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Após a atitude racista do contador Mateus Abreu Almeida Prado Couto, de 31 anos, contra o entregador Matheus Pires Barbosa, de 19, motoboys cobraram respeito em um buzinaço na manhã deste sábado (8). O grupo realizou o ato em frente ao condomínio de luxo do agressor, localizado em Valinhos, no interior de São Paulo.

O caso ficou conhecido após a repercussão de um vídeo, nessa sexta (7). Contudo, o episódio ocorreu no fim de julho, de acordo com o boletim de ocorrência envolvendo injúria racial, registrado no dia 31. Mesmo na delegacia, o contador continuou com as ofensas e precisou ser afastado em outro ambiente.

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Relembre o caso:

--> Vídeo: homem chama motoboy de lixo e o humilha em serviço

Matheus relatou que o agressor já é conhecido pela categoria por fazer com que os entregadores entreguem a encomenda em sua porta, diferente da maioria dos clientes, que aguardam na portaria do condomínio. Ele revela que a confusão começou quando pontuou sobre a fama de Couto entre os motoboys.

De acordo com o R7, Couto fez ameaças ao entregador e afirmou que conhecia policiais, e teria membros da família no ciclo militar. O pai do acusado foi à delegacia e disse que o filho faz tratamento de esquizofrenia.

Confira

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Após vociferar nas redes sociais e iniciar um boicote contra a Natura, que tinha intenção de protagonizar a campanha de Dia dos Pais com Thammy Miranda, o pastor Silas Malafaia será processado pela Aliança Nacional LGBTI. A instituição vai apresentar queixa-crime por injúria qualificada.

Através do Twitter, o líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo afirmou que a campanha feria os "valores cristãos", pois a empresa de cosméticos estava colocando "uma mulher para fazer papel de homem". A atitude de Malafaia representava um pedido para que seus seguidores não comprassem produtos da marca.

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Em defesa do ator trans e filho de Gretchen, o advogado e coordenador do setor jurídico da Aliança Nacional LGBT, Marcelo Jeronymo Lima Oliveira, respondeu que "Thammy é homem e é pai. Malafaia não pode confundir a sociedade por mero preconceito. Isso vai contra decisões já sacramentadas pelo Supremo Tribunal Federal”.

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Após ser "descoberta" como mulher trans, a major do Exército Renata Gracin foi atacada e fez um desabafo nas redes sociais, onde recebeu apoio. Ela formou-se em 2004, na Infantaria da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), e provocou indignação de militares por não ter dado baixa no cargo após ter mudado de gênero.

Em sua conta no Facebook, Renata, que antes era conhecida como major Seixas, lamentou os insultos e garantiu que seguirá na luta por direitos, e pela pauta LGBTQI+. "O dia que eu sabia que iria chegar, chegou! Estou sendo exposta em grupos de WhatsApp do Brasil todo, o que não me abala. Sou uma lutadora da causa LGBTQI+ e defensora dos direitos humanos. Sou Major do Exército Brasileiro e agora minha luta continua...", publicou.

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Mesmo com a maioria dos comentários em apoio, alguns perfis expuseram opiniões preconceituosas, na tentativa de abalar a militar. "Ridicularizando a FORÇA, seja feliz com sua escolha sem ridicularizar o EB. Bom salário e status é o que te atrai e não a sua luta LGBT", comentou um usuário da rede.

Contudo, tais comentários foram suplantados pela maioria, que defendeu a trajetória de Renata e exaltou a importância da representatividade em todos os espaços. "Você não está só nessa luta, Renata! Ser mulher, tornar-se mulher, é viver fazendo política! Nesse nosso Brasil que nos envergonha mundialmente, ser LGBTQI+, mulher, preto, indígena, pobre, artista...é RESISTÊNCIA. Vamos resistir. Estamos juntas!"; "Não se abale, você é motivo de orgulho pra muita gente", comentaram simpatizantes.

Roberta Close, uma das primeiras transexuais a ficarem famosas na mídia brasileira, falou durante uma live com o produtor musical e pesquisador Rodrigo Faour, sobre os preconceitos que precisou enfrentar quando jovem. Na escola e na própria casa, com sua família, a modelo teve problemas de aceitação e acabou sendo expulsa do colégio onde estudava no Rio de Janeiro.

Close relembrou como sua família teve dificuldades para aceitá-la e como esse processo se repetiu no ambiente escolar. “Meus pais nunca entenderam muito bem o que eu era. Não entendiam minha audácia. Tinha muita briga, e saí de casa muito cedo”. Já na escola, a jovem Roberta foi convidada a se retirar e acabou sendo expulsa. “Tive o azar de cair na mão de uma professora que dizia que eu não me encaixava. Me pediram para deixar a escola, não deixaram eu completar os estudos”.

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Modelo de sucesso na década de 1980, Roberta comentou como sua beleza chamava atenção. Segundo ela, “todos os machões se rendiam” e ela chegou a ter romances com alguns famosos. A beleza também lhe abriu portas de trabalho e Close desfilou para importantes estilistas do Brasil e do mundo, como  Jean-Paul Gaultier e Thierry Mugler, porém, com algumas restrições: “Fui para o mundo inteiro. Mas eu chegava, desfilava e saía. Nada podia ser dito. Nada se falava sobre quem eu era". Hoje, aos 55 anos, Roberta vive na Suíça, longe dos holofotes. 


