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Vazamentos de mais uma delação premiada devem estremecer a política nacional durante os próximos dias. Desta vez, a do ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP) que cita, em depoimento, políticos da base do governo e da oposição, inclusive o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Augusto Nardes. 

Segundo informações da Folha de São Paulo, que teve acesso a alguns trechos da delação, um dos anexos é intitulado de "Mesada a Augusto Nardes", ex-deputado federal pelo PP. No depoimento, Corrêa diz que Nardes estava entre os que recebiam a propina arrecadada pelo deputado José Janene, falecido em 2010, junto à Petrobras. 

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Corrêa aponta que no ano em que Nardes foi nomeado ministro, um recibo de pagamento de propina foi destruído para evitar desgastes posteriores. O valor do recibo era em torno de R$ 20 mil. O ministro, no entanto, nega qualquer envolvimento com irregularidades e pontuou, em nota, que a citação do nome dele é uma “retaliação” do ex-presidente nacional do PP. 

Do PSDB ao PT

O pernambucano também listou uma série de operadores de propina, entre eles, a irmã do senador Aécio Neves (PSDB-MG), Andrea Neves. O nome dele aparece ao lado do de Marcos Valério, operador do Mensalão. Esquema pelo qual Pedro Corrêa foi condenado e cumpre pena. Em nota, Aécio pontuou que Andrea não conhece Corrêa e repudiou “as falsas acusações”. 

Outro anexo conta ainda, de acordo com o periódico, um suborno utilizado para facilitar a aprovação da emenda que estabelecia a reeleição no país, em 1997, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB). "Olavo Setubal [do Banco Itaú] dava bilhetes a parlamentares que acabavam de votar, para que se encaminhassem a um doleiro em Brasília e recebessem propinas em dólares americanos", conta um dos trechos relatado pelo ex-parlamentar. Ao tomar conhecimento da citação, FHC classificou a menção como “ridícula”.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também é citado pelo ex-deputado. Segundo Corrêa, o petista teve participação na aprovação do nome de Paulo Roberto Costa para assumir uma diretoria na Petrobras. Corrêa participou da reunião em 2004 entre Lula, o então ministro da Casa Civil, José Dirceu (PT), e o presidente da Petrobras da época, José Eduardo Dutra. Ele revelou trechos de conversas entre Lula, Dirceu e Dutra. 

Apesar das revelações que trazem a delação de Pedro Corrêa, não há muitas comprovações documentais, motivo pelo qual a negociação da colaboração tenha durado oito meses. O assunto ainda está sob análise do Supremo Tribunal Federal (STF).

Os líderes do PSDB, DEM, PPS e Solidariedade na Câmara dos Deputados anunciaram, nesta quarta-feira (23), que vão entrar com representações na Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a investigação da presidente Dilma Rousseff e do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pelos supostos crimes de obstrução de Justiça e advocacia administrativa.

Eles também pedirão a investigação dos ministros Edinho Silva (Secretaria de Comunicação Social da Presidência) e Jaques Wagner (Gabinete Pessoal da presidente) pelos mesmos crimes. Serão ao todo três ações.

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Segundo o líder do PSDB, deputado Antonio Imbassahy (BA), as representações têm como base os áudios revelados durante a Operação Lava Jato, divulgados pelo juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal do Paraná, com conversas entre Lula, Dilma e outros petistas. Para Imbassahy, a gravação e a divulgação dos áudios foram legais e revelam a “intenção clara” da presidente Dilma de obstruir a Justiça, ao nomear o ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil.

Mensalão e Itamaraty

O deputado Raul Jungmann (PPS) anunciou que os partidos de oposição também darão entrada na PGR com pedido de reabertura do inquérito do chamado “mensalão” para nele incluir o ex-presidente Lula.

O parlamentar disse que a oposição irá requerer informações, ao Ministério das Relações Exteriores, sobre o envio de telegramas a embaixadas e representações do Brasil no exterior que alertariam para o risco de um golpe político no País. Para ele, tratou-se de crime de lesa-pátria.

*Com informações da Agência Câmara

Candidato derrotado nas eleições para o governo de Minas Gerais em 2014, Pimenta da Veiga (PSDB) vai responder pelo crime de lavagem de dinheiro em denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) à Justiça. Conforme a Procuradoria, Pimenta recebeu R$ 300 mil de março a abril de 2003 das agências de publicidade SMP&B Comunicação e DNA Propaganda, que tinham como sócios Marcos Valério Fernandes de Souza, Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, todos condenados no julgamento do mensalão.

A denúncia contra Pimenta da Veiga foi acatada pela 4.ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte em 3 de março. A pena para lavagem de dinheiro é de três a dez anos de prisão.

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Segundo as investigações do MPF, os recursos recebidos pelo ex-prefeito da capital mineira tinham como origem empréstimos fraudulentos tomados por empresas do Banco do Brasil, Banco Rural e BMG, além de pagamentos feitos pelo Rural por supostos serviços prestados pelas duas agências de publicidade.

Os procuradores afirmam que, ao prestar depoimento em janeiro de 2006, "Pimenta da Veiga afirmou que os recursos recebidos das empresas de Marcos Valério referiam-se a honorários advocatícios em razão da prestação de serviços de consultoria empresarial, e que não possuía os pareceres escritos que comprovassem essa consultoria, porque 'geralmente emitia opiniões ou pareceres verbais a respeito dos contratos analisados'".

Defesa

Em nota, o advogado de Pimenta da Veiga, Sânzio Baioneta Nogueira, declarou ter visto com "perplexidade a notícia do oferecimento da denúncia, pois em março de 2015 o próprio Ministério Público Federal havia requerido o arquivamento das investigações. Todos os esclarecimentos serão devidamente prestados". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, concedeu nesta quinta-feira, 10, o perdão da pena ao ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, condenado no julgamento do mensalão. A decisão monocrática de Barroso, relator da Ação Penal 470, aconteceu depois de o plenário do STF dar o benefício ao ex-deputado João Paulo Cunha.

A mesma decisão deve ser aplicada a outros seis condenados no mensalão, que também pediram o perdão da pena ao STF. São eles os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB-RJ), Valdemar Costa Neto (PR-SP), Romeu Queiroz (PMB-MG), Pedro Henry (PP-MT) e Bispo Rodrigues (PR-RJ), além do ex-diretor do Banco Rural Vinícius Samarane e do advogado Rogério Tolentino.

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Delúbio já cumpria o restante da pena em casa, em regime aberto. Ele foi condenado a 6 anos e 8 meses de prisão.

O benefício concedido aos dois petistas tem como base o decreto presidencial de indulto de Natal, assinado pela presidente Dilma Rousseff no fim do ano passado. Em fevereiro, Barroso negou o perdão da pena do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu. Dirceu cumpria pena em regime aberto pelo mensalão quando voltou a ser preso no ano passado, por suspeita de envolvimento na Lava Jato.

A defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu recorreu no Supremo Tribunal Federal (STF) da decisão que negou a ele o perdão da pena no mensalão. Preso preventivamente no ano passado por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato, Dirceu pede que seja reconhecido o direito mesmo que ele responda em um outro processo criminal.

O pedido de perdão de pena foi feito com base no indulto de Natal, decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff em 24 de dezembro que extingue as condenações por determinados crimes, desde que as pessoas condenadas cumpram requisitos previstos na norma.

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Em fevereiro, no entanto, o ministro Luís Roberto Barroso, relator dos processos do mensalão no STF, negou o pedido do perdão da pena do ex-ministro por considerar que ele não poderia ter sofrido sanção por falta disciplinar de natureza grave, como é o caso da prisão preventiva.

Os advogados do ex-ministro rebatem no recurso que o processo criminal pelo qual Dirceu responde ainda não foi julgado, e que ele deve ser considerado inocente até que o processo transite em julgado.

A defesa argumenta que Dirceu "demonstrou preencher todos os requisitos previstos para o reconhecimento do indulto ao tempo do pedido e, como o referido pedido tem prioridade no trâmite em relação aos demais, não há qualquer fundamento legal que permita o indeferimento do pedido, ou até mesmo sua suspensão, em decorrência de ação penal movida em desfavor do condenado e que ainda não tenha sentença proferida".

"Ainda que o Agravante (Dirceu) esteja respondendo a processo criminal, não é possível que seu pedido de reconhecimento de indulto seja indeferido por ausência de requisito subjetivo - prática de falta grave - ou postergado até que seja proferida sentença, pois será considerado inocente enquanto não transitar em julgado sentença penal condenatória" argumentam os advogados do ex-ministro.

Para a defesa de Dirceu, ele tem direito ao indulto porque foi condenado a pena menor que 8 anos, já cumpriu mais de 26 meses da condenação e, além disso, não é reincidente.

Esses são pré-requisitos para que um condenado tenha o perdão da pena, conforme o decreto do indulto de Natal do ano passado. Já a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF que o ex-ministro regrida para o regime fechado por causa da prisão preventiva no âmbito da Lava Jato.

No mensalão, Dirceu foi condenado a sete anos e 11 meses de prisão e estava cumprindo pena em regime aberto em Brasília quando voltou a ser preso. Atualmente, ele está detido em Curitiba. As investigações da força-tarefa da Lava Jato apontam indícios de crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O Ministério Público argumenta que o ex-chefe da Casa Civil teria continuado a cometer crimes mesmo depois de preso. O grupo de trabalho da Lava Jato apurou que ele movimentou R$ 71,4 milhões desde 2007 em nome da empresa de que é dono, a JD Consultoria. A suspeita é de que a empresa tenha sido usada para lavar dinheiro em contratos das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

"Até que sobrevenha sentença sobre os fatos que justificariam eventual regressão para o regime fechado, não é possível conceder o indulto", declarou Barroso no despacho que negou ao ex-ministro a concessão do benefício. A decisão poderá ficar a cargo da 1ª Turma do Supremo.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recomendou ao Supremo Tribunal Federal (STF) o perdão da pena de oito condenados do mensalão, mas disse que só vai se pronunciar sobre a concessão de indulto natalino ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu quando a Suprema Corte decidir se ele deve ou não voltar a cumprir pena em regime fechado.

Os pareceres de Janot, com base no decreto presidencial do indulto de Natal, beneficiam Delúbio Soares, Romeu Queiroz, Valdemar Costa Neto, Bispo Rodrigues, Vinícius Samarane, Rogério Lanza, João Paulo Cunha e Pedro Henry. Caberá ao ministro Luís Roberto Barroso, relator dos processos, decidir sobre a concessão do indulto aos oito condenados.

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Dirceu, no entanto, voltou a ser preso preventivamente em agosto em Curitiba por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato. Por causa disso, ele precisará esperar o Supremo decidir sobre um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) de outubro do ano passado, para que o ex-ministro volte ao regime fechado.

O Ministério Público argumenta que, mesmo depois de condenado e preso, o ex-ministro teria supostamente continuado a cometer crimes. No mensalão, Dirceu foi condenado a sete anos e 11 meses de prisão.

Por ter cumprido mais de 26 meses da pena e por não ser reincidente, a defesa de Dirceu encaminhou ao STF um pedido semelhante ao dos demais condenados para que a Corte perdoe a pena dele no mensalão e conceda o indulto natalino, conforme o decreto presidencial assinado por Dilma Rousseff no fim do ano passado.

O ex-ministro Dirceu estava cumprindo pena em regime aberto em Brasília quando voltou a ser preso, em agosto do ano passado. As investigações da Polícia Federal apontam indícios de crimes de organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O grupo de trabalho que investiga o esquema de corrupção na Petrobras apurou que o ex-ministro movimentou R$ 71,4 milhões desde 2007 em nome de sua empresa, a JD Consultoria. As movimentações teriam ocorrido mesmo após a condenação dele no processo do mensalão. O ex-ministro diz que os pagamentos se referem a serviços de consultoria prestados a empresas.

O ex-deputado Roberto Jefferson, delator do mensalão, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) o perdão da pena imposta por envolvimento no esquema. O pedido tem como base o decreto presidencial do indulto de Natal, assinado pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado.

De acordo com o decreto presidencial, o indulto é concedido a condenados que não sejam reincidentes, tenham sido condenados a pena inferior a 8 anos de reclusão, tenham cumprido um quarto da pena e estejam em regime aberto. Os advogados do ex-parlamentar apontam que Jefferson se enquadra em todos os pré-requisitos.

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Jefferson foi preso em fevereiro de 2014, condenado a 7 anos e 14 dias de prisão em regime inicialmente semiaberto. Ele foi liberado para o regime aberto em maio do ano passado. A decisão sobre conceder ou não o indulto ao ex-deputado caberá ao ministro Luís Roberto Barroso, relator do mensalão no Supremo.

Outros condenados do mensalão também fizeram o pedido de indulto ao STF por causa do decreto assinado pela Dilma no fim do ano passado. Esperam a decisão do ministro o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-deputado petista João Paulo Cunha, o ex-deputado do PTB Romeu Queiroz e o ex-advogado de Marcos Valério, Rogério Tolentino.

A juíza Melissa Costa Lage, da 9ª Vara Criminal de Belo Horizonte, rejeitou na última sexta-feira (5) o recurso da defesa do ex-presidente do PSDB e ex-governador de Minas Eduardo Azeredo contra sua condenação a 20 anos e dez meses de prisão por peculato e lavagem de dinheiro no escândalo do mensalão tucano.

A defesa de Azeredo entrou com embargos de declaração, recurso que questiona aspectos da decisão da juíza, no dia 25 de janeiro, pouco mais de um mês após a sentença que condenou o ex-governador. Como o caso tramita em primeira instância, o tucano recorre em liberdade e continua trabalhando para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

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No recurso, a defesa aponta que a magistrada teria omitido declarações de testemunhas que inocentariam o ex-governador mineiro além de ter sido omissa em relação ao processo movido pelo Ministério Público contra o lobista Nilton Monteiro, que no decorrer das investigações do escândalo apontou que o tucano teria desviado dinheiro por meio do valerioduto - esquema que utilizava as empresas de publicidade de Marcos Valério e que posteriormente foi adotado pelo PT no mensalão no governo federal.

"Quanto à suposta omissão aos depoimentos dos 'corresponsáveis' (expressão utilizada pela Defesa), verifica-se que, a fim de se evitar prejulgamentos, deve-se evitar a menção aos corréus na sentença de processo ao qual não pertencem. Ainda que assim não fosse, as declarações dos corres foram transcritas na sentença", afirma a juíza Melissa Costa Lage ao rejeitar os argumentos da defesa, que ainda aponta que há um capítulo inteiro na sentença de 125 páginas sobre a investigação contra Nilton Monteiro.

"Em relação à citação parcial dos depoimentos das testemunhas, não há que se falar em qualquer omissão, uma vez que o magistrado não é obrigado a mencionar todas as provas produzidas integralmente, mas tão somente aquelas necessárias ao seu convencimento", segue a magistrada. Como mostrou a reportagem, na dura sentença que levou à condenação de Azeredo, a juíza aponta uma série de "mentiras" do ex-governador.

Procuradoria-Geral

Em fevereiro de 2014, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a condenação de Azeredo, que à época era deputado federal, a 22 anos de prisão pelo seu envolvimento no desvio de ao menos R$ 3,5 milhões de estatais mineiras para o caixa 2 da campanha à reeleição do tucano ao governo de Minas em 1998. O parlamentar, no entanto, renunciou ao cargo de deputado e, pela perda de foro privilegiado, o processo foi enviado à primeira instância da Justiça estadual em Minas Gerais.

Segundo a denúncia, o desvio ocorreu por meio das empresas de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza, que atualmente cumpre pena de 37 anos de prisão imposta no julgamento do mensalão do PT.

O tucano, segundo a acusação, utilizou recursos que iriam para eventos para abastecer caixa 2 de campanha. Na sentença, a juíza afirma ter sido criada "uma organização criminosa complexa, com divisão de tarefas aprofundada, de forma metódica e duradoura". A reportagem não conseguiu contato com o advogado do tucano.

Defesa

Em nota, o PSDB afirma que a decisão de primeira instância em relação a Eduardo Azeredo "surpreendeu" a todo o partido que "conhece a trajetória política e a correção que sempre orientou a vida do ex-senador e ex-governador".

O PSDB diz respeitar a decisão da Justiça, mas "está confiantes de que nas instâncias superiores" o ex-senador possa apresentar as "razões de sua inocência" para que ocorra "reavaliação da decisão".

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma manifestação a favor da extinção da pena aplicada na condenação do ex-deputado João Paulo Cunha (PT-SP) no caso do mensalão. Janot considera que o ex-parlamentar preenche os requisitos estabelecidos no decreto do indulto de Natal assinado pela presidente Dilma Rousseff no final do ano passado.

"Não se tratando de réu reincidente, verifica-se o cumprimento, pelo apenado, do requisito objetivo previsto no ato normativo presidencial", afirma o procurador-geral. O caso será analisado pelo ministro Luis Roberto Barroso, relator dos processos do mensalão na Corte.

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Cunha foi condenado a seis anos e quatro meses de prisão, e cumpriu até 25 de dezembro do ano passado um ano, 10 meses e 21 um dias pelos crimes de peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Com o benefício da remissão de pena, o ex-deputado obteve a redução de 115 dias: com um total que supera a cumprimento de um terço da pena, ele foi transferido ao regime aberto.

Pela tradição, o indulto natalino perdoa os condenados por determinados crimes e extingue completamente suas penas. Foram beneficiados pelo decreto do ano passado, entre outros, os presos condenados à reclusão por um tempo menor que oito anos, e que tenham, até o Natal, cumprido um terço da pena, regra que beneficiou Cunha.

Recém-formado

Ex-presidente da Câmara dos Deputados, Cunha se formou em Direito no ano passado e foi contratado pelo escritório de advocacia criminal Luís Alexandre Rassi e Pedro Paulo Medeiros. Ele atua na equipe de defesa de Francisco Mirto, um dos réus da Operação Zelotes, que investiga o esquema de venda de medidas provisórias no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF).

Além de Cunha, outros três condenados no mensalão pedirão ao Supremo o perdão da pena com base no indulto de Natal. Fizeram o pedido o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-deputado do PTB Romeu Queiroz e o ex-advogado de Marcos Valério, Rogério Tolentino. No início do ano passado, o decreto de 2014 beneficiou outros dois condenados pelo mensalão: o ex-deputado José Genoíno (PT-SP) e o ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas.

O ex-presidente Lula (PT) afirmou, nesta quarta-feira (20), que não existe "uma viva alma mais honesta" do que ele ao responder denúncias de envolvimento dele em esquemas de corrupção. “Se tem uma coisa de que me orgulho e que não baixo a cabeça para ninguém é que não tem nesse país uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, do Ministério Público, da Igreja Católica, da igreja evangélica, nem dentro o sindicato. Pode ter igual, mas eu duvido”, afirmou em uma entrevista de cerca de três horas concedida a blogueiros na sede do Instituto Lula, zona sul paulistana.

Para Lula, são remotas as chances de que ele seja indiciado nos processos que apuram corrupção na Petrobras e outras estatais. “Não há nenhuma possibilidade de uma ação penal, a não ser que seja uma violência contra tudo o que se conhece neste país”, enfatizou. “O próprio [juiz Sérgio] Moro já disse que eu não sou investigado”, disse em referência ao magistrado que conduz os processos relativos a Operação Lava Jato.

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O ex-presidente criticou a publicação de “mentiras” contra ele e sua família nos meios de comunicação. “O meu filho Fábio, o que fazem com ele é uma violência”, disse também em relação aos boatos espalhados nas redes sociais.

Por isso, Lula disse que pretende processar sempre que forem publicadas inverdades contra ele na imprensa. “Tudo o que os advogados entenderem que é possível abrir processo, eu vou abrir processo”, destacou. As ações judiciais serão, segundo o ex-presidente, direcionadas diretamente aos autores dos artigos e reportagens. “Tudo o que os advogados entenderem que é possível abrir processo, vou abrir processo”.

Dirceu 

Na entrevista, Lula também defendeu o ex-ministro José Dirceu. Segundo Lula, Dirceu foi um dos responsáveis pelo espaço conquistado pelo PT na política brasileira. “O companheiro Zé Dirceu pode ter cometido um erro. Mas a gente tem que saber que o companheiro Zé Dirceu é um dos responsáveis pela grandeza desse partido. O Zé foi um belo de um presidente [do partido]. O [José] Genoino foi um extraordinário presidente desse partido”, disse.

Genoino e Dirceu foram condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Além de presidente do PT, Dirceu foi ministro-chefe da Casa Civil durante o primeiro mandato de Lula (2003-2006). No final do ano passado, ele foi indiciado pela Polícia Federal pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha no esquema de superfaturamento de contratos da Petrobras. Para a força-tarefa da Lava Jato, o ex-ministro foi o “criador” e “beneficiário” das fraudes em contratos da estatal.

Segundo Lula, o PT repetiu práticas que pretendia mudar quando chegasse ao poder. “O PT errou, cometeu práticas que nós condenávamos. O PT precisa perceber que nós não nascemos para ser igual aos outros partidos políticos. O PT nasceu justamente para mudar a lógica da política dos partidos tradicionais”, ressaltou.

Porém, o ex-presidente acredita que o partido passa por um processo de “criminalização”, onde são levantadas suspeitas até sobre doações legais de campanha. “O que eu acho grave é o seguinte é que todos os partidos receberam dinheiro das mesmas fontes. Se você pegar a prestação de contas dos partidos políticos, você vai perceber que os empresários são os mesmos para todos os partidos”.

Lula disse concordar com os termos do manifesto divulgado por um grupo de advogados que defende acusados na Operação Lava Jato. No texto, os defensores reclamam do “excesso de prisões preventivas”, da “espetacularização dos julgamentos” e das “restrições ao direito de defesa”. "Eu li o manifesto dos advogados, achei pertinente e atualizado. Acho que está na hora de a sociedade brasileira acordar e exigir mais democracia, mais direitos humanos e mais respeito a tudo que construímos de fortalecimento das instituições”, destacou Lula.

Para o ex-presidente, as operações contra a corrupção na Petrobras estão cerceando o direito de defesa e violando direitos dos acusados. “No Brasil, nesse momento, nem habeas corpus as pessoas estão conseguindo. Está muito mais difícil do que no tempo do regime militar”, disse.

Lula conclamou os militantes do PT a defenderem nomes do partido, que têm sido apontados como integrantes dos esquemas de corrupção. “Enquanto não for comprovado que o cara cometeu erro, tem que estar do lado do meu companheiro. Que história é essa do cara cair na água e eu deixar ele morrer afogado? Não! Se eu puder ajudar, eu vou ajudá-lo”.

O ex-deputado federal Roberto Jefferson, de 62 anos, recebeu alta na manhã de hoje (12). Ele estava internado no Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, onde, no último dia 7, submeteu-se a uma cirurgia para reconstrução do trânsito gástrico.

O ex-parlamentar já havia passado por uma cirurgia para a retirada de um tumor no pâncreas, em 2012. Em julho do ano passado, foi internado no Samaritano para a realização de exames após ter sido acometido por uma febre.

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Condenado a sete anos e 14 dias de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Roberto Jefferson deixou a prisão no dia 16 de maio deste ano, autorizado pela Justiça a cumprir o restante da pena em regime domiciliar.

Após a publicação do indulto de Natal, cinco condenados no processo do mensalão enviaram ao Supremo Tribunal Federal (STF) os pedidos de perdão das penas que receberam. As defesas de Delúbio Soares (ex-tesoureiro do PT), João Paulo Cunha (ex-deputado do PT), Romeu Queiroz (ex-deputado do PTB), Pedro Henry (ex-deputado do PP) e Rogério Tolentino, ex-advogado de Marcos Valério, protocolaram os requerimentos no tribunal.

No último dia 24, o Diário Oficial da União (DOU) trouxe o decreto assinado pela presidente Dilma Rousseff que dá a possibilidade de eles ficarem livres de cumprirem o restante da pena. O indulto geralmente é concedido no período natalino e é previsto na Constituição como benefício de atribuição exclusiva de ser concedida pela Presidência da República.

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Segundo o decreto, pode ser beneficiado "um condenado a pena privativa de liberdade não superior a oito anos, não substituída por restritivas de direitos ou por multa, e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena que, até 25 de dezembro de 2015, tenham cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes". Cada pedido será analisado individualmente pela Corte e não há prazo para que o indulto seja concedido.

Délúbio foi condenado a seis anos e oito meses por corrupção ativa e formação de quadrilha. Já João Paulo Cunha pegou seis anos e quatro meses por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, Pedro Henry foi condenado a sete anos e dois meses e Romeu Queiroz a seis anos e seis meses.Tolentino pegou seis anos e dois meses por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Todos tiveram que pagar multa e cumpriam a pena em regime semiaberto.

A defesa do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, condenado no processo do mensalão e preso preventivamente há cinco meses na Operação Lava Jato, vai pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a concessão do indulto de Natal a ele. Ontem, como tradicionalmente ocorre todos os anos, a presidente Dilma Rousseff publicou no Diário Oficial da União um decreto concedendo indulto natalino e comutação de penas.

A liberação precisa obedecer a vários critérios, como tempo da condenação do preso, prazo de pena já cumprido, se o crime é considerado de "grave ameaça ou violência a pessoa", entre outros critérios. Previsto na Constituição, o benefício é uma atribuição exclusiva a ser concedida pelo presidente da República.

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O advogado José Luís de Oliveira Lima, que defende Dirceu, disse que o ex-ministro se encaixa nos pré-requisitos do decreto assinado pela presidente para ficar livre de cumprir o restante da pena sem qualquer tipo de restrição.

Mensalão

A defesa do ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, outro condenado pelo STF no mensalão, também esperava a edição do decreto de indulto para avaliar se vai requerer a concessão do benefício. O criminalista Marcelo Bessa, que defende o ex-deputado Valdemar Costa Neto (PR), disse que está em férias e só no seu retorno vai avaliar se o seu cliente pode ser beneficiado.

Os ex-deputados Roberto Jefferson (PTB), João Paulo Cunha (PT) e Pedro Corrêa (PP), também condenados no mensalão, poderiam se encaixar nas regras do indulto, cujo texto é igual ao editado no ano passado por Dilma. O Estado não localizou seus advogados.

Em março deste ano, o ex-presidente do PT José Genoino conseguiu ter a sua pena extinta com base no decreto de 2014.

Em agosto, antes de ser preso na Lava Jato, Dirceu cumpria pena em regime aberto pela sua condenação de sete anos e 11 meses no processo do mensalão. Ele fora detido pelo escândalo anterior em novembro de 2013.

