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No total, 45 jornalistas e profissionais da imprensa foram assassinados em todo o mundo em 2021, oito deles no México, denunciou a Federação Internacional de Jornalistas (FIj) nesta sexta-feira (31), embora o saldo tenha sido inferior ao do ano anterior.

"Este número de 45 representa um dos menores registros desde que a FIJ começou a publicar relatórios anuais sobre jornalistas mortos em incidentes relacionados ao trabalho, incluindo assassinatos seletivos, fogo cruzado e bombardeios", disse a entidade em um comunicado.

O saldo de 45 vítima fatais relatado pela FIJ é muito semelhante ao divulgado pela ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que registrou 46.

Em 2020, a FIJ havia denunciado o assassinato de 65 profissionais da imprensa.

"Embora esse declínio seja uma boa notícia, não é muito reconfortante em face da violência contínua que ceifou a vida de jornalistas em países como Afeganistão (9), México (8), Índia (4) e Paquistão (3)", observou a entidade.

A FIJ observou que os riscos associados ao conflito armado “diminuíram nos últimos anos devido à baixa exposição dos profissionais da imprensa, que vão cada vez menos para fazer cobertura em locais de conflito armado”.

No entanto, observou, “as ameaças ligadas ao domínio de gangues criminosas e cartéis de drogas, das favelas do México às ruas de cidades europeias na Grécia e na Holanda, continuam aumentando”.

"Esses 45 colegas que perdemos este ano nos lembram do terrível sacrifício que jornalistas de todo o mundo continuam a fazer para servir ao interesse público e continuamos em dívida com eles", disse o secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger.

Para o dirigente, é preciso continuar “defendendo a adoção de uma nova convenção das Nações Unidas para a proteção de jornalistas que garanta a responsabilização pelos assassinatos de jornalistas”.

“A FIJ acredita que o único tributo apropriado à causa pela qual [esses jornalistas] deram suas vidas deve ser a busca implacável por justiça por eles”, acrescentou.

Um total de 488 jornalistas estão detidos no mundo, uma alta de 20% na comparação com 2020, enquanto México e Afeganistão continuam sendo os países mais perigosos para o exercício da profissão, afirma o relatório anual da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).

"Nunca desde a criação do balanço anual da RSF em 1995 havia sido tão elevado o número de jornalistas presos", afirma um comunicado da organização com sede em Paris, que destaca que do total 60 são mulheres, outro recorde.

O número de jornalistas assassinados caiu este ano, em parte graças ao fim parcial de conflitos armados na Síria, Iraque, Afeganistão e Iêmen.

Até 1º de dezembro de 2021, 46 jornalistas foram assassinados. "Temos que retornar a 2003 para encontrar um número de mortos inferior a 50", explica a RSF.

Trinta jornalistas foram assassinados deliberadamente, sete deles no México, país mais perigoso pelo terceiro ano consecutivo.

O México registrou 47 assassinatos de repórteres nos últimos cinco anos.

"Alimentada pela impunidade quase total, e diante da falta de reformas ousadas do governos sucessivos (...) a espiral de violência parece interminável", denuncia o relatório.

No Afeganistão, seis jornalistas foram assassinados no decorrer do ano, vítimas de ataques e atentados com bombas. O país, afetado por décadas de violência, tem o mesmo balanço de profissionais da imprensa mortos que o México nos últimos cinco anos: 47.

Além dos 488 jornalistas oficialmente presos, outros 65 estão sequestrados.

O aumento de 20% de jornalistas detidos foi provocado em particular pela repressão contra a liberdade de informação em três países: Mianmar, onde uma junta militar tomou o poder em fevereiro, Belarus, que teve uma polêmica reeleição presidencial em agosto de 2020, e China, cujo regime comunista assumiu o controle praticamente total de Hong Kong.

Um tribunal da ex-colônia britânica ordenou na quarta-feira a liquidação da empresa matriz do jornal Apple Daily, uma publicação pró-democracia.

O Apple Daily encerrou as atividades este ano, depois que seus bens foram congelados com base em uma lei de segurança nacional que a China impôs em Hong Kong para sufocar a dissidência.

Na comparação com 2020, o número de mulheres jornalistas detidas aumentou em um terço. Um dos casos de maior destaque é o de Zhang Zhan, uma jornalista chinesa que está em condição crítica.

Em Belarus, mais mulheres (17) que homens (15) foram detidas este ano, incluindo Daria Chultsova e Katsiarina Andreyeva, condenadas a dois anos de prisão pela transmissão ao vivo em um canal de televisão de um protesto não autorizado.

Quanto aos sequestros, o grupo extremista Estado Islâmico (EI) mantém 28 jornalistas em cativeiro, o correspondente a 43% do total mundial, apesar de o grupo ter sido oficialmente derrotado em 2017. As famílias dos repórteres não sabem se estão vivos ou mortos.

A visita do presidente Jair Bolsonaro (PL) à Itamaraju e outras áreas inundadas no Sul da Bahia foi marcada por agressões contra jornalistas. De acordo com relatos, nesse domingo (12), seguranças e apoiadores bateram e ameaçaram equipes de reportagem de duas emissoras.

Repórteres e cinegrafistas da TV Aratu, afiliada ao SBT, e da TV Bahia, afiliada a Globo, foram vítimas da truculência dos guarda-costas da Presidência. Um deles ameaçou "enfiar a mão na cara" da equipe de reportagem quando um microfone tocou em suas costas durante uma carreata puxada por Bolsonaro.

