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Às vésperas de receber a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 565/06, que institui o orçamento impositivo no Brasil, o Senado Federal movimenta-se para alterar o texto que chegará da Câmara dos Deputados nos próximos dias. Em pronunciamento, o senador Humberto Costa (PT) criticou o sistema de emendas parlamentares existente no país, assim como a natureza da PEC aprovada pelos deputados federais.

“A emenda parlamentar deveria ser um instituto banido das nossas leis, banido da Constituição Federal”, afirmou Humberto, para quem esse tipo de emenda ao Orçamento Geral da União (OGU) favorece um ambiente nocivo de negociação entre os parlamentares e as três esferas do Poder Executivo. “O papel do Parlamento, o papel do parlamentar não é o de ficar indicando locais para realização de obras, é o de fiscalizar as ações do Poder Executivo, é o papel de legislar, é o papel de defender o seu Estado, o seu País e o seu povo”, disse.

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De acordo com Humberto, a PEC piora o atual quadro porque engessa ainda mais o orçamento da União, comprometendo as ações de governo. O senador adiantou que votará contra a proposta no Senado, mas que, se ela passar, apresentará de imediato uma emenda para que 50% dos recursos sejam destinados a investimentos na área de saúde.

“Se nós perguntássemos à sociedade se ela queria que esses recursos fossem destinados a emendas parlamentares ou ao atendimento de necessidades da população, como a área da saúde, eu tenho absoluta certeza e convicção de que a população não vacilaria em dizer que esses recursos deveriam ser destinados para a saúde ou para outra finalidade tão relevante quanto”, concluiu o senador.

A Câmara dos Deputados aprovou em primeira votação o Orçamento Impositivo. Os parlamentares comemoraram tal feito, pois, segundo eles, o novo instrumento institucional garantirá a independência do Parlamento em relação ao Executivo. Esta tese deve ser considerada hipótese, já que é necessário que o Orçamento Impositivo venha a existir para que o comportamento dos parlamentares e dos presidentes possa ser avaliado.

Nem sempre decisões democráticas geram efeitos positivos para a democracia e para a sociedade. Esta assertiva deve ser considerada na análise da implementação do Orçamento Impositivo. Ampla literatura da Ciência Política mostra que a relação entre Parlamento e Executivo é caracterizada por jogos de soma-zero e de cooperação. Nos jogos de soma-zero, existe apenas um vencedor. Enquanto no jogo cooperativo, ambos os jogadores obtêm benefícios.

Na relação Executivo-Legislativo o jogo cooperativo predomina. Neste caso, incentivos advindos do Poder Executivo possibilitam que parlamentares aceitem cooperar com o dirigente do executivo. Os incentivos visíveis são: distribuição de espaços institucionais e liberação de emendas parlamentares. Fere a lógica da relação racional entre Executivo-Legislativo considerar que parlamentares votam favoráveis a proposições do executivo  em troca de nada. Deste modo, os chefes do executivo  precisam conceder espaços de poder aos partidos. E também agir junto às bases dos parlamentares.

A lógica apresentada caracteriza a relação Executivo-Legislativo no Brasil. Uma indagação que se faz é se tal relação será enfraquecida com o advento do orçamento impositivo. De acordo com diversos  parlamentares, a resposta deve ser afirmativa. Entrementes, indagamos: caso o orçamento impositivo comece a viger, os parlamentares exigirão novos incentivos do Poder Executivo para continuarem cooperando? Temos a hipótese de que a pressão por espaços no poder não será enfraquecida com a implementação do orçamento impositivo. Com efeito, é possível que os parlamentares pressionem o Executivo por mais espaço para continuarem cooperando com a chefe do Executivo Federal.

Nesta linha de raciocínio, importa rememorar que quando FHC promoveu as privatizações, os espaços no poder estatal foram diminuídos e, por via de consequência, os recursos que seriam distribuídos entre os parlamentares. Dessa forma,  os parlamentares focaram as suas energias para a liberação de emendas. Avaliando os governos de FHC, Lula e Dilma, constatamos  a existência de um   Parlamento cooperativo com os presidentes, mesmo havendo períodos de  instabilidades na relação entre Executivo-Legislativo, mas não ao ponto de surgirem crises institucionais.

Finalizando afirmamos que duas consequências podem estar por vir com o possível advento do orçamento impositivo: a perda da capacidade do Poder Executivo em planejar a aplicação de recursos públicos e a necessidade do Poder Executivo de ampliar os espaços institucionais para obter a cooperação dos parlamentares. Se estas consequências, as quais são apenas hipóteses, forem comprovadas, consideramos  que o orçamento impositivo não será benéfico  para a sociedade brasileira, nem para a  democracia.

A semana de aniversário de dois anos do Portal LeiaJá foi marcada por alianças, desentendimentos, denúncias, respostas, aprovações e convites no mundo da política, tanto em Pernambuco quanto no Brasil.

No início da semana, o vereador e líder da oposição na Câmara do Recife, Raul Jungmann (PPS), anunciou que entraria com uma representação junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) contra o prefeito Geraldo Julio (PSB). De acordo com denúncias, Geraldo atualmente acumula remunerações do Tribunal de Contas do Estado (o socialista é servidor concursado no órgão) e da prefeitura, como líder do Executivo municipal. O que juntos somam mais de R$16 mil. O prefeito intitulou a denúncia como mais um "factóide".

