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Ney Messias Júnior, conhecido no Pará por sua história como comunicador, agora traz na marca “Seu Neyzinho”, na redes sociais, o tema do envelhecimento. Em vídeos, ele fala sobre o preconceito contra pessoas idosas, longevidade e estilo de vida.

Profissional de educação física e gerontologia, ciência que estuda o processo de envelhecimento, Ney tem provocado debates na internet. Em seu vídeo mais visto e compartilhado, com 36 mil visualizações no Facebook e quase mil compartilhamentos, ele fala sobre o preconceito dos planos de saúde com a pessoa idosa. 

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De acordo com Ney Messias, um jovem sem hábitos saudáveis tem mais chances de adoecer do que um jovem idoso que se alimenta bem, faz atividades físicas, dorme bem e gerencia seu estresse, porém quem paga mais caro pelo plano de saúde é o idoso. "Nesse caso, além do preconceito, os hospitais acabam ganhando muito dinheiro em cima de idosos saudáveis", afirmou.

Frases como "Ele está gagá", "Lugar de velho é dentro de casa" e "Mas com essa idade?" reforçam o preconceito contra pessoas idosas, Ney explica em outro vídeo. Envelhecer no Brasil é como se fosse um fracasso pessoal, diz. "Na nossa cultura social, a pessoa idosa está relacionada apenas a infantilidade, debilidade, aposentadoria e gastos desnecessários."

Segundo Ney, o idoso é um ser invisível na sociedade. "Quando a gente enxerga uma pessoa idosa na nossa frente, a primeira coisa que a gente faz é tentar não enxergá-la, negá-la. Sabe por quê? Porque a gente está negando o nosso próprio processo de envelhecimento. Parece que a gente não quer chegar lá nunca. Mas envelhecer é o nosso melhor destino", ele conclui.

Ney estreou seu canal no Youtube este mês, e o número de seguidores no Facebook e Instagram não para de crescer desde que ele passou a abordar os temas de envelhecimento ativo. Hoje, com quase 13 mil seguidores no Instagram, ele está sendo seguido por influenciadoras nacionais como Cris Guerra (@eucrisguerra) e Silvia Ruiz (@SilviaRuizManga).  

Serviço

Assista aos vídeos aqui e aqui.

Por Ana Luiza Imbelloni.

A cantora Tainá Galvão, irmã de Fiuk, tem acompanhado de perto a participação do irmão no Big Brother Brasil. No Instagram, ela tem feito comentários sobre o programa e análises sobre os confinados. Na última quinta (28), ela acabou se envolvendo em uma polêmica ao reclamar da exclusão do irmão do Grupo VIP, formado pelo líder Nego D, o que ela classificou como “preconceito”.

Ao vencer a prova do líder, Nego Di escolheu alguns participantes para integrarem o grupo VIP. Ele reuniu todos os brothers e sisters negros no grupo com uma única exceção, Vih Tube. Tainá se incomodou com a decisão do líder e reclamou. “Ó, que piedade pras minas. Chama o Felipe [Fiuk]. Ó, depois fala que não tem preconceito, gente", disse em um vídeo. A cantora ainda escreveu: "Mas 'só vale de um lado', né”.

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O posicionamento de Tainá gerou muitas críticas. Ela acabou apagando o vídeo após a repercussão negativa. 

O Dia Mundial da Religião é comemorado nesta quinta-feira (21). No Brasil, a data também celebra o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, que foi instituído em 2007 pela Lei n° 11.635/2007, em homenagem a Iyalorixá dos Santos, também conhecida como Mãe Gilda, vítima de preconceito religioso.

Mãe Gilda foi uma ativista social que participou de inúmeros movimentos para melhorar o bairro Nova Brasília de Itapuã, em Salvador (BA). Por pertencer ao candomblé, ela recebeu diversos ataques, como agressões físicas e verbais, de devotos da Assembleia de Deus. Mãe Gilda morreu em 21 de janeiro de 2000, com a saúde fragilizada pelos acontecimentos.

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O ocorrido com Mãe Gilda ilustra a intolerância religiosa, preconceito ainda presente nos dias de hoje. A psicóloga e bacharel em direito Doné Conceição d'Lissá, de Duque de Caxias (RJ), da religião candomblé Djeje Mahim, relata que, nos últimos dez anos o templo religioso que lidera foi alvo de ataques. "Foram vários incêndios provocados e três carros incendiados. Fomos alvos de tiros, e, no último ataque, ficamos um ano inteiro sem poder funcionar, porque foi tudo destruído", lembra.

Apesar de o Ministério Público e a Delegacia Local agirem diante do ocorrido, não foi possível identificar os autores dos crimes. "Acredita-se que a motivação foi devido à intolerância religiosa, que eu chamo de racismo religioso, pois se não tivéssemos professando em uma religião de negros, muito provavelmente não teríamos tanta animosidade", declara Doné.

De acordo com a Legislação Brasileira, o preconceito religioso tem crime previsto na Lei de nº 9.459/1997, que pode resultar em pena de até três anos de reclusão e pagamento de multa.

A origem da intolerância religiosa e como deve ser combatida

No Brasil, o sincretismo religioso atua por meio do catolicismo português e as tradições africanas e indígenas. "Historicamente, houve desde o princípio da formação da sociedade brasileira, a violência religiosa por imposição das crenças dos colonizadores, primeiramente aos povos indígenas e, depois, aos africanos, que se tornaram escravos em nosso país", destaca o doutor em Teoria do Direito e Teologia e professor da Faculdade Arnaldo de Belo Horizonte (MG) Luciano dos Santos.

De acordo com dados registrados pelo Disque 100, número criado para denúncias de violação aos Direitos Humanos, em 2019, os casos de preconceito religioso tiveram aumento de 56%. Os praticiantes de religiões de matriz africana foram os que mais registram queixas. Segundo Santos, as agressões surgem pela sensação de ameaça, insegurança e tentativa de intolerantes para garantir a verdade defendida por determinada crença.

O teólogo lembra que muitas das agressões não partem da religião, mas do fiel e da maneira como ele interpreta a doutrina religiosa. "O fundamentalismo representa a atitude do crente, que confere caráter absoluto ao seu ponto de vista. A partir deste posicionamento, o fiel que se sente portador de uma verdade absoluta não consegue viver e conviver com outra verdade, tendo por efeito a intolerância religiosa", explica.

Por conta do preconceito religioso, o indivíduo despreza aqueles que possuem outras crenças e se comporta de maneira agressiva. "Por resultado prático, surgem os conflitos religiosos e suas vítimas, como exemplo, o aumento das agressões verbais e físicas com os praticantes do candomblé e da umbanda na sociedade brasileira", descreve Santos.

Desde 1890, o Brasil é considerado um estado laico, ou seja, imparcial em relação às questões religiosas, o que concede ao cidadão brasileiro o direito de escolher qualquer crença. "Nenhum cidadão é obrigado a seguir uma religião ou tornar-se vítima por viver uma religião diferente de seu grupo social. A liberdade religiosa é um direito e faz parte da dignidade humana. É uma garantia inviolável à liberdade de consciência e de crença", afirma o teólogo.

Segundo Santos, para superar esse preconceito, é necessário o diálogo social de maneira civilizada, que visa criar uma cultura de paz e respeito, diante do pluralismo religioso. Isso possibilitaria o respeito a todas as crenças. O teólogo explica que parte dessa educação deve vir dos líderes religiosos, que devem educar os seus fiéis a respeitar a crença do próximo. "O diálogo é um dos caminhos privilegiados para o aprendizado com o diferente. Entendemos que a família e a escola devem promover a permanente educação ao diálogo, e o compromisso ao respeito às liberdades de crenças dos indivíduos", recomenda.

Ludmilla foi até as suas redes sociais pedir um segundinho de seus fãs para mostrar uma mensagem que recebeu e em poucas linhas, a cantora mostra que um seguidor resume o quanto a representatividade da funkeira importa para quem a segue.

"Isso me dá força para continuar!", disse Lud após mostrar a mensagem.

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Para quem não lembra, Ludmilla tomou uma grande decisão no final do ano de 2020 depois de sofrer alguns ataques racistas nas redes sociais, e por isso, acabou suspendendo temporariamente sua conta no Instagram. Quando voltou, a cantora postou uma foto ao lado de sua mulher, Brunna Gonçalves e de todo a sua família. Em uma entrevista para O Globo, Ludmilla comentou sobre a situação e abriu de vez o coração:

"Foi a gota d'água, sabe? Costumo não me importar, mas imagina você apanhar todos os dias? Uma hora cansa. Dói! É difícil, sim, por isso, precisei desse tempo offline. Organizei as ideias, me fortaleci e principalmente entendi que esse ódio gratuito não é meu e não vai me vencer. Sou ser humano e, as vezes, me sinto esgotada, mas me refaço. É o compromisso que tenho comigo e com o meu público! Comentários racistas me dão nojo. Parece que o mundo está evoluindo, mas ainda tem muita gente atrasada", afirmou.

Durante a entrevista, a cantora ainda demonstrou que está extremamente relaxada e consegue debater mais tranquilidade, hoje em dia, sobre sexualidade.

"Fui bastante contestada por não me pronunciar em certas ocasiões. Vamos ser bem claros: muita gente por aí posta textão na web por pura falsidade. Não sou de falar, gosto de agir. Minha presença numa mesa já é um grande protesto. E as pessoas passaram a perceber isso com o tempo. Isso é representatividade. Estou com a bandeira estampada no rosto integralmente. Paguei para ver ao assumir meu amor pela Brunna. Perdi algumas coisas porque você sabe o quanto a galera é preconceituosa, mas acabei ganhando outras. E ser a gente mesmo não tem preço!", disse.



 

Por acaso você viu, nos últimos dias, um prédio público ou algum monumento iluminado de roxo? Caso tenha visto, saiba que é uma forma chamar a atenção da sociedade para a hanseníase. O Janeiro Roxo foi criado em 2016 e tem o último domingo do mês como data símbolo. Nesse dia é celebrado o Dia Mundial de Combate e Prevenção da Hanseníase. São 30 mil novos casos da doença por ano no Brasil, que é o país com o segundo maior número de casos, perdendo apenas para a Índia.

Neste mês, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) vai divulgar, com apoio de médicos da área, material sobre a doença. Entre as informações, a descrição de sinais e sintomas da hanseníase e orientações sobre onde buscar diagnóstico e iniciar o tratamento. A hanseníase, segundo especialistas, é uma doença estigmatizada e cercada de preconceito.

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“Combater o estigma é salvar vidas. Por isso, queremos auxiliar a sociedade a compreender essa doença. Desfazer mitos e fazer prevalecer a verdade sobre a hanseníase são as principais formas de ajudar profissionais da área de saúde, familiares, amigos e principalmente aqueles que buscam por tratamento”, afirmou o vice-presidente da SBD, Heitor Gonçalves.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM), a partir de dados do Ministério da Saúde, a doença é mais frequente nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, que respondem por quase 85% dos casos do país. O Brasil concentra mais de 90% dos casos da América Latina.

A campanha de 2021 tem como slogan: A hanseníase é negligenciada, mas a saúde não!. Além da SBD, participam da campanha de esclarecimento à população as secretarias de Saúde dos estados, o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), a Confederação Nacional de Municípios (CNM), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

“Os portadores da doença eram, até a década de 70, excluídos do convívio social e condenados ao confinamento em colônias”, explica o Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase, em seu site. A hanseníase é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium Leprae que atinge os nervos e se manifesta na pele.

Apesar do passado triste envolvendo a hanseníase, a doença tem cura, seu tratamento é simples e custeado pelo Sistema Único de Saúde (SUS). E tão logo ele seja iniciado, a doença deixa de ser transmissível. O tratamento pode ser buscado, no caso da rede pública, em postos de saúde ou com uma equipe de saúde da família.

Sintomas

Os sintomas da doença aparecem, principalmente, nas extremidades das mãos e dos pés, no rosto, orelhas, nádegas, costas e pernas. São manchas esbranquiçadas, amarronzadas ou avermelhadas, com perda de sensibilidade ao calor, ao toque e à dor. É possível uma pessoa queimar a pele na chama do fogão ou em uma superfície quente e sequer perceber. A sensação de formigamento também é um sinal da doença.

Outros sintomas são sensação de fisgada, choque, dormência e formigamento ao longo dos nervos dos membros; perda de pelos em algumas áreas e redução da transpiração; redução de força na musculatura das mãos e dos pés; e caroços no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos. Condições precárias de moradia e saneamento favorecem a ação da Mycobacterium Leprae.

Quem tem diagnóstico para hanseníase deve começar a tomar os medicamentos prescritos de imediato. O tratamento deve ser seguido à risca. As pessoas que convivem com pacientes diagnosticados com a doença devem ser examinadas pelo médico.

“A prevenção consiste no diagnóstico e tratamento precoces, o que ajuda a evitar a transmissão e o consequente surgimento de novos casos. Precisamos frisar: hanseníase tem cura e quanto antes o tratamento for iniciado, menor o risco de sequelas”, afirmou Sandra Durães, coordenadora do Departamento de Hanseníase da SBD.

