Exército e 5 civis. Para a magistrada, todos tinham consciência do esquema de vendas fictícias beneficiando as empresas privadas, no sentido de permitir o pagamento por mercadorias que não foram entregues ao HMAR ou entregues parcialmente, ou de permitir a substituição por produtos diferentes dos licitados e constantes nas notas de empenho

Os cinco civis tiveram penas fixadas entre 3 e 5 anos de reclusão. A pena mais alta foi aplicada à ex-tenente do Exército, indicada como uma das líderes do esquema, com pena superior a 11 anos de reclusão. Os dois tenentes-coronéis receberam pena superior a 7 anos de reclusão; um dos coronéis foi apenado em 8 anos de reclusão; um ex-tenente foi apenado em 5 anos de reclusão e do dois ex-tenentes tiveram penas de mais de 2 anos e 7 meses de reclusão. Foram absolvidos pela juíza federal da JMU três civis, dois coronéis e um major, todos por não existir prova suficiente para a condenação.

Na quinta-feira (18), em um julgamento que ultrapassou mais de 7 horas, a Corte apreciou os recursos de apelação interpostos pelos advogados dos acusados. O relator do caso, ministro Péricles Aurélio Lima de Queiroz, decidiu apenas pela absolvição de dois ex-tenentes do Exército, pelo fundamento de não existir prova suficiente para a condenação e ainda um dos empresários, também por falta de provas. Nos demais casos, o ministro-relator manteve íntegra a sentença proferida no primeiro grau, na Auditoria de Recife. Por unanimidade, os demais ministros do STM acompanharam o voto do relator.

Com informações da assessoria.

Por unanimidade, o Superior Tribunal Militar (STM) manteve as penas impostas a cinco militares e cinco civis denunciados por fraudes na compra de equipamentos de informática e medicamentos para o Hospital Militar de Área do Recife, localizado na região central da capital pernambucana. O prejuízo aos cofres públicos é estimado em R$ 4,4 milhões.

Em julgamento concluído nesta quinta-feira, 19, após quase sete horas de sessão, os ministros seguiram o entendimento do relator, Péricles Aurélio Lima de Queiroz, para referendar parcialmente a sentença imposta em primeira instância. O plenário decidiu absolver dois militares e um civil das acusações, mas manteve todas as outras condenações.

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"Casos dessa natureza têm se tornado mais frequentes e precisam de uma divulgação batente ampla no sentido de que nós tenhamos condições de obstar comportamentos dessa natureza através de exemplar punição àqueles que ultrapassam os limites da lei", disse o ministro Carlos Vuyk de Aquino, ao acompanhar o relator.

O ministro Marco Antônio de Farias também chamou atenção para a importância do exemplo."Estamos alertando os indecisos e prestigiando os bons, os comprometidos com o dever, com a ordem e com a lei" afirmou em seu voto.

As penas haviam sido determinadas em primeiro grau pela juíza Maria do Socorro Leal, da Auditoria da 7.ª Circunscrição Judiciária Militar da União, em agosto do ano passado. De acordo com a investigação, empresas contratadas emitiam notas fiscais para justificar pagamentos por produtos que não eram entregues. Além dos equipamentos de informática e produtos de farmácia, o Ministério Público Militar identificou irregularidades na compra de material de limpeza, suprimentos de copa e cozinha, material químico, combustíveis e material elétrico.

O suposto esquema teria contado com a participação de militares que desempenhavam funções de almoxarifes e fiscais administrativos e seria coordenado por um coronel responsável pelo ordenamento de despesas e contabilidade da unidade de Saúde.

Forças de segurança sudanesas prenderam dezenas de manifestantes neste domingo e dispersaram protestos lançando bombas de gás lacrimogêneo, no primeiro dia de uma nova campanha de desobediência civil contra o Exército, que assumiu o poder após um golpe de Estado em 25 de outubro.

