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O Brasil quitou integralmente os compromissos com organismos internacionais, incluindo a ONU, no valor total de R$ 4,6 bilhões, informaram nesta quinta-feira, 4, os ministérios das Relações Exteriores e do Planejamento, em nota conjunta. De acordo com o governo, o montante corresponde às dívidas e também às contribuições regulares que devem ser feitas anualmente.

Do total, R$ 2,7 bilhões correspondem a valores em aberto desde 31 de dezembro de 2022. O R$ 1,9 bilhão restante se refere a compromissos do ano passado. No caso da ONU, o Brasil pagou R$ 289 milhões em contribuições ao orçamento regular da organização e quitou R$ 1,1 bilhão em passivos das missões de paz.

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Com isso, afirma o governo brasileiro, o País assegurou o direito de voto na Assembleia-Geral, que corria o risco de ser suspenso. De acordo com o artigo 19 da Carta das Nações Unidas, um Estado-membro em atraso no pagamento de suas cotas em um valor igual ou superior às contribuições devidas por dois anos pode perder seu voto na Assembleia-Geral.

Despesas

Segundo a nota, o governo brasileiro assume o compromisso de se manter em dia com os pagamentos aos organismos internacionais e destaca que agora essas despesas serão descritas como obrigatórias no orçamento de 2024.

Sem dar mais detalhes sobre o valor pago a cada uma das instituições, o Itamaraty e o Planejamento afirmam que as dívidas pagas ao longo de 2023 contemplam, além das Nações Unidas, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), o Tribunal Penal Internacional (TPI), a Organização dos Estados Americanos (OEA), a Organização Mundial do Comércio (OMC), a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco).

Integração

A lista de dívidas quitadas inclui ainda a regularização dos aportes para o Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem), com o pagamento de aproximadamente R$ 500 milhões. No âmbito regional, o governo brasileiro destacou também a quitação de dívidas com a Associação Latino-Americana de Integração (Aladi), com a Secretaria do Mercosul e com o Parlasul, entre outras contribuições para órgãos ligados à integração regional.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A lei que cria a Política Nacional de Conscientização e Incentivo à Doação e Transplante de Órgãos e Tecidos foi sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Sila e está publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira (9). Além do aumento no número de doadores e do crescimento da quantidade de transplantes, a nova legislação, que entra em vigor em fevereiro de 2024, tem como metas promover a discussão, o esclarecimento científico e enfrentar a desinformação sobre o tema.

Desde o início do ano, o governo federal vem adotando ações para o fortalecimento do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), que resultaram em crescimento de 106% dos serviços ofertados. Atualmente o Brasil mantém um total de 1.198 serviços de transplante oferecidos por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

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O número de potenciais doadores também aumentou de 62,6 por milhão de pessoas, em 2022, para 67,6 por milhão de pessoas neste ano. Houve crescimento ainda de doadores efetivos que já somam 19 por milhão de pessoas, enquanto no ano passado eram 16,5 por milhão de pessoas.

Entre as medidas previstas na nova lei, a serem adotadas pela União, estados, Distrito Federal e municípios, estão a realização de campanhas de divulgação e conscientização, atividades educativas nas escolas, desenvolvimento profissional e capacitação de gestores e profissionais da saúde e da educação

Também está prevista a intensificação de campanhas sobre incentivo da doação e transplante de órgãos e tecidos na última semana do mês de setembro de cada ano.

Enquanto tramitou no Congresso Nacional, o texto ficou conhecido como proposta da Lei Tatiane, em homenagem à Tatiane Penhalosa que perdeu a vida, aos 32 anos, por não conseguir um transplante de coração.

Segundo o Ministério da Saúde, até agosto deste ano foram realizados 5.914 transplantes de órgãos, o que representa mais do que o dobro dos 2.435 mil procedimentos desse tipo realizados no mesmo período de 2022. Quando considerados os transplantes de córnea e medula óssea, até agosto deste ano foram feitos 18.461 procedimentos, enquanto no mesmo período do ano passado o total registrado foi de 16.848.

As autópsias realizadas sobre alguns corpos encontrados em uma floresta no sudeste do Quênia, onde membros de uma seita evangélica se reuniam, revelaram a ausência de alguns órgão, segundo um documento judicial consultado nesta terça-feira(9) pela AFP.

"Laudos de autópsia revelaram que faltavam órgãos em alguns corpos das vítimas que foram exumados até agora", indica o documento com data de segunda-feira. O texto também menciona "tráfico de órgãos humanos bem coordenado que envolve vários atores".

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Mais de cem corpos, em sua maioria de crianças, foram descobertos em abril na floresta de Shakahola, onde se concentravam os fiéis de uma seita que recomendava o jejum extremo para "conhecer Jesus".

A descoberta dos corpos provocou sentimentos de horror, indignação e incompreensão neste país da África Oriental, de cerca de 50 milhões de habitantes e mais de 4.000 igrejas registradas, segundo o governo.

Segundo as autópsias realizadas sobre 112 corpos, a maioria das vítimas morreram de fome, após ter supostamente seguido os conselhos de Paul Nthenge Mackenzie, um autoproclamado pastor da Igreja Internacional das Boas Novas.

O pastor, que se encontra detido, será processado por "terrorismo", anunciaram os promotores em 2 de maio.

Algumas das vítimas, no entanto, foram estranguladas, golpeadas e afogadas, indicou na semana passada o responsável pelas operações de autópsia, o médico Johansen Oduor.

No documento, a Direção de Investigações Criminais (DCI) pede o bloqueio das contas bancárias do pastor Ezekiel Odero, detido em 28 de abril por este caso e solto na quinta-feira, sob fiança.

Segundo o DCI, este influente religioso recebeu "enormes transações em espécie", procedentes das quantias entregues pelos fiéis a Mackenzie, que pediu a eles que vendessem suas propriedades.

O Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou na quinta-feira, 15, trechos do decreto do governo federal que regulamentou o compartilhamento de dados pessoais entre os órgãos da administração pública.

O Decreto 10.046, editado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2019, criou o Cadastro Base do Cidadão e o Comitê Central de Governança de Dados.

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O ato administrativo autoriza o compartilhamento de informações como nome civil ou social, data de nascimento, filiação, naturalidade e nacionalidade, sexo, estado civil, grupo familiar, endereço, características biológicas e hereditárias, além de documentos como CPF e título de eleitor.