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Segundo a GloboNews, a jornalista Camila Marinho chegou a receber um 'mata-leão' de um dos seguranças e teve a pochete arrancada por um dos admiradores do presidente. A espuma que reveste o microfone para a qualidade de captação do áudio também foi rasgada por um apoiador.

Após a confusão, a assessoria de imprensa do presidente chamou os repórteres dos dois veículos para uma escola que funcionava como centro de operações e um dos seguranças teria pedido desculpas às vítimas.

Em seu perfil no Twitter, o governador Rui Costa (PT) repudiou a atitude dos envolvidos na visita de Bolsonaro ao Estado.   

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A Globo emitiu nota e pede uma apuração mais precisa dos fatos. A emissora também cobrou uma atuação mais firme do procurador-geral da República (PGR), Augusto Aras, para que a Presidência seja punida por se omitir na garantia de segurança aos profissionais ou por autorizar as agressões, que atentam contra a liberdade de imprensa. 

Um "tribunal popular" sem poderes jurídicos foi inaugurado nesta terça-feira (2) em Haia para buscar justiça para os jornalistas assassinados e defender a liberdade de imprensa.

As audiências de seis meses, criadas por uma coalizão de organizações de defesa da liberdade de imprensa, se concentrarão nos casos não resolvidos de três jornalistas assassinados no México, Sri Lanka e Síria.

Embora não tenha poderes jurídicos para condenar os responsáveis, o tribunal pretende sensibilizar, pressionar os governos e reunir provas por meio do que chama de "justiça de base".

Hatice Cengiz, que iria se casar com o jornalista dissidente saudita Jamal Khashoggi antes que fosse assassinado em 2018 dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, disse que testemunhou no tribunal para que o mundo não se esqueça de seu noivo assassinado.

"No passado, os jornalistas eram atacados, mas agora são o governo e os dirigentes dos governos que os atacam. Então é um ponto muito, muito importante", disse Cengiz.

A filipina Maria Ressa, prêmio Nobel da Paz, e o filho da jornalista maltesa assassinada Daphne Caruana Galizia são alguns dos que testemunharão no tribunal em uma antiga igreja do século XVII em Haia.

O tribunal foi organizado pela Free Press Unlimited (FPU), pelo Comitê para a Proteção de Jornalistas (CPJ) e Repórteres sem Fronteiras e começa precisamente no Dia Internacional para Acabar com a Impunidade dos Crimes contra Jornalistas.

Examinará o assassinato em 2009 do diretor de jornal Lasantha Wickrematunge, durante o conflito separatista tamil no Sri Lanka, o assassinato em 2011 do jornalista mexicano Miguel Ángel López Velasco junto à sua esposa e filho, e o de Nabil Al-Sharbaji, que morreu em um centro de detenção sírio em 2015.

Mais de 1.400 jornalistas foram assassinados no mundo desde 1992 e oito em cada dez casos os assassinos ficaram livres, segundo o CPJ.

O tribunal pretende demonstrar que é possível encontrar novas provas nos assassinatos de jornalistas, inclusive quando os Estados não podem ou não querem, disse o diretor da FPU, Leon Willems.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede) acionou o Ministério Público Federal (MPF), nesta segunda-feira (1º), para apurar as agressões sofridas por jornalistas brasileiros que acompanhavam Jair Bolsonaro (Sem partido) durante participação no G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo, realizada na Itália, no último domingo (31). 

Randolfe compartilhou parte do protocolo enviado ao MPF, no Twitter, e escreveu: "Acabamos de acionar o MPF para que abra inquérito e proceda ao ajuizamento de Ação Civil Pública. Além disso, estamos pedindo a aplicação de multa ao Presidente da República". 

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No documento divulgado pelo parlamentar, ele alega que a agressão causou "um dano moral e ameaça à liberdade de imprensa". Em outro trecho, o senador aponta que "censura é repressão e opressão. Restringe a informação, limita o acesso ao conhecimento, obstrui o livre expressar, o pensado e o sentido".

Confira a publicação:

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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) repudiou nesta segunda-feira ataques supostamente feitos por seguranças do presidente Jair Bolsonaro a jornalistas que cobriam sua passagem em Roma, durante a cúpula de líderes do grupo das 20 maiores economias do globo (G20). Relatos sobre agressões foram feitos por meio de textos e vídeos divulgados por profissionais da imprensa que estavam na capital italiana.

"A OAB, por meio de sua Comissão de Liberdade de Expressão, repudia ataques dos seguranças do presidente aos jornalistas que cobriam sua passagem em Roma", diz o texto da nota. "Lamentável que incidentes como esse ocorram, refletindo uma postura frequente de desrespeito ao trabalho dos profissionais de imprensa", continuou o comunicado assinado pelo presidente da OAB Nacional, Felipe Santa Cruz, e pelo presidente da Comissão de Liberdade de Expressão da OAB Nacional, Pierpaolo Bottini.

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Ao Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), Santa Cruz, no entanto, descartou a possibilidade de recorrer à Justiça para apurar o episódio, neste momento. "Não me parece que exista medida judicial cabível no caso", afirmou à reportagem.

Após encerrar a sua participação na cúpula do G20, grupo formado pelas 20 maiores economias do mundo, o presidente Jair Bolsonaro retornou à embaixada do Brasil em Roma e fez o seu terceiro passeio improvisado pelo centro da cidade, nesse domingo (31). A caminhada, no entanto, foi marcada pela violência. Jornalistas brasileiros que acompanhavam o presidente relataram agressões por parte da equipe de segurança do chefe do Executivo.

De acordo com o UOL, nenhum dos policiais explicou se fazia parte da embaixada brasileira, da Itália ou se eram privados. Os relatos afirmam que havia tanto italianos quanto brasileiros no grupo que fazia a proteção do presidente.

