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Chamadas de "câncer" pelo presidente Jair Bolsonaro, as organizações socioambientais foram as instituições que recorreram à Justiça para tentar derrubar uma decisão do governo que, na prática, fragilizou o controle da exportação de madeira no País, favorecendo a saída de material ilegal do Brasil.

Em junho deste ano, o Instituto Socioambiental (ISA), a Associação Brasileira dos Membros do Ministério Público de Meio Ambiente (Abrampa) e o Greenpeace Brasil entraram com uma ação na 7ª Vara ambiental e agrária da seção judiciária do Amazonas, para pedir a anulação imediata de uma decisão do Ibama, que acaba com a autorização de exportação que era emitida pelo órgão.

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A Ação Civil Pública pedia, em síntese, a nulidade de um despacho do Ibama que, na prática, conforme afirmam as ONGs, "liberou a exportação de madeira nativa sem fiscalização a pedido de madeireiras". A ação requer ainda que a União deixasse de emitir qualquer outro ato normativo que comprometesse a legislação já existente de controle fiscalizatório da exportação de madeiras nativas no País.

Segundo as ONGs, o objetivo era "evitar o flagrante desrespeito à legislação protetiva do meio ambiente, especialmente a que disciplina os procedimentos de fiscalização e controle da exportação de madeira nativa, afetando com vigor especial a Amazônia, patrimônio nacional e bioma essencial para a garantia do núcleo essencial do direito da coletividade ao meio ambiente ecologicamente equilibrado".

A Justiça indeferiu a liminar na primeira instância. As ONGs, então, entraram com um recurso no Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que ainda aguarda apreciação.

Como mostra reportagem do Estadão, em março deste ano, o Ibama acabou com as inspeções que eram feitas nos portos do País. Por meio de um "despacho interpretavo", o Ibama suspendeu os efeitos de uma instrução normativa (15/2011) do próprio órgão. Com a decisão, os produtos florestais passaram a ser apenas acompanhados de um documento de origem florestal (DOF). Esse DOF de exportação, que existe desde 2006, serve, na prática, apenas para que a madeira seja levada até o porto, enquanto a instrução normativa previa autorização para a exportação em si.

Uma análise técnica do próprio Ibama aponta que o Código Florestal distingue a licença de transporte e armazenamento (DOF) da autorização de exportação. A instrução previa, por exemplo, inspeções por amostragem e outros controles para a exportação que o DOF não exige. Os madeireiros, no entanto, defenderam que a exigência daquela autorização específica teria "caducado", porque teria sido revogada pela existência de outro recurso, o Sistema Nacional de Controle da Origem dos Produtos Florestais (Sina?or), que começou a ser implantado em 2014.

O presidente do Ibama entendeu que o argumento fazia sentido e que nem seria preciso revogar a instrução normativa de 2011, porque o próprio Sinaflor teria alterado as regras, "sendo su?ciente para exportar o DOF exportação ou a Guia Florestal expedida pelos Estados-membros". Na prática, uma guia de transporte estadual passou a valer no lugar de uma autorização de exportação do Ibama.

Ilegalidade interna

A maior parte da madeira que sai do Brasil rumo ao Exterior, para virar móveis e assoalhos de casas, chega ao destino final com papeis que, a rigor, comprovariam a sua legalidade. Isso acontece porque toda a parte ilegal do comércio dessa madeira ocorre internamente. São muitos os casos em que Secretarias do Meio Ambiente dos Estados "esquentam" papeis para dar um respaldo legal de madeira que, na realidade, foi extraída de forma irregular, ou seja, de áreas protegidas, onde a madeira não poderia ser "manejada".

Políticos de esquerda e ecologistas franceses, incluindo a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, e personalidades do mundo cultural assinaram um pedido nesta terça-feira (17) com o compromisso de não comprar na Amazon os presentes de Natal.

"Querido Papai Noel, este ano nos comprometemos a um #NoëlSansAmazon (#NatalSemAmazon)", afirma o texto.

A petição critica as consequências negativas do ponto de vista social, fiscal e ambiental do desenvolvimento da Amazon, a gigante americana do comércio online. A campanha defende compras de Natal no comércio local ou recorrer à economia circular.

"Não é apenas um apelo para não comprar na Amazon, é também uma petição positiva em benefício dos comerciantes locais e de um comércio eletrônico mais sustentável", declarou o deputado ecologista Matthieu Orphelin.

Vários políticos e ONGs - como a France Nature Environnement e o Greenpeace -, além da Confederação de Comerciantes da França e o Sindicato de Livrarias assinaram a petição.

A campanha pede como presente de Natal leis que freiem o avanço do gigante digital na França.

Neste sentido, os signatários pedem a proibição da instalação de novos armazéns da Amazon e leis que "acabem com a concorrência desleal e a injustiça fiscal entre gigantes digitais e os comércios físicos e locais".

A petição defende leis que "beneficiem nossa economia e não a fortuna delirante de Jeff Bezos", o criador da Amazon.

A direção da Amazon na França responde as críticas com a afirmação de que nos últimos 10 anos criou 9.300 empregos diretos no país.

Ousado está de volta ao Pantanal. A onça-pintada resgatada em setembro com queimaduras de segundo grau nas quatro patas foi devolvida à natureza na manhã desta terça-feira (20) após 39 dias longe da região para tratamento. A soltura ocorreu na mesma margem do Rio Corixo Negro, em Poconé, em Mato Grosso, uma das áreas atingidas pelo fogo, onde a reportagem do Estadão encontrou o felino, debilitado.

O animal de cerca de dois anos passou uma temporada no NEX, uma ONG especializada no tratamento de onças, em Corumbá de Goiás, a 80 km de Brasília. A viagem de 1,2 mil quilômetros de volta ao Pantanal foi toda feita numa van climatizada de vidros escuros. Durou 21 horas. Diferentemente do resgate, dessa vez não houve apoio de helicóptero da Marinha.

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Ousado, nome dado por ribeirinhos ao exemplar da espécie, um macho, foi encontrado às margens de um rio do Mato Grosso, em 11 de setembro. Todo o processo de resgate, desde antes da chegada de veterinários e voluntários, foi documentado.

A operação para levar Ousado de Goiás foi discreta. Uma equipe do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), chegou na cidade goiana nas primeiras horas da manhã de segunda-feira com recomendações expressas para que não houvesse publicidade das ações nas próximas horas.