Após três sessões de julgamento, os ministros decidiram que a troca de informações deve ser limitada ao "mínimo necessário" e precisa observar os requisitos estabelecidos na Lei Geral da Proteção de Dados (LGPD).

O plenário também definiu que os servidores públicos podem responder por improbidade administrativa se ficar provado que houve abuso no tratamento dos dados ou violação do sigilo das informações.

O STF definiu ainda que o governo federal precisa reformular o Comitê Central de Governança de Dados, que hoje é composto apenas por representantes de órgãos do Poder Executivo, para incluir membros da sociedade civil. O prazo para o cumprimento da decisão é de 60 dias.

O ministro Gilmar Mendes, relator do processo, disse que o compartilhamento de dados restritos oferece "grave risco de malversação de dados pessoais e de violação da privacidade dos usuários do serviço público".

"Tentativa obscura de compartilhamento massivo dos dados pessoais de 76 milhões de brasileiros com órgãos integrantes do sistema brasileiro de inteligência", criticou.

Embora tenha visto no decreto potencial para violar a proteção da privacidade e da autodeterminação informativa dos cidadãos, o ministro considerou que a derrubada de todo o dispositivo deixaria um vácuo nas normas operacionais para o compartilhamento de informações e poderia prejudicar serviços importantes. Por isso, ele sugeriu a solução intermediária.

"É clara a necessidade de temperar os valores constitucionais da eficiência da administração pública com o regime constitucional de tutela dos direitos individuais", defendeu.

Gilmar Mendes foi acompanhado pelos ministros Alexandre de Moraes, Roberto Barroso, Luiz Fux, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Rosa Weber. André Mendonça e Nunes Marques apresentaram divergências pontuais sobre o prazo para o governo ajustar as práticas. O ministro Edson Fachin também discordou parcialmente e defendeu a declaração de inconstitucionalidade de todo o decreto.

A decisão foi tomada a partir de ações movidas pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (CFOAB) e pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) para derrubar o decreto.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) não viu irregularidade no texto. A vice-procuradora-geral Lindôra Araújo defendeu que o decreto se limitou a regulamentar as regras estabelecidas na LGPD para "organizar"e "simplificar" o sistema interno de compartilhamento. Ela também argumentou que a inviolabilidade dos dados pessoais não é absoluta e que a boa-fé do governo no tratamento dessas informações deveria ser presumida.

"Não vejo porque só o governo teria má-fé no uso dessas informações. Os governos vão passar e esses dados permanecerão, serão sempre atualizados", defendeu.

O QUE DIZEM OS ADVOGADOS

Para o advogado Marcus Vinícius Vita Ferreira, sócio de Wald, Antunes, Vita e Blattner Advogados, o julgamento é o maior precedente judicial sobre a proteção de dados no Brasil. "Com a delimitação objetiva dos limites do poder público na interferência sobre a vida privada", explica.

Na mesma linha, Bruno Guerra de Azevedo, sócio na área de LGPD e Direito Digital do escritório SGMP Advogados, afirma que o julgamento dá pistas sobre o posicionamento do STF para arbitrar conflitos entre a privacidade a proteção de dados e o interesse público.

A advogada Sofia Rezende, coordenadora do Programa de Compliance do Nelson Wilians Advogados, a decisão dos ministros reforça que o tratamento de dados na esfera pública e privada precisar ser "clara, transparente, comunicada e legítima, sempre atendendo a finalidades específicas".

Sócio do BBL Advogados e diretor de Novas Tecnologias do Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem (CBMA), Daniel Becker afirma que o decreto enfraquecia uma "cartela de direitos vinculados à privacidade".

"O compartilhamento de dados pessoais entre entes da administração pública não é dinâmica a ser vedada mas demanda, sim, uma regulamentação detalhada, à luz dos preceitos da LGPD, de modo a garantir a segurança da vasta cartela de dados sensíveis que estará em fluxo entre os órgãos", defende.

Quatro meses depois de receber as indicações do governo, o Senado vai começar a apreciar os dois nomes designados para ocupar as diretorias vagas no Banco Central nesta terça-feira, 5. A sabatina de Diogo Guillen, indicado para a Diretoria de Política Econômica, e de Renato Dias Gomes, para a cadeira de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do Banco Central, ocorre dentro de um esforço concentrado do Senado para destravar indicações feitas pelo governo para agências e órgãos reguladores, que têm funcionado desfalcados.

No BC, a diretoria colegiada já sente as ausências desde 31 de dezembro, quando terminou o mandato de Fabio Kanczuk, que chefiava a Diretoria de Política Econômica. Depois, em fevereiro, João Manoel Pinho de Mello, deixou o cargo de diretor de Organização do Sistema Financeiro e Resolução do BC. De lá para cá, já são duas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) "minguadas", o que prejudica o debate, segundo especialistas, em momento delicado para o combate à inflação. As sabatinas foram adiadas duas vezes desde que a mensagem do governo foi enviada, em 6 de dezembro.

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Nesta terça, às 9 horas, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE) vai avaliar as indicações de Guillen e Dias Gomes, ambos bastante elogiados pelo mercado financeiro. No primeiro adiamento, pesou a ligação de Guillen com o banqueiro Fabio Colletti Barbosa, membro independente do conselho do Itaú Unibanco, que é seu sogro, além de preocupações com o quórum para votação.

Com graduação e mestrado pela PUC-Rio e PhD na Princeton University em Economia, Guillen era economista-chefe da Itaú Asset Management e professor vinculado ao Insper. Gomes também tem graduação e mestrado pela PUC-Rio e PhD por Northwestern University em economia. Ele é professor da Escola de Economia de Toulouse e pesquisador do Centre National de la Recherche Scientifique.

Cade e Anatel

Além das indicações do BC, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) também vai sabatinar amanhã Alexandre Barreto de Souza para a vaga de superintendente-geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Ainda está prevista para amanhã a sabatina de Carlos Manuel Baigorri para o cargo de presidente do Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) na Comissão de Infraestrutura a partir de 14 horas.

O esforço concentrado desta semana ainda inclui a análise de indicados para o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Tribunal Superior do Trabalho (TST) e de 11 diplomatas para chefiar embaixadas brasileiras no exterior.

Se aprovados nas comissões, a votação dos nomes no plenário da Casa deve ficar para quarta-feira ou quinta-feira, já que amanhã não haverá sessão deliberativa devido às reuniões nos colegiados para analisar os nomes de autoridades.

Ao todo, são 19 indicações que serão avaliadas pelo Senado esta semana, de um total de ao menos 46 que estão paradas na Casa. Nesta segunda, 4, Bolsonaro engordou ainda mais essa lista com um novo pacote de nomes para cargos vagos em órgãos como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Cade, entre outras.

O Broadcast vem mostrando que agências e órgãos reguladores têm atuado com diretorias desfalcadas, o que preocupa o mercado por atrasar decisões regulatórias de impacto nos setores regulados. A Agência Nacional de Águas (ANA) hoje é dirigida por interinos, já o Cade tem vagas abertas há quase um ano.

O esforço concentrado no Senado só ocorre depois de o governo selar a reforma ministerial, com a substituição de 10 ministros que deixaram a Esplanada para concorrer às eleições deste ano.

Como mostrou o Broadcast, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), vinha segurando indicações do presidente Jair Bolsonaro (PL) há mais de um ano, com atritos entre "padrinhos", incluindo senadores, ministros, integrantes do Centrão e o entorno de Bolsonaro. Pacheco queria "dividir o bolo" todo de uma vez, para atender de forma "equilibrada" as diversas alas políticas que têm interesse nos cargos.

Hoje, por exemplo, Bolsonaro indicou para ocupar uma vaga na diretoria da ANA a geóloga Ana Carolina Argolo Nascimento de Castro, o que, segundo apurou a reportagem, atende a pedidos do Centrão. Ana Carolina é ex-mulher de Jônathas Assunção Nery de Castro, secretário executivo da Casa Civil, chefiada pelo ministro Ciro Nogueira (PP).

A disputa entre senadores e o governo trava ao menos 60 indicações do presidente Jair Bolsonaro para cargos em agências, órgãos e embaixadas. Responsável por aprovar os escolhidos, o Senado bloqueia 46 indicados. Além deles, segundo o Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou, pelo menos mais 14 nomes já foram escolhidos e estão na Casa Civil para serem enviados ao Congresso. O impasse tem dificultado o trabalho de órgãos como o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), o Banco Central e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Chamadas de "pacotão" no Planalto, as indicações não avançam porque há atrito entre "padrinhos", incluindo senadores, ministros, integrantes do Centrão e o entorno do presidente. A divisão do "latifúndio" de cargos só deve ser resolvida após a reforma ministerial, no início de abril, e dependerá das escolhas de Bolsonaro para substituir os ministros que deixarão a Esplanada até o dia 2 para concorrer às eleições. O Senado quer indicar integrantes para as pastas.

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De acordo com fontes, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), segura indicações há mais de um ano porque quer "dividir o bolo" de uma vez, para atender de forma "equilibrada" as alas que têm interesses nos cargos. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, também defende, segundo apurou a reportagem, a negociação em bloco. Procurados, eles não se manifestaram.

Pacheco, que tenta consolidar apoio para ser reeleito no comando do Congresso, em fevereiro de 2023, é pressionado por senadores a cobrar do Planalto a troca de pessoas já indicadas. Há polêmicas em torno de nomes para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o Cade, entre outros.

Interinos no comando

Agências e órgãos reguladores atuam de forma desfalcada por conta da demora do Senado em analisar indicações. Uma das situações mais críticas é a da Agência Nacional de Águas (ANA), que é hoje dirigida por interinos.

A diretoria da agência é formada por quatro diretores e um diretor-presidente. Hoje, porém, a presidência é ocupada interinamente por Victor Saback, que foi nomeado para diretor, e quatro diretorias são ocupadas por servidores da agência que, por lei, assumem os cargos em caso de vacância. O presidente Bolsonaro já enviou quatro nomes para as diretorias da ANA, mas as indicações ainda não começaram a tramitar.

O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) também tem vagas abertas há quase um ano. Em fevereiro, com o fim do mandato da conselheira Paula Farani, foi aberta uma segunda vaga no conselho. O Estadão/Broadcast apurou que o mais cotado hoje para ser indicado ao cargo é o advogado Victor Oliveira Fernandes, atual chefe de gabinete do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Outros dois nomes "correm por fora" e são citados por fontes que acompanham as negociações: o do presidente interino da ANA, Victor Saback, e da advogada Juliana Domingues, que foi secretária nacional do Consumidor na gestão de Bolsonaro e é assessora especial do ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres. Outras duas indicações para o Cade já estão no Senado desde meados do ano passado, mas ainda não foram aprovadas.

Já a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) completou em março sete meses com a diretoria incompleta, o que tem causado preocupação no setor regulado pelo órgão. O diretor-geral da agência, Rafael Vitale, não convocou até o momento diretores substitutos para ocupar as duas cadeiras que começaram a vagar em agosto do ano passado, iniciativa que, no entendimento de técnicos, contraria a Lei das Agências Reguladoras.

De agosto até o início de fevereiro, a diretoria realizou votações com apenas quatro diretores, das cinco vagas previstas. Vitale então teve à sua disposição o voto de Minerva nos casos de desempate. Esse poder foi decisivo para o diretor-geral fazer prevalecer seu entendimento em um dos casos de maior repercussão julgados pela ANTT recentemente, sobre as regras do mercado de transporte rodoviário de passageiros.

Dificuldades

Na avaliação da advogada Ana Frazão, ex-conselheira do Cade e especialista em Direito Público, a composição das agências têm como destinatário final o cidadão, "que é o titular do direito de ter uma regulação adequada, rápida e eficiente". "A partir do momento em que os problemas de composição das agências começam a dificultar ou a criar embaraços para o exercício das suas competências legais, a maior prejudicada é a sociedade brasileira", disse Frazão.

Ela lembrou que, em alguns casos, a falta de pessoal nesses órgãos cria problemas dramáticos, como dificuldades para em votações, o que acarreta a necessidade de utilização de mecanismos excepcionais, como voto de desempate.

A partir desta segunda-feira (6), quem ainda não recebeu a segunda dose da vacina contra a Covid-19 não vai entrar em estabelecimentos públicos de Pernambuco. O comprovante de imunização passa ser cobrado na entrada dos órgãos e entidades administrativas.

Publicado no Diário Oficial do Estado na última terça (30), o decreto 51.864/21 é a proposta do Governo para estimular cerca de 581 mil pernambucanos com doses atrasadas.

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O comprovante de vacinação pode ser expedido pelo aplicativo Conecte SUS, mas também são aceitos outros meios de comprovação como o cartão de vacinação ou a caderneta de vacinas emitidos pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) ou pelas secretarias municipais.

"Se o indivíduo não estiver vacinado, não poderá ingressar no prédio. Ele deve buscar seu município para iniciar ou finalizar seu esquema vacinal", informa a pasta.

Vale lembrar que o uso da máscara de proteção também é necessário.

Na coletiva de imprensa da quinta (2), o secretário de Planejamento, Alexandre Rebêlo, destacou que é importante acelerar a imunização antes da chegada de 2022, quando inicia o período sazonal de outras doenças contagiosas.

"A vacinação salva vidas, a vacinação reduz a gravidade da doença, a vacinação reduz a quantidade de pessoas que precisam de internação em hospital. É fundamental que a agente tenha a maior quantidade de pessoas vacinadas em Pernambuco o mais cedo possível”, comunicou.

 Tramita na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) um projeto do deputado Fabrizio Ferraz (PP) que sugere entrada gratuita de pessoas transplantadas ou doadores de órgãos e tecidos em salas de cinema, cineclubes, teatros, espetáculos musicais, circos, bem como em eventos educativos, esportivos, de lazer em entretenimento realizados no estado. Se aprovada, a medida se aplicaria a eventos públicos e privados.

De acordo com o PL, o benefício  poderá ser solicitado por doadores ou pessoas transplantadas mediante apresentação de um documento oficial comprovando tais condições. O projeto prevê ainda sanções que vão de advertência a fechamento do espaço que descumprir as normas. O estado também poderá aplicar multas entre R$ 500 e R$ 100 mil, valores a serem revertidos em campanhas de estímulo à doação de órgãos e tecidos.

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No projeto, Fabrizio Ferraz justifica que a medida estimularia a prática de doação de órgãos e tecidos. "Sabemos que o transplante de órgãos e tecidos representa uma verdadeira esperança de vida para os que precisam", escreveu o parlamentar.

A mãe do apresentador Gugu Liberato, Maria do Céu, recebeu um prêmio diretamente do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, por ter doado os órgãos do apresentador.  

Gugu faleceu em novembro de 2019, aos 60 anos e com a doação realizada pela família, cerca de 50 pessoas foram beneficiadas com os órgãos do artista. 

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“Apesar da dor que sinto, ainda me animo um pouco porque foi uma boa ação. As pessoas morrem, e os órgãos têm que ser doados para outras que querem viver”, comentou Maria do Céu. 

O prêmio concedido pelo Ministério da Saúde a mãe do apresentador foi um reconhecimento pelo incentivo na doação de órgãos e tecidos. E foi realizada no lançamento da campanha “A vida precisa continuar”, que promove a importância das doações para os transplantes.  

Segundo o Ministério da Saúde, o numero de transplantes caiu 37% entre os meses de janeiro a julho de 2020, em relação ao mesmo período no ano anterior. No Brasil, 46.181 pessoas aguardam no Sistema Único de Saúde (SUS) pela realização de um transplante.

Nesta segunda (3), o Governo de Pernambuco anunciou o protocolo para retomada das atividades presenciais em órgãos públicos que estavam suspensas em decorrência da pandemia do novo coronavírus. O plano de retomada se dará de maneira gradual e progressiva, sendo dividido em três fases. Ele terá início após a decisão do Comitê Estadual Socioeconômico de Enfrentamento ao Coronavírus, e será concluído com a revogação do Decreto Estadual nº 48.809, de 14 de março de 2020, que regulamenta medidas temporárias para o enfrentamento da emergência de saúde pública.

Dentre os principais pontos do protocolo estão: a manutenção dos servidores que se encaixem no grupo de risco da covid-19 em trabalho remoto; o fornecimento de máscaras para servidores ou empregados públicos e disponibilização de álcool 70% no ambiente de trabalho; o afastamento e a testagem de funcionários que apresentarem sintomas da doença, bem como daqueles com que tiverem tido contato; a flexibilização do horário de início e término do expediente, para evitar aglomerações, com destaque para os trabalhadores que utilizarem o transporte público, evitando o horário de pico; o distanciamento de 1,5m entre as estações de trabalho; a higienização dos ambientes de trabalho no mínimo 4 (quatro) vezes ao dia; limite máximo de 10 participantes, quando indispensável a realização de reuniões presenciais, sendo preferíveis as reuniões à distância; distanciamento em elevadores e limitação de passageiros em veículos oficiais.

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De acordo com o governo estadual, as medidas foram debatidas no mês de julho, entre a Secretaria de Administração (SAD), Secretarias de Saúde (SES) e de Desenvolvimento Urbano e Habitação (SEDUH) e o Fórum de Servidores do Estado. A implementação das medidas e “a divulgação do calendário para retomada das atividades presenciais nos órgãos e entidades da administração direta e indireta dependerá da evolução dos indicadores diariamente avaliados pela Secretaria Estadual de Saúde”, frisa a nota oficial.

“É muito importante adotar protocolos sanitários para a retomada das atividades presenciais, a partir de uma ampla discussão democrática entre os atores envolvidos. Isso traz uma maior segurança e proteção aos usuários dos serviços, servidores públicos e demais colaboradores que atuam nos órgãos e entidades do governo”, afirma a secretária de Administração, Marília Lins.

O número de transplantes de rins, fígado, coração e pâncreas registrado em abril de 2020 é 34% menor do que no mesmo período do ano passado. Foram 410 transplantes realizados em abril deste ano ante 617 em 2019. Os números são da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) que relaciona a queda à pandemia do novo coronavírus. "Com certeza a mortalidade na fila (de espera por transplantes) também já aumentou", disse o presidente da ABTO, Hoygens Garcia.

Segundo ele, colaboram para a diminuição dos transplantes o medo de pacientes e doadores de se contaminarem no deslocamento até os hospitais, a falta de leitos específicos em UTIs - já que a maior parte está reservada para pacientes com a covid-19 - e dificuldade de acesso às famílias de possíveis doadores.

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Além disso, também são fatores para a redução dos transportes a suspensão de voos comerciais para transportar órgãos e até a redução do número de mortes por trauma encefálico por causa da queda do número de acidentes registrada durante a quarentena.

Cirurgias envolvendo córneas e medula óssea foram praticamente paralisadas, com exceção dos casos de urgência. Em Estados com menos casos registrados de coronavírus como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, o impacto foi menor. Mas nas regiões Norte e Nordeste, onde além da alta incidência da covid-19 a estrutura para transplantes é mais precária, a redução passa dos 50%.