 

Nesta quinta-feira (11), a Federação Inglesa suspendeu Dele Alli por uma partida e impôs a multa de £ 50 mil, em torno de R$ 315 mil, por um caso envolvendo xenofobia relacionada ao novo coronavírus. A decisão também estipula que o meia do Tottenham tenha que participar de um curso educacional.

Dele Alli publicou um vídeo em seu Snapchat zombando de uma pessoa com características asiáticas e fazendo uma relação com a Covid-19. As imagens feitas em fevereiro quebram o regulamento da federação.

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"O jogador do Tottenham Hotspur FC negou que uma postagem em rede social quebrou a Regra E3(1) da FA, por ser um insulto e/ou impróprio e/ou ter colocado o jogo em descrédito, e constituiu uma 'violação agravada, que é definida na Regra E3(2), por incluir uma referência, expressa ou implícita, à raça e/ou cor e/ou origem étnica e/ou nacionalidade. No entanto, isso foi posteriormente comprovado por uma Comissão Reguladora independente", expressa parte do comunicado emitido pela entidade.

Pelo insulto, o meia está fora do clássico que marca o retorno dos Spurs à Premier League. A partida marcada para a sexta-feira (19), será em casa, contra o Manchester United. O Tottenham assume a 8ª posição da competição, com 41 pontos.

Através do Twitter, o atleta voltou atrás e se mostrou arrependido do episódio de preconceito.  "Em resposta à decisão da FA, eu gostaria de me desculpar novamente por qualquer ofensa causada pelas minhas ações em 6 de fevereiro. Foi uma piada extremamente mal julgada sobre um vírus que agora nos afetou mais do que poderíamos ter imaginado. Eu sou grato que a FA confirmou que minhas ações não foram racistas, porque eu desprezo qualquer tipo de racismo. Nós todos precisamos estar atentos às palavras e às ações que usamos e como elas podem ser percebidas pelos outros", publicou.

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O ator e apresentador do programa ‘Se Joga’ Érico Brás participou de uma live com o apresentador Fábio Porchat, na noite da última terça-feira (26) e falou sobre um episódio de racismo vivenciado por ele no início da carreira.

Érico relembrou o dia em que foi parado pela polícia e revistado porque uma ‘fã’ o confundiu com um assaltante e o acusou de ter roubado a sua bolsa. O apresentador não revelou em que ano exatamente aconteceu o ocorrido, apenas falou que foi logo quando iniciou trabalhando com o Bando de Teatro Olodum, em Salvador.

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Logo após ter finalizado um espetáculo, Érico saiu correndo para o ponto de ônibus, quando foi abordado por duas viaturas. A vítima do assalto que estava dentro do veículo, apontou para ele dizendo que tinha roubado sua bolsa. Depois da revista policial, o ator explicou que tinha acabado de sair do espetáculo no teatro.

“Ah menino, é você que faz aquela peça?” perguntou a mulher. O ator respondeu que sim e interpretou o personagem, fazendo a coreografia, para que a mulher validasse sua informação de que ele era o ator da peça. Após  ter a confirmação da mulher, de que o ator não era o assaltante, os policiais foram embora, mas a essa altura Érico já havia perdido a condução que era a última naquele dia.

Érico fez a relação do sua experiência de racismo com o caso do adolescente João Pedro, assassinado dentro da sua casa no Rio de Janeiro, após uma ação policial. “A arte me salvou. Por um momento eu me vi como um escravo no Mercado Modelo, pulando, provando que eu estava apto pra ser liberto, liberado. Se eu não fosse um artista eu estava f*. E me assustou ainda mais a autoridade da mulher sobre o Estado. Ela comandava o carro da polícia. São coisas absurdas. É como o João Pedro. Mesmo estando em casa você vai tomar um tiro".

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A influenciadora digital Nathy Colcci usou sua conta no Instagram para fazer uma denúncia contra uma loja de roupas, por racismo e homofobia. Na publicação, Nathy conta que procurou a loja para uma parceria, mas a recebeu a explicação de que por ser “negra e lésbica” não poderia representar a marca.

 “Quem me conhece sabe que jamais ia deixar barato as coisas que ela falou, só que pegou no oculto e no profundo. Não tive nem palavras, nem pra xingar. Nunca imaginei que isso fosse acontecer comigo, real mesmo. A verdade é que não estamos imunes a nada disso”, desabafou.

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A jovem compartilhou os prints da conversa com a “Perla Modas Infantil”. Em uma das imagens o perfil da loja fala: “Não achei seu perfil agradável. E também você é negra e lésbica. Não passa uma boa imagem para os meus seguidores”.

Na rede social, muitas pessoas se manifestaram em repúdio a situação. Muitos escreveram mensagens de apoio. A loja não se pronunciou e desativou o perfil da rede social após a repercussão.

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Por meio de um comunicado, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) denunciou atitudes discriminatórias contra os profissionais da Saúde. A categoria repudia a postura e pede reconhecimento pelos esforços no combate ao novo coronavírus.

Além de cumprir plantões sob um alto nível de estresse, os profissionais que compõem a linha de frente contra a Covid-19, e seus familiares, estão sofrendo preconceito fora das unidades de saúde. O sindicato não detalhou as atitudes, mas garantiu que "demonstram um total desrespeito aos profissionais de saúde".

