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Uma operação política em curso nos bastidores da sucessão da Prefeitura de São Paulo pode provocar uma reviravolta no jogo eleitoral e arrefecer a resistência do PT a uma composição com o prefeito Gilberto Kassab, criador e presidente do PSD. A ideia, já debatida entre três grandes articuladores políticos - o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, e Kassab - é atrelar o PSB paulistano à candidatura do ex-ministro Fernando Haddad, com a indicação de um vice do partido que tenha a concordância e aval de Kassab.

Oficialmente, nenhum dos lados admite abertamente a negociação. Dirigentes do PSB nacional afirmam que a costura de alianças na capital ainda está em processo e que passa por conversas com o presidente estadual da sigla, Márcio França - secretário estadual de Turismo do governo do tucano Geraldo Alckmin. No PT o assunto já circula entre a cúpula. No PSD, Kassab, por ora, insistirá na indicação de um vice numa aliança com o PT.

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A saída política geraria dividendos políticos a todos os lados. Kassab conseguiria fechar a aliança com o PT sem exposição direta do PSD e sem ouvir os gritos da militância petista. Mas, em troca, teria de assegurar uma vaga na chapa petista por um cargo majoritário em 2014 - ou vice-governador de São Paulo ou senador -, isso sem contar a possibilidade de uma vaga futura no ministério da presidente Dilma Rousseff para ele próprio ou um expoente do PSD.

Para Eduardo Campos, a saída política na capital abriria portas ao projeto nacional do governador, que quer se aproximar cada vez mais do PT e se cacifar como uma possibilidade para vice de Dilma Rousseff em 2014 ou para tentar um voo solo em 2018. Segundo petistas envolvidos nas discussões, "vale lembrar que o PMDB de Michel Temer vai lançar candidatura própria na capital paulista com Gabriel Chalