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Cientistas que investigam o lugar onde se encontra o suposto túmulo de Jesus comprovaram que os materiais de construção utilizados são do século IV, confirmando assim crenças antigas de que os romanos construíram o monumento três séculos depois de sua morte, afirmou nesta terça-feira (28) um especialista que participou do estudo.

O estudo não oferece nenhuma evidência de se Jesus está ou não enterrado nesse local de Jerusalém, mas ratifica a crença histórica de que os romanos construíram o monumento 300 anos após sua morte.

É a primeira vez que se realiza esse tipo de estudo no local, que fica onde hoje é a Basílica do Santo Sepulcro, no interior de um santuário construído depois.

A análise dos componentes da argamassa do local foi feita no âmbito de novos trabalhos de restauração do monumento, e por isso o lugar onde se acredita que Jesus foi enterrado foi aberto pela primeira vez em muitos séculos.

Antonia Moropoulou, coordenadora e chefe científica dos trabalhos de restauração, disse que os resultados da análise condizem com a crença histórica de que os romanos construíram o monumento no suposto túmulo de Jesus na era de Constantino, O Grande, por volta do ano 326.

"É uma descoberta muito importante porque confirma que foi Constantino, O Grande, como afirmam as evidências históricas, o responsável por ter coberto o leito de rocha do túmulo de Cristo com as lousas de mármore do santuário", afirmou Moropoulou, especialista em preservação da Universidade Técnica Nacional de Atenas.

A datação da argamassa mostra a continuidade histórica do lugar, desde a era bizantina, passando pelas Cruzadas e pelo período de antes e depois do Renascimento.

Segundo as crenças tradicionais, Constantino construiu o monumento para Jesus no local onde se acreditava que ele foi enterrado, no início da transição do Império romano para o Cristianismo, no século IV de nossa era. Outros monumentos foram construídos depois sobre o lugar.

Em entrevista concedida à TV Senado para um especial que está sendo elaborado em comemoração aos 30 anos da Constituição Federal, o deputado federal Jean Wyllys (PSOL) falou novamente sobre religião. O psolista disse que se sentia “ferido de morte” toda vez que um parlamentar sobe à tribuna “ostentando uma bíblia”. 

“Eu fico ferido de morte cada vez que eu vejo um deputado ou um senador subindo à tribuna para dizer que está ali defendendo não a Constituição, que a lei maior dele é a bíblia e ostenta a bíblia como seu guia. Isso é um atentado à democracia, à República, isso é um atentado ao juramento que a pessoa fez no momento que tomou posse”, criticou. 

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O parlamentar falou que se sente “profundamente ofendido” porque nem todos são cristãos. “Cada um de nós eleito pelo povo com o voto popular, nos elegemos para proteger o direito da coletividade, então cada vez que um deputado ou deputada sobe à tribuna e ostenta a bíblia, acena a bíblia como o livro com o qual ele vai atuar nesta casa, eu me sinto profundamente ofendido porque desses 200 milhões de habitantes [no Brasil], nem todos são cristãos, nem todos professam a fé cristã e nem todos os cristãos querem impor a sua fé aos outros”.

“Nós somos um país também feito de judeus, feitos de mulçumanos, feitos de espíritas kardecistas, que professam as religiões de matriz africana e nós somos também um país formados por ateus, que não creem em nada e que não merecem estar desprotegidos nem serem insultados e nem violados porque não acreditam em uma divindade. Isso me fere de morte ou me coloca como guardião dessa Constituição”, continuou argumentando Wyllys. 

Paixão religiosa

O deputado falou que irá continuar defendendo a Constituição. “Eu sou um defensor da Constituição cidadã. Ela tem lacunas, é verdade, ela não é radicalmente laica na medida em que faz uma menção a Deus no preâmbulo, eu gostaria que ela fosse radicalmente laica porque eu acho que o estado democrático de direito tem que ser laico, não tem que ter influência de nenhuma religião, não tem que ter paixão religiosa, tem que garantir a liberdade de crença, mas não pode se deixar influenciar por princípios nem por dogmas religiosos”.

“Eu sei que ela tem lacunas, esses pontos cegos, mas ela ainda é uma grande Constituição a ser defendida. Desde a escola, ela serve para mim não só como um documento, mas como uma lei máxima que precisa ser protegida porque contém os princípios que me protegem (...) eu continuo como defensor dessa Constituição e, por isso, achei escandaloso, por exemplo, que esse Congresso Nacional tenha alterado a Constituição no sentido de congelar gastos públicos durante 20 anos em saúde e educação e tecnologia”, assegurou. 

 

 

 

Ao comentar os 500 anos da Reforma Protestante, comemorada nesta terça-feira (31), o deputado estadual Odacy Amorim (PT) declarou que a reforma foi “uma sacudida no mundo” e que trouxe uma lição. O discurso do parlamentar aconteceu no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).

O petista aproveitou para fazer uma crítica aos que misturam religião com o Estado. “Na verdade, em qualquer tempo que a humanidade optar por ligar a religião ao estado corre um risco de impor e atropelar porque sempre o Estado deve estar separado da igreja e da fé. As pessoas devem ter a liberdade de crer, de professar uma fé, mas nunca fazer uma vinculação de igreja e Estado”, declarou.

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Odacy também agradeceu por morar em um país onde tem liberdade de seguir a religião que quiser. “A liberdade de poder exercer a fé é algo precioso porque se tem uma coisa que agradeço muito a Deus é poder morar em um país que tem a liberdade e exercer a nossa fé e aí, quando se fala em exercer a fé, é as pessoas terem a liberdade de seguirem a religião que acharem conveniente”.

Ele também falou que Martin Lutero, principal personagem da reforma, foi “um homem sincero e muito temente”. “Era um homem de fazer muito sacrifício como religioso porque achava que era possível adquirir o perdão através do sacrifício”.

Presente na sessão da Alepe, o deputado Cleiton Collins (PP) falou que hoje era “um dia memorável”. “Na verdade, essa reforma continua na vida das pessoas no dia a dia, o que nos deixa felizes e, ao mesmo tempo, a gente para um pouco para refletir: quantos que não sofreram e pagaram com suas próprias vidas queimados em praça pública? Muitas das vezes  comidas por leões, mas não pararam de falar essa verdade”.

“Muitos sofreram. Isso é um marco e não podemos esquecer que o Brasil é beneficiado também por esse movimento que, ao longo da história, nunca conseguiram parar nem a ciência e nem as forças políticas de forma alguma. Passa-se tudo, mas a palavra de Deus permanece para sempre”, disse Collins.

