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O Auxílio Brasil fará o Ministério da Cidadania ter o maior orçamento da Esplanada dos Ministérios em 2022. Serão R$ 173,6 bilhões para a pasta, conforme relatório apresentado pelo deputado Hugo Leal (PSD-RJ) nesta segunda-feira, 20.

A votação da proposta orçamentária foi adiada para a terça-feira, 21, e parlamentares ainda discutem ajustes na peça.

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O Auxílio Brasil, com um benefício de R$ 400, foi lançado pelo governo do presidente da República, Jair Bolsonaro, em substituição ao Bolsa Família. No Executivo, o programa é tratado como estratégico para Bolsonaro em 2022, ano em que o chefe do Planalto tentará a reeleição.

No Congresso, a avaliação é que o auxílio dará um fôlego eleitoral para Bolsonaro, mas com efeito limitado devido à inflação.

O orçamento da pasta, comandada pelo ministro João Roma (Republicanos), ficará maior que o do Ministério da Saúde (R$ 160,6 bilhões) e o da Educação (R$ 137 bilhões).

A comparação desconsidera as verbas vinculadas ao Ministério do Trabalho e Previdência (R$ 889,4 bilhões), que são carimbadas para os benefícios previdenciários, uma fatia obrigatória que compromete a maior parte do Orçamento da União.

O Ministério do Desenvolvimento Regional foi mais uma vez a pasta mais cobiçada pelos congressistas na hora de indicar emendas parlamentares.

Com as indicações individuais e os recursos do orçamento secreto, o orçamento da pasta comandada pelo ministro Rogério Marinho saltou de R$ 7,7 bilhões para R$ 13,8 bilhões, um aumento de 79% em comparação com o projeto inicial.

A promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios, com a mudança no cálculo do teto de gastos, deixou o orçamento da Saúde com um "buraco" de R$ 6,1 bilhões em 2022. Na prática, o setor pode ficar sem os recursos necessários para enfrentar a pandemia de Covid-19 e cumprir o mínimo exigido pela Constituições para despesas nessa área.

Todos os anos, o governo federal é obrigado a aplicar um gasto mínimo com ações e serviços públicos de saúde. Esse piso é ajustado pela inflação de cada ano, com o mesmo índice que ajusta o teto de gastos. Anteriormente, o cálculo era feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado até junho do anterior. A PEC alterou esse período para dezembro.

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A mudança na regra abre uma folga no teto de gastos em 2022, mas também exige a correção de despesas que são calculadas pela inflação, entre elas o mínimo da saúde.

Nesta segunda-feira (13), a Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou o relatório setorial da Saúde do Orçamento de 2022, mas o Congresso ainda terá de colocar mais R$ 6,1 bilhões em ações e serviços públicos de saúde para cumprir o piso no próximo ano.

O cumprimento dos recursos dependerá do relator geral do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ). O relator setorial da Saúde, deputado Sanderson (PSL-RS), pediu que o parecer final da peça orçamentária coloque mais recursos para o setor vinculados ao combate à Covid-19: R$ 5,7 bilhões para procedimentos de média e alta complexidade, R$ 2,4 bilhões para a atenção primária e R$ 1,4 bilhões para compra de testes e vacinas.

O Congresso deve votar o Orçamento na próxima sexta-feira (17). Parlamentares criticam a queda nos recursos para a saúde em comparação a 2021 e também exigem mais recursos para a vacinação da população. Na semana passada, o Ministério da Economia pediu ao relator-geral um aumento de R$ 5,1 bilhões para a Saúde no relatório final, dos quais R$ 4,5 bilhões devem ser destinados para a compra de vacinas

"A recém aprovada EC nº 113 (PEC dos Precatórios), de 2021, alterou o referido cálculo e as despesas originalmente programadas para 2022 deixaram de ser suficientes para atender o mínimo constitucional", diz o relatório setorial. "O montante mínimo a ser empregado em programações classificadas como ASPS durante o exercício de 2022 é da ordem de R$ 139,95 bilhões, sendo necessário o reforço de, ao menos, R$ 6,09 bilhões."

Após a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios no Senado, o Congresso alterou o cronograma do Orçamento de 2022 para votar a proposta até o dia 17 de dezembro. Com os atrasos até agora, o novo calendário estipula uma tramitação "relâmpago" das principais decisões que determinarão o tamanho e o destino das verbas federais no próximo ano, período de eleições presidenciais.

O relatório geral do Orçamento só deve ser conhecido no dia 16 de dezembro. Ou seja, haverá o intervalo de um dia entre a publicação do parecer e a votação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) e no plenário.

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Nos dois últimos anos, a negociação das verbas nos bastidores e as votações a toque de caixa provocaram críticas entre parlamentares e especialistas, mas foram mantidas pela cúpula do Congresso. O calendário anterior marcava a publicação do relatório geral para 6 de dezembro, com votação na comissão dia 9 e no plenário dia 20.

Nesta sexta-feira, 3, o relator do Orçamento no Congresso, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), apresentou o parecer preliminar da proposta, com as reservas para as emendas parlamentares, mas sem considerar os efeitos da PEC dos Precatórios. A promulgação da PEC provoca um impasse entre Câmara e Senado e só deve ser decidida na próxima segunda-feira, 6.

O parecer preliminar abre uma brecha para o relator incorporar os efeitos da PEC, que abre um espaço fiscal de R$ 106,1 bilhões em 2022, durante a tramitação do Orçamento por meio de ofícios do Ministério da Economia e articulações diretas com o governo.

