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A disputa pelo Governo de Pernambuco, nas eleições deste ano, promete ser acirrada. Dados de um levantamento divulgados neste sábado (2), pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN), encomendados pelo Portal LeiaJá em parceria com o Jornal do Commercio apontam que Armando Monteiro (PTB) permanece liderando a disputa. No entanto, também demonstram espaços para o crescimento do principal adversário, Paulo Câmara (PSB), deixando o quadro indefinido e abrindo oportunidades de acirramento. 

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De acordo com os números da pesquisa estimulada (quando o eleitor tem os nomes dos candidatos sugeridos), o petebista configura a preferência de 37% dos pernambucanos, já Câmara teria 10%. Em seguida os candidatos Zé Gomes (PSOL) e Jair Pedro (PSTU) aparecem com 1% cada. Miguel Anacleto (PCB), Pantaleão (PCO) e Zé Miguel (PSOL) não atingiram um ponto no percentual de intenções de voto.  

Apesar da liderança de Armando, segundo a avaliação do cientista político e coordenador da pesquisa, Adriano Oliveira, o cenário atual não crava o favoritismo do petebista. “Apesar do senador Armando Monteiro partir na frente e ele ter esta vantagem de sair na frente com 37%, este dado não tem significado para podermos afirmar categoricamente que ele é favorito em vencer a disputa”, aponta o estudioso. 

Corroborando Oliveira, o analista e coordenador do levantamento, Maurício Romão, ressaltou o possível acirramento da disputa do Estado. “Em termos de pontuação a eleição não está definida. Embora Armando seja um candidato forte e tenha começado a campanha mais cedo, é uma eleição que promete ainda. Há espaços para a conquista de votos, fazendo com que o pleito apresente acirramento nos próximos meses”, observou Romão.

No levantamento do IPMN, os pernambucanos ainda com os votos indefinidos somam 49%. De acordo com Oliveira, este, agora, é o dado que mais deve chamar a atenção dos postulantes ao Palácio do Campo das Princesas. “Temos um alto percentual de eleitores indefinidos, esses eleitores tendem a se movimentar. Isso acontecerá tanto para Paulo Câmara quanto para Armando Monteiro. Agora, a tendência é que eles (os indefinidos) se movimentem, neste início de campanha, para Paulo Câmara em virtude da boa avaliação de Eduardo Campos e pelo fato de que Paulo Câmara será apresentado aos eleitores”, avaliou o cientista.

Segundo ele, a tendência de migração para o candidato socialista se dá pelo fato de que nas últimas pesquisas Armando Monteiro não conseguiu “ultrapassar a barreira dos indefinidos”. “Porque os eleitores indefinidos não se posicionaram em prol Armando Monteiro, que lidera o cenário? Eles se posicionarão para quem?”, questionou. 

As entrevistas do IPMN foram realizadas entre os dias 28 e 29 de junho, foram ouvidos 2.482 eleitores de todas as regiões do Estado. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais e o nível de confiança é de 95%. A pesquisa foi registrada junto ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), sob os números PE-00010/2014 e BR-00260/2014, no dia 25 de julho de 2014. 

Outros percentuais

Na capital pernambucana, Armando teria 30% dos votos, Paulo Câmara 11%, Zé Gomes 3%, Jair Pedro e Miguel Anacleto têm 1% cada. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), o candidato petebista configura 36% da preferência, seguido por Câmara com 10%, Jair Pedro atingiu a casa dos 2%, enquanto Gomes, Anacleto e Pantaleão obtiveram 1% cada. 

Quando os entrevistados são do Agreste, o senador licenciado tem 35%, o socialista 10% e Zé Gomes 1%. Os sertanejos apontam como preferido Armando Monteiro, com 41%. Nesta região o índice de votos para Paulo Câmara também cresce, chegando a 13%, e Gomes chega à casa dos 3%. No São Francisco, Monteiro teria 42% dos votos, Câmara 12%, Zé Gomes 4% e Anacleto 1%. 

No quesito nível de escolaridade, quando os entrevistados respondiam ter cursado até o ensino médio, Armando aparece com 39%, Câmara 10%, Zé Gomes 1% e Pantaleão 1%. Quando a formação é de nível superior, Armando Monteiro teria 45%, Paulo 20%, José Gomes, Jair Pedro e Miguel Anacleto aparecem com 1% cada. Os candidatos não citados nas regiões e por nível de escolaridade não atingiram 1% das intenções de votos. 

Consulta Espontânea

Quando o eleitor foi indagado espontaneamente para indicar em quem votaria, Armando apareceu com 22% da preferência e Paulo Câmara 6%. Apesar de não poder mais se candidatar a governador e estar disputando o pleito presidencial, o ex-governador Eduardo Campos (PSB), também foi apontado, 6% dos pernambucanos disseram que votariam nele. A presidente Dilma Rousseff (PT) configura também as intenções para governar o estado, com 2%. E o candidato José Gomes apareceu com 1%.

Neste cenário, o percentual de eleitores que não souberam responder e os que votariam branco/nulo somados chega a 61% dos pernambucanos. 

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Confira a pesquisa na íntegra

 

O candidato ao Governo de Pernambuco pelo PCB, Miguel Anacleto, divulgou, nesta quinta-feira (24), o seu programa de Governo. Ele está dividido em cinco eixos principais: Poder Popular, Economia Pública Sustentável, Questão Ambiental, Universalização de Direitos aos Serviços Públicos e Solidariedade Internacional. 

Confira o Programa de Governo do PCB na íntegra:

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MIGUEL ANACLETO - CONSTRUINDO O PODER POPULAR  – PROGRAMA DE GOVERNO PARA O ESTADO DE PERNAMBUCO

Apresentamos à sociedade o Programa do Partido Comunista Brasileiro (PCB) para o estado de Pernambuco estruturado em cinco eixos principais. Ele foi o resultado de um amplo debate da militância do PCB e de representantes de vários setores da sociedade que comungam com o nosso ideário. Não o definimos como um documento pronto e acabado. Sua construção será um processo permanente, estando sempre aberto a críticas e sugestões.

ALTERNATIVA SOCIALISTA

No mundo atual desenvolvem-se rapidamente as novas descobertas científicas e tecnológicas que poderiam beneficiar toda a população do planeta. Entretanto, a crescente concentração de riqueza nas mãos de uma minoria condena a maior parte da humanidade a uma contínua exclusão dos mais elementares direitos à existência.

O capitalismo, hoje dominante, se guia unicamente para a obtenção de lucros cada vez maiores, dispensando pouca ou nenhuma atenção com o desenvolvimento humano. Por toda a parte acumulam-se os problemas de desemprego, de redução de direitos trabalhistas, de moradia, de acesso à terra e à alimentação, dos serviços de educação e saúde, da degradação ambiental, da violência urbana, das desigualdades sociais e regionais.

No Brasil o cenário não é diferente.  Nos 12 últimos anos os 10% mais ricos da população brasileira saltaram de 53% de riqueza para mais de 75%.

Pernambuco não foge a esta realidade: serviço de saúde precário, mobilidade urbana caótica, péssimos desempenhos na educação e na segurança pública, trabalhadores rurais sem acesso à terra, alto custo de vida, enfim tudo o que afeta a imensa maioria da população.

No capitalismo, as demandas essenciais do conjunto da população, tais como saúde, educação, transporte, moradia, entre outras, são tratadas como mercadorias e o indivíduo vale apenas pelo que ele é capaz de consumir.

Portanto, a superação do capitalismo pelo socialismo não é apenas uma necessidade. É uma exigência para que possamos iniciar a construção de uma sociedade igualitária, justa e fraterna.

Cabe ao povo ser o protagonista dessa mudança, unificando suas lutas específicas numa grande plataforma global que viabilize a instituição de uma alternativa socialista para o Brasil.

O programa do Partido Comunista Brasileiro (PCB) para o governo do estado de Pernambuco está focado em cinco eixos principais:

1.PODER POPULAR

O poder no Brasil esteve sempre nas mãos das classes dominantes, não havendo espaço para a intervenção direta da população. O modelo brasileiro, historicamente elitista, excludente e concentrador de renda, não permite que o povo exerça seu direito legítimo de decidir sobre os destinos do país, restringindo sua participação ao exercício do voto num sistema eleitoral que privilegia apenas os ricos.

As instituições existentes que sugerem uma participação popular, a exemplo dos diversos tipos de conselhos, dos orçamentos participativos e a recente proposta do governo federal em torno de uma Política Nacional de Participação Popular Conselho Popular-PNPS, apenas simulam espaços democráticos de participação do povo. Na realidade, são instrumentos controlados e monitorados que visam manipular e legitimar as políticas do governo e dos grandes empresários. Com maioria de representação, governo e empresários decidem o que querem. A participação popular aparece apenas para encobrir a manobra vertical e autoritária.

O PCB defende a criação de Conselhos Populares com novo formato, que propicie a criação de mecanismos sociais que permita a população ocupar efetivamente seu espaço nas decisões sobre os rumos do país, dos estados, das regiões, das cidades e das suas comunidades e devem ser constituídos para dar unidade a diversidade das lutas sociais, sindicais e outras formas de organização popular.

A premissa fundamental é que os governos forneçam formação e informação ampla e transparente sobre como funciona o Estado e suas instituições através da criação de espaços públicos em que todos os dados financeiros e administrativos do governo sejam disponibilizados para todo o povo.

O formato destes conselhos, a forma de escolha de sua representante e a regra de participação será resultado de um amplo debate com a população, que definirá o modelo a ser empreendido.

A princípio, estes Conselhos serão estabelecidos em dois níveis: Os Conselhos Gerais, destinados a definir e acompanhar as grandes políticas públicas e os Conselhos Setoriais que irão abranger temas específicos como meio ambiente, segurança, saúde, educação, assistência social, mulheres, etnias, idosos, pessoas com deficiência, etc.

Os Conselhos terão como princípio basilar a proporcionalidade das classes na sua composição, obedecendo aos percentuais de participação de cada segmento envolvido. Só assim estará garantida a participação majoritária do povo sob a hegemonia dos trabalhadores tornando possível a efetiva construção de um Poder Popular no Brasil.