O humorista Paulo Vieira usou suas redes sociais, na última segunda-feira (4), para relatar diversos problemas com a instituição bancária que utiliza. Através de uma série de tuites, Paulo falou das situações de preconceito enfrentadas por ele, sempre que procura uma agência. 

Sem revelar o nome do banco, o humorista disse que sempre sofre preconceito quando precisa ir ao local. "Hoje é dia de ir no meu banco 'vip' ser maltratado até a hora que eles descobrem que eu trabalho na televisão. Um dia eu me aprofundo nisso, por enquanto, desgaste", iniciou o desabafo.

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"Eu sempre venho de chinelo e fico pensando 'talvez eu tenha causado isso'. Mas logo me vem um FODA SE ELES! TEM QUE TRATAR BEM TODO MUNDO NESSE CARAI [sic]!", escreveu ele.

Paulo ainda detalhou como se dá o mau atendimento recebido por ele: "As fases são sempre as mesmas: Primeiro vem um 'POIS NÃO?' que é quase um 'errou a porta, bem?'. Depois uma tentativa de que eu faça minhas operações no banco debaixo, versão 'não vip' do mesmo banco. Depois, demora horas pra conferir todos os meus documentos".

"Aí eu tiro minha carteira reciclada que tem mais de 10 anos (a quem prometi que só deixaria quando tivesse 1 milhão guardado), enquanto digo os milhares de reais que vou movimentar. RIBULIÇO. Eu sempre impávido. Nessa hora eu fico bem metido, falo bem baixo, pisco lento e olho através de todos, bem esnobe. Enquanto não respondo nenhuma pergunta, só espero resolver. O máximo que eu falo é 'quer dizer que o banco X não tem esse dinheiro?' ... E espero", emendou Paulo, contando que os atendentes, inclusive, já alegaram que seus documentos eram falsos.

O humorista ainda revelou que toda a situação e tratamento mudam, após dizer que trabalha na Globo. "Aí vem uma mulher, com voz de falar com gente ignorante e diz 'O SENHOR TRABALHA POR AQUI?'. Eu 'Não, trabalho no Rio'. 'Trabalha com quê?' E eu 'com arte'. E VOU ALONGANDO ATÉ CHEGAR NA INFORMAÇÃO QUE MUDA TUDO...", contou ele.

Seis pessoas foram indiciadas por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe, asfixia e recurso que impossibilitou a defesa de João Alberto Silveira Freitas. Ele foi morto no último dia 19, após ser espancado por dois seguranças, dentro de um Carrefour de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Nesta sexta-feira (11), as autoridades apresentaram o resultado das investigações, que revelam que o cliente foi morto por asfixia.

"A investigação conseguiu verificar e trazer à tona, situação fáticas, jurídicas, como de racismo estrutural, a normalização de ações que passam a fazer parte do cotidiano normal das pessoas. Conjugamos com o que vimos e ouvimos nos depoimentos. Se a vítima fosse outra, se fosse alguém de condição social diferente, a situação poderia ser outra. Atos de discriminação foram feitos de forma desproporcionada. Seis pessoas sobre o domínio deste fato, então todas essas pessoas contribuíram para o desfecho final", ressaltou a delegada Roberta Bertoldo ao G1.

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Por meio das provas analisadas, o inquérito aponta um exagero nas agressões, que seriam por causa da fragilidade socioeconômica da vítima. Embora a família de Aberto indique que o assassinato foi decorrente de racismo, os indiciados não vão responder por injúria racial. "Seis indiciados por homicídio triplamente qualificado, três pessoas que já eram de conhecimento da imprensa, e que já estão presas, e outras três, que no final do relatório, são apontadas", informou a chefe da Polícia Civil, Nadine Anflor.

Os indiciados que já foram presos são os seguranças Giovane Gaspar da Silva, de 24 anos, e Magno Braz Borges, de 30, e a fiscal do mercado que tentou impedir a filmagem, Adriana Alves Dutra, de 51. Os novos indiciados são outros dois funcionários do mercado, Kleiton Silva Santos e Rafael Rezende, e um colaborador da empresa de segurança Vector, identificado como Paulo Francisco da Silva. "Depoimentos que denotam a indiferença dos funcionários vinculados à empresa Carrefour e à empresa Vector no tocante às ações que cometiam contra a vítima", interpretou a Polícia Civil.

Para tentar justificar a ação desproporcional no estacionamento do mercado, funcionários chegaram a alegar que o cliente era conhecido da segurança por recorrentes casos de importunação, em que aparentava estar alcoolizado. "Dois dias antes do fato João Alberto foi ao supermercado em ações de importunação a outros clientes, em outros episódios, seguranças o abordaram, dissuadiu do comportamento e deixou o supermercado. Mas eram outros funcionários e esse evento em nada implicou nesse desfecho depois no supermercado", complementou a delegada.

O ex-treinador do Flamengo e atual do Benfica, Jorge Jesus, criticou o abandono dos jogadores do PSG e do Basaksehir, e afirmou que o racismo está "muito na moda". Nesta terça-feira (8), a partida válida pela Liga dos Campeões foi paralisada após mais um caso de preconceito. Desta vez, o quarto árbitro teria chamado um integrante senegalês do time turco de 'preto'.

Após a confusão com a comissão de arbitragem, as duas equipes deixaram o gramado. A atitude obrigou que a Uefa adiasse o confronto válido pela última rodada da fase de grupos para esta quarta (9). O jogo foi remarcado para as14h55, no Parque dos Príncipes, casa do clube francês. Outra equipe de árbitros será escalada, garantiu a entidade europeia.

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"Não sei o que aconteceu, o que se falou, o que se diz, mas hoje está muito na moda isso do racismo. Como cidadão tenho direto de pensar à minha maneira e só posso ter uma opinião concreta se souber o que se disse naquele momento. Porque hoje qualquer coisa que se possa dizer contra um negro é sempre sinal de racismo. A mesma coisa dita contra um branco já não é sinal de racismo. Está se implantando essa onda no mundo. Se calhar, até houve algum sinal de racismo com esse treinador, mas eu não sei o que disseram", comentou o atual técnico do Benfica em entrevista coletiva.

Em uma série de publicações feitas no fim dessa sexta-feira (20), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) minimizou o preconceito racial no Brasil e tentou equiparar o sofrimento entre as raças que compõem o povo brasileiro. Um dia antes, um homem negro foi espancado até a morte por seguranças de uma loja do Carrefour, no Rio Grande do Sul.

Nos últimos minutos do Dia Nacional da Consciência Negra, o presidente - que já deu declarações racistas e atacou quilombolas - mostrou que, além de não saber sobre a disparidade social sofrida pelo negro brasileiro, não detém conhecimento sobre o Daltonismo, distúrbio que interfere na percepção das cores primárias, nem sempre em todas, e atinge cerca de oito mil brasileiros. "Sou daltônico: todos têm a mesma cor. Não existe uma cor de pele melhor do que as outras", escreveu.

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Mesmo diante de repetidos casos envolvendo racismo estrutural no país, que geralmente acabam com negros mortos ou amontoados em presídio, ele indica que a violência é vivenciada igualmente no Brasil. "Não adianta dividir o sofrimento do povo brasileiro em grupos. Problemas como o da violência são vivenciados por todos, de todas as formas, seja um pai ou uma mãe que perde o filho, seja um caso de violência doméstica, seja um morador de uma área dominada pelo crime organizado", comparou.

Na visão do presidente, a "luta por igualdade" e a "justiça social" são métodos "mascarados" para dividir a população, em troca de poder. "Existem diversos interesses para que se criem tensões entre nosso próprio povo [...] e há quem se beneficie politicamente", acusa.

No entendimento de Bolsonaro, o lugar da luta por representatividade e avanços na pauta antirracista, por meio de manifestaçõesé no lixo. "Aqueles que instigam o povo à discórdia, fabricando e promovendo conflitos, atentam não somente contra a nação, mas contra nossa própria história. Quem prega isso, está no lugar errado. Seu lugar é no lixo!", afirmou.

Em uma postagem que devia exaltar o negro e criticar os impactos que o preconceito gera aos brasileiros, Bolsonaro optou em distanciar o holofote da questão racial. "Temos, sim, os nossos problemas, problemas esses muito mais complexos e que vão além de questões raciais. O grande mal do país continua sendo a corrução moral, política e econômica. Os que negam este fato ajudam a perpetuá-lo", complementou.

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No mês da Consciência Negra, a TIM lançou o aplicativo de teclado consciente para alertar aos usuários sobre o uso de palavras preconceituosas. A novidade é gratuita e pode ser baixada em Android e iOS, independente da operadora.

O teclado explica a origem dos termos racistas e propõe alterações. Como explica a própria operadora, “a ferramenta fica visível no momento que o usuário digita seus textos em redes sociais ou aplicativos de comunicação, e destaca automaticamente palavras e expressões consideradas inadequadas. Ao clicar em cima desses termos, o Teclado Consciente TIM explica por que são considerados racistas e oferece opções para a sua substituição — tal como um corretor ortográfico social".

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A TIM, que também destinou 50% das vagas de estágio para pessoas negras, tem a cantora IZA como embaixadora e fez parceria com 12 influenciadores para expandir o recurso. Os destaques são o humorista Yuri Marçal; Gleici Damasceno, campeã do BBB18; a pesquisadora Winnie Bueno; Murilo Araújo, do canal Muro Pequeno; o fotógrafo Roger Cipó e a cantora Lellê.

"Retirar expressões racistas do nosso vocabulário reforça a empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro e construir um futuro sem preconceitos”, acrescentou a diretora de Advertising e Brand Management, Ana Paula Castello Branco.

Você sabe o que é psoríase? Se não sabe, você faz parte de um grupo de mais de 90% da população brasileira. De acordo com pesquisa do Datafolha, apenas 6% dos brasileiros identificam corretamente a doença quando é apresentada uma imagens de lesões provocadas por ela. A maioria das pessoas, ao ver imagens de uma pele acometida pela doença, acredita se tratar de algum tipo de alergia, câncer de pele, hanseníase ou micose.

“O desconhecimento facilita ainda a disseminação de inverdades sobre a psoríase, o que pode atrasar o diagnóstico e o tratamento adequado”, diz o dermatologista e professor Paulo Oldani. A psoríase é uma doença crônica que provoca lesões avermelhadas e descamativas na pele. Sua causa é desconhecida mas, de acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), pode estar relacionada ao sistema imunológico, às interações com o meio ambiente e à suscetibilidade genética. A doença aparece mais comumente no couro cabeludo, cotovelos e joelhos.

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Apesar de não ser contagiosa, os portadores de psoríase sofrem com preconceito e afastamento social. “O preconceito e estigma contra a doença podem aumentar o impacto negativo psicológico e mental dos pacientes, já que, como mostrou o levantamento, 65% dos entrevistados pensam que a psoríase oferece risco à vida e 49% acreditam que é contagiosa, o que é totalmente equivocado”, acrescentou Oldani.

A pesquisa “Psoríase: conhecimento entre a população brasileira” expõe o preconceito sobre a doença. O trabalho revela que 88% dos entrevistados acreditam erroneamente que os portadores da psoríase não podem trabalhar na preparação de alimentos, 69% afirmaram que seus pacientes não podem ter contato com crianças e 62% acham que pessoas com a doença não podem se expor ao sol.

A pesquisa mostra ainda que o conhecimento sobre psoríase aumenta entre a população de maior renda (22% desse perfil conhecem a doença), com mais anos de estudos (16% entre aqueles com ensino superior) e entre os pertencentes às classes A/B (13%). Por outro lado, esse esclarecimento despenca entre os mais jovens (1%), com escolaridade até o ensino fundamental (2%), entre a população da Região Nordeste (2%), e entre os pertencentes às classes D/E (1%).

A psoríase acomete entre 1% e 3% da população mundial, de acordo com Sociedade Brasileira de Dermatologia. Cerca de 30% desses pacientes também apresentam, em algum momento de sua vida, dor e inflamação nas articulações, a chamada artrite psoriásica.

A psoríase não tem cura, mas existe tratamento para controlá-la. Medicamentos de uso tópico (aplicação no local), de via oral e imunológicos podem ser usados. De acordo com a SBD, os sintomas aparecem e desaparecem periodicamente, mas o estresse, a ansiedade e a falta de sol podem provocar o aumento e agravamento da doença.

Após realizar publicações homofóbicas no Facebook, um advogado foi alvo de uma ação da Ordem dos Advogados de Pernambuco (OAB), que resultou em uma liminar da Justiça Federal. Nessa quarta-feira (11), a 2ª Vara de Pernambuco determinou que ele não poste mais mensagens discriminatórias, sob a aplicação de multa diária de R$ 1.000.

Inscrito na OAB-PE desde 2015, em março deste ano, o acusado usou termos pejorativos para atacar a comunidade LGBTI+ e escreveu que a orientação homossexual seria indesejada. "Pq tem viado que não gosta de Bolsonaro? Tu acha que teus pais queriam que você fosse gay, caso pudessem escolher? Seja feliz e não torça por bandidos, ou vai dizer que viadagem também desvia caráter?", afirmou na rede social.

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Em outro conteúdo, o réu aumentou o tom preconceituoso e reforçou a "ausência de idoneidade moral", na visão da Ordem, que analisa o direito da sua inscrição nos quadros de filiados. "A comunidade Gay está com raiva de mim, e do que eles me xingam? DE VIADO!!!!! Como assim???? Piada pronta. E para ficar pior é só o povinho de esquerda nojento. Querem impor uma ditadura Gay”, postou.

A OAB-PE argumentou que a postura “vai na contramão da intransigente defesa pela Ordem dos Advogados do Brasil dos direitos de todo cidadão, inclusive das pessoas LGBTI+”.

Na decisão da juíza federal substituta Marina Cofferri, os comentários “ultrapassam os limites do direito à liberdade de expressão, tendo em vista que invadem o plano da dignidade e honra alheias, causando impactos negativos sobre a comunidade LGBTI+ e sobre a sociedade em geral, por meio da degradação do sentimento de respeito que deve reger as relações entre os indivíduos".

Em sua justificativa, ela ainda aponta que “a gravidade da conduta de publicação de mensagens ofensivas à dignidade da comunidade LGBTI+ através das redes sociais, dada a capacidade de proliferação das mensagens via internet, fazendo com que o discurso incitador da homofobia adquira proporções transnacionais. Deste modo, considero que não pode o Poder Judiciário omitir-se do seu dever de garantir a fruição igualitária de direitos por todos, resguardando a manifestação das diferentes identidades que compõem a sociedade plural e complexa em que vivemos e inibindo comportamentos discriminatórios”, destacou.

Dois angolanos foram agredidos e arrastados para fora de uma loja de bebidas na Zona Sul de Maringá, no norte do Paraná, no último sábado (7). As imagens analisadas pela Polícia Civil mostram os estrangeiros sendo chutados por seguranças e clientes do estabelecimento. As vítimas apontam que a confusão foi motivada por preconceito.

“Compraram cerveja e foram pegando uma a uma, na quarta teve uma discussão. Quando eles foram buscar a quinta cerveja, o segurança não deixou pegar e aí começou a briga. Um dos meninos tentou impedir, mas deram o ‘mata-leão’ e ele foi arrastado. Segundo eles, as pessoas que estavam nesta empresa diziam ‘seus folgados, haitianos voltem para a terra de vocês’”, descreveu o presidente da Associação de Estrangeiros na região, Ronelson Furtado, em entrevista à TV Globo.

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Já desacordado após ser asfixiado, um dos angolanos foi arrastado pelo pé e jogado para fora da revendedora, junto com o outro, que foi arrastado pelo braço. Com hematomas e lesões pelo corpo, o que ficou em pior estado precisou ser internado e ficou no Hospital Universitário até a manhã do domingo (8).

O advogado dos estrangeiros, Mário Henrique Alberton, classificou as agressões como ‘brutais, covardes e com risco de vida’ aos clientes. “Vamos tomar todas as medidas cabíveis para apurar a responsabilidade dos agressores. Essa será a forma de dissuadir outras pessoas que pensem igual para que isso não ocorra mais”, afirmou.

Além de rebater as críticas sobre sua participação no filme Amor Estranho Amor, em entrevista ao Fantástico, Xuxa comentou outros assuntos polêmicos que marcaram sua carreira. Nesse domingo (1º), a apresentadora relembrou a relação com Pelé e pontuou sobre uma possível relação com outra mulher.

Na época, o namoro entre Xuxa e Pelé arrastou os holofotes e foi um dos assuntos mais comentados pela imprensa. A Rainha dos baixinhos lembra que o relacionamento foi alvo de preconceito e indicou que tomaria outra postura diante dos racistas.

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“Tinha até uma piada, que diziam: qual é a diferença entre a Xuxa e o chuchu? Que a Xuxa era comida de preto rico e chuchu era de preto pobre. E as pessoas riam, vinham me falar disso rindo e eu não respondia nada. Como é que eu posso não ter respondido nada? ”, questionou-se.

Perguntada se já havia se apaixonado por uma mulher, Xuxa garantiu que não teria problema em manter uma relação homoafetiva e destacou que o amor vai além do gênero. “Não, mas se eu me apaixonasse, com certeza, todo mundo iria saber. Dois homens podem se amar, um homem e uma mulher, duas mulheres, eu acho que a gente não tem que botar um rótulo nisso daí. Amor é amor, não importa o sexo”, afirmou.

Desde o ano de 2004, as autoridades de saúde escolheram a data de 29 de outubro como o Dia Mundial da Psoríase. A doença inflamatória não-contagiosa, que segundo o Centro Brasileiro de Estudo da Psoríase (CBEP) acomete cerca de três milhões de pessoas no país, tem como principais características o surgimento de manchas vermelhas que escamam a pele. No entanto, o preconceito pode deixar marcas ainda mais doloridas em quem convive com o problema.

Com o diagnóstico clínico para psoríase desde os primeiros dias de nascida, a estudante Maria Eduarda Bezerra, 16 anos, afirma que não se lembra da vida sem as crises causadas pela doença. Segundo ela, os acessos eram constantes. “Ardor, coceira e dor nas articulações estavam presentes no meu dia-a-dia. Em 2017 tive uma crise em que pude ver a minha pele em carne viva, fiquei sem andar por dez dias”, lembra.

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Além do incômodo com as lesões na pele, outros fatores desconfortáveis eram o que a estudante ouvia das pessoas ou apenas percebia a partir do olhar. “O bullying fez parte da minha vida. ‘Eca, sai de perto’, ‘Ela não lava o cabelo, está cheio de areia’, ‘contagiosa’, eram parte do vocabulário que usavam comigo”, conta Maria Eduarda.

Maria Eduarda Bezerra, 16 anos, estudou a doença e passou a dar palestras para combater o preconceito. Foto: arquivo pessoal

“Ao entrar em uma loja, te olham de cima para baixo, um olhar nada legal, isso incomoda bastante”, acrescenta. As ofensas e os olhares repletos de desprezo devido aos efeitos da doença na pele ou no couro cabeludo viraram motivo para que Maria Eduarda, além do tratamento, fosse em busca da redução do preconceito contra quem sofre com o problema.

“Relevei as palavras ofensivas e com 11 anos passei a estudar psoríase e comecei a dar palestras, para esclarecer a quem se referia a mim daquela maneira”, cita a estudante que completa. “Por isso, é preciso falar sobre ela pois psoríase não é contagiosa, mas a desinformação é”, enfatiza.

Tratamento natural

A empresária Carolina Ribeiro, 35 anos, é mais uma diagnosticada com psoríase desde a infância. Embora se considere privilegiada por não ser manifestar as formas mais graves da doença, Carolina ressalta as restrições impostas pelo problema crônico no cotidiano.