 

 

 

 

 

A tradicional procissão do Recírio encerrou, na manhã desta segunda-feira (23), em Belém, a quadra nazarena de 2017. Nas primeiras horas da manhã, milhares de devotos lotaram a Basílica Santuário para acompanhar o retorno da Imagem Original de Nossa Senhora de Nazaré ao Glória. A cerimônia foi conduzida pelo arcebispo metropolitanode dom Alberto Taveira Corrêa. Em seguida, teve início a última romaria da 225ª edição do Círio.

Fiéis participaram, na Praça Santuário, de missa presidida pelo arcebispo dom Alberto Taveira Correa e concelebrada pelos bispos auxiliares dom Irineu Roman e dom Antônio de Assis Ribeiro. Após a celebração, todos saíram em procissão, que é a mais curta e uma das mais antigas do Círio. A Imagem Peregrina de Nossa Senhora de Nazaré foi conduzida em um andor por integrantes da Diretoria da Festa e contornou a Praça Santuário até o Colégio Gentil Bittencourt, na avenida Magalhães Barata.

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No domingo (22), foi realizada a missa de encerramento do Círio 2017, presidida por dom Bernardo Johannes, bispo de Óbidos, na Basílica Santuário de Nazaré. Após a missa, a programação seguiu na Concha Acústica com a apresentação do musical do Canto das Irias, da Comunidade Católica Shalom.

Este ano, o público apreciou um encerramento cheio de novidades. Foi apresentado o Círio de Luz, um projeto da produtora paraense Mekaron Filmes. Trata-se de um espetáculo de Vídeo Mapping com projeção audiovisual na fachada da Basílica. A projeção usou tecnologia 3D e foi composta por ilustrações que narram a história do Círio, acompanhadas de uma trilha sonora original, composta exclusivamente para este momento. Foram reproduzidos personagens, lugares, símbolos e fatos históricos, a partir de um profundo trabalho de pesquisa sobre a festa nazarena, criação e animação de imagens.

Nesse momento, foi anunciado ao público o tema do Círio 2018: “Uma jovem chamada Maria”. O fim da apresentação foi integrado à tradicional queima de fogos. O Círio de Luz foi uma realização da Arquidiocese de Belém, padres barnabitas e Diretoria da Festa de Nazaré, e contou com o patrocínio do Grupo Líder através da Lei Semear de Incentivo à Cultura.

Na mesma noite de domingo, na Casa de Plácido, ocorreu a cerimônia íntima de encerramento com a presença de religiosos. Nessa ocasião foi anunciado o novo Casal Coordenador da Festividade para o biênio 2018/19, Cláudio e Lilian Acatauassú.

Com informações da Ascom Basílica Santuário.

Nesta semana, o programa Globalizando fala sobre o Círio de Nazaré 2017. E tem como convidado João Carlos Pereira, jornalista e comentarista do Círio pela TV Liberal, professor e membro da Academia Paraense de Letras (APL).

Acompanhe esse e outros temas no programa Globalizando, na Rádio Unama FM 105.5, produzido pelos alunos do curso de Relações Internacionais da Universidade da Amazônia (Unama). Clique no ícone abaixo para ouvir o Globalizando.

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Quem disse que apenas os adultos que são fortes e persistentes? No Dia das Crianças, a força de uma criança que luta diariamente para viver vai te emocionar. Joaquim Ambrosio Okano, o “Jojo”, de 1 ano e 2 meses, é portador de uma síndrome degenerativa chamada Atrofia Muscular Espinhal (AME). No Instagram, um depoimento de fé da família foi publicado em comemoração a alta de Joaquim da UTI, que aconteceu nesta quinta-feira (12). 

A publicação destaca que hoje é um dia muito emocionante. “No Dia da Nossa Senhora é o dia que o Joaquim ganha alta da UTI. Nós acreditamos que nosso filho vai superar todas as perspectivas de vida perante a sua síndrome. Vamos conseguir mudar a história dessa doença cruel”.

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A rotina do garoto é extensa. Para se ter uma ideia, em um dia ele já passou por duas sessões de fisioterapia respiratória, duas sessões de fisioterapia motora, além de terapia ocupacional. Joaquim já chegou a enfrentar três paradas cardiorrespiratória e se alimenta por sonda. 

O dia a dia de Joaquim é mostrado aos seguidores pela rede social e revela que o menino vem ganhando força mesmo diante de uma doença degenerativa. “Gratidão pela vida do nosso guerreiro. Vamos lutar sempre por você filho. Ele vem ganhando força diariamente. Vamos lutar sempre. Estudamos e pesquisamos para que possamos proporcionar uma boa qualidade de vida”, enfatiza outra publicação. 

O avanço que tem conseguido, além do amor, da luta e da fé, é graças ao medicamento Spinraza, que, segundo a família, é o único remédio na história da doença aprovado para o tratamento. 

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O Círio de Nazaré é uma das épocas mais aguardadas pelos paraenses durante o ano. Para muitos, é a data comemorativa mais importante do calendário. Neste segundo domingo de outubro (8), cerca de 2 milhões de pessoas foram às ruas da grande Belém para acompanhar a 225ª edição do Círio. A procissão começou às 6 da manhã, na Igreja da Sé, no bairro da Cdade Velha, e se encerrou às 11h20, na Praça Santuário, em Nazaré.

O Círio 2017 teve uma das procissões mais rápidas já vistas. O percurso de 3,6 km feito pelos fiéis foi concluído dentro de 5 horas. O corte da corda e a interdição das ruas, ambos antecipados, foram os dois principais motivos. De acordo com a diretoria do evento, o percurso seria mais lento se as ruas não tivessem sido interditadas ainda no sábado (7), impedindo a ocupação das avenidas por veículos. A professora Alba Cruz, que participou da romaria, disse que a agilidade do percurso evitou que os fiéis se cansassem tanto: "Não é fácil acordar às 3 da madrugada para acompanhar a procissão desde o início. É bom que o percurso termine sempre cedo, porque a gente tem mais tempo de se reunir com quem a gente mais ama, que é a nossa família".

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A corda foi cortada pelos próprios promesseiros por volta das 9 horas, quando a procissão avançava na avenida Nazaré. Anderson Luiz Vasconcelos, da Estação 3 da Guarda de Nazaré, não concordou com o corte da corda, pois acredita que ela deve acompanhar a berlinda, seguindo a tradição. "Infelizmente é algo que não podemos controlar. Triste, porque impede que a berlinda caminhe junto a corda. Os fiéis dispersam e a procissão acelera", lamentou o guarda.

Segundo Anderson, o percurso deste ano foi tranquilo, apesar do início ser inevitavelmente tumultuado, devido ao atrelamento da corda à berlinda. "Pedimos para que o romeiro segure a corda, mas que não pressione a estação, que é o que puxa a berlinda", disse o guarda acerca das recomendações feitas aos romeiros.

Anderson, que participa do evento como guarda há dois anos, não vê o corte da corda como algo totalmente negativo. Ele revelou que houve anos em que a berlinda chegou à Praça Santuário às 15 horas. "O bom dessa chegada mais rápida é que a gente consegue aproveitar o horário do almoço do Círio", disse.

Luiz Pereira faz parte da Guarda de Nazaré desde o ano de 2003. Para cuidar da saúde, ele precisou se ausentar da função por dois anos. Em 2017, ele foi convidado a estar no Núcleo da Berlinda. "Eu fui abençoado esse ano por ir ao lado da berlinda. Maria me chamou, não tinha como recusar", disse Luiz.

São seis estações ao todo, elas funcionam como um elo entre os fiéis e a berlinda. O guarda Anderson comenta o quanto é gratificante para ele estar na procissão e exercer sua função como guarda: "Eu já participava sem ser guarda e já ficava feliz em participar. Agora com essa função, fico mais feliz ainda. É como se eu fosse, além de acolhido, carregado".

Assim como a imagem de Nossa Senhora, os promesseiros são importantes figuras no Círio. O trajeto é registrado por momentos de emoção, homenagens dos devotos, e principalmente muita devoção. Seja para fazer pedidos ou agradecer as graças alcançadas e milagres concedidos.

Alessandro Silva tem 19 anos, e jamais perde o Círio. Ele conta que todos os anos acompanha a berlinda na corda, para pagar promessas ou apenas para agradecer os pedidos já atendidos. "Esse ano vim para agradecer a Nossa Senhora pela saúde que tenho. E também vim pedir a ela que meu filho venha ao mundo com saúde", disse.

O vendedor Luiz Silva de Oliveira não acompanhou o Círio na corda, mas seguiu a procissão até a Praça Santuário, agradecido à Nossa Senhora de Nazaré por ter realizado o sonho dele de ter carro próprio. "A gente alcança a nossa graça. Meu pedido de ter carro próprio foi atendido", afirmou Luiz, que estava acompanhado da esposa e dos filhos. Veja, abaixo, galeria de fotos da procissão.

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Iniciada após missa celebrada em frente ao ao colégio Gentil Bittencourt, a quinta romaria do Círio de Nazaré, a Trasladação, saiu por volta de 18 horas da tarde de sábado (7). O início do traslado foi marcado por uma breve chuva, que não abalou os devotos presentes que esperavam ansiosos pela berlinda com a imagem de Nossa Senhora de Nazaré, que foi conduzida até a Catedral da Sé, localizada no bairro da Cidade Velha.

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Com um capelo roxo na mão e os olhos cheios de lágrima, o recém-formado professor Igor Amorim se emocionou ao ver a imagem de Nossa Senhora de Nazaré. Igor conta que estava na procissão para agradecer pela sua recente formação. “Eu lutei muito pra conseguir me formar em Letras, é uma profissão que atualmente a gente tem muitas desavenças e não tem tanto prestígio, mas eu lutei por isso e era o que eu queria pro resto da minha vida, estou aqui agradecendo a Nossa Senhora de Nazaré por tudo”, conta o professor.

Com os olhos atentos às luzes da procissão, a pequena Lívia Raphaella, de apenas 11 meses, participou da sua primeira Trasladação. Ela acompanhou a procissão no colo do pai, ao lado da família. A mãe de Lívia, Joyce Carvalho, conta que fez uma promessa antes do nascimento da filha e estava pagando na Trasladação.  “Quando eu descobri que eu estava grávida, eu também descobri que eu estava com uma doença, que poderia dar algum tipo de má formação na bebê. Eu sempre me apeguei muito à época do Círio, eu nunca tinha feito uma promessa e ano passado eu decidi fazer uma promessa para a Santa que se ela nascesse bem ela viria comigo esse ano, mesmo antes dela fazer um ano pra ver a passagem”, conta Joyce.

Acompanhando o trajeto de braços dados, Jacilene Casseb e Adamirão Casseb, mãe e filha, renovam sua fé e tradição todos os anos durante a procissão noturna. “É uma tradição da família vir todos os anos, meu avô me pendurava em uma árvore lá em frente a Estação das Docas pra eu ver a Santa. É uma renovação de fé, o Círio é isso, a gente faz questão de todos os anos estar aqui”, revela Jacilene.

Perto da Catedral Metropolitana de Belém, a aposentada Maria do Socorro, de 70 anos, esperava ansiosa a passagem da imagem. Maria conta que durante muitos anos acompanhou as procissões do Círio, porém por conta da idade ela e sua família optaram por ver apenas a chegada da imagem na catedral. “A gente vem sempre ver a chegada dela aqui na igreja, sou idosa e já não tenho mais condição de vir acompanhando”, explica Maria do Socorro. “Para mim o Círio é uma prova incabível de fé, a gente vem pra pedir alguma coisa pra alcançar com fé, a fé é que faz esse pedido se torne realidade, por isso eu estou aqui”, completa.

A Trasladação é a mais tradicional procissão entre os eventos que antecedem o Círio de Nazaré, reunindo cerca de 1 milhão de pessoas em seu trajeto todos os anos. A primeira ocorreu em 1793, há 224 anos.

Por Ariela Motizuki.

O Papa Francisco terá nesta sexta-feira o compromisso mais importante de sua visita de cinco dias à Colômbia: as vítimas do conflito armado no país estarão no centro de sua mensagem de reconciliação.

Uma grande oração pela paz será realizada na cidade de Villavicencio, a capital de uma região que foi cenário de violentos choques em um conflito que durou mais de meio século. Antes, oficiará a segunda missa ao ar livre depois de ter congregado centenas de milhares de pessoas na quinta-feira no centro de Bogotá.

O Sumo Pontífice se dirigirá e ouvirá as vozes de indígenas, negros e camponeses, assim como a de ex-guerrilheiros e agentes estatais que se confrontaram por décadas. Uma imagem do mutilado Cristo de Bojayá será levada ao encontro com o Papa.

A imagem, sem braços ou pernas, ficou semidestruída por um artefato explosivo jogado por guerrilheiros contra uma igreja em que se refugiava uma comunidade negra em meio a um combate entre militantes das Farc e paramilitares em 2002: 79 pessoas morreram.

Na véspera, Francisco alertou contra "a tentação da vingança" e a sede do ódio diante de centenas de milhares de colombianos que se reuniram para ouvir sua mensagem de reconciliação.

O papa levantou sua voz contra a revanche que possa gerar um conflito que deixou 7,5 milhões de vítimas - entre mortos, desaparecidos e deslocados -, agora que o presidente Juan Manuel Santos assinou a paz com as Farc e tenta fazer a mesma coisa com o ELN.

Nesse sentido, pediu para "curar as feridas e construir pontes" após o acordo com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que Santos conseguiu levar adiante, apesar de uma férrea oposição de alguns setores da sociedade.

Tanto as Farc quanto o Exército de Libertação Nacional (ELN) se apoiaram na Igreja católica para negociar a paz. O segundo grupo, comandado até os anos 1990 por um sacerdote espanhol, acertou seu primeiro cessar-fogo bilateral em meio século de levante às vésperas da visita de Francisco, que retornará no domingo a Roma.

Mais cedo, na quinta, Francisco também manteve um encontro emocionante com os jovens. "Atrevam-se a sonhar grande!", pediu Francisco a eles, apelando também para sua capacidade de perdoar em um país dividido por décadas de conflito armado.

O pontífice mostrou-se mais enérgico, no entanto, em sua reunião com os bispos colombianos, aos quais lembrou que não "são políticos" e devem dar o primeiro passo "rumo a paz definitiva", ante algumas vozes críticas que surgiram no clero contra a paz com as Farc.

Padre Fábio de Melo disse estar se tratando de uma Síndrome do Pânico após passar por momentos de muita dificuldade por conta do transtorno psicológico. O religioso conta que em um dos seus períodos de crise ele chegou até mesmo a questionar sua vocação divina. “Eu pensava que não queria mais ser padre. Pensava: 'Não tenho mais coragem de enfrentar as pessoas, de ser quem eu sou'”, revelou em entrevista ao Fantástico. No entanto, garante: “Hoje estou mais confiante, retomei essa fé que me move”.

A síndrome começou a atingir o padre em 2015, após sua irmã Aparecida cometer suicídio. Com o tempo, os sintomas foram se tornando mais presentes e o religioso precisou recorrer a remédios para seguir com suas atividades cotidianas. A última crise de pânico aconteceu há cerca de um mês, quando estava no avião para Fortaleza. Ao retornar para casa, ele conta que chegou a se esconder debaixo da cama, tamanho o pavor que sentia. "A gente acaba virando escravo do medo", relata, referindo-se à condição médica.

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Nos momentos mais difíceis, o religioso mais popular da internet recorria à mãe. “Teve um dia que meu desespero era tão grande que eu não queria falar com outra pessoa que não fosse ela. Eu sou o Padre Fábio de Melo, eu tenho muita responsabilidade como padre, mas eu continho sendo o Fabinho pra minha mãe”, comenta ele. 

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"Glória ao pai, glória ao filho e ao espírito santo, assim como era no princípio, agora e sempre, por todos séculos dos séculos. Amém". Segurando um ramo de pinhão-roxo colhido no quintal de sua casa, a rezadeira Ciza Batista finaliza o ritual de sua bênção. Em suas mãos santas, ela mantém viva a tradição secular "capaz de curar males da mente e do corpo".  

Na busca pelo alívio de desconfortos emocionais e espirituais, muitos recorrem ao apoio místico das rezadeiras. Na infância, familiares costumam levar os filhos com frequência para receber a bênção através da reza. Em Pernambuco, a tradição não desapareceu ao longo dos anos, mas tornou-se mais rara, principalmente nos centros urbanos. Apesar disso, as senhoras da oração poderosa ainda resistem e fazem de suas preces um alento em meio ao sofrimento de quem busca na fé uma esperança.

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No bairro de Paratibe, em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, vive a rezadeira Ciza Batista, de 73 anos. A aposentada tem mais de seis décadas de experiência e diz que sua missão é rezar e ser uma porta-voz do conforto divino. Em seu quintal, ela colhe as plantas necessárias para realizar o ritual e diz que a procura das pessoas ainda é grande. “Já benzi gente de outros estados que vieram só para me encontrar”, conta.

A benzedeira Ciza explica que não “aprendeu” a rezar, mas ganhou esse dom das mulheres de sua família. A bisavó rezava os escravos e os donos engenho, ainda no século 19. A fé foi passada para a avó, que era escrava e também adquiriu o dom. Aos sete anos, Ciza observava a sua avó e começou a reproduzir a prática em seus irmãos, de quem cuidou desde muito nova. “Mas não é a reza que cura, nem eu. É a fé no divino”, esclarece.

Para receber a reza não precisa marcar um horário e nem pagar uma taxa. Longe disso. Ciza diz que benzer os necessitados é um ato de caridade e de elevação espiritual. “Quem chega na minha casa é sempre bem-vindo. O único pedido que faço é que ao procurar qualquer rezadeira, é preciso ter fé para que as palavras tenham força. Não adianta receber a bênção sem acreditar na força divina”, pontua.

Os motivos de quem procura as rezadeiras são muitos. Falta de atendimento médico ou desesperança no sistema de saúde, tradição familiar ou para cuidar de casos que, para a cultura popular, pode ser tratado por uma benzedeira. Espinhela caída, vento virado, mau-olhado, erisipela e cobreiro*, além de outros incômodos físicos e emocionais. Criança, adulto ou idoso, não há idade estabelecida e qualquer pessoa pode ser benzida.

Com um rosário ou um ramo na mão, a rezadeira recita uma oração em cima da pessoa por alguns minutos. A planta pode ser vassourinha, arruda, pinhão, aroeira e outras. Em alguns casos, o malefício só é curado após um banho com erva-doce para limpar o corpo e a alma.

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Detentora da sabedoria ancestral, a rezadeira Inácia do Nascimento, de 85 anos, nasceu no município de Limoeiro, no Agreste pernambucano, e ainda muito jovem veio morar no Recife. Ainda no interior, ela diz que começou a rezar porque ficou doente e nenhum remédio ou médico conseguia identificar qual era o problema dela. “Um dia foi a um profissional e ele disse que eu não tinha nada e poderia tentar me benzer”, relembra.

Na década de 1950, Inácia procurou um rezador e descobriu o que tinha. “Ele me disse que se eu não cuidasse da minha saúde mental, iria morrer de mau-olhado. O benzedor me rezou apenas uma vez e fiquei curada". Mais de mais sessenta anos depois daquele dia, a rezadeira ainda acredita na cura pela fé, mas diz que a prática é não para todo mundo. “A crença tem que ser inabalável das duas partes”, diz.

