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O brasileiro Ygor Coelho conquistou nesta sexta-feira a primeira medalha de ouro do Brasil no badminton em uma edição de Jogos Pan-Americanos. Em Lima, no Peru, o carioca de 22 anos superou o canadense Brian Yang por 2 sets a 0, com parciais de 21/19 e 21/10. Na quinta, o Brasil já havia conquistado quatro bronzes na modalidade.

Ygor era um dos favoritos ao ouro. Não por acaso. Ele fora campeão pan-americano da modalidade em 2017 e também no ano passado. Em 2016, foi o primeiro brasileiro a competir no badminton nos Jogos Olímpicos do Rio.

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"Ainda não caiu a ficha. Agarrei muito bem as minhas oportunidades, lutei, fui para fora do País, me lesionei esse ano... Conquistar esse ouro foi sensacional", celebrou Ygor, que lembrou o que passou por sua mente no momento do triunfo na final. "O que passou pela minha cabeça foi toda minha dificuldade, toda minha história no esporte."

Ygor começou sua trajetória no badminton no projeto social Miratus, criado pelo seu próprio pai, Sebastião, na Comunidade da Chacrinha, no Rio de Janeiro. "Agradeço toda a estrutura do Comitê Olímpico do Brasil, à Alessandra, minha psicóloga, que me deu muitos trabalhos mentais, deixou minha cabeça pronta para essa conquista."

Atualmente, o jogador brasileiro vive e treina na Dinamarca, onde conta com o apoio da treinadora local Nadia Lyduch, contratada em uma parceria entre o COB e a Confederação Brasileira de Badminton.

Sem ter conquistado medalhas de ouro, o Brasil perdeu para o Canadá a terceira colocação da classificação geral dos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru. No entanto, o país poderá retomar a posição nesta sexta-feira (2) no boxe e no badminton.

Com 36 ouros, os Estados Unidos continuam liderando o quadro de medalhas, sendo seguidos pelo México, que soma 16. Canadá e Brasil subiram no lugar mais alto do pódio 12 vezes, mas o país da América do Norte está na frente pelo número de medalhas de prata, que são 24 contra 12 da delegação brasileira.

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O Brasil disputará duas medalhas de ouro no boxe. No masculino, o atleta Hebert Carvalho pegará o cubano Arlen López Cardona. Já no feminino, a brasileira Beatriz Ferreira lutará contra a argentina Dayana Sanchez.

O país sul-americano também brigará pela inédita medalha de ouro no badminton. Na final do masculino, Ygor Coelho enfrentará o canadense Brian Yang, de apenas 18 anos.

Já nos saltos ornamentais e no stand-up paddle race, uma das novidades desta edição do Pan, o Brasil também lutará por medalhas.

Da Ansa

O Brasil encerrou sua participação na ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos, em Lima, com mais quatro medalhas e chegou a um total de 11 na modalidade, uma marca bastante expressiva, com quatro de ouro, quatro de prata e três de bronze. É a melhor campanha da história no Pan, superando a marca do Rio, em 2007.

Nesta quarta-feira, o Brasil fez mais uma dobradinha, desta vez na barra fixa. Chico Barretto conquistou o ouro e Arthur Nory foi prata numa prova que os atletas nacionais foram bastante superiores e o lugar no pódio foi decidido em detalhes. Já Caio Souza conquistou a prata nas barras paralelas enquanto Flavia Saraiva foi bronze no solo em um julgamento polêmico, com pedido de revisão de nota do Brasil, mas que não adiantou.

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A curiosidade em relação a essa dobradinha do Brasil no pódio na barra fixa foi que Nory, que iria disputar as paralelas, pediu para Chico ir em seu lugar, para se dedicar apenas ao outro aparelho. O brasileiro foi mal nas barras paralelas, mas na fixa tirou o ouro do companheiro em sua última ação em Lima, em uma disputa apertada e emocionante.

Antes, o Time Brasil havia conquistado o ouro por equipes no masculino e bronze por equipes no feminino, o ouro com Caio Souza e prata com Arthur Nory no individual geral, o bronze de Flavia no individual geral, o ouro de Chico Barretto no cavalo com alças e a prata de Arthur Zanetti nas argolas.

Nesta quarta-feira, Flavinha também ficou na quinta posição na trave. Ela chegou a se desequilibrar uma vez e na sequência acabou caindo, perdendo a chance de subir ao pódio. O jovem Luis Porto, por sua vez, encerrou sua participação no Pan com o sétimo lugar na prova de salto.

Ele teve um desequilíbrio no final do primeiro salto e acabou saindo da área do colchão. Sua nota foi rebaixada um pouco e ele não teve chance de brigar pelo pódio, que ficou com Audrys Nin, da República Dominicana (ouro), Jorge Alfredo Vega, da Guatemala (prata) e Alejandro de La Cruz, de Cuba (bronze).

O Brasil voltou a brilhar na ginástica artística nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, nesta segunda-feira (29). O time nacional faturou uma inédita dobradinha no individual geral masculino, com Caio Souza e Arthur Nory, medalhistas de ouro e prata, respectivamente.

Foi o primeiro pódio brasileiro no individual geral em um Pan. Antes o melhor resultado pertencia justamente a Caio, que obteve o quarto lugar nos Jogos de Toronto-2015. Nesta segunda, ele foi ainda melhor e garantiu a posição mais alta do pódio. E ainda teve a companhia de Nory.

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Caio terminou a disputa, que contou com seis rotações (solo, cavalo, argolas, salto, paralelas e barra fixa), com 83,500 pontos. Ele foi seguido por Nory, que obteve 82,950. O canadense Cory Paterson levou o bronze, com 82,200.