“Nunca participei das aulas de educação física na escola porque os esportes tinham contato direto da bola com a mão, tenho que ter cuidado ao cozinhar para não tocar em coisas como sal e tomate, não posso fazer nada que tenha muito atrito com as mãos”, aponta.

Carolina Ribeiro, 35 anos, afirma que o tratamento psicológico é importante para combater os gatilhos emocionais que desencadeiam as crises. Foto: arquivo pessoal

Segundo ela, mesmo sem tantas crises, o tratamento era feito a base de pomadas com corticoide, mas não via evolução do quadro após uso dos medicamentos por vários anos. “Depois tentei homeopatia, mas precisei parar porque passei por um tratamento do estômago e não poderia usar outros remédios. Fiz fototerapia, mas o remédio tomado para deixar o corpo sensível à luz causava efeitos colaterais fortes e hoje em dia faço tratamentos naturais, que têm me ajudado bastante”, comenta a empresária.

A saída encontrada por Carolina foi aumentar os cuidados com a alimentação e com a saúde mental. Segundo ela, o problema que se apresentava na pele causava ainda mais transtornos no emocional e a ausência de um acompanhamento psicológico pode desencadear mais incômodos aos acometidos pela Psoríase.

“A psicologia não é uma das primeiras coisas que nos são indicadas e considero isso um erro. Ter esse apoio deveria ser aconselhado logo de cara para ajudar a enfrentar a doença, o processo e esse ‘looping’ de ficar triste por conta da psoríase e ter uma crise disso por conta do estresse emocional causado por ela mesma”, reitera a empresária.

Além da pele

De acordo com o médico dermatologista Cid Sabbag, especialista em psoríase, estudos recentes mostram que os quadros da doença podem ir muito além dos problemas relacionados à pele dos pacientes.

Lesões de pele causadas pela psoríase. Foto: Pixabay

“Hoje a gente sabe que é uma doença que atinge vários órgãos. A psoríase pode levar o paciente à obesidade, aumentar o colesterol que desencadeia a hipertensão, elevar o açúcar que aumenta a glicemia, a gordura no fígado e até a um maior risco para enfarto, derrame e trombose”, explica.

Segundo o médico, o tratamento de controle da psoríase é absoluto e, embora haja módulos caros, está disponível no Sistema único de Saúde (SUS). “Cada dermatologista tem que avaliar a gravidade do caso para indicar o melhor tratamento. Tem tratamentos que custam R$ 30 por mês e outros que custam R$ 10 mil, mas existe na rede pública de saúde”, complementa.

Tratamento pelo SUS

Além dos medicamentos disponíveis na rede de saúde pública, como adalimimabe, secuquinumabe, ustequinumabe e etanercepte, um novo componente passará a fazer parte do tratamento de psoríase no SUS. O anticorpo monoclonal de imunoglobina humanizada risanquizumabe será incorporado ao quadro de fármacos do sistema e poderá ser receitado aos pacientes após diagnóstico clínico. De acordo com os pesquisadores, mais de 80% dos que sofrem com a doença e foram medicados com o composto tiveram melhora de 90% nas lesões da pele. O prazo limite para que o novo medicamento seja disponibilizado no SUS é março de 2021.

Durante passagem pelo Maranhão, nesta quinta-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro fez piada de tom homofóbico em uma parada não programada no município de Macabeira (MA). No trajeto da capital, São Luís, até Imperatriz (MA), o mandatário parou para cumprimentar apoiadores, que ofereceram para o presidente um copo de Guaraná Jesus, refrigerante de cor-de-rosa tradicional do Estado.

"Agora virei boiola igual maranhense, é isso?", disse ao beber o refrigerante. "É cor-de-rosa do Maranhão aí, ó. Quem toma esse guaraná aqui vira maranhense hein", acrescentou. Sem máscara, o presidente causou a aglomeração de pessoas no local, onde posou para fotos. A interação foi transmitida ao vivo pelas redes sociais do chefe do Executivo.

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Bolsonaro ainda insistiu na piada preconceituosa. Indicando a cor da bebida, ele questionou a multidão: "Que boiolagem é isso aqui?". Nesta quinta-feira, 29, o presidente participou de visita técnica às obras de trecho da BR-135. Nesta tarde, Bolsonaro estará em Imperatriz (MA) para outra agenda de entregas de obras do governo federal.

Os moradores de Penedo, no interior de Alagoas, reuniram-se na manhã da última terça-feira (20) para impedir a instalação de uma estátua do humorista e influenciador digital Carlinhos Maia na cidade. A imagem feita toda em bronze seria implementada na orla da cidade e causou revolta na população.

A ideia da homenagem partiu da prefeitura de Penedo e a recusa dos moradores em aceitar a colocação da estátua no local causou revolta no humorista. Segundo ele, a rejeição dos moradores é por ele ser gay. 

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"Me entristece os comentários que os penedenses dizem de alguém que veio do mesmo lugar que eles. Ah, mas um viado não representa a nossa cidade. Para que colocar a estátua de um viado? Acho que isso não tem nada a ver com o Carlinhos, mas com o preconceito e a maldade que existe dentro de vocês. E por não suportarem um viado e pobre que saiu do mesmo lugar (que vocês)", disse o humorista. 

Nas redes sociais, internautas se manifestaram sobre o discurso do influenciador por afirmar que o motivo do povo não permitir a estátua seria homofobia, já que algum tempo atrás o influenciador negou que seu casamento era gay e também foi apontado como homofóbico.

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Em maio de 2020, a morte do americano George Floyd ganhou repercussão mundial. O ex-segurança de 40 anos, negro, foi asfixiado por um policial branco durante uma abordagem e não resistiu, vindo a óbito. As imagens da violência rodaram o planeta e engrossaram um movimento iniciado em 2013: o #BlackLivesMatter, em livre tradução, Vidas Negras importam.

A comoção em torno da morte de Floyd, no entanto, só aumentou ao passo que outros homens, mulheres, crianças e jovens foram violentados ou até mesmo tiveram suas vidas ceifadas, de lá para cá, em todo o mundo. No Brasil, só no ano corrente, poderíamos citar os exemplos do pequeno Miguel Otávio - morto após cair de um prédio de luxo no Recife (PE) enquanto sua mãe trabalhava como doméstica durante o isolamento social -;  do jovem Rogério Ferreira - baleado por policiais militares enquanto andava de moto, pela Zona Sul de São Paulo, no seu aniversário de 19 anos -; e do adolescente João Pedro, assassinado com um tiro nas costas durante operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ). 