2. ECONOMIA PÚBLICA SUSTENTÁVEL

Na lógica perversa do capitalismo, crescimento econômico é sinônimo de prosperidade e deve ser instituído a qualquer custo. O resultado, como demonstra a história, é o aumento da concentração de renda, da riqueza e do poder político e a permanência de um desemprego estrutural.

Com o modelo de capitalismo dependente que o país adota hoje, é estabelecida uma trajetória de baixo crescimento da economia, ampliando o desemprego e reduzindo a renda dos trabalhadores. Não é imaginável que um governo estadual conseguir romper, sozinho, com um modelo dependente, que é nacional, mas é plenamente possível tomar iniciativas voltadas para o fortalecimento da economia pública segundo uma lógica anticapitalista.

A economia do estado é demasiadamente concentrada. Apenas 10 dos 184 municípios do estado respondem por mais de 70% do Produto Interno Bruto (PIB), havendo a necessidade urgente de descentralizar o desenvolvimento estabelecendo uma cadeia produtiva de pequenas e médias empresas a partir da ação do Estado.

No afã de atrair investimentos, o governo de Pernambuco promove uma verdadeira farra de isenções fiscais para grandes empresas que comumente pagam baixos salários, desrespeitam os direitos trabalhistas e agridem o meio ambiente.

Os chamados Polos de Desenvolvimento localizados no interior, como o gesseiro na região de Araripina e o de confecções no Agreste estão marcados pela utilização em larga escala de trabalho semiescravo, pelo desrespeito a legislação trabalhista e pelos impactos ambientais devastadores, especialmente em torno do desmatamento e da poluição dos rios.

Na Zona da Mata permanece intensificada a predatória cultura da cana-de-açúcar que só favorece o enriquecimento dos usineiros. Além de excludente e concentrador de renda, o modelo destrói o meio ambiente de forma avassaladora e mantém os trabalhadores rurais em regime de semiescravidão, concedendo a estes uma ocupação sazonal de apenas seis meses por ano.

No Agreste e Sertão, a terra continua concentrada nas mãos de grandes proprietários rurais e latifundiários. Além de sofrerem com o problema da seca, os camponeses, assim como os indígenas, sofrem todo tipo de violência por parte desses segmentos ultrarreacionários.

Nos grandes centros urbanos cresce o emprego informal. A falta de empregos leva cada vez mais pessoas a procurarem atividades alternativas que garantam sua sobrevivência.

O PCB defende o conceito de desenvolvimento econômico sustentável e não apenas crescimento, uma vez que as atividades econômicas devem levar em conta a sustentabilidade ambiental, a qualidade de vida e o incremento de iniciativas tecnológicas voltadas para a melhoria das condições de trabalho.

Para assegurar o desenvolvimento econômico sustentável do estado, o PCB propõe as seguintes iniciativas:

- Desmonte gradual e progressivo da atual política de isenções fiscais para as grandes empresas;

- Realizar uma auditoria para fundamentar um plano de reestruturação da dívida pública estadual, visando reduzir os recursos perdidos com o pagamento de juros de uma dívida duvidosa, questionável e que só promove a concentração de renda e de poder político;

- Combate à sonegação fiscal, e luta por uma tributação progressiva (os ricos pagam mais, os pobres pagam menos);

- Promover a diversificação e a interiorização da estrutura econômica, criando empresas estatais a partir do fortalecimento da economia pública como iniciativa, inclusive, de combater o desemprego;

- Revisão imediata do modelo das PPP (Parcerias Pública e Privada), pois nelas o governo entra com a receita e os lucros vão para o setor privado;

- Apoiar e incentivar as experiências populares, a exemplo da rede Economia Solidária, que tem promovido diversas atividades coletivas de trabalho em artesanato, apicultura, pesca artesanal, alimentos orgânicos, confecções, entre outras;

- Apoio e suporte técnico para cooperativas de pequenos agricultores, com introdução de recursos tecnológicos em parceria com as universidades públicas;

- Reforma Agrária no estado, numa alternativa anti-latifundiária, orientada para a produção de alimentos para o mercado interno, com a preservação do meio ambiente e cuidados com a saúde pública;

- Aumentar o número de técnicos agrícolas para acompanhar os assentamentos e melhorar o desempenho da agricultura familiar com a ação estatal visando o banimento do uso indiscriminado de agrotóxicos;

- Valorizar o setor pesqueiro (captura e aquicultura) do estado, fornecendo tecnologia e incentivado a formação de cooperativas;

- Fim da repressão aos trabalhadores informais (camelôs). Como ação de curto prazo, promover o ordenamento do comércio informal com a criação de mais mercados públicos com condições sanitárias adequadas. Promover cursos de capacitação para os trabalhadores desse segmento;

- Desenvolver uma política de valorização do serviço público, com redução das diferenças salariais e redução da jornada semanal de trabalho para 30 horas;

- Socialização do trabalho doméstico com a universalização do direito a creche de qualidade, criação de uma rede de lavanderias públicas a baixo custo e de uma rede de restaurantes populares;

- Lutar pela reestatização da Celpe e do Bandepe;

3. QUESTÃO AMBIENTAL

A defesa do meio ambiente, sua preservação e sua recuperação, deixaram de ser atividades restritas aos ativistas ecológicos. A impiedosa devastação ambiental provocada pelo modelo de desenvolvimento capitalista coloca em risco o próprio futuro do planeta.

Pernambuco possui dois importantes biomas: a Mata Atlântica e a Caatinga. Segundo a entidade Conservação Ambiental, a Mata Atlântica ocupa o primeiro lugar nos ranking das dez florestas mais ameaçadas do mundo. Em Pernambuco ela já chegou a representar 18% do território. Hoje está reduzida a 3%. A produção da cana-de-açúcar foi e é a maior responsável por esta devastação implacável. Muitas espécies da flora e da fauna foram aniquiladas e muitas outras estão sob o risco de extinção.

Já a Caatinga, segundo maior bioma do Brasil e a mais diversificada região semiárida do mundo, está presente em cerca de 2/3 do território do estado. Metade dele já foi destruído pelo desmatamento, grande parte pela ação de empresas que ainda utilizam a lenha como fonte de energia, a exemplo das indústrias de exploração da gipsita e das caldeiras das lavanderias. Apenas 1% desse bioma está protegido, demonstrando um total descaso dos governos estaduais das últimas décadas.

A política de meio ambiente do Estado é mínima, com uma secretaria criada há cerca de 4 anos, sem recursos para cumprir as exigências dos planos nacionais e de baixo enfrentamento às agressões promovidas pelas indústrias e empresas, especialmente no caso das usinas de açúcar e engenhos de cana.

A maioria dos rios e manguezais continua sofrendo a ação de poluentes, incluindo metais pesados, jogados principalmente por empresas que ignoram as leis ambientais, mas também por prefeituras que jogam lixo e esgoto nessas vias fluviais.

A região de Suape vem sendo agredida desde sua criação, gerando um imenso desequilíbrio ambiental de futuro desastroso e previsível, tudo feito sob os auspícios e o favorecimento do governo do estado.  

O uso descontrolado de agrotóxicos, incluindo a pulverização aérea, vem causando danos irreparáveis aos diversos ecossistemas, contaminando rios e mananciais.

Em Recife, um dos maiores manguezais urbanos do mundo, o Parque Manguezal Josué de Castro, na Bacia do Pina, encontra-se seriamente ameaçado, tanto pelos aterros de décadas como pela poluição agravada pela construção da Via Mangue. O fechamento do Aeroclube representou uma vergonhosa manobra do governo, cuja real intenção foi a de favorecer a especulação imobiliária.

Sobre a questão ambiental no estado, o PCB propõe:

- Instituir um plano de recuperação da Mata Atlântica e da Caatinga com a implantação efetiva de medidas para a preservação da biodiversidade, entre elas, a criação de Unidades de Conservação e Proteção, estaduais e municipais, que possam garantir a que se chegue, conforme indica a ONU, a 10% dos tamanhos dos biomas originais;

- Obrigar as propriedades que realizem o reflorestamento de 20% da reserva legal, conforme exige a lei;

- Construção de Unidades Regionais de tratamento e reciclagem dos resíduos sólidos, onde se tenha uma planta com aterro sanitário, unidade de compostagem de resíduos orgânicos e pequenas indústrias de reciclagem;

- Utilização em larga escala de fontes de energia não poluentes, como a eólica e a solar;

- Exigir que o Ministério Público Estadual e organismos de fiscalização do meio ambiente, fiscalizem com maior rigor  o uso de agrotóxicos e adubos químicos e as contaminações decorrentes nos lençóis freáticos e nos cursos d’água;

- Obrigar para que todos os produtos alimentícios tragam no rótulo se foi usado agrotóxico na produção, dando opção ao consumidor de optar por produtos saudáveis;

- Criação de Parques Ecológicos Regionais com jardins botânicos, sementeiras, centros de educação ambiental, parque infantil, área de lazer, atividades desportivas, ciclovias, trilhas ecológicas, unidade de triagem de animais silvestres, escola de alfabetização ambiental, entre outras;

- Desenvolver, em parceria com o INCRA, uma política de recomposição florestal nos assentamentos de reforma agrária (federal e estadual) e nos territórios de uso tradicional das populações camponesas;

- Apoiar políticas de proteção e desenvolvimento das populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas, para que sejam garantidas a propriedade de seus territórios, suas tradições e melhoria das condições de vida;

- Ampliar e garantir a aplicação dos percentuais relativos ao ICMS Socioambiental para as unidades de conservação e para o adequado tratamento dos resíduos sólidos.

4. UNIVERSALIZAÇÃO DE DIREITOS AOS SERVIÇOS PÚBLICOS

A Universalização de Direitos é a garantia de acesso gratuito aos serviços públicos por parte de todos. Ninguém deve precisar pagar diretamente para ter educação, saúde, segurança, transporte, previdência social, acesso a justiça e lazer, pois toda a sociedade já paga através dos impostos.