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A terça-feira (13) foi marcada por protestos, a favor da instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Público, na Câmara de Vereadores. CPI que, segundo o presidente da Casa José Mariano, Vicente André Gomes (PSB) é “vazia”, não há denúncias para investigar, e abrange um âmbito maior que ultrapassa a Casa Legislativa do Recife. O requerimento da CPI foi apresentado por Jungmann, que não se conformou com a "morte" da comissão.

As CPIs estão em alta em Pernambuco, os vereadores de Petrolina, no Sertão, intalaram uma essa semana para investigar as denúncias de desvios de verbas nos festejos juninos da cidade em 2012 e 2013. A Comissão tem 60 dias para analisar o caso.

No mesmo dia, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) iniciava o dilema das Propostas de Emenda à Constituição 03 e 04, que eliminam o voto secreto na Casa. Após a tarde inteira de grupos parlamentares discutindo se votariam ou não uma Emenda Substitutiva que fundiu as duas PECs, os deputados resolveram, sem consenso retirar a matéria da pauta do dia. O que não demorou muito para retornar, na quarta-feira (15) a Emenda voltou a ser o assunto central da Alepe, rendendo um bate boca, entre os deputados Raimundo Pimentel (PSB) e Silvio Costa Filho (PTB), que por pouco não terminou em agressão. Por fim, a matéria foi votada, no entanto, não obteve os votos necessários, por uma manobra de evasão articulada por Pimentel, autor da Substitutiva.

Na quinta-feira (15), a vereadora Priscila Krause (DEM) denunciou, durante coletiva de imprensa na Câmara do Recife, a existência de supostas irregularidades no programa Reluz no governo de Geraldo. Krause apresentou documentos indicando que a empresa Ecoleds teria sido beneficiada no resultado de uma licitação, realizada para escolher que empresa fiscalizaria as obras de ações propostas pelo programa, que conta com recursos do governo federal. Segundo a democrata a empresa já havia sido contratada pela PCR anteriormente, através de uma carta convite para prestar serviços de assessoria técnica na área de abrangência do Reluz. Em resposta, a PCR negou qualquer irregularidade e o líder do governo na Casa, Gilberto Alves (PTN), afirnou que "a oposição esta sendo instrumentalizada".

Com a aproximação das eleições em 2014, as prováveis alianças e conversas para coligações começam a surgir com mais ênfase. Essa semana foi a vez do ex-presidente Lula (PT) convidar o governador de Pernambuco e provável presidenciável, Eduardo Campos (PSB) para uma conversa. O que foi prontamente respondido pelo socialista, que em sua página no Facebook afirmou ter ficado “feliz com as referências elogiosas e o reconhecimento” demonstrado pelo petista. Lula disse querer que Campos fizesse “parte do projeto de reeleição de Dilma”.  

Outro “começo de conversa”, agora em âmbito estadual, aconteceu nesta sexta-feira (16), quando o presidente do PTB, senador Armando Monteiro, almoçou com o senador Humberto Costa e o deputado federal João Paulo, ambos líderes do PT no estado. A cogitação de uma possível aliança entre as siglas para a disputa do Executivo Estadual não é descartada pelos parlamentares. Armando seria o nome deles ao governo.

Já o PSDB em Pernambuco, iniciou a rodada de encontros para definir nomes a candidatos para deputados estaduais e federais.  Além de reforçar o desejo nacional de elevar Aécio Neves à Presidência da República.

O Congresso Federal aprovou nessa semana a PEC que institui o Orçamento Impositivo para as emendas parlamentares destinadas a programas prioritários do governo até o limite de 1% da receita corrente líquida, o que causou divergência entre os parlamentares. Humberto Costa, por exemplo, afirmou ser contra a aprovação da matéria, que deve começar a ser apreciada no Senado

Em defesa ao governo federal, o senador Humberto Costa (PT) se posicionou contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 565/06, conhecida como ‘orçamento impositivo’, aprovada em primeiro turno nesta semana na Câmara Federal. O petista disse ser contra a matéria por dificultar o planejamento de políticas governamentais.

“Quero dizer que sou pessoalmente contrário à ideia da emenda parlamentar. Ainda mais com essa ideia de orçamento impositivo, porque ele desorganiza, desestrutura o trabalho planejado dos ministérios, das políticas públicas”, expôs.

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A PEC aprovada em Brasília teve a aceitação de 18 deputados pernambucanos dos 20 que estavam na sessão. Desfavoráveis à proposta foram apenas os parlamentares federais de Pernambuco Sílvio Costa (PTB) e João Paulo (PT).

Humberto defende que a proposta garanta a destinação dos recursos para áreas onde as necessidades são urgentes, caso seja aprovada. “Entendo que se for uma fatalidade a adoção do orçamento impositivo, eu espero que essa casa, diferentemente da Câmara, tenha a sensibilidade para destinar a maior parte desses recursos do orçamento impositivo para a área da saúde, seja para investimento, seja para custeio, para que nós possamos ter desde já, o incremento garantido dos recursos para essa área, que hoje é tão carente", deseja o petista. 

PEC 565/06- O orçamento impositivo prevê que o governo federal destine 1% dos recursos da União para emendas parlamentares. O percentual equivale a cerca de R$11 milhões por ano, para os projetos de cada político do Congresso Nacional. A proposta deverá ser aprovada em segundo turno da Câmara dos Deputados e depois seguir para o Senado Federal, onde também deverá passar por mais duas votações.

 

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 565/06, conhecida como ‘orçamento impositivo’ aprovada nessa terça-feira (13), na Câmara Federal em Brasília, teve boa aceitação entre os parlamentares pernambucanos. Do total presente na sessão, 18 aprovaram a matéria, porém, dois foram desfavoráveis à proposta: João Paulo (PT) e Silvo Costa (PTB).

A PEC obriga o Executivo Federal a pagar as emendas individuais de senadores e deputados apresentadas ao Orçamento da União. Ela estabelece a destinação de 1% da receita líquida da União, para esses projetos, o que equivale a aproximadamente a R$ 11 milhões para cada parlamentar por ano. Atualmente, o Congresso Nacional é formado 594 membros, sendo 513 deputados federais e 81 senadores.

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Para o deputado federal Paulo Rubem (PDT), apesar de ter sido favorável a iniciativa, a proposta não deverá atender de forma precisa a sociedade. “Eu votei a favor da matéria, mas não acho que isso seja nenhum bicho de sete cabeças, porque da forma que os líderes conduziram ficou muito mais uma matéria que foi votada em causa própria, do que das necessidades mais urgentes da maioria da população”, soltou.

O pedista lembrou a discussão existente no senado sobre o direcionamento de recursos exclusivamente para a saúde e para a educação. “Isso pode melhorar um pouco a destinação desses recursos, mas não representa de fato, um orçamento que seja um espelho verdadeiro das necessidades da população. Essas necessidades têm que estar inseridas em planos municipais e estaduais com forma clara de acompanhar esses gastos e resultados desses investimentos”, argumentou.

Segundo Paulo Rubem o principal problema que precisa ser destravado para a realização da PEC está ligado a fiscalização dos recursos. “É preciso ficar muito vigilante para aprimorar o SUS, o Sistema Nacional de Educação (...). uma coisa é eu fazer emendas para fazer festas, apoiar o dia da padroeira, isso aí vai ser gasto em dois ou três dias. Eu fui favorável porque é uma emenda da Constituição, mas nós iremos regulamentar através de controle. A ação é do deputado, mas o dinheiro é publico”, afirmou o parlamentar ressaltando ainda a forma de pagamento. Ele disse que ainda há repasses de recursos através de cheques, e assim, facilita a existência da corrupção. 

Já o deputado federal Silvio Costa (PTB), desfavorável à proposta, explicou sua decisão. “Eu votei contra porque eu acho que o orçamento do Brasil já é muito engessado, 88,5% do orçamento brasileiro já é comprometido, tanto para a saúde, tanto para educação... Com mais 1% vai ficar 89,5% desse orçamento engessado e eu sou contra a qualquer projeto que tire a mobilidade administrativa”, opinou.

Para o petebista a matéria fere a constituição e deverá ser enviada ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Esse projeto é inconstitucional porque não é prerrogativa do legislativo definir onde se coloca recursos federais. Isso é prerrogativa do executivo. Então, nós não podemos legislar sobre esse tipo de prerrogativa. Isso vai cair no STF”, disse.

Parlamentares favoráveis- Os nomes dos deputados pernambucanos que aceitaram a iniciativa são: Anderson Ferreira (PR), Augusto Coutinho (DEM), Bruno Araújo (PSDB), Cadoca (PSC), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Coelho (PSB), Jorge Corte Real (PTB), José Augusto Maia (PTB), José Chaves (PTB), Luciana Santos (PCdoB), Mendonça Filho (DEM), Paulo Rubem (PDT), Pedro Eugênio (PT), Raul Henry (PMDB), Ségio Guerra (PSDB), Severino Ninho (PSB), Vilalba (PRB) e Wolney Queiroz (PDT).

A matéria aprovada nessa terça-feira recebeu 378 votos a favor e 48 contra. Também foram registradas 13 abstenções. A PEC precisa ainda ser votada em segundo turno e posteriormente seguir para o Senado, onde passará por duas votações.

A Câmara dos Deputados aprovou, em primeiro turno, a Proposta de Emenda à Constituição 565/06, que trata sobre o orçamento impositivo. A matéria recebeu 378 votos a favor e 48 contra. Também foram registradas 13 abstenções. A PEC precisa ainda ser votada em segundo turno, o que deve ocorrer na próxima semana.

O texto votado foi o mesmo aprovado pela comissão especial na semana passada, que visa garantir a execução obrigatória das emendas parlamentares individuais no Orçamento da União enquadradas em programação prioritária definida na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A PEC mantém o limite de 1% da receita corrente líquida destinada para as emendas.

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De acordo com o texto da comissão, caso seja necessário haver contingenciamento devido ao não cumprimento da meta de superávit primário, as emendas parlamentares serão cortadas em percentual igual ou inferior ao que incidir sobre as despesas chamadas discricionárias (aquelas que o governo pode optar por não executar).

Entre os deputados pernambucanos, apenas João Paulo (PT) e Sílvio Costa (PTB) votaram contra a proposta. A favor votaram Anderson Ferreira (PR), Augusto Coutinho (DEM), Bruno Araújo (PSDB), Cadoca (PSC), Eduardo da Fonte (PP), Fernando Coelho (PSB), Jorge Corte Real (PTB), José Augusto Maia (PTB), José Chaves (PTB), Luciana Santos (PCdoB), Mendonça Filho (DEM), Paulo Rubem (PDT), Pedro Eugênio (PT), Raul Henry (PMDB), Ségio Guerra (PSDB), Severino Ninho (PSB), Vilalba (PRB) e Wolney Queiroz (PDT).

Os deputados também aprovaram um estaque do PMDB, por 360 votos a 18 e 6 abstenções, retirou do texto a parte que vinculava a execução das emendas à sua presença no anexo de metas e programações prioritárias constantes da LDO. A ideia foi evitar um possível veto ao anexo que inviabilize a execução das emendas.

Após a aprovação em segundo turno, a matéria seguirá para o Senado, onde também passará por duas votações. Se os senadores fizerem alguma mudança, a matéria retornará à Câmara para mais dois turnos. Após isso, a PEC será promulgada pelo Congresso e integrada à Constituição.

A votação do orçamento impositivo era uma reivindicação constante dos parlamentares e foi uma promessa de campanha do então candidato à presidência da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que se empenhou pessoalmente em todas as negociações. “Esta matéria não é vitória do governo, não é derrota do governo, não é vitória de quem quer que seja. É uma vitória do Parlamento”, disse ele, que sempre defendeu a independência das decisões do Parlamento. Já o governo é contra a matéria.

A ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, disse na noite desta terça-feira que o governo não tem interesse em 'judicializar' a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento Impositivo, porque os senadores sinalizaram que pretendem destinar 50% das emendas individuais para a Saúde. "Para nós, se avançar nesta questão da destinação majoritária para Saúde, acho que não interessa para o País judicializar uma matéria desta, porque aí o impositivo fica subordinado à imposição da população. Aí todos vão ganhar", comentou.

Ideli chegou no final da reunião dos líderes de bancadas na Câmara dos Deputados. Enquanto os parlamentares iniciavam a votação do projeto que obriga o governo a executar as emendas individuais, a ministra dizia aos jornalistas que, apesar da evolução das negociações no dia, a Câmara decidiu votar o texto original para evitar um possível questionamento judicial.

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Os líderes chegaram à conclusão de que não seria possível alterar o texto aprovado na Comissão Especial em plenário e uma emenda aglutinativa poderia dar espaço para uma ação na Justiça. "Por precaução, eles vão votar o texto original e não o texto que evoluiu no decorrer do dia", afirmou Ideli.

Henrique Alves

Instantes depois de assumir a presidência da sessão em plenário nesta noite, o presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), justificou a decisão de votar o texto original da PEC do Orçamento Impositivo, tal qual aprovado pela Comissão Especial. "Não quisemos nadar, nadar e morrer na praia."

O governo advogou hoje a tese de que 50% do valor das emendas tivessem como destino a Saúde. Deputados chegaram sinalizar que aceitariam a vinculação de um terço das emendas com esse propósito. Mas, ao final de um dia de intensas negociações entre governo e parlamentares, as lideranças da Casa quiseram evitar riscos de judicialização da matéria por questões regimentais.

"Tentamos durante todo o dia construir uma emenda aglutinativa com um texto que aperfeiçoasse o projeto da comissão especial. As negociações políticas avançaram, mas chegou-se um ponto em que o porcentual destinado à Saúde poderia (ser) o risco, já que não há emenda que embase a aglutinativa nesse item", disse Alves.

Pelo regimento da Câmara, as alterações feitas em plenário a uma PEC precisam ser sustentadas por uma emenda apresentada na Comissão.

Com isso, modificações propostas para a PEC poderão ser feitas pelo Senado. "Aprovado nesta Casa, (a PEC) vai ao Senado, que fará os aperfeiçoamentos que considerar necessário. Depois (a proposta) volta para esta Casa e, sem risco regimental algum, poderemos adotar as modificações que quase foram acordadas 100% hoje", concluiu o presidente.

Após reunião entre líderes dos partidos com o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), os deputados decidiram votar o texto original da PEC do Orçamento Impositivo, sem um porcentual específico para a saúde. De acordo com os líderes, o governo não assumiu o compromisso de evitar a judicialização do processo e a maioria concordou que era mais seguro votar o texto original e deixar para o Senado uma eventual alteração.

Durante a tarde, os líderes chegaram a falar em destinar um terço das verbas das emendas individuais para a saúde. "Mas não houve um compromisso do governo de não judicializar", revelou o deputado Mendonça Filho (DEM-PE). Neste momento, os líderes continuam reunidos, agora com a presença da ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

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Enquanto o governo busca um novo texto para a PEC do Orçamento Impositivo, o primeiro vice-presidente da Câmara dos Deputados, André Vargas (PT-PR), defendeu o projeto que deve ir a votação, nesta. "Na correlação de forças atual, considera-se o Orçamento Impositivo aprovado", afirmou. De acordo com o petista, neste momento o Palácio do Planalto trabalha para vincular a execução obrigatória de emendas individuais dos parlamentares à saúde e à educação.

Para Vargas, é preciso superar a relação entre governo e o parlamento, na qual as emendas parlamentares são utilizadas como um instrumento de mediação política em momentos de crise. "Nós estamos aprovando aqui uma medida para superar essa relação de emendas com o governo", defendeu. Ainda de acordo com ele, o Congresso, responsável pela aprovação do Orçamento anual, tem o direito de opinar sobre o destino de 1% desses recursos.

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Ele destacou que boa parte dos municípios brasileiros hoje dependem dos recursos das emendas parlamentares. "O que mais vemos aqui são prefeitos solicitando as emendas parlamentares", lembrou.

Vargas admitiu que o PT tem sido "sistematicamente solidário" nas votações de interesse do governo, mas enfatizou que o assunto tem o apoio de ampla maioria na Câmara. "Não é possível manter o PT isolado", afirmou.

Após nova rodada de reunião da presidente Dilma Rousseff com líderes dos partidos da base na Câmara dos Deputados, ficou acertado que o Ministério do Planejamento produzirá na terça-feira, 13, um novo texto para a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do Orçamento Impositivo. A nova versão terá um teor mais "palatável" para o Executivo.

Segundo o líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), o objetivo da nova proposta seria manter a obrigatoriedade da execução das emendas individuais dos parlamentares e evitar a judicialização do projeto. "Deixou-se claro que a tendência é de aprovação (da proposta)", comentou Albuquerque.

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A votação do Orçamento Impositivo foi adiada após o Planalto avisar que poderia questionar o projeto na Justiça. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), recuou e disse que daria mais uma semana para a construção de um acordo. O projeto deve ir à votação em primeiro turno no plenário da Casa na terça, 13. "O Orçamento Impositivo vota, com certeza", garantiu o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ).

Em mais de três horas de reunião, a maior parte do tempo foi destinado à discussão do projeto que trata da utilização dos recursos dos royalties do petróleo para Educação e Saúde. De acordo com Albuquerque, o líder do PDT e relator da proposta, André Figueiredo (CE), recuou sobre o uso de 50% do Fundo Soberano, mas ainda assim foi impossível chegar a um acordo e o governo deve anunciar uma alternativa também na terça. Albuquerque afirmou que há consenso entre governo e base sobre a necessidade de ampliar os recursos para os setores.

Os deputados terão uma sessão extraordinária na noite desta terça-feira (12) para votarem a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do orçamento impositivo. O governo tenta negociar mudanças no texto do relator, deputado Edio Lopes (PMDB-RR).

A proposta é uma reivindicação antiga dos parlamentares. O que eles querem é que o orçamento aprovado pelo Congresso seja executado como previsto. O que acontece atualmente é que o governo federal o executa da maneira que achar mais conveniente e, por isso, muitas emendas dos parlamentares inseridas na proposta não são executadas ou são liberadas conforme decisão do Executivo.

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Na semana passada, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), contrariou o governo e manteve a matéria na pauta. O líder do PT, José Guimarães (CE), sugere uma mudança nesta questão das emendas. Segundo ele, seguindo as regras do relatório atual, cada parlamentar teria quase R$ 12 milhões para emendas. Ele propõe o teto de R$ 5 milhões, com o restante vinculado a programas de Educação, Saúde e ao Programa de Aceleração do Crescimento.

Sessão ordinária
A votação do projeto de lei que destina os royalties do petróleo para a saúde e educação depende da retirada de urgência de três propostas na Câmara dos Deputados. A matéria está prevista na pauta da próxima semana.

Para isso, o governo deve autorizar a retirada da urgência do novo Código de Mineração (PL 5807/13). O mesmo deve ocorrer com o PL 3471/12, que dá anistia para as Santas Casas de Misericórdia, e com o PL 5740/13, que cria a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater).

Com isso, o caminho estará aberto para a votação dos royalties. Na Câmara, o texto base do projeto dos royalties já foi aprovado (mantendo as determinações da Casa, em detrimento do que foi aprovado pelos senadores), mas faltam quatro destaques. A proposta dos deputados é de que 75% dos recursos obtidos pela União, estados e municípios sejam destinados à educação. Os outros 25% irão para a saúde.

Nesse caso, para a União valem quaisquer contratos (concessão, partilha ou cessão onerosa) já existentes e os referente a poços que entrem em operação comercial após 3 de dezembro de 2012. Para os estados e municípios, os recursos para os dois setores serão considerados a partir da mesma data.

Brasília - As prioridades de votações da Câmara na próxima semana são a proposta de emenda à Constituição (PEC), que institui o Orçamento Impositivo para as emendas parlamentares e a conclusão da apreciação dos destaques ao projeto de lei que destina os recursos dos royalties do petróleo para a educação e saúde. Outras propostas também prioritárias, como as que tratam dos crimes hediondos e da minirreforma política, podem ser votadas no decorrer desta semana.

A votação dos destaques ao projeto dos royalties depende da retirada pelo governo das urgências constitucional de três propostas que estão trancando a pauta de votações da Câmara: a proposta do novo Código de Mineração, a anistia de débitos com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para as santas casas de Misericórdia e a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural. O governo já sinalizou favorável à retirada da urgência para o Código de Mineração.

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Se as urgências forem retiradas, a Câmara poderá retomar as votações nas sessões ordinárias e aí iniciará o processo de votação pelos destaques ao projeto dos royalties para a educação e saúde. Concluída a votação, o projeto será encaminhado à sanção presidencial, uma vez que já foi aprovado pelo Senado. Em seguida, os deputados devem iniciar a votação do projeto de lei que torna crimes hediondos a corrupção e outros crimes envolvendo recursos públicos.

Está marcada para terça-feira (13), à noite, a votação da PEC que institui o Orçamento Impositivo para as emendas parlamentares individuais. A proposta foi aprovada na última terça-feira (6) na comissão especial que analisou o mérito da matéria.

O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), está conversando pessoalmente com os parlamentares e se empenhando para conseguir que a PEC seja aprovada pela unanimidade dos deputados. Alves poderá inclusive tentar votar os dois turnos da PEC nesta semana, para isso será necessário o apoio dos partidos para quebrar o interstício entre uma e outra votação.

Ainda na terça-feira, às 14h30, os deputados devem participar de sessão solene para a devolução simbólica dos mandatos dos deputados cassados em 1948. No primeiro semestre, foi aprovada resolução que declara nula a resolução da Mesa da Câmara, de 10 de janeiro de 1948, que extingui os mandatos dos deputados do antigo Partido Comunista do Brasil (PCB).

Outro assunto que vai movimentar a Câmara a partir de amanhã (12), é a decisão em relação ao mandato do deputado Natan Donadon (RO), que está preso desde o final de junho. O relator do processo envolvendo Donandon, na Comissão de Constituição e Justiça, deputado Sergio Zveiter (PSD-RJ), prometeu entregar seu parecer à CCJ na segunda-feira e, com isso, a votação do parecer na comissão poderá ser já na terça-feira.

Partidos da base e da oposição concordaram com o adiamento da votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Orçamento Impositivo. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), justificou, em plenário, que quer mais uma semana para construir um consenso em torno da matéria e que vai recolocar o tema em pauta na próxima terça-feira, 13. "Eu peço a essa Casa mais alguns dias para que eu possa construir em Plenário o que eu considero importante: uma votação sem vencedores nem vencidos", disse Alves.

Aprovada em uma comissão especial, a PEC do Orçamento Impositivo, que torna obrigatória a execução de emendas individuais dos parlamentares, é uma promessa de campanha de Alves. O projeto precisa ser aprovado em dois turnos e, depois, seguirá para o Senado.

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Embora Alves tenha negado, mais cedo, que eventuais riscos de judicialização tenham influenciado sua decisão, o líder do PMDB na Casa, Eduardo Cunha (RJ), admitiu em plenário que o partido não quer correr riscos de ver o tema no Judiciário. "(O presidente) sabe o apelo que eu fiz para que a gente não descumprisse o prazo do interstício. Também entendemos que tem de se cumprir o prazo das cinco sessões para que alguém que queira buscar o Poder Judiciário não encontre motivos", disse o peemedebista, também em plenário.

Ao chegar à Câmara na manhã desta quarta-feira, 7, o presidente Henrique Eduardo Alves havia confirmado que queria votar a PEC, ao menos em primeiro turno, nesta tarde. Ele chegou a dizer que o ideal seria concluir a votação em dois turnos ainda hoje.

Para tanto, os deputados precisariam aprovar requerimentos para desconsiderar prazos regimentais que exigiam um tempo mínimo de cinco sessões entre a votação de um turno e outro. O regimento da Câmara também prevê um intervalo de ao menos duas sessões entre a aprovação da PEC na comissão especial e sua análise em Plenário. Como havia a possibilidade dessa tramitação acelerada ser questionada na Justiça, o PMDB decidiu deixar a votação para a semana que vem.

Apoio

Ao anunciar ao plenário da Casa sua intenção de adiar a discussão para a próxima terça-feira, Alves ouviu elogios dos colegas. O deputado Henrique Fontana (PT-RS), líder em exercício do governo, disse que a decisão é positiva e mantém o diálogo aberto. "O governo tem uma opinião diferente sobre o conteúdo (da PEC), mas o sinal de manter o diálogo aberto é recebido de maneira positiva."

Já o líder do Democratas, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que a PEC vai equiparar o Legislativo aos demais poderes. "Não somos mais um poder acessório. (A aprovação da PEC) será, sem dúvida nenhuma, o momento maior dessa Casa."

O líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (CE), disse nesta quarta-feira que o governo usou a necessidade de maior negociação e tempo para convencer os partidos para adiar a votação do Orçamento Impositivo. Para o líder, esse tempo era fundamental para abrir negociação sobre o tema. "Dá um tempo para o diálogo prosseguir", disse Guimarães, comemorando "a vitória do governo".

Pouco antes de receber a notícia do adiamento da votação, o líder do governo em exercício, deputado Henrique Fontana (PT-RS), havia confirmado que o desejo do Palácio do Planalto era adiar a votação para a próxima semana. Mais cedo, o presidente da Casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), sugeriu que a proposta pudesse ser votada em dois turnos, ainda nesta quarta.

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A Proposta de Emenda a Constituição 565/2006, que institui o Orçamento Impositivo, recebeu o apoio do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) nesta quarta-feira (7). A matéria já foi aprovada em votação simbólica realizada pela Comissão Especial criada para analisá-la, nessa terça (6), e deve ser votada pelos parlamentares na próxima terça-feira (13). 

O socialista afirmou que é favorável ao carimbo no Orçamento Geral da União das indicações realizadas pelos parlamentares. Campos enfatizou que esse mecanismo deve eliminar as contestações que reinam sobre a relação entre Executivo e Legislativo.

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“Não posso ser contra, se aqui eu sou a favor. Acho que, se tem emenda parlamentar, que ela seja impositiva para que não paire nessa relação qualquer tipo de dúvida sobre a posição tanto do Legislativo quanto do Executivo”, declarou Campos.

A proposta não é bem vista pelo governo da presidente Dilma Rousseff (PT), porque se for aprovado em definitivo pelo Congresso, obrigará o Executivo a liberar os recursos de emendas parlamentares apresentadas ao Orçamento.

A presidente Dilma Rousseff usou nesta quarta-feira (7) um discurso voltado principalmente para a Educação para mandar uma indireta para o Congresso, que pode aprovar o chamado Orçamento impositivo, que obriga o governo a desembolsar os recursos previstos em emendas parlamentares, além de outros projetos que resultariam em mais sangria nos cofres do Executivo. Segundo a petista, o "pessoal quer aumentar o gasto, mas não diz de onde sai o dinheiro".

Dilma participou, no fim da manhã e início da tarde, da inauguração do campus da Universidade Federal de Alfenas (Unifal) em Varginha, no sul de Minas. Ao abrir o evento, a estudante Rafaela Rodrigues da Silva Carvalho, representante do Centro Acadêmico da instituição, cobrou da presidente a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na Educação. "Tenho absoluta certeza de que muito falta por fazer. Tanto tenho essa certeza que quando nós contemplamos a possibilidade de fato chegar a gastar os 10% do Produto Interno Bruto, nós tomamos uma medida", disse a presidente, referindo-se a planejamento para fazer os investimentos. "Porque no Brasil tem algumas coisas que são muito engraçadas. O pessoal quer aumentar o gasto, mas não diz de onde sai o dinheiro. Vocês são prefeitos e prefeitas. Nós sabemos que, para você aumentar (gastos), tem que dizer de onde sai (verba)", acrescentou, dirigindo-se à plateia.

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Na terça-feira, 6, uma comissão especial da Câmara dos Deputados ignorou pedido da presidente e aprovou parecer da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que impõe o pagamento das emendas parlamentares e o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), quer aprovar o texto em dois turnos no plenário ainda essa semana. O projeto prevê pagamento isonômico de pelo menos R$ 10 milhões para as emendas parlamentares. Caso seja aprovada também pelo Senado, a PEC, que não precisa da sanção presidencial para virar lei, pode resultar em desembolso de mais de R$ 6 bilhões no ano que vem, quando deputados e senadores querem agradar suas bases de olho na reeleição.

O líder do PMDB na Câmara, deputado federal Eduardo Cunha (RJ), disse que "ninguém enfiou a faca em ninguém", ao comentar a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que obriga o Executivo a pagar todas as emendas parlamentares previstas no ano. A PEC foi aprovada na noite passada por comissão especial da Câmara.

Cunha se reuniu na manhã desta quarta-feira com o vice-presidente da República, Michel Temer, e as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e da Secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Segundo ele, não foi discutido o orçamento impositivo e sim a questão dos royalties.

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Questionado se o orçamento impositivo não significaria "enfiar a faca na garganta" da presidente Dilma Rousseff, Cunha respondeu: "Ninguém enfiou faca em ninguém, isso é uma decisão de Parlamento, a qual o Parlamento vai liberar os recursos que ele já aprova numa lei orçamentária e nem o governo colocou faca em ninguém".

Ele reforçou que "isso é um assunto de Parlamento, aliás, a presidenta não tocou (nesse assunto) na reunião de segunda-feira, nenhum ministro me procurou para pedir qualquer coisa com relação a isso". O deputado ainda completou que "não vi a presidente expressar esse desconforto".

O texto da PEC está pronto para ser submetido ao plenário. Depois de votação em dois turnos, terá de ser encaminhado para o Senado. Parlamentares argumentam que o anúncio feito na semana passada, de liberação de R$ 6 bilhões em emendas parlamentares até o fim do ano para acalmar a base, mostra como as emendas estariam sendo usadas para "chantagem".

"Não vejo nesse orçamento impositivo nada que atrapalhe o Orçamento, que atrapalhe o governo, é bom para o País, é bom para o Parlamento, faz com que o Parlamento possa ficar livre da pecha de, cada vez que é liberada uma emenda, o Parlamento está sendo comprado", disse Cunha.

O presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), compareceu à reunião da comissão especial que discute a proposta de orçamento impositivo para pedir a aprovação da mudança na Constituição que torna obrigatório o pagamento de emendas parlamentares. Alves afirmou que nunca recebeu qualquer pedido da presidente Dilma Rousseff sobre o tema e pediu que o PT apoie a proposta. Alves quer votar o primeiro turno da proposta em plenário nesta quarta-feira.

"Ela (Dilma) sabe, no fundo, pela sua formação democrática, que para o governo esse toma lá dá cá dessas emendas não é o melhor caminho nem para o governo nem para o parlamento", disse o presidente da Câmara. "Faço um apelo ao PT para que possamos aprovar por unanimidade", complementou.

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Alves afirmou que não há necessidade de mais tempo para discussão. "A matéria está inteiramente amadurecida. Quem, naquela tarde, me ponderou para ter um pouco mais de tempo, teve tempo mais do que necessário para estudar, aprofundar e ver que relatório deputado Edio Lopes (PMDB-RR), é responsável, consequente, amadurecido e que representa sentimento de toda a Casa".

O presidente da Câmara chegou a falar em concluir a tramitação na Casa para encaminhar o projeto ao Senado na quinta-feira, 8, mas questionado sobre a necessidade de acordo total para quebrar prazos regimentais e votar os dois turnos, admitiu que o tema pode ter a decisão final só na próxima semana.

A proposta de Lopes prevê a execução financeira, de forma isonômica, das emendas parlamentares com um limite de 1% da receita corrente líquida, equivalente a R$ 6,8 bilhões. O PT tenta ainda por meio de um voto em separado reduzir esse porcentual à metade. O governo tem posição contrária à proposta.

Na última versão de seu relatório, o deputado do PMDB fez uma alteração que ameniza a situação para o governo. Nos dois primeiros anos, o governo poderá contabilizar restos de orçamentos anteriores para alcançar o porcentual de 1%.

Apesar da posição contrária do governo, a Câmara deve votar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do orçamento impositivo ainda nesta semana. O líder do PT, José Guimarães (CE), ainda tentou adiar a votação para a próxima semana para ter mais tempo para discussões e acordos, mas o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), manteve a apreciação para esta quarta-feira (7).

Mais cedo, Alves já havia dito que a votação ocorreria essa semana e que, inclusive, gostaria que a comissão especial que analisa a PEC votasse a proposta na tarde desta terça-feira (6) para a matéria seguir para o plenário. "Eu acho que esse toma lá dá cá dessas emendas depõe muito contra o governo. Um governo democrático não pode ter esse perfil em relação a essa questão. E o Parlamento não pode se submeter a esse toma lá dá cá. Eu espero que isso se resolva o mais rapidamente possível", disse.

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Diante disso, Guimarães pretende propor alternativas em cima do texto que já foi apresentado na comissão especial. Segundo ele, seguindo as regras do relatório atual, cada parlamentar teria quase R$ 12 milhões para emendas. Ele vai propor o teto de R$ 5 milhões, com o restante vinculado a programas de Educação, Saúde e ao Programa de Aceleração do Crescimento.

O líder do PSB, Beto Albuquerque (RS), também quer mais tempo para discussão.  “O presidente quer votar, achamos que quando a coisa se torna impositiva acaba a barganha, a chantagem, a pressão ou qualquer outra coisa que possamos entender. É uma boa saída. Mas porque só para emendas parlamentares tem que ser impositivo? Essa é a grande questão que merece uma discussão a mais antes de ser votada a matéria”, considerou.

De fato, a aprovação do orçamento impositivo é uma reivindicação antiga dos parlamentares. O que eles querem é que o orçamento aprovado pelo Congresso seja executado como previsto. O que acontece atualmente é que o governo federal o executa da maneira que achar mais conveniente e, por isso, muitas emendas dos parlamentares inseridas na proposta não são executadas ou são liberadas conforme decisão do Executivo.

O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse nesta segunda-feira que, no que depender dele, o projeto do Orçamento Impositivo será votado em primeiro turno na próxima quarta-feira, 7. "Este toma-lá-dá-cá de muitos governos, de muitos anos, acaba na quarta-feira à noite, na Câmara dos Deputados", declarou.

O projeto deve ter seu relatório apreciado nesta terça, 6, na Comissão Especial. Apesar da discordância do governo, a proposta faz parte da promessa de campanha de Alves quando se candidatou à presidência da Câmara.

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O projeto obriga o Executivo a pagar as emendas parlamentares. Hoje, a execução dessas emendas depende de negociação e da boa-vontade do governo. De acordo com Alves, há previsão de que o projeto siga para votação em plenário no dia seguinte à aprovação na Comissão Especial. Ou seja, a ideia dele é concluir a votação em plenário na quarta-feira.

Perguntado sobre declarações do presidente do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), sobre a possibilidade de candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em substituição a Dilma Rousseff, Alves rechaçou a possibilidade. "Sendo PMDB, como sou, que eu conheço, não existe esse cenário", comentou o presidente da Câmara, destacando que a atual situação, apesar de divergências do seu partido, é de fortalecer a candidatura à reeleição da presidente Dilma.

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