Em relação aos aparelhos, o novo campeão pan-americano anotou 13,600 no solo, 12,950 no cavalo, 14,250 nas argolas, 14,600 no salto, 13,700 nas paralelas e 14,400 na barra fixa. Pela mesma ordem, o medalhista de prata registrou 14,050, 12,950, 13,050, 14,650, 13,850 e 14,400.

Com o resultado, a equipe masculina brasileira ganha confiança para a disputa do Mundial de Stuttgart, em outubro, na Alemanha. A competição vai distribuir nove vagas olímpicas para os Jogos de Tóquio-2020.

Os ginastas brasileiros ainda podem voltar ao pódio nas disputas individuais por aparelhos. Nory vai disputar o maior número de finais: três - solo, barras paralelas e na barra fixa. Caio estará na final das paralelas também e nas argolas, ao lado do compatriota Arthur Zanetti, atual vice-campeão olímpico.

OUTRAS MEDALHAS - A dupla formada por Isabela Abreu e Priscila Santana conquistou o bronze no pentatlo moderno também nesta segunda, em Lima. Na prova por equipes, das modalidades esgrima, natação, hipismo, corrida e tiro esportivo, elas só ficaram atrás dos Estados Unidos e Cuba, medalhistas de ouro e prata.

"Nossa competição foi muito boa. A gente fez a melhor esgrima, fiz bons tempos na natação, no hipismo estava um percurso muito difícil ficamos em terceiro. Na corrida, largarmos na frente, mas as meninas correram melhor e vamos levar essa medalha lindona pra casa", comemorou Isabela Abreu.

O terceiro lugar do pódio também foi obtido pelo Brasil no wakeboard. Mariana Nep levou o bronze, com 62,22 pontos, contra 82,67 da argentina Eugenia de Armas e 79,78 da norte-americana Mary Howell.

No handebol feminino, em que o Brasil é o favorito ao ouro, as brasileiras arrasaram os EUA por 34 a 9 e se garantiram na sexta final consecutiva em um Pan. As rivais da decisão pelo ouro serão as argentinas, na terça-feira.

O Brasil encerrou em grande estilo a sua participação no tae kwon do nestes Jogos Pan-Americanos. A equipe nacional faturou quatro medalhas nesta segunda-feira, com um ouro, obtido por Milena Titoneli na categoria até 67kg, em Lima, no Peru. Ícaro Martins conquistou a prata e Maicon Andrade e Raiany Pereira ficaram com o bronze.

Com o resultado, o Brasil obteve sua melhor campanha na modalidade em uma edição do Pan. No total, foram dois ouros, duas pratas e três bronzes. Além disso, Milena se tornou a primeira mulher do País a ser campeã pan-americana no tae kwon do.

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A atleta de 20 anos chegou à competição com status de favorita por ter sido bronze no Mundial, disputado em maio. Mesmo assim, teve dificuldade para superar as rivais pouco a pouco até chegar à final. Ela derrotou a colombiana Katherine Dumar, a cubana Arlettys Acosta e a norte-americana Paige McPherson, esta na final, por um apertado placar de 9 a 8.

Também nesta segunda, Ícaro Miguel levou a prata na categoria até 80kg, após vencer o porto-riquenho Elvis Barbosa e o dominicano Moisés Hernández. Na final, acabou sendo batido pelo colombiano Miguel Angel por 19 a 17.

Os bronzes foram para Raiany Pereira (acima de 67kg) e Maicon Andrade (acima de 80kg). Raiany foi derrotado na semifinal pela colombiana Gloria Mosquera por 23 a 10. E, na disputa do terceiro lugar, venceu com tranquilidade a venezuelana Carolina Fernandéz por 7 a 0.

Maicon Andrade, por sua vez, superou Stuart Achly Gi Smit, de Aruba, por 19 a 6, o canadense Jordan Stewart (14 a 4), mas caiu diante do norte-americano Jonathan Healy (9 a 4). Na briga pelo bronze, bateu o equatoriano Jesus Pera por 15 a 4.

Com o resultado, obteve feito importante: o pódio Pan de Lima se somou aos obtidos nos Jogos Olímpicos e no Mundial. "E ainda tem medalha em Grand Prix", brincou Maicon Andrade. A "Tríplice Coroa" é um feito inédito no País e o atleta se mostra orgulhoso por sua trajetória de 2016 para cá.

"Fico feliz de poder conquistar uma medalha importante para o Brasil e para minha carreira. Estamos aqui conseguindo mostrar nosso trabalho. Agora estou mais experiente, com a cabeça mais centrada e mais focado. Acho que aquela medalha nos Jogos do Rio abriu uma porta", comentou Maicon.

Antes da competição olímpica, ele não era tão conhecido. Mas o bronze em casa alavancou a carreira do lutador, que já tinha em seu currículo vitórias expressivas diante de grandes campeões. "Essas medalhas eram um sonho desde criança. Antes do Rio, tinha de provar para todo mundo que eu era capaz. Mas isso tudo me deu experiência", disse.

Ele não tinha um pódio no Pan e vibrou com a conquista da medalha inédita. Festeja também o fato de poder contar com três patrocinadores (bolsa atleta, Forças Armadas e Petrobrás) e só lamentou não ter tido uma melhor posição em Lima. "Entrei para engolir todo mundo, mas fui barrado na semifinal. Não deu, agora é cuidar dos machucados para competir no circuito mundial."

O Brasil terminou sua campanha no tae kwon do com sete pódios, entre oito possíveis - somente Rafaela Araújo (até 57kg) não se destacou. A melhor campanha anterior havia sido nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007, quando o Time Brasil ganhou uma medalha de ouro, duas de prata e uma de bronze.