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"Aplausos em janelas e demonstração de respeito em redes sociais são muito importantes, motivam, e devem ser estendidos ao dia a dia, apoiando - de fato - quem tanto está lutando pela vida de todos. É importante que todas as pessoas que nos aplaudem possam se solidarizar com nossa indignação e coibir em seus ambientes residenciais e de convívio social toda e qualquer atitude discriminatória", afirma um trecho da nota.

O Simepe ainda reforça que os casos serão encaminhados para a Defensoria Médica. A ala jurídica da entidade ficará responsável por adotar as medidas cabíveis.

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No último domingo (12), Thelma Assis foi bastante criticada na internet por ter votado no ator Babu Santana para enfrentar o paredão no Big Brother Brasil. Vítima de comentários racistas desde que entrou no reality Show, Thelminha voltou a ser bombardeada nessa segunda-feira (13). No Facebook, a vice-presidente da escola de samba Mangueira chamou a médica de 'mucama safada'.

Guanayara Firmino escreveu: "Thelma safada. Mucama fdp (filha da put*)". Mas não parou por aí. Em uma outra postagem na mesma rede social, ela afirmou que a sua opinião divulgada não tem relação com a sua função na Mangueira. Recebendo críticas, ela resolveu apagar as postagens. 

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Segundo informações do jornal carioca Extra, Guanayara Firmino emitiu um comunicado se desculpando sobre a polêmica. "A postagem feita, no calor da emoção após a votação, retrata minha indignação pelo preconceito estrutural do País que faz com que alguém tenha o apelido de 'Babu', de babuíno, porque quando criança era chamado assim, e que faz com que os negros não se protejam e se cuidem quando são alvejados por atitudes preconceituosas como tem acontecido no programa", disse.

"Quero deixar bem claro que a minha postura veio da indignação que sinto contra preconceitos de qualquer natureza e que a minha postagem foi assinada em meu perfil pessoal, inclusive fechada para meus amigos, não representando qualquer opinião/posicionamento da Estação Primeira de Mangueira ou como membro da diretoria da escola", finaliza ela na nota.

Durante pronunciamento na Câmara Municipal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, na terça-feira (7), o vereador delegado Wellington de Oliveira (PSDB) disse que "mulher sem fazer sobrancelha, fazer unha, fazer cabelo, não tem marido nesse mundo que vai aguentar", ao defender a abertura dos estabelecimentos do comércio, entre eles, os salões de beleza.

No fim da sessão que discutia a flexibilização das regras de isolamento, o parlamentar argumentou que todos os serviços são essenciais e que precisa haver a abertura com estabelecimento de regras. "Salão de cabeleireiro é importante. Então tem que ir, fazer lá, tratar da autoestima", disse.

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Na sua fala, o vereador também defendeu a abertura das igrejas: "Se a pessoa quiser matar a mulher, matar os filhos, ele bate na igreja e a igreja está fechada, ele fala assim 'é um aviso de Deus pra eu voltar lá e matar'."

O pronunciamento do político gerou críticas e uma nota de repúdio da Associação Brasileira de Mulheres de Carreiras Jurídicas. Segundo o grupo, o vereador usou falas machistas e preconceituosas para defender o relaxamento nas regras de isolamento social. "Os comentários absurdos e desrespeitosos feitos pelo vereador, que tem formação jurídica e é delegado de polícia, devem ser expressamente repreendidos pela Casa de leis, inclusive com abertura de processo administrativo disciplinar", diz a nota.

Após a repercussão, o delegado Wellington emitiu uma nota de esclarecimento em que disse manter compromisso na luta pelos direitos da mulher e no combate ao feminicídio e à violência doméstica. "(...) minha fala foi interpretada como machismo, ao invés de somente exaltar a mulher, as profissionais da área estética e a importância da autoestima feminina", escreveu. O vereador disse que vai pedir a retirada da fala da ata da sessão.

O discurso do delegado pode ser conferido abaixo na marca de 1h13m20s.

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Depois que a empresária, identificada como Lorena Vieira, denunciar um episódio de racismo sofrido em uma agência do Banco Itaú, no Rio de Janeiro. O ator José de Abreu publicou em seu perfil no Twitter que está encerrando a sua conta no banco por conta do episódio que caracteriza como 'inaceitável'.

“Acabo de enviar para a gerente de minha conta no Itaú Personnalité: ‘Em função da postura racista do Banco, quero encerrar minha conta. Estou baixando todas as minhas aplicações e não sei como faço com a previdência que não posso mexer. Pode me ajudar?”, publicou o ator. 

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Até o início da noite desta sexta-feira (31), a #ItauRacista ficou entre os assuntos mais comentados do Twitter, com o engajamento de vários artistas e anônimos que pedem para “cancelar” o banco por conta do caso denunciado pela empresária. 

A deputada federal Talíria Petrone (PSOL) postou, também em sua conta do Twitter, que "Lorena foi mais um vítima do racismo institucional, dessa vez pelo Itaú. Aqui na Câmara, a bancada negra progressista apresentou o projeto de lei 5885/19, para coibir essas e outras práticas. Esperamos que seja aprovado e inspire o fim do racismo em qualquer serviço".

O Itaú se posicionou sobre o episódio

O Itaú Unibanco lamenta profundamente os transtornos causados a Lorenna Vieira. O banco esclarece que a verificação de documentos é obrigatória nos casos em que o cliente não tenha em mãos o cartão do banco ou não faça uso de biometria para realizar saques. O objetivo do procedimento é garantir a segurança dos próprios clientes, e não tem qualquer relação com questões de raça ou gênero. 

