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Na esteira dos ataques do bolsonarismo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a Corte não se preocupa com a democracia ao resistir a implementar as mudanças no sistema eleitoral brasileiro propostas pelas Forças Armadas.

"Estão preocupados com a imagem deles, não estão preocupados com a democracia. Isso é muito grave", afirmou, em entrevista ao SBT, o filho "Zero Um" do presidente Jair Bolsonaro (PL) e coordenador da campanha à reeleição. "Fica parecendo, com essa resistência, que estão querendo esconder alguma coisa. É a percepção da maioria da população. A gente está avisando desde antes: não vamos esperar acontecer para depois a gente acusar que teve problema", seguiu o parlamentar.

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De acordo com Flávio, o TSE deveria "dar de prêmio" a Bolsonaro a adoção do voto impresso em um eventual segundo mandato. "A primeira coisa que o presidente, sendo reeleito, o TSE poderia dar para ele de prêmio é fazer o voto impresso, para acabar com qualquer tipo de discussão", disse o filho de Bolsonaro na entrevista, sem considerar que a adoção do voto impresso cabe ao Congresso e que a proposta foi rejeitada no Parlamento no ano passado.

O senador ainda atacou o Supremo Tribunal Federal (STF), outro alvo comum de Bolsonaro. "Depende de alguns deles ali pararem de querer ficar infernizando vida do presidente dia sim e outro também", declarou, sobre como melhorar a relação tensa entre Executivo e Judiciário.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) garantiu que seu pai, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), não vai mudar a política de preços da Petrobras, que hoje atrela o preço dos combustíveis à cotação do barril de petróleo no mercado internacional. Em entrevista a uma emissora de televisão, o parlamentar jogou a responsabilidade de conter a alta dos combustíveis no Conselho de Administração da estatal.

"Com certeza, não vai mudar a política de preços. Se fosse para fazer, já teria feito. Grande parte da solução desse problema passa por decisão do Conselho da Petrobras, de pegar parte do lucro que ela tem e fazer com que o preço final da bomba diminua, não se de que forma", declarou o filho "Zero Um" do presidente.

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Ainda na entrevista, Flávio afirmou que qualquer interferência na Petrobras causaria instabilidade no mercado, incluindo a variação do dólar e das ações da companhia.

"Se a Petrobras muda a política de preços, a consequência é o desabastecimento do Brasil", avaliou o senador, coordenador da campanha à reeleição do pai.

Preocupado com o efeito da alta dos preços na popularidade do governo em ano eleitoral, Bolsonaro tem ampliado os ataques à Petrobras e cobrado redução na margem de lucro.

Em transmissão ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro chegou a chamar o lucro da empresa de "estupro".

O Tribunal de Justiça do Rio aceitou o pedido do Ministério Público e rejeitou nesta segunda-feira, 16, a denúncia por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro oferecida contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no inquérito das rachadinhas (desvio de salário de assessores). Com a decisão do tribunal, o MP diz que poderá recomeçar as investigações sobre o caso, com a coleta de novas provas, com base no primeiro relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O documento do Coaf apontou movimentação atípica de R$ 1,2 milhão em uma conta no nome de um ex-assessor de Flávio, Fabrício Queiroz, entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. O documento levou o MP do Rio a abrir a investigação e foi revelado pelo Estadão.

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A decisão do tribunal de rejeitar a acusação foi tomada após o próprio MP fluminense solicitar a anulação da denúncia. A Promotoria decidiu pedir a nulidade da peça acusatória que apresentara à Justiça após decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de anular provas colhidas durante as investigações.

A advogada Luciana Pires, que representa o senador Flávio Bolsonaro, diz em nota que a defesa entende que "o caso está enterrado".

"O STJ já havia anulado todas as provas. A defesa entende que o caso está enterrado, e caso haja qualquer desdobramento serão tomadas as medidas judiciais cabíveis", diz Luciana.

Nova denúncia

O procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, comunicou ao TJ que, com a anulação de quase todas as provas obtidas na investigação pelo STJ e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a denúncia ficou insustentável. Segundo Mattos, que assinou a petição ao Órgão Especial do TJ-RJ, o pedido tem como um dos motivos a anulação das provas que embasam a atual denúncia. A medida foi tomada pela 5ª Turma do STJ. O procurador salienta, no entanto, que não há eventual prejuízo ao "reinício das investigações".

Na petição ao TJ-RJ, o procurador-geral de Justiça afirmou que "não há óbice legal à renovação das investigações, inclusive no que diz respeito à geração de novos RIFs, de novo requerimento de afastamento do sigilo fiscal e bancário dos alvos".

A decisão de pedir a nulidade do processo foi tomada após o STJ aceitar, por quatro votos a um, pedido feito pela defesa de Flávio para anular as decisões tomadas pelo juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, no caso das "rachadinhas".

Entre as provas utilizadas para embasar a denúncia do MP-RJ, estão a quebra de sigilo fiscal e bancário do filho do presidente Jair Bolsonaro, buscas e apreensões e as prisões de Fabrício Queiroz, apontado como operador financeiro do esquema, e da mulher, Márcia de Oliveira Aguiar. A decisão do STJ esvaziou a denúncia, oferecida em outubro de 2020 ao Órgão Especial do TJ do Rio.