Apesar de o NEX dar ampla transparência ao passo a passo do tratamento da onça nas redes sociais, o Cenap não permitiu nenhuma informação sobre a reinserção do felino à natureza. A justificativa do órgão era a de que a soltura deveria mobilizar uma quantidade mínima de pessoas para que Ousado não ficasse estressado e para que os riscos do procedimento fossem reduzidos. Na semana passada, auxiliares do presidente Jair Bolsonaro e do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, ensaiaram uma agenda oficial para que ambos participassem da soltura da onça. O compromisso, porém, acabou cancelado.

Ao final da longa viagem pelas estradas, a onça chegou à localidade de Porto Jofre, em Poconé, na extremidade final da Rodovia Transpantaneira, a cerca de 250 km de Cuiabá. Dentro de uma caixa metálica, a onça foi transferida para um barco que subiu os rios até a exata localização do resgate, nas proximidades do Parque Estadual Encontro das Águas, uma das áreas de maior incidência de onças, quase todo devastado pelo fogo que atingiu o Pantanal.

A estrutura metálica com o felino foi depositada na terra e um sistema de roldana foi montado em uma árvore para que os técnicos pudessem abrir a porta da caixa puxando um cabo de aço, sem ficarem expostos ao animal.

Ousado colocou apenas a pata direita na terra firme e permaneceu imóvel por exatos 15 segundos, observando o entorno. Constatado o reencontro com seu habitat, correu e, com um impulso, venceu o barranco para se reencontrar com a vegetação pantaneira. O animal ganhou um colar, que servirá para monitorá-lo por GPS. Técnicos do Cenap dizem que um estudo atestou as condições das imediações do parque para que o animal fosse reintroduzido com segurança. A readaptação de Ousado à natureza alimenta a esperança de pantaneiros na resiliência do Pantanal.

O regresso da onça ao Pantanal tem forte carga simbólica. Incêndios destroem o bioma há meses e sobram críticas à falta de providências adotadas pelas autoridades, especialmente federais.

A diversidade da fauna local e a preservação do bioma são fundamentais à atividade econômica da região, que atrai turistas de todo o mundo interessados na observação de animais livres.

Até aqui, a saga de Ousado é feliz. Amanaci, outra onça resgatada do Pantanal com queimaduras, ainda em tratamento em Corumbá de Goiás, não fará o mesmo caminho de volta. A fêmea teve queimaduras de terceiro grau nas patas e, apesar do moderno tratamento com células-tronco, ficou com o movimento das garras comprometido. Ela não tem mais condições de viver livre, segundo veterinários que a acompanham.

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A Anistia Internacional criticou neste sábado, dia 17, o governo brasileiro por ter escalado agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar a participação de ONGs e movimentos sociais na Conferência do Clima das Nações Unidas (COP-25) no ano passado. A vigia foi revelada no último domingo pelo Estadão e foi publicamente admitida pelo ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, na sexta-feira, 16, quando escreveu em sua conta no Twitter que a agência deve acompanhar campanhas internacionais apoiadas por "maus brasileiros".

"São graves as notícias veiculadas recentemente pela imprensa a respeito do monitoramento de movimentos sociais e organizações não governamentais que participaram da Cúpula do Clima das Nações Unidas (COP 25) realizada em Madrid, em dezembro do ano passado", diz nota da Anistia Internacional. "Técnicas de vigilância e monitoramento de opositores políticos foram práticas utilizadas de maneira sistemática durante o regime militar no Brasil e subsidiaram, por muitos anos, graves violações de direitos humanos", segue o texto.

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A entidade também criticou o fato de Heleno ter classificado como "maus brasileiros" os integrantes de organizações não governamentais e movimentos sociais com os quais o governo mantém relação conflituosa.

"O direito internacional determina que os indivíduos submetidos a essas práticas de monitoramento têm direito a recursos judiciais e reparação do Estado pelas violações de seus direitos humanos", afirma a nota da Anistia Internacional, que considerou a iniciativa do governo "grave", "especialmente por conta do Brasil possuir um passado recente de perseguições políticas durante o período do regime militar, que durou 21 anos".

A organização ainda criticou a Lei de Anistia, de 1979, e mencionou que a Corte Interamericana de Direitos Humanos - órgão internacional responsável por aplicar a Convenção Americana de Direitos Humanos, do qual o Brasil é signatário -, determinou recentemente que as violações de direitos humanos contra opositores políticos durante o regime militar constituiu crime contra a humanidade.

Sob pressão de investidores e ONGs, grandes empresas de carne do Brasil estão lançando programas para ampliar o controle do gado que compram das fazendas da Amazônia. JBS, Marfrig e Minerva anunciaram projetos que vão tentar rastrear, desde o nascimento, todos os bovinos adquiridos para evitar comprar produtos que tenham origem em áreas desmatadas.

No caso dos grandes frigoríficos, a maior dificuldade está em garantir a origem do gado dos fornecedores indiretos - ou seja, aqueles que venderam o bezerro ou o boi magro para o fornecedor direto, que comercializa o animal pronto para o abate.

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Os frigoríficos estão cientes de que a compra de gado que, em qualquer momento, tenha sido criado em áreas desmatadas pode afetar a imagem do setor e afugentar investidores e afetar o acesso a crédito. É de olho nesse perigo que essas iniciativas estão sendo criadas.

Ontem, a JBS, uma das maiores empresas do setor de carnes no mundo, lançou o programa Juntos pela Amazônia, que prevê, entre outras iniciativas, o uso da tecnologia Blockchain - a mesma da negociação de criptomoedas - para criar um grande banco de dados de todos os seus fornecedores, diretos e indiretos. "Vamos buscar informações do fornecedor do nosso fornecedor, cruzando os dados com listas do Ibama e análises geoespaciais", disse o presidente global da JBS, Gilberto Tomazoni. "Isso permitirá 100% do controle da cadeia de fornecedores até 2025."

Na semana passada, outra gigante do setor, a Marfrig, havia anunciado iniciativa semelhante. Em outubro, deve entrar em funcionamento uma ferramenta que cruza dados de satélites para localizar a origem e a movimentação de todo o gado abatido pela empresa, de fornecedores diretos e indiretos. Esse trabalho incluirá fazendas de cria (que produzem bezerros), de recria (que adquirem os bezerros e os mantêm até ele virar boi magro) e de engorda (que vendem o gado para o abate).

"Mapas de risco já existem, mas a grande novidade é justamente localizar a fase mais crítica da pecuária (cria e recria), para que possamos ser mais assertivos e fazer as ações voltadas a esta etapa da cadeia produtiva", disse o diretor de sustentabilidade e comunicação corporativa da Marfrig, Paulo Pianez.

Já o Minerva iniciou testes com o Visipec, ferramenta criada pela ONG National Wildlife Federation (NWF) e pela Universidade de Wisconsin-Madison, conta o diretor de sustentabilidade da empresa, Taciano Custódio. "Os criadores do Visipec desenvolveram um software de avaliação que se baseia nas emissões de GTAs (guia de trânsito animal, documento exigido no transporte de animais) e em suas ligações", disse.

Por trás dessas iniciativas está a pressão cada vez maior de investidores nacionais e estrangeiros pela preservação da Amazônia - que, aliás, já afetou a JBS. Em julho, o grupo finlandês Nordea anunciou a exclusão do grupo brasileiro de todos os fundos que administra. Um dos argumentos foi exatamente o risco de desmatamento na cadeia de fornecedores.

Vigilância

Os problemas ambientais da cadeia da carne na Amazônia estão no radar dos bancos brasileiros. Itaú Unibanco, Bradesco e Santander lançaram um plano conjunto para discutir um plano de desenvolvimento sustentável para a Amazônia. E deixaram claro que a questão seria crucial na liberação de crédito. "Não vamos financiar (as empresas) dessa cadeia que estiverem nessas condições. Vamos montar um plano para desestimular o consumo de gado criado em área ilegal", disse o presidente do Itaú, Candido Bracher, ao Estadão.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma coalizão formada por 230 organizações e empresas, que se define como "um dos raros foros de diálogo entre o agronegócio e ambientalistas", enviou ontem ao governo federal um conjunto de seis propostas para deter o desmatamento na Amazônia. O documento, ao qual o Estadão teve acesso, foi encaminhado ao presidente Jair Bolsonaro e ao vice-presidente Hamilton Mourão, além dos ministérios da Agricultura, Meio Ambiente, Economia e Ciência e Tecnologia. As propostas chegaram ainda às mãos de líderes e parlamentares da Câmara e do Senado, ao parlamento europeu e embaixadas de países europeus.

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura reúne nomes da área ambiental como WWF Brasil, WRI Brasil, TNC, Imazon e Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Do lado do agronegócio e da indústria estão companhias como JBS, Klabin, Marfrig, Amaggi, Basf, Danone, Natura e Unilever.

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Segundo o diretor executivo do Ipam, André Guimarães, representante da Coalizão Brasil, as medidas atacam as causas do desmatamento e podem ser implantadas imediatamente, com resultados permanentes. "O desmatamento descontrolado cria instabilidade ao País, ao clima, ao meio ambiente, aos empresários. Quem ganha com isso é quem opera na ilegalidade", diz Guimarães. "O que nós precisamos é de mais vozes sensatas e equilibradas para uma sociedade que construa respostas e mude posturas do próprio setor privado. Estamos construindo consensos."

Propostas

A primeira das seis ações propostas para reduzir o desmatamento pede a retomada da fiscalização, com punição pelos crimes ambientais identificados. "Para retomar e intensificar ações de fiscalização é necessário apoiar e ampliar o uso de inteligência e expertise do Ibama, Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e Funai, com responsabilização pelos ilícitos ambientais por meio da punição ágil, ampla e eficiente dos infratores", afirma o documento.

Segundo a coalizão, notificações e embargos de áreas podem ser realizados de forma simples e quase automaticamente, cruzando os dados de desmatamento com as informações de bancos de dados oficiais, como Sistema do Cadastro Ambiental Rural (Sicar) ou registros de Posse de Terras (que permitem a identificação do detentor da terra).

Outra medida cobra a suspensão dos registros do Cadastro Ambiental Rural (CAR) que incidem sobre florestas públicas e responsabilização por eventuais desmatamentos ilegais. Há mais de 11 milhões de hectares no sistema declarados sobre florestas públicas que acabam sendo utilizados para legitimar processos de grilagem.

A terceira ação prevista pela coalizão pede a destinação de 10 milhões de hectares à proteção e uso sustentável, com a meta de selecionar, num prazo de 90 dias, a partir do Cadastro Nacional de Florestas Públicas, a terra que possa ser designada como área protegida de uso restrito e de uso sustentável em regiões sob forte pressão de desmatamento. Esse foi o caso, por exemplo, da criação de 24 milhões de hectares de áreas sob proteção na região da Terra do Meio, no Pará.

A quarta proposta prevê que a oferta de financiamentos passe a adotar critérios socioambientais. A ideia é que, quando observados os cadastros ambientais rurais com desmatamento posterior a julho de 2008, essas operações de crédito sejam bloqueadas até que o responsável apresente à instituição financeira a autorização de supressão emitida pelo órgão responsável para o local desmatado.

Em uma quinta ação, as empresas e associações pedem total transparência e eficiência às autorizações de cortes de vegetação. Elas pedem que os órgãos estaduais de meio ambiente tornem públicos os dados referentes às autorizações que emitem, por meio do sistema Sinaflor, do Ibama.

A sexta e última proposta requer a suspensão de todos os processos de regularização fundiária de imóveis com desmatamento após julho de 2008, até que as áreas estejam plenamente recuperadas. "Quem desmata em área não regularizada comete crimes ambientais e não deve ser beneficiado com a regularização fundiária", afirmam as companhias e organizações.

Prioridade

O desmatamento deixou de ser uma preocupação só de parte da sociedade ou de organizações ambientais para entrar no rol de prioridades dos investidores. A preservação da Amazônia está na pauta das instituições internacionais e dos principais bancos privados brasileiros - Bradesco, Itaú Unibanco e Santander -, que têm alertado para as consequências dos impactos econômicos causados pela destruição da floresta.

Desde o ano passado, quando o Brasil registrou volumes recordes de desmatamento, o governo passou a ser fortemente pressionado, inclusive pelo agronegócio, para tomar medidas efetivas de combate aos crimes ambientais.