Os opositores iniciaram a resistência após a dissolução de todas as instituições do país e a prisão de civis pelo general Abdel Fattah al-Burhan, comandante dos militares. Após a primeira mobilização, no dia do golpe, sindicatos e outras organizações pediram que os sudaneses voltassem às ruas hoje e amanhã, para mostrar seu descontentamento.

Centenas de pessoas manifestaram-se em Wad Madani e Atbara, e dezenas de professores saíram em passeata até o Ministério da Educação, em Cartum, em um "protesto silencioso contra as decisões do general Burhan ", disse à AFP o professor Mohammed al-Amin. "A polícia chegou e lançou granadas de gás lacrimogêneo contra nós, embora estivéssemos ali apenas com nossos cartazes contra o regime militar", acrescentou.

Segundo o sindicato dos professores, 87 manifestantes foram presos e uma professora quebrou a perna durante a dispersão. Horas depois, uma passeata que reunia centenas de pessoas no leste de Cartum foi reprimida com gás lacrimogêneo.

- 'Nem diálogo, nem negociação' -

Desde 25 de outubro, soldados prenderam a maioria dos líderes civis, uma lista que não para de crescer: políticos, militares ativos nas redes sociais, jovens que erguem barricadas, funcionários do alto escalão ou simples transeuntes, presos sem mandado judicial.

À noite, os manifestantes haviam bloqueado estradas, enquanto as lojas permanecem fechadas. A Universidade de Cartum, onde estudantes foram agredidos por militares no dia do golpe, anunciou uma greve por tempo ilimitado. A Universidade do Mar Vermelho suspendeu as aulas "pela segurança dos estudantes".

Entre "greves gerais" e manifestações em massa, os sudaneses (que obrigaram o Exército a destituir o ditador Omar al-Bashir em 2019) querem ter peso nas negociações a portas fechadas entre militares, líderes civis e mediadores locais e internacionais com o Exército, segundo comunicados divulgados por SMS, diante do corte no serviço de internet, que já dura 14 dias.

- Preocupação internacional -

O Exército quer formar um novo governo, mais favorável aos seus interesses políticos e econômicos, explicam analistas. Mas o primeiro-ministro deposto, Abdallah Hamdok, em prisão domiciliar, e os poucos ministros que seguem em liberdade pedem o retorno à situação anterior a 25 de outubro.

Negociadores da Liga Árabe, do Sudão do Sul e da ONU multiplicam as reuniões com ambos os lados, mas um avanço parece complicado. O representante da ONU no Sudão, Volker Perthes, expressou indignação na última quinta-feira com a prisão pelo Exército de políticos com quem iria se reunir.

O Exército libertou quatro ministros, mas o general Burhan pretende julgar os que ainda estão detidos.sob custódia. A "Troika" que coordena o dossiê sudanês (formada por Estados Unidos, Reino Unido e Noruega) reuniu-se hoje com líderes civis recém-libertados e informou que os mesmos estão bem.

O golpe de Estado e a repressão (que causou a morte de 14 manifestantes, segundo médicos) renderam ao Sudão uma série de condenações internacionais, além da sua suspensão da União Africana e de grandes cortes na ajuda internacional.

Uma das 15 vagas para o 6º ano do ensino fundamental do Colégio Militar de Brasília (CMB) já foi reservada para a filha do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Enquanto os jovens candidatos se enfrentam em um rígido processo seletivo, bastou um pedido do chefe do Executivo para que o Exército confirmasse o ingresso de Laura em 2022.

O pedido para que Laura Bolsonaro estudasse na escola sem passar pela prova de seleção foi feito pelo pai em agosto, sob a justificativa de "questão de segurança". No último dia 18, a filha caçula do gestor com Michelle completou 11 anos.

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"A minha [filha] deve ir ano que vem para lá [CMB], a imprensa já tá batendo. Eu tenho direito por lei, até por questão de segurança", comentou com apoiadores.