Atualmente, Inácia diz que só reza por necessidade das pessoas que a procuram, mas que já foi mais atuante. Ao longo dos anos, ela relembra que a prática nunca foi devidamente aceita pela Igreja Católica e é vista por muitos como ineficiente. A resistência das rezadeiras, no entanto, é forte e viva.

Em seu livro, “Médicos e curandeiros: conflito social e saúde”, Maria Loyola diz que os rezadores estão ligados ao catolicismo popular. "Eles organizavam preces coletivas nas capelas rurais e costumavam também dar bênçãos para curar doenças. Se definem como especialistas da cura e não como membros de alguma religião. O que prevalece é sua função terapêutica e não sua função religiosa”, explica.

Referências de conforto e alívio para uma parcela da população brasileira, principalmente nas periferias e nas zonas rurais, as benzedeiras passam confiança e sobrevivem repassando os seus dons de forma empírica, já que não há uma forma de ‘aprendizado’ da tradição.

*Alguns males que podem ser curados pela fé, segundo as benzedeiras:

Mau-olhado (ou quebranto) é a doença causada pela energia negativa do olhar de pessoas invejosas ou maldosas. Na tradição popular, às vezes a transmissão não é intencional, mas os sintomas são graves. Depressão, angústia sem fim e pessimismo. Sabe-se que foi atingido quando de repente começa a espirrar e bocejar sem parar.

Vento (ou Ventre) Virado acomete crianças quando se brinca de jogá-las para o alto. Causa mal estar, vômito e diarréia. Para curar, as benzedeiras viram a criança de cabeça para baixo e batem seus pés na folha de uma porta.

Espinhela caída é o nome popular de uma doença chamada Lumbago. Causa dor na boca do estômago, costas e pernas, além de um cansaço físico anormal. Espinhela é um osso pequeno que fica no meio do peito, entre o coração e o estômago que pode envergar para dentro. No ritual da bênção, a rezadeira tira a medida do dedo mínimo ao cotovelo e depois, de um ombro a outro, se as medidas não coincidirem, é detectada a doença. Segundo a crença, médicos não conseguem identificar.

Erisipela é uma infecção de pele causada por bactérias e pode ser acompanhada de febre. A enfermidade se espalha pelos vasos linfáticos e geralmente ataca as pernas, principalmente de mulheres. A princípio, aparecem manchas vermelhas, depois incham e surgem bolhas. Também é conhecida por “Vermelhão” e “Gota”. Para tratar a doença, a rezadeira utilizava um terço, uma faca e um ramo de figueira  molhada em azeite e aplica na parte doente fazendo o formato da cruz e rezando.

O Cobreiro também uma doença de pele e traz borbulhas na pele e causa muitas dores. Pode se originar devido a alguns bichos rastejantes (cobras, lagartos ou lagartixas) entrarem em contato com sua roupa e deixarem seu veneno. Para o tratamento, as rezadeiras utilizam palhas de alho e cortam as feridas ao mesmo tempo que rezam.

*Fotografia: Paulo Uchôa/LeiaJáImagens

As noites de quinta-feira são diferentes na praça do Operário, em Belém. Pontualmente às 19 horas, moradores de rua se reúnem para assistir às apresentações de atores do Teatro Águia. Enquanto tomam o sopão doado pelos integrantes do grupo cênico, os espectadores ouvem histórias que falam do dia a dia, de problemas relacionados a uso de drogas, violência e prostitução, mas o objetivo principal das apresentações é conscientizar as pessoas em situação de risco e garantir conforto e paz. Nem que seja por alguns minutos.

As apresentações teatrais e a doação de alimentos fazem parte do projeto Teatro Águia nas Ruas, realizado há sete anos ininterruptos. O grupo formado pela teóloga Márcia Sarah, seus dois filhos e a nora interpreta Jesus, Satanás, pessoas em situação de risco e outros personagens para contar histórias. Na última apresentação, no dia 11 de maio, em São Brás, os atores falaram sobre os malefícios do uso de drogas ilícitas.

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Estudante de jornalismo e filho de Márcia, Lucas Sarah diz que aquelas pessoas precisam de impacto, de algo que choque a realidade deles. Foi surgiu a ideia de usar o teatro para que eles possam se ver naquela cena. “Quando tivemos o desejo de fazer peças lá, não queria levar apenas cultura ou um espetáculo, queria que eles vissem tudo aquilo que pastores, padres e ONGs falam a eles, que aquilo não era vida, que o contato com as drogas poderia matá-los”, conta o ator.

Segundo Márcia, a cidade só enxerga essa parcela da população pelo vidro do carro ou do ônibus, como se fossem pessoas distantes, fora da realidade de suas vidas. “Eles são muitos e estão em diversas praças, as pessoas passam perto deles, mas quando se aproximam, ficam em pânico e só faltam correr. Poucos vão lá levar uma palavra de esperança e de paz”, complementa Márcia.

O trabalho da família é voluntário e recebe ajuda das igrejas ou ONGs para garantir a alimentação dos moradores de rua durante as apresentações. Segundo os atores, o público se interessa por cada cena apresentada. Há casos em que alguns moradores se envolvem na história. “Ao interpretar o papel de Jesus, fui abraçado por alguns deles pedindo a ajuda de Deus. Por outro lado, quando interpreto o papel do diabo, outros tentam me agredir dizendo: ‘Tu é o diabo que me aprisiona nessa droga’. São seres humanos que precisam de ajuda”, conta Lucas, fundador do grupo.

Quéren Sarah, estudante de técnico em enfermagem, disse que estava em um coletivo quando dois ambulantes a parabenizaram pelo trabalho. “Eles conversavam sobre em qual local utilizariam drogas ilícitas, quando um deles parou e disse: ‘Você não faz parte daquele grupo que apresenta peças que mostram toda a vida do cara no mundo do crime? Eu gosto de ver, paro para refletir em tudo que vocês apresentam’. Ouvir isso é a nossa recompensa”, comenta Quéren.

Segundo o grupo, quando começa a chover, a peça não para, pois sempre tem alguém assistindo atentamente à história. Após a apresentação os atores ficam totalmente molhados, mas para eles tudo vale a pena, pois a mensagem foi entregue ao público.

Para Marluce Negrão, estudante de técnico em administração, o Ver-o-peso é um palco especial para o grupo. “Lá comemoramos o aniversário do Águia. Desde 2009 estamos junto com eles (moradores de rua), ensaiando meses para levar algo diferente a eles”, afirma Marluce. O grupo possui um canal no youtube com todas as peças e bastidores das ações: www.youtube.com/MinistérioÁguiaTeatroCristão. Fotos ou notícias do grupo estão disponíveis no blog: www.teatroaguia.blogspot.com. Contatos: (91) 983032494 zap – Quéren / 982004797 - Márcia / 32456213 - Lucas.

