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A minoria yazidi, à qual pertence Nadia Murad, que recebe nesta segunda-feira (10) o prêmio Nobel da Paz, tem sido uma das mais vulneráveis no Iraque, e foi particularmente afetada pelas atrocidades cometidas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

Assim como milhares de mulheres e meninas de sua comunidade, Nadia Murad foi reduzida à condição de escrava sexual pelo EI em 2014, antes de conseguir escapar. Ela milita para que a perseguição contra os yazidis seja reconhecida como genocídio.

No mundo inteiro, os yazidis somam um milhão e meio, e um terço desta comunidade se encontra no Iraque. Outras comunidades estão estabelecidas na Turquia, na Geórgia e na Armênia, sem contar a diáspora no Ocidente, segundo o site do Vaticano.

Vivendo em cantos remotos das montanhas do Curdistão, os yazidis, comunidade de língua curda, seguem uma religião, cujas origens remontam ao mazdeísmo, nascido no Irã há quase 4.000 anos, e ao culto de Mitra. Com o tempo, incorporaram elementos do Islã e do Cristianismo.

Os yazidis oram a Deus em direção ao sol e veneram sete anjos, sendo o mais importante deles Melek Taus, ou Anjo-Pavão. Eles pronunciam suas orações em curdo e não têm nenhum livro sagrado.

A tradição yazidi proíbe o casamento fora da comunidade e até mesmo em seu próprio sistema de castas. As crenças e práticas dos yazidis - como a proibição de comer alface e vestir a cor azul - são considerados por seus críticos como satânicas.

Os muçulmanos ortodoxos consideram o pavão uma figura demoníaca, e os yazidis foram rotulados como "adoradores do diabo".

Como iraquianos não-árabes e não-muçulmanos, têm sido uma das minorias mais vulneráveis do país. Milhares de famílias fugiram do Iraque em razão da perseguição do governo de Saddam Hussein, em particular para a Alemanha.

A Constituição iraquiana de 2005 reconheceu o direito desta comunidade de praticar seu culto e reservou a ela assentos na Assembleia Nacional e no Parlamento autônomo curdo.

Em agosto de 2007, enormes caminhões-bomba destruíram quase inteiramente duas aldeias yazidis no norte do Iraque. Mais de 400 pessoas foram mortas nas explosões.

Em agosto de 2014, o destino dos yazidis mudou, quando o EI conquistou os arredores do Monte Sinjar, reduto desta comunidade no norte do Iraque. Em poucas horas, milhares de pessoas fugiram pelas montanhas áridas, procurando refúgio no Curdistão iraquiano. Outras centenas, talvez milhares, morreram no ataque, ou durante a fuga nas montanhas.

Segundo a Anistia Internacional, os jihadistas executaram homens e sequestraram centenas, talvez milhares, de mulheres, que foram vendidas como noivas para combatentes, ou reduzidas à condição de escrava sexual.

Dos 550.000 yazidis no Iraque antes da perseguição jihadista, quase 100.000 deixaram o país, e outros foram para o Curdistão.

Desde agosto de 2014, especialistas da ONU pediram à comunidade internacional uma ação urgente para impedir "um potencial genocídio" contra os yazidis. Em setembro de 2017, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução proposta pelo Reino Unido para ajudar o Iraque a reunir provas dos crimes atribuídos ao EI.

E, em agosto de 2018, os investigadores da ONU começaram a recolher no Iraque as provas dos massacres e de outras atrocidades cometidas pelo EI.

Além da minoria yazidi, dezenas de milhares de cristãos iraquianos, a maioria seguidores da Igreja Católica Caldeia, também fugiram em agosto, após a ofensiva do EI, que detém muitas cidades e vilas cristãs da planície de Nínive (norte).

A polícia de Bagdá informou que quatro pessoas foram mortas em quatro diferentes explosões de bombas na capital iraquiana. Dois dos explosivos estavam em minivans.

As explosões ocorreram no fim da tarde de domingo (4) e aparentemente tinham como alvo distritos xiitas da cidade. Autoridades policiais afirmam que as explosões foram relativamente pequenas. Segundo eles, ao menos 20 pessoas ficaram feridas.

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O grupo Estado Islâmico assumiu a autoria dos ataques por meio de uma declaração publicada pela agência Amaq. O conteúdo da nota circulou ainda nas redes sociais.