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Segundo os relatos, Bolsonaro, ao voltar para a embaixada, cumprimentou, do alto de uma sacada, um grupo de apoiadores que o esperavam do lado de fora. Pouco depois, resolveu descer para encontrá-los na rua. Durante a espera pelo presidente, uma jornalista do jornal Folha de S.Paulo foi empurrada pelos seguranças do local e uma produtora da Globonews foi hostilizada pelos participantes do ato

Ao cumprimentar pessoalmente os manifestantes, Bolsonaro indicou que faria uma caminhada pelo bairro e foi seguido pelas equipes de reportagem que estavam por ali. Neste momento, diversos repórteres passaram a ser empurrados pelos seguranças, que tentavam fazer uma espécie de corrente de proteção, e também foram agredidos. Um jornalista da TV Globo relata ter recebido um soco no estômago. Os veículos que presenciaram o momento foram impedidos de gravar a agressão. O celular do jornalista do UOL foi confiscado por um dos seguranças; o aparelho foi, depois, jogado na via.

Com a confusão, o passeio do presidente durou pouco e menos de dez minutos depois, Bolsonaro voltou à embaixada. Os jornalistas estavam com credenciais e identificações claras no momento das agressões. O mesmo tratamento não se estendeu aos apoiadores, que puderam acompanhar de perto o presidente durante a sua breve caminhada.

A jornalista filipina Maria Ressa declarou neste sábado (9) que seu prêmio Nobel da Paz é para "todos os jornalistas do mundo" e os exortou a continuar lutando pela liberdade de imprensa.

"Isso é realmente para todos os jornalistas do mundo", disse Ressa, em declarações à AFP. A jornalista é uma das vozes mais críticas do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte.

"Precisamos de ajuda em muitas frentes. É muito mais difícil e perigoso ser jornalista hoje", afirmou.

Ressa, cofundadora do veículo online Rappler, e o jornalista russo Dimitri Muratov, editor-chefe do jornal Novaya Gazeta, receberam o Nobel da Paz na sexta-feira (9) por seus esforços pela "liberdade de expressão".

O reconhecimento de Ressa foi visto como um "triunfo" por organizações humanitárias e pela mídia em um país que é considerado um dos mais perigosos do mundo para a prática do jornalismo.

Maria Ressa, de 58 anos, ex-jornalista da CNN, tem sido alvo de várias investigações e processos judiciais nos últimos anos e tem sofrido intenso cyberbullying, especialmente desde que Duterte chegou ao poder em 2016.

O Rappler publicou artigos críticos ao chefe de Estado, principalmente por sua luta sangrenta e polêmica contra o tráfico de drogas.

- Escudo -

Ressa confia que o prêmio será uma espécie de escudo protetor para ela e outros jornalistas filipinos, que sofrem ataques físicos e cyberbullying.

"Esse 'nós contra eles' não foi criado por jornalistas, foi criado pelas pessoas que estão no poder, que estão comprometidas com uma forma de governar que divide a sociedade", disse, descrevendo o prêmio como uma "dose de adrenalina".

"Espero que permita que os jornalistas façam bem o seu trabalho, sem medo", acrescentou.

Durante anos, Maria Ressa destacou a violência que acompanha a campanha antidrogas iniciada por Duterte, que segundo organizações de direitos humanos já deixou dezenas de milhares de mortos e que o Tribunal Penal Internacional (TPI) autorizou em setembro a investigar.

O Rappler é um dos meios de comunicação que publica imagens hediondas de assassinatos e questiona seu sustento jurídico.

Outros veículos pagaram caro por essa política, por exemplo, a rádio ABS-CBN, que perdeu sua licença no ano passado.

Mas Ressa acredita que a independência do Rappler permite que se defenda. "Não temos outras empresas para proteger, então é fácil para nós nos defendermos", comentou.

A Nobel da Paz é acusada em sete casos diferentes, todos descritos como "ridículos" pela jornalista, determinada a ganhá-los um a um.

Ela está atualmente em liberdade sob fiança e aguarda recurso após ser condenada por difamação em junho, em um caso em que corre o risco de sete anos de prisão.

Dois casos de difamação online foram rejeitados há alguns meses e Ressa, autora de "How to Stand Up to a Dictator" ("Como enfrentar um ditador", em tradução livre) espera ir à Noruega para receber seu Nobel.

"O maior desafio sempre foi superar o medo", disse. "Ser destemida não significa não ter medo, mas simplesmente saber como lidar com isso", acrescentou ela.

"Às vezes eu digo que realmente teria que agradecer ao presidente Duterte porque você sabe quem é até o momento em que tem que lutar por isso", disse Ressa. "E agora eu sei quem eu sou".

Ressa afirmou que a campanha eleitoral nas Filipinas, que começou este mês com a inscrição de candidatos para mais de 18 mil cargos, será um momento "crítico" e afirmou que seu país está muito perto de ter "democracia apenas no nome".

As eleições vão eleger o sucessor de Duterte, que é proibido pela Constituição de concorrer a um segundo mandato de seis anos.

As pesquisas colocam sua filha Sara e o filho do ex-ditador Ferdinand Marcos, que leva o nome do pai, entre os favoritos. Por enquanto, Sara Duterte negou que queira aparecer.

Os jornalistas Maria Ressa (Filipinas) e Dimitri Muratov (Rússia) ganharam o Prêmio Nobel da Paz, concedido nesta sexta-feira (8), por sua luta pela liberdade de expressão em seus respectivos países - anunciou o Comitê do Nobel.

Ressa e Muratov foram reconhecidos "por seus esforços para proteger a liberdade de expressão, que é uma condição prévia para a democracia e a paz duradoura", declarou a presidente do Comitê do Nobel, Berit Reiss-Andersen, em Oslo.

Dimitri Muratov, de 59 anos, é um dos fundadores e editor-chefe do jornal russo Novaya Gazeta e "defende, há décadas, a liberdade de expressão na Rússia, em condições cada vez mais difíceis", destacou o júri.

Ex-jornalista da rede americana CNN e cofundadora do site de notícias Rappler, Maria Ressa, de 58, foi alvo, nos último anos, de várias investigações, processos judiciais e intenso cyberbullying. O Rappler já publicou matérias críticas da gestão do presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, abordando, inclusive, sua sangrenta e polêmica luta contra o narcotráfico.

"Nada é possível sem fatos", afirmou Ressa em entrevista on-line transmitida pelo Rappler, acrescentando que "um mundo sem fatos significa um mundo sem verdade e sem confiança".

A jornalista disse ter-se emocionado ao saber da premiação e garantiu que o Rappler "apenas continuará fazendo o que sempre fez".

"É o melhor momento para ser jornalista", frisou Ressa.

"Os momentos mais perigosos são também os momentos mais importante", completou.

Em abril, Ressa foi agraciada com o Prêmio Mundial da Liberdade de Imprensa Unesco/Guillermo Cano 2021, criado em memória do jornalista colombiano Guillermo Cano assassinado em 1986.

Em 120 anos de história, o Nobel da Paz nunca havia reconhecido o trabalho de uma imprensa independente que força as autoridades a prestarem contas e contribui na luta contra a desinformação.

"As reportagens que nos ajudam a ficar informados e a ter uma ideia dos assuntos da atualidade em tempo real são essenciais para um bom debate público e para as instituições democráticas", afirmou recentemente o diretor do Instituto de Pesquisas para a Paz de Oslo, Henrik Urdal.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) celebrou o anúncio, "um sinal poderoso, um chamado à ação".

"Neste momento, dois sentimentos dominam: alegria e urgência", disse o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire, a jornalistas, na sede da organização em Paris.

"Alegria, porque é uma mensagem maravilhosa e poderosa a favor do jornalismo. Uma bela homenagem a dois jornalistas (...) que representam o conjunto de jornalistas no planeta, que assumem riscos para favorecer o direito à informação".

"E, depois, um sentimento de urgência, porque o jornalismo se fragilizou, porque o jornalismo está sendo atacado, porque as democracias também (estão sendo atacadas), porque a desinformação e os rumores enfraquecem tanto o jornalismo quanto as democracias, e porque chegou a hora de agir", acrescentou.

- Dedicado aos jornalistas assassinados -

Depois de receber a notícia do Nobel, Muratov, editor-chefe do principal jornal independente russo, Novaya Gazeta, dedicou-o ao seu jornal e a seus seis jornalistas e colaboradores assassinados desde 2000.

"Não posso levar o crédito por isso. É da Novaya Gazeta. É dos que morreram defendendo o direito das pessoas à liberdade de expressão", afirmou Muratov, citando os nomes dos seis profissionais assassinados, como Anna Politkovskaya, informou a agência russa de notícias TASS.

"Como não estão conosco, (o Comitê do Nobel) decidiu, visivelmente, que eu deveria dizer isso para todo mundo (...) Esta é a verdade, é para eles", completou.

Muratov explicou que não conseguiu atender o telefone quando recebeu a ligação do Comitê do Nobel, porque estava trabalhando e ainda não teve tempo de ler o texto do anúncio.

De acordo com o jornal, uma parte do valor recebido pelo prêmio será destinado a um fundo de caridade que ajuda crianças com doenças raras. Esta organização, Krug Dobra (O Círculo da Bondade, em tradução livre), foi fundada em janeiro por iniciativa do presidente russo, Vladimir Putin.

Criada em 1993, a Novaya Gazeta costuma ser alvo de ataques e intimidações.

Pouco antes, o Kremlin elogiou a "coragem" e o "talento" do repórter.

"Felicitamos Dimitri Muratov. Trabalha sem cessar, seguindo seus ideais, mantendo-os. Tem talento e coragem", disse o porta-voz da Presidência, Dimitri Peskov à imprensa.

Este ano, havia 329 candidatos na disputa. Entre os favoritos, estavam, por exemplo, a oposição bielorrussa, a ativista do clima Greta Thunberg e outras organizações dedicadas a proteger a liberdade de imprensa da repressão e da censura, como a já citada RSF, ou o Comitê para Proteção dos Jornalistas (CPJ).

Acertar o vencedor, ou vencedores (no máximo três), não é fácil, diante do sigilo mantido por 50 anos sobre a lista de indivíduos e organizações na disputa.

Ainda não se sabe se os ganhadores poderão se deslocar para Oslo para receber o prêmio, devido à pandemia da covid-19 e à situação em seus respectivos países.

Composto de um diploma, uma medalha de ouro e um cheque de 10 milhões de coroas (980.000 euros), o prêmio costuma ser entregue em 10 de dezembro, data de aniversário da morte de Alfred Nobel (1833-1896), seu criador.

Depois do Prêmio da Paz, o único anunciado na capital norueguesa, os membros do Nobel voltam para Estocolmo para fechar a temporada de anúncios com a última categoria, a de Economia, na próxima segunda-feira (11).