De acordo com a maioria dos ministros do STJ, um juiz de primeira instância não era competente para julgar o caso de Flávio, uma vez que ele mantinha o foro privilegiado ao deixar o cargo de deputado estadual para assumir o cargo de senador após as eleições de 2018.

O MP do Rio recorreu no fim do ano passado ao STF para que fosse declarada a inexistência de foro para Flávio, filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro, durante o período da denúncia e para que o caso voltasse para a primeira instância. O Supremo, no entanto, manteve, por três votos a um, o foro privilegiado do senador e anulou provas da investigação.

O caso, no entanto, não retorna à estaca zero. A 5ª Turma manteve na investigação os relatórios de inteligência financeira elaborados pelo Coaf. Com a decisão do Órgão Especial, os promotores poderão pedir novas quebras de sigilo com base nos dados de movimentações atípicas indicadas pelo Coaf.

Os documentos revelaram, por exemplo, 48 depósitos de R$ 2 mil em espécie na conta do senador, efetuados em postos de autoatendimento da agência bancária que fica na antiga sede da Alerj, e a movimentação suspeita de R$ 1,2 milhão por Queiroz.

Na denúncia anulada pelo TJ nesta segunda-feira, Flávio, Queiroz e mais 15 pessoas foram acusados dos crimes de organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro e apropriação indébita pelo então procurador-geral, Eduardo Gussem. O senador é apontado como o líder da organização criminosa e Queiroz, como o operador do esquema.

Conta de Queiroz

Uma das transações na conta de Queiroz citadas no relatório do Coaf é um cheque de R$ 24 mil destinado à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

"Dentre eles constam como favorecidos a ex-secretária parlamentar e atual esposa de pessoa com foro por prerrogativa de função - Michelle de Paula Firmo Reinaldo Bolsonaro, no valor de R$ 24 mil", diz o documento do Coaf.

Ao longo de um ano, o Coaf encontrou ainda cerca de R$ 320 mil em saque na conta mantida pelo motorista do filho de Bolsonaro. Desse total, R$159 mil foram sacados numa agência bancária no Palácio Tiradentes, antiga sede da Alerj, na Praça Quinze, no centro do Rio.

Os técnicos do órgão também receberam informações sobre transações consideradas pelo órgão como suspeitas após janeiro de 2017. Segundo o Coaf, entre fevereiro e abril do ano passado, o banco informou a ocorrência de dez transações "fracionadas" no valor total de R$ 49 mil que poderiam configurar uma "possível tentativa de burla aos controles".

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pediu a anulação da denúncia por peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro oferecida contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no inquérito das rachadinhas.

O procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos, comunicou ao Tribunal de Justiça do Estado que, com a anulação de quase todas as provas obtidas na investigação pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a denúncia ficou insustentável.

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O chefe do MP fluminense defendeu, no entanto, que o inquérito pode ser reiniciado a partir do relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que apontou movimentações atípicas do ex-assessor Fabrício Queiroz. O documento revelado pelo Estadão deu o pontapé na investigação.

Cabe ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Rio dar a palavra final sobre o pedido do Ministério Público. O caso deve ser julgado na próxima semana.

As provas reunidas durante mais de dois anos de investigação foram anuladas porque os ministros do STJ usaram a tese dos mandatos cruzados, pela qual um político mantém o foro privilegiado se assumir um novo cargo que também dê direito à prerrogativa, e concluíram que o caso não poderia ter sido processado em primeira instância. Deputado estadual até 2018, Flávio foi eleito senador naquele ano e emendou os mandatos.

Outro conjunto de provas foi anulado pela Segunda Turma do STF em novembro do ano passado. Os ministros derrubaram relatórios de inteligência financeira produzidos com base em pedidos específicos do MP e os dados obtidos a partir desses documentos. Apenas o primeiro alerta do Coaf foi considerado regular, por ter sido gerado espontaneamente.

Participando do primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Grupo Especial na Sapucaí, o senador Flávio Bolsonaro (PL) afirmou que o indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao deputado Daniel Silveira (PTB) "será obedecido por todos".

Daniel foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a oito anos de prisão, na última quarta-feira (20), por ataques à democracia. No entanto, com o decreto do presidente publicado na quinta-feira (21), as determinações do STF foram anuladas.

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Segundo O Globo, sem citar diretamente o nome da mais alta corte do país, Flávio falou sobre o processo. "Tenho certeza de que o presidente está no caminho certo. Ele não deixa nenhum soldado para trás. Por mais que não concorde com algumas coisas que o Daniel Silveira falava, com os exageros que falou, ele tem o direito de falar. O indulto usou a prerrogativa constitucional, e tenho certeza de que será obedecido por todos", disse.

A denúncia da viúva do ex-Policial Militar Adriano Nóbrega, Júlia Lotufo, ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), feita em março de 2021, não foi usada para retomar as investigações do caso das rachadinhas. Em uma ligação interceptada, ela confirmou que Danielle Nóbrega, ex-esposa de Adriano, era funcionária fantasma do gabinete de Flávio Bolsonaro (PL).

Na interceptação telefônica, Júlia diz que Danielle foi nomeada no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) por 11 anos.

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"Ela foi nomeada por 11 anos. Onze anos levando dinheiro, R$ 10 mil por mês para o bolso dela. E agora ela não quer que ninguém fale no nome dela? [...] Bateram na casa dela porque a funcionária fantasma era ela, não era eu", apontou a viúva de Adriano Nóbrega, que chegou a ser condecorado por Flávio enquanto esteve preso.