O grupo militante continua a promover terrorismo no Iraque, usando sequestros e explosões a bomba, mesmo depois de perder o controle de quase todos os territórios no país para forças iraquianas no último ano. O grupo promove violência contra xiitas em todo o mundo islâmico. Fonte: Associated Press.

Uma renovada seleção argentina entrou em campo nesta quinta-feira para encarar o Iraque, em amistoso realizado na cidade de Riad, e goleou por 4 a 0. Mesmo com uma equipe bastante renovada e sem contar com Lionel Messi, os argentinos não tiveram qualquer dificuldade para derrotar o adversário antes do encontro com o Brasil.

Ainda juntando os cacos pela decepcionante campanha na última Copa do Mundo, a Argentina agora se prepara para o clássico sul-americano. Na terça-feira, a seleção encara em Jeddah o Brasil, que duela nesta sexta com a Arábia Saudita.

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O técnico-interino Lionel Scaloni optou por esboçar uma renovação na seleção argentina, deixando de fora da convocação Messi, Di María, Agüero, entre outros. Entre os nomes que foram titulares nesta quinta, estiveram alguns jovens como Bustos, Paredes, Rodrigo de Paul e Lautaro Martínez.

E coube justamente a Lautaro Martínez abrir o placar. Joia revelada pelo Racing e contratada pela Inter de Milão, o atacante recebeu cruzamento de Acuña e desviou de cabeça para a rede, aos 17 minutos. Aos sete do segundo tempo, Roberto Pereyra recebeu de Dybala com muito espaço e ampliou.

Com o Iraque entregue, a Argentina ainda marcaria mais duas vezes antes do apito final. Aos 37, após escanteio da direita e desvio na primeira trave, Pezzella ampliou de cabeça. E, nos acréscimos, Franco Cervi deixou o seu após rápida arrancada e finalização cruzada.

Nos outros amistosos já encerrados desta quinta, destaque para dois empates. A Turquia recebeu a Bósnia em Rize e não passou de um 0 a 0. Já Emirados Árabes Unidos e Honduras se enfrentaram em Barcelona e ficaram no 1 a 1.

O embaixador da União Europeia (UE) no Iraque, Ramón Blecua, ficou doente por conta da contaminação da água em Basra, um problema que causou milhares de internações e foi alvo de violentas manifestações, anunciou o diplomata nesta quinta-feira (4).

Desde meados de agosto, a população de Basra (sul) enfrenta uma escassez de água potável. A que é distribuída pelas autoridades, contaminada pela água do mar, é salgada, e provocou a internação de 90.000 pessoas, vítimas de intoxicações, segundo a Alta Comissão iraquiana para os Direitos Humanos.

Ramón Blecua, que estava visitando Basra, também ficou doente, indicou no Twitter.

"Fiquei doente esta manhã e tive que cancelar várias reuniões. O médico da Unicef diagnosticou que a causa procedia da contaminação da água", assinalou Blecua.

"Não pretendia levar a minha solidariedade com o povo de Basra tão longe, mas agora entendo como se sentem", acrescentou.

No início de setembro, a cidade petroleira foi palco de violentas manifestações contra a corrupção dos dirigentes políticos e o mau estado dos serviços públicos, que deixaram 12 mortos.

Os protestos derivaram no incêndio da sede do governo, do consulado do Irã e da maioria das sedes de grupos armados e partidos políticos.

Um ataque suicida com carro-bomba deixou sete mortos nesta quarta-feira (29) em um antigo reduto do Estado Islâmico (EI) na região oeste do Iraque, informou uma autoridade de segurança do país. O ataque foi reivindicado pelo grupo jihadista.

De acordo com o major general Qasem al-Dulaimi, o terrorista levou um veículo carregado de explosivos a um posto de segurança administrado conjuntamente pelo Exército iraquiano e pelas Forças de Mobilização Popular na entrada sul da cidade de al-Qaim, localizada a cerca de 30 quilômetros da fronteira com a Síria,

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Uma onda de sequestros e ataques de estilo guerrilheiro em áreas desérticas no centro do Iraque desde meados de junho tem gerado preocupações no país.