A ministra Rosa Weber, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, deu dez dias para que o presidente Jair Bolsonaro preste informações sobre o bloqueio de jornalistas em seu perfil no Twitter. O despacho publicado neste domingo, 1º, se deu no âmbito de ação em que a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) pede ao Supremo que determine ao chefe do Executivo que debloqueie 65 jornalistas na rede social e se abstenha de efetuar novos bloqueios à profissionais da imprensa, considerando o 'caráter público' de sua conta e 'das informações nela presentes'.

"Considerando que a conta do impetrado no Twitter é o principal canal de divulgação dos atos administrativos praticados pelo Presidente da República e que, ademais, a Administração Pública tem o dever constitucional de conceder pleno acesso às informações de caráter público - salvo quando este acesso colocar em risco a segurança da sociedade e do Estado, o que obviamente não é o caso - é flagrantemente ilegal o ato do impetrado de tolher de jornalistas o acesso a sua conta em rede social", argumenta a Abraji na ação.

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De acordo com a associação, desde 2018, Bolsonaro já bloqueou 65 jornalistas de sua conta oficial no Twitter - 'importante canal de diálogo com a sociedade civil' uma vez que publica 'diversas ações do Poder Público, tais como construção de obras, processos de desburocratização, monitoramento da pandemia da Covid-19 e até mesmo a nomeação de Ministro da Saúde'.

"Evidente que, à luz da assiduidade com que o Presidente da República faz uso do Twitter para informar atos de governo, a sua conta oficial reveste-se de interesse público, devendo ser amplamente acessível, aos membros da imprensa e ao público em geral, sem quaisquer restrições ou embaraços", registra a Abraji na ação.

Considerando que a conta não só pertence à principal autoridade pública do país, como também é utilizada como forma de divulgar atos praticados no exercício da gestão pública, a associação sustenta que o bloqueio dirigido especificamente a jornalistas e profissionais de comunicação social constitui 'gravíssimo atentado à liberdade de imprensa'.

"Consta que os jornalistas foram bloqueados pelo impetrado em razão de críticas feitas aos atos por ele praticados no exercício de cargo público. Ou seja, o impetrado vedou o acesso de jornalistas a informações referentes a atos e compromissos do Chefe de Estado, unicamente porque eles eventualmente teriam se manifestado contra seu governo. Essa não é atitude democrática que se espera do titular do Governo Federal. Ao contrário, trata-se de ato discriminatório, que também viola o princípio da impessoalidade", diz a associação.

O deputado Luis Miranda (DEM-DF) classificou o depoimento do policial militar Luiz Paulo Dominguetti Pereira como um "cavalo de Troia" na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. "Aqui eu peço encarecidamente aos senadores da CPI que seja dada voz de prisão política por mentir na CPI e tentar, como um cavalo de Troia, plantado dentro dessa CPI desacreditar a testemunha que até então vem sendo mais transparente e honesta", disse Miranda a jornalistas nesta quinta-feira (1º).

"A intenção é clara. Tem que se investigar quem plantou esse cidadão dentro da CPI. A história dele de 1 dólar, agora, mas do que nunca fica descredibilizada e se de fato aconteceu esse é um criminoso contumaz. Daqui, se ele não sair preso estará envergonhando todo o Parlamento, toda da população brasileira. Vou encaminhar um print para toda imprensa, o áudio ocorreu no dia 15 de outubro", afirmou.

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Miranda disse que ainda guarda, em seu celular, a conversa da qual um trecho, em áudio, foi reproduzido por Dominguetti na CPI como sendo parte de uma tratativa de compra de vacina. "No meu telefone, eu nunca deleto nada e tenho essa conversa e trata-se da minha empresa nos Estados Unidos uma aquisição, uma intermediação de luvas. O áudio é enviado ao senhor Rafael Alves e ele ocorre exatamente no dia 15 de outubro de 2020, não existiam nem vacinas à disposição", afirmou.

O parlamentar afirmou ainda que tem recebido uma série de denúncias sobre corrupção no Ministério da Saúde que pessoas da base do governo "tentam encobrir os crimes para evitar o maior escândalo de corrupção que já ocorreu no Brasil". "Eu virei um para-raio de denuncias que chegam diariamente", disse. "É desenfreada a corrupção dentro do Dlog (departamento de logística da saúde)".

O deputado disse que iria a um cartório registrar a conversa, da qual o áudio exibido na CPI faz parte, para depois tornar disponível o diálogo para toda imprensa.

O prefeito de Olinda, cidade da Região Metropolitana do Recife, Professor Lupércio, anunciou na noite desta quarta-feira (9) que o município iniciará, na próxima segunda-feira (14), a vacinação contra Covid-19 para jornalistas e radialistas que trabalham no município. O gestor também prometeu divulgar amanhã um avanço na faixa etária para a imunização do “público geral”.

“Jornalistas e radialistas que trabalham em Olinda vão poder se vacinar a partir da próxima segunda-feira (14). A luta contra a pandemia não pode ser feita para o trabalhador da imprensa”, disse o prefeito. O agendamento é feito pela internet. Atualmente, o público que está sendo imunizado no município é de pessoas a partir de 45 anos, além de grupos prioritários.