O relator-geral do Orçamento de 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), apresentou nesta sexta, 3, o parecer preliminar da proposta orçamentária, autorizando expressamente a destinação de verbas para as emendas do orçamento secreto em 2022.

O relatório garante uma reserva de R$ 1,2 bilhão em emendas RP9 no próximo ano, mas abre uma brecha para turbinar o valor após a promulgação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios. Na prática, os recursos podem superar R$ 16 bilhões.

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Na última semana, o Congresso editou um ato conjunto e aprovou um projeto de resolução mantendo as emendas de relator no Orçamento. A cúpula do Legislativo ocultou os nomes de quem apadrinhou as verbas nos dois últimos anos, contrariando uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), e estabeleceu regras de transparência cercadas de questionamentos entre técnicos e parlamentares para o futuro.

O parecer preliminar cita um limite para as emendas de relator equivalente à soma de todas as verbas indicadas individualmente pelos deputados e senadores e pelas bancadas estaduais, o que representa R$ 16,2 bilhões para 2022. Com isso, o relator poderá carimbar metade de todas as emendas aprovadas pelo Congresso. A PEC dos Precatórios pode elevar o valor para R$ 17 bilhões, pois altera o teto de gastos e mexe diretamente no cálculo das emendas.

Hugo Leal repetiu a estratégia dos relatores dos dois anos anteriores e autorizou a si próprio a carimbar emendas para ações e serviços públicos que contemplam praticamente todo o Orçamento da União. Ele poderá carimbar emendas aumentando os gastos federais em 20 programações específicas, além de "acréscimo de recursos nas programações constantes do projeto de lei orçamentária anual", ou seja, abarcando todo o Orçamento conforme o interesse dos parlamentares.

O parecer preliminar não define regras de como esses recursos serão distribuídos entre deputados e senadores. O que o documento estabelece é uma cesta de recursos para as emendas parlamentares que soma R$ 90,6 bilhões, mas nem tudo pode ser usado em função do teto de gastos. A cesta de emendas é formada com o uso da reserva para emendas impositivas, a reestimativa de arrecadação da União em 2022 e o cancelamento de programações do Executivo.

Sem a PEC, o que está garantido: R$ 10,5 bilhões para emendas individuais, R$ 5,8 bilhões para emendas de bancada e R$ 1,2 bilhão para emendas de relator, além de um saldo extra de R$ 1,5 bilhão que sobrará em verbas discricionárias para distribuição entre relatores setoriais, bancadas estaduais, comissões e o próprio relator-geral. A aprovação da PEC dos Precatórios vai aumentar o espaço para verbas ao mexer no teto de gastos. No parecer, há uma brecha para o relator destinar um total de R$ 47,2 bilhões a despesas com a aprovação da proposta.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) reverta a decisão que suspendeu a execução orçamentária das emendas de relator. Lira e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, apresentaram ao STF uma petição endereçada à ministra Rosa Weber, relatora do tema na Corte, solicitando o restabelecimento dessas emendas na execução do Orçamento. Como ainda não foi publicado o acórdão da decisão liminar de Rosa Weber, para que o Congresso apresente os embargos de declaração, os dois presidentes apresentaram o pedido à ministra.

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Confira a destinação das emendas de relator

Segundo Lira, são mais de R$ 13 bilhões paralisados no Orçamento de 2021 e sem a perspectiva de receitas para diversos municípios que teriam dificuldades financeiras e fiscais no final do ano. Para ele, é importante fazer uma modulação da decisão do Supremo. As afirmações foram feitas em entrevista ao Jornal da Jovem Pan nesta sexta-feira (26).

“Isso [emendas de relator] é uma ocupação de espaço da qual o Legislativo abriu mão por muitos anos. A execução do Orçamento cabe ao poder Executivo. Legislar sobre o Orçamento é função imprescindível e única do Poder Legislativo. Não cabe a nenhum outro Poder”, ressaltou o presidente.

De acordo com Lira, não é possível identificar quem foram os autores das emendas de relator entre 2020 e 2021, porque a lei não exigia esse pré-requisito. Ele ressaltou que, a partir de agora, inclusive para os R$ 7 bilhões que precisam ser cadastrados ainda neste ano no Orçamento, o relator-geral poderá identificar os parlamentares e dar mais transparência ao processo.

“São mais de R$ 13 bilhões que podem ser perdidos na saúde, na educação, nos hospitais filantrópicos, nas obras de água, nas prefeituras sob a tutela que a lei não exigia a identificação”, explicou.

“Não temos nenhum problema com transparência, com acesso a dados. A Câmara e o Senado são as instituições mais acessíveis. [Chamar de orçamento secreto] é uma adjetivação injusta, e esperamos, antes do embargo de declaração, a anulação da paralisação do orçamento. Outras medidas legislativas, não tenho dúvidas, que iremos fazer”, afirmou Lira.

Arthur Lira destacou que “não se pode criminalizar as emendas parlamentares”. Ele afirmou ainda que o objetivo da petição é mostrar ao STF as dificuldades enfrentadas com a paralisação do empenho dos recursos para dar continuidade à execução orçamentária. Lira informou que os parlamentares têm até o dia 3 de dezembro, ou seja, na próxima semana, para indicar outras emendas e destravar as emendas já contratadas e conveniadas.

PEC dos Precatórios

Lira pediu sensibilidade aos senadores para votar a PEC dos Precatórios, que vai abrir um espaço fiscal para garantir o pagamento do novo benefício social que vai substituir o Bolsa Família. O Auxílio Brasil, na proposta dos senadores, poderá ser um benefício permanente, mas, para isso, é preciso que a PEC seja aprovada ainda este ano.