O Iraque busca se recuperar da guerra contra o grupo jihadista, que já dura três anos. Autoridades iraquianas declararam vitória sobre o EI no final do ano passado, depois da retomada de Mossul, segunda maior cidade do país, em uma batalha liderada pelos Estados Unidos contra os terroristas. Fonte: Associated Press

Uma equipe de investigadores da ONU começou a trabalhar no Iraque para reunir evidências sobre os massacres da minoria yazidi e outras atrocidades cometidas pelo grupo Estado Islâmico (EI), segundo uma carta da organização publicada nesta quinta-feira (23).

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse ao Conselho de Segurança na missiva, enviada em 17 de agosto, que os investigadores liderados pelo advogado britânico de direitos humanos Asad Ahmad Khan começariam a trabalhar no primeiro dia desta semana.

No ano passado, o conselho adotou por unanimidade uma resolução para a realização da investigação a fim de ajudar a levar os perpetradores dos crimes do EI à Justiça, uma causa defendida internacionalmente pela advogada de direitos humanos Amal Clooney.

A advogada britânico-libanesa representa as mulheres yazidis que foram pegas como reféns e usadas como escravas sexuais pelo EI em sua passagem pela região iraquiana de Sinjar, em agosto de 2014.

As Nações Unidas descreveram os massacres dos yazidis como um possível genocídio, e Clooney teve aparições de alto nível perante o órgão mundial para exigir ação.

Dezenas de milhares de yazidis fugiram do massacre de agosto de 2014 em Sinjar, e as investigações sobre direitos humanos da ONU documentaram terríveis denúncias de abuso sofridas por mulheres e meninas.

Guterres disse ao conselho que Khan, que foi nomeado em fevereiro, já realizou uma primeira missão no Iraque de 6 a 14 de agosto.

Os investigadores reunirão evidências sobre crimes de guerra, crimes contra a humanidade ou genocídio para seu uso nos tribunais iraquianos, que vão realizar julgamentos de militantes do EI, de acordo com a resolução.

Vários objetos de até 5.000 anos de antiguidade saqueados no Iraque em 2003 após a queda do regime de Sadam Hussein voltarão ao país, depois de terem sido identificados por especialistas do British Museum, anunciou nesta quinta-feira (9) o museu londrino.

A polícia de Londres confiscou em maio de 2003 oito objetos pequenos de um vendedor da capital britânica, e encarregou aos especialistas do British Museum que descobrissem sua origem. Foi determinado que vinham de Tello, no sul do Iraque, onde a instituição realiza um programa de escavações.

Vários destes objetos, entre eles três cones de argila, tinham inscrições cuneiformes que indicavam que provinham de um templo da cidade suméria de Girsu, hoje conhecida como Tello.

Entre os tesouros encontrados há um pequeno amuleto de mármore branco que representa um animal de quatro patas, um carimbo de mármore vermelho com dois quadrúpedes, um carimbo de calcedônia branca gravado, uma pequena cabeça de garrote de alabastro e uma pedra polida com uma inscrição cuneiforme.

Os objetos serão entregues formalmente na sexta-feira ao embaixador do Iraque no Reino Unido, Salih Hussain Ali. Este agradeceu ao British Museum seus "esforços excepcionais de identificação e devolução das antiguidades saqueadas no Iraque".

"Este tipo de colaboração entre Iraque e Reino Unido é vital para a preservação e a proteção do patrimônio iraquiano", disse o embaixador, citado pelo museu.

Para Hartwig Fischer, diretor do British Museum, a devolução destes objetos é um "símbolo das relações sólidas de trabalho que desenvolvemos nos últimos anos com nossos colegas iraquianos".

O British Museum está envolvido há bastante tempo na salvaguarda dos tesouros da história iraquiana. Já em 2003 advertiu sobre os saques do patrimônio cultural do país e em 2015 lançou um programa para formar os especialistas iraquianos sobre as últimas tecnologias para conservar e documentar melhor sua herança cultural.

Notas musicais para aliviar a dor da guerra no Iraque. O violoncelista e maestro de uma orquestra iraquiana-americana Karim Wasfi toca entre as ruínas de Mossul uma mensagem de "paz e coexistência".

Dezenas de pessoas assistiram sua apresentação nesta sexta-feira (29). Alguns usaram o celular para filmar o músico acompanhado da orquestra Nerkal, composta de violino, violão e alaúde.

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Os músicos tocaram entre os dois símbolos religiosos da cidade: o minarete inclinado - apelidado de corcunda pela população - e o convento dominicano Nossa Senhora da Hora, cujo relógio mostra a hora na cidade.

Os edifícios ficaram destruídos durante a batalha contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI), que transformaram a cidade em sua "capital" no Iraque até sua expulsão em julho de 2017.

"Esta música é uma mensagem de Mossul ao mundo inteiro, que contém os conceitos de segurança, paz e coexistência", afirma o ex-diretor da orquestra filarmônica de Bagdá, nascido no Cairo em 1977 e apelidado de "Rostropóvich iraquiano" em referência ao célebre violoncelista russo.

"Convocamos as empresas, os investidores e as organizações a vir participar da reconstrução da cidade, em particular, a cidade velha destruída", acrescentou.

As autoridades iraquianas realizaram uma campanha de retirar os escombros de Mossul, primeira etapa da reconstrução da cidade.

O papa Francisco anunciou neste domingo um consistório no dia 29 de junho durante o qual nomeará 14 novos cardeais, procedentes de países como Iraque, Paquistão, Madagascar ou Japão.

Em caso de conclave, 11 deles (com menos de 80 anos) poderão participar na escolha de um novo papa.

"Tenho a felicidade de anunciar que em 29 de junho acontecerá um consistório para a nomeação de 14 novos cardeais. Sua origem mostra a universalidade da Igreja", declarou o papa, pouco depois da tradicional oração de Pentecostes no palácio apostólico na praça de São Pedro.

O Iraque realiza eleição nacional neste sábado, a primeira do país desde a declaração de vitória sobre o grupo Estado Islâmico. Não há um favorito claro mesmo após semanas de campanha oficial. O primeiro ministro Haider al-Abadi enfrenta forte competição de partidos políticos com laços mais estreitos com o Irã.

A eleição, a quarta desde a derrubada de Saddam Hussein pelos EUA em 2003, será realizada eletronicamente pela primeira vez, numa tentativa de reduzir a fraude. Centros de votação foram criados para boa parte das 2 milhões de pessoas do país que foram deslocadas pela guerra contra o Estado Islâmico.

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Embora os combates contra o grupo extremista tenham sido encerrados e Bagdá esteja experimentando uma relativa calmaria em relação a ataques insurgentes, as

forças de segurança do país impuseram rígidas medidas de segurança antes da votação, com toque de recolher na capital.

Al-Abadi assumiu o cargo apenas algumas semanas depois de os combatentes do Estado Islâmico invadirem quase um terço do território iraquiano, no verão de 2014, e desde então o primeiro ministro supervisionou a guerra com o apoio próximo da coalizão liderada pelos EUA e o Irã.

Apesar das conquistas militares de al-Abadi, o Iraque continua a lutar contra a desaceleração econômica provocada em parte pela queda nos preços globais do petróleo, pela corrupção e pelos anos de impasse político.

Os oponentes mais poderosos de Al-Abadi são seu antecessor, Nouri al-Maliki, e

uma aliança de candidatos com laços estreitos com os poderosos do país, principalmente forças paramilitares xiitas. A aliança, chamada "Fatah", é dirigida por Hadi al-Amiri, ex-ministro dos transportes, que se tornou comandante sênior de

combatentes paramilitares na luta contra o Estado Islâmico. Outro candidato importante é o clérigo Muqtada al-Sadr, que também comandou combatentes na recente guerra e liderou uma poderosa milícia que lutou contra as forças dos EUA no Iraque antes disso, mas sua campanha eleitoral se concentrou sobre questões sociais e combate a corrupção do governo.

No total, há 329 assentos no parlamento em jogo, com quase 7.000 candidatos

de dezenas de alianças políticas. O resultado da eleição é esperado para 48 horas após a votação, de acordo com o órgão independente que supervisiona a eleição.

Fonte: Associated Press

Bagdá, 06/05/2018 - O primeiro-ministro do Iraque, Haider al-Abadi, anunciou neste domingo que o país lançou um ataque aéreo na vizinha Síria contra o grupo Estado Islâmico.

Segundo al-Abadi, a ação é a mais recente de uma série de incursões na fronteira lançada contra o grupo extremista nas últimas semanas. Forças do Iraque e da Síria tem expulsado o Estado Islâmico de todo o território que haviam ocupado, mas o grupo ainda opera em áreas remotas ao longo da fronteira.

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O anúncio ocorre dias antes das eleições nacionais no Iraque, na qual al-Abadi espera garantir um segundo mandato como primeiro-ministro. Em sua campanha ele frequentemente tem reforçado sua participação em movimentos que tem como objetivo derrotar o grupo extremista. Fonte: Associated Press.

O Tribunal Penal Central de Bagdá, no Iraque, condenou à prisão perpétua oito mulheres estrangeiras por se filiarem ao grupo terrorista Estado Islâmico. O anúncio  foi realizado pelo Conselho Supremo de Justiça Iraquiana.

Três das mulheres são da Turquia, outras três do Azerbaijão, uma do Uzbequistão e outra da Síria. Todas serão deportadas após cumprir a condenação que no país iraquiano corresponde a um período de 20 anos.

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 Em dezembro de 2017, o primeiro ministro Haidar Al Abadi anunciou o fim da guerra contra o grupo terrorista no país, que durou três anos depois que eles conquistaram quase a metade do território iraquiano. Centenas de membros do grupo ou suspeitos de colaborar com a organização foram presos, dos quais muitos foram condenados à prisão perpétua ou a pena de morte.

Milhares de iraquianos protestaram neste domingo em várias cidades do Iraque contra os ataques ocidentais na Síria, convocados pelo líder xiita Moqtada Sadr, e alguns queimaram bandeiras americanas.

"Parem de destruir a Síria como destruíram nosso país", gritou a multidão reunida na praça Tahrir, no centro de Bagdá, quinze anos depois da investida do Iraque liderada pelos Estados Unidos e da queda do regime de Saddam Hussein.

Dezenas de homens que erguiam bandeiras iraquianas e sírias, assim como mulheres totalmente vestidas de preto, queimaram a bandeira americanas aos gritos de "Não aos Estados Unidos, não ao bombardeio do povo sírio!".

No sábado, o Iraque expressão sua "preocupação" depois que Estados Unidos, França e Reino Unido realizaram bombardeios contra o regime de Bashar al Assad, acusado de perpetrar um ataque químico contra uma cidade rebelde em 7 de abril.

Durante os protestos do domingo, especialmente em Bagdá, Nayaf (sul) e Basora (sul), também houve gritos de ordem contra o Reino Unido e a França.

"Salam Aleikum, queridos ouvintes, onde quer que vocês estejam": todas as sextas-feiras, o apresentador introduz assim as confissões dos jihadistas condenados à morte no Iraque antes de conduzi-los sob escolta para a cena de seu crime.

Em um país que foi aterrorizado pelo grupo Estado Islâmico (EI), cada programa exibe, em horário nobre, imagens - às vezes insustentáveis - dos crimes atribuídos à pessoa interrogada, algemada e vestida com uma túnica laranja, ou amarela.

"Recebo informações do Ministério do Interior, da Defesa, ou da Segurança Nacional, que os capturou. Eles escolhem o caso a ser processado. Eu peço permissão ao Ministério da Justiça para entrevistar o condenado", explica Ahmad Hassan, de 36 anos, que apresenta desde o final de 2013 "Nas garras da lei" no canal oficial Iraqiya.

O programa comemora sua 150ª edição e está longe de parar, porque mesmo que o EI "tenha perdido militarmente, sua ideologia ainda existe", afirma.

"Seus seguidores consideram os outros como infiéis e continuarão a assassinar enquanto a ideologia persistir", diz ele.

- Imagens chocantes e reconstituição -

O programa sempre começa com imagens chocantes, como a foto de cerca de 50 membros da tribo de Abu Nimr mortos em um mar de sangue. Eles foram executados pelo EI em Hit, no oeste do país.

Então, aparece um dos assassinos condenados, Mithaq Hamid Hekmet, de 41 anos, que conta o massacre em detalhes e dá os nomes dos que participaram.

Outros vídeos gravados pelo EI mostram o ataque a uma joalheria, atentados, um caminhão recheado com 750 quilos de explosivos, a execução de seis homens ajoelhados, usando túnicas laranjas, ou sequestros.

Na maioria dos episódios, os culpados vão ao local para a reconstituição dos crimes.

Um responsável pelas finanças do EI, Mohammad Hamid Omar, apelidado de Abu Hajjaj, detalha sua especialidade: a extorsão de farmácias, escolas, agências imobiliárias, postos de gasolina, médicos.

O apresentador assegura que interroga apenas pessoas já "condenadas". Para a maioria, o veredicto é a pena de morte, mas algumas pessoas recebem prisão perpétua, ou terão de passar 20 anos atrás das grades.

A maioria é iraquiana, mas também há pessoas de outros países árabes.

"Algumas das pessoas que entrevistei já foram executadas. É responsabilidade da Justiça, não minha", exime-se.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos contabilizou 106 execuções em 2017, principalmente por terrorismo. O artigo 4 da lei antiterrorista iraquiana estipula que toda pessoa que cometa, incite, planeje, financie, ou assista a atos de terrorismo será condenada à morte.

Terno bege, gravata e sapatos marrons, Ahmad Hassan assegura que os condenados participam voluntariamente de seu programa e sabem que isso não reduzirá sua pena.

- 'Por que você matou meus filhos?' -

"Se eles fazem isso, é porque têm arrependimentos, querem mostrar os atos horríveis que cometem e revelam o modo de pensar do grupo ao qual pertenciam, para dissuadir outros de cometerem o mesmo erro", justifica ele.

Mas os momentos mais pungentes são os encontros entre as mães das vítimas e os assassinos.

"Por que você matou meus dois filhos, Ahmed e Hamid? Eles eram seus amigos. Eles te prejudicaram? Por que você destruiu minha família?", pergunta a mulher, toda de preto, de frente para os três homens que baixam a cabeça. Seus dois filhos eram policiais.

Outra mãe diz a quatro prisioneiros: "Como vocês podem comer com as mãos que mataram meu filho atirando na cabeça?".

De acordo com o porta-voz do Ministério do Interior, o general Saad Maan, "as pessoas podem ver, graças a esse programa, que as forças de segurança estão fornecendo informações verdadeiras, e isso cria conexões com as pessoas".

Às organizações de direitos humanos que criticam a exibição na televisão de condenados que certamente serão executado, Ahmad Hassan afirma: "As entrevistas não desrespeitam os direitos humanos".

"Não estamos pressionando ninguém, mas estamos em uma situação de guerra, e é melhor se concentrar nos direitos das vítimas, e não nos dos terroristas", insiste.

As iraquianas refugiadas em Pernambuco Magina Darwish, 20 anos, e Ida Aman Heji, 24, solicitaram a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) nesta segunda-feira (29). Juntas com a criança Lavan Dawud, 4, elas foram interceptadas com passaportes falsos no Aeroporto Internacional do Recife na madrugada de 30 de dezembro enquanto tentavam fugir da guerra civil em seu país.

Os passaportes oficiais dos três já foram entregues e o pedido de refúgio no Brasil também já foi oficializado junto ao Comitê Nacional para Refugiados (Conare), que já expediu o protocolo que servirá como documento garantindo a legalidade no país provisoriamente. Além da Carteira de Trabalho, Magida e Ida também já têm registro no Cadastro da Pessoa Física (CPF).

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As mulheres pretendem aprender a língua portuguesa, conseguir emprego e, assim, darem continuidade a um novo projeto de vida em Pernambuco. O garoto Lavan, segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, está frequentando a escola e já pronuncia algumas palavras em português como "obrigado", "bom dia" e "mosquito".

"Diferente de onde estávamos, a vida aqui tem sido tranquila e agradecemos a todos os envolvidos pelo que vêm nos proporcionando. Estamos nos estabelecendo aos poucos, mas não é uma situação fácil. Estamos longe das nossas famílias. Isso é muito doloroso", conta Magida. 

Os iraquianos permanecem abrigados na Comunidade Obra de Maria, em São Lourenço da Mata, até conseguirem se manter financeiramente no Estado. De acordo com o Conare, enquanto os trâmites processuais para legalização das iraquianas no país estão em andamento, elas não poderão ser extraditadas. O órgão possui cerca de 50 mil pedidos de refúgio e o prazo para julgamento é de pelo menos dois anos.

Com informações da assessoria

 

A alegria voltou a Mossul este ano, na primeira missa de Natal após a expulsão dos extremistas do Estado Islâmico. Pouco importa que os enfeites da igreja de São Paulo sejam modestos e que haja blindados no exterior. No lado de dentro, o clima é de festa.