Conforme o Uol, mais de um ano depois de anexar a prova ao processo, a a Procuradoria Geral de Justiça do Rio (PGJ-RJ) não utilizou essa nem outras provas que reforçam os indícios de rachadinha praticada pelo filho do presidente Jair Bolsonaro (PL), que tinha Fabrício Queiroz como operador do esquema.

Em áudio divulgado nesta sexta-feira (8) pelo jornal Folha de S. Paulo, a viúva do ex-miliciano Adriano da Nóbrega, Júlia Lotuffo, afirma que uma antiga companheira do militar foi funcionária fantasma no gabinete de Flávio Bolsonaro (PL-RJ). A conversa foi gravada pela Polícia Militar do Rio de Janeiro, através da Operação Gárgula, e se refere a um registro de julho de 2019, quando Adriano estava foragido.

No áudio, Júlia se queixa das reclamações de Danielle Mendonça da Nóbrega, ex-mulher do PM executado, sobre as investigações do caso da "rachadinha" no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, quando ele ainda era deputado. Ouça:

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“Aí vem a Danielle e dá ataque que bateram na porta da casa dela e ela não está mais casada com ele. Mas e aí? Não estava levando dinheiro lá? […] Ela sabia muito bem qual era o esquema”, disse Júlia.

A mulher completa: "Ela foi nomeada por 11 anos. Onze anos levando dinheiro, R$ 10 mil por mês para o bolso dela. E agora ela não quer que ninguém fale no nome dela? [...] Bateram na casa dela porque a funcionária fantasma era ela, não era eu".

O ex-PM ficou foragido de janeiro de 2019 a fevereiro de 2020, quando foi morto num suposto confronto durante uma operação policial na Bahia, onde estava escondido. Ele era acusado de comandar a principal milícia da zona oeste do Rio de Janeiro. Adriano também era investigado na ocasião sob suspeita de envolvimento no suposto esquema de "rachadinha'' no antigo gabinete de Flávio.

Danielle trabalhou entre setembro de 2007 e novembro 2018 no gabinete de Flávio, que na época era deputado estadual. O salário variou de R$ 3.000 a R$ 6.000 durante esse período.

Ela foi uma das denunciadas em dezembro de 2020 sob acusação de envolvimento no esquema, mas as provas da investigação foram anuladas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).

O vice-procurador-geral Eleitoral Paulo Gustavo Gonet Branco defendeu que o Tribunal Superior Eleitoral negue um pedido do PT para condenar o senador Flávio Bolsonaro e o vereador de Cascavel Rômulo Quintino a pagar multa de R$ 25 mil em razão de 'divulgação de mensagem inverídica contra a imagem e honra' do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato ao Palácio do Planalto.

Braço-direito de Augusto Aras na esfera eleitoral, Gonet Branco reconheceu que os vídeos compartilhados por Flávio e Quintino consistiam em 'fake news', mas defendeu a não imposição de sanções aos bolsonaristas por 'falta de demonstração de elemento eleitoral apto para estabelecer a propaganda negativa punível'.

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"Não há pedido expresso de não voto. Não há referência a eleições. Há, sem dúvida, relação com disputas ideológicas que há muito estremam os personagens dos autos; não está evidenciado, todavia, o conteúdo eleitoral relevante para o bem jurídico tutelado pela norma de Direito Eleitoral", sustentou o vice-pge no parecer assinado no dia 22.

As publicações questionadas pelo PT já foram retiradas por ar, exatamente por serem enquadradas como desinformação. Os posts continham um vídeo de Lula que havia sido editado, com supressão de parte da fala do petista, mudando seu contexto. Além da imposição de multa, o partido do ex-presidente Lula pedia que o caso fosse encaminhado para o Ministério Público, para apuração de 'possível abuso de poder, uso indevido dos meios de comunicação'.

Em seu parecer, Gonet Branco afirmou que a comparação da gravação integral do discurso original de Lula com aquele constante das postagens 'revela a subtração de passagem crucial para o sentido da fala vídeo do pré-candidato' petista. O vice-pge destacou que tal situação consiste em desinformação, indicando ainda que o compartilhamento da gravação editada abre margem para a discussão de responsabilização dos responsáveis pela divulgação.

No entanto, para Gonet Branco, tal avaliação não era 'desnecessária' no caso em questão, uma vez que, segundo ele, 'o contexto eleitoral não está caracterizado'. O vice-pge disse que 'produzir ou reproduzir fake news não será sempre necessariamente assunto da competência da Justiça Eleitoral' a menos que esteja 'presente ou o conteúdo eleitoral ou o ataque à integridade do processo eleitoral'.

"Decerto que a postagem isolada, voltada a gerar impressão falsa sobre um político conhecido e que teria ficado no ar por tempo não declinado pelo representante, não constitui, à falta de gravidade institucional, conduta que afeta a integridade do processo eleitoral. Isso parece ser mais evidente num contexto em que o político vitimado pela trucagem, se sentir que a aleivosia lhe pode ser prejudicial, dispõe de tempo e de recursos para desmentido público, restabelecendo a verdade dos fatos e expondo táticas repulsivas empregadas por adversários do mundo político", registrou trecho do parecer.