“Não é possível politizar um tema como esse, em detrimento de pessoas passando fome. Rejeitar uma matéria como essa e que pode engessar o orçamento e deixar 20 milhões de pessoas à margem da pobreza e passando fome é inadmissível”. Acredito que os senadores vão dar um bom termo à matéria”, disse.

*Da Agência Câmara de Notícias

O deputado Onyx Lorenzoni foi nomeado, nesta segunda-feira (22), para retornar ao cargo de ministro do Trabalho e Previdência. O decreto de nomeação está publicado no Diário Oficial da União de hoje.

Onyx havia sido exonerado temporariamente do cargo no dia 11 de novembro para voltar ao Congresso Nacional e apresentar emendas individuais como deputado federal ao Orçamento de 2022.

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Na ocasião, a assessoria do ministro informou que ele deveria retornar ao cargo em até dez dias.

O vice-presidente Hamilton Mourão reiterou críticas ao orçamento secreto, esquema de pagamento de emendas parlamentares revelado em série de reportagens do Estadão. Em entrevista ao UOL, nesta quarta-feira, 17, Mourão chamou o mecanismo de "manobra orçamentária em benefício daqueles que apoiam o governo". O vice afirmou, ainda, que o Orçamento público vem sendo "sequestrado" pelo Legislativo nos últimos anos.

Há uma semana, na contramão do presidente Jair Bolsonaro, Mourão já havia defendido a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de suspender o orçamento secreto por ferir "princípios da administração pública, de legalidade, de impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência".

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A modalidade de repasse de verbas para redutos eleitorais dos parlamentares permitiu ao relator-geral do Orçamento o poder de transferir as emendas do tipo RP9 para aliados do governo, sem critérios de transparência. O esquema intensificou o "toma lá, dá cá" em troca do apoio a Bolsonaro no Congresso.

Mourão negou, porém, que o orçamento secreto seja um escândalo semelhante ao do mensalão. "É totalmente diferente", disse ele, na entrevista. "O mensalão era dinheiro, como dizia (...) Quando eu morei na Venezuela, eu era adido militar lá, havia o auxiliar do adido da República Dominicana que dizia que o Hugo Chávez comprava os parlamentares a "billete limpio". Ou seja, colocava o dinheiro na mão", afirmou o general.

Para Mourão, o Orçamento é há tempos "sequestrado" no Congresso. "Essa questão da negociação se arrasta dentro desse nosso presidencialismo de coalizão. Só que uma camisa de força vem sendo colocada no governo pouco a pouco", disse o vice-presidente. "Primeiro, no governo da presidente Dilma, na situação de desvantagem em que ela estava no Congresso, as emendas passaram a ser impositivas. Depois, o presidente Temer enfrentou outra situação desvantajosa e foram as emendas de bancada. Agora, as emendas de relator".

Em outro distanciamento em relação a Bolsonaro, Mourão também se disse contrário à privatização da Petrobras. "Não acho que seja a solução", observou ele. O vice detalhou os motivos para o salto nos preços dos combustíveis, como o valor do barril de petróleo no exterior e a desvalorização do real. "O presidente tem de entender como se constrói esse preço", avaliou Mourão.

Bolsonaro costuma jogar a culpa do valor da gasolina e do diesel no colo do ICMS cobrado dos governadores e, mais recentemente, também na política de preços da Petrobras.

Eleições 2022

Mourão também afirmou que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, inimigo político do governo, é alguém com "luz própria" e o principal candidato da chamada terceira via para disputar o Palácio do Planalto em 2022. "Doutor Sergio Moro tem luz própria. Eu vejo ele (sic) hoje como a principal candidatura da chamada terceira via, mas vai depender de ele empolgar a massa", avaliou Mourão sobre o cenário eleitoral. "Ele tira (voto) daquele eleitor do presidente Bolsonaro que ficou desgostoso com algumas atitudes do nosso governo."

Distante de Bolsonaro, Mourão destacou, ao final da entrevista, que o papel de vice-presidente no Brasil é, hoje, de uma "figura decorativa". "Agora, o presidente compreende perfeitamente que tem a minha lealdade. Então, ele não precisa temer nada de mim. Com todas as crises que foram vividas, acredito que, se eu fosse um político de outra estirpe, teria negociado ali dentro do Congresso um impeachment do presidente. Como eu não sou, ele sabe que tem essa situação tranquila", argumentou.

A expressão "vice decorativo" se tornou popular em 2015 após o então vice-presidente Michel Temer escrever uma carta para Dilma Rousseff, à época presidente da República, em tom de reclamação. Na mensagem, Temer disse que era um "vice decorativo". Os dois acabaram rompendo definitivamente e Dilma sofreu um impeachment.

O governo federal enviará ao Congresso, nesta semana, um projeto de lei que propõe a devolução de R$ 273 milhões para o orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), de modo a financiar bolsas de pesquisa e outras atividades da pasta. O dinheiro é parte de uma verba de R$ 600 milhões inicialmente destinada à Ciência, mas que o Executivo e o Congresso decidiram remanejar para outras áreas no começo de outubro.

No fim daquele mês, na reunião em que membros da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara tentavam restabelecer os R$ 600 milhões retidos, o ministro Paulo Guedes criticou a execução orçamentária de outros ministros, em especial o de Ciência, Tecnologia e Inovações. Na ocasião, Guedes se referiu a Marcos Pontes como "burro" e "incompetente" por não executar recursos que, segundo ele, ficam parados.

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A liberação dos R$ 273 milhões foi comunicada pelo Ministério da Economia ao presidente da comissão, Aliel Machado (PSB-PR). Ao deputado, a pasta informou que o texto do projeto de lei já está pronto e sob revisão da Secretaria de Governo. Procurada, a Segov não se manifestou até a conclusão desta edição.

"Já foi autorizado pelo grupo de trabalho (a Junta de Execução Orçamentária) e eles vão mandar um PLN (Projeto de Lei do Congresso) devolvendo R$ 273 milhões, uma parte dos R$ 600 milhões", afirmou Machado.

EXECUÇÃO

Trata-se de recurso importante para o setor. Sem o dinheiro, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) viu afetado o principal edital de financiamento para pesquisas no País, a Chamada Pública Universal de 2021. O programa prevê aplicar até R$ 250 milhões em bolsas.

O valor que será liberado supera em mais de três vezes os R$ 76 milhões que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), ligado ao MCTI, recebeu neste ano, sendo o menor orçamento de sua história.

Os R$ 600 milhões retirados da pasta fazem parte de um montante maior, de R$ 690 milhões, que havia sido liberado pelo Executivo em agosto. Inicialmente, R$ 655,4 milhões iriam para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) - reserva financeira que teve os recursos contingenciados pelo Executivo.

Antes da votação, porém, um ofício enviado pelo Executivo modificou o projeto e redirecionou R$ 600 milhões para outras áreas.

"Isso (os R$ 273 milhões) não resolve tudo, continua sendo um problema, um absurdo, um erro. Mas, minimamente, a questão das bolsas (de pesquisa) e de alguns outros projetos do MCTI poderão ter o impacto minorado ou diminuído com a liberação do dinheiro", afirmou Machado. "Foi uma guerra. Está sendo, ainda."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sem garantia de aprovação da PEC dos precatórios, que libera espaço para que o Auxílio Brasil pague ao menos R$ 400 até dezembro de 2022, o presidente Jair Bolsonaro tem sido aconselhado a fazer uma consulta formal ao Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a possibilidade de prorrogar o auxílio emergencial.

A ideia está entre as alternativas que são analisadas por lideranças do Congresso e integrantes do governo para contornar o revés imposto pela falta de quórum na votação da PEC na quarta-feira passada. A proposta abre ao menos R$ 83 bilhões para gastos no Orçamento de 2022, parte destinada à ampliação do Auxílio Brasil. Há promessa de nova votação após o feriado, mas lideranças têm dúvidas se o governo terá os 308 votos necessários para a aprovação do texto. O assunto precisa ser liquidado até a segunda semana de novembro para viabilizar os pagamentos.

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Outra opção defendida nos bastidores é de uma nova decretação de calamidade pública, o que abriria caminho ao pagamento de benefícios sociais sem as travas fiscais que existem hoje. As duas medidas podem, inclusive, vir combinadas, pois há uma dúvida jurídica se seria necessário decretar estado de calamidade para, então, prorrogar o auxílio emergencial.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, conversas informais sobre a extensão do benefício já ocorreram, mas a consulta ainda não foi formalizada ao TCU. Uma fonte da ala política do governo afirma que, caso a PEC não seja aprovada, dificilmente Bolsonaro "vai ficar sentado sem fazer nada".

O auxílio emergencial atual, que paga parcelas que vão de R$ 150 a R$ 375, acaba neste domingo. Pouco mais de 39 milhões de famílias são beneficiadas. Há nos bastidores a discussão se a prorrogação alcançaria todos os atuais beneficiários, como é o desejo da ala política, ou se ficaria restrita às 17 milhões de famílias que farão parte do Auxílio Brasil.

As alternativas ganharam força ontem, depois do vaivém de declarações de autoridades e muita incerteza sobre qual será a fórmula final adotada pelo governo para contemplar os vulneráveis.

Sem 'plano B'

O ministro da Cidadania, João Roma, disse que o governo está empenhado na votação da PEC. "Não há plano B. Estamos focados na aprovação da PEC", disse. Ele descartou a prorrogação do auxílio e explicou que, mesmo que houvesse decisão nesse sentido, não haveria mais tempo hábil para pagar o benefício em novembro.

Lideranças governistas mudaram de discurso ao longo do dia. O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), disse, no início da tarde, que não haveria nem prorrogação do auxílio, nem decretação de calamidade. "Vai passar precatório. Já está tudo certo, tem dia para votar, e a mobilização está feita", disse. Horas depois, Barros admitiu a hipótese de extensão do benefício.

Para levar adiante a proposta de prorrogar o auxílio emergencial, o argumento é o de que os efeitos econômicos e sociais da pandemia de covid-19 persistem. A extensão do benefício social se daria por meio de crédito extraordinário, fora do teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Instituições de ensino, públicas e privada, e entidades pernambucanas, realizam ato virtual, às 9h, desta terça-feira (19), contra os cortes no orçamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNpq), entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e que visa o incentivo à pesquisa no Brasil. A manifestação será transmitida pelo canal da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) no YouTube.

O corte orçamentário foi uma decisão do Ministério da Economia, por meio do Ofício SEI Nº 438/2021/ME, e causou um déficit de R$ 690 milhões que, traduzido em porcentagem, é equivalente a 90% dos recursos destinados à ciência. Consequentemente, a diminuição desses valores causa impactos nas bolsas de pesquisa e iniciação científica.

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De acordo com a assessoria da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), uma das instituições que participará do ato, o "corte orçamentário está na contramão de estratégias adotadas por qualquer país que busca vencer uma crise sem precedentes com iniciativas de retomada de crescimento econômico, essenciais no movimento de retomada pós-pandemia. A desvalorização do setor e do desenvolvimento científico, provoca a saída de especialistas em nosso território e destrói a capacidade competitiva do país em trabalhar na fronteira do conhecimento humano".