No capitalismo tudo vira mercadoria, inclusive atividades fundamentais para o bem estar coletivo. Com a universalização, o serviço público deve se concentrar no atendimento real das necessidades das pessoas, não privando ninguém do direito de viver dignamente.

4.1. SAÚDE

No capitalismo, a saúde é tratada como mercadoria e não como um direito da população. A assistência à saúde da população brasileira é restrita e, em geral, de baixa qualidade. Apesar da adoção de ações compensatórias, a política econômica dos governos federais dos últimos 20 anos, além de precarizar a área da saúde, aviltou os salários dos trabalhadores que conseguiram manter seus empregos. Os arautos da atual política econômica conseguiram transformar a saúde em mais um nicho de mercado para o capital, favorecendo o setor privado em detrimento do público. Agindo assim, tiraram recursos da saúde, deixando a maioria da população em estado de indigência, e transformaram o Sistema Único de Saúde (SUS) numa caricatura em relação ao que foi concebido na sua origem.

O SUS é composto pelo Sistema Público de Saúde, que deve atender a 150 milhões de pessoas, e pelo Sistema da Saúde Complementar (privado), que atende a 50 milhões. Espantosamente, o dinheiro público destinado ao Sistema Público é menor do que o do setor privado.

A resolução da questão da saúde não pode ser confundida apenas com a construção de mais hospitais. É preciso combater as causas que provocam as enfermidades, tais como a adoção de um eficiente processo de tratamento da água potável, medidas preventivas para evitar doenças transmitidas por animais (zoonoses), difusão educacional dos cuidados preventivos e dos hábitos alimentares saudáveis, saneamento básico e coibição do uso descontrolado de agrotóxicos.

Em Pernambuco, o governo dos últimos oito anos colaborou com a desassistência da população e instituiu um processo de privatização da saúde através das chamadas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). Usou dinheiro público para construir hospitais e os entregou à Fundação de caráter privado, o IMIP. Esse processo arruinou os postos de saúde, os hospitais públicos, os laboratórios e toda rede pública do estado. A canalização dos recursos para o processo de privatização está na raiz da escassez de verba para a saúde pública. Propomos:

- Fortalecer a rede pública de assistência com aplicação de mais recursos, priorizando a medicina preventiva, com ênfase na assistência primária;

- Concurso público para todos os cargos da rede pública de saúde e instituição de cursos de capacitação;

- Democratizar as ações das DIRES (Direção Regional da Saúde) com a participação de Conselhos Gestores, compostos por representantes das comunidades;

- Ampliar os serviços da Farmácia Popular para todo o interior e investir recursos na ampliação da planta do LAFEPE com o objetivo de baratear o custo de vários medicamentos;

- Criação de centros de tratamento da Saúde Bucal, de um programa específico de assistência médica ao idoso na rede pública e ampliar os centros de assistência pediátrica no estado;

- Instituir e aprimorar o Programa de Saúde da Família para todo o estado;

- Implantação de políticas públicas voltadas para o parto humanizado e resgatar o Programa das Casas de Parto com a volta das parteiras comunitárias;

- Incrementar o ensino de higiene pessoal e cuidados com a saúde na rede escolar estadual;

- Aumentar a fiscalização das condições de trabalho dos trabalhadores expostos aos agrotóxicos, desde a fabricação na indústria química até a utilização na lavoura e o manuseio no transporte;

- Instituir uma política de desenvolvimento, pesquisa e produção em medicina fitoterápica;

- Obrigar para que todos os produtos alimentícios tragam no rótulo se foi usado agrotóxico na produção, dando direito ao consumidor de optar por alimentos saudáveis, cuja produção será incentivada a partir de uma política de redução de impostos;

- Criação de um Hospital Veterinário Estadual público, gratuito e de qualidade, socialmente referenciada, que cumpra funções além das ambulatoriais.

4.2. EDUCAÇÃO

Não há país que se desenvolva plenamente sem contar com um eficiente sistema educacional público e gratuito. A permanência do modelo educacional brasileiro indica que esta meta jamais será cumprida. Dados das Nações Unidas aponta que o Brasil aparece em oitavo lugar entre os países com maior numero de analfabetos adultos. Segundo o IBGE, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais foi estimada em 8,7%, o que corresponde a 13,2 milhões de analfabetos no país. Este quadro não é diferente em Pernambuco, que detém altos índices de analfabetismo e é um dos estados da federação que pior paga os profissionais da área.

O que assistimos hoje é um processo de desmonte da educação e uma das principais evidências deste sucateamento passa pela total desvalorização dos professores, seja pela perda de direitos, pelos baixos salários ou pelos obstáculos criados para dar condições a uma formação continuada.

Os professores e demais profissionais da área educacional enfrentam cotidianamente um processo de precarização da educação, além de abusos das instâncias governamentais que vão desde o desvio de função até a retaliação por participação nos seus movimentos reivindicatórios.

Os profissionais do estado, onde mais de 80% são mulheres, os salários são cada vez mais rebaixados e sem planos concretos de carreira. Isto sem falar nos contratos temporários (cerca de 20 mil), nos quais estes profissionais são submetidos a salários inferiores, vivendo constantemente o risco de descarte.

A Educação básica em Pernambuco, sem a maquiagem propagandeada pelo governo, é considerada calamitosa. Em um ranking do programa internacional de avaliação de alunos (PISA), de 2012, o estado aparece com um dos piores índices do Brasil, amargando o vigésimo terceiro lugar, só perdendo, no nordeste, para o Maranhão (26º) e Alagoas (27º).

O estado não atende ao que manda a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) no que se refere à Educação Especial destinada a alunos com deficiência. Há enorme carência de pessoal especializado, dificultando o acesso dos alunos.

É urgente a construção de outro modelo de Universidade que se relacione com o cotidiano da população, pois, além do fortalecimento do setor privado no ensino básico e superior como política dos governos, percebe-se claramente que os currículos, modelos pedagógicos, produção de ciência e tecnologia e a extensão universitária estão pautados pelos interesses dos lucros do empresariado e da manutenção de privilégios. O resultado é uma educação tratada como mercadoria voltada para atender as demandas do mercado e não aos interesses do povo. Propomos:

- Por uma educação pública, gratuita e de qualidade, incluindo também um amplo programa de alfabetização de jovens e adultos;

- Promover educação integral em jornada integral, que incorporem novos conhecimentos, saberes e tecnologia, e valorizem as diversidades social, cultural, ambiental, esportivas, o conhecimento colaborativo e o fazer conectado com a vida cotidiana;

- Promover a qualidade da educação por meio da formação inicial e continuada dos professores, do acesso a novas tecnologias e da diversificação de currículos e de formas de avaliação;

- Valorizar os professores e trabalhadores da educação com carreiras estruturadas e qualificação adequada às demandas e aos desafios da sociedade;

- Coibir a prática de contratações temporárias com a abertura imediata de concurso público;

- Contribuir de uma maneira plural, democrática e horizontal para o debate, organização e articulação das lutas por dentro e por fora das universidades estaduais, buscando integrar a criação/difusão de conhecimento de estudantes e educadores com as pautas dos movimentos populares;

- Apoiar e fortalecer a luta por uma educação no campo articulada com os movimentos agrários, estimulando a constituição de pólos de pesquisa e desenvolvimento de educação do campo;

- Aumentar o investimento financeiro para a compra direta de produtos da agricultura familiar destinados à alimentação escolar.

4.3. DIREITO À CIDADE

A configuração das cidades na atualidade aponta para um modelo marcado pela segregação da população de baixa renda nos subúrbios mais distantes, dificultando sobremaneira os direitos fundamentais da cidadania como educação, saúde, transporte, moradia, lazer, entre outros. Tudo isso ditado pela especulação imobiliária para atender os interesses de megaempresários mancomunados com o governo, não deixando espaço para intervenção da população nas decisões. O espaço urbano é tratado como simples mercadoria, havendo pouca ou nenhuma preocupação com a preservação do patrimônio histórico e arquitetônico.

Ao lado do crescimento desordenado das cidades e do acelerado crescimento demográfico, aparece o processo de “enobrecimento” (gentrificação) de áreas abandonadas ou semiabandonadas propositadamente para baratear os imóveis ali localizados, para em seguida serem alvo da especulação imobiliária.

No Recife, um exemplo clássico desse processo de gentrificação é o Projeto Novo Recife (Cais José Estelita), onde por meio de um leilão questionável e sem nenhuma discussão com a população, um conglomerado de empreiteiras comprou o local sob a benevolência do governo municipal. Sobre este tema, propomos:

- Criação de Conselhos Populares de novo tipo que possam discutir os caminhos possíveis para o desenvolvimento sustentado das cidades, garantindo o direito à moradia com qualidade de vida.

- Ampliação planejada das áreas de parques, praças, calçadas, ciclovias, e espaços de convivência e lazer, museus e academias (de ciências, cultura e esportes);

- Instituição do IPTU progressivo, ou seja, todo grande imóvel não ocupado terá taxa de IPTU mais cara a cada ano.

4.4. TRANSPORTE E MOBILIDADE

Transporte é um direito de cidadania e não um negócio lucrativo como é no Brasil. É um setor que deve estar a cargo do Estado que tem por obrigação oferecer transporte de qualidade e com passagens a preço de custo.

Em Pernambuco a malha ferroviária, um transporte seguro e barato, foi sucateada. Tudo é voltado para ampliação da malha rodoviária. As obras de expansão dessa malha são voltadas para beneficiar os grandes empreendimentos do setor privado, a exemplo da Via Mangue e do viaduto Capitão Temudo.

Cidades como Recife são preparadas para carros e não para as pessoas. Na capital, circulam, diariamente, perto de um milhão de veículos, resultando num trânsito caótico, ambiente poluído, maior tempo para deslocamento para o ambiente de trabalho e muito estresse, tanto para motoristas como para transeuntes.

Os chamados BRTs , tão propagandeados como solução pelo governo e que não tiveram nenhuma participação dos usuários,  já nasceram ultrapassados. As grandes cidades começam a adotar o transporte denominado VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), rápido, barato e não poluente.