O vice-pge alegou ainda que a falta de indicação, pelo PT, do instante em que a postagem questionada foi feita e do período em que esteve acessível 'impede que se possa aferir a potencialidade danosa do fato'. Além disso, argumentou que a apuração da distância cronológica era importante porque a a postagem teria acontecido em janeiro deste ano, 'a meses consideráveis do pleito'.

O advogado do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) é o novo secretário nacional do Consumidor (Senacon). Rodrigo Roca foi nomeado ao cargo ligado ao Ministério da Justiça nesta quarta-feira (9).

Na lista de defensores do filho do presidente Bolsonaro no processo das rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Roca já teve o nome publicado no Diário Oficial da União.

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Uma das missões atribuídas ao advogado seria atuar contra a exigência de passaporte vacinal e do comprovante de vacinação para entrar em estabelecimento comerciais em todo o território.

Escolhido pelo Planalto, ele vai elaborar, coordenar e executar a Política Nacional das Relações de Consumo.

 

A primeira-dama Michelle Bolsonaro expôs seu incômodo em conviver com o advogado Frederick Wassef, de acordo com colunista Guilherme Amado. A publicação aponta que a esposa do presidente se afastou do defensor particular de Flávio Bolsonaro e teria barrado sua entrada no Palácio da Alvorada.

A ordem teria aborrecido Wassef, que vem se queixando de Michelle a pessoas próximas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), indicou a publicação.

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O jeito do advogado teria incomodado a primeira-dama. Ele vai responder por injúria racial após ser acusado de chamar a atendente de uma pizzaria no Distrito Federal de "macaca", há cerca de duas semanas.

Entre as polêmicas, Wassef teria se escondido em um banheiro feminino do Planalto para fugir de jornalistas. O advogado também ofereceu esconderijo a Fabrício Queiroz, apontado como operador das ‘rachadinhas’ do antigo gabinete de Flávio. Queiroz estava foragido quando foi encontrado em seu escritório.

Após a publicação, o advogado negou que foi proibido de entrar no Alvorada por Michelle e disse que nunca reclamou da primeira-dama.

 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) teria mobilizado uma equipe de cinco servidores da Receita Federal que, durante quatro meses, tiveram que apurar acusações do filho do presidente no caso das “rachadinhas”, o que sugere uma espécie de aparelhamento da máquina pública em função dos interesses do investigado. As informações são do jornal Folha de São Paulo, desta terça-feira (22), com base em documentos inéditos obtidos pela reportagem. O caso investiga o desvio de salários de assessores no gabinete do parlamentar. 

O senador alegou que seus dados foram acessados por uma ‘senha secreta’ e repassados de forma irregular ao Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O filho “zero um” presidente e seus advogados buscaram a ajuda de órgãos do governo federal para tentar reunir provas com o intuito de anular as investigações da suspeita de que ele comandou o suposto esquema das rachadinhas. A apuração não foi confirmada pela Receita, mas obtida através de uma investigação interna da reportagem. 

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Ainda de acordo com a Folha, as 181 páginas do processo mostram que, de outubro de 2020 a fevereiro de 2021, a Receita deslocou dois auditores-fiscais e três analistas tributários para fazer a apuração, que foi objeto de requerimento apresentado por Flávio, por intermédio de quatro advogados —Luciana Pires, Renata Alves de Azevedo, Juliana Bierrenbach e Rodrigo Rocha—, ao então secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto. 

Na petição, datada de 25 de agosto de 2020, o filho do presidente requisitou apuração "com a máxima urgência" para identificação de "nome, CPF, qualificação e unidade de exercício/lotação" de auditores da Receita que desde 2015 acessaram seus dados fiscais, de sua mulher, Fernanda, e de empresas a eles relacionadas. 

A tese era a de que servidores da Receita no Rio de Janeiro haviam vasculhado de forma ilegal os dados de Flávio e de familiares e, a partir daí, repassado informações ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão responsável pelo relatório de inteligência enviado ao Ministério Público do Rio e que deu origem à investigação das rachadinhas contra o filho do presidente e ex-assessores. 

Na petição, Flávio afirma ainda que a suposta violação da qual teria sido vítima representa um "imenso risco à estabilidade das mais diversas instituições do país", entre elas a Presidência da República e a Assembleia Legislativa do Rio. 

Apuração durou cerca de 180 dias 

O pedido de Flávio ficou dois meses sem análise do então secretário especial da Receita, José Barroso Tostes Neto. A análise da solicitação só foi realizada em 23 de outubro, no mesmo dia em que uma reportagem revelou um encontro de Flávio com o presidente Jair Bolsonaro, o diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, e o ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, para tratar do caso. 

Após 180 dias de apuração, as acusações de que uma ‘senha secreta’ teria sido usada para que ele fosse ‘perseguido’, bem como a ilegalidade no repasse das informações ao Coaf foram descartadas pela investigação. 

“Não foram verificados indícios mínimos de materialidade de possíveis infrações disciplinares que ensejariam a continuidade ou o aprofundamento do feito”, diz um trecho da conclusão do processo. Meses depois, Flávio conseguiu anular no Superior Tribunal de Justiça as decisões tomadas contra ele em primeira instância.  

Apesar das críticas do ministro da Economia, Paulo Guedes, à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Combustíveis no Senado, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e outros articuladores do Palácio do Planalto no Congresso assinaram a autoria da proposta, permitindo a tramitação da medida apelidada pela equipe econômica como "PEC Kamikaze".