Infelizmente, pessoas tentam aplicar diariamente golpes usando documentos falsos em agências do banco. Em razão desse procedimento, o Itaú Unibanco conseguiu evitar inúmeras fraudes dessa natureza contra seus clientes. O banco reitera o pedido de desculpas a Lorenna pelo incômodo que a abordagem causou a ela e segue à disposição para mais esclarecimentos

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O Pará é um diversificado culturalmente. Além de Belém ser considerada a cidade internacional da gastronomia, a música paraense também faz sucesso no mundo inteiro, principalmente Dona Onete e Pinduca. Porém, os artistas LGBT locais continuam sendo deixados de lado. 

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Antônio de Oliveira, 26 anos, se assumiu gay aos 21 e foi entendendo a opressão que sofria da família e da sociedade. Começou a carreira como músico há cinco anos, quando viu que, em Belém, não tinha nenhum artista da idade dele que fosse assumidamente gay. Atualmente, ele está num grupo com vários cantores e artistas LGBT da cidade. Para o cantor, a realidade está mudando. Pouco, mas está. 

"Nesse tempo de armário, que foi muito difícil, a minha felicidade e salvação era a música. A música estava sempre comigo e na minha família. No videoclipe da minha primeira canção, eu já apareço beijando um cara. Não quis esconder nada", afirmou. O lema do cantor é: eu vou ser o que sou, não importa o que aconteça. 

O artista, quando entrou no mundo da música, queria representatividade. Sentia que nunca tinha escutado uma música que falasse que ser gay era ok. Lutar pela militância gay foi o primeiro objetivo dele como cantor, mas agora Antônio quer muito mais. "Com essa luta, eu ganhei consciência e força. Hoje, meu objetivo principal é ver mais artistas se unindo. Eu quero união, eu quero que a gente possa fazer uma revolução de verdade na vida das pessoas. Que além de fazer música, a gente possa ensinar e auxiliar a sociedade. Quero ver mais artistas tendo essa consciência, esses atos políticos. Vamos defender nossas bandeiras, falar, argumentar, nos shows, nas músicas, sobre as injustiças da sociedade. A gente não pode mais só dar close", incentivou. 

"É importante a gente conversar, usar a música como instrumento de resistência, poder falar sobre lutas, sobre opressão, dar oportunidade para os outros. Eu me sinto muito feliz por poder levantar essa bandeira e outras. Além de ser cantor, sou um ativista político. A gente já deu pequenos passos, mas ainda tem muita coisa a ser feita. Temos que lidar com o preconceito com educação, falando, conversando, tentando entender o outro e fazendo o outro entender a nossa luta para que a pessoa ganhe um pouco de consciência. O preconceito deve ser lidado com afeto, mas, lógico, mantendo a nossa sanidade mental, porque não somos de ferro", explicou Antônio. 

De acordo com Antônio, a sociedade precisa combater o machismo e falar mais sobre isso, entrar nas escolas, entrar nos movimentos sociais e entender que a justiça é para todos. "Temos que trabalhar a militância e lutar por uma democracia realmente justa. A gente vê crianças sem o mínimo de estrutura educacional, estrutura física, saúde, alimentação. Como é que a gente vai querer que essa criança se eduque, sendo que ela não tem um pão, um café da manhã, um almoço? A gente tem que tirar umas mazelas sociais primeiro, eliminar a pobreza extrema, para poder conversar sobre os preconceitos. Precisamos fazer muita coisa ainda, por isso que a gente tem que usar a música como instrumento de resistência. Não dá para estar só nos palcos, a gente tem que estar nas ruas, nas escolas, nas universidades", concluiu o músico.

Sem rótulos

O cantor Flor de Mururé, 19 anos, homem trans não-binário, se assumiu como homem trans após se identificar com alguém falando sobre identidade de gênero. Mas, dentro da escola e observando os colegas, ele não conseguia se ver nem como homem nem como mulher. Isso foi um confronto muito chocante para ele, por não saber o que era aquilo. Até que Flor não se preocupou mais e passou a usar a roupa e o cabelo que quisesse, sem se importar com gêneros, com o que as pessoas iriam falar e se o chamariam no feminino ou no masculino. Ele deixou os rótulos de lado e começou a se identificar como Flor de Mururé, seu nome artístico. 

Com violão e outros instrumentos acessíveis, Flor de Mururé tenta fazer com que pessoas trans se empoderem e se confortem ouvindo as letras escritas por ele. As músicas mostram também um pouco da realidade, da dor e do sofrimento da comunidade trans. "Pessoas trans muitas vezes não têm psicológico para estar em ambientes que são dominados por pessoas cis (cisgênero, o contrário de trans). Eu mesmo não tive. Faço o que amo e não quero deixar isso de lado. Quero dar outras chances e outras referências a pessoas trans, para mostrar que elas têm outras possibilidades para crescer", disse. 

Flor acredita que, na luta contra a intolerância, seja de suma importância uma união entre a comunidade LGBT, porque dentro da própria comunidade também existe preconceito. "Eu vejo muito gay transfóbico, gay machista, trans machista, lésbica transfóbica... É complicado. Isso só vai melhorar quando a gente se unir. As pessoas têm que estudar sobre o que é ser LGBT e estar ciente da luta delas e do meio marginalizado no qual estamos inseridos. Tem que haver essa consciência", esclareceu o cantor. 

Por Ana Luiza Imbelloni.