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Também nesta quarta-feira, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Pernambuco (Sinjope), em ato no centro do Recife, cobrou do Governo do Estado a vacinação dos profissionais de imprensa. Segundo Severino Júnior, presidente da entidade sindical, uma comissão de comunicadores foi recebida pelo secretário de Articulação Política da Casa Civil, Eduardo Figueiredo; o representante estadual prometeu entrar em contato com o governador Paulo Câmara para que jornalistas e radialistas sejam incluídos no plano de imunização estadual. “Somos categoria essencial para trabalhar e precisamos ser essenciais para o recebimento da vacina”, destacou Severino.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a insultar jornalistas na última terça-feira (1º). O alvo do mandatário, desta vez, foi a apresentadora da CNN Daniela Lima, classificada pelo chefe do Executivo como “quadrúpede”. No início da manhã desta quarta-feira (2), senadores da CPI da Pandemia repudiaram as palavras de Bolsonaro, classificando o insulto como uma “ofensa à democracia”.

A afronta à Daniela Lima foi proferida durante uma conversa com os apoiadores do presidente, na entrada do Palácio da Alvorada. Um dos bolsonaristas citou uma fala distorcida da jornalista, que durante a edição do dia 26 de maio do CNN360°, jornal que apresenta, declarou aos espectadores: “Não saia daí, porque agora, infelizmente, a gente vai falar de notícia boa, mas com valores não tão expressivos".

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A jornalista se referia aos dados divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), que na quarta-feira (1°) registrou que o mercado de trabalho formal havia apresentado dados positivos em abril, com a criação de 120.935 empregos com carteira assinada. O saldo positivo, contudo, ainda é o menor de 2021.

A partir disso, o grupo de apoiadores que aguardava o presidente no Planalto, compartilhou apenas o trecho do vídeo em que Daniela Lima diz que “infelizmente, a gente vai falar de notícia boa”, sem a conclusão da frase. Após a menção feita pela apoiadora, Bolsonaro disparou: “Infelizmente, somos obrigados a dar uma boa notícia, mas não é tão boa assim não. É uma quadrúpede", disse o presidente, rindo.

Em seguida, sugeriu que a jornalista, no passado, teria votado em "outra do mesmo gênero", também sem explicar a quem se referia. "Afinal de contas, acho que não precisa dizer de quem ela foi eleitora no passado. De outra do mesmo gênero", afirmou.

Na manhã desta quarta-feira (2), durante a abertura de mais um dia de oitivas na CPI da Pandemia, Renan Calheiros (MDB-AL), Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) foram alguns dos senadores a condenarem a declaração de Bolsonaro. A representante da bancada feminina, Eliziane Gama (Cidadania-MA), também se manifestou.

“Foi uma fala contra a democracia, contra a imprensa”, disse a parlamentar. Ela afirmou que o presidente foi responsável por significativa parte dos 428 ataques a profissionais de imprensa em 2020. As ocorrências foram apuradas pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas).

O aplicativo de mensagens WhatsApp bloqueou as contas de dezenas de jornalistas palestinos, após os recentes confrontos entre Israel e o movimento islâmico Hamas, que governa a Faixa de Gaza - disseram repórteres.

Pouco depois da entrada em vigor do cessar-fogo, às 2h da última sexta-feira (21), que encerrou 11 dias de um intenso conflito, dois jornalistas da redação da AFP em Gaza receberam anúncios do WhatsApp em árabe, informando que suas contas estavam bloqueadas.

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Outros jornalistas, em Jerusalém, Gaza e na Cisjordânia ocupada, também relataram que suas contas foram bloqueadas. Uma equipe do canal de notícias do Catar Al Jazeera afirmou que suas contas foram reabertas depois de reclamarem com o Facebook, proprietário do WhatsApp.

O vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas Palestinos, Tahseen al-Astall, observou que "cerca de 100 jornalistas" em Gaza tiveram a conta bloqueada.

O Centro Árabe de Desenvolvimento de Redes Sociais disse que o bloqueio de contas do WhatsApp não é um incidente isolado. Em um novo relatório, o grupo baseado em Haifa documentou 500 casos, nos quais os "direitos digitais" dos palestinos foram violados entre 6 e 19 de maio.

O presidente Jair Bolsonaro se manifestou, nesta terça-feira (11), pela primeira vez sobre o esquema montado pelo governo para conquistar apoio por meio de um orçamento secreto de R$ 3 bilhões. Bolsonaro insultou o Estadão por ter revelado o caso.

"Inventaram que eu tenho um orçamento secreto agora. Tenho um reservatório de leite condensado, 3 milhões de latas. Eles não têm o que falar. Como um orçamento foi aprovado, discutido por meses e agora apareceu R$ 3 bilhões? Só os canalhas do Estado de S. Paulo para escrever isso aí", afirmou o presidente a apoiadores no Palácio da Alvorada.

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Embora o Orçamento seja votado anualmente pelo Congresso, a operação montada pelo presidente para aumentar sua base de apoio no Legislativo distribuindo esses recursos foi sigilosa. Como revelou o Estadão, a distribuição dos valores foi negociada em gabinetes do Palácio do Planalto, por meio de ofícios para indicar a aplicação do dinheiro e, em alguns casos, sem qualquer registro por escrito. Deputados ditaram para os ministros para onde enviar os recursos, o que comprar e até mesmo o preço que deveria ser pago.

Na votação do Orçamento, Câmara e Senado indicam o volume de recursos que é destinado aos ministérios por meio de emendas. No caso do orçamento secreto, o dinheiro foi previsto em uma nova forma, chamada de RP9, criada em 2020. Nesta modalidade, os nomes dos parlamentares não aparecem, até porque esse direcionamento fere leis orçamentárias e até mesmo um veto de Bolsonaro. Na ocasião, o presidente alegou que permitir a alocação dessa verba por ordem de congressistas contraria o "interesse público".