Para Marcello Brito, presidente da Associação Brasileira de Agronegócio (Abag), também da Coalizão Brasil, o desmatamento da Amazônia se confirma como um dos maiores riscos à economia brasileira, porque o agronegócio responsável pode ser prejudicado em suas exportações se o País não combater os crimes ambientais. "O trabalho da coalizão reforça as diversas iniciativas que estão em andamento. Essas medidas não reinventam a roda, elas apenas cobram que sejam colocadas em prática ações já possíveis", comenta Brito. "Não procuramos confronto ou contraponto com o governo. Buscamos uma mensagem concreta. Claramente temos um efeito de mudanças climáticas no mundo. É o agronegócio sério, com todas essas empresas, que pede uma ação." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a criticar organizações não governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia durante transmissão ao vivo no Facebook na quinta-feira (3). O presidente se referiu a esses grupos como um "câncer" que ele não consegue matar.

"Você sabe que as ONGs em grande parte não tem vez comigo. Não consigo matar esse câncer em grande parte chamado ONG", disse Bolsonaro. O presidente comentava críticas internacionais de que ele estaria colocando fogo na Amazônia.

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Bolsonaro acusa as ONGs de estarem interessadas na Amazônia apenas por ser uma região rica. Ele afirmou estar havendo uma campanha orquestrada por "canalhas" para acusá-lo de incendiar a floresta.

Organizações responsabilizam o presidente pelo aumento no número de incêndios no ano passado, que segue quase no mesmo nível em 2020. Ele é criticado dentro e fora do país por abrir a Amazônia para exploração agropecuária, mineira e energética.

O Catar aprovou várias reformas em sua legislação trabalhista, com o aumento do salário mínimo e a simplificação dos trâmites para trocar de emprego, anunciou neste domingo (30) o Ministério do Trabalho, após críticas de ONGs sobre a exploração de trabalhadores estrangeiros.

"Para proteger os interesses dos empresários e seus funcionários, o Ministério do Trabalho deu hoje um grande passo à frente", assegurou o Ministério do Trabalho catariota em um comunicado.

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O anúncio ocorre uma semana depois de a ONG Human Rights Watch (HRW) denunciar "a prática dos salários retidos e não pagos, assim como outros abusos na remuneração" dos trabalhadores neste riquíssimo país do Golfo, onde 90% da população é estrangeira, a maioria trabalhadores migrantes pobres.

As autoridades catariotas haviam acusado a ONG de "enganar seus leitores" com imprecisões e afirmações que não correspondem às condições atuais.

Com estas reformas, que já tinham sido anunciadas em outubro de 2019, o Catar suprime a obrigação dos trabalhadores de obter um certificado de "não objeção" do patrão para trocar de emprego.

Também estabelece um salário mínimo mensal de 1.000 rials (275 dólares) por um trabalho em tempo integral. Até agora, o salário mínimo catariota era de 750 rials mensais (206 dólares).

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) aplaudiu este "avanço histórico".

"O Catar respeitou seu compromisso. Um compromisso que dará aos trabalhadores mais liberdade e proteção e aos empresários, maior capacidade de escolha", declarou Guy Ryder, diretor-geral deste organismo da ONU.

Mais de dois milhões de migrantes trabalham no Catar, onde muitos participam da construção das infraestruturas esportivas para a Copa do Mundo de Futebol de 2022.

Várias lideranças de ONGs lançaram um apelo, na França, para tornar uma futura vacina contra o novo coronavírus acessível a todos, alertando para o risco de "nacionalismo" no tema.

"O medo de que um 'nacionalismo' sobre a questão da vacina, associado a uma corrida pelo lucro, dificulte o acesso das pessoas mais expostas e desprotegidas, por exemplo, as que vivem em países em desenvolvimento, é muito real", afirmam em uma nota publicada no jornal francês "Le Journal du Dimanche".

Entre estes representantes do Terceiro Setor, estão Cécile Duflot (Oxfam), Najat Vallaud-Belkacem (France One), Thierry Allafort (Médicos Sem Fronteiras), Philippe de Botton (Médicos do Mundo) e Florence Thune (Sidaction).

"Há dois meses, ocorrem cúpulas internacionais, e a França mostra seu desejo de tornar a futura vacina SARS-CoV2 acessível em todo mundo", escrevem.

Mas, "nos bastidores, uma concorrência dura foi aberta entre nações e grupos farmacêuticos para o desenvolvimento das vacinas", acrescentam.

O grupo Sanofi gerou grande polêmica em maio, quando seu diretor-geral se referiu à possibilidade de favorecer os Estados Unidos na distribuição de uma possível vacina.

"Nossas associações têm a experiência de anos de luta pelo acesso a tratamentos diante de uma indústria farmacêutica pouco escrupulosa. Não se pode repetir os mesmos erros!", afirmam as ONGs, para as quais "para fazer das futuras vacinas um bem público mundial é preciso garantir preços acessíveis para todos os países e todas as populações".

Adaptar-se ao isolamento social tem sido um desafio para todos. Porém, os impactos que o coronavírus, assim como a própria organização social, não é igualitária. Para aqueles que possuem suprimentos para se proteger e podem dar auxílio aos mais necessitados, o LeiaJá preparou uma lista com ONGs, instituições e organizações que estão recebendo doações no combate ao coronavírus.

Plano de Ação Emergencial para famílias no Sertão - Alagoas - A ONG Amigos do Bem, fundada em 1993, é responsável por ajudar 75 mil pessoas do sertão nordestino e organiza uma ação de emergência durante a pandemia com o objetivo de atender a famílias carentes de Alagoas, Ceará e Pernambuco. Saiba mais em www.amigosdobem.org. 

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Seja mais uma Fortaleza para Macapá - Amapá - A prefeitura abre espaço para que pessoas e empresas possam fazer doações de bens, serviços, recursos financeiros e voluntariado. Para participar e fazer doações, basta se cadastrar no site da instituição: macapa.ap.gov.br. 

Casa Migas LGBTs - Amapá - A Casa de Acolhimento a LGBTs atende, além de brasileiros, refugiados que necessitam de um lar temporário. Em tempos de pandemia a organização aceita doações que podem ser feitas no local, por depósito bancário ou contribuição coletiva. Saiba mais em www.vakinha.com.br. 

Casa Aurora – Bahia - O Centro de Cultura e Acolhimento LGBTQIA+ de Salvador (BA) oferta atendimento integral a jovens carentes de 18 a 29 anos. Diante dos efeitos da pandemia na capital baiana, o projeto aceita doações de alimentos e material de higiene. Saiba mais em evoe.cc/casaaurora.

SerPonte - Ceará - Atua em localidades como a Favela da Fumaça e o Inferninho, ambos localizados em Fortaleza. O dinheiro arrecadado com a campanha será doado a famílias necessitadas. Saiba mais em www.instagram.com/p/B-pnAbylpHu/.