Por Lucas Sarah.

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Sexta-feira e feriado são sinônimos de folga e descanso. Mas, para muitos pernambucanos o dia 21 de abril, Dia de Tiradentes, foi dia de renovar as esperanças. Na praia do Pina, Zona Sul do Recife, foi realizada a 4ª edição do Evangelizar é Preciso - Recife. O evento trouxe momentos de musicalidade religiosa e louvor. Além da Adoração ao Santíssimo, conduzida pelo padre Reginaldo Manzotti e a Celebração Eucarística presidida por Dom Fernando Saburido. 

“Além de lançar a paz e a caridade, o encontro serve como uma voz de esperança diante de tantas notícias ruins que nós temos, seja corrupção ou violência. Momento para pedir que as pessoas cuidem mais das suas famílias, cuidem mais dos seus. Para que tenhamos famílias saudáveis e, consequentemente, uma sociedade saudável do ponto de vista afetivo, financeiro e social”, ressaltou o Manzotti.

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O padre lembrou ainda das consequências trazidas pelo desemprego e a importância de momentos de reflexão como esse. “O desemprego é também um gerador de muitos malefícios, como o alcoolismo, as drogas e o pior, a desesperança. E uma pessoa sem esperança, é uma pessoa que começa a morrer. Nós estamos aqui para dizer que apesar de toda crise, confiem em Deus, tenham esperança e tenham firmeza naquilo que é a verdade”, afirmou.  

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Um dos objetivos do encontro é arrecadar fundos para a construção da Fazenda Esperança de Jaboatão, na Região Metropolitana do Recife (RMR), a cargo da Arquidiocese de Olinda e Recife. Foram vendidas camisetas a R$20,00 antes e durante a ação. A fazenda servirá para acolher pessoas que se envolveram com drogas e estão em recuperação. “É um momento de muita reflexão espiritual e também de irmos ao encontro dos que sofrem, como é o caso da Fazenda Esperança, na qual vamos recuperar os jovens dos caminhos das drogas”, avaliou o presidente da comunidade Obra de Maria - responsável pela ação -, Gilberto Prazeres.  

A moradora do bairro de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes, Iraci Félix compareceu ao espetáculo pela terceira vez e disse que foi em busca de fé para a cura da sua doença. Iraci tem 68 anos de idade e sofre de erisipela na perna - infecção nas camadas da pele - há mais de nove anos. “Eu venho com muita fé pedir por mim e pela minha família. Vivo debilitada, mas eu tenho fé em Deus que Jesus vai me curar”, declarou. 

A aposentada Josefa Beatriz, moradora do bairro da Várzea, Zona Oeste do Recife, participou de todas as edições do evento. “Hoje, em especial, estou pedindo uma benção para minha cirurgia da vista. Porém, venho todas as vezes não só pedir, mas também agradecer por todas as bênçãos recebidas. Eu saio sempre renovada. É muito bom participar de momentos como esse”, contou.  Além dos moradores de Recife e RMR, o evento contou com caravanas de outras cidades do Estado de Pernambuco como Carpina, Caruaru e Petrolina. Segundo a organização, cerca de 30mil pessoas compareceram ao local.

O papa Francisco reconheceu, neste domingo (15), que também teve "momentos de escuridão" em sua fé, chegando mesmo a levar um tempo até reencontrá-la.

"Eu também, algumas vezes, vivi momentos de escuridão na minha fé, e a fé diminuiu, mas com um pouco de tempo voltamos a encontrá-la", afirmou o papa durante sua visita aos fiéis de Santa Maria de Setteville, no município de Guidonia, na entrada de Roma.

"A fé, alguns dias, não a vemos. Está tudo escuro", continuou, em um discurso improvisado.

"Ontem, por exemplo, batizei 13 crianças nascidas nas zonas afetadas pelos sismos (que deixaram cerca de 300 mortos) e tinha um pai que perdeu sua mulher. E você se pergunta se esse homem pode ter fé", relatou o pontífice argentino.

"Entende-se que haja escuridão, tem-se de respeitar essa escuridão na alma. Não estudamos para ter fé, nós a recebemos como presente", acrescentou Jorge Bergoglio.

O papa argentino convidou os jovens da paróquia a não se contentarem com a missa do domingo, estimulando-os a ajudar pobres e idosos e a se comunicarem com seus pais.

"Se digo que sou católico e se vou todos os domingos à missa, mas, depois, não falo com meus pais, não ajudo meus avós, nem os pobres, não vou ao encontro dos doentes, não serve de nada. Não é um testemunho", advertiu.

"O testemunho cristão se baseia em três coisas: a palavra, o coração e as mãos", ensinou.

Liminar do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu lei do município de Novo Gama (GO) que proíbe manifestação pública "que afronte a fé cristã". O entendimento, adotado na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 431, foi de que "a lei cria proteção especial a uma religião em relação às outras, restringe a liberdade de expressão e legisla sobre direito penal, competência privativa da União", informou o site do Supremo.

A liminar deverá ser submetida a referendo pelo Plenário da Corte. Questionada no STF pelo procurador-geral da República, a Lei municipal 1.515/2015 prevê que "qualquer movimento ou manifestação pública que afronte o cristianismo deverá ser interrompido pelas autoridades, e os envolvidos punidos conforme o artigo 208 do Código Penal".

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O artigo 208 do Código Penal prevê detenção de até um ano para quem "escarnecer alguém por motivo de crença, perturbar cerimônia religiosa ou vilipendiar objeto de culto".

Segundo Toffoli, "há vasta proteção à liberdade de crença no direito brasileiro, com previsões que vêm desde a proclamação da República, e que tornam a lei do município (Novo Gama) incompatível com a ordem constitucional".

"A Lei 1.515/2015 prevê proteção diferenciada a uma forma específica de pensamento religioso, o cristianismo, que passa a dispor de um status diferenciado no universo das crenças religiosas, fazendo a previsão normativa se assemelhar a uma aproximação do Estado com aquele credo", afirma o ministro.

Toffoli destaca que "a proteção à liberdade individual de crença desautoriza a criação de sobreposição de um credo em detrimento de outro, assim como da crença em relação à descrença, desde que atendidas as balizas legais para a manifestação da opinião".

"O direito à livre manifestação do pensamento se traduz na impossibilidade de o Estado proibir a exteriorização de qualquer questionamento, mesmo que de faceta religiosa", destacou o relator.

Para Toffoli, é caso de urgência na suspensão da lei, "pois seu texto impacta sobremaneira no exercício do direito de liberdade, não apenas impedindo seu exercício, como definindo-o como um crime sem correspondência na legislação nacional".