Rodovias que cortam o estado apresentam inúmeros problemas de conservação devido ao material de péssima qualidade utilizado para sua construção, mas com custos elevadíssimos. Muitas estradas vicinais estão completamente tomadas por buracos, dificultando enormemente o deslocamento das populações do interior.

O Plano Diretor, de caráter consultivo e deliberativo, destinado a ordenar o planejamento urbano, funciona de forma capenga. A lei do uso do solo não é respeitada. Por outro lado, a composição dos Conselhos de Desenvolvimento Urbano é desigual, uma vez que tem representação paritária entre o poder público e a sociedade civil que inclui os empresários. A sociedade, que não tem espaços formativos para discutir os impactos dos projetos apresentados, participa apenas como linha auxiliar para legitimar os interesses do poder econômico. Segue as nossas propostas para a questão:

- Estatização dos transportes públicos sob controle popular;

- Restauração progressiva da malha ferroviária no estado e utilização em larga escala do transporte fluvial;

- Recuperação imediata das estradas vicinais do interior;

- Recuperação e expansão da malha metroviária na Região Metropolitana;

- Priorizar investimentos na interligação dos modais;

- Ampliar os espaços de trânsito para pedestres, recuperação de calçadas e melhorias de acessibilidade para as pessoas com deficiência;

- Ampliação do passe livre para estudantes de todo o estado e também para os desempregados.

4.5. DIREITOS HUMANOS

A plena vigência dos direitos humanos em qualquer sociedade é impossível se não existir um Estado de direito e uma estrutura política, econômica e social que permita garanti-los. Onde houver desigualdades sociais haverá violações dos direitos humanos. Tanto maior essas desigualdades, tanto maior será o número e a intensidade dessas violações. O Brasil ainda está muito longe deste ideal e será irrealizável se o país permanecer nos marcos do modelo capitalista, sistema essencialmente promotor de desigualdades e mantenedor de uma cultura de violência.

Pernambuco apresenta índices alarmantes no que se refere à violência urbana, sobretudo contra mulheres, negros e homossexuais. No campo, persiste a espiral de violência contra os trabalhadores rurais e a tentativa de criminalização dos movimentos agrários.

A violência policial, especialmente contra os pobres e negros é outro lado sombrio da realidade do nosso estado. A proliferação das drogas pesadas, principalmente do crack, vem contaminando jovens adolescentes, e até crianças, de forma avassaladora, desestruturando famílias e destruindo vidas.

A atenção integral e prioritária a crianças e adolescentes é dever de todos. No entanto, nas últimas gestões estaduais vários problemas foram ladeados. A violência dentro das entidades de atendimento socioeducativo da FUNASE, por exemplo, é tema recorrente nos noticiários. Não é com mais casas de internação que o problema será resolvido. É preciso a readequação e regionalização das mesmas.

Recursos ínfimos são destinados à Política de Assistência Social que se mantém focalizada apenas nos espaços de extrema pobreza. Neste âmbito, propomos:

- Inserir o aparato governamental para lutar pelo fim da criminalização da pobreza, dos movimentos populares e dos usuários de drogas hoje consideradas ilícitas;

- Capacitar delegacias da polícia para um combate direto a manifestações de racismo e de homofobia;

- Atuar na rede de educação criando uma política de combate sistemático ao racismo em suas diversas formas e a homofobia;

- Criação de entidades de atendimento especializadas a crianças e adolescentes usuários de álcool e outras drogas;

- Investimento na capacitação permanente dos agentes de proteção dos direitos da criança e do adolescente;

- Abertura de concurso público e valorização e qualificação permanente dos profissionais da assistência social;

- Maior articulação entre as políticas de assistência social com educação, saúde básica e de emprego e renda, através de programas e ações em rede;

- Lutar pela apuração e punição rigorosa para todos os crimes contra os direitos humanos cometidos pela ditadura civil-militar, pela abertura de todos os arquivos da ditadura e pela localização dos restos mortais dos desaparecidos políticos.

4.6. SEGURANÇA PÚBLICA

A questão da Segurança Pública no Brasil apresenta um quadro cada vez mais alarmante: aumento das taxas de criminalidade, principalmente nos grandes centros urbanos; violência policial voltada, sobretudo, para a população de baixa renda; superpopulação dos presídios; péssimas condições das instituições destinadas à internação de jovens em conflito com a lei; morosidade judicial. Estas, entre outras questões relacionadas à segurança, configura um quadro de extrema gravidade.

Em Pernambuco, o governo reduz tudo o que se refere à segurança a números. A chamada “sensação de segurança” não reina entre a população, sobretudo a dos bairros periféricos das grandes cidades. 

O propagandeado Pacto pela Vida tem o seu foco voltado para os crimes violentos letais intencionais (CVLI), relegando a segundo plano os CVP ou crimes violentos contra o patrimônio (roubos, furtos, assaltos), sem contar a falta de apoio às ações de prevenção às drogas (patrulha escolar e o programa educacional de redução às drogas - Proerd)

A Polícia Militar, mal equipada, mal capacitada e mal remunerada, privilegia a repressão direta em detrimento de políticas preventivas.

Nossas propostas:

- Adotar como eixo principal de combate à violência o desenvolvimento econômico regional e ações preventivas como a interiorização da patrulha escolar, mais apoio ao proerd, além de fomentar projetos preventivos de cunho cultural e desportivo especialmente destinado à crianças e jovens;

- Construção de prédios próprios unificando as polícias civil e militar em todo o interior do estado, acabando com a relação de  dependência entre forças policiais e prefeituras;

- Investir no policial através de capacitações e formação adequada para servir ao povo pernambucano e não aos governos.

- Aparelhar adequadamente as delegacias do interior e reforçar o efetivo da polícia civil, melhorando a comunicação entre viaturas, destacamentos e batalhões através de um sistema digital moderno;

- Tornar igual a gratificação de risco de vida para todas as graduações e patentes na polícia militar;

4.7. CULTURA

A cultura, entendida como um conjunto de valores que inclui arte, costumes, tradições, crenças, hábitos, legado histórico e conhecimentos, é a marca maior da potencialidade de um povo, de uma nação. Lamentavelmente, no Brasil a cultura também está mercantilizada.

Pernambuco é provavelmente o estado brasileiro de maior diversidade cultural, caracterizado por um riquíssimo acervo folclórico que inclui diversos tipos de danças, ritmos e produção artesanal, além se ser berço histórico de artistas que se destacam na literatura, poesia, artes plásticas, música, teatro, cinema, entre outras manifestações culturais. Entretanto, os poucos investimentos beneficiam apenas pequenos grupos. A maior parte dos nossos artistas não recebem nenhum tipo de incentivo e passam por necessidades extremas para garantir suas sobrevivências.

A produção cultural está majoritariamente voltada para realização de grandes eventos e não na preservação do desenvolvimento integral da cultura, assumindo uma postura de menosprezo das nossas tradições e na desvalorização dos nossos artistas.

É imperioso que o Estado assuma a responsabilidade de revalorizar e dar condições de manutenção e desenvolvimento da nossa rica tradição cultural, que envolve a literatura de cordel, a xilogravura e as danças e ritmos populares como o frevo, o xaxado, o maracatu, o cabloquinho, o reisado, o cavalo-marinho, a marujada, o coco, os ritmos afros, entre outros.

Da mesma forma é necessário que a máquina estatal possa criar canais de incentivo e financiamento para apoiar as iniciativas nos campos da literatura, das artes cênicas e cinematográficas. O mesmo para a música popular e erudita, o rock, o blues, o jazz, gêneros em que Pernambuco tem o privilégio de contar com inúmeros grandes artistas.

Nossas principais propostas são:

- Consagrar uma política cultural pública e não mercantilizada que garanta o acesso universal aos bens culturais com ampliação dos recursos e estrutura para sua produção, disseminação e usufruto;

- Fortalecimento da cultura popular, buscando, de forma permanente, a valorização e o resgate histórico que refletem diretamente na autoestima e na afirmação da identidade do nosso povo;

- Desenvolver um programa de investimentos para apoio à produção artesanal e as manifestações culturais regionais;

- Criação de espaços públicos permanentes para apresentações artísticas;

- Revitalização e manutenção dos museus, teatros, arquivos públicos, bibliotecas e espaços para práticas esportivas;

- Incluir na grade curricular das escolas públicas matéria sobre a cultura e as tradições de Pernambuco;

4.8. ETNIAS

O extermínio de inúmeras nações indígenas ao longo dos últimos cinco séculos, juntamente com a escravidão e a perseguição aos ciganos, constitui uma das páginas mais vergonhosas da história do Brasil, especialmente no nordeste, onde teve início a colonização propriamente dita.

Pernambuco é um estado com grande diversidade étnica. É o quarto estado do Brasil em população indígena, distribuídos em 10 diferentes nações. Possui aproximadamente 120 comunidades quilombolas como também um expressivo número de ciganos.

Apesar da heroica resistência desses povos em lutar pelo direito às suas terras ancestrais e preservar seus costumes, tradições e ritos, são, ainda hoje, vítimas de perseguições e preconceitos. A ação do Estado, que tem como obrigação ética e moral apoiar esses povos, se resume a paliativos de pouca relevância. As políticas públicas também não conseguem alcançar, por descaso e por preconceito, as minorias dos afrodescendentes nos espaços urbanos.

Em relação aos povos étnica e culturalmente diferenciados do estado de Pernambuco, propomos:

- Criação de uma efetiva secretaria estadual que fique responsável pela implantação imediata de políticas sociais dignas e diferenciadas às comunidades indígenas, quilombolas e ciganas no que diz respeito à educação, saúde, meio ambiente, produção artesanal, entre outras;

- Criar uma política de valorização da cultura e da identidade dos diversos grupos étnicos, priorizando a demarcação de suas terras e controle sobre os recursos naturais;

- Pressionar o governo federal a concluir, em tempo determinado, os processos de Demarcação / Homologação de todas as terras indígenas e dos territórios quilombolas;

4.9. MULHERES

As diferentes configurações de violência contra as mulheres - física, sexual, psicológica, econômica – esteve presente na sociedade durante vários séculos. É apenas quando as mulheres se instituem como sujeitos na esfera pública que a violência é revelada e denunciada como dramático processo de dominação.