No Ceará e Pernambuco, por exemplo, os transplantes de rins foram suspensos. O resultado é que órgãos que poderiam ser usados em pacientes da própria região que aguardam há meses na fila do Sistema Nacional de Transplante, acabam sendo levados para outros lugares.

Na quinta-feira, dia 22, um jovem de 14 anos teve morte cerebral depois de sofrer um acidente de moto na região do Cariri, interior do Ceará. A família autorizou a doação dos órgãos. O fígado foi transplantado para um paciente de Fortaleza, mas os rins do rapaz tiveram de ser trazidos até São Paulo para não serem desperdiçados. Os transplantes de rins na capital do Ceará, uma das cidades de referência no Nordeste, foram totalmente suspensos durante a pandemia do coronavírus.

Um dos maiores temores em relação aos transplantes é a possibilidade de que o doador esteja contaminado. Por isso, há algumas semanas, as secretarias estaduais de saúde adotaram o critério de priorizar os testes de PCR, mais precisos, em possíveis doadores de órgãos. "Isso começou em São Paulo. No comecinho não tinha teste. Hoje melhorou muito", disse o médico Paulo M. Pêgo Fernandes, membro do conselho deliberativo da ABTO.

Temor

Segundo médicos especializados em transplantes, o principal motivo é o medo dos pacientes receptores de se contaminar nos hospitais.

É o caso do advogado Carlos Alberto Melo Pereira, de 69 anos, que mora em Natal e está em quarto lugar na fila para receber um transplante de fígado. Ele aguarda o órgão há um ano e prefere ficar em casa, em segurança, do que se arriscar uma viagem até Fortaleza, onde deve realizar o transplante.

"É um conflito interno total porque antes eu estava longe e agora que estou tão perto me sinto ainda mais longe", disse. "Tenho condições de ir até Fortaleza, mas para que vou sair da segurança da minha casa? Tenho muito medo. No caminho (de 10 horas) vou ter de parar para abastecer, me comunicar com as pessoas na estrada. E se a minha mulher pega (a covid-19)? Aí ela não vai poder cuidar de mim e eu não vou poder cuidar dela", lamentou.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos, a redução do número de transplantes por medo da covid-19 está provocando até mesmo um aumento da demanda por hemodiálise. "Aí a pessoa corre mais risco ainda porque em alguns casos é preciso fazer quatro ou cinco sessões por semana", explicou Garcia.

Online

No Hospital Albert Einstein, onde é realizada grande parte dos transplantes pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na capital paulista, uma alternativa para atender os pacientes tem sido intensificar o uso da telemedicina.

"Este é um legado que a covid nos trouxe. Em termos de resultados vai trazer bons frutos. Depois que a pandemia passar podemos continuar aplicando a telemedicina em várias situações com muitos impactos positivos, até a redução dos custos", disse o pneumologista José Eduardo Afonso Júnior, coordenador médico do programa de transplantes do Einstein.

Segundo ele, por meio de chamadas de vídeo e aplicativos para celulares é possível hoje medir funções como oxigenação, pressão e frequência cardíaca, entre outras, evitando que os pacientes tenham de se deslocar até o hospital ou ao consultório médico. O expediente tem sido usado para atender até pessoas que moram em outros países, diz o médico.

Segundo ele, dos mais de 3 mil transplantes realizados pelo Hospital Albert Einstein desde o início da pandemia, 14 pacientes foram contaminados pelo coronavírus. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Gugu Liberato morreu no dia 22 de novembro após sofrer uma queda em sua casa em Orlando, nos Estados Unidos. Pouco tempo depois, ao falar pela primeira vez sobre a morte do marido, Rose Miriam informou que era um desejo dele doar os órgãos.

Agora, a assessoria de imprensa do apresentador da Record informou, por meio de um comunicado, que os familiares se reuniram nessa segunda-feira, dia 9, para começar uma campanha para estimular a causa:

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Familiares de Gugu querem criar campanha para incentivo de doação de órgãos no Brasil. Passada a missa realizada neste sábado (7) em memória de Gugu Liberato, familiares se reuniram nesta segunda-feira (9) para conversarem sobre uma ideia nascida ainda em Orlando (EUA) por ocasião da cirurgia para doação dos órgãos do apresentador.

E ainda:

Após saberem que o ato de doar os órgãos fez com que o assunto ganhasse espaço nunca visto nos meios de comunicação e que aumentou o número de telefonemas e doações de órgãos para a Central Nacional de Transplantes, mãe e irmãos de Gugu estudam agora uma ação associada a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos e/ou Ministério da Saúde para esclarecer a população sobre o tema, alavancar essa discussão e, consequentemente, aumentar o número de doadores. O assunto começou a ser discutido entre familiares e será administrado pessoalmente por eles e/ou pessoa designada futuramente. Por enquanto trata-se de um projeto empenhado em perpetuar o desejo de Gugu.

Uma equipe da Universidade de Tel Aviv apresentou nesta segunda-feira (15) um protótipo de coração humano impresso com tecnologia 3D com tecidos humanos e vasos sanguíneos, um grande avanço no tratamento das doenças cardiovasculares e na prevenção da rejeição dos transplantes.

Os cientistas apresentaram à imprensa o coração inerte do tamanho de uma cereja imerso em um líquido.

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"É a primeira vez que se imprime um coração integralmente com suas células e seus vasos sanguíneos. É a primeira vez que se utiliza matéria e células procedentes do paciente", afirmou o professor Tal Dvir, diretor da equipe de pesquisa.

"Já haviam conseguido imprimir a estrutura de um coração em três dimensões antes, mas não com células e vasos sanguíneos", insistiu.

Apesar do anúncio, os cientistas destacaram que será necessário superar muitos obstáculos antes que os corações em 3D possam ser utilizados em transplantes.

A revista Advanced Science publicou o trabalho dos pesquisadores israelenses.

O desafio dos cientistas é fazer com que os corações impressos "se comportem" como os de verdade e, então, transplantá-los para modelos animais, explicou Dvir.

"Talvez em 10 anos existam impressoras de órgãos nos melhores hospitais do mundo e estes processos acontecem de modo rotineiro", afirmou, embora acredite que os pesquisadores devem começar com órgãos mais simples que o coração.

Pernambuco realizou 93 transplantes de órgãos sólidos - coração, rim, fígado e coração - entre janeiro e fevereiro deste ano, um a mais comparado ao mesmo período de 2018. De acordo com a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), o percentual de 36% de negativas ainda é alto.