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O ano era 1969; 28 de junho. Os LGBTs de Nova Iorque, cansados de serem maltratados frequentemente pela polícia local, se uniram para resistir aos ataques. O conflito resultou na famosa Rebelião de Stonewall, principal símbolo de luta da comunidade, por ter sido a primeira vez que uma grande parte dos LGBTs enfrentou os opressores. O ato deu origem aos movimentos de celebração do orgulho LGBT e da batalha pelo respeito e dignidade.

A Parada LGBTI de Belém, que há 18 anos celebra o orgulho da comunidade e fortalece a luta na busca por direitos, teve como tema, em 2019, empregabilidade. O evento é organizado anualmente pelo Grupo Homossexual do Pará (GHP) e faz parte da cultura da comunidade.

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Segundo pesquisa recente feita pelo grupo Santo Caos, 41% dos LGBTs brasileiros afirmam que já sofreram discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho; 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBTs para cargos de chefia; 61% dos funcionários LGBTs no Brasil escondem a sexualidade para os colegas de trabalho; e 90% de trans (transexuais ou transgêneros) e travestis se prostituem por não conseguirem emprego.

“O tema da parada de 2019 é pertinente porque a nossa população é precária de serviço formal. Muitos de nós estamos no mercado informal, como na prostituição ou no empreendedorismo individual. Nós queremos a garantia dos nossos direitos e a inserção da comunidade no mercado de trabalho para termos acesso ao benefício em toda a sua legalidade”, informou Danilo Barbosa, um dos organizadores.

Eduardo Benigno, também da organização, explicou que a parada impulsiona as principais políticas públicas de proteção e promoção da comunidade, pois foi dessa forma que os LGBTs conquistaram seus direitos nas esferas estadual e nacional. “Esta é a primeira parada com o reconhecimento da LGBTfobia pelo Supremo Tribunal Federal (STF), então para nós tem um significado muito maior estar aqui hoje”, comemorou.

Para Isabella Santorinne, militante trans, a discriminação nas empresas em relação à empregabilidade é muito grande, principalmente para as pessoas trans. “Eu consegui adentrar o mercado formal, mas depois de dez anos tentando. É importante mostrar para as empresas que nós também somos qualificados para exercer qualquer função que seja atribuída a nós”, afirmou.

“A parada é uma manifestação política que representa a nossa resistência diária. É o momento em que a gente consegue reunir várias pessoas LGBTs que geralmente não estão em outros espaços. Se fazer presente aqui hoje é dizer que a gente não vai ter medo de ser quem a gente é, que a gente não vai ter medo de amar quem a gente ama e que nós vamos continuar sendo resistência como sempre fomos”, assegurou Rafael Carmo, trans.

Apesar do clima de comemoração, a escolha do padrinho da parada, vereador Mauro Freitas, do Partido Social Democrata Cristão (PSDC), deixou muitos membros da comunidade LGBT indignados. Um deles foi o estudante de jornalismo Marcos Melo, que gravou o vídeo “Cinco motivos para Mauro Freitas não ser padrinho da Parada LGBTI de Belém”, explicando que as atitudes do político são conservadoras, preconceituosas e não condizem com o que se espera de alguém que apoia a luta dos LGBTIs. “Se a gente traz esse discurso para dentro do nosso movimento, a gente acaba colocando uma bomba-relógio dentro de nós mesmos, e isso a gente não pode aceitar”, orientou o ativista.

Por Ana Luiza Imbelloni.

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“Se as pessoas soubessem o que a gente passa todo dia, quando saímos de casa sem saber se vamos voltar, pois a qualquer momento corremos risco de encontrar um LGBTfóbico que tire nossa vida por conta do que somos, talvez elas se tornem mais empáticas.” O depoimento de Gleyson Oliveira, presidente da ONG Olivia (Organização da Livre Identidade e Orientação Sexual do Pará), traduz uma realidade: o Brasil é o país que mais mata LGBTs.

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Segundo dados do Grupo Gay da Bahia (GGB), a cada 20 horas uma pessoa morre vítima da LGBTfobia. Em 2018, foram registradas 420 mortes, sendo 320 homicídios e 100 suicídios. São números um pouco menores se comparados aos de 2017, quando 445 mortes foram catalogadas, número recorde nos 39 anos de trabalho do GGB. 

“A LGBTfobia será combatida quando a sociedade perceber que nós somos apenas humanos que querem amar. É bem melhor amar do que matar e odiar, que é exatamente o que fazem com a gente. O nosso recado é: parem de nos matar. A gente precisa viver, a gente quer viver e por isso nós estamos aí para lutar”, afirma Gleyson. 

Letiery Cheval, do Comitê Estadual de Segurança Pública e Combate a LGBTfobia, informou que este ano, no Pará, o número de mortes LGBTs está em 28 pessoas. Porém, existe a possibilidade de o número ser maior, pois o acesso aos outros municípios é ruim e fica difícil conseguir informações. “A maioria dos assassinatos dos homossexuais é dentro de casa, e dos trans e travestis é nas ruas”, informa Cheval. 

“A comunidade LGBT, atualmente, vem se organizando e se fortalecendo. Aqui no Pará existem diversas instituições já constituídas que lutam pelos direitos da população LGBT em todo o território do Estado. São espaços que foram criados para discutir a questão de políticas públicas. A gente vê um grande avanço da própria população se inserindo e procurando discutir as problemáticas existentes sobre esse tema. No entanto, a desunião da comunidade continua sendo uma grande dificuldade”, comenta Eduarda Lacerda, representante do Grupo de Homossexuais do Pará (GHP). 