Anualmente, cerca de são 22 mil candidatos concorrem às vagas da escola, que aceita aprovados do público geral e também oferece a oportunidade aos dependentes de militares da ativa em situações específicas como transferidos de estado ou designados para missão no exterior. A mensalidade custa entre R$ 250 e R$ 278. 

A decisão de pular a etapa seletiva da filha do presidente foi aceita pelo general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, indicado pelo próprio Bolsonaro ao Comando do Exército. Na nota enviada ao G1, ele acatou a "solicitação de matrícula em caráter excepcional".

Bolsonaro é ex-militar, mas o regulamento do Exército permite que o general decida quem pode ingressar no Colégio Militar sem fazer prova. "faculta ao Comandante do Exército apreciar casos considerados especiais, ouvido o Departamento de Educação e Cultura do Exército (DECEx), conforme justificativa apresentada pelo eventual interessado", aponta parte do documento.

Aparentemente sem justificativa pontual para a facilitação de ingresso, o acesso integral ao processo não foi autorizado. 

O Exército Brasileiro, depois de considerar critérios técnicos e conjunto de investimentos do governo, escolheu Pernambuco para sediar a nova Escola de Formação e Graduação de Sargentos do Exército de Carreira. A decisão foi comunicada oficialmente ao governador Paulo Câmara na noite desta quinta-feira (21).

Para o projeto, o governo irá investir mais de R$ 320 milhões em obras de infraestrutura no arredores da área onde será instalada a escola. A instituição, que irá contar com cerca de 10 mil pessoas entre alunos, professores, pessoal de apoio e familiares, pretende criar um novo polo de desenvolvimento na região limítrofe entre os municípios de Recife, Camaragibe, São Lourenço da Mata, Abreu e Lima e Araçoiaba.

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Para o comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira, responsável também por comunicar a decisão, a análise do local escolhido durou quase dois anos: “Por quase dois anos, foi realizado acurado trabalho que analisou possíveis locais em todo o território nacional, sendo pautado por aspectos eminentemente técnicos. Como resultado, três guarnições foram selecionadas para a segunda fase do trabalho, na qual o estudo foi ainda mais minucioso. Ao término desse processo, ouvido o Alto Comando do Exército, a cidade selecionada para sediar a nova escola é Recife-PE”, afirmou o general no ofício, segundo informações divulgadas pela assessoria de imprensa. 

O governador Paulo Câmara comemorou a vitória da escolha: “Quero agradecer ao comandante Paulo Sérgio Nogueira e ao seu Estado Maior pelo profissionalismo de todo o processo, assim como o empenho de todo o nosso time e da bancada pernambucana no Congresso Nacional, que muito contribuiu para mais essa vitória”, afirmou o governador em texto enviado pela assessoria.

Viúva do músico Evaldo dos Santos Rosa, um dos dois mortos pelos militares condenados pela Justiça Militar na madrugada desta quinta-feira (14) a técnica de enfermagem Luciana dos Santos Nogueira, de 43 anos, disse após o julgamento que a condenação tirou um peso que estava sobre a sua cabeça.

"Hoje vou chegar em casa, tomar um banho e acho que vou conseguir dormir", afirmou. "Eles (os magistrados da Justiça Militar que condenaram os réus) não têm noção de como estão trazendo paz para a minha alma. Eu sei que não vai trazer o meu esposo de volta, mas não seria justo eu sair daqui sem uma resposta positiva."

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O advogado Paulo Henrique Pinto de Melo, que defende os militares, afirmou que a decisão não foi justa. Anunciou que vai recorrer.

"Esta condenação não é definitiva. Ela não traz Justiça aos autos, e a defesa, dentro do prazo legal, fará e apresentará o recurso para instância superior, aguardando que ali se faça Justiça isenta, justiça longe dos apelos e da interferência externa."

Para o advogado criminalista e constitucionalista Pedro Abramovay, diretor para a América Latina e o Caribe da Open Society Foundations, a condenação foi importante. Segundo ele, pela primeira vez membros das Forças Armadas foram responsabilizados por um crime cometido durante trabalho de segurança pública.

"As Forças Armadas não foram feitas para serem usadas na segurança pública", disse. "Elas usam equipamentos adequados para a guerra."

O advogado acredita que essa condenação pode começar a mudar a lógica das Forças Armadas em casos semelhantes.

"Essa condenação é importante tanto para a segurança pública, para que os agentes de segurança não matem pessoas inocentes que estão andando pelas ruas, como para, quem sabe, inaugurar um processo de encontro das Forças Armadas com seus erros", afirmou.

Para o advogado Rodrigo Mondego, vice-presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos do Rio, entidade ligada ao governo estadual, a condenação dos militares pode ser "um marco".

"A meu ver, as mortes de civis por militares não deveriam ser julgadas pela Justiça Militar, mas pela Justiça comum. Mas, neste caso, mesmo sendo julgados por seus pares, os militares foram condenados", avalia. "É simbólico que essas mortes tenham ocorrido em 2019, ano que registrou o recorde histórico de mortes por agentes de segurança no Rio de Janeiro: 1.822 casos. Também há o padrão de tentar criminalizar a vítima, o que é muito frequente".

Uma juíza civil e quatro oficiais da ativa condenaram na madrugada desta quinta-feira (14) oito militares do Exército à prisão pelos homicídios do músico Evaldo Rosa dos Santos e do catador de latinhas Luciano Macedo, além de uma tentativa de homicídio, ocorridos em 2019. O tenente Ítalo da Silva Nunes, que comandou a ação criminosa, recebeu a maior pena: 31 anos e seis meses. Outros sete militares foram sentenciados a 28 anos.

Quatro réus que não fizeram disparos foram absolvidos, a pedido do Ministério Público Militar (MPM). A condenação da Justiça Militar foi proferida por 3 votos a 2. Ainda cabe recurso.

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Os crimes ocorreram em 7 de abril de 2019. Evaldo ia para um chá de bebê com a família, quando passou por uma patrulha em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro. Segundo a denúncia da Procuradoria de Justiça Militar, houve 257 tiros de fuzil. Mais de 80 atingiram o veículo que Evaldo guiava. O músico morreu instantaneamente. Luciano também foi alvejado ao tentar ajudar. Morreu alguns dias depois. O sogro do músico sobreviveu, apesar de ferido.

Além do tenente Ítalo, foram condenados o sargento Fabio Henrique Souza Braz da Silva, o cabo Leonardo de Oliveira de Souza, e os soldados Gabriel Christian Honorato, Gabriel da Silva de Barros Lins, João Lucas da Costa Gonçalo, Marlon Conceição da Silva e Matheus Santanna Claudino.

Foram absolvidos o cabo Paulo Henrique Araújo Leite e os soldados Vitor Borges de Oliveira, Wilian Patrick Pinto Nascimento e Leonardo Delfino Costa.

A acusação sustentou que não houve ordem para o carro de Evaldo parar e não havia posto de bloqueio ou blitz na estrada. Os réus, que na época dos crimes diziam ter sido alertados para ação de criminosos na região, afirmaram, sem provas, ter agido em "autodefesa".

A promotora Najla Nassif Palma, responsável pelo caso, criticou esse argumento. "É como matá-los (o músico e o catador) moralmente uma segunda vez", afirmou.

Estatais do Exército e da Marinha, vinculadas ao Ministério da Defesa, foram excluídas de auditoria da Controladoria-Geral da União (CGU) que identificou pagamentos acima do teto salarial em estatais que dependem da União, com prejuízos de R$ 44 milhões aos cofres públicos em cinco anos. As informações são da Folha de S.Paulo.

A Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), vinculada ao Exército, não passou pela auditoria pois, segundo justificativa da CGU, conta com uma legislação específica sobre o controle dos gastos. Em nota, entretanto, a empresa declarou que é objeto de auditoria da CGU, do Tribunal de Contas da União (TCU) e de outros órgãos de controle. 