Apesar dos avanços conquistados nas últimas décadas, as mulheres continuam sendo as principais vítimas de assédio moral no trabalho. Submetidas muitas vezes à múltipla jornada de trabalho, ocupam os empregos mais precarizados e menos remunerados. Essa realidade é ainda mais grave em relação às mulheres negras.

No Brasil há mais de 8 milhões de trabalhadoras domésticas, mas apenas dois milhões possuem carteira assinada. Também persiste um inaceitável preconceito contra as mulheres negras no trabalho doméstico, aonde chegam a receber metade dos salários das mulheres não negras.

O índice de violência contra as mulheres em Pernambuco é um dos mais altos do país. O programa da Saúde da Mulher se resume, no geral, apenas às questões reprodutivas (pré-natal).

A ilegalidade e criminalização do aborto têm provocado anualmente milhares de mortes, principalmente entre mulheres pobres que não vislumbram possibilidade econômica de poder criar filhos. A descriminalização e legalização do aborto são, portanto, uma demanda social e de saúde e deve estar aliada a adoção urgente de políticas públicas a partir da educação e saúde sexual e reprodutiva, do planejamento familiar e uso de métodos anticoncepcionais, assim como serviços de prevenção e atenção à saúde integral da mulher.

Nossas principais propostas são:

- Obrigatoriedade de salário igual para trabalho igual entre homens e mulheres;

- Dar apoio logístico e buscar formas de incentivos às organizações de atuação política de mulheres;

- Promover ampla discussão com a sociedade para instituir ações concretas para por fim à discriminação de gênero;

- Aprimorar a infraestrutura de apoio logístico às mulheres vítimas da violência, viabilizando seu afastamento de lares onde sofram agressões e ampliando o número de delegacias da mulher, garantindo-lhes plenas condições de funcionamento;

- Combater a utilização pela mídia da mulher como objeto sexual, assim como proibir as peças publicitárias de erotização da infância.

4.10. JUVENTUDE

O século XX revelou para a sociedade a organização política e social dos jovens mostrando a importância e o potencial desse segmento na transformação da realidade. Com o passar dos anos e as necessidades crescentes da juventude, à qual não tinha como pautar as suas demandas especificas, começou a se organizar um processo de construção da sua identidade social e política, em busca de uma melhor compreensão do que era ser jovem e como reivindicar seus direitos gerais e específicos.

Na atual conjuntura do estado de Pernambuco, marcada pela fantasia do crescimento econômico e da maquina ilusória de propaganda populista do governo, a juventude passa despercebida e a maioria de suas demandas não é levada em conta. Tal descaso resulta no abandono em que a maioria dos jovens do estado se encontra, vitimados pelos altos índices de violência e extermínio, principalmente contra a juventude negra, pela falta de investimento na formação técnica/profissional, gerando a exclusão do trabalho qualificado, o que os empurra para o trabalho precarizado oriundo das terceirizações, sem contar com a baixa qualidade do ensino oferecido pelo Estado, o que interfere sobremaneira na acessibilidade ao ensino superior. Nossas propostas são:

- Formação e qualificação técnico/profissional priorizando a educação técnica;

- Fortalecimento dos conselhos populares de juventude;

- Implantação de políticas públicas especificas para a juventude do campo;

- Lutar pelo fim da violência contra a juventude e contra a redução da maioridade penal.

5. SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL

A luta pela paz mundial, a solidariedade internacionalista e a defesa do direito dos povos à autodeterminação sempre estiveram presentes no ideário e nas ações dos comunistas. Em um mundo cada vez mais interdependente, a conquista da paz e a libertação dos povos de quaisquer formas de opressão é, antes de tudo, uma exigência da realidade mundial contemporânea.

O princípio da autodeterminação significa garantir a qualquer povo, o direito de determinar, quando e como deseje, o seu estatuto político e o seu próprio caminho para o desenvolvimento econômico, social e cultural, sem pressões ou ingerências externas.

Pernambuco teve, ao longo de sua história, uma honrosa tradição de solidariedade internacionalista que precisa ser resgatada nos tempos atuais. Neste sentido, propomos:

- Desenvolver intenso intercâmbio cultural e informativo com os diversos países e povos do mundo, especialmente os da América Latina;

- Apoio e incentivo a formação de entidades de solidariedade internacional;

- Criação de uma escola de idiomas pública e gratuita;

- Promover ações de solidariedade aos países vítimas de agressões imperialistas;

- Apoiar e desenvolver ações de solidariedade aos povos que lutam pelo seu inalienável direito à autodeterminação, a libertação nacional e a independência como os povos da Palestina, Curdistão, Saara, País Basco, Porto Rico, entre outros.

- Incentivo para a abertura de novos Consulados no estado;

- Desenvolver uma política de acolhimento e acompanhamento dos migrantes que se encontram no estado;

- Criação da Casa das Nações, espaço público para divulgação da história, costumes e tradições dos diferentes povos e nações do mundo, contendo permanentes programações culturais e formativas. 

O candidato do Partido Comunista Brasileiro (PCB) à Presidência da República, Mauro Iasi, nasceu em 10 de fevereiro de 1960, em São Paulo, é solteiro e professor da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Sofia Manzano, que também é professora universitária, completa a chapa de Iasi, concorrendo à Vice-Presidência.

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Na declaração de bens, o candidato diz que seus bens somam R$ 204.348,57. A previsão de gastos do PCB com a campanha presidencial está em R$ 100 mil. A eleição deste ano será a primeira na qual Iasi participa como cabeça de chapa – em 2006, ele foi candidato a vice-governador de São Paulo, também pelo PCB.

Iasi participou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT)  na década de 1980 e trabalhou na campanha de Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República, em 1989, na primeira eleição direta para o cargo após a ditadura militar. Ele deixou o partido em 2004.

No programa de governo apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) foram colocados 21 pontos como propostas iniciais do PCB. O documento, intitulado Programa Anticapitalista, o Poder Popular e a Alternativa Socialista, diz que o Brasil tem hoje uma série de problemas estruturais advindos da opção capitalista, que beneficia uma pequena parte da população – os monopolistas, que controlam os principais meios econômicos e dominam toda a vida pública do país.

A proposta de Mauro Iasi defende mudanças profundas no atual sistema capitalista. “Somente a Revolução Socialista, entendida como um forte e poderoso processo de lutas populares que desemboque na construção de uma sociedade alternativa ao capitalismo e à ordem burguesa, será capaz de realmente resolver os problemas vividos pelos trabalhadores e setores populares”, destaca o programa de governo registrado pelo PCB no TSE.

O partido considera prioridades a construção do poder popular; a socialização dos principais meios de produção essenciais à garantia da vida; a realização de uma reforma agrária socializada; com uma política agrícola sustentável ecologicamente; a reversão imediata das privatizações e a estatização de setores estratégicos; bem como de todo o sistema financeiro; e a garantia de saúde pública e educação pública e de qualidade para todos.

O PCB também prega um sistema de previdência e assistência social gratuito; o não pagamento da dívida pública; a garantia e ampliação de todos os direitos dos trabalhadores; a recomposição imediata dos salários; a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial; auditoria imediata das remessas de lucro das corporações transnacionais; o fim da Polícia Militar e a apuração e punição de todos os crimes contra os direitos humanos cometidos durante a ditadura militar (1964-1985).

Com um discurso voltado para a construção de alianças no campo das esquerdas e das forças anticapitalistas, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) lançará no próximo sábado (12), Miguel Anacleto como pré-candidato ao governo de Pernambuco. O ato político será prestigiado pelo pré-candidato à presidência da República, Mauro Iasi, na Praça das Cinco Pontas, no Recife, às 9h. 

Antes do lançamento, os dois futuros postulantes participarão de uma coletiva de imprensa nesta sexta-feira (11).  A sabatina será no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas de Pernambuco (Sindgraf), localizado no bairro de Santo Amaro, no Recife, às 17h. 

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O objetivo da entrevista é apresentar as alternativas propostas pela legenda à sociedade brasileira e ao Estado de Pernambuco. Entre as principais defesas do partido estão: as lutas empreendidas pela sociedade nas ruas, nas universidades e nos locais de trabalho; a garantia do Passe Livre, da Universidade Popular, de melhores salários para os trabalhadores, de cidades voltadas para atender aos interesses da maioria; da construção do Poder Popular, da organização dos trabalhadores do campo e da cidade e a luta pelo Socialismo.

 

O Golpe de 1964 derrocou em várias prisões, perseguições e conflitos entre militares e pessoas que iriam contra o regime que se instalou no país e perdurou por 21 anos. Em Pernambuco, militantes apartidários e ligados ao Partido Comunista Revolucionário Brasileiro – ala radical do PCB -, tentaram enfrentar o sistema e acabaram torturados.

Conhecidos como integrantes da segunda geração pernambucana que lutou no começo da década de setenta contra a Ditadura Militar, o jornalista Marcelo Mario de Melo, o sociólogo Carlos Soares, o artista plástico Francisco de Assis e o vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCB) foram presos e levados a Penitenciária Professor Barreto Campelo, na Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife.

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Juntos com quase 30 detentos – entre eles ex-diretor da Funase, Alberto Vinicius, e o presidente do PCB em Pernambuco, Alani Cardoso -  , eles fizeram greve de fome e tiveram a esperança das forças revolucionárias derrotarem o regime. Com o passar dos anos se acostumaram a viver conjuntamente até o período da anistia, no final dos anos setenta. Por conta do rigor no cárcere, acabaram intitulando o local de o “AI 5 de Itamaracá”.

Eles entraram em conflito com o sargento Siqueira, hoje um coronel reformado. Alguns foram amigos do líder estudantil Odijas Carvalho, que foi morto no Departamento de Ordem Política e Social do Estado (DOPS-PE).