De acordo com Eduarda, a comunidade avançou bastante em relação aos direitos, como a adoção de crianças por casais LGBTs, o casamento de pessoas do mesmo sexo e agora a criminalização da LGBTfobia dentro da lei do racismo, mas não é apenas isso que os LGBTs precisam. “A garantia da inclusão dessas pessoas nas escolas e nas universidades, o acesso integral dos LGBTs no Sistema Único de Saúde (SUS) e, principalmente, a valorização da vida enquanto pessoa LGBT também são direitos essenciais”, defende. 

A ONG Olivia foi criada em 2014 com a intenção de acolher e cuidar dos LGBTs psicologicamente afetados e em processo de aceitação da sua orientação sexual e identidade de gênero. “Nós atendemos pessoas que procuram atendimento psicológico porque sabemos que a comunidade é agredida verbalmente e fisicamente o tempo inteiro, além do alto índice de suicídio entre os LGBTs. Eles precisam de uma fortaleza e de um cuidado maior. A gente sabe também que o atendimento psicológico não é acessível para todos”, explicou Gleyson Oliveira. A ONG tem cinco psicólogos e todos são LGBTs que fazem o trabalho de forma voluntária. Para agendar a sua consulta, basta ligar para a sede: 3201-7285.

Conquistas e preconceito

“É muito complexo falar sobre a situação atual da comunidade LGBT no Brasil, porque a gente já tem muitas vitórias, mas o preconceito ainda é grande, causado também por essas nossas vitórias. Em 2019 a gente conseguiu criminalizar a LGBTfobia e mostrar que esse crime não deve ser aceito, mas a gente ainda enfrenta muitos discursos de ódio e ainda encontra casos de LGBTfobia em lugares onde isso não deveria acontecer, como por exemplo nas escolas”, alegou Marcos Melo, integrante da ONG Olivia.

Segundo Marcos, a comunidade já obteve muitas conquistas por meio de ações e luta. Uma parte da sociedade conservadora, no entanto, afirma, resiste. “Isso acaba se tornando uma eterna guerra, principalmente com o cenário atual de um governo que nos ataca diretamente, corta os nossos direitos e põe as nossas vidas em risco. O governo atual legitima a violência contra a população LGBT, normalizando e banalizando os ataques. De um lado a gente enxerga os nossos avanços e conquistas, mas do outro a gente fica muito preocupado com um governo que traz de volta diversos retrocessos”, destaca.

Marcos afirma que a próxima e maior conquista da população LGBT é a educação inclusiva e respeitosa que discute identidade de gênero e orientação sexual com jovens e adolescentes, pois isso vai evitar que as pessoas cresçam frustradas e violentas. Em vez de prender quem cometeu um crime, observa, é importante educar aquela pessoa para que ela não cometa esse crime.

“Sempre que eu vejo um ato de LGBTfobia, tento entender o que leva uma pessoa a fazer isso e eu vejo uma vida cheia de traumas, uma vida sem muita informação, uma criação que talvez não tenha feito com que aquela pessoa refletisse. Eu espero que essas pessoas parem de enxergar o mundo a partir do olhar delas apenas. Elas precisam enxergar o mundo com um olhar diverso. Nós não pensamos igual, nós não agimos igual e nós nem queremos agir assim”, disse Marcos.

Algumas ideias de ações para o governo, propostas por Luiz Mott, fundador do GGB, para diminuir as estatísticas de violência e discriminação contra LGBTs, são: educação sexual e de gênero para ensinar a população sobre direitos humanos e cidadania dos LGBTs; aprovação de leis afirmativas que garantem a cidadania plena da população LGBT; políticas públicas na área de saúde, direitos humanos e educação que proporcionem igualdade cidadã à comunidade; e exigir que a polícia e a justiça investiguem e punam com toda severidade os crimes LGBTfóbicos. Dois mecanismos de denúncia contra a LGBTfobia são o 181, estadual, e o 100, nacional.

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Léo Abreu, que é secretário de Cultura da cidade de Eusébio no Ceará, foi exonerado do cargo após a pasta ter apoiado a apresentação de um espetáculo circense que teve uma cena de beijo gay. Como justificativa para a demissão do servidor, o prefeito Acilon Gonçalves (PR) disse que "Deturpações graves aconteceram, ferindo a ética, os princípios religiosos e a moral. Nós não podemos compactuar jamais com coisas deste tipo". 

A encenação do "Erotic Circus Show" aconteceu na madrugada deste último domingo (19), dentro da programação da 20ª Convenção Brasileira de Malabares e Circo - que acontece desde o último dia 12 de janeiro e acabou justamente no domingo com o beijo gay em cena. A encenação era voltada para maiores de 18 anos e aconteceu em um espaço fechado.

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Ao O Povo, Acilon Gonçalves afirma que a partir de agora assumirá o "controle total e irrestrito de todos os eventos de qualquer secretaria que envolva a presença de público, como também qualquer utilização de equipamentos para fins públicos ou privados". 

Iza costuma encantar os fãs com sua voz poderosa e performances deslumbrantes no palco. No último domingo (12), no entanto, a cantora, uma das mais badaladas da atualidade no país, encantou ao discursar sobre preconceito racial durante sua participação no Domingão do Faustão. Ela falou sobre o tema e sobre a importância da representatividade na mídia. 