Entre as tantas histórias de fé que podem ser contadas, nesta quinta-feira (8), durante a procissão em homenagem à Nossa Senhora da Conceição, que acontece no Recife, estão a das donas de casa Solange Araújo e Ana Rosa emocionam.

Solange, 70 anos, diz que foi curada. Há cinco anos, vítima de um rompimento de um aneurisma, esteve  entre a vida e a morte. "Nesses casos, os médicos dizem que ou morremos ou ficamos com alguma sequela. Eu não tive nenhuma", recordou.

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Ela acredita que a santa esteve ao seu lado durante toda a cirurgia. "Sei que é difícil de acreditar, mas, quando o médico veio conversar comigo, ele disse que sentia que tinha alguém o acompanhando no momento em que me operava. Desde aquele momento, eu já acreditava que era Nossa Senhora da Conceição que estava comigo. Existem pessoas escolhidas e eu acredito que sou uma delas".

Desde então, a aposentada anualmente participa da festa realizada e da procissão que segue até o Morro da Conceição. "Eu me ajoelho aos pés dela. Ela foi a minha salvadora e a minha cura. A religião salva". 

Ana Rosa, 57 anos, também não perde o evento. Ela contou que veio agradecer, mas também pedir. Com problemas de artrose e osteoporose, ela diz que a fé remove montanhas. "O que um filho não pede à mãe que não seja  realizado? Nossa Senhora da Conceição toma conta de nós", salientou.

Festa

Há 112 anos, o dia 8 de dezembro é dedicado à santa. São dez dias de festas onde milhares de pessoas pagam promessas de diversos tipos. Na noite de hoje, o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, celebra a missa campal solene.

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Durante o percurso da procissão da Nossa Senhora da Conceição, que acontece na tarde desta quinta (8), na Avenida Norte,  não são poucas as historias de fé, esperança e amor à santa. Os cristãos seguirão até o Morro da Conceição.

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Uma delas é a da dona de casa Maria Alves, 65 anos, que veio pedir por saúde à santa. "Venho pedir pela minha visão, que está prejudicada, mas além disso eu quero acompanhar um momento tão bonito e emocionante. É lindo de ser ver tudo isso aqui", declarou.

O início da caminhada aconteceu no estacionamento da Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo. À  frente do trajeto está o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido, que irá comandar a missa campal solene de encerramento.

O dia 8 de dezembro, data dedicada à Nossa Senhora da Conceição, tem um significado marcante para a estudante Rayanne Freitas, 18 anos, e sua família. O seu pai, o empresário Eugênio Freitas e sua mãe, a dona de casa Flávia Maria, acordam na data às 4h da manhã, anualmente, para agradecer ao que chamam de cura proporcionada pela santa à filha. Ao todo, são cerca de 15 km a pé de sua residência, no bairro da Imbiribeira, até subir o Morro, em Casa Amarela, em agradecimento. Eles afirmam que o esforço é o mínimo diante da cura de Nani, como foi apelidada carinhosamente, que antes de completar quatro anos, teria que enfrentar uma batalha difícil para a sua idade.  

Os primeiros sintomas que Nani apresentou, à época, assustou a família e a avó Dona Onilda que, com o passar do tempo, não vendo melhora da neta, fez uma promessa à Nossa Senhora da Conceição. A menina tinha um quadro de sintomas hemorrágicos. Qualquer pancada era sinônimo de um hematoma no seu então frágil corpo. Foi internada em alguns momentos de maiores instabilidades e, até chegou, à UTI. A suspeita chegou a ser de Leucemia. “Tempos difíceis”, recorda a mãe. 

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A avó dona Onilda, prontamente, se apoiou em sua fé para pedir à Nossa Senhora da Conceição a cura da neta, seja lá qual fosse a doença a ser enfrentada. Cerca de um ano depois, o diagnóstico foi o de plaquetopenia, quando as plaquetas estão em um nível inferior ao normal. Foi cogitado até a retirada do baço, um órgão localizado abaixo do diafragma.

Uma promessa foi feita. Acreditando na melhoria da saúde de Nani, a menina vestiria apenas azul e branco até “ficar boa”. Assim foi feito e, por mais de dois anos, a pequena garota cumpriu o prometido até os sintomas que, antes afligiam à família, fossem amenizando até desaparecerem. 

Dona Onilda acredita que sua fé na santa foi fator primordial para a melhora apresentada. “Depois da promessa, ela foi melhorando. Eu acho que tudo vem da nossa fé. Podemos fazer mil promessas, mas se não tiver fé, a gente não alcança”. Apesar de terem se passado mais de 12 anos, ela disse que não há de se esquecer o que chama de graça alcançada. “A gente não esquece quando uma pessoa alcança uma graça. É uma felicidade sem fim. Agradeço ao meu Deus e a Nossa Senhora da Conceição”.  

O pai Eugênio conta que foi um período difícil e também se diz grato. “Foi um momento muito difícil porque eu tinha um entendimento da situação e sabia que tinha algo errado. Eu acreditava que era uma doença e creio que, depois da promessa, aconteceu outra por causa da fé. Todos os anos percorro os 15 quilometros em agradecimento à santa, que me deu essa tranquilidade em relação a saúde da minha filha. A fé, tenho plena certeza, foi o diferencial nessa história”, acredita.

A mãe Flávia Freitas também recorda com emoção a situação em que via a filha quando era internada. “Eu como mãe entrava em desespero ao ver a minha menina naquele estado. Ficava apavorada e pedíamos muito em orações, que foi o que curou a minha filha após tanto sofrimento com os cuidados também da médica hematologista Patrícia Marques, que acompanha ela até hoje. A sua tia Fátima também fez uma promessa à santa. Foi Nossa Senhora da Conceição que a curou e Deus. Enquanto vida eu tiver, eu nunca vou deixar de ir aos pés da santa agradecer o tanto que ela e Deus foram bons na vida da minha filha”.

Lembranças da Infância

Apesar da pouca idade, Rayanne recorda de alguns fatos que ficaram em sua alma. “Lembro-me de quando dormia e, às vezes, acordava sangrando. Lembro também que minha mãe chorava muito, das noites no hospital que só queria dormir no hospital com a minha irmã mais velha Maria Cláudia e da minha vó que levou, quando estava internada, uma boneca da Xuxa. É algo que me emociona e, hoje, tenho certeza, de que a fé ajudou muito. Na verdade, foi algo essencial”, ressaltou.