Lar São José - Casa do Candango – Distrito Federal - A instituição que acolhe idosos está formulando uma nova campanha de doação de alimentos, produtos de higiene e limpeza e itens de proteção, como luvas e máscaras. É possível doar apenas por depósito bancário. Saiba mais em facebook.com/larsaojose.casadocandango.

Solidariedade em Goiás - Goiás - O Sistema Fecomércio Sesc-Senac e a Organização das Voluntárias de Goiás lançaram uma campanha para ajudar as famílias com renda financeira insuficiente e instável em Goiás. O objetivo é arrecadar 50 mil cestas básicas. Saiba mais em sesc.com.br.

Associação das Crianças com Câncer de Mato Grosso do Sul – Mato Grosso do Sul - Com o encerramento provisório do atendimento ao público, que inclui o bazar, a lanchonete e o brechó da instituição, a instituição lança uma ação na internet para manter as atividades de cuidado com a saúde dos pacientes. Saiba mais em www.aacc-ms.org.br.

Todos para o Mar (TPM) - Pernambuco - Visando as mulheres que possam estar enfrentando um momento desafiador em meio a pandemia, o grupo de surf feminino Todas Para o Mar criou uma vaquinha virtual para arrecadar fundos. Saiba mais em www.vakinha.com.br.

Juntos Pelo Complexo do Alemão - Rio de Janeiro - O grupo arrecada fundos para a compra de sabão, papel toalha, lenços descartáveis, álcool e material de limpeza em geral para os trabalhadores informais da comunidade, que ficaram sem serviço por conta da pandemia. Saiba mais em www.vakinha.com.br.

Palmital Contra Coronavírus - São Paulo - Com o intuito de defender e preparar a cidade de Palmital para combater a Covid-19, dois médicos se uniram e criaram uma campanha de arrecadação para a compra de respiradores e equipamentos de proteção para profissionais de saúde da cidade. Saiba mais em www.vakinha.com.br. 

Instituto Responsa contra o Coronavírus - São Paulo - ONG sem fins lucrativos que ajuda a empregar egressos do sistema prisional no mercado de trabalho, o Instituto Responsa faz campanha com o objetivo de incentivar e apoiar seus colaboradores neste momento de confinamento em suas residências e ajudá-los, assim com seus familiares, com sua manutenção básica. Saiba mais em www.vakinha.com.br.

Treino na Lage - São Paulo - É um projeto que oferece atividades físicas e recreativas na periferia de São Paulo. Eles estão arrecadando itens de higiene, produtos de proteção como máscaras e luvas, alimentos e dinheiro. Saiba mais em www.instagram.com/treinonalaje.

 

A resposta não demorou. Três dias após o anúncio de represálias contra o apoio dos Estados Unidos a Hong Kong, a China sancionou nesta segunda-feira (2) a Marinha e várias associações americanas.

Na semana passada, o regime comunista anunciou que adotaria medidas de represália depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, promulgou a lei sobre os direitos humanos e a democracia em Hong Kong.

Pequim considera o texto uma interferência nos assuntos internos do país e anunciou nesta segunda-feira a suspensão imediata das escalas dos navios de guerra americanos na ex-colônia britânica, retrocedida em 1997. Desde então os navios americanos costumavam atracar em Hong Kong.

O governo chinês, que exerce sua autoridade sobre Hong Kong em matéria militar, "suspenderá a avaliação das petições de visita de recuperação dos navios de guerra americanos, desde hoje", anunciou à imprensa a porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying.

Em agosto passado, Pequim já havia bloqueado duas visitas de navios americanos, segundo a Marinha dos EUA. A última visita da US Navy foi em abril, antes da eclosão dos protestos em Hong Kong.

"Operacionalmente, do ponto de vista militar, isso não muda grande coisa para os Estados Unidos", declarou à AFP Michael Raska, especialista em questões de defesa da Universidade Tecnológica de Nanyang de Singapura.

Politicamente, a decisão de Pequim demonstra que "a tensão entre China e Estados Unidos continuará aumentando", previu.

Para o especialista Michael Cole, do Global Taiwan Institute de Taipé, a medida "é, antes de tudo, simbólica", mas ilustra "a escalada de represálias que envenena a relação" entre ambas as potências.

- ONGs sancionadas -

Além disso, o governo chinês imporá "sanções às ONGs que se comportaram mal" em Hong Kong, anunciou Hua, sem dar detalhes.

Entre essas ONGs, aparecem organizações ativas no âmbito dos direitos humanos, como a Human Rights Watch e a Freedom House.

Na semana passada, o governo chinês anunciou que tomaria medidas de represálias diante da "lei de 2019 sobre direitos humanos e democracia em Hong Kong", assinada pelo presidente americano.

O texto ameaça com a suspensão do status econômico especial que Washington dá à ex-colônia britânica caso os direitos dos manifestantes não sejam respeitados.

Donald Trump também aprovou uma medida para proibir a venda de material destinado a repressão pela polícia de Hong Kong às manifestações.

A essa divergência sobre Hong Kong soma-se a guerra comercial e tecnológica travada entre os dois países há um ano e meio.

Até agora, Pequim resistiu a misturar os dois assuntos e suspender as negociações, que atualmente estão concentradas sobre um "acordo preliminar" no âmbito comercial.

Caso esse acordo não seja alcançado, novos aumentos de tarifas mútuas poderão ser implementados a partir de 15 de dezembro.

O ator Leonardo DiCaprio se pronunciou, neste sábado (30), sobre ss acusações de Jair Bolsonaro em relação a queimadas na Amazônia. Na última semana, Bolsonaro afirmou que DiCaprio financia ONGs responsáveis por 'tacar fogo na Amazônia'.

DiCaprio negou o financiamento do WWF, mas elogiou a organização: "Embora dignos de apoio, não financiamos as organizações visadas", em tradução livre. Em comunicado enviado à Reuters, o ator também elogiou 'o povo do Brasil, que trabalha para salvar sua herança natural e cultural".

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A ONU pediu, nesta quinta-feira, proteção à Amazônia, onde incêndios florestais se proliferam, pouco depois de o presidente Jair Bolsonaro criticar uma "psicose ambiental" promovida por ONGs que atuam contra os interesses nacionais.

"Estou profundamente preocupado com a Floresta Amazônica. No meio da crise climática global, não podemos permitir mais danos a uma fonte importante de oxigênio e biodiversidade", tuitou o secretário-geral da ONU, António Guterres, nesta quinta-feira. "A Amazônia deve ser protegida", enfatizou.