Na conversa com os apoiadores na manhã desta terça-feira, Bolsonaro se esquivou de assumir a responsabilidade pelo orçamento secreto e disse que se a verba federal foi aplicada de forma irregular a culpa é dos gestores locais. "Eles batem na tecla de corrupção o tempo todo. Zero corrupção no meu governo, zero. Outra coisa, se alguém na ponta da linha, mandamos dinheiro para Estados, se alguém comprou algo superfaturado, não tenho essa responsabilidade", disse o presidente.

O caso não apenas será alvo de investigação no Ministério Público e no Tribunal de Contas da União (TCU) como parlamentares já falam até mesmo na criação da "CPI do Tratoraço". O Estadão revelou que Bolsonaro entregou para um grupo de deputados e senadores o direito de impor onde seriam aplicados bilhões de reais, provenientes das RP9, que têm a liberação determinada pelo relator do orçamento no Congresso, não por ministros.

O exercício do jornalismo está ao menos parcialmente cerceado em mais de 130 países, ilustrou nesta terça-feira (20) o ranking mundial sobre a liberdade de imprensa da organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF), dando conta de uma degradação em alguns países, entre eles o Brasil.

No total, o exercício do jornalismo está "gravemente comprometido" ou "restringido" em 73% dos 180 países analisados, enquanto apenas 12 países se situam na "zona branca" do ranking, graças à sua "situação ótima" ou "muito satisfatória", informou a ONG com sede em Paris.

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Esta zona, que representa 7% dos países em comparação com 8% no ano passado, não era tão reduzida desde a criação deste índice de referência em 2013, criticou a RSF.

A lista é liderada por Noruega e Finlândia, enquanto a Costa Rica subiu do sétimo para o quinto lugar.

Na lanterna do 'ranking' mundial, a China (177), "que continua a elevar a censura, a vigilância e a propaganda na Internet a níveis sem precedentes", se mantém estável na liderança dos "piores países totalitários": Turcomenistão (178), Coreia do Norte (179) e Eritreia, segundo a RSF.

Além disso, a pandemia de Covid-19 representou uma "forma de oportunidade para alguns Estados que restringiram a liberdade de imprensa", informou à AFP o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire.

"Por causa - ou com o pretexto-" da crise sanitária, os jornalistas enfrentam "restrições de acesso" tanto às coberturas no terreno quanto às fontes de informação, segundo a ONG. Esta situação exacerbou a repressão em países como Irã (174) e Arábia Saudita (170).

América Latina, a maior piora

Por regiões, a Europa e a América (Norte, Centro e Sul) continuam sendo os continentes mais favoráveis à liberdade de imprensa, embora a região das Américas tenha registrado a "maior piora" nas pontuações regionais este ano (+ 2,5%).

Os países latino-americanos pior classificados são Cuba (171, inalterada), Honduras, (151, -3) e a Venezuela (148, -1).

El Salvador sofreu a queda mais significativa da região (82, -8), visto que neste país "os jornalistas têm dificuldades para obter informações oficiais sobre a gestão da epidemia".

O continente europeu, por sua vez, registra uma notável deterioração no indicador "Abusos". Atos violentos mais que dobraram na região da União Europeia e nos Bálcãs, enquanto em todo o mundo é de 17%. "Agressões contra jornalistas e prisões abusivas" aumentaram sobretudo em Alemanha, França (34) e Itália (41).

Brasil entra na zona vermelha

O Brasil (111), que recuou quatro posições, entrou na zona vermelha, classificada como "difícil".

"Insultos, estigmatização e orquestração de humilhações públicas de jornalistas se tornaram a marca registrada do presidente Bolsonaro, de sua família e de pessoas próximas a ele", condenou a RSF.

A ONG criticou, ainda, que tanto Jair Bolsonaro quanto o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, tenham promovido medicamentos cuja eficácia nunca foi provada pela medicina, como foi o caso da cloroquina.

"Felizmente, levantamentos como os da brasileira Agência Pública ou artigos aprofundados publicados pelos últimos jornais independentes na Venezuela determinaram a veracidade dos fatos", destacou.

Na zona vermelha também estão Índia (142), México (143) e Rússia (150), "que usou seu aparato repressivo para limitar a cobertura pela mídia de manifestações ligadas ao opositor Alexei Navalny".

"O jornalismo é a melhor vacina contra a desinformação", afirmou em um comunicado Christophe Deloire.

"Infelizmente, sua produção e circulação são frequentemente cerceadas por fatores políticos, econômicos, tecnológicos e, às vezes, até culturais", acrescentou.

Segundo a RSF, a estabilidade do índice geral de referência do ranking (-0,3% anual) "não deve ofuscar a situação geral enfrentada pela imprensa no médio prazo", com queda de 12% com relação a 2013.

É comemorado, nesta quarta-feira (7), o Dia do Jornalista. A data homenageia os profissionais que sempre estão dispostos a mostrar com ética e de maneira imparcial os fatos que repercutem em todo o mundo. Na ficção, por exemplo, atores receberam a incumbência de interpretar personagens que estiveram ligados ao universo do jornalismo. Pensando nisso, o LeiaJá relembra alguns jornalistas que já foram retratados em novelas da Globo.

Dirceu

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Sucesso em 2004, Senhora do Destino também abordou o jornalismo. Na ocasião, a trama escrita por Aguinaldo Silva presenteou os telespectadores com o personagem Dirceu, vivido por José Mayer, um jornalista determinado a contar sempre a verdade ao leitores de um jornal carioca.