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Segundo o Atlas da Violência 2020, a taxa de homicídios de negros no Brasil aumentou em 11,5% entre 2008 e 2018. De acordo com a pesquisa, só em 2018 os negros representaram 75,7% das vítimas de todos os homicídios no país. Os números alarmantes - e crescentes - fazem aumentar também manifestações como o Vidas Negras Importam, porém, à parte de toda a violência, a população preta também busca em outras ferramentas  formas de se colocar na sociedade, empoderando-se e tomando posse de sua identidade. Os cabelos têm grande relevância nesse processo. 

A trancista Paula Badu e a filha, Yasmin. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Há um bom tempo, é possível ver mais pretos e pretas assumindo seus cabelos naturais e fazendo deles um meio de identificação e posicionamento político-social. Esse movimento vem lá de trás, desde a década de 1960, quando o ativista dos direitos dos afro-americanos, Malcom X, falou em sua autobiografia sobre quando usou produtos químicos para alisar o cabelo: “Foi meu primeiro grande passo para a autodegradação: quando suportei toda essa dor (ao jogar cloro no couro cabeludo), literalmente queimei minha pele para que meu cabelo se parecesse ao de um homem branco”, escreveu.  

No entanto, o apelo dos cabelos lisos e sem volume, tidos como o padrão de beleza da sociedade, é cada vez mais questionado e refutado pela população negra. A trancista Paula Badu é um exemplo disso. Ela conta que, durante a adolescência, sentiu a necessidade de se entender melhor enquanto pessoa e os caminhos dessa jornada vieram, também, através do seu visual: “Eu não me sentia à vontade, eu vinha de uma família cristã e precisava ter aquele padrão de beleza estipulado pela sociedade. Com meus 15 anos eu precisei fazer essa mudança, comecei a frequentar, afoxés, terreiros de candomblé e comecei a ver que a minha beleza estava na minha ancestralidade. Então, eu precisei fazer essas mudanças pra eu poder me aceitar. Eu me achava horrível, quando eu fiz esse resgate eu consegui me encontrar”.

Foi aí que a então menina decidiu parar de alisar os cabelos e colocar as tranças, em uma época que “não tinha transição, não tinha creme, não tinha nada”. A necessidade de cuidar das próprias tranças levou Paula a aprender a fazê-las e a maneira apropriada de cuidar delas. O autocuidado acabou virando profissão e, há cerca de cinco anos, ela comanda um salão, localizado no bairro do Varadouro, em Olinda (PE), onde faz diversos tipos de tranças e outros penteados afro. 

Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

A trancista conta que, no início de sua carreira, a maior demanda era de pessoas que queriam um visual diferente para ir à festas ou brincar o Carnaval. Porém, com o passar do tempo, a procura começou a ser daqueles que de fato tiveram como opção assumir o cabelo afro para si. “Isso é muito bom, mostra que a trança não é moda, é história. Nossos antepassados viviam de trança. Lembro de conhecer pessoas negras na comunidade que minha avó morava que usavam, mas pra gente aquilo era feio, era sinônimo de pobreza. Agora que a gente conhece a real história das tranças, as pessoas estão caindo nessa real: a trança não é um penteado de Carnaval, é uma forma de existir, é um ato político”. 

O impacto do cabelo natural, ou trançado, na auto estima da mulher e do homem negros é visível aos olhos. Paula conta que vários clientes chegam a chorar ao se verem transformados e a emoção acaba fazendo parte do cotidiano em seu trabalho, que para ela é “uma missão ancestral”. “É a história do patinho feio: ele tá ali e não entende porque ele é feio, mas depois, ele percebe que está no lugar errado. É isso que acontece com a gente, porque a gente nao se identifica com o cabelo liso, falta alguma coisa e é justamente a aceitação do nosso natural. Infelizmente, isso é pregado com uma coisa de desleixo, dizem que nosso natural é feio e nós crescemos acreditando nisso. Então quando a gente se encontra, através de um penteado, de uma roupa, uma maquiagem, você se encontra e diz: ‘eu sou um cisne’”. 

Compromisso

Popularizados pelo cantor de Reggae mais importante do mundo, Bob Marley, os dreadlocks são um penteado afro de grande poder visual e representativo. Registros dão conta de que esses cabelos são usados tanto na África quanto na Índia desde a antiguidade Bíblica e pré-Bíblica. Os dreads também são usados por monges da Igreja Ortodoxa Etíope de Tewahedo; por nazireus do judaísmo; os Sadhu do hinduísmo; e os dervixes do islamismo; além, é claro, dos adeptos ao Rastafarianismo, expressão religiosa nascida na África, na década de 1930.

O simbolismo básico dos dreadlocks é que todo o tempo e energia gastos na aparência física e na vaidade podem ser usados ​​de maneira mais importante na espiritualidade e em outras atividades mais importantes. Para os rastafari, não cortar os dreads é um tributo a Deus, pois o crescimento natural dos cabelos é um preceito bíblico. O dreadmaker André Negron é simpatizante dessa cultura e leva para sua vida diversos dos preceitos do rastafarianismo, cultivar seu cabelo ‘rasta’ é apenas um deles. 

André também aprendeu a fazer dreads para cuidar do próprio cabelo e acabou virando profissional da área, há pouco mais de uma década. Ele garante que sempre se aceitou enquanto homem preto, por “orientação  familiar” e diz que os dreads só agregaram mais valor à sua identidade. “A minha raça é negra, eu sempre cultuei os meus antepassados. O reggae faz parte disso, é uma música negra e eu sempre admirei o reggae e o rastafarianismo. O fato de eu usar o cabelo rastafari, é uma forma de protesto também e de aceitação. Eu uso de uma forma muito empoderada. Até hoje, a gente sofre muito preconceito em relação a isso. Mas hoje, eu tenho como questionar qualquer pessoa que vier falar”.

O dreadmaker, André Negron. Foto: Arthur Souza/LeiaJáImagens

Em seu espaço, localizado no bairro do Varadouro, em Olinda (PE), ele constrói e faz a manutenção dos cabelos de homens e mulheres que buscam sua identidade. Para ele, “dread é compromisso” e o seu trabalho vai muito além de cuidar do visual dos clientes. O dreadmaker faz questão de oferecer, além do serviço, uma boa conversa e um lugar confortável e amistoso para que todos possam se sentir bem. “O meu trabalho é multi, Pessoas chegam aqui com o cabelo muito desorganizado e isso é muito raro a pessoa por si própria perceber. Eu gosto de fazer, isso me dá paz. Quando o ‘trampo’ é finalizado... Sem palavras”.