Participando do quadro Arquivo Confidencial, Iza comentou passagens da sua vida e carreira. Quando questionada sobre os caminhos que a levaram até o sucesso, a cantora tocou em um ponto importante e falou sobre racismo. Ela revelou que, apesar de estar em um momento de destaque, não está isenta de sofrer com preconceito. "Hoje considero que estou numa posição muito privilegiada. Por conta da minha profissão, as questões de preconceito ficam veladas, mas não somem. Elas (as pessoas) têm aquele receio de se expressar como gostariam. Tudo isso não significa que o racismo acabou, estamos caminhando".

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Iza também relembrou como se sentia, durante a infância, ao não encontrar alguém parecido com ela na televisão e na música e disse do orgulho de poder estar nesses lugares atualmente além de também encontrar outros negros e negras em igual posição. "A gente precisa se ver nos lugares para estar onde a gente quer estar". A fala da cantora foi muito aplaudida e também compartilhada na internet.

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Ladan Manteghi lembra de esconder sua identidade quando chegou criança aos EUA vinda de um país que "ninguém sabia apontar no mapa": o Irã. A tomada de reféns na embaixada americana em Teerã mudou seus dias em Michigan. "Foi difícil", conta Ladan, que diz viver um déjà vu com a atual tensão entre americanos e iranianos.

Com 11 anos, ela trocou o arroz e a comida iraniana que levava na merenda por sanduíches com pasta de amendoim e entrou no time de basquete para parecer um pouco mais americana. "Os americanos amarraram fitas amarelas em volta das árvores para simbolizar a libertação dos reféns. Na minha escola, eu conduzi a cerimônia. Era uma maneira de mostrar que eu pertencia ao grupo e também tinha raiva dos sequestradores."

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Mas há um gesto que Ladan se recusou a fazer: dizer que era persa, para escapar da definição "iraniana". "Muitos fizeram. Eu não, porque parecia que estava me escondendo. Mas isso fez com que outras crianças e até alguns professores me apelidassem de 'cabeça de toalha' ou me dissessem para voltar ao lugar de onde eu vim."

Hoje, conselheira da Universidade Georgetown, em Washington, ela é parte do Conselho Nacional Iraniano-Americano (NIAC). Como ela, vivem nos EUA entre 500 mil e 1 milhão de descendentes de iranianos, a maioria veio após a Revolução Islâmica, de 1979. A maior concentração está em Los Angeles, nas imediações do Westwood Boulevard e da Wilkins Avenue, região conhecida por Little Persia.

"Passamos por esse clima antes, de risco de ações imprevisíveis dos dois lados. É perturbador", afirma Ladan. Desde a década de 80, as coisas melhoraram para os iranianos. As novas gerações foram assimiladas e já são parte do setor privado, público e do Exército. "Não precisamos nos esconder mais. Mesmo assim, nos sentimos visados quando nos param na fronteira. Como comunidade, não podemos ser transformados em vilões."

Na semana passada, quase 200 pessoas tiveram o processo de entrada nos EUA retardado por autoridades americanas entre o Canadá e o Estado de Washington, na costa oeste. De acordo com o NIAC, 60 iraniano-americanos foram detidos para perguntas. Os procedimentos de imigração e questionários fizeram com que famílias e crianças ficassem até 10 horas presas na fronteira.Ladan chora ao falar da queda do avião ucraniano no Irã, na qual 176 pessoas morreram. Um cunhado dela perdeu dois primos no voo. "Você pode imaginar como é perder um filho e um marido? Ser a única sobrevivente de uma família? Isso tem de parar. Nós somos pessoas reais. Com perdas reais."

Preconceito

Mesmo antes do ataque que matou o general iraniano Qassim Suleimani, na quinta-feira, a vida dos iranianos nos EUA já não era fácil. David Shams, que nasceu no Estado de Kentucky, produz um podcast com histórias de preconceito enfrentado por amigos. Shams é filho de mãe americana e pai iraniano. "Ver essa situação chegar mais longe do que imaginávamos aumentou o nível de ansiedade. A situação antes da morte do Suleimani e dos mísseis já não era boa", disse.

Durante a semana do disparo de mísseis do Irã contra bases utilizadas pelos EUA no Iraque, Shams limitou suas interações sociais, o máximo possível, a amigos iranianos. "Os americanos são ou contra o presidente ou a favor. E, se você é contra, você é contra a guerra e está automaticamente do outro lado. Mas há mais nuances nisso. Um amigo me escreveu dizendo que é a primeira vez que ele sente medo de que parte da família viva em um lugar em guerra. Não acho que os americanos entendam o que isso significa."

Às 12h15 de uma segunda-feira em que a capa do New York Times destacava o descumprimento do Irã de partes do acordo nuclear, a preocupação no bairro de Chelsea, em Nova York, era outra. Seis pessoas aguardavam na fila que crescia em busca de sopa e da comida condimentada do popular restaurante Taste of Persia NYC. Escondido numa pizzaria, serve a comida de US$ 6 em recipientes descartáveis.

Saeed Pourkay é chef, dono e único funcionário do Taste of Persia NYC, que já teve seu nome estampado nos principais jornais e revistas de Nova York. Ele saiu de Teerã há 42 anos para estudar nos EUA, onde a irmã morava. Trabalhou em uma gráfica na mesma rua, até decidir "buscar a felicidade", que diz encontrar nos panelões altos que ficam encostados na vidraça com vista para a 18th Street.