O governo Bolsonaro quer gastar volume recorde em 2022 para ocupar 73.640 cargos públicos - entre novos postos e a reposição dos que estão vagos. O Orçamento do ano que vem enviado ao Congresso prevê despesa de R$ 5,3 bilhões só para novas contratações, quase o dobro do previsto para este ano.

No total dos três Poderes, serão criados 4.097 vagas e repostas outras 69.543 por meio de convocação de aprovados em seleções já realizadas ou por meio de novos concursos. Só no Executivo, o governo estimou a criação de 1.129 postos vinculados a militares, além do provimento de 53.442 vagas para atender a outros órgãos - e que incluem vagas de professores, técnicos administrativos, policiais e novamente militares.

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O Orçamento de 2022 não traz a previsão de reajustar o salário dos servidores, como ensaiado anteriormente. Por outro lado, o governo aumentou a previsão com a criação de novos cargos e a ocupação dos que já existem e estão vagos.

O gasto com pessoal passará de R$ 332,355 bilhões, em 2021, para R$ 342,798 bilhões em 2022, conforme o projeto enviado pelo governo. No ano passado, o governo autorizou reajustes somente para os militares (feito em 2021), em razão do processo de reestruturação de carreiras. O último reajuste para os servidores públicos civis foi em 2018, no governo Temer.

"Não tem previsão de reajuste. O Orçamento já está muito apertado", disse o secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Bruno Funchal.

O aumento de gastos com o funcionalismo em época de campanha política é uma das preocupações do mercado financeiro diante do quadro fiscal do País. Enquanto as despesas obrigatórias (como o pagamento de aposentadorias e salários do funcionalismo) crescem, o governo enfrenta impasse para aumentar investimentos e tirar do papel projetos como o Auxílio Brasil, versão turbinada do Bolsa Família.

Ao apresentar a proposta orçamentária, na terça-feira passada, o secretário de Orçamento, Ariosto Culau, citou a previsão de novos concursos em 2022, possibilidade que não estava no radar dos agentes financeiros. Além disso, segundo ele, o crescimento dos gastos com pessoal previsto no projeto incorporou novos concursos. Ele argumentou que o projeto "não tem finalidade eleitoreira, mas atende a necessidades da administração publica".

Segundo ele, após três anos sem concursos públicos, identificou-se a "necessidade de recomposição de força de trabalho" para o "atendimento de políticas setoriais nos vários órgãos de administração".

Para o economista Raul Velloso, é preciso olhar o mérito e a necessidade de reservar uma fatia do Orçamento para esses novos cargos. "Num País que cresce pouco e perdeu o rumo, é preciso explicar muito bem qual a finalidade desse gasto, já que deveríamos ampliar o apoio à pobreza e focar nos investimentos. É bom que se contrate agora, mas não sei se é prioridade." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O secretário de Orçamento Federal, Ariosto Culau, disse que o Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) de 2022 reserva R$ 3,9 bilhões para a vacinação contra a covid-19.

No início do mês, o secretário do Orçamento Federal, Ariosto Culau, chegou a dizer que, se não fosse aprovada a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que parcela o pagamento de dividas judiciais (precatório), poderia faltar dinheiro para a compra de vacina em 2022.

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Em coletiva para apresentar o PLOA de 2022, Culau disse que o crescimento significativo de precatórios sinaliza para o que pode ocorrer nos próximos anos. "Temos margem reduzida para investimentos, mas buscamos preservar os em andamento", afirmou.

Em 2020 e 2021, os gastos para o combate à pandemia foram autorizados por meio de crédito extraordinário, que fica de fora do cálculo do teto de gastos, a regra que impede que as despesas cresçam em ritmo superior à inflação.

O governo prevê o salário mínimo em R$ 1.169 no próximo ano, de acordo com o Projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLOA) de 2022, divulgado nesta terça-feira, 31. Na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso em abril, a estimativa para o mínimo do próximo ano era de R$ 1.147.

A correção do salário mínimo prevista no PLOA 2022 considera apenas a inflação projetada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2021.

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Ou seja, mais uma vez os trabalhadores, aposentados e pensionistas que recebem o mínimo não terão ganho real nos salários.

A estimativa da equipe econômica para alta da massa salarial nominal é de 8,94% em 2022.

O Congresso deixou de fiscalizar o Orçamento aprovado pelos próprios parlamentares nos últimos anos. O Comitê de Avaliação, Fiscalização e Controle da Execução Orçamentária da Comissão Mista de Orçamento (CMO), que deveria acompanhar o andamento dos programas financiados por verbas federais, está parado e nunca funcionou. Além disso, o Legislativo não julga as contas presidenciais há quase 20 anos.

Para analistas, o quadro expõe uma crise no orçamento público, que, segundo eles, ficou à mercê da negociação política, e aumenta o poder de barganha de verba federal em troca de apoio. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, a presidente da Comissão Mista de Orçamento, senadora Rose de Freitas (MDB-ES), disse que vai formar um grupo para acompanhar as obras paralisadas e chamar os ministérios do governo para, até o fim deste mês, fazer um Orçamento conjunto com o Congresso antes do envio da proposta orçamentária para 2022.

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Segundo a senadora, o comitê de fiscalização não poderia fazer um pente-fino nos programas de forma isolada e que isso precisa ser corrigido por meio de um grupo específico de acompanhamento, ao qual ela prometeu dar andamento. "Vamos levantar todas as obras paralisadas, por que estão paralisadas, se é falta de recurso, se é apenas falta de gestão política, e vamos discutir isso a fundo", afirmou a parlamentar.