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A Amazônia Azul Tecnologias de Defesa (Amazul), ligada à Marinha, também não esteve no pente-fino. A CGU informou que cabe à Secretaria de Controle Interno do Ministério da Defesa fazer essa auditoria.

As duas estatais têm na presidência militares de alta patente, que acumulam remunerações das Forças a que pertencem e das empresas que dirigem. O presidente da Imbel, o general da reserva Aderico Visconte Pardi, ganha o valor bruto de R$ 49,9 mil. Já o presidente da Amazul, vice-almirante da reserva Antônio Carlos Guerreiro, recebe R$ 62,9 mil.

A auditoria da CGU verificou pagamentos acumulados no mesmo cargo, com a soma de remuneração e de aposentadoria pelo regime geral de Previdência Social. Foram detectados 241 empregados de seis estatais que recebem valores acima do teto salarial de R$ 39,3 mil.

O prejuízo mensal aos cofres públicos é de R$ 738,7 mil. Em cinco anos, conforme a CGU, o rombo é de R$ 44 milhões. O órgão recomendou maior fiscalização dos pagamentos e interrupção dos acúmulos.

Os pagamentos acima do teto foram identificados na Codevasf, EBC, INB, Nuclep, HCPA e GHC. A INB e o Nuclep são presididos por dois contra-almirantes, que ganham mais de R$ 60 mil brutos por mês.

O Exército Brasileiro está recebendo, até esta quarta-feira (15), inscrições em processo seletivo simplificado que visa à contratação de civis, por tempo determinado, para atender aos encargos temporários e excepcionais de obras e serviços de engenharia relativos à implantação dos Projetos Estratégicos e Estruturantes do Exército.

Para se candidatar, os interessados devem imprimir e preencher manualmente a ficha de inscrição e, junto à documentação exigida, enviá-las pelos Correios para a CRO/12, no período determinado no edital. A taxa de participação custa R$ 45, e deve ser paga em qualquer agência do Banco do Brasil.

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A seleção oferta dez vagas, além de cadastro de reserva, para os cargos de engenheiro civil – nível pleno, arquiteto – nível pleno, engenheiro eletricista – nível pleno, técnico em edificações e técnico em tecnologia da informação. As remunerações ofertadas variam de R$ 3.419,97 a R$ 7.359,05.

O processo seletivo será composto pelas seguintes etapas: inscrição, remessa de documentação comprobatória, análise e validação da documentação, classificação pontuada provisória, classificação final, convocação e contratação.

Para participar, o candidato deve ter nacionalidade brasileira ou portuguesa; estar em gozo dos direitos políticos; estar quite com as obrigações militares, para o caso do sexo masculino, e eleitorais; ter 18 anos, completados até a data da contratação; entre outros.

Mais informações sobre o processo seletivo podem ser encontradas no edital, disponível na página virtual do processo seletivo.

As tropas dos Estados Unidos executaram neste sábado (28) um ataque com drone contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI) no Afeganistão, ao mesmo tempo em que prossegue a reta final da retirada no aeroporto de Cabul, sob a ameaça de novos atentados.

"O ataque aéreo não tripulado ocorreu na província afegã de Nangahar. Os primeiros indícios apontam que matamos o alvo", afirmou em um comunicado o capitão Bill Urban, do Comando Central. "Não sabemos de nenhuma vítima civil", acrescentou o militar.

O ataque, executado de fora do Afeganistão, foi o primeiro do exército americano após o atentado suicida de quinta-feira no aeroporto de Cabul.

Fontes vinculadas ao ministério da Saúde do governo afegão derrubado pelos talibãs informaram neste sábado que o balanço do ataque superou 100 mortes, incluindo 13 soldados americanos. Alguns meios de comunicação citam mais de 170 vítimas fatais.

Após o ataque reivindicado pelo Estado Islâmico de Khorasan (EI-K), o braço do grupo extremista no Paquistão e Afeganistão, o presidente Joe Biden prometeu represálias.