Desta vez foram duas medalhas de ouro, com Edival Marques (até 68kg) e Milena Titoneli (até 67kg), duas de prata, com Talisca Reis (até 49kg) e Ícaro Miguel (até 80kg), e mais três de bronze, com Paulo Ricardo Souza (até 58kg), Raiany Pereira (acima 67 kg) e Maicon Andrade (acima de 80 kg).

O Brasil encerrou o domingo (28) com mais um ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima. A quarta medalha dourada da delegação brasileira no Peru foi conquistada pela equipe masculina de ginástica artística, liderada por Arthur Zanetti, especialista nas argolas.

O grande feito de Zanetti, Arthur Nory, Francisco Barreto, Caio Souza e Luis Porto melhora o pódio conquistado pela equipe masculina da ginástica artística quatro anos antes, quando o time do Brasil ficou com a prata. A pontuação foi de 250,450 pontos na soma dos seis aparelhos, ficando à frente do Estados Unidos e Canadá, pela ordem.

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No Pan de Guadalajara, em 2011, Zanetti e Barreto participaram da equipe que foi campeã naquela edição. Quatro anos depois, estavam na medalha de prata de 2015, em Toronto. Agora se tornaram bicampeões pan-americanos. A decisão saiu apenas a última nota dos Estados Unidos, depois de muito suspense. Mas não foi suficiente para o time norte-americano virar.

O Brasil também conquistou vagas em 12 finais por aparelhos e individuais. No solo, Zanetti e Nory vão representar o País; no cavalo estará apenas Barreto; nas argolas, Zanetti e Caio Souza; no salto, Luis Porto; nas paralelas, Caio Souza e Nory; na barra fixa, Nory e Barreto; e no individual geral, Nory e Caio Souza.

A conquista da ginástica marcou o quarto ouro brasileiro no Pan, sendo a 13ª medalha do País na competição até agora. Assim, o Brasil termina o dia na quarta colocação no quadro de medalhas. Os Estados Unidos lideram, com 24 pódios, sendo nove de ouro. O México aparece na segunda posição, com 22 medalhas, sendo oito douradas. A delegação colombiana figura no terceiro posto, com 14 medalhas no total, sendo quatro de ouro.

Demorou 12 anos para ela poder se emocionar com a conquista de uma medalha nos Jogos Pan-Americanos. A medalha de bronze de Jaqueline Mourão no mountain bike teve um brilho dourado de quem, aos 43 anos, se superou. "Conseguir esse pódio depois de tanto tempo e realizar esse sonho é muito gratificante", disse, bastante emocionada. Já no masculino, o favorito Henrique Avancini foi prata, prejudicado por um pneu furado em sua bicicleta.

No Pan de 2007, no Rio, Jaque era a favorita a levar o ouro na prova. Mas ficou na quarta posição. "Acho que ainda não caiu a ficha. Eu perdi a medalha no Pan de 2007, no Rio, quando era favorita e fiquei no quarto lugar. Isso foi muito difícil. Toda essa volta, dez anos longe desse esporte, foi muito emocionante. Consegui voltar depois de 12 anos e realizar esse sonho é muito gratificante", disse a atleta

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Aquela decepção só serviu de combustível para ela se esforçar ainda mais e alternar competições de verão, como no ciclismo, e na neve, como no esqui cross-country, onde se aperfeiçoou e chegou a disputar quatro edições dos Jogos Olímpicos de Inverno. No meio de tudo isso, ainda ampliou sua família.

"Ser mãe só me ajudou. Me tornei mais forte e mais feliz. A Jaque de 2007 era mais impulsiva, mais nervosa, e hoje tenho essa maturidade que me ajudou a ser uma pessoa mais plena, mais feliz e mais equilibrada. Esses anos no esqui cross-country, enfrentando temperaturas de 20 graus abaixo de zero, dificuldades enormes, foi moldando meu corpo. Eu saí da atleta exótica para a atleta que se bobear pode ganhar. Isso e me fez chegar aqui de uma maneira diferente", contou ao Estado.

Por causa da idade, e praticando modalidades altamente físicas, Jaque tem um cuidado extra com sua preparação. "Sou atleta desde os 15 anos de idade, faz parte da minha vida me cuidar. Faço prevenção de lesão para o corpo aguentar e monitoramento do treinamento para não me queimar. Ainda tenho duas modalidades, não larguei a neve, então preciso estar associando essas duas e acho que uma ajuda a outra, até mentalmente", diz.

O bronze no Pan de Lima dará um grande ânimo para ela na corrida olímpica. Hoje ela já deixa a capital peruana para disputar etapas da Copa do Mundo de mountain bike. "Estou liderando a classificação nacional para Tóquio. O Brasil está em 15.º lugar, até a 21.ª nação classifica, então tenho um trabalho muito grande, de muita viagem, para tentar pontuar para o País", explica a atleta da equipe Sense Factory Racing.

Mas a possível disputa do ciclismo em Tóquio não será sua última missão. Ela quer disputar os Jogos de Inverno de 2022, em Pequim - esteve nas quatro últimas edições. "Vou tentar pontuar novamente para tentar classificar para lá, que acredito que será a última Olimpíada da carreira, fechando com chave de ouro. Aí serei talvez a única pessoa a estar na Olimpíada de verão e inverno no mesmo lugar", conclui, citando os Jogos Olímpicos de verão de 2008.

O surfe terá sua primeira experiência "olímpica" nos Jogos Pan-Americanos de Lima. A modalidade é a novidade no programa para Tóquio-2020 e, para além de medalhas, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) quer aproveitar o evento para fazer um teste de experiência multiesportiva para os atletas - mesmo que eles não estejam representando o País no Japão.

O Brasil tem oito atletas disputando o surfe no Pan de Lima e os principais candidatos à medalha são Chloé Calmon, no longboard, e Luis Diniz, no SUP de ondas. "Estamos todos muito motivados em busca de medalha e é uma honra e um sonho se realizando fazer parte do Time Brasil nesse momento histórico", explicou Chloé.

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As provas começam nesta segunda-feira em Punta Rocas e os representantes nacionais no "shortboard", único que estará na Olimpíada, são Robson Santos e Karol Ribeiro. O campeão pan-americano garantirá vaga para Tóquio, mas no caso brasileiro os atletas que disputam o Circuito Mundial de Surfe têm prioridade e provavelmente o País preencherá seu máximo de quatro vagas, duas no masculino e duas no feminino, por lá mesmo.

O ciclismo brasileiro tem enormes chances de quebrar um jejum histórico nos Jogos Pan-Americanos, que estão sendo disputados em Lima. Desde 1959 que um atleta da modalidade não conquista uma medalha de ouro. A última foi de Anésio Argenton, que subiu ao lugar mais alto do pódio na prova do quilômetro contra o relógio no Pan de Chicago.

Agora, 60 anos depois, Henrique Avancini tem tudo para derrubar esse longo tabu. Ele compete neste domingo na prova de mountain bike e é o grande favorito. Não apenas pela ótima fase que vem tendo na temporada, mas porque seus principais adversários nas etapas internacionais são os ciclistas europeus, que não competem no Pan.

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"Acredito que sou favorito. Sou o único atleta que não é da Europa no top 10 do ranking mundial. Sei que os atletas latinos competem com postura diferente em uma competição, no evento o pelotão também será menor e sei que será desafiador para mim, embora seja o grande favorito para o evento", comentou Avancini.

No Pan de Toronto, em 2015, ele acabou cancelando sua participação na competição e não representou o País. Mas agora está com muita vontade de entrar para a história, mesmo ciente de que em seu planejamento o Pan não ajuda tanto. "Sinceramente, logisticamente o Pan não faz muito sentido neste ano", explica o atleta da equipe CannondaleFactory Racing.

"Dois fatores pesaram: o jejum de 60 anos de nossa primeira e única medalha de ouro no ciclismo e a única oportunidade para eu poder testar minha estrutura de equipe para os Jogos Olímpicos de Tóquio", comentou Avancini, reforçando que numa competição como o Pan o tamanho da equipe tem de ser mais enxuto do que está acostumado. Assim como na Olimpíada. "Preciso otimizar o nosso trabalho."

Além dele, que acabou de se sagrar mais uma vez campeão brasileiro, vai representar o País na prova de cross country olímpico (XCO) o mineiro Guilherme Muller. "Está será a primeira vez que participarei de um evento deste porte e estou bastante ansioso. Será uma grande oportunidade", disse. No feminino, com prova também hoje, vai competir a experiente Jaqueline Mourão.

Considerada favorita a conquistar a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, a seleção brasileira feminina de handebol vem cumprindo a sua tarefa. Nesta quinta-feira (25), conseguiu a classificação antecipada às semifinais ao massacrar o Canadá por 41 a 12.

A seleção feminina havia estreado no Grupo A com um triunfo por 29 a 20 sobre Cuba, na última quarta-feira (24). E agora voltou a triunfar, o que a fez passar antecipadamente de fase, sendo que fechará a sua participação nesta etapa do torneio no sábado, diante de Porto Rico, às 20 horas (de Brasília).

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No Pan, a seleção brasileira joga em busca da ampliação da sua hegemonia, tanto que é a atual pentacampeã do torneio, não perdendo na competição desde 1995. E a confirmação do seu favoritismo, com a conquista da medalha de ouro, lhe renderá a classificação para os Jogos Olímpicos de Tóquio.

Sabendo que a seleção não encontraria muitas dificuldades nesta quinta, o técnico espanhol Jorge Dueñas optou por rodar bastante o elenco. Assim, deu uma chance para a jovem goleira Renata Arruda, de 20 anos, além de ter deixado Doenise no banco de reservas durante todo o duelo - Duda Amorim também começou entre as suplentes, mas depois foi acionada.

Adriana de Castro brilhou com dez gols marcados pelo Brasil, que abriu vantagem confortável já no primeiro tempo, indo ao intervalo vencendo por 20 a 5. E o placar seria ampliado na etapa final, garantindo o fácil triunfo e a classificação às semifinais dos Jogos Pan-Americanos.

Mais de cem medalhistas olímpicos estarão representando seus países nos Jogos Pan-Americanos de Lima. Estrelas como o cubano Mijaín López, medalha de ouro na luta greco-romana nas três últimas edições olímpicas, o nadador norte-americano Nathan Adrian, que coleciona oito pódios em Olimpíada (com cinco ouros) e a velocista jamaicana Shelly-Ann Fraser-Pryce, com três títulos e cinco pódios na pista de atletismo, vão dar o tom do evento.

Pelo Brasil serão seis campeões olímpicos nesta seleta lista: Arthur Zanetti (ginástica artística), Martine Grael e Kahena Kunze (vela), Thiago Braz (atletismo), Rafaela Silva (judô) e Eder (vôlei). Isso sem contar outros atletas nacionais que foram ao pódio, como Isaquias Queiroz e Erlon Souza (canoagem velocidade), Arthur Nory (ginástica artística), Maicon Andrade (tae kwon do) e Mayra Aguiar (judô).

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"A gente está indo para dar o melhor nessa competição. Não é nosso evento principal deste ano, mas é uma competição muito importante para a gente se testar em um evento grande, como é na Olimpíada, mesmo estando em uma Vila separada de Lima. Sabemos que o importante é aprender o máximo possível", explicou Kahena.

A lista de brasileiros medalhistas só não é maior porque as equipes masculinas e feminina de vôlei não vão ter em Lima sua força máxima, pois o foco é o Pré-Olímpico para Tóquio, e porque a seleção feminina de futebol não vai participar por causa de critérios da Conmebol. Até por isso, as jogadoras do Brasil não poderão defender o título conquistado quatro anos atrás no Pan de Toronto.

Para os organizadores, a presença desses talentos brasileiros aumenta o brilho do evento. "Eu gosto disso e vejo como uma forma de respeito ao país anfitrião. O Brasil manda seus melhores atletas porque também acredita que fizemos um bom trabalho. Para nós, peruanos, receber os melhores atletas é como um prêmio pelo que estamos fazendo. Isso permite com que os torcedores fiquem mais entusiasmados", disse Carlos Neuhaus, presidente do Comitê Organizador do Pan de Lima-2019.

Como comparação, o Pan de Lima terá 109 medalhistas olímpicos, segundo os organizadores, mas esse número pode mudar um pouco. Na edição de Toronto, em 2015, foram 122. Entre as principais estrelas daquela competição estavam as nadadoras Natalie Coughlin e Alisson Schmitt, dos Estados Unidos, o velejador brasileiro Robert Scheidt, e o dominicano Félix Sánchez, do atletismo, entre outras.

Apesar de ter a participação dos Estados Unidos, a maior potência olímpica do planeta, o Pan não consegue mais atrair os principais atletas daquele país. No início, a competição era usada como preparação para a Olimpíada e os melhores sempre participavam. Mas a partir da década de 1970, ainda mais depois da proliferação de diversos mundiais de modalidades, os norte-americanos passaram a tratar o Pan como uma competição para jovens promessas, salvo algumas exceções.

A cerimônia de abertura dos Jogos Pan-Americanos, em Lima, será na sexta-feira, mas algumas modalidade já vão entrar em ação antes mesmo do evento que oficializa o pontapé inicial. Nesta quarta-feira, começam as competições de vôlei de praia e handebol, as duas com representantes do Brasil iniciando a disputa.

A seleção feminina de handebol vai enfrentar Cuba, às 22h30 (horário de Brasília), na estreia. Antes, mais cedo, serão realizadas as outras partidas: Porto Rico x Canadá (15h), República Dominicana x Peru (17h30) e Argentina x Estados Unidos (20h). O título no Pan garante a vaga na Olimpíada ao campeão e é essa a meta do Brasil no torneio.

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"A expectativa para a disputa do Pan-Americano é muito boa. A gente fez uma boa série de treinamentos, estamos confiantes e sabemos da nossa responsabilidade. O nosso principal objetivo é ir para a Olimpíada. Vamos em busca do primeiro lugar na competição para conseguir essa vaga para Tóquio", afirmou Duda Amorim, a craque da seleção.

É inegável o favoritismo do Brasil, que além de Duda conta com outras jogadoras com enorme experiência internacional, como a goleira Bárbara Arenhart, a armadora direita Deonise Fachinello e a central Ana Paula Rodrigues. O Brasil é atual pentacampeão do Pan e vai em busca da sexta conquista seguida.

Quem também já começa hoje sua caminhada em busca do pódio são as duplas brasileiras do vôlei de praia. Às 13h30, Oscar e Thiago estreiam contra dupla da Costa Rica, pelo grupo C. No feminino, Carolina Horta e Ângela enfrentam a dupla das Ilhas Virgens, às 14h20. "Acima de tudo, acredito que temos de fazer nossa parte bem, focadas, que os jogos fluirão, independente dos adversários", comentou Carol.

Em um julgamento realizado em um hotel de Gwangju, cidade que é a sede do Mundial de Esportes Aquáticos, na Coreia do Sul, o brasileiro Gabriel Santos, reprovado em exame antidoping em maio, foi punido nesta sexta-feira com uma suspensão de oito meses e ficará fora da competição que está sendo realizada na Ásia. Para completar, o nadador também desfalcará a equipe do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima, que começam no próximo dia 26, no Peru.

A decisão foi tomada por um painel de doping da Federação Internacional de Natação (Fina) às vésperas das disputas desta modalidade no Mundial, cujas primeiras provas eliminatórias começarão às 22 horas (de Brasília) deste sábado (já manhã de domingo na Coreia). Gabriel faria parte da equipe brasileira no revezamento 4x100 metros, com baterias qualificatórias para a final ocorrendo justamente na noite de sábado.

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O atleta de 23 anos foi submetido a um teste de urina surpresa colhido pela Fina no último dia 20 de maio, após prova disputada em São Paulo, que acusou resultado positivo para o uso da substância clostebol, proibida pela entidade máxima da natação. O Esporte Clube Pinheiros, clube defendido pelo nadador, divulgou nota no final do mês passado, quando destacou acreditar na inocência do competidor.

Naquela ocasião, o Pinheiros afirmou crer que, se houve o consumo da substância proibida, isso ocorreu de maneira acidental. "Tomando conhecimento de que o Gabriel não fez uso de forma voluntária de nenhuma substância, afirmação que foi levada em consideração devido ao seu bom histórico comportamental e esportivo, o clube prestará a ele todo o suporte necessário, para que a situação seja esclarecida e cause o mínimo de impacto possível na carreira do atleta", disse o clube, em nota no dia 27 de junho.

O velocista é uma das grandes promessas da natação brasileira na atualidade e a sua suspensão de oito meses vale a partir do período retroativo de 20 de maio, data do seu exame, e vai até o dia 19 de janeiro de 2020. E ele amargou esta sanção aplicada pela Fina em um julgamento no qual foi acompanhado na Coreia do Sul pelo treinador Alberto Pinto da Silva, pelo médico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) Rodrigo Brochetto Ferreira e pelo advogado Stefano Malviesto.

Também participaram deste julgamento, via teleconferência, o advogado Bichara Neto, o bioquímico Luis Claudio Cameron e o irmão do nadador, Rodrigo Santos. E a defesa de Gabriel alegou que o nadador foi vítima de contaminação involuntária, que poderia ter ocorrido por meio do uso de uma toalha ou uma peça de roupa do seu irmão dias antes do exame que ele realizou no dia 20 de maio. No caso, a substância clostebol está presente em um creme pós-barba que é utilizado por Rodrigo Santos.

Após ouvir as argumentações da defesa de Gabriel, o painel de doping da Fina descartou uma sanção mais dura ao brasileiro, mas acabou aplicando a suspensão de oito meses por ter considerado o nadador negligente ao deixar que fosse contaminado pela substância proibida. Contra a decisão da entidade ainda cabe recurso, mas é pouco provável que ele consiga revertê-la para poder nadar no Mundial e no Pan.

Como consolo, caso não tenha sucesso em um possível recurso, o nadador tem o fato de que poderá voltar às competições normalmente no ano que vem, após a sua suspensão acabar em 19 de janeiro. Em abril ocorrerá a seletiva olímpica para os Jogos de Tóquio-2020 e ele deverá estar presente nesta disputa por vaga na competição.

Com investimento superior a R$ 40 milhões por ano no esporte competitivo, o Clube Pinheiros terá 74 atletas nos Jogos Pan-Americanos de Lima, além de nove profissionais de comissão técnica, e espera obter mais pódios do que na edição anterior, em 2015, em Toronto, quando conquistou 31 medalhas.

A meta ousada é chegar a 40 medalhas no total e para isso aposta em talentos como Arthur Nory (ginástica artística), Thiago Braz (salto com vara), Nathalie Moellhausen (esgrima), Fernando Reis (levantamento de peso) e Breno Correia (natação), entre outros. "Pelo aumento no número de atletas que teremos no Pan, acredito que poderemos chegar a 18 medalhas de ouro", afirmou Ivan Castaldi Filho, presidente do clube.

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O salto seria incrível porque na edição anterior os atletas do Pinheiros obtiveram 11 medalhas de ouro. "Os clubes esportivos são os verdadeiros formadores dos atletas. Temos 38 mil associados e o esporte está em nosso gene", completa o presidente, lembrando que no clube treinam atletas de 16 modalidades olímpicas.

Segundo Arnaldo Luiz de Queiroz Pereira, diretor de Esportes Olímpicos e Formação do Pinheiros, os atletas vão buscar em Lima o melhor resultado da história do clube. "O mais importante é que o Pan, para algumas modalidades, faz parte da preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Esperamos crescer mais de 15% em termos de resultado nas competições", comentou.

O Pan será disputado de 26 de julho a 11 de agosto no Peru. O Pinheiros terá atletas nas modalidades natação, judô, esgrima, levantamento de peso, canoagem, triatlo, atletismo, ginástica artística, polo aquático, saltos ornamentais e handebol, além de squash e boliche, que não estão no programa dos Jogos de Tóquio.

ESPORTES COLETIVOS - O Pinheiros está com dificuldade para manter os esportes coletivos por causa da falta de patrocínio. O custo para bancar as equipes de basquete e vôlei é alto, mas o presidente Ivan Castaldi Filho garantiu que as duas modalidades terão equipes na próxima temporada.

"Estamos com dificuldade em relação aos patrocínios. Só associados bancando as equipes é uma luta dura. Mas no vôlei acertamos com a Colgate e o basquete está sem patrocínio, mas teremos time. Claro que se não tivermos apoio, será em um patamar abaixo", explicou.

O Comitê Organizador dos Jogos Pan-Americanos de Lima, que serão disputados entre 26 de julho e 11 de agosto, apresentou nesta sexta-feira a aparência dos ingressos para a competição, que começarão a ser vendidos na segunda-feira. Os bilhetes custarão entre 20 soles (R$ 24) até 400 soles (R$ 483), os mais caros para a cerimônia de abertura, sem contar a meia-entrada.

"Temos entradas com preços acessíveis para todos os esportes e com descontos para incentivar a presença de famílias e grupos de amigos nos Jogos", afirmou ao Estado Héctor Ramos, coordenador de ingressos do Lima-2019, lembrando que existem descontos de 50% para menores de 18 anos, adultos acima de 60 anos e pessoas com deficiência.

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"O objetivo é permitir que a maior parcela da população possa desfrutar dos esportes populares, descobrir novas modalidades e conhecer as sedes das competições que ficarão como legado para a prática esportiva no país. Em todos os esportes, as arquibancadas com maior capacidade são as de admissão geral com preços acessíveis", disse.

O Pan de Lima terá ingressos para todas as modalidades a partir de 20 soles (R$ 24) para as fases preliminares e a partir de 30 soles (R$ 36) para as fases finais. Em alguns esportes os ingressos mais caros são de 60 soles (R$ 72, preliminares) e 80 soles (R$ 96, finais). Para a Cerimônia de Abertura, as entradas ficam entre 20 soles e 400 soles (R$ 483), enquanto para a Cerimônia de Encerramento vão de 20 soles até 200 soles (R$ 242).

"A venda de ingressos começa em 27 de maio e acreditamos que as pessoas estão empolgadas para comprar os bilhetes e garantir sua presença nas cerimônias e eventos esportivos. Para isso, as diferentes ações de comunicação e promoção estão apresentando os esportes que serão disputados durante os Jogos Pan-Americanos. Lima-2019 disponibilizará pontos de venda ao redor da cidade de Lima e em uma plataforma virtual para adquirir ingressos de qualquer parte do mundo", explica Héctor Ramos.

A atleta paraibana Karen Eduarda Araújo ganhou medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos Cadete e Juvenil de Taekwondo, que ocorreram entre os dias 29 e 31 de agosto, na Costa Rica. A atleta, de 12 anos, disputou a categoria de até 29 kg e dividiu o pódio com os Estados Unidos, segundo colocado, e com o Equador, que ficou em terceiro lugar.

A história da adolescente no taekwondo começou há cinco anos após ser descoberta pelo técnico Lindomar Silva. A atleta foi a única representante do Brasil na sua modalidade e se revela como uma grande promessa nas artes marciais.

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De acordo com as informações do WsCom, ao retornar à sua cidade no sábado (2) a atleta, que mora no bairro de Várzea Nova, recebeu homenagem e desfilou em carro aberto dos Bombeiros pelas principais ruas de Santa Rita. A cada esquina ela foi aplaudida pelas pessoas que queriam comemorar, junto com ela, essa conquista.

"O sentimento é o melhor possível, voltamos com a sensação de dever cumprido. Quero agradecer ao total apoio que a prefeitura de Santa Rita nos deu, na pessoa do Dr Emerson. Agora, vamos descansar e depois focar nos treinos. Acredito que esse foi o primeiro título internacional de muitos outros que virão", relatou o técnico, Lindomar Silva.

Karen Eduarda participou dos Jogos Americanos na Costa Rita com o apoio da Prefeitura Municipal de Santa Rita.

"(...)Sonhar mais um sonho impossível...Lutar quando é fácil ceder...Vencer o inimigo invencível (...)" O poema de Fernando Pessoa, cantado em verso e prosa por Chico Buarque, reflete o acontecimento do dia 23 de agosto de 1987. Naquela data, o Brasil superou os Estados Unidos por 120 a 115, em Indianápolis, impôs aos norte-americanos o primeiro revés em casa na história do basquete e conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos. Trinta anos depois, o legado da geração de Oscar, Marcel e Cia. continua vivo.

O estilo da seleção brasileira, com velocidade na transição, jogo coletivo e os arremessos de três como arma letal, se mostrou à frente do seu tempo e é praticado atualmente por diversas equipes pelo mundo, incluindo o Golden State Warriors, campeão da NBA. Cenário que enche de orgulho os personagens daquela histórica vitória sobre uma equipe que contava com jogadores que, anos depois, seriam dominantes na maior liga de basquete, como o pivô David Robinson.

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"O mapa de arremesso do Golden State é idêntico ao nosso. Ou é arremesso de fora ou lá de dentro. A gente já fazia isso", comentou Marcel, que anotou 35 pontos na final. "A vantagem do arremesso de três é que você abre o campo. Se você não marcar o arremesso de três qualquer time te arrebenta atualmente, porque até o pivô acerta bola de três. Se marcar, você joga lá dentro", completou.

Armador titular daquela seleção, Guerrinha concorda com Marcel. "Ali tivemos uma mudança de conceitos no basquete. Antes era apenas jogo interno. A bola de três mudou tudo. Hoje é uma tendência na NBA. O Golden State abusa da bola de três como fazíamos".

Reserva de Guerrinha, Cadum, que teve uma atuação fundamental na decisão do ouro contra os Estados Unidos, faz uso das estatísticas para comprovar o legado. "O mapa daquele jogo mostra que chutamos 25 bolas de três e atualmente uma equipe da NBA que não chuta 25 bolas de três não tem sucesso. Essa comparação é importante, são 30 anos de diferença. Deixamos alguma coisa para o basquete".

Naquela final, o Brasil acertou 10 bolas de três pontos em 25 tentativas, um aproveitamento de 40%. Os norte-americanos converteram apenas dois de 11 chutes. "Sem contar as bolas que sofremos faltas no ato do arremesso e chutamos três lances livres", relembrou Marcel.

Para o ex-jogador, ver o estilo de jogo daquela seleção sendo praticado hoje corrige um erro histórico. "Fomos criticados durante muito tempo até aparecer o Golden State. Agora o mesmo jogo é visto como coletivo", afirmou. "No primeiro tempo (da final de 1987), nós fizemos 52 pontos e eu e o Oscar anotamos apenas 22. E os outros 30 pontos quem fez? Não tem jogo coletivo?", questionou.

O problema, segundo Marcel, é que faltava treinamento aos jogadores que tentaram seguir os passos da geração de 1987. "Todo mundo quis arremessar de três sem ter o treinamento que tínhamos, sem acertar mil arremessos por dia. Eu fazia 90% nos treinos para acertar 45%, 43% no jogo, quando você está cansado, marcado..."

Cestinha daquele jogo com 46 pontos, Oscar, além de dizer que o "Golden State joga igualzinho a sua geração", vê outro legado importante da conquista do Pan de 1987. A histórica vitória, segundo o "Mão Santa", foi determinante para que os Estados Unidos fizessem pressão para que os profissionais da NBA passassem a atuar no basquete Fiba.

"Aquela vitória mudou o basquete mundial. Os americanos perceberam que tinha alguém jogando bem fora dos EUA, entraram em contato com o pessoal da Fiba e, em 1992, entrou em ação o Dream Team, o melhor time que já vi jogar na vida. Tudo por causa daquela vitória", afirmou.

Para Guerrinha, o revés no Pan foi o primeiro golpe. "Foi um soco no queixo, ficaram tontos. Em 1988, perderam os Jogos Olímpicos em Seul (eliminados na semifinal pela União Soviética). Depois o Mundial, em 1990, quando levaram um banho da antiga Iugoslávia", enumerou o ex-armador, hoje técnico do Mogi das Cruzes. Trinta anos depois, o legado daquela vitória improvável continua vivo.