Zé Bob e Maíra

Incluída recentemente no catálogo do Globoplay, A Favorita está de volta com a rivalidade de Flora e Donatela. Embora a briga delas faça parte da trama central, os papéis de Carmo Dalla Vecchia e Juliana Paes também chamam a atenção. Os atores deram vida na novela de João Emanuel Carneiro aos jornalistas Zé Bob e Maíra. A dupla não media esforços quando eram convocados para desenvolver as pautas determinadas pela editora-chefe Tuca (Rosi Campos).

Diana

Em 2010, o público conheceu a doçura de Diana, interpretada pela atriz Carolina Dieckmann. A jornalista trabalhava na empresa da família Gouveia, mais especificamente na parte de comunicação interna. Apesar de toda sua dedicação com o trabalho, Diana teve um fim trágico no folhetim de Silvio de Abreu. 

Marcela

Para todo jornalista que se preze, trabalhar com a verdade é fundamental para aqueles que irão receber a notícia. Mas parece que essa atitude não se fez presente na vida da jornalista Marcela. A personagem de Suzana Pires em Fina Estampa, de Aguinaldo Silva, passava por cima de tudo e de todos para obter informações exclusivas. Sensacionalista, Marcela se vangloriava quando suas matérias repercutiam.

Fotos: Reprodução/TV Globo

Após perder ação de danos morais contra três ex-jornalistas da revista Época, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve de pagar R$ 31.940,14 em honorários ao advogado deles. A intimação para o pagamento foi feita no último dia 23 e este foi realizado no dia seguinte.

Lula entrou com ação na Justiça em 2015. Na edição 882 daquele ano, a revista publicou a matéria de capa "Lula: o operador", na qual revelou uma investigação da Procuradoria no Distrito Federal para apurar se o petista teria atuado para favorecer a Odebrecht em contratos na América Latina e na África com dinheiro do BNDES. O texto foi assinado por Thiago Bronzatto e Filipe Coutinho, enquanto Diego Escosteguy era editor-chefe da revista.

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"A matéria está repleta de falácias e afirmações vis - todas, sem exceção de uma sequer - divorciadas das práticas éticas e sensatas do bom jornalismo. (Os autores da reportagem) imputaram a Lula a prática de conduta criminosa sem um fiapo sequer de prova", afirmava a ação, protocolada na 12ª Vara Cível de Brasília. O advogado do ex-presidente argumentou que a investigação se baseou na representação feita pelo procurador da República Anselmo Lopes, mas que ela não possuía fundamento probatório. Disse, ainda, que a liberdade de expressão não é absoluta e que o uso do termo "operador", serviu para ofender a imagem e a honra de Lula.

Não foi o que considerou o juízo de Brasília. "A matéria impugnada pela parte autora versa sobre assunto de interesse público, sendo verificado o conteúdo jornalístico do texto, sobressaindo o 'animus narrandi' e não 'animus injuriandi vel diffamandi'. Assim, ao contrário do que pretende fazer crer a parte autora, não seria recomendável, nem mesmo legítimo, o tolhimento de um direito fundamental exercido em prol da sociedade."

No mesmo sentido sentenciou o desembargador James Eduardo Oliveira, relator do recurso feito pela defesa, no que foi acompanhado pelo restante da 4ª Turma Cível. "Não se vislumbra deturpação dos fatos nem qualquer sinal de abuso da liberdade de comunicação. Os apelados (os jornalistas) apenas reproduziram e contextualizaram o conteúdo da representação feita pelo procurador da República Anselmo Lopes, sem ataques pessoais e sem endossar as acusações que nela se continham."

Oliveira também ponderou que a linguagem jornalística deve se pautar pelo entendimento de seus destinatários. Por isso, considerou razoável a utilização dos termos "operador" e "investigação", desde que "devidamente contextualizados". Lembrou ainda que a representação se transformaria em investigação criminal, mesmo que à época da reportagem ela não passasse de representação. Por fim, o desembargador ressaltou que o Instituto Lula foi procurado pelos jornalistas e teve manifestação publicada na reportagem.

A defesa ainda recorreu à presidência do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios e ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), mas também teve os pedidos negados.

COM A PALAVRA, A DEFESA DE LULA

A defesa de Lula foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até a publicação.

Começa, no dia 29 deste mês, o curso “Cobertura da vacina para COVID-19: o que os jornalistas precisam de saber”, cujas inscrições podem ser feitas gratuitamente. A formação é fruto de uma parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o PNUD, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro Knight para o Jornalismo nas Américas, da Universidade do Texas em Austin.

O curso também é cofinanciado pela União Europeia e contará com aulas on-line até 25 de abril. Os encontros serão conduzidos em português, inglês, espanhol ou francês.

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As inscrições devem ser feitas por meio do site da iniciativa. No mesmo endereço eletrônico podem ser obtidas mais informações a respeito da capacitação.

Duas jornalistas bielorrussas foram condenadas nesta quinta-feira a dois anos de prisão por sua cobertura do movimento de protesto de 2020 no país, informou o canal Belsat.

Daria Shultsova e Katerina Bakhvalova, correspondentes do Belsat, canal de televisão da oposição com sede na Polônia, foram detidas em 15 de novembro em um apartamento a partir do qual haviam filmado a violenta dispersão de uma manifestação em homenagem ao ativista Roman Bodarenko, assassinado poucos dias antes.

"Eu mostrei os fatos no ar e me colocaram na prisão por isso, inventando acusações", disse Bakhvalova na quarta-feira à noite, em sua última intervenção antes da deliberação do tribunal.

As duas jornalistas, de 23 e 27 anos, se declararam inocentes e se consideram vítimas da repressão que atingiu o movimento de protesto organizado após a polêmica reeleição do presidente Alexander Lukashenko em agosto de 2020. A votação foi marcada por acusações de fraude.

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