Cinco meses depois da "libertação" da segunda cidade mais populosa do Iraque, a missa começou com a execução do hino nacional, seguido do 'zagrouta' (grito com o qual as mulheres expressam alegria).

Em meio à multidão, Hossam Abud, de 48 anos, em cadeira de rodas, está contente em assistir à missa pela primeira vez desde que retornou a Mossul no começo do mês. Quando o grupo Estado Islâmico (EI) ocupou a cidade, em junho de 2014, ele se refugiou no vizinho Curdistão iraquiano.

Esta missa, a primeira na cidade desde maio de 2014, "marca o retorno da vida a Mossul", assegura.

"Com esta missa, enviamos uma mensagem de paz e de amor porque Cristo é o mensageiro da paz e sem paz não há vida", explica à AFP o patriarca da igreja católica caldeia, monsenhor Louis Sako, que celebrou o culto.

'Todos irmãos'

Farqad Malko también voltou há um mês do Curdistão. Para ela, é uma mensagem dirigida ao EI: "com esta celebração, dizemos-lhes que todos os moradores de Mossul são irmãos, seja qual for sua religião, sua etnia e apesar de todos os anos e dos sofrimentos que lhes infligiram".

Estar aqui é "uma alegria imensa", disse em meio a canções natalinas, as primeiras entoadas desde dezembro de 2013.

Nos últimos dias, voluntários repararam os danos na igreja de São Paulo, a única ainda aberta na cidade, e instalaram cortinas brancas e vermelhas para ocultar as marcas da guerra.

Entre velas, pinheiros e lençóis brancos para tapar os buracos nas vidraças danificadas em combates e explosões, os moradores muçulmanos acompanharam neste dia os fiéis cristãos. Também estiveram presentes autoridades locais e comandos militares.

Em frente à igreja, havia uma imponente mobilização de forças de segurança, assim como nos cruzamentos por onde se chega a este templo, situado na parte leste da cidade, a menos destruída pela guerrilha urbana.

Blindados e veículos militares posicionados nos arredores da igreja e a foto de um "mártir" cristão de Mossul, assassinado pelos extremistas islâmicos, relembram os fiéis os três anos de ocupação do grupo radical, autor de uma infinidade de atrocidades e atentados.

Durante este período, os jihadistas perseguiram as minorias religiosas, em particular os yazidis e os cristãos caldeus e siríacos da planície de Nínive (província da qual Mossul é capital), o que desencadeou um êxodo em massa.

'Incentivar a volta'

Agora, "é preciso reconstruir as igrejas destruídas na cidade para incentivar a volta dos cristãos", afirma Abud, cuja família foi uma das últimas cristãs a partir.

Desde a invasão do Iraque, liderada pelos americanos em 2003, as autoridades locais estimam que cerca de 90% da população cristã tenha fugido de Mossul.

Quando os jihadistas chegaram, restavam apenas 2.000 famílias cristãs, segundo a associação Fraternidade no Iraque.

Agora que os jihadistas foram expulsos, "os cristãos deslocados no Iraque ou refugiados fora do país devem voltar rapidamente", afirma o monsenhor Sako, líder da principal igreja cristã no Iraque. E "desempenhar um papel ativo na reconstrução".

Segundo Durid Tobia, assessor do governo para assuntos cristãos, "entre 70 e 80 famílias cristãs voltaram a Mossul e outras o farão em breve".

Mina Ramez, de 20 anos, voltou para casa com sua família há dois meses. Justo a tempo para o começo das aulas na universidade.

"É nossa terra, são nossas casas, e faremos o que pudermos com nossos irmãos de todas as religiões para reconstruir Mossul", afirma à AFP."Não abandonaremos nunca a terra que nos viu nascer". A presença cristã em Mossul remonta ao século IV.

O último balanço de vítimas fatais do terremoto que atingiu cidades do Irã e do Iraque no último domingo (12) subiu para 530, informou a agência estatal Irna nesta terça-feira (14). Há ainda mais de oito mil feridos e cerca de 30 mil imóveis foram destruídos.