Apesar de alguns números favoráveis, a fila de espera se mantêm acima dos 1,1 mil, o que reforça a necessidade de mais doações. Em todo país, durante 2018, 43% das famílias entrevistadas recusaram o procedimento, em Pernambuco foi notada a porcentagem de 46%. A coordenadora da CT-PE Noemy Gomes relaciona a baixa adesão aos mitos relacionados à morte encefálica, condição que possibilita a doação. Para reverter o quadro, as Organizações de Procura de Órgãos (OPO) e as Comissões Intra-Hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes (CIHDOTTs) buscam esclarecer as informações sobre os processos de transplante.

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Fila de espera

Em Pernambuco, 1.164 pacientes aguardam um órgão ou tecido. A maioria dos pacientes buscam um rim (898), seguida de córnea (117), fígado (110), medula óssea (16), coração (13) e rim/pâncreas (10).

Em 2019, mesmo com 47 entrevistas e 17 recusas, foi apontado o aumento de 69% nos procedimentos de fígado, de 16 para 27; e de 33% nos de coração, de seis para oito. Em contraponto, houve a queda de 20% nos transplantes de rim, que ano passado atingiu a marca de 70, e agora, aponta apenas 56. Para as famílias que desejam realizar doação, o recomendado é entrar em contato com CTE-PE através do contato 3412-0205.

O Dia Nacional da Doção de Órgãos, comemorado nesta quinta-feira (27), será homenageado com o projeto #JUNTOS, um álbum para chamar atenção para a causa, em que teve a participação de cantores como Pitty, Ira!, Nx Zero, Grupo Revelação, entre outros.

O projeto #JUNTOS foi formado em 2014 pelo músico e ativista Bruno Saike, com consentimento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), e tem como objetivo a doação de órgãos.

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Para mais informações sobre o projeto, acesse.

Veja as músicas do projeto #JUNTOS:

Maskavo – “Um Anjo Do Céu”

Falamansa – “Xote Dos Milagres”

Sorriso Maroto – “Faz Assim”

Grupo Revelação – “Velocidade da Luz”

He Saike feat. Chrigor feat. Eliabe – “Desliga e Vem”

Gabriel Elias – “Anjo Protetor”

Vanguart – “Meu Sol”

Gram – “Você Pode Ir Na Janela”

Roberta Campos – “De Janeiro a Janeiro”

Peu Del Rey – “O Lado Bom da Vida”

Som da Rua – “Boas Novas”

Nx Zero – “Sintonia”

Maglore – “Mantra”

Pitty – “Serpente”

Ira! – “Vida Passageira”

Auditoria do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) detectou uma série de fragilidades nos serviços públicos digitais oferecidos pelo governo federal. A avaliação de 15 serviços prestados por cinco órgãos distintos mostrou que a gestão ainda é feita sem o devido foco no cidadão. Os técnicos alertam para o risco de prejuízo à população, que não recebe o benefício esperado.

A CGU analisou ferramentas digitais oferecidas pelos ministérios da Educação, da Justiça, do Trabalho, da Saúde e pela Receita Federal. Muitos dos serviços são conhecidos, como o eSocial, o sistema de declaração de Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), as plataformas do Sisu, Fies, ProUni e o Cartão SUS. Foram analisados também o Empregador Web (usado para solicitar o seguro-desemprego online) e o Homolognet (para homologação de rescisão de contrato de trabalho).

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As ferramentas do Ministério do Trabalho foram as que tiveram a pior nota. Isso significa que a pasta não considera como algo "estratégico" a área de tecnologia de informação, e a gestão para lançar aprimoramentos ou detectar novas demandas ou riscos é precária - o que pode levar a um atendimento de menor qualidade.

"Quando não se monitora algo que está sendo executado, há o risco de o cidadão não ter o benefício esperado daquele serviço", explica o diretor de Auditoria de Governança e Gestão da CGU, Valmir Gomes Dias.

A Receita Federal, por sua vez, foi a que melhor se saiu no relatório de auditoria, principalmente porque tem um setor de Tecnologia da Informação (TI) melhor estruturado e atuante dentro do órgão. Mesmo assim, também recebeu recomendações para melhorias.

A auditoria, concluída no fim do ano passado, analisou as ferramentas digitais num período de 2014 até o primeiro semestre de 2016. O achado mais grave foi a falta de visão estratégica sobre a importância da área de TI nos órgãos, além da ausência de uma política padronizada no governo federal para serviços digitais. Há ainda o risco de os órgãos serem incapazes até mesmo de detectar a insatisfação dos cidadãos, tal a deficiência do monitoramento.

"A CGU está certa, temos muito para evoluir", disse ao Estadão/Broadcast o secretário de Tecnologia da Informação e Comunicação do Ministério do Planejamento, Marcelo Pagotti. A área é uma das que coordena a Estratégia de Governança Digital (EGD) do governo federal.

A própria controladoria reconhece que, desde o último semestre de 2016, já houve avanços no segmento de serviços públicos digitais. É esse desenvolvimento que o governo pretende mostrar na próxima fiscalização, que já está sendo planejada pelos auditores.

"Já detectamos preocupação dos ministérios em apresentar soluções. Vamos acompanhar firmemente essa evolução, porque uma diretriz fundamental para a CGU é avaliar qualidade do gasto público", afirma Dias.

Um desses avanços, segundo Pagotti, é a maior integração de algumas bases de dados do governo federal, o que "desonera" o cidadão na hora de solicitar serviços como o passaporte, por exemplo. Desde dezembro, alguns postos da Polícia Federal que emitem o documento já dispensam o usuário de comprovar informações prestadas pelo próprio governo, como quitação eleitoral e certificado de reservista militar.

O governo também trabalha para ampliar o compartilhamento de informações entre os órgãos públicos, com dados biográficos e, futuramente, biométricos. A intenção é ter um "cadastro de ouro" de cada cidadão, com atualização automatizada, para evitar fraudes na concessão de benefícios e até mesmo situações como a de aposentados que precisam, comprovar fisicamente num posto de atendimento que estão vivos. Foi por não fazer a chamada "prova de vida" que o presidente Michel Temer ficou dois meses sem receber a aposentadoria de procurador do Estado de São Paulo. Por enquanto, a negociação é para ter acesso aos bancos de dados da Receita e do INSS, considerados mais completos.

Hoje a gestão é descentralizada, mas os órgãos têm necessidade de se ajudar compartilhando informações, diz Pagotti. Em atendimento à recomendação da CGU, ele conta que o governo discute criar uma unidade responsável pelas estratégias de TI no governo.