A comissão é responsável por analisar o Orçamento da União e dar um parecer sobre as despesas antes do plenário. Além disso, tem o papel de acompanhar a execução dos gastos. O Comitê de Avaliação, Fiscalização e Controle da Execução Orçamentária, formado por integrantes do colegiado, no entanto, está parado e nunca funcionou efetivamente. A única atividade ocorreu em 2011, quando o órgão solicitou informações sobre as ações alvo de contingenciamento no Executivo.

O comitê poderia fiscalizar o desempenho dos programas governamentais e discutir a estimativa das despesas obrigatórias. No Orçamento deste ano, por exemplo, o Congresso lançou mão de uma manobra para subestimar as despesas obrigatórias, como aposentadorias, e turbinar emendas parlamentares, a maior parte delas destinada a obras definidas por deputados e senadores.

Emendas

Os únicos comitês com funcionamento regular têm sido aqueles que destravam verbas de interesses dos parlamentares, como o Comitê de Avaliação das Informações sobre Obras e Serviços com indícios de Irregularidades Graves, que vem autorizando gastos para obras questionadas pelo Tribunal de Contas de União (TCU), e o Comitê de Admissibilidade de Emendas, que tem carimbado emendas apresentadas por congressistas.

Além de paralisar o comitê de fiscalização, nas últimas duas décadas, o Legislativo deixou de dar um parecer sobre os gastos realizados por quem ocupa a Presidência. Na prática, os parlamentares deixaram de fiscalizar o Orçamento que eles próprios aprovaram.

As últimas contas analisadas pelo Congresso foram as de 2001, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, julgadas em 2002. De lá para cá, nenhum julgamento foi até o fim. Duas contas do governo Collor (1991 e 1992) estão na gaveta. A Constituição determina ao Legislativo o julgamento das contas prestadas pelo presidente como instrumento de fiscalização e ajustes na administração.

Analistas alertam para a falta de transparência e distorções no processo de alocação das verbas federais na relação entre governo e Congresso, como nos casos do orçamento secreto e das emendas "cheque em branco", revelados pelo Estadão. O TCU emite parecer prévio todos os anos, mas a análise fica parada no Congresso.

"É uma questão preocupante. O TCU faz um trabalho de análise não só das contas, mas de uma política específica, e nós perdemos a oportunidade de retroalimentar o planejamento porque o Congresso não está interessado nisso", disse o consultor de orçamento da Câmara Paulo Bijos. "O Orçamento está de ponta-cabeça. É um modelo que está em crise crônica e precisa ser repensado."

SP

O deputado estadual Carlos Giannazi (PSOL) entrou ontem com representações que pedem ao Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) a investigação do pagamentos de R$ 1 bilhão em "emendas voluntárias" pelo governo de São Paulo a parlamentares, sem que os detalhes fossem publicados no portal de transparência.

O pedido ocorreu após reportagem do jornal Folha de S.Paulo, que publicou registros de pagamento. A modalidade de pagamento não é a mesma das emendas impositivas, que são pagas obrigatoriamente aos 94 deputados estaduais, no mesmo valor para todos. A reportagem narra um aumento expressivo na liberação desse tipo de emenda pelo governo de João Doria (PSDB). O repasse de emendas, segundo o jornal, não estaria restrito a deputados estaduais da base de apoio ao governador na Assembleia Legislativa, mas também incluiria deputados federais do PSDB e a senadora Mara Gabrilli.

A secretaria da Casa Civil, responsável pelo pagamento de emendas, disse por meio de nota que "os investimentos citados são absolutamente legais, transparentes e sem qualquer viés político ou ideológico". A pasta afirmou que "todos os parlamentares, sejam deputados federais, estaduais, vereadores de quaisquer partidos ou a sociedade civil organizada contribuem com o governo de São Paulo para identificar as demandas para melhorar a vida das pessoas".

"As solicitações têm tratamento transparente para garantir a lisura do processo", diz a nota da Casa Civil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Brasil é a nação que tem a maior despesa parlamentar quando comparado à renda média do país. É o que aponta um estudo feito pelos pesquisadores Luciano Irineu de Castro, do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, Odilon Câmara, da Universidade do Sul da Califórnia e Sebastião Oliveira, da Universidade de Brasília (UNB). O trabalho será apresentado nesta segunda-feira (5), durante o Simpósio Interdisciplinar sobre o Sistema Político Brasileiro.

Para embasar os dados, os pesquisadores analisaram os gastos do Congresso e os compararam com os de outros 33 Estados democráticos, a exemplo de países europeus, das Américas e também do continente africano. De acordo com o Jornal O Globo, a equipe calculou o Orçamento total alocado ao Poder Legislativo federal de cada país da amostra e, a partir disso, dividiu pelo número de parlamentares nos respectivos países. Seguindo a mesma lógica, a metodologia de pesquisa dividiu o resultado pela renda média do país.

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Como conclusão, o estudo constatou que o Brasil aparece em primeiro lugar da lista, com um orçamento anual por parlamentar de US$ 5 milhões (o equivalente a R$ 24,7 milhões na cotação atual). O valor contrastante é 528 vezes maior que a renda média da população, de US$ 9.500 (R$ 46.943), de acordo com o estudo.

A Argentina vem em seguida, com a proporção menor que a metade da brasileira. Nos demais países, a proporção média equivale a 40 vezes a renda média das populações.

Financiamento partidário

Também no estudo, o financiamento público de campanhas e de partidos foi analisado, com o objetivo de questionar se o número excessivo de legendas políticas pressiona por mais recursos para atividades ligadas à população ou incentiva o surgimento de novas legendas.