A defesa do ex-ministro pretende alegar que Dirceu se incluiu nas regras previstas no decreto para receber o perdão da pena. "Entendo que ele tem direito e vou requerer no momento oportuno", disse o advogado José Luís de Oliveira Lima.

O ex-ministro, contudo, pode não garantir direito ao benefício por causa dos desdobramentos da Lava Jato. No mês seguinte à sua prisão, Dirceu virou réu após o Ministério Público Federal tê-lo denunciado à Justiça Federal de Curitiba (PR). Em outubro, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao STF a suspensão do direito de Dirceu de cumprir a pena em regime domiciliar pelo mensalão e que voltasse ao regime fechado.

Se Dirceu for condenado pela Lava Jato, o ex-ministro corre o risco de ser questionado uma eventual concessão de indulto.

Regras

Pelo texto do decreto publicado ontem, poderá se enquadrar "um condenado a pena privativa de liberdade não superior a oito anos, não substituída por restritivas de direitos ou por multa, e não beneficiadas com a suspensão condicional da pena que, até 25 de dezembro de 2015, tenham cumprido um terço da pena, se não reincidentes, ou metade, se reincidentes". A pessoa poderá ter direito a perdão da pena mesmo se a condenada responder a outro processo criminal.

Políticos condenados pelo Supremo Tribunal Federal devido a envolvimento no escândalo do mensalão ainda cumprem penas:

José Dirceu

ex-ministro da Casa Civil filiado ao PT

Crimes:

Corrupção ativa e formação de quadrilha

Pena:

7 anos e 11 meses

Valdemar Costa Neto

deputado federal (PR)

Crimes:

Corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Pena:

7 anos e 10 meses

Roberto Jefferson

ex-deputado (PTB)

Crimes:

Corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Pena:

7 anos e 14 dias

Delúbio Soares

ex-tesoureiro do PT

Crimes:

Corrupção ativa e

formação de quadrilha

Pena:

6 anos e 8 meses

João Paulo Cunha

deputado federal (PP)

Crimes:

Corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro

Pena:

6 anos e 4 meses

O ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Lula) vai ter de esperar o julgamento na Lava Jato para saber como cumprirá o restante da pena no caso do mensalão. O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu aguardar uma definição do juiz Sérgio Moro, do Paraná, antes de julgar o pedido da Procuradoria-Geral da República de mandar o petista de volta para o regime fechado.

"Considerando que o sentenciado encontra-se preso preventivamente, sendo por ora irrelevante a decisão sobre regressão de regime, aguarde-se a sentença a ser proferida pelo Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba", despachou o ministro Barroso.

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O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu em outubro ao STF que Dirceu perca o benefício do regime aberto em prisão domiciliar, adquirido no cumprimento da pena do mensalão, depois que o ex-ministro voltou a ser preso por envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.

Para Janot, há indícios de que Dirceu cometeu crimes após a condenação pelo mensalão. O procurador-geral argumenta que não seria preciso esperar o julgamento na Lava Jato para que o ex-ministro voltasse ao regime fechado.

O petista foi condenado a 7 anos e 11 meses em 2013 por corrupção ativa no escândalo do mensalão e progrediu de regime em novembro do ano passado. Dirceu está em prisão preventiva desde o dia 3 de agosto em Curitiba, onde tramitam os processos da Operação Lava Jato que correm em primeira instância.

Na Lava Jato, Dirceu foi denunciado pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. De acordo com as investigações da Polícia Federal, ficou comprovado que o ex-ministro comandava um esquema de recebimento de propina que beneficiava o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, entre outros.

A Secretaria de Segurança Pública, por meio de nota, informou que o secretário Alexandre de Moraes tomou conhecimento do caso de cobrança de propina de policiais a corruptos na quarta-feira, dia 16, durante reunião com os promotores do Gecep e pediu "imediata apuração por parte da Delegacia Geral de Polícia".

A pasta não respondeu aos questionamentos feitos pela reportagem. Não informou quais providências poderão ser tomadas em relação aos policiais do Deic e da Corregedoria da Polícia Civil suspeitos de dar fuga aos policiais Mario Capalbo e Raphael Schiavinatto, não disse como será ou se será investigado a existência de um suposto esquema de propina na Corregedoria. A reportagem pediu à assessoria entrevista com o diretor da Corregedoria, delegado Nestor Sampaio Penteado Filho, e também com o investigador chefe Waldir Tabach, mas o pedido não foi respondido.

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Todos continuam trabalhando nos seus respectivos cargos normalmente. A assessoria da Secretaria de Segurança Pública também não informou qual a situação os investigadores Capalbo e Schiavinatto, se continuam presos ou se voltaram ao trabalho no Deic.

Em depoimento aos promotores, o delegado Luiz Longo afirmou que, no dia da fuga dos policiais pela porta da frente do Deic, não se lembrava quem eram os investigadores e "após uma breve reflexão, lembrou-se quem eram e que os havia visto, na parte da tarde, na delegacia, mas não sabia se estavam no prédio".

O agente da Corregedoria Fabio Iezzi afirmou em depoimento que não estava preocupado em saber se havia uma saída pelos fundos, pois não conhece bem o Deic "e que não teria interesse" em beneficiar os policiais acusados de extorsão.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um vídeo em que promotores de Justiça são enganados por policiais civis a fim de permitir a fuga de dois investigadores acusados de corrupção é a principal prova do Ministério Público Estadual (MPE) no inquérito que investiga a existência de um "mensalão" pago por policiais corruptos à Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo.

O secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, informou que pediu providências sobre os fatos à Delegacia Geral, na quarta-feira, 16. Por enquanto, ninguém foi afastado.

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Segundo as investigações, o esquema de achaques de corregedores venderia proteção aos homens que eles deveriam investigar e prender. É o que diz um policial que delatou o esquema. Em troca de até R$ 50 mil por mês informavam a delegacias o planejamento de operações do MPE e o recebimento de denúncias de vítimas de extorsão da banda podre da polícia.

O vídeo foi gravado pelas câmeras de segurança do Departamento de Investigações Criminais (Deic) e apreendido pelos promotores do Grupo Especial de Controle Externo da Polícia (Gecep) após suspeita de participação de policiais do departamento e da corregedoria na fuga dos agentes. O que foi flagrado pela análise das imagens.

No começo de novembro, a Justiça decretou a prisão dos investigadores Mario Capalbo e Raphael Schiavinatto por suspeita de exigir pagamento de propina de R$ 300 mil de uma empresária, dona de uma academia de ginástica na zona norte de São Paulo, para não investigá-la por supostas irregularidades tributárias. Eles trabalham na 3ª Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

Ela procurou os promotores do Gecep e, orientada por eles, gravou a conversa em que os policiais pediram o dinheiro. Com base nas gravações, os dois tiveram a prisão decretada e o investigador Jorge Reed, também da 3ª DIG, passou a ser investigado por suspeita de participação no esquema.

Vídeo

Os promotores do Gecep foram ao Deic prender os policiais no dia 11 de novembro, às 16 horas. A Corregedoria da Polícia Civil foi chamada para acompanhar a operação. Antes da chegada deles no Deic, há uma grande movimentação dos investigadores da DIG. A suspeita do Gecep é que eles foram avisados pela corregedoria.

Quando os promotores chegaram ao Deic, Capalbo, Schiavinatto e Reed estavam na sala do delegado Luiz Longo, responsável pela 3ª DIG.

Enquanto os promotores e os corregedores foram encaminhados para a sala do diretor do Deic, delegado Emygdio Machado Neto, os dois policiais que deveriam ser presos continuavam na sala do delegado Longo.

Em seguida, Longo saiu e foi até a sala do diretor do Deic atender os promotores. Nesse intervalo, Capalbo, Schiavinatto e Reed (que imaginava que seria preso também) fogem. Todos passam algumas vezes na frente do agente da Corregedoria Fabio Iezzi, que fica parado na porta do Deic.

Reed chega a cruzar com o chefe dos investigadores do Deic, Silvio Toyama, e faz um gesto de que está fugindo. Logo em seguida, promotores e corregedores descem. Acompanhados pelo delegado Longo, vão à sala dos investigadores e não encontram ninguém.

A reportagem procurou Longo e os demais policiais acusados, mas não os encontrou. Aos promotores, o delegado Longo disse que, naquele dia, viu os policiais acusados à tarde e não sabia se eles estavam no prédio quando o Gecep tentou cumprir os mandados de prisão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, determinou nesta segunda-feira (23) que o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP) passe a cumprir a condenação na Ação Penal 470, mais conhecida como o processo do mensalão, em regime fechado. A medida atende um pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Janot pediu que o STF determinasse a regressão de regime, já que o ex-deputado continuou a cometer crimes mesmo depois de condenado no mensalão. Antes de ser preso pela Lava Jato, em abril, Corrêa cumpria pena em regime semiaberto no Centro de Ressocialização do Agreste (CRA), em Canhotinho, a 170 km de distância do Recife.

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Na Lava Jato, o progressista foi condenado pelo juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Sérgio Moro, a 20 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A decisão ainda cabe recurso.

Após ter seguido Henrique Pizzolato em sua fuga do Brasil e ter permanecido ao seu lado em todos os momentos, desde a clandestinidade até a sua prisão em fevereiro de 2014, Andrea Haas, mulher do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, alega preferir a distância a viver no Brasil. "Não voltei porque aqui estou tranquila, não sofro o assédio da imprensa", disse. Apesar de estar sozinha, sem ter a família por perto, ela escolheu a vida de cidadã incógnita.

Pizzolato foi condenado a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no processo do mensalão. Fugiu para Itália em 2013 usando passaporte falso emitido em nome do irmão Celso, morto há pelo menos 30 anos em acidente de carro.

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Em Modena, ela prepara um pedido de revisão criminal do mensalão, que deve ser apresentado ao Supremo Tribunal Federal, ainda sem data. Andrea espera que o marido seja novamente julgado. "O fato é que estou mais forte e sei que ele também, o que não quer dizer que a Papuda (penitenciária em Brasília) não seja horrível. Ele não deveria estar lá", afirmou.

'Abandono'

A mulher do condenado do mensalão tem queixas contra o PT. "Pizzolato foi abandonado pelo partido, depois que o caso do mensalão explodiu, o PT simplesmente fez de conta que não era com ele (...). A base do partido, a militância, começou a se definhar ali."

Inconformada com a extradição, ela elogia a população carcerária da Itália. Na prisão de Modena, onde Pizzolato ficou preso 18 meses até ser extraditado para o Brasil, ela se relacionou com familiares de outros detentos e conheceu voluntários que frequentam a penitenciária. "Vi solidariedade entre as pessoas lá dentro."