Se ainda fosse atleta, Arnold Schwarzenegger poderia brigar por uma medalha nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019. Isso porque a modalidade da qual ele foi sete vezes campeão mundial, o fisiculturismo, foi aceita para estar na próxima edição do Pan, no Peru, valendo medalha.

O fisiculturismo, também conhecido como culturismo, premia o atleta que melhor molda seu corpo. Juízes avaliam volume, simetria, proporção e definição dos músculos. O curioso é que a modalidade é conhecida pelo intenso uso de esteroides anabolizantes, o que é vetado em eventos como o Pan, que adota o Código Mundial Antidoping.

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A inclusão do fisiculturismo foi definida durante reunião da Organização Desportiva Pan-Americana (ODEPA) em Doha, no Catar. Os dirigentes dos 42 comitê olímpicos nacionais das Américas estavam lá para o evento da ANOC, a associação que reúne os comitês do mundo todo.

Assim, serão disputadas 39 modalidades no Pan de Lima, com a manutenção de outras cinco que não fazem parte dos Jogos Olímpicos: pelota basca, boliche, raquetebol, patinação (velocidade e artística) e esqui aquático.

Além disso, caratê, e beisebol/softbol, que já eram modalidades pan-americanas, seguem no programa, agora com o rótulo de também serem olímpicas. Skate e surfe também entram no Pan, uma vez que estarão em Tóquio-2020. Serão estreantes.

Quem fica de fora é a escalada esportiva, que não cumpre um requisito básico dos Jogos Pan-Americanos, que é ter federação reconhecida em pelo menos 21 países do continente.

Três meses após o encerramento dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, mais um caso de abuso sexual envolvendo atletas brasileiros foi denunciado nesta quinta-feira (29) pelo Departamento de Polícia de Toronto. O atacante Lucas Piazon, atualmente no Reading, da Inglaterra, e o goleiro Andrey, do Botafogo de Ribeirão Preto, foram formalmente acusados de abusar de uma mulher de 21 anos e são agora procurados pela polícia canadense.

De acordo com Departamento de Polícia de Toronto, no dia 25 de julho a garota, que não teve o nome revelado, estava com uma amiga em um clube noturno da cidade quando conheceu Piazon e Andrey. Os dois a acompanharam até a casa de uma mulher (não identificada) e, lá dentro, abusaram sexualmente dela.

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No Canadá, entretanto, a legislação sobre este tema é diferente da brasileira, conforme faz questão de explicar a polícia. "Abuso sexual" pode ser tanto o ato sexual não consentido quanto um beijo forçado.

Piazon foi formado no São Paulo e vendido ao Chelsea antes de estrear como profissional. Aos 21 anos, já passou por outros três clubes e atualmente defende o Reading, de Londres, na segunda divisão do Campeonato Inglês. Já o goleiro Andrey foi revelado pelo Botafogo do Rio e atuou como titular em quatro partidas do ano passado. Nesta temporada, ele é reserva do Botafogo de Ribeirão Preto na Série D do Brasileirão.

O suposto abuso sexual cometido pelos jogadores da seleção de futebol teria acontecido um dia depois de a polícia de Toronto pedir a prisão do goleiro da seleção brasileira de polo aquático Thye Bezerra Matos. O jogador brasileiro que disputou os Jogos de Pan-Americanos teria assediado uma garota canadense de 22 anos no dia 16 de julho, quanto a delegação do polo estava na cidade. O nome da vítima nunca foi revelado.

À época, Thye já estava em Kazan (Rússia), para a disputa do Mundial de Esportes Aquáticos, e rapidamente viajou para o Brasil. Atleta do Paulistano, ele jogou normalmente a Liga Nacional, há cerca de um mês.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) confirmou que o quadro de medalhas do País nos Jogos Pan-Americanos de Toronto pode sofrer alterações. Um medalhista de ouro da competição foi pego no exame antidoping e quando a informação for oficializada um atleta brasileiro, que foi prata na disputa, herdará a medalha de ouro.

A entidade não pode passar mais detalhes do caso porque só quem pode divulgar a informação é a Organização Desportiva pan-americana (Odepa), que ainda vai se reunir para debater o assunto. "Não posso dar detalhes do caso, já falei até demais", comentou Marcus Vinicius Freire, diretor executivo de esportes do COB.

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O Brasil conquistou 40 medalhas de prata no Pan, sendo que 22 delas foram em provas individuais. Assim, o ouro poderia sair do atletismo, canoagem, judô, patinação, remo, vela, tiro esportivo, natação, tênis de mesa ou levantamento de peso. Com isso, o número total de medalhas não mudaria: continuaria em 141, mas sendo 42 de ouro, 39 de prata e 60 de bronze.

Segundo Eduardo de Rose, presidente da Comissão Médica da Odepa, o prazo para divulgação dos resultados pode chegar a quase um mês. "O laboratório conclui os exames até o fim da semana que vem. Aí é necessário mais uma semana para dar sequência a eventuais resultados e outra para a Odepa informar se houve mais violações da regra do doping", explicou, garantindo que não tem informações sobre qual modalidade houve o teste positivo.

A estimativa inicial da Odepa era realizar 1.500 exames antidoping nos atletas. Todos os casos que forem flagrados durante o Pan serão encaminhados à Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês) e às respectivas federações esportivas, já que não cabe à Odepa suspender os atletas flagrados. De acordo com seu estatuto, a entidade apenas tem o poder de excluir os envolvidos das competições que organiza.

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