Juntos, os políticos brasileiros recebem, em média, US$ 446 milhões por ano (R$ 2,2 bilhões). O México figura em segundo lugar, com US$ 307 milhões (R$ 1,5 bilhão). Excluindo o Brasil, a média da amostra é de US$ 65,4 milhões (R$ 323 milhões). 

 

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) garantiu, nesta segunda-feira (31), que não cortará 90 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado, concedidas até então no Brasil. Segundo publicação em seu site, a entidade afirmou que, apesar das restrições financeiras oriundas da crise da Covid-19, as formações não serão interrompidas

A entidade alegou, ainda, que tem honrado as bolsas sem atraso. “A Capes já concedeu 1.959 das 2.600 bolsas e investiu R$ 53,7 milhões dos R$ 200 milhões previstos para os quatro anos da iniciativa, por meio da qual a agência estimula pesquisas sobre a Covid-19 e outras doenças”, informou a instituição.

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“Além de manter os benefícios, a Capes já prorrogou 36.536 bolsas de mestrado e de doutorado ativas no Brasil por até seis meses, de forma excepcional, por causa da pandemia”, acrescentou a Coordenação.

Nesta quinta-feira (20), em todo o País, serão realizados atos contra os cortes orçamentários nas Instituições Federais de Ensino Superior (IFES). A Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) participa de eventos distintos para se posicionar contra a crise instaurada pelo baixo repasse do Ministério da Educação (MEC), aprovado para 2021.

A agenda de manifestações se estende por todo o dia. O reitor da UFRPE, Marcelo Carneiro Leão, e a pró-reitora de Ensino de Graduação, Socorro Lima, participam às 14h de reunião pública promovida pela Comissão de Educação da Câmara dos Vereadores do Recife. A solenidade será transmitida pelo canal da Câmara no Youtube.

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Às 15h haverá a participação do movimento estudantil na manifestação 'Tsunami da Educação', em frente à Faculdade de Direito do Recife, no centro da cidade. Já no canal da Associação dos Docentes da UFRPE (Aduferpe), a partir das 16h30, será transmitida uma assembleia comunitária contra os cortes e a reforma administrativa, com a participação do Sindicato dos Técnicos da UFRPE (Sintufepe) e da União Nacional dos Estudantes (UNE), entre outras entidades ligadas à educação.

Também será feito o lançamento oficial da campanha 'Universidade Pública importa, Educação transforma'. Os movimentos programados buscam alertar a sociedade sobre a média de cortes sofridos pelas IFES de 20% pela Lei Orçamentária Anual (LOA), além do bloqueio de 13,8%, acarretando no risco do não funcionamento pleno das universidades durante todo o ano letivo de 2021. Os protestos, virtuais e presenciais, também prestarão homenagem às pessoas vítimas da Covid-19.

Em artigo publicado no jornal 'O Globo', no último dia 6, a reitora e o vice-reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Pires de Carvalho e Carlos Frederico Leão Rocha, declaram que o Governo Federal inviabiliza o funcionamento da instituição. Os docentes criticam cortes orçamentários que podem atrapalhar as atividades e serviços da UFRJ.

“A UFRJ fechará suas portas por incapacidade de pagamento de contas de segurança, limpeza, eletricidade e água. O governo optou pelos cortes, e não pela preservação dessas instituições. A Universidade nem sequer pode expandir a arrecadação de recursos próprios, pois não estará garantida a autorização para o gasto. A Universidade está sendo inviabilizada”, diz um trecho do artigo.

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Além de alertar sobre a situação orçamentária das instituições de ensino superior, o texto informa acerca das ações movidas pela UFRJ no combate ao novo coronavírus, como testes clínicos, tratamentos para infectados, e o desenvolvimento de duas vacinas nacionais contra Covid-19. Confira, a seguir, o artigo na íntegra:

Universidade fica inviável

A pandemia da Covid-19 revelou a importância da ciência no enfrentamento de questões de risco para a sociedade. Conhecimento científico é importante no planejamento das ações de redução da transmissibilidade da doença, nos cuidados hospitalares e no desenvolvimento de alternativas de combate ao vírus, como a produção de vacinas. As universidades públicas estão na linha de frente dos desafios postos ao país e têm sido protagonistas em diversas ações para combater a pandemia. No caso da UFRJ, realizamos testes moleculares padrão ouro por RT-PCR, enquanto a rede privada não dispunha desses testes diagnósticos. Nosso Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, o maior do Estado do Rio em volume de consultas, instalou um novo CTI e mais de 100 leitos de enfermaria para tratamento da Covid-19. A assistência aos pacientes esteve associada à geração de conhecimento científico. Realizamos estudos pioneiros de vigilância genômica, identificando novas variantes dos vírus; desenvolvemos testes sorológicos, e vacinas com tecnologia nacional estão na fase de testes pré-clínicos. Nossas perspectivas de retorno após a pandemia seriam muito piores sem essas ações.

Isso se tornou possível em razão do desenvolvimento de capacitação científica, fruto de investimentos anteriores no sistema nacional de ciência e tecnologia nas universidades e nas demais instituições científicas. Em 2013, R$ 12 bilhões foram investidos pela Capes e pelo CNPq, transformando o cenário da produção científica do país. Consequentemente, durante a epidemia da zika, o Brasil liderou o número de publicações relacionadas à enfermidade, o que permitiu a identificação de suas consequências fisiopatológicas, resultando em vidas salvas pela nossa ciência.

As universidades também dobraram o número de estudantes matriculados nos cursos de graduação. Efetuou-se um importante programa de democratização do ingresso. O investimento no ensino superior passou a ser um dos mais efetivos agentes promotores da diminuição da desigualdade social, tornando-se um importante programa social do Estado brasileiro.

Desde 2013, o orçamento das universidades vem sendo radicalmente cortado. O orçamento discricionário aprovado pela Lei Orçamentária para a UFRJ em 2021 é 38% daquele empenhado em 2012. Quando se soma o bloqueio de 18,4% do orçamento aprovado, como anunciado pelo governo, seu funcionamento ficará inviabilizado a partir de julho. A UFRJ fechará suas portas por incapacidade de pagamento de contas de segurança, limpeza, eletricidade e água. O governo optou pelos cortes e não pela preservação dessas instituições. A universidade nem sequer pode expandir a arrecadação de recursos próprios, pois não estará garantida a autorização para o gasto. A universidade está sendo inviabilizada. Em dez anos, nos restará perguntar onde estará a capacidade de resposta na próxima emergência sanitária e qual será a opção terapêutica milagrosa que colocarão à venda.

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Parlamentares e a ala política do governo articulam uma derrubada parcial dos vetos impostos pelo presidente Jair Bolsonaro ao Orçamento de 2021, com o objetivo de retomar gastos com obras e investimentos que acabaram ficando sem recursos, segundo apurou o Estadão/Broadcast.

Para reacomodar essas despesas, o próprio líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), enviou um ofício ao Ministério da Economia dizendo que avalia ser "desnecessária" a recomposição de R$ 1,077 bilhão em gastos obrigatórios como seguro-defeso (pago a pescadores artesanais).

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Gomes também questiona a necessidade de recompor R$ 2,629 bilhões em gastos com seguro-desemprego, dada, segundo ele, a recriação do programa que permite redução de jornada e salário ou suspensão de contrato de trabalhadores. O líder do governo é o relator do projeto de lei enviado pelo governo para recompor as despesas obrigatórias em R$ 19,8 bilhões após "maquiagens" feitas pelos parlamentares durante a votação do Orçamento.

A sessão do Congresso para examinar os vetos do Planalto ao Orçamento está prevista, inicialmente, para amanhã.

O documento, obtido pelo Estadão/Broadcast, foi na verdade elaborado dentro do Ministério do Desenvolvimento Regional, segundo evidências coletadas pela reportagem. Nas propriedades do documento, o nome do autor é Helder Melillo Lopes Cunha Silva, nomeado hoje como secretário executivo adjunto do MDR. Antes, ele era diretor do Departamento de Produção Habitacional da pasta.

O MDR é um dos principais interessados na articulação para recompor menos as despesas obrigatórias, pois assim vê espaço para recuperar recursos para a continuidade de obras, inclusive as do programa habitacional Casa Verde e Amarela, que ficou com verbas zeradas após o veto ao Orçamento.

A pasta é comandada por Rogério Marinho, a quem o ministro da Economia, Paulo Guedes, costuma se referir como "fura-teto", devido a tentativas de manobra para gastar mais com investimentos e obras. Já o MDR faz críticas nos bastidores à atuação da Economia, de forma "independente", em relação a orientações do próprio Bolsonaro de não cortar recursos para obras em andamento. Marinho e Guedes têm uma desavença antiga.

Procurado, o MDR não se manifestou. A reportagem tentou entrar em contato com o líder do governo, mas não houve retorno.

Estratégia

A nova estratégia foi traçada nos últimos dias, após a equipe econômica reagir à costura política para alterar o projeto de lei. A opção inicial era cortar novamente R$ 2,5 bilhões em despesas obrigatórias, como benefícios previdenciários, para devolver verbas ao programa habitacional Casa Verde e Amarela, obras hídricas e desenvolvimento da vacina contra Covid-19 pela USP Ribeirão Preto (que tem o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações).

Essa primeira alternativa foi negociada em um café da manhã, no Palácio da Alvorada, na quarta-feira passada entre Bolsonaro e ministros da ala política. Guedes foi deixado de fora do encontro.

A articulação desagradou a integrantes da área econômica do governo. Questionado sobre a manobra, o secretário do Tesouro Nacional, Bruno Funchal, que em breve assume a Secretaria Especial de Fazenda (órgão acima do Tesouro na hierarquia da pasta), alertou ainda na semana passada que cortar despesas obrigatórias "foi o problema original" do Orçamento de 2021.

Segundo apurou o Estadão/Broadcast, a área econômica reagiu nos bastidores para tentar debelar as movimentações de mudança no projeto que restauraria as despesas obrigatórias. Com isso, a ala política recalculou a rota e, agora, pretende derrubar partes dos vetos.

Para que esses gastos caibam dentro do teto de gastos, a regra que limita o avanço das despesas à inflação, Gomes deve indicar gastos a serem cancelados no projeto de lei enviado para recompor as obrigatórias. A pressão nos bastidores é grande para que a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho dê sinal verde ao cancelamento das dotações, embora técnicos ressaltem que é temerário abrir mão dessas verbas.

Na avaliação de fontes ouvidas pela reportagem, a nova estratégia "chamará menos atenção" e tem ainda a vantagem de não depender de nova canetada de Bolsonaro para ser sancionada, como seria o caso do projeto de lei.

A sessão do Congresso foi encerrada, na manhã desta terça-feira (4), em menos de uma hora após ser aberta por falta de acordo no projeto de lei que restabelece cerca de R$ 20 bilhões ao Orçamento federal de 2021, principalmente para o pagamento de benefícios sociais.

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu encerrar a sessão após ser informado de que os líderes não chegaram a um acordo sobre a votação em uma breve reunião.

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Pacheco disse que irá remarcar após haver acordo. Os líderes devem se reunir novamente na quinta-feira.

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