"Vamos persegui-los e faremos com que paguem", afirmou em um discurso após o ataque mais violento contra o exército americano no Afeganistão desde 2011.

O risco de atentados persiste, segundo Washington. "Ainda acreditamos que há ameaças específicas", advertiu na sexta-feira John Kirby, porta-voz do Departamento de Defesa americano.

A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que outro ataque era "provável" e que os próximos dias serão "o período mais perigoso até agora".

Controle do aeroporto

Na sexta-feira à noite, como na véspera do atentado, a embaixada dos Estados Unidos em Cabul pediu a seus cidadãos que abandonem "imediatamente" as proximidades do aeroporto.

"Devido a ameaças à segurança no aeroporto de Cabul, continuamos aconselhando os cidadãos americanos que evitem comparecer ao local e evitem os portões do aeroporto", afirmou a embaixada.

Várias mensagens contraditórias dos talibãs e americanos aumentaram a tensão a poucos dias da data-limite de 31 de agosto, prevista para a conclusão da retirada das tropas estrangeiras do Afeganistão após 20 anos de guerra, o que também marcará o fim das operações de saída.

Os talibãs, por meio do porta-voz Bilal Karimi, afirmaram que controlam "três importantes áreas da parte militar do aeroporto" de Cabul.

Pouco depois, o porta-voz do Pentágono, John Kirby, negou que os talibãs estejam no comando de qualquer portão ou "de qualquer operação do aeroporto".

Apesar da tensão, os voos de repatriação das potências ocidentais foram retomados na sexta-feira, mas em um ritmo menor que nos dias anteriores.

Retiradas até o último momento

O aeroporto ainda tem 5.400 pessoas que aguardam para deixar o país, informou o general americano Hank Taylor, antes de destacar que as retiradas prosseguirão "até o último momento".

Mais de 109.000 pessoas saíram do país pelo aeroporto desde 14 de agosto, um dia antes da entrada dos talibãs em Cabul, segundo o governo americano.

A Otan e a União Europeia solicitaram a continuidade das retiradas, apesar do atentado, mas vários países concluíram os voos a partir da capital afegã.

Um dos últimos foi a França que, no entanto, anunciou negociações com os talibãs para poder continuar com a retirada de afegãos depois de 31 de agosto.

Suíça, Itália, Espanha, Suécia, Alemanha, Holanda, Canadá e Austrália anunciaram o fim da missão.

O primeiro-ministro britânico Boris Johnson afirmou que as operações do país estavam nas "últimas horas", mas se comprometeu a fazer de tudo para ajudar na saída dos afegãos aptos a pedir asilo. A Itália foi o país da UE que mais retirou pessoas do Afeganistão, com 4.900, segundo o governo de Roma.

"Direito inato" a trabalhar

Em seu retorno ao poder, os talibãs tentam mostrar uma imagem de abertura e moderação. Muitos afegãos, no entanto, temem a repetição do regime fundamentalista e brutal imposto entre 1996 e 2001.

O temor é ainda melhor a respeito da situação das mulheres, que no regime anterior foram impedidas de trabalhar e estudar.

Em uma tentativa de aplacar os medos, um representante talibã afirmou que as mulheres têm o "direito inato" a trabalhar.

"Podem trabalhar, podem estudar, podem participar na política e podem fazer negócios", declarou Sher Mohammad Abbas Stanikzai, que foi o negociador dos islamitas nas frustradas negociações de paz de Doha.

A ONU fez neste sábado um apelo urgente aos doadores para que ajudem os agricultores afegãos a lutar contra a seca, que ameaça reduzir os meios de subsistência de sete milhões de pessoas.

A seca, a pandemia de covid-19 e o deslocamento da população provocado pela ofensiva dos talibãs "afetaram duramente as comunidades rurais do Afeganistão", alertou em um comunicado a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Quase 14 milhões de afegãos, incluindo dois milhões de crianças, sofrem atualmente de insegurança alimentar grave. Isto representa um terço dos afegãos. Três milhões de animais estão em perigo.

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