O jornalista Marcelo de Melo até hoje guarda um material vasto sobre o regime. Ele foi um dos mais procurados pelos militares. Francisco de Assis não conseguiu se esconder por muito tempo e acabou sendo torturado por várias maneiras pelos policiais. 

O atual vice-prefeito do Recife, Luciano Siqueira (PCdoB) ainda guarda o trauma de escutar os gritos de dor da sua mulher sendo torturada. Enquanto Carlos Soares foi um dos últimos comunistas a conseguirem a liberdade.

Por conta da militância ativa contra o regime, as histórias destes ex-combatentes são relevantes para entender o período de perseguição no Estado. E a equipe do Portal Leia Já conversou com cada um deles. 

Confira nos links abaixo a entrevista:

Jornalista foi um dos mais perseguidos pelos militares

Francisco de Assis foi uma das vítimas do golpe no Estado

Luciano Siqueira: um líder estudantil contra a repressão

Militante do PCBR foi condenado a duas prisões perpétuas

Vice-prefeito da cidade do Recife, Luciano Siqueira (PCB) foi um jovem voluntário do movimento da cultura popular no ano do Golpe militar em 1964. Com apenas 15 anos de idade viu o regime democrático brasileiro ruir por longos anos. Ainda jovem, se filiou ao PCB. Foi perseguido na Faculdade de Medicina e teve que viver na clandestinidade. 

“Os nomes chegaram na faculdade para serem cassados. Fui para o anfiteatro de anatomia, onde 200 e poucos alunos estavam. Lá eu fiz um discurso, li aquela lista explicando a turma do primeiro ano de medicina o que era cada um de nós. Antes disso eu tive a iniciativa de pegar o giz e escrever no quadro negro: “Não aceitaremos as cassações” . A turma se levantou aos gritos”, lembrou o comunista. 

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Junto com sua mulher, Luci, viveu na clandestinidade e sobreviveu como vendedor de roupa pelo Nordeste. “Nós vivemos na população mais pobre das regiões como Campinha Grande Maceió e o Sertão de Alagoas, porém tínhamos uma renda suficiente para sobrevivermos e ainda ajudar financeiramente o partido, sabíamos que podíamos ser presos e torturados a qualquer momento”, disse.

“Ninguém do partido sabia onde eu morava, somente eu e minha mulher. O rigor era tão grande que não sabíamos onde o outro morava e nos encontrávamos em lugares neutros e fazíamos reuniões clandestinas”, completou o ex-militante.

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Jornalista foi um dos mais perseguidos pelos militares 

Mesmo com todos os cuidados contra o regime, Luciano Siqueira acabou preso em abril de 1974 na cidade do Crato, no Ceará. O comunista foi torturado tanto em Fortaleza quanto nas dependências do Destacamento de Operações de Informações do Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI) no Recife, onde, segundo ele, “o limite entre a vida e a morte não depende só de você”.

“Quando eu fui preso no Ceará me levaram encapuzado e algemado para um lugar que depois eu iria saber que se tratava de um quartel que estava sendo construído em juazeiro. Eles tiraram o capuz, foi à única vez que vi torturadores. Me colocaram em uma sala retangular, sem iluminação, , colocaram 4 velas, uma em cada canto e disseram “tire a roupa”, eu disse “tiro não”, porque a instrução do partido é a seguinte, “se você atender a ordem de um torturador você já é desmoralizado e ali você não segura mais nada”, ai eles começaram a rasgar minha roupa”, detalhou o vice-prefeito.

Depois de ser levado a  a Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá, Luciano Siqueira conviveu com outros colegas de partido e lutou contra as condições dos presos políticos.  “A gente acreditava no socialismo, poderíamos morrer, mas outros companheiros iriam continuar a luta. Nós vivemos hoje na democracia, vencemos, por todas as distorções que a gente tem”, frisou.

Ele foi solto em 1979, com a Leia da Anistia. Nesse período voltou a cursar medicina e sobreviveu como artesão até ingressar de vez na carreira política. “Nós que vivíamos na clandestinidade tínhamos a concepção que o povo sabia o que nós fazíamos. Nós fomos objeto de solidariedade do povo”, afirmou o comunista.

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O jornalista Marcelo Mário de Melo foi um dos militantes comunistas mais procurados pelo militares no período ditatorial. Depois de escapar várias vezes da prisão, ele foi preso ainda em Natal e depois levado ao Departamento de Ordem e Política Social do Estado (DOPS-PE).

“Odijas (Carvalho – líder estudantil assassinado pela Ditadura) foi preso em Paulista e eu fugi. Em Natal, acabei demorando por bastante tempo na praia do Pirangi, numa zona de caça e pesca. Naquele tempo as forças armadas tinham um acordo com o prefeitos do interior que as pessoas estranhas no local deveriam ser comunicadas aos policiais. Eu fui tratado como estranho”, lembrou o jornalista.

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“Me lembro que fui cercado por um batalhão cheio de metralhadora e acabei sendo torturado no esquadrão da Aeronáutica (de Natal). Depois fui levado para o Hospital Geral do Exército”, completou.

Com a prisão da Casa da Cultura desativada em 1973, o ex-militante foi levado para a Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá. No local, segundo ele, os presos viveram uma espécie de "Ato Institucional nº 5" das prisões. “O sargento (Siqueira) dizia que éramos reeducandos,que não éramos presos políticos e sim presos comuns. Voltamos a estaca zero. Não tínhamos o direito de ver televisão. De preparar comida na cela. Não podíamos andar na fila conversando. Se a gente conversasse levantava o cassetete”, relatou Melo.

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De acordo com o jornalista, os presos políticos acabaram entrando em conflito várias vezes com os policiais. “Não admitíamos ser tratados como reeducandos. Foi uma luta séria para ter o mínimo de direito. Tinha uma estabilidade e tivemos que lutar de novo. A gente chamava aquilo de o AI5 em Itamaracá”, ressaltou.

Segundo Melo, houve uma tentativa de transferir os presos políticos em vários locais do Estado, o que acabou fortalecendo ainda mais o movimento.  “As denúncias dos presos políticos começaram a aparecer. Jarbas Vasconcelos (atualmente senador pelo PMDB) e Roberto Freire (hoje é deputado federal pelo PPS) subiram na Tribuna para nos ajudar. Além disso, as greves de fome fizeram que fosse impedida a fragmentação da comunidade dos presos políticos”, detalhou o jornalista.

Atualmente Marcelo Melo participa de várias palestras sobre o período e tem de porte um material bastante vasto sobre o seu período na prisão. “Tenho várias documentações, várias fotos. Muitas pessoas que foram contra nós. Que ajudaram a nos torturar estão ai soltos”, lamentou.

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Enquanto o PSB ainda está na fase da escolha do sucessor de Eduardo Campos, o Partido Comunista Brasileiro (PCB) já bateu o martelo e definiu Miguel Anacleto como pré-candidato ao governado de Pernambuco. O futuro postulante é formado em Engenharia de Pesca pela Universidade Rural de Pernambuco (UFRPE) e filiado à legenda há mais de 30 anos. 

De acordo com Anacleto, apesar de o partido já ter decidido pelo seu nome, as táticas do programa de governo para as eleições ainda estão sendo elaborados. “Nós estamos ainda, construindo o embrião do nosso programa e agora no mês de fevereiro iremos balizar todas as propostas numa construção coletiva, inclusive, ampliar para fora do partido e contar com as pessoas que simpatizam e que querem uma candidatura diferente das mesmices da última época, mas sabemos que é um desafio enorme”, pontuou. 

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Ciente dos possíveis concorrentes que terá pela frente, como por exemplo, o senador Armando Monteiro (PTB) e o escolhido por Campos, o candidato do PCB afirmou usar as ideias como principal ferramenta. “A gente vai combater (os demais candidatos) pelo campo das ideias. A gente não vai entrar no campo da denúncia pela denúncia, crítica pela crítica. Financeiramente é uma distância (entre o PCB e os demais partidos), abismal. Esse pessoal é apoiado pela burguesia. Então, a gente vai combater no campo das ideias buscando pessoas do mundo da cultura, trabalhadores, operários camponeses, entre outros”, descreveu. 

Encarando pela primeira vez uma disputa eleitoral, Miguel Anacleto disse estar preparado para o desafio. “É minha primeira candidatura. Sempre fui mais de retaguarda, trabalhei com os índios, comunidades ciganas, mas a candidatura é a primeira vez e absolutamente me sinto preparado com todo o apoio que eu vou ter do quadro do partido, e também, de amigos e simpatizantes”, declarou. 

Segundo o secretário político do partido em Pernambuco, Roberto Arraes, nos próximos dias será realizado o lançamento oficial do pré-candidato Anacleto e as propostas de campanhas serão discutidas no Congresso Nacional da legenda. “Discutiremos as teses estratégicas da campanha no Congresso Nacional em São Paulo, entre 18 a 21 de fevereiro”, contou.

Para fortalecer a campanha ao governo o PCB, Arraes afirmou ainda que irá procurar fechar alianças com outros partidos. “Iremos procurar o PSOL e o PSTU e abrir um debate com eles no campo anticapitalista. Também estamos abrindo uma disputa nacional e é muito importante trazer esse debate”, reforçou.

 

Um jovem não identificado foi agredido por integrantes do manifesto durante a passeata no Recife, na tarde desta quinta-feira (20). O motivo da pancadaria foi porque a vítima estava usando uma camisa PCB, e segundo os protestantes o ato não tem filiação partidária. A polícia que acompanha os manifestantes conseguiu salvar o garoto da confusão.

Com informações de Pedro Oliveira

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Na próxima segunda-feira (3), às 18h, acontece, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o lançamento da segunda edição do livro “David Capistrano - Entre Teias e Tocaias”, um dos 20 volumes da coleção "Perfil Parlamentar Sec. XX” de biografias de deputados pernambucanos. A Obra é de autoria do jornalista e escritor Marcelo Mario Melo.

David Capistrano foi sequestrado em 16 de março de 1974 e está desaparecido desde então. Segundo informações de Claudio Guerra, no livro Memórias Reveladas, Capistrano teria sido visto na casa da morte em Petrópolis, no estado do Rio de Janeiro.