O presidente francês, Emmanuel Macron, também recorreu ao Twitter para definir os incêndios como uma "crise internacional".

"Nossa casa está em chamas. Literalmente. A Amazônia, pulmão de nosso planeta, que produz 20% do nosso oxigênio, está pegando fogo. Essa é uma crise internacional. Membros do G7, vamos discutir esta emergência nos dois primeiros dias" da cúpula do grupo, em Biarritz, na França.

A Colômbia ainda ofereceu ajuda para conter essa "tragédia ambiental".

"A tragédia ambiental no Amazonas não tem fronteiras e deve chamar a atenção de todos. Do Governo Nacional oferecemos aos países irmãos nosso apoio para trabalhar conjuntamente em um propósito que nos urge: proteger o pulmão do mundo", escreveu no Twitter o presidente Iván Duque.

O fogo tem se espalhado a cada dia no país: entre janeiro e 21 de agosto, 75.336 focos de incêndio foram registrados no Brasil, 84% a mais que no mesmo período de 2018, segundo dados do Programa de Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número mostra um aumento de 2.493 focos em comparação com a segunda-feira passada.

Bolsonaro, que nega a mudança climática e defende que as reservas indígenas e as zonas protegidas da floresta sejam abertas a atividades agropecuárias e à mineração, voltou a criticar a "psicose ambiental" que obstruiria o desenvolvimento do país.

"Essa psicose ambiental não deixa fazer nada. Eu não quero acabar com o meio ambiente. Eu quero é salvar o Brasil", afirmou ainda, defendendo a mudança de orientações em relação às últimas décadas.

Essas controvérsias ocorrem enquanto, em Salvador, é realizado um evento preparatório para a cúpula da ONU sobre mudança climática, que acontecerá em 23 de setembro, em Nova York, e a conferência climática da COP25, em Santiago, no Chile, em dezembro.

- Nero da Amazônia -

Na véspera, Bolsonaro levantou suspeitas de que as ONGs que recebem ajuda externa poderiam ter causado incêndios voluntariamente.

Nesta quinta, ficou indignado com publicações que teriam dito que eram acusações formais. "Nunca acusei as ONGs", afirmou, para depois esclarecer: "Eu disse que suspeitava das ONGs".

"Agora, me acusar como capitão Nero tocando fogo lá é uma irresponsabilidade, é fazer campanha contra o Brasil", acrescentou o presidente, na saída de sua residência em Brasília, referindo-se ao imperador Nero a quem algumas tradições atribuem o grande incêndio de Roma no século no I.

"Se o mundo lá fora começar a impor barreiras comerciais, cai nosso agronegócio (...), a economia começa piorar, a vida de vocês, editores de jornais, donos de televisões, vai ficar complicada como a vida de todos os brasileiros, todos sem exceção, é um suicídio o que vocês estão fazendo. A imprensa está cometendo um suicídio", enfatizou calmamente.

"Se era para fazer a mesma coisa que fizeram até agora, o povo tinha que ter votado em outras pessoas, o povo está com a gente, minha base é o povo", enfatizou.

Segundo especialistas, os focos de incêndio se intensificaram dentro de um quadro de rápido avanço do desmatamento na região amazônica, que em julho quadruplicou em relação ao mesmo mês de 2018, segundo dados do Inpe.

Na entrevista matinal que concede ao deixar o Palácio da Alvorada, antes de cumprir a agenda do dia, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) reforçou, nesta quinta-feira (22), que as Organizações Não Governamentais (ONGs) são suspeitas de provocar as queimadas que atingem a região da floresta amazônica há pouco mais de duas semanas.

Indagado por jornalistas se os autores do foco das queimadas poderiam ser os fazendeiros, ele disse que sim, mas não poupou as ONGs.“Pode, pode ser fazendeiro, pode. Todo mundo é suspeito, mas a maior suspeita vem de ONGs”, disparou. 

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Nessa quarta (21), Bolsonaro fez as primeira insinuações sobre as organizações ambientais e chegou a dizer que isso poderia ter acontecido porque eles “perderam a boquinha”. "Pode estar havendo, não estou afirmando, ação criminosa desses 'ongueiros' para exatamente chamar a atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil. Essa é a guerra que nós enfrentamos", afirmou quando estava de saída do Palácio da Alvorada ontem.

Hoje, o presidente questionou manchetes dos jornais. "Vocês me entrevistaram ontem, vocês viram o que saiu nos jornais? Não é culpa de vocês, passa pelo filtro do editor. Em nenhum momento eu fui e falei, acusei as ONGs. [Falei de] suspeita", disse.

E aproveitou para ironizar: "São os índios, quer que eu culpe os índios? Vai escrever os índios amanhã? Quer que eu culpe os marcianos? É, no meu entender, um indício fortíssimo que esse pessoal da ONG perdeu a teta deles. É simples."

Para Bolsonaro, como as ONGs perderam dinheiro, agora “tem que tentar fazer o que? Tentar me derrubar". 

Ao ser questionado se tinha provas sobre o envolvimento das organizações, ele negou. "Não se tem prova disso, meu Deus do céu. Ninguém escreve isso, vou queimar lá, não existe isso", disse.

Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), essa é a maior queimada que a região amazônica está sofrendo nos últimos cinco anos. Além da Amazônia, áreas do Pantanal também já foram atingidas pelas chamas.

A ex-senadora Marina Silva (Rede) rebateu, nesta quarta-feira (21), afirmativas do presidente Jair Bolsonaro (PSL) insinuando que membros das Organizações Não Governamentais (ONGs) ambientais estavam por trás das queimadas que estão ocorrendo na floresta amazônica.

Marina afirmou que falta compromisso do governo com a verdade e observou a postura do presidente como irresponsável e agravante diante da emergência ambiental que o país vive. 

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“A Amazônia está em chamas. O Ministro do Meio Ambiente fala em fake news e sensacionalismo. O presidente diz que ONGs podem estar por trás disso. A falta de compromisso com a verdade é uma patologia crônica. Essa postura irresponsável só agrava a emergência ambiental no Brasil”, salientou a ex-senadora, que também foi candidata à Presidência da República em 2018. 

Na manhã de hoje, o presidente disse que que as ONGs “perderam a boquinha” e, por isso, esse pessoal está sentindo falta do dinheiro. "Pode estar havendo, não estou afirmando, ação criminosa desses 'ongueiros' para exatamente chamar a atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil. Essa é a guerra que nós enfrentamos", afirmou a jornalistas, quando estava de saída do Palácio da Alvorada.