A PEC foi protocolada pelo senador Carlos Favaro (PSD-MT) e recebeu a assinatura do senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro. Normalmente, parlamentares assinam iniciativas de colegas apenas para viabilizar a tramitação, que só começa com 27 assinaturas. Em medidas polêmicas, porém, as assinaturas sinalizam um apoio maior. Além disso, Flávio solicitou a inclusão do nome quando a PEC já tinha assinaturas suficientes. Ao todo, a proposta teve 31 assinaturas.

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O líder do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO), e os senadores Carlos Viana (MDB-MG) e Marcio Bittar (PSL-AC), que compõem oficialmente a articulação política do Planalto no Legislativo, também colocaram a digital na autoria da proposta.

Além da desoneração do óleo diesel e da energia elétrica, que pode acarretar num rombo de R$ 100 bilhões na arrecadação, a PEC do Senado abre caminho para o governo federal gastar até R$ 17,7 bilhões em subsídios fora das regras fiscais ainda em 2022.

A equipe econômica aponta a proposta como a pior do pacote que circula no Congresso. Guedes defende a desoneração do diesel via tributos federais e a redução do ICMS, controlado pelos Estados, por meio de outro projeto.

"Existem pontos positivos na PEC, senão ela não receberia as assinaturas. Quando assinamos uma PEC, a princípio é para ela tramitar. Se ela está tramitando, ela tem razão de ser", disse o líder do governo no Congresso. "O problema está identificado, o governo mantém uma boa intenção de discutir o assunto, mas vai discutir o assunto com rigor fiscal, mantendo o equilíbrio do Orçamento da União e atendendo na ponta aquilo que a população precisa, que é a redução no preço do combustível."

O Senado ainda não decidiu quando votará a PEC, mas quer agilidade. Na próxima semana, os senadores devem votar dois projetos de lei sobre o tema. Um deles cria uma conta de compensação para amenizar o impacto dos preços com o uso de dividendos da Petrobras pagos à União e um imposto sobre a exportação de petróleo. A equipe econômica é contra a proposta. Outro é o projeto do ICMS aprovado na Câmara e defendido pelo governo. O Senado, no entanto, se movimenta para desidratar o texto e dar liberdade aos governadores definirem as alíquotas.

A movimentação da equipe econômica contra a PEC intensificou as críticas de senadores contra o ministro da Economia. Em entrevista ao Estadão, Guedes afirmou que não recebeu apoio suficiente para emplacar uma agenda liberal no governo e classificou a proposta do Senado como uma "bomba fiscal". "O ministro Paulo Guedes, em vez de construir convergência, sempre constrói dissenso, principalmente intitulando como ele intitula. Sempre que há um projeto polêmico na Casa, ele faz uma peripécia para poder desviar o foco, que é a fome e um país empobrecendo cada vez mais", disse o senador Alexandre Silveira (PSD-MG), um dos formuladores da PEC do Senado.

Silveira foi convidado para a liderança do governo no Senado, mas não aceitou o cargo afirmando que precisa pontuar as divergência que tem com o Executivo, especialmente com a equipe econômica. "Ele (Guedes) é tão inábil que constrói instabilidade. O que eu critico é a forma inábil dele criar dissenso. Ele não cria consenso porque não busca convergência. Ele culpa o aumento de despesa quando a PEC dos Combustíveis pode socorrer o povo brasileiro. Essa ortodoxia dele é que faz com que a pobreza aumente cada vez mais em um período de pandemia."

O ex-assessor de Jair Bolsonaro (PL), Waldir Ferraz, detalhou à revista Veja um suposto esquema de rachadinhas liderado pela advogada Ana Cristina Valle, ex-mulher do mandatário. A denúncia, divulgada nesta sexta-feira (21), inclui no esquema criminoso os gabinetes do próprio presidente, e dos seus filhos Carlos Bolsonaro (Republicanos) e Flávio Bolsonaro (Patriota), à época, deputado federal. Ferraz é amigo de Bolsonaro há cerca de 30 anos, sendo aliado também de Luciano Hang e o responsável pela campanha presidencial de 2018.

“Ela fez nos três gabinetes. Em Brasília (na Câmara dos Deputados), aqui no Flávio (na Assembleia Legislativa do Rio) e no Carlos. O Bolsonaro deixou tudo na mão dela para ela resolver. Ela fez a festa. É isso. Ela que fazia, mas quem é que assinava? Quem assinava era ele. Ele vai dizer que não sabe? É batom na cueca. Como é que você vai explicar? Ele está administrando. Não tem muito o que fazer”, contou.

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De acordo com o ex-assessor, o papel de Ana Cristina era contratar pessoas que concordavam e ainda se sentiam beneficiadas mesmo precisando devolver parte do salário. A rachadinha consiste no recolhimento de parte dos salários dos funcionários dos gabinetes, prática enquadrada como peculato. Ela recolhia documentos de algumas pessoas, abria contas bancárias em nome delas e retirava parte dos salários.

“Ela é muito perigosa. É uma mulher que quer dinheiro a todo custo. Às vezes, ela vai ao cercadinho, frequenta o cercadinho. É uma forma de chantagem. A gente nem toca nesse assunto pra não deixar o cara (Bolsonaro) de cabeça quente”, disse Waldir.