Uma nova fase começaria na vida de Nani com o nascimento de sua filha Isabella, que completou oito meses de vida, um dia antes do aniversário da santa, que Nani ressalta que será sempre lembrada em sua história. Ao lado do esposo Hiago, a garota de outrora fragilizada pela instabilidade de suas plaquetas enche a boca para agradecer. “Sou abençoada pela família que construí e pela fé daqueles que me amam tiveram em Nossa Senhora da Conceição. É um dia muito especial”, ressaltou.

A irmã Eugênia Freitas também lembra dos fatos e agradece. “Eu era pequena e não entendia porque, às vezes, Rayanne não podia voltar para casa. Não sabia a gravidade, mas lembro bem que não queria ver a minha irmã no hospital e não gostava quando ia só eu e minha irmã para a escola. Eu sentia falta dela. Eu dedico uma boa parte dela estar boa aos meus pais e à minha avó, pessoas de fé”.

Maria Cláudia, a irmã que dormia ao lado de Nani quando estava no hospital, se recorda emocionada. “Ela só queria dormir comigo e todo o cuidado era para ela. Depois de tudo que aconteceu e ver ela saudável, eu me tornei devota de Nossa Senhora da Conceição, que ajudou muito a consolar nos momentos de dificuldade e que é a nossa base no momento agora de agradecer”, complementou.

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Há 112 anos, o dia 8 de dezembro é um marco para os católicos pernambucanos. A data é dedicada à Nossa Senhora da Conceição e a chamada Festa do Morro é um evento tradicional para os devotos que se dedicam, durante dez dias, a visitar, pagar e fazer promessas. 

Em 2016, a festividade tem o tema “Nossa Senhora da Conceição do Morro, Santuário do Povo”. Desde o dia 29 de novembro, o Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, recebe os fiéis até o ápica da celebração, nesta quinta-feira (8), com programação de missas, procissões e orações. 

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A história da Festa do Morro se tornou conhecida a partir da comemoração do cinqüentenário do dogma da Imaculada Conceição, instituído pelo Papa Pio IX, em 1854. Apenas em 1904 a imagem de Nossa Senhora da Conceição foi inaugurada no Morro da Boa Vista, pelo então bispo de Olinda, Dom Luiz Raymundo da  Silva Britto. O local onde a figura da santa foi colocada ficou conhecido como Morro da Conceição. A imagem foi trazida da França e chegou ao Recife em um navio, no ano de 1904. Ela mede 3,5 metros de altura e pesa 1840 kg. 

Junto à imagem da santa, um santuário foi construído, em 1906, em estilo gótico, a mando do mesmo bispo da época. Sua inauguração se deu em 1906; atualmente esse espaço tem características modernas e é ainda maior para abrigar maior número de fiéis e visitantes. 

Programação do dia de Nossa Senhora da Conceição

Desde a meia-noite desta quinta, missas a cada duas horas foram realizadas e seguem até às dez da manhã.  Já a tradicional procissão de encerramento da Festa terá concentração iniciada a partir das 14h, com saída do estacionamento da Prefeitura do Recife, no Cais do Apolo. 

Durante o percurso, a caminhada seguirá pela Ponte do Limoeiro e Avenida Norte em direção ao Morro da Conceição. Ao fim haverá a missa campal solene de encerramento, presidida pelo arcebispo Metropolitano de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido. A previsão de início é às 18h.

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Quem acha que Caratateua é mais frequentada no mês das férias escolares por causa das praias da ilha, mais conhecida por Outeiro, certamente não conhece o Círio do distrito. Cerca de seis mil pessoas são esperadas só para participarem das procissões. Porém, segundo dados dos organizadores dessa grande festividade religiosa, Caratateua recebe mais de dez mil visitantes durante esse período.

"O Círio não começa no 1º domingo de dezembro. Ele se inicia com as preparações das peregrinações das imagens da padroeira nas casas dos moradores, ainda em setembro. O maior objetivo dessa grande manifestação religiosa é unir as famílias, a vizinhança, a comunidade, tornando comuns as visitas de católicos dentro das casas dos irmãos para receber a palavra, a oração e os testemunhos de fé da igreja católica. Também trabalhamos com a pacificação junto com outros irmãos não católicos, mas que têm a certeza da existência de um Deus", afirma o padre Maurício Dias do Mar, que está pelo segundo ano consecutivo na organização do Círio de Caratateua.

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Com o tema “Maria, com misericórdia divina, rogai ao Pai por nós”, as procissões da 63ª edição do Círio de Nossa Senhora da Imaculada Conceição têm início na quinta-feira (1), não com a imagem peregrina original da padroeira, mas com os retornos das imagens das peregrinações. Na sexta-feira (2), é feita a carreata com a imagem peregrina que visita os bairros que o Círio não vai percorrer, com parada na Comunidade Cristo Redentor. Já no sábado (3), ocorre a Motocicloromaria pela manhã até à Comunidade São José, no bairro da Água Boa, e à noite a Trasladação vai até Itaiteua, na Comunidade de Nossa Senhora de Fátima. No domingo (4), às 7 horas, após a missa em Itaiteua, tem início a grande procissão até a igreja Matriz do distrito.

As festividades do Círio de Caratateua não se encerram com a grande procissão. De 4 a 10 de dezembro, no espaço cultural da Igreja Matriz, situada à rua Manoel Barata, além do casamento comunitário, haverá shows das bandas Portal do Arrocha, Skema M e Cia, TDB, Ponto sem nó, além do músico Renato e da cantora lírica Patrícia Oliveira, que estará presente na manhã da última procissão. E claro: também não faltarão comidas típicas da quadra nazarena, como pato no tucupi e maniçoba e a recepção calorosa dos moradores e comerciantes de Caratateua não vão faltar aos visitantes e fieis que forem até a ilha.

História - O Círio de Caratateua ou de Outeiro, como a ilha é mais conhecida, começou com o casal Joaquim e Maria Cortinhas Marques. Eles eram imigrantes portugueses e nunca deixaram de lado a devoção que tinham por Nossa Senhora da Imaculada Conceição, realizando sempre novenas na comunidade. Foi na década de 50 que se iniciaram as primeiras procissões, que cresceram a cada ano, até virar tradição. Atualmente, o maior objetivo dessa grande manifestação de fé, que já tem mais de 60 anos, é a renovação espiritual, e o desejo de mudanças na realidade sociocultural dos moradores da ilha que sofrem com a violência e prostituição.

SERVIÇO:

Círio da Ilha de Caratateua 2016

De 1 a 4/12: procissões e peregrinações.

Informações: (91) 3267-1174 / 98232-8929

De 4 a 10/12: atrações culturais.

Informações: (91) 99977-1535.

Por Vivianny Martos, especialmente para o LeiaJá.

 

 

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