Em plena crise diplomática entre EUA e Irã, Saeed pede para não falarmos "de política". "Como eu vou falar sobre isso? Não posso criticar. Eu vivo aqui e gosto de viver aqui, mas eu também gosto da minha terra", diz Saeed, enquanto atende, coloca cebola frita, embala, cobra e dá o troco para a fila a sua frente.

Às 13h22, os seis panelões já estão vazios e o sétimo, de arroz, está quase no fim. Saeed vai para cozinha buscar reposição. Até fechar as portas, seguirá repetindo para os clientes que chegam sem dinheiro vivo para pagar o almoço: "Coma e volte outro dia para pagar. Eu estarei aqui pelas próximas três semanas", afirmou, explicando que terá de se mudar do local em que está por causa do alto preço do aluguel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um garotinho de apenas 10 anos de idade está dando aulas de perseverança e quebra de preconceitos no Instagram. Miguel Labajo, de Vilhena (RO), é apaixonado por balé clássico e, em seu perfil, compartilha um pouco da sua paixão provando que a dança é permitida a todos, independente de gênero. O conteúdo é monitorado de perto pela mãe do menino, Angélica Labajo. 

Com quase três mil seguidores, Miguel esbanja espontaneidade e 'fofura' em suas postagens. Elas mostram o menino em suas aulas de dança e, também, trazem mensagens de motivação nas legendas. Em entrevista ao UOL, a mãe do garoto - que estuda balé há três anos -, contou como ele conseguiu convencer a família a matriculá-lo nas aulas: "Para mim, ele disse que gostava muito da dança. Para meu marido, ele brincou que ficaria no meio das gatinhas", contou Angélica. 

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O preconceito, no entanto, foi uma constante no início da aventura, mas o pequeno conseguiu driblar as dificuldades para viver o seu sonho de dançar. A mãe conta que até comprar roupas para o pequeno frequentar as aulas foi difícil e que ele precisou lidar com o olhar torto dos amigos na escola: "Ele conseguiu conquistar respeito ao mostrar para os colegas as piruetas e outros movimentos que ele conseguia fazer por causa do balé. Ele falava: 'você está dizendo isso mas olha o que sei fazer'". 

Hoje, Miguel coleciona elogios nas postagens de seu Instagram que mostram seu dia a dia de bailarino. Tudo é monitorado de perto pela mãe e pela irmã, Jéssica. Quando perguntado sobre o que mais lhe encanta no balé, o menino - que pretende ser cientista quando crescer -, responde: "Não sei dizer o que gosto mais de fazer, acho tudo muito legal". 

 

Depois de recusar pegar um papel de avaliação das mãos da professora Isabel Cristina Ferreira dos Reis por ela ser negra, o estudante da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Danilo Araújo de Góis, quase teve o seu quarto da residência universitária invadido por um outro aluno que mora no local, situado na cidade de São Félix, no Recôncavo baiano.

Ele chegou a ser ameaçado de morte pelo jovem que tentou entrar em seu cômodo. No vídeo, é possível ver o agressor afirmando: "Vamos ver com quantos paus se mata um racista". 

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O vídeo que está circulando na internet mostra o exato momento em que um jovem negro, que não foi identificado, aparentemente ofendido pela atitude racista do Danilo com a professora, pega um pedaço de pau e, tentando arrombar a porta do quarto do acusado, comenta: "Você não é contra viado? Negro? Você não é macho?". Araújo está com a porta do quarto fechada e não esboça nenhuma reação. Ao Correio, Gabriel Ávila, vice diretor do Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) confirma que depois do ato racista na UFRB Danilo foi oficialmente desligado da residência universitária. 

Antes desse episódio, Danilo Araújo já havia sido transferido de quarto por se negar a dividir o espaço com um estudante homossexual. Por conta do ato contra a professora na última segunda-feira (9), o aluno vai ser investigado pela instituição e pela Polícia Civil.

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A professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), Isabel Cristina Ferreira dos Reis, denunciou o estudante do curso de Ciências Sociais, Danilo Araújo de Góis, por racismo. O crime aconteceu nesta última segunda-feira (9), dentro do campus da instituição e foi gravado por outros estudantes que estavam dentro da sala de aula. 

A Polícia Civil confirmou ao G1 que Danilo esteve na Delegacia de Cachoeira e relatou que foi vítima de preconceito porque os alunos não deixaram que ele se explicasse e o chamaram de racista. O jovem registrou um boletim de ocorrência e foi liberado. 

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Acusado de racismo, Danilo Góis havia se recusado a receber a prova das mãos da professora porque ela é negra. Vídeos que circulam nas redes mostram esse momento e a chegada da coordenadora do curso que pede para Danilo se retirar da sala de aula. Em nota divulgada, a UFRB repudiou veementemente as atitudes do estudante. 

"A instituição já criou uma comissão para apurar as denúncias encaminhadas por estudantes e professores do Centro de Artes, Humanidade e Letras (CAHL). Como instituição de ensino superior comprometida com os valores democráticos, o respeito à diversidade e implicada com os territórios de identidade em que está presente, a UFRB rechaça todo e qualquer ato de racismo, sexismo, LGBTfobia, intolerância e/ou violência, seja no âmbito acadêmico ou no cotidiano em geral", pontua a UFRB.

Confira os vídeos

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