Apropriação cultural

O crescimento e popularização da estética afro não poderia passar ilesa pela indústria da moda. Hoje em dia, é possível ver pessoas de diversas raças e etnias fazendo uso de penteados, roupas e outros elementos característicos da cultura negra. Esse movimento botou em pauta a questão da apropriação cultural, tema que é sempre levantado quando não negros adotam cabelos como os dreadlocks ou acessórios como os turbantes.

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Mas, para os profissionais ouvidos pelos LeiaJá, essa questão não precisa ser um tabu. O dreadmaker André Negron acredita que a popularização do cabelo afro pode colaborar com o fim da discrminação. “Hoje em dia, não é só o negro que usa o cabelo rastafarim então, o fato de pesosas brancas, pardas, de várias cores serem do rastafari, diminuiu o preconceito. Muitas pessoas brancas de fato aderem ao movimento porque acham que é a cara delas. Eu vejo que qualquer um hoje em dia pode tá usando a depender da sua orientação”. 

Paula Badu segue mesma linha de raciocínio e aponta a globalização do mundo como incentivo para que diversas culturas possam coexistir. “Para mim, apropriar-se é você não dar o crédito a alguém pelo trabalho, pela história daquele trabalho.  Não tenho problema que nenhuma pessoa venha fazer as tranças, o que sempre tento fazer é explicar a história delas. Você desmistificar, explicar e fazer com que seu público trabalhe nele isso, quebra pra mim a apropriação. Hoje em dia, nós usamos coisas de outras culturas o tempo todo. Não acredito que você excluir uma pessoa que majoritariamente é de outra cultura do seu trabalho vai fazer com que isso acabe, pelo contrário você acaba distanciando mais e causando mais preconceito”. 

Serviço

Badu Afrohair - Paula Badu

Terça a sábado - 09h às 18h

Rua Palmira Magalhães, 67 - Varadouro - Olinda (PE)

(81) 98624-0410

 

Dread é Compromisso - André Negron

Terça à sexta - a partir das 15h

Sábado - a partir das 10h

Rua Dr. Francisco L. Casseli, 375 - Varadouro - Olinda (PE)

(81) 99509-3354

*Modelos: Yasmin Rodrigues e Arnaldo Deodato

O Padre Juarez de Castro que comanda o programa “Bendita Hora”, usou o espaço da atração para demonstrar sua indignação ao discurso homofóbico feito pela cantora Ana Paula Valadão, que ganhou as redes sociais na última quinta-feira (12).

Durante o seu posicionamento, o padre não chegou a citar o nome da atriz, mas ficou claro que se referia de Ana Paula. “Você acredita nisso, que nós escutamos uma pessoa falar isso? Você acredita que uma pessoa, que se diz religiosa, falar que a Aids é culpa dos homossexuais? Isso é burrice misturada com preconceito! Burra, sim”, disse o padre.

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O padre comentou sobre o assunto após um dos telespectadores questionar se ele como homem homossexual poderia frenquentar a igreja e comungar por conta de sua orientação sexual.

“Bastaria qualquer pesquisa científica que ela veria que não existe nenhuma relação da homossexualidade com a Aids. Preconceituosa. Afastando as pessoas e levando elas a considerarem um outro como se fossem doentes e pecadoras. Preconceito. Talvez seja essa doença que precisamos combater. Porque o preconceito é uma doença mais feia, mais horrível do que a própria Aids”, comentou o pároco.

O vídeo onde a cantora e também pastora Ana Paula fala é de 2016, no programa “Diante do Trono’, apresentado por ela. A fala viralizou nas redes sociais e a cantora vem recebendo muitas críticas.

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A Sétima Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região (Campinas/SP) condenou a Associação Beneficente Portuguesa de Bauru a pagar R$ 20 mil de indenização por danos morais a uma auxiliar de enfermagem transgênero, vítima de tratamento indigno por parte da empresa, e de prática de atos preconceituosos por parte dos colegas de trabalho, por sua postura pessoal.

De acordo com os autos, a trabalhadora, que embora tenha nascido com sexo masculino, assumiu a condição de transgênero, portando-se como mulher, tendo, até mesmo, adotado nome social feminino. Ela afirma que, ao ser contratada como auxiliar de enfermagem, porém, recebeu crachá com o seu nome de registro, o que desde o início lhe causou desconforto.

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Além disso, não tinha autorização para usar os banheiros femininos, sendo obrigada a utilizar uma cabine reservada dentro do banheiro masculino, onde sofria “chacotas e vilipêndios” dos colegas.

Segundo a testemunha da trabalhadora, ela sempre se apresentou ao trabalho “vestida como mulher, tinha unhas e cabelos compridos, tinha prótese de silicone nos seios, usava maquiagem”. Quanto ao crachá, essa testemunha afirmou que a empresa tinha negado a substituição do nome e a colega, “por causa dos transtornos, colocou um adesivo sobre o nome para corrigi-lo”.

Ainda para essa testemunha, a demissão da colega se deu por “sua condição de transgênero” e com os fatos daí decorrentes, que a empresa “não soube lidar”, já que “não se comprovou qualquer fato, quanto ao seu perfil profissional, que a desabonasse”.

Constrangimento

A relatora do acórdão, desembargadora Luciane Storel, afirmou que ficou comprovado “o malefício moral” sofrido pela trabalhadora, o que justifica a indenização.

Quanto ao valor, arbitrado originalmente em R$ 20 mil pelo juízo da 4ª Vara do Trabalho de Bauru, o colegiado entendeu que estava “consentâneo com os casos julgados” pelo TRT 15, e que “atende aos parâmetros de arbitramento com moderação e razoabilidade; proporcional ao grau de culpa; proporcional ao nível socioeconômico da vítima; proporcional ao porte econômico da empresa; e, por fim, à realidade e às circunstâncias do caso concreto, valendo-se da experiência e do bom senso”.

O acórdão ressaltou, especialmente, a gravidade do fato praticado pela Associação Beneficente Portuguesa de Bauru, que “agiu com total despreparo, com uma profunda insensibilidade e desrespeito ao ser humano que estava trazendo para dentro das suas dependências”. A decisão salientou que a empregada já havia se apresentado para a contratação “como mulher”, e que “apresentou documentos civis alusivos ao seu sexo de nascimento e nome de registro e, ainda assim, não foram tomadas providências para o devido acolhimento dela”.

Para o colegiado, o “fato de lhe atribuir um crachá com nome masculino, determinar-lhe o uso de um compartimento restrito, dentro do banheiro masculino, por óbvio, resultaria em constrangimento” e afirmou que a empresa, “pelo motivo que fosse, se não concordasse com a condição pessoal assumida pela profissional, não deveria tê-la contratado, o que, por certo, frustraria as desagradáveis ocorrências narradas nestes autos”.

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