O presidente Jair Bolsonaro considera que Organizações Não Governamentais (ONGs) que recebiam recursos do exterior podem estar por trás do aumento nas queimadas que ocorrem na floresta amazônica. Segundo ele, a intenção seria fazer uma "campanha" contra o governo federal. Bolsonaro também acusou alguns governadores da região de serem "coniventes" com os incêndios criminosos.

"O crime existe, e isso aí nós temos que fazer o possível para que esse crime não aumente, mas nós tiramos dinheiro de ONGs. Dos repasses de fora, 40% ia para ONGs. Não tem mais. Acabamos também com o repasse de dinheiro público. De forma que esse pessoal está sentindo a falta do dinheiro", disse Bolsonaro. "Pode estar havendo, não estou afirmando, ação criminosa desses 'ongueiros' para exatamente chamar a atenção contra a minha pessoa, contra o governo do Brasil. Essa é a guerra que nós enfrentamos", afirmou o presidente a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada.

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Ele disse que entidades de apoio ao meio ambiente "perderam a boquinha" e levantou a hipótese de que as mesmas pessoas que têm registrado imagens das queimadas na Amazônia para divulgação estariam por trás do incêndio, alegando que "o fogo foi tocado em lugares estratégicos na Amazônia toda". "Pelo o que tudo indica, o pessoal foi para lá filmar e tacaram fogo. Esse é o meu sentimento."

Questionado se o bloqueio de recursos do Fundo Amazônia pode prejudicar ações de combate ao fogo, Bolsonaro afirmou que 40% dos recursos serviam para "bancar ONGs". "Me aponte uma árvore plantada com esse recurso que veio de fora", desafiou. O presidente também disse que é "ingenuidade" pensar que países como Noruega e Alemanha enviariam recursos do exterior sem querer algo em troca. "Não existe amizade entre países, existe interesse", disse.

Bolsonaro afirmou que é contra os incêndios criminosos e que fará "o possível" para combater as queimadas, mas que quer "mostrar a verdadeira face" do que supostamente estaria acontecendo através de ONGs. "Temos que combater o crime, depois vamos ver quem é o possível responsável pelo crime. Mas, no meu entender, há interesse dessas ONGs, que representam interesses de fora do Brasil."

Governadores

Bolsonaro também afirmou que governadores são "coniventes" com os incêndios na Amazônia. "Não quero citar nome, que está conivente com o que está acontecendo e bota a culpa no governo federal. Tem estados aí, que não quero citar, na região Norte, que o governador não está movendo uma palha para ajudar a combater incêndio. Está gostando disso daí", declarou o presidente.

Ele sugeriu que os jornalistas buscassem as assessorias de imprensa dos governadores da região para perguntar o que está acontecendo e o que os governos estaduais já fizeram. "Tem governo estadual que não fez nada, e pode fazer", disse.

O presidente informou que o governo está discutindo desde ontem de que forma pode ajudar a combater os incêndios, citando os ministérios da Defesa, Meio Ambiente e Justiça. "A Justiça pode mandar, acredite, 40 homens da Força Nacional para lá. É uma gota d'água no meio do oceano. As Forças Armadas, devemos usar, talvez a partir de amanhã, unidades ali da região, porque não tem como deslocar daqui para lá. Vai faltar comida para o Exército a partir de setembro. É a situação em que nós nos encontramos."

A questão do desmatamento no Brasil e a mobilização de organizações sociais em prol das florestas do país vêm sendo motivo de debates políticos mais acirrados entre a oposição e a situação.

A deputada estadual pelo estado de São Paulo Janaína Paschoal (PSL) chegou a dizer que há ‘exagero’ no debate. Já o vereador pelo Rio de Janeiro e filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), Carlos Bolsonaro (PSC), questionou o trabalho de Organizações Não Governamentais (ONGs) em prol da Amazônia.

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“Por que ONGs que dizem se preocupar com o bem estar das pessoas no mundo se debruçam quase que totalmente na Amazônia (região rica) e ignoram a sofrida região Nordeste do Brasil? Reflita!”, questionou o parlamentar em seu perfil no Twitter nesta sexta-feira (16).

Ainda falando sobre meio ambiente, Carlos Bolsonaro, disse que Bolsonaro, a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, e o Ministério do Desenvolvimento Regional anunciaram a expansão na produção de frutas orgânicas, através do Projeto de Irrigação, no Nordeste.

Por conta dos estragos deixados pelas fortes chuvas que atingem o Grande Recife desde a última quinta-feira (13), organizações não governamentais e igrejas evangélicas se uniram para arrecadar e distribuir doações para as pessoas atingidas. Oito pontos de arrecadação estão espalhados pela RMR, engajados na campanha "Guarda Vidas".

Os principais itens que podem ser doados são colchões e lençóis, alimentos não perecíveis, produtos de limpeza e de higiene pessoal, roupas, água mineral e mobiliário doméstico.

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A campanha de arrecadação teve início na última sexta-feira (14), em mais de oito pontos de arrecadação. De acordo com a assessoria do "Guarda Vidas", mais de 150 voluntários já se envolveram na arrecadação, triagem e entrega dos donativos, o que possibilitou que mais de 200 cestas básicas fossem entregues.

Confira onde ficam os locais de doação

Zona Sul do Recife

Boa Viagem: Igreja Sinal;

Endereço: Rua Jorge Couceiro Da Costa;

Responsável: Tales Ferreira (99439-6296)

Candeias: Igreja Presbiteriana em Candeias;

Rua Professor Mário Ramos, 80;

Responsável: Manuel (3469-3319)

Ibura: Igreja Batista Central do Ibura;

Av. Rio Grande, 72, UR1;

Responsáveis: Marilene (3475-1778) e Laís (99909-3593)

Centro do Recife

São José: ONG Visão Mundial;

Rua do Fogo, 22;

Responsável: Rayane Chaves (3081-5600)

Recife Antigo: Igreja Presbiteriana A Ponte;

Avenida Cais do Apolo, 594;

Responsável: Thamires Lima (99996-1129)

Zona Oeste do Recife

Coqueiral: Igreja Batista em Coqueiral;

Rua Alcântara, 170;

Responsável: Evandro Alves (99802-2811)

Região Metropolitana do Recife

Olinda - ONG GCASC;

Av. Nacional, 260; Peixinhos;

Responsável: Elizangela (98642-3513)

Camaragibe - Igreja Batista Missionária em Camaragibe;

Rua dos Narcisos, 77;

Responsável: Josival Silva (99672-9801)

O número de países seguros para os jornalistas continua caindo no mundo, devido a uma hostilidade contra o exercício da profissão, segundo o relatório anual da ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF), que aponta que a maior deterioração ocorreu nas Américas do Norte e do Sul, com o prenúncio de um período sombrio no Brasil.