Ele ressaltou que Bolsonaro e os filhos não sabiam dos esquemas montados pela ex-mulher. “Ele, quando soube, ficou desesperado, era uma fria. O cara foi traído. Ela começou tudo. Bolsonaro nunca esteve ligado em nada dessas coisas. O cara tinha visão do que estava acontecendo por trás no gabinete. Às vezes o chefe de gabinete faz merda, o próprio deputado não sabe. Mesmo o deputado vagabundo não sabe, só vem a saber depois”, continuou.

Segundo o ex-assessor, Ana Cristina exige dinheiro e outras vantagens para não contar o que sabe. De acordo com ele, ela teria ido algumas vezes ao cercadinho do Palácio da Alvorada para ser vista por Bolsonaro, como uma forma de pressioná-lo.

À Veja, Ana Cristina negou que tenha comandado esquemas de rachadinha, que chantageie Bolsonaro e disse que as acusações partem de inimigos que querem atingir Flávio e Carlos. “Se eu tiver que falar com o presidente, acha que eu vou para o cercadinho para todo mundo ficar vendo, para jornalista ficar vendo? Sou discreta”, afirmou.

O ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Fabrício Queiroz, revelou em suas redes sociais, nesta segunda-feira (17), que é pré-candidato a deputado federal. Sem informar por qual partido político, o pivô nas investigações sobre o esquema de “rachadinhas” no gabinete do filho de Jair Bolsonaro vinha negociando filiação ao PTB segundo entrevista dada ao jornal O Globo recentemente.

Em seu Instagram, Queiroz compartilhou notícia do jornal O Dia que tratava sobre ele concorrer a eleição para algum cargo e escreveu uma informação a mais: “Se for da vontade de Deus, vou disputar uma cadeira legislativa sim. Apenas uma correção na reportagem: Sou pré-candidato a deputado federal”, publicou.

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Em meados de 2021, após notícias de que seria candidato a deputado federal, Queiroz chegou a negar a as informações, mas admitiu ser uma “boa ideia”. Queiroz chegou a ser preso em junho de 2020 por conta do caso das “rachadinhas” e passou oito meses preso.

Após liberdade, ele voltou a participar de eventos bolsonaristas e ganhar novamente protagonismo na política.

*Por César Lui

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira, 4, que seu pai, o presidente Jair Bolsonaro, pode receber alta da equipe médica "a qualquer momento". O chefe do Executivo está internado desde ontem no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

"Ele, a qualquer momento, pode ter uma liberação por parte da equipe médica, que é quem pode obviamente falar em definitivo sobre quando ele vai sair do hospital", afirmou o filho mais velho do presidente, em entrevista à CNN Brasil.

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O boletim médico divulgado nesta manhã pelo hospital informou que a obstrução intestinal de Bolsonaro se desfez e que não há indicação de cirurgia para corrigir o problema. Segundo a equipe de especialistas, liderada pelo médico-cirurgião Antônio Luiz Macedo, o presidente teve uma evolução clínica "satisfatória" e iniciará hoje uma dieta líquida, mas ainda não há previsão de alta.

'Rotina de alimentação difícil'

Flávio disse que conversou nesta manhã com Bolsonaro e afirmou que o presidente estavam "bem-humorado e bem-disposto". O filho "01" também declarou que o presidente terá de conviver com as sequelas do atentado a faca que sofreu em 2018, durante a campanha eleitoral, pelo resto da vida.

"Ele vai ter de ter uma restrição alimentar permanente. Ele tem que ter uma rotina de alimentação que é difícil na vida pública."

De acordo com o senador, a tendência é que o próximo passo seja a retirada da sonda nasogástrica do presidente e que, depois, quando o intestino voltar a funcionar completamente, ele receba alta.

Mal estar após as férias

Bolsonaro deu entrada no Vila Nova Star na madrugada dessa segunda (3), após sentir desconforto abdominal em São Francisco do Sul (SC), onde passava as férias desde o dia 27 de dezembro. O presidente deixou o litoral catarinense de helicóptero em direção a Joinville e, de lá, embarcou para São Paulo com a comitiva presidencial.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) interrompeu as férias, na madrugada desta segunda-feira (3), após um desconforto abdominal e foi internado no Hospital Nova Star, em São Paulo. Segundo o boletim médico, não tem previsão de alta médica até o momento. O presidente usou as redes sociais para afirmar que pode passar por uma nova cirurgia e apontou a facada sofrida em 2018 como a causa da obstrução intestinal que o atingiu. Nas mesmas plataformas, parentes e aliados de Bolsonaro pedem orações e prestam solidariedade. 

O senador e filho do mandatário, Flávio Bolsonaro (PL), escreveu: "Graças a Deus meu pai passa bem". Logo em seguida, ele aproveitou para disparar contra os críticos ao Governo.

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"Cada vez que ele passa por isso é impossível não se indignar com a mentira de que Bolsonaro tem discurso de ódio, quando na verdade ele é a vítima do ódio de um ex-militante do Psol e de mal amados hipócritas desejando sua morte", disse.

A primeira-dama Michelle Bolsonaro falou sobre o assunto no Instagram. "Sequela que levaremos para o resto de nossas vidas. Mas Deus é bom e tem o controle de todas as coisas", escreveu.