Hoje, o presidente do Irã, Hassan Rohani, visitou as áreas mais afetadas, especialmente a cidade de Sarpol-e Zahab e que é a que contabiliza o maior número de mortos por conta do tremor de 7,3 graus de magnitude.

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De acordo com Rohani, o governo central irá "acelerar o processo de resgate" e de ajuda aos afetados pela tragédia natural.

Por conta da gravidade da situação, as equipes de buscas anunciaram que encerraram a procura por sobreviventes sob os escombros das casas para se focar na ajuda aos feridos e desabrigados. Há milhares de pessoas passando os dias em barracas, com medo das réplicas do tremor, que já chegam às 200 em 48 horas. 

Da Ansa

O papa Francisco está "profundamente triste" pelo "grave terremoto" que atingiu o Iraque e o Irã e assegura para "todos os atingidos por essa tragédia a sua solidariedade nas orações".

É o que consta em dois telegramas enviados pelo Pontífice, e assinados pelo secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, aos governos das duas nações nesta segunda-feira (13).

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O líder católico afirma que, ao exprimir "sua dor por todos aqueles que choram a perda de seus entes queridos", ele oferece ainda "as suas orações para os mortos" e as "bençãos divinas de consolação e força" para as autoridades e para aqueles que estão envolvidos nos esforços de salvamento.

Da Ansa

Um violento terremoto atingiu a fronteira entre Irã e Iraque no fim do domingo e deixou ao menos 207 pessoas mortas e outras 1.686 feridas apenas em uma montanhosa região do Irã, de acordo com a imprensa estatal. O governo de Bagdá, por sua vez, confirmou ao menos 7 mortes e 321 feridos do seu lado da fronteira.

O tremor de magnitude 7,3 teve como epicentro uma área 31 quilômetros distante da cidade iraquiana de Halabja, no leste do país, segundo o Centro de Pesquisa Geológica dos EUA. Ele ocorreu a uma profundidade de 23,2 quilômetros.

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O fenômeno foi sentido bem a oeste na costa do Mediterrâneo. Os piores estragos, porém, aparentemente se concentraram na província de Kermanshah, no oeste do Irã, situada nas Montanhas Zagros, que dividem Irã e Iraque. Moradores dessa região rural são em sua maioria agricultores e têm criações de animais.

Nas mídias sociais e na imprensa iraniana, foram veiculados vídeos de pessoas que fugiam de suas casas à noite. Ao menos 50 tremores secundários foram registrados.

A imprensa estatal iraniana informou sobre o aumento no número de vítimas no início desta segunda-feira e disse que as buscas serão aceleradas durante o dia. O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, enviou suas condolências às vítimas e pediu que as equipes façam todo o possível para ajudar os afetados, segundo a imprensa estatal.

A agência semioficial ILNA afirmou que ao menos 14 províncias do Irã foram afetadas pelos tremores. Autoridades informaram que as escolas nas províncias de Kermanshah e Ilam não abririam hoje. O Irã fica sobre grandes falhas geológicas e está sujeito a tremores quase diários. Em 2003, um terremoto de magnitude 6,6 na cidade de Bam deixou 26 mil mortos. O último grande tremor no país havia ocorrido em agosto de 2012 e deixou mais de 300 mortos.

No Iraque, um porta-voz do governo, o general Saad Maan, afirmou que todas as mortes registradas em seu país haviam ocorrido na região semiautônoma curda, no norte. Os tremores sacudiram prédios e casas em outras regiões do Iraque, de Irbil e Bagdá e foram sentidos até mesmo na província de Âmbar, no extremo oeste do país. Fonte: Associated Press.

As forças militares da Síria e milícias do Iraque anunciaram nesta quinta-feira (9) terem retomado o poder da cidade de Abukamal, na fronteira entre os dois países. O município era o último bastião do Estado Islâmico (EI) em toda a região. Dezenas de combatentes do EI tinham se alocado em Abukamal após a reconquista das cidades de Mosul, Raqqa, todas usadas como base do grupo terrorista.

De acordo com a emissora estatal de televisão síria, a retomada de Abukamal confirma que o Estado Islâmico perdeu todos os seus territórios ao longo do rio Eufrates. As operações contra a organização terroristas foram conduzidas em diversas frentes, parte delas realizada pela coalizão entre Rússia, Iraque e Síria, e outra liderada pelos Estados Unidos.

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Da Ansa

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