O País perdeu três posições (105 entre 180 países) no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa, e se aproxima da zona vermelha, com quatro jornalistas assassinados. A eleição de Jair Bolsonaro, após uma campanha marcada pelo "discurso de ódio, a desinformação, a violência contra os jornalistas e o desprezo aos direitos humanos, prenuncia um período sombrio para a democracia e a liberdade de imprensa".

"A hostilidade contra os jornalistas e inclusive o ódio do qual fazem eco dirigentes políticos em muitos países, acabou provocando agressões mais graves e frequentes" contra estes profissionais, o que suscita um "clima de medo inédito em alguns lugares", condenou nesta quinta-feira (18) a ONG Repórteres sem Fronteiras (RSF).

A RSF lembra o papel primordial que o WhatsApp teve na campanha eleitoral brasileira. Pelo aplicativo circularam, por exemplo, informações falsas destinadas, sobretudo, a desacreditar o trabalho de jornalistas críticos ao candidato Bolsonaro.

No ranking dos 180 países avaliados, apenas 24% (26% em 2018) estão em situação boa ou relativamente boa.

A Noruega se mantém pelo terceiro ano consecutivo na primeira posição, seguida de Finlândia e Suécia.

Fecham a lista o Turcomenistão, antecedido da Coreia do Norte. Também na lanterna, a China perdeu uma posição (177), assim como a Rússia (149), onde o Kremlin "acentuou a pressão" sobre os meios independentes e a Internet, "com detenções, revistas arbitrárias e leis liberticidas".

- Ameaças de morte nos EUA -

Os Estados Unidos (48) perderam três posições e entram na zona "problemática". Além das declarações do presidente Donald Trump contra a mídia, "os jornalistas americanos nunca tinham sido alvo de tantas ameaças de morte", nem recorrido de forma tal à segurança privada para sua proteção pessoal, segundo a RSF.

A ONG, sediada em Paris, destaca ainda que a perseguição de jornalistas que incomodam as autoridades "parece agora não ter limites". Cita o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país na Turquia, que "enviou uma mensagem assustadora aos jornalistas para além das fronteiras da Arábia Saudita ".

A Espanha subiu duas posições no ranking (29) e a França, uma (32).

O informe aponta que América do Norte e do Sul registraram a maior deterioração regional.

- Desconfiança na América Latina -

A melhora sutil registrada em 2018 na América Latina "foi breve", visto que o ambiente em que trabalham os jornalistas é "cada vez mais hostil". As eleições em países como México (144), Brasil (105), Venezuela (148) e Colômbia (129) provocou um "recrudescimento dos ataques contra jornalistas, praticados sobretudo pela classe política, funcionários públicos e cibermilitantes".

Estes incidentes "contribuíram para reforçar um clima de desconfiança generalizada - às vezes de ódio - contra a profissão".

A Nicarágua registrou uma das quedas mais significativas do mundo (114, perdendo 24 posições), segundo a RSF, que denuncia que os jornalistas que cobrem as manifestações contra o governo do presidente Daniel Ortega, considerados opositores, são frequentemente agredidos. "Muitos se exilaram para evitar ser acusados de terrorismo", indica o informe.

Embora a chegada ao poder do presidente Andrés Manuel López Obrador "tenha acalmado um pouco" as relações entre o poder e a imprensa, o México continua sendo o país mais perigoso do continente para os jornalistas, com dez assassinatos em 2018.

A Venezuela perdeu cinco posições, aproximando-se da zona negra do ranking. O viés autoritário do governo de Nicolás Maduro provocou um aumento da repressão contra a imprensa independente, enquanto a RSF registrou um número recorde de prisões arbitrárias e atos de violência praticados por forças de ordem e serviços de Inteligência. Muitos jornalistas tiveram que se exilar, enquanto jornalistas estrangeiros foram detidos e, inclusive, expulsos.

- Maus exemplos -

Cuba se manteve como o pior colocado na região (169), apesar de subir três posições, caminho pelo qual segue a Bolívia (113, perda de três posições). Para a ONG, o presidente boliviano, Evo Morales, segue o "modelo cubano", controlando a informação e censurando "as vozes demasiadamente críticas ".

"Alvo frequente" de ataques armados à imprensa, vítima ainda de pressões e de tentativas de intimidação de parte da classe política, El Salvador perdeu 15 posições e ficou em 81º lugar.

"Independentemente da cor política, há governos cada vez mais fortes que vão tentar controlar a informação ou censurá-la, recorrendo a métodos mais ou menos elaborados,mais ou menos visíveis", disse à AFP Emmanuek Colombié, diretor da RSF para a América Latina, após apresentar o relatório no Rio de Janeiro.

Durante um evento que acontece, na tarde desta sexta-feira (26), um projeto intitulado “Meu Lixo Salva Animais” será apresentado na Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) pela ativista e jornalista Goretti Queiroz com o objetivo de conscientizar os protetores de animais a fazerem a reciclagem do lixo de forma a  gerar renda para ONGs e abrigos de animais.

A ideia é aproveitar a Semana do Lixo Zero, que acontece no Recife e em mais de 60 cidades do Brasil, para reforçar o compromisso com o meio ambiente e com os animais. A proposta é mostrar como a reciclagem correta do lixo pode ajudar os protetores e donos de entidades que acolhem animais na capital pernambucana.

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“Queremos fazer parcerias com empresas para o descarte correto do lixo e aproveitar esse momento para alertar as pessoas sobre os cuidados com o meio ambiente, mostrando que todos nós podemos fazer a reciclagem do nosso lixo de forma correta e ainda gerar renda para as entidades e protetores autônomos”, explicou Goretti. 

A Semana do Lixo Zero tem como finalidade preservar os recursos renováveis do nosso planeta e repensar o lixo e a relação das pessoas com ele. O movimento pretende articular programas de conscientização nas empresas, escolas, entidades civis e sociedade organizada de um modo geral.

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