O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP), também usou o Twitter para dizer que torce pela recuperação rápida de Bolsonaro. "Minhas orações se unem às de milhões de brasileiros que torcem pela rápida recuperação do nosso presidente @jairbolsonaro, que está internado para tratar uma obstrução intestinal. Estou certo de que em breve ele estará de volta para seguir trabalhando pelo povo do nosso país".

Veja outros posicionamentos:

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Para o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho zero um e braço direito do pai, o presidente Jair Bolsonaro (PL), o governo atual foi alvo de conspirações contra a sua continuidade e que essa tensão foi propositalmente intensificada durante as preparações para o 7 de Setembro. De acordo com o parlamentar, esse foi o dia mais tenso do governo federal até o momento, e muitos congressistas e outros políticos, nos bastidores, estavam torcendo para que Bolsonaro levasse adiante a relação hostil com o Supremo Tribunal Federal (STF) e causasse uma ruptura institucional. As revelações foram feitas em entrevista à Veja, veiculada nesta sexta-feira (17). 

“O presidente estava se sentindo acuado e constrangido. Mas não chegou a pensar em fazer alguma coisa. Ele estava vendo que havia uma fritura, uma tentativa de encurralá-lo por parte de algumas pessoas. Aquele discurso em frente ao Congresso foi reativo. Havia uma conspiração em andamento para derrubar o governo”, continuou. 

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Em uma outra resposta, falou que há ministros do STF que ampliaram a hostilidade já existente entre os dois Poderes, com decisões que fizeram o presidente se irritar com o Judiciário. “O Sete de Setembro [foi o dia mais tenso]. Bolsonaro já estava saturado com uma sequência de decisões do Judiciário que a gente entendia que eram absurdas, tomadas para provocar, desgastar. Há ministros ponderados no STF, que têm de fazer os outros entenderem que não dá para alguém se intitular o salvador da Pátria, como se estivesse defendendo o Brasil de um ditador chamado Bolsonaro”, disse Flávio 

Perguntado se a afirmação era sobre o ministro do Supremo Alexandre de Moraes, disse que não citaria nomes, mas que deixaria que “vistam a carapuça”. O senador continuou no tópico e disse que haviam conselheiros dizendo ao presidente que ele não devia mais ceder ao Supremo, pois a Corte “havia ultrapassado o limite”. Segundo Flávio, Bolsonaro voltou atrás por “sabedoria” e “pelo bem do Brasil”. O Zero Um não identificou nenhum dos conselheiros, mas afirmou que, se o pai fosse seguir todos esses conselhos, seria um ditador. 

O ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (sem partido) e o ex-juiz Sérgio Moro também foram mencionados e alvos de críticas e ofensas por parte de Flávio. Segundo o parlamentar, Maia trabalhou, nos bastidores, para derrubar o governo e tentou atrair ministros do Supremo para um suposto plano que levaria ao impeachment. A informação, segundo o filho de Bolsonaro, foi passada a ele diretamente por um dos ministros contactados pelo opositor. Sobre Moro, voltou a chamá-lo de traidor e questionou acusações antigas do ex-ministro do governo. 

“Moro, além de traidor, é mentiroso. Em relação à Polícia Federal, o que ela poderia interferir para me proteger? Nada. Se ele mostrasse quem era desde o início, se tivesse caráter, sequer aceitaria entrar no governo. Tenho grande desprezo por ele”. 

Por fim, afirmou que o Governo Federal está aberto ao diálogo com o Supremo e acredita que o desgaste na relação entre as duas forças não é uma total verdade. “As coisas melhoraram trazendo o presidente para perto dos onze ministros. A relação institucional, sob meu ponto de vista, está pacificada. Não há nenhuma possibilidade de meu pai fazer algo fora da Constituição”, concluiu. 

 

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal decide na tarde desta terça-feira, 30, os rumos da investigação sobre as rachadinhas no gabinete do senador Flávio Bolsonaro à época em que ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O colegiado vai debater dois processos relacionados ao caso - um recurso do Ministério Público fluminense contra decisão que garantiu foro privilegiado ao filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro e ainda um pedido da defesa do parlamentar para que as apurações sejam arquivadas.

O caso foi pautado pelo ministro Kassio Nunes Marques - indicado por Bolsonaro à corte - após permanecer um ano na fila para julgamento e ser retirado de pauta quatro vezes. A análise do caso foi marcada depois de uma série de revesses para a investigação Superior Tribunal de Justiça, entre elas a indicação do ministro João Otávio Noronha indicar que o caso só poderá avançar se o Ministério Público do Rio de Janeiro apresentar nova denúncia contra os investigados.

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Flávio Bolsonaro é acusado dos crimes de peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro, juntamente com o ex-assessor Fabrício Queiroz, apontado como operador do esquema, e outros 15 ex-assessores. Na denúncia apresentada à Justiça fluminense em novembro de 2020, o Ministério Público apontou que a organização criminosa comandada por Flávio Bolsonaro desviou R$ 6.100.091,52 dos cofres da Assembleia Legislativa do Rio, mediante desvio de pagamentos de doze 'funcionários fantasmas'.

O processo, no entanto, está praticamente parado desde que o Tribunal de Justiça do Rio garantiu foro especial ao senador e transferiu a investigação para segunda instância. Foi contra tal decisão que o Ministério Público se insurgiu e acionou o Supremo Tribunal Federal. No entanto, enquanto o caso não era analisado pela corte máxima, os advogados do filho '01' de Bolsonaro usaram a decisão para contestar a validade das apurações feitas até então, culminando na série de revesses sofridos pela Procuradoria fluminense no STJ.