Em 1992, Marival Chaves, ex-agente do DOI-CODI, afirmou à Revista Veja que David foi preso, torturado, morto e esquartejado no Rio de Janeiro, sendo os restos mortais jogados num rio, fato que também é objeto de investigação da Comissão Dom Helder.

Ele foi deputado estadual pelo Partido Comunista Brasileiro, eleito em maio de 1946, o segundo deputado mais votado de Pernambuco, tendo o mandato cassado em 1948, pelo decreto que colocou o PCB na ilegalidade.

Os membros da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara realizam, na próxima terça-feira (4), a partir das 9h, sessão pública com objetivo de apurar casos de mortos e desaparecidos do Partido Comunista Brasileiro (PCB).

Serão ouvidos Cristina Capistrano, filha do ex-dirigente do PCB, David Capistrano (desaparecido político desde 1974), e Aníbal de Oliveira Valença, ex-preso político e atual dirigente do Partido Comunista Brasileiro (PCB-PE).

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Os depoimentos também devem auxiliar as investigações de outros casos de mortos e desaparecidos políticos. O evento é aberto ao público e acontece no auditório do Centro de Educação da Universidade Federal de Pernambuco, na Cidade Universitária.

Os relatores dos casos são os membros da comissão estadual: Socorro Ferraz, Manoel Moraes e Gilberto Marques. A reunião é presidida pelo coordenador, Fernando Coelho.

O Senado realizou nesta quarta-feira, 22, uma sessão especial para devolver simbolicamente o mandato do ex-senador e líder comunista Luís Carlos Prestes (1898-1990) e do suplente dele, Abel Chermont (1887-1962). A dupla foi eleita nas eleições de dezembro de 1945, mas ambos perderam o mandato em janeiro de 1948, com a cassação do registro pelo Partido Comunista do Brasil (PCB).

A cerimônia contou com a presença de familiares dos dois ex-políticos, como a viúva de Prestes, Maria do Carmo Ribeiro, e do filho, Luís Carlos Prestes Filho. No dia 16 de abril, o Senado já havia aprovado um projeto de resolução que anulou a extinção do mandato da chapa Prestes e Chermont.

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"Como presidente do Senado Federal e do Congresso Nacional, em nome da instituição, peço desculpas à família de Luiz Carlos Prestes pela atrocidade patrocinada pelo Estado contra um ilustre brasileiro, legitimamente escolhido pelo povo para representá-lo", afirmou Renan Calheiros, no início da sessão, ao destacar que ele "dedicou a vida para combater as injustiças sociais".

O senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), autor dos pedidos de anulação da perda de mandato e da cerimônia, destacou que o Parlamento fez "justiça" ao devolver o mandato do líder comunista. "A medida contra Prestes feriu as garantias constitucionais do direito adquirido e do ato jurídico perfeito", disse o senador do PCdoB.

Em discurso, a viúva de Prestes afirmou que ele "sempre lutou pelo social, como a educação e a saúde pública, moradia para os trabalhadores e salários dignos, para que os pais pudessem viver com dignidade junto de suas famílias". "O reconhecimento pelo Senado Federal do seu mandato é uma vitória do povo brasileiro. Prestes foi anistiado depois de ser perseguido neste País durante 70 anos. Foi um dos políticos de maior destaque não só no Brasil, mas em todo o mundo", declarou Maria do Carmo.

A derrubada da cassação de Prestes tem caráter eminentemente simbólico. Segundo o pedido apresentado por Inácio Arruda, não há previsão de pagamento de pensão, uma vez que o plano de previdência dos congressistas só foi criado em 1963. "Portanto, a aprovação do projeto não gerará efeitos financeiros aos sucessores do senador Luiz Carlos Prestes", dizia o parecer senador comunista. Entretanto, a viúva dele, Maria Prestes, passará a ter direito de usar a assistência médica vitalícia, assim como os dependentes.

Em março, a Câmara dos Deputados anulou a extinção dos mandatos de 14 deputados federais do PCB. Pelo mesmo motivo de Prestes, a cassação pelo Parlamento se deu após a Justiça Eleitoral proscrever o partido. Na ocasião, a Câmara anulou os mandatos do escritor Jorge Amado, morto em 2001, e do ex-guerrilheiro Carlos Mariguella, assassinado em 1969 durante a ditadura militar.

O candidato do PCB à Prefeitura do Recife, Roberto Numeriano, que obteve 6.766 votos, foi expulso do partido no último domingo (7), após ser divulgada pela sigla uma nota pública durante a apuração dos votos. Ao conversar com a equipe do Leia Já, Numeriano falou sobre sua expulsão, seu futuro político e fez uma análise das eleições deste ano. 

Numeriano, que é jornalista, cientista político e professor, afirmou que o texto que o partido postou em seu site mente, em alguns pontos, e em outros escreve meias verdades. Em nota enviada à imprensa, Numeriano fala que, antes de tudo, já havia comunicado ao PCB que renunciaria formalmente aos cargos diretivos da leganda.

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Confira um trecho da nota:

“Na mesma ocasião, pedi que não mais me enviassem correspondências do Comitê Central, pois não julgava honesto, politicamente, tomar conhecimento de assuntos internos restritos, dado o fato de ter decidido renunciar. Também registrei que continuaria filiado ao Partido.

Assim decidi porque ocorreram fatos, nesta campanha, dos quais discordei politicamente. Um deles é público, pois diz respeito ao meu apoio à candidatura do ex-militante Luciano Morais, também recentemente expulso por se manter candidato a vereador em Paulista, após o PSDB ter declarado apoio à chapa majoritária de Sérgio Leite. Mas a causa foi anterior, embora com substância política semelhante, e envolveu a candidatura de Edvalmir Carteiro, em Timbaúba. Edvalmir, que tinha grande chance de ser eleito numa chapa  proporcional, foi obrigado a sair da mesma porque à ultima hora, por força da legislação eleitoral que impõe a cota de mulheres nas chapas proporcionais, uma professora aposentada, filiada ao PSDB, foi chamada para compor. Edvalmir saiu candidato isoladamente. E perdeu.

Minha resistência a estes fatos decorreu de algo anterior, que venho observando na cúpula dirigente do Partido: o progressivo fechamento político-ideológico do diálogo democrático interno. E o maior exemplo disso é uma interpretação que chamo de mecanicista e integrista (ultra-radical) da sua tática política. Nunca defendi, é claro, alianças com partidos de direita, mas não podemos ser vítimas desses partidos quando, numa composição eleitoral, por motivos extemporâneos e alheios a nós, arranjos de última hora e contingências de legislação impõem fatos como o que descrevi. Não houve culpa dessas duas municipais do Partido, pois em ambos os casos suas direções respaldaram o processo. A partir da decisão contrária da Comissão Política Nacional, os dois candidatos foram obrigados a tomarem outro rumo."

Eleições 2012 - Em relação a sua perda no pleito eleitoral deste ano, Numeriano disse que considera uma tremenda vitória ter obtido 4% dos votos. “Para falar em termos políticos, nós não perdemos a eleição. Do ponto de vista político-administrativo, a quantidade de votos foi uma resposta positiva dos eleitores: gastei menos de R$ 15 mil na minha campanha”. "Considero Geraldo Julio (PSB) uma péssima opção para o Recife, não tem projeto de cidade, eles [Daniel Coelho (PSDB), Mendonça Filho (DEM) e Humberto Costa (PT)], não têm diferença de um para o outro. Geraldo Julio é um homem com boas intenções, mas ele ficará limitado, pois não terá autonomia política para gerir o Recife, pois estará subordinado às empresas privadas. Desejo a Geraldo que ele faça uma boa gestão e que cumpra ao menos um terço do que prometeu, por que as promessas foram muitas. No Brasil, as campanhas vitoriosas são as milionárias, esse sistema já está apodrecido, ele nega o poder da representação popular”, disparou. 

Futuro Político – Numeriano afirmou que recebeu um convite para filiar-se ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que provavelmente será aceito. “Esse é um plano futuro, antes preciso resolver questões de ordem pessoal e profissional. Quanto à militar é algo a se decidir futuramente. Serei um crítico da gestão atual do Recife, fiscalizarei, mas também vou elogiar o que for positivo", completou.

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) divulgou no final da tarde deste domingo (7), que o candidato à prefeito do Recife, Roberto Numeriano, foi expulso do partido. De acordo com o site oficial do partido, durante o período de campanha do candidato, o PCB teve motivos para retirar a candidatura e substituí-la por outro. “Não o fizemos apenas para não prejudicar as importantes campanhas a vereador dos nossos camaradas Délio e Elvira, mas também em respeito ao PSOL, com o qual estamos coligados em Recife, onde tem grande possibilidade de eleger um vereador, fato que o PCB valoriza. Se optássemos pela retirada de sua candidatura, certamente adviria uma crise política na campanha da Frente de Esquerda na cidade, com repercussão nacional”, divulgou o endereço virtual.

De acordo com a página, há uma semana, a Comissão Política Nacional do PCB pediu a Numeriano esclarecimentos sobre a divulgação na internet que ele fez em propaganda a Sérgio Leite, que é candidato do Partido dos Trabalhadores (PT). O site ainda publicou que ele afrontou todas as instâncias de direção do partido CC, CR e CM) “no sentido da retirada do PCB da coligação em torno do candidato do PT nessa cidade”.

A página ainda informou que “diante do reiterado desrespeito às decisões partidárias e, agora, de uma afronta pública e premeditada ao Partido, a Comissão Política Nacional do PCB, através do presente comunicado, instaura um processo disciplinar contra Roberto Numeriano, considerando-o expulso do Partido e consequentemente desautorizando-o a falar em nome do PCB. Se for de seu interesse, poderá o punido se valer do direito de defesa, previsto na legislação eleitoral, junto ao Comitê Central do Partido, sem efeito suspensivo, conforme nosso Estatuto”.