Trabalho

Com a pior nota, o Ministério do Trabalho ainda tem o agravante das constantes mudanças na estrutura do órgão, que se fundiu à Previdência e depois sofreu nova cisão. Há ainda rotatividade de gestores na área de TI, o que impede a execução consistente do planejamento - cada novo gestor estabelece novas prioridades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No Dia Mundial do Coração, celebrado na sexta-feira (29), Pernambuco comemora a ampliação de 60% nos transplantes deste órgão realizados no Estado, se comparado com o mesmo período do ano passado. Até agosto deste ano já foram realizados 40 procedimentos cirúrgicos, enquanto em 2016, 25 haviam sido feitos. No ranking nacional, Pernambuco ocupa segundo lugar neste tipo de transplante, atrás apenas de São Paulo.

“O programa de transplante cardíaco está muito consolidado em Pernambuco e isso revela que o serviço é realizado de forma correta e eficaz, também sendo referência para receber pacientes de outras unidades federativas. É essencial que a sociedade entenda a importância da doação e mais e mais pessoas decidam por este ato”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes. Em Pernambuco, duas unidades realizam este tipo de cirurgia pelo SUS - o Imip, responsável por 75% dos casos, e o Real Hospital Português.

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A fila de espera por um coração, atualmente, tem cinco pessoas. Dos órgãos transplantados em Pernambuco, o coração é o que pode passar menos tempo fora do corpo humano, e consequentemente, é um transplante delicado e exige muito cuidado, sendo indicado apenas para pacientes portadores de cardiopatias graves e quando já não há tratamento medicamentoso ou outro tipo de cirurgia eficaz.

“O transplante cardíaco pode ser uma solução quando o paciente está no estágio avançado da doença e quando se esgota todas as alternativas, tanto em relação ao uso de medicamentos, quanto em relação aos aparelhos ou dispositivos coadjuvantes que auxiliam o órgão, como o marcapasso, por exemplo. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo e também lideram números no Brasil e em Pernambuco, por isso, focar na prevenção das doenças cardíacas mantendo hábitos saudáveis, já que as causas são multifatoriais, é de fundamental importância”, alerta o coordenador de cardiologia da SES, Orlando Otávio de Medeiros.

Entre os anos de 2013 e 2015, no ranking dos principais grupos de óbitos por causa natural em Pernambuco, excluindo os óbitos por causas externas, as doenças do aparelho circulatório aparecem em primeiro lugar, seguido pelas neoplasias e doenças do aparelho respiratório. Foram registrados 17.300 óbitos em 2013; 16.961 no ano seguinte; e 17.829 em 2015.

O atendimento cardiológico no SUS em Pernambuco é realizado pelo Procape, Hospital Agamenon Magalhães, Pelópidas Silveira, Dom Hélder Câmara e Mestre Vitalino, em Caruaru. Além disso, a rede de atendimento de emergência aos pacientes com problemas cardíacos conta com 15 UPAs e 13 hospitais regionais. As Unidades Pernambucanas de Atendimento Especializado (UPAEs) ofertam exames específicos e consultas ambulatoriais com cardiologistas, evitando que hipertensos, cardiopatas e diabéticos tenham o agravamento de seus quadros ou qualquer tipo de intercorrência.

Da secretaria de saúde de Pernambuco

Dos 1.005 pacientes em fila de espera por um órgão ou tecido, 776 aguardam a doação de um rim. Apesar de ser a maior fila, os pacientes podem contar com mais uma esperança: o aumento das doações em 2017. Até o mês de agosto, 259 rins foram transplantados no Estado, um aumento de 49% em relação ao mesmo período de 2016, com 174. Com esses números, Pernambuco ocupa a primeira colocação no Norte e Nordeste no ranking nacional de transplantes.

"O aumento nas doações impacta diretamente na diminuição na fila de espera de um órgão ou tecido e, consequentemente, na melhor qualidade de vida daquele paciente que precisava da doação. Sabemos que o paciente que precisa de rim tem na hemodiálise um suporte para continuar vivendo, mas essa é uma alternativa de tratamento. O transplante tira o compromisso do paciente de passar diversas horas durante a semana ligado a uma máquina, podendo ter uma melhor qualidade de vida e maior liberdade”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes.

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A doação de rim ocorre de um doador que teve diagnóstico de morte encefálica e que teve o ato autorizado pela família. Essa também é uma doação que pode ser feita em vida. Nesse último caso, o doador precisa ter grau de parentesco de até quarto grau com o receptor, além de compatibilidade sanguínea e imunológica e ter uma boa saúde. Em caso de doador não aparentado, é preciso de um aval da justiça e um parecer técnico da Central de Transplantes. “Na doação entre vivos, o doador levará uma vida normal e saudável com apenas um rim”, ressalta Noemy.

BALANÇO – Até agosto 1.241 órgãos e tecidos foram transplantados em Pernambuco, um aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram realizados 961 procedimentos. O aumento da doação de rim ficou no segundo lugar no ranking da CT-PE. Em primeiro está os transplantes de coração, que totalizaram 40, ampliação de 60% quando comparado com os dados do mesmo período de 2016 (25).

Também foram realizados 90 transplantes de fígado (70 em 2016 – aumento de 29%), 696 de córnea (546 em 2016 – aumento de 27%), 147 de medula (137 em 2016 – aumento de 7%), 6 de rim pâncreas, mesmo quantitativo de 2016, além de 2 de válvula cardíaca e 1 de fígado/rim.

“No Brasil, a doação de órgãos e tecidos precisa ser autorizada por um parente de até segundo grau. Neste mês de setembro, reforçamos a importância de debater esse assunto dentro de casa, para que o indivíduo expresse seu desejo em vida. Nas unidades hospitalares, também fazemos um trabalho de acolhimento com os familiares dos potenciais doadores para informá-los da possibilidade da doação e para dá-los todas as informações possíveis para que eles possam exercer o direito da doação”, frisa Noemy Gomes.

Nos primeiros meses deste ano, 46% das familiares negaram a doação. Das 238 entrevistas realizadas, 129 possibilitaram doações e 109 foram de recusa. Apesar do dado, Pernambuco teve um aumento de doadores por milhão de população (pmp). Em 2016, o número era de 15 doadores por milhão de população. Em 2017, o quantitativo está em 20.