Em uma das decisões mais sensíveis para as apurações, o Superior Tribunal de Justiça chegou a anular todas as decisões de primeira instância no âmbito da investigação. O entendimento provocou reação entre integrantes do Ministério Público, que classificaram a decisão como 'equivocada'. Na ocasião, o procurador regional Douglas Fischer chegou a indicar que o STJ 'invocou uma decisão que não decidiu o que ele disse que decidiu'.

A indicação faz referência ao tema que será enfrentado pela Segunda Turma nesta terça-feira, uma das brechas deixadas pela decisão do Supremo Tribunal Federal que restringiu o foro por prerrogativa de função a crimes cometidos durante o mandato e relacionados ao mesmo. A ponta solta em questão diz respeito ao chamado mandato cruzado, sendo que, em maio, o STF já enfrentou uma das possibilidades ligadas a ele. Na ocasião, a corte máxima decidiu que deputados federais que viraram senadores - ou o contrário - mantêm a prerrogativa de foro privilegiado.

À época, o Estadão mostrou que a defesa de Flávio Bolsonaro usaria a decisão para tentar garantir o foro privilegiado do filho do presidente da República nas investigações sobre as "rachadinhas" em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio. A situação de Flávio, no entanto, é diferente da examinada pelo Supremo: o parlamentar deixou o cargo de deputado estadual para assumir uma vaga no Senado.

Na manhã desta terça-feira (30), o presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL e aproveitou para trazer o senador Flávio Bolsonaro de volta ao Centrão. O evento que também marcou a saída do filho do Patriota reuniu líderes do bloco no Congresso, no auditório do complexo Brasil 21, em Brasília.

Flávio citou que a nova casa vai lhe disponibilizar mais "força, musculatura, seriedade e profissionalismo" caso confirme a candidatura para o próximo ano.

LeiaJá também: Bolsonaro se filia ao PL e volta ao Centrão

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Com 43 deputados federais, o PL é a terceira bancada mais robusta da Câmara e, por isso, Flávio revelou que gostaria de ter feito a mudança há mais tempo. 

Moro traidor

Ele agradeceu nominalmente a presença dos líderes do PP, PSL, Republicanos, Avante, PSC, Patriota e destacou o fato do bloco "não ter traído o presidente".

"A Política pode até perdoar traição, mas não perdoa o traidor", mencionou Flávio antes começar uma série de ataques contra o ex-ministro Sergio Moro. Mesmo sem citar expressamente o ex-juiz, o senador sugeriu que ele dificultou a venda de armas e seria favorável ao aborto.

Em seu livro sobre o período no Governo Bolsonaro, Moro relata que o presidente o impediu de investigar Flávio nas denúncias de rachadinhas. A restrição teria mostrado que a gestão não era comprometida com o combate à corrupção, não à toa, Jair costumava trocar os chefes da Polícia Federal (PF) para defender interesses próprios. A condição teria sido determinante para deixar o Ministério.

Em seu discurso de filiação, o senador rebateu as acusações e disse que, na verdade, Moro que havia interferido na PF.

O ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou nesta quarta-feira (24) que a ação penal das "rachadinhas", envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (Patriota-RJ) e seu ex-assessor Fabrício Queiroz, só poderá avançar caso o Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) apresente nova denúncia contra os investigados, e não se ampare em provas anuladas pela Corte.

No início do mês, a Quinta Turma do STJ havia anulado todas as provas reunidas pelo juiz de primeira instância Flávio Itabaiana contra o senador no caso.

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Na decisão, Noronha afirma que ficou convencido "de que houve, de fato, afronta ao acórdão prolatado pela Quinta Turma do STJ". "Em verdade, as imputações de condutas delituosas aos denunciados se apoiam, integralmente, em informações que derivam, direta ou indiretamente, das provas anuladas por esta Corte", escreveu.

A denúncia contra Flávio e Queiroz foi apresentada em outubro de 2020, mas não foi analisada. O senador é acusado de orquestrar organização criminosa, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e peculato. Em agosto deste ano, Noronha suspendeu provisoriamente a tramitação do processo sob o mesmo argumento de que provas descumpriram a decisão da Quinta Turma.

"Não são raras as menções à extração de elementos que derivam das medidas cautelares anuladas, tampouco às provas derivadas daquelas declaradas nulas", afirmou Noronha na decisão de ontem. O ministro escreveu que a denúncia apresenta prints de tela dos extratos bancários, análise de fluxo financeiro dos investigados, dentre outras provas oriundas da quebra de sigilo bancário dos denunciados - o STJ também anulou a possibilidade de uso desses elementos.

"Ora, se o sigilo bancário e fiscal dos denunciados foi restaurado, não há como se admitir que a acusação prossiga com base em peça que o viola pela sua mera leitura."

Origem

O caso teve início com identificação de movimentação financeira atípica na conta de Queiroz pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), quando Flávio ainda era deputado estadual na Assembleia Estadual do Rio de Janeiro (Alerj). A investigação está parada há mais de um ano na Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que deve determinar em qual foro o filho do presidente Jair Bolsonaro deverá ser julgado.

As defesas de Flávio e Queiroz não foram localizadas pela reportagem até a conclusão da reportagem.

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