Os presos do andar do pavilhão onde Pizzolato estava, tentaram, como puderam, ajudar o brasileiro, e assinaram em massa um pedido feito por um senador italiano para que Pizzolato não fosse mandado ao Brasil.

Ela lembra do momento em que recebeu a notícia de que o marido ia ser levado da prisão italiana pelas autoridades brasileiras. "Foi horrível, imaginávamos que seria naquele dia, mas não tínhamos certeza, até porque estive na prisão naquela manhã e ninguém nos disse nada, nem ele sabia. A direção não nos avisou que aquele seria nosso último abraço. O pastor Romulus (amigo do casal) também esteve com ele, mas deixou a penitenciária sem ser informado", diz.

O casal viveu em um apart-hotel discreto na periferia de Modena, com diária de 50 euros, de difícil acesso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O publicitário Ramon Hollerbach é o primeiro condenado por envolvimento no mensalão a pedir revisão de pena no Supremo Tribunal Federal (STF). A defesa do empresário protocolou no Supremo o pedido para absolvê-lo das três condenações por peculato, que somam seis anos e dez meses ao todo. Se o pedido for acatado, o ex-sócio de Marcos Valério poderá migrar para o regime semiaberto.

Hollerbach foi condenado a 27 anos, 4 meses e 10 dias de prisão e cumpre pena na Papuda, em Brasília, desde 2013. Entre outros crimes, ele foi considerado culpado por desviar verbas públicas do Banco do Brasil e da Câmara dos Deputados, que define peculato. A defesa tentará provar agora que os recursos foram usados de fato para realização de campanhas publicitárias, e não para irrigar as contas de parlamentares.

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O pedido de revisão criminal tem mais de 15 mil páginas e foi dividida em 88 volumes. Nele, foram anexados documentos e notas fiscais garimpadas ao longo dos dois últimos anos e que não apresentados em 2013 porque, segundo o advogado Estêvão Ferreira de Melo, estavam perdidos. "Conseguimos traçar o caminho do dinheiro para mostrar que ele não foi para corrupção", afirma Melo.

Segundo o advogado, as novas provas incluem notas fiscais emitidas em nome da DNA e da SMP&B, as agências que Hollerbach e Marcos Valério tinham em sociedade. O Supremo também analisará recibos de transferências bancárias, contratos de prestação de serviços, fotografias e peças publicitárias.

A ação foi distribuída nesta quarta-feira, 4, ao ministro Edson Fachin, que não participou do julgamento do mensalão em 2013 porque só ingressou na Suprema Corte neste ano. A defesa comemora. "É ainda mais interessante pelo fato de ele (Fachin) não ter participado em estágio nenhum do julgamento inicial, e vai precisar se inteirar dos fatos do processo para poder montar um voto absolutamente imparcial", disse Estêvão.

No julgamento de 2013, Hollerbach também foi condenado por corrupção ativa, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. A defesa não descarta a possibilidade de recorrer ao Supremo para revisar a pena imposta por esses outros crimes. "Consideramos a sentença injusta. O nosso objetivo é que ele seja absolvido", argumenta Estêvão.

Paraíso fiscal

Em março de 2014, a pena de Hollerbach aumentou após ser condenado a 9 anos e dois meses de prisão por ter enviado ilegalmente para o exterior mais de US$ 628 mil. A operação foi feita por meio da Beacon Hill Service Corporation com o JP Morgan Chase Bank, em Nova York, e de uma offshore constituída em paraíso fiscal para captação de recursos administrados por doleiros.

Na sentença, a juíza Rogéria Maria Castro Debelli, da 4.ª Vara Federal em Belo Horizonte, declarou que os recursos foram provenientes de "uma estrutura organizada para favorecer a chapa composta por Eduardo Azeredo e Clésio Andrade na campanha ao pleito de governador do Estado de Minas em 1998, por meio do desvio de verbas públicas e obtenção de recursos privados, em cuja implementação eram peça-chave a DNA, a SMP&B e seus sócios". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, único condenado no processo do mensalão que ainda não havia cumprido pena em solo brasileiro, já está encarcerado. Ele chegou ao Brasil pouco antes das 7h, vindo da Itália, para onde fugiu em 2013 antes do fim do julgamento que o condenou a 12 anos e sete meses de prisão por corrupção passiva, peculato e lavagem de dinheiro.

No Complexo Penitenciário da Papuda, Pizzolato ficará recluso em uma cela do Bloco 5 do Centro de Detenção Provisória. Seguindo padrões definidos pela Lei de Execução Penal, as instalações do complexo possuem área mínima de seis metros quadrados.

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O preso terá a mesma rotina dos demais internos, podendo sair para o banho de sol por duas horas diárias. A realização de atividades laborais poderá ser feita por Henrique Pizzolato conforme suas "aptidões e capacidade", informou a subsecretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Sesipe).

A ala em que Pizzolato ficará é destinada a receber condenados que precisam ficar afastados da maior parte dos presos, como ex-policiais e outras pessoas em situações específicas.

Pizzolato chegou à Papuda pouco antes das 10h30 e antes disso, já em Brasília, permaneceu por 30 minutos no Instituto Médico Legal, onde fui submetido a exame de corpo de delito.

O desembarque em São Paulo, em um voo comercial vindo de Milão, põe fim à história de fuga de um dos condenados no processo da Ação Penal 470, que envolveu também vários recursos judiciais e tentativas do governo brasileiro de trazê-lo de volta ao Brasil.

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