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O candidato a prefeito do Recife, Roberto Numeriano, votou na tarde deste domingo (7), por volta das 14h30, no Colégio Joaquim Távora, no bairro da Madalena. O presidente do partido Adibal Valença e a vice- candidata, Albanize Pires e a esposa, Ana Aurélia acompanharam o candidato.

No local, o prefeiturável falou sobre a campanha e falou que estava satisfeito com o trabalho que foi realizado. “Fizemos um trabalho digno, ético, com propostas concretas dialogando sempre com a comunidade”, declarou o candidato.

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Sobre o segundo turno, o candidato afirmou que ainda vai se reunir com os representantes do partido.







O candidato do PCB à prefeitura do Recife, Roberto Numeriano, participa ao vivo neste momento da sabatina promovida pelo Portal LeiaJá. O prefeiturável está apresentando suas propostas para a cidade relacionadas às áreas de mobilidade, saúde, educação, entre outras.

 A entrevista está sendo mediada pelo editor do blog Acerto de Contas, Pierre Lucena e conta com a participação da professora da Faculdade de Direito do Recife, Liana Cirne Lins, e o jornalista Eduardo Amorim, correspondente do portal Terra e integrante do grupo Direitos Urbanos – Recife.

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Os interessados em interagir com o postulante já podem enviar perguntas pelo twitter do Portal, através da hashtag #leiaja ou pela rede social do #acertodecontas. 

Acesse por AQUI o link ao vivo do Portal e assista a sabatina. 

Por Ana Carolina Santos

Cumprindo agenda de campanha, na tarde desta quarta-feira (19), Roberto Numeriano (PCB) argumentou os esclarecimentos do socialista, Geraldo Julio sobre as PPPs (Parcerias públicas e privadas). “É um projeto antigo que, na prática, privatiza a compesa. E o povo que paga por isso”, retrucou.

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Numeriano criticou a importância da limpeza circustancial da cidade do Recife, em contraponto aos argumentos do oponente que, se eleito, pretende deixar a cidade pronta para a Copa das Confederações. “A questão é manter a cidade limpa, não só em época de evento. Isso é maquiagem, demagogia”, ressaltou.

O postulante seguiu com os compromissos de agenda, fotografando para o guia eleitoral, conversou com jornalistas e se dirigiu para os demais pontos do bairro de São José realizando panfletagem.

Roberto Numeriano tem 48 anos, começou a militância política no Partido Comunista Brasileiro (PCB), em 1984, é candidato a prefeito do Recife pela Coligação Frente de Esquerda (PCB e PSOL). Ele é formado em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Católica do Recife (UNICAP), tem mestrado e doutorado em ciência política pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é servidor público e professor em cursos de pós-graduação. 

Durante a Ditadura Militar participou dos movimentos de resistência e luta pela redemocratização. Disputou duas vezes a candidatura para prefeito do Recife, essa é a terceira vez que concorre à vaga do Executivo municipal. Concorreu por duas vezes a governador do Estado. 

Seu programa de governo é intitulado “Recife tem dono e o dono é o povo”. 

Confira as propostas de Numeriano.

 

Segurança

- Ampliação do efetivo da Guarda Municipal; 

- Construção de Núcleos de Cidadania (Nuc’s) em áreas com alta frequência de homicídios e tráfico de drogas; 

 

Mobilidade 

- Estímulo e patrocínio do uso de bicicletas, adequando as avenidas para receber o fluxo de usuários; 

- Readequar e reformar paradas de ônibus, para permitir, acesso seguro e confortável aos ônibus, principalmente para deficientes; 

- Analisar e corrigir as falhas do Corredor Leste-Oeste, discutindo, inclusive, a Av. Conde da Boa Vista; 

 

Saúde 

- Atendimento neonatal nas policlínicas, além de ampliação do horário de atendimento; 

- Criação de farmácias populares, em convênio com o Lafepe e outros laboratórios que sejam parceiros; 

- Construção de mais creches e ambulatórios de assistência primária e secundária, com serviço de pronto-atendimento; 

Saneamento, coleta de lixo e meio ambiente

- Ampliação no investimento em saneamento básico, a partir do conceito de saneamento integrado, que consiste nos serviços de saneamento, drenagem, regularização da coleta de lixo e calçamento; 

- Criação de uma lei que permite a coleta seletiva nas casas e apartamentos, com a redução da taxa de IPTU; 

 

Habitação

- Ampliar a política habitacional, priorizando a construção de casas populares sob o conceito de centros integrados, os quais serão dotados de serviços básicos; 

- Desapropriação de áreas e prédios desocupados, nos termos do Plano Diretor da cidade, com o pagamento em títulos públicos aos proprietários;

 

Educação

- Criação de uma central de aproveitamento dos resíduos da construção civil, para a confecção de artefatos de construção para a sua aplicação na construção de casas populares;

- Discussão com o Simpere temas como Carreira do magistério, Qualidade do Ensino e Processo de Avaliação da Aprendizagem; 

- Criação de 20 Centros Integrados de Educação Infantil (zero a cinco anos), com creche, alimentação e escola;

O candidato a prefeito do Recife pelo PCB, Roberto Numeriano, foi proibido de continuar no debate da Rádio Jornal, ocorrido na manhã deste sábado (15), no Sistema Jornal do Commercio. O postulante chegou a participar do primeiro bloco por ter conseguido uma liminar concedida na noite de ontem, pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), mas foi vetado de seguir no debate, devido uma nova decisão da corte eleitoral, que cassou a liminar do candidato, e ele teve que abandonar o estúdio da rádio. 

O departamento jurídico da emissora, na pessoa do advogado André Luiz Tavares, disse que o caso se trata de uma questão de legislação eleitoral. “A lei faculta a convidar todo mundo que quiser, mas é obrigado a convidar o candidato que tenha representação na câmara dos deputados. Então, em respeito aos candidatos que tem representação e aos que também não tem, foi necessário entrar com um mandato de segurança para reestabelecer as regras que foram definidas pela maioria”, explicou Tavares. 

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Roberto Numeriano saiu indignado do estúdio e disse que não foi garantido o direito democrático de expressão e opinião. “Durante o debate conseguiram a cassação e de modo humilhante fui quase expulso da sala. O PCB já teve anteriormente pessoas mortas, assassinadas, desaparecidas e torturadas para garantir a democracia no Brasil. E esse direito tem que ser respeitado, porque diante do povo nossa voz é igual”, disse revoltado alegando que como sua vice Albanisse Pires do PSOL tem representação na câmara, ele deveria poder participar.

A vice-candidata, Albanisse Pires (PSOL) que também compareceu ao debate, falou que o fato será nacionalizado. “Isso é um crime eleitoral, é antidemocrático e ilegal, já que a lei limita a participação”, falou aborrecida.

A lei que faculta a ação realizada pelo sistema de comunicação é a de número 9504/97, artigo 46, que diz: “Independentemente da veiculação de propaganda eleitoral gratuita no horário definido nesta Lei, é facultada a transmissão, por emissora de rádio ou televisão, de debates sobre as eleições majoritária ou proporcional, sendo assegurada a participação de candidatos dos partidos com representação na Câmara dos Deputados, e facultada a dos demais”.

No debate que aconteceu na boate Metrópole, durante a noite desta sexta (14), organizado pela ONG Leões do Norte, alguns candidatos a prefeito do Recife discutiram assuntos relacionados ao grupo LGBT. Todos os candidatos assinaram um documento se comprometendo em criar uma casa de assistência psicológica, jurídica e social que atenda os travestis e prostitutas que sofrem com a violência das ruas.

Roberto Numeriano (PCB) afirmou ser a gerência municipal que atende as demandas do grupo LGBT, sendo necessário mudar alguns conceitos, principalmente relacionado ao mercado de trabalho. “Prezo pela igualdade entre as pessoas a favor da diversidade e contra fascismo e nazismos. Todos precisam ter condição de disputar o mercado de trabalho em condições iguais”, ressaltou o candidato.

Geraldo Julio (PSB) ao ser questionado pelos representantes do grupo LGBT, apresentou sua proposta de criar um centro de referência de combate a homofobia, fortalecendo o Conselho Municipal voltado para o grupo LGBT do Recife. “Pretendo promover a capacitação dos servidores municipais e eliminar o tratamento inadequado, o comportamento da família é muito importante para que as opções sexuais sejam respeitadas”, enfatizou Geraldo Julio.

Sobre a manifestação da ONG Pro Vida que divulgou um anúncios publicitários preconceituosos tratando homossexualidade e prostituição como crimes, igual à pedofilia, Geraldo argumentou: “Foi a um ato de vereadores, não sabia do que ia acontecer, mas eu sou contra a homofobia, não concordo com a propaganda”. Um dia antes da propaganda ser divulgada num jornal de grande circulação, o socialista se reuniu com a ONG, que declarou apoio a sua candidatura.

Mendonça Filho (DEM) deu ênfase aos problemas enfrentados pelo grupo LGBT nas seleções de emprego. “Na Constituição Federal ninguém pode ser discriminado por opção sexual, ou cor, raça. O que houver de espaço de divulgação para combater e ampliar o mercado de trabalho eu farei, pois os gays são talentosos, não só na área cultural, mas em outros setores”, comentou.

De acordo com o democrata, os Direitos Humanos são inegociáveis, não há situação política nem amarras partidárias, se for de interesse público atender os homossexuais, sua gestão irá defender o interesse coletivo.

Humberto Costa (PT) falou sobre os programas implantados por seu partido à nível municipal e nacional. “Estimular que os fornecedores da prefeitura a contratar pessoas que façam parte dos grupos LGBT pode ser uma forma de inclusão. Mas a organização e luta social é o que garante os direitos, não somente prefeito e governador, eu vou dialogar de forma permanente para construir essas políticas com o segmento”, disse Humberto.

Segundo o petista, a atenção apara esse segmento deve ser uma política transversal, perpassando todas as áreas da educação e saúde. “Não quero assumir um compromisso sem ter uma visão global, quero pensar a prefeitura e ouvir a melhor forma de organizar as políticas públicas que atendam as demandas e as necessidades dos homossexuais”, pontuou Humberto.

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