Da Secretaria Estadual de Saúde

As autoridades paquistanesas desmantelaram uma rede de tráfico de órgãos e prenderam seis pessoas, incluindo dois médicos, durante uma operação em uma casa de Lahore onde eram realizados transplantes de modo ilegal.

De acordo com a polícia, a rede vendia fígados a pacientes estrangeiros, especialmente das ricas monarquias do Golfo.

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"Uma equipe realizou uma operação em uma casa de Lahore e surpreendeu quatro pessoas em flagrante delito durante transplantes ilegais de fígados a dois cidadãos de Omã", afirmou à AFP Jamil Ahmad Mayo, subdiretor da Agência Federal de Investigação.

Os dois pacientes omanis, que também foram detidos, pagaram cada um 70.000 dólares pelo fígado.

O Paquistão não possui um sistema de doação de órgãos após a morte. No país, as doações só podem ser autorizadas em vida e para membros da própria família. O comércio de órgãos é ilegal no país.

Mas a escassez crônica de órgãos e a pobreza que leva alguns paquistaneses a vender seus órgãos para sobreviver alimentam um importante mercado clandestino no país.

Juan Benito Druet acaba de receber uma notícia que vai mudar sua vida: será submetido a um transplante de rim, graças a um mecanismo de doações pioneiro em nível mundial do qual a Espanha se orgulha há 25 anos.

"Não sabemos o que vai acontecer. Mas é preciso se arriscar", diz este homem de 63 anos, caldeireiro de profissão, no seu quarto do hospital de La Paz em Madri. Intervenções como esta são realizadas diariamente na Espanha. Em 2016 foram feitos 4.818 trasplantes em todo o país, 2.994 deles de rins, segundo a Organização Nacional de Trasplantes (ONT).

Através desta organização, a Espanha ostenta há 25 anos o recorde mundial de doadores de órgãos falecidos por milhão de habitantes: 43,4 em 2016, segundo a ONT. Em 2015, esse índice foi de 40,2 na Espanha, em comparação com 28,2 nos Estados Unidos, 28,1 na França e 10,9 na Alemanha, segundo dados do Conselho da Europa.

Juan Benito está acompanhado dos seus dois filhos, de 37 e 32 anos, e da sua esposa, Jerónima, que não esconde sua alegria: "É melhor do que se tivéssemos ganhamos na loteria!".

Esta mulher de 60 anos sonha em fazer um cruzeiro após a operação do marido, uma viagem inimaginável durante os 12 meses de diálise a que Juan Benito foi submetido, conectado todas as noites a um aparelho de 15 quilos que filtrava seu sangue.

Trasplantando vida

A operação dura quatro horas e meia. Os cirurgiões limpam e preparam o rim extraído na véspera de um paciente falecido, depois fazem uma incisão de 15 centímetros no abdome do receptor e trasplantam o órgão.

Após a operação, o paciente "começa imediatamente a ganhar peso, a melhorar seu estado geral, é como se se estivesse transfundindo vidas", diz à AFP Rafael Matesanz, fundador da ONT.

Matesanz conta que o mecanismo espanhol de doações foi copiado em países como Portugal e Croácia. Na prática, cada hospital tem um coordenador de trasplantes, que em geral é especialista em cuidados intensivos.

Estes profissionais são os melhores para identificar os pacientes em risco de morte cerebral ou de parada cardiorrespiratória, duas situações nas quais os chamados órgãos sólidos (rins, fígado, coração, pulmões, pâncreas e intestino delgado) ainda podem funcionar e ser trasplantados.

As aceitações de doações são imediatamente comunicadas à ONT, que busca o paciente mais adequado em suas listas de espera. Se este está longe, o órgão é enviado por ar, guardado na cabine com o piloto. A operação é gratuita, anônima e aberta apenas aos residentes na Espanha, para evitar o risco de tráfico de órgãos.

Formação e comunicação

"A diferença é a organização do sistema. Essa rede e essa centralização são a chave" do sucesso, explica à AFP Marie-Charlotte Bouësseau, especialista em questões éticas na Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra.

Segundo ela, em nível mundial só são cobertas cerca de 10% das necessidades de trasplantes. "Isso significa que 90% (dos pacientes) vão morrer na lista de espera", acrescenta. Na Espanha, de acordo com a ONT, apenas entre 4% e 6% dos pacientes na lista de espera morreram em 2016.

Ramón García Castillo, ex-técnico de televisão de 85 anos, recebeu um rim trasplantado em 2010, depois de 13 meses de diálise, à qual era submetido três vezes por semana. O trasplante "me deu vida. Passei de estar ligado a uma máquina a ter a tranquilidade de poder ir e vir", conta Castillo, que hoje só precisa tomar comprimidos para evitar que seu organismo rejeite o órgão.

O outro segredo do modelo espanhol, segundo Rafael Matesanz, é a formação e a comunicação. Desde a sua criação, em 1989, a ONT formou mais de 18.000 coordenadores capazes de comunicar as "más notícias" e de convencer a família de um paciente falecido da importância de dar seu consentimento para a doação.

Eric Abidal e Pedro Almodóvar

De acordo com a lei espanhola, qualquer pessoa falecida pode ser doadora de órgãos, a menos que tenha manifestado em vida o contrário. Em qualquer caso, os familiares são sistematicamente consultados. "É preciso ter bastante empatia, delicadeza, respeito", explica Belén Estébanez, coordenadora de trasplantes no hospital de La Paz.

"Se eles têm dúvidas, lhes perguntamos como a pessoa era, se era generosa, se compartilhava suas coisas. E a partir daí os levamos a pensar um pouco sobre a doação", acrescenta Damiana Gurría, outra coordenadora, que assegura que há uma sensibilidade crescente sobre o tema.

O caso do jogador de futebol francês do Barcelona Eric Abidal, salvo em 2012 de um câncer de fígado graças a um transplante, e os três filmes do cineasta Pedro Almodóvar que abordam o tema - "Tudo sobre minha mãe", "A flor do meu segredo" e "Fale com ela" - contribuíram para essa sensibilização.

"Há muitas famílias que se sentem reconfortadas de saber que os órgãos do seu filho viverão em outra pessoa, que há famílias que vão estar agradecidas a ele para o resto da vida", aponta Damiana Gurría.

É o caso de Ramón García Castillo, que se gaba de ter uma alimentação balanceada e de beber dois litros de água por dia desde que recebeu um rim novo. "Tenho que cuidar dele, mais ainda porque me foi dado. Tenho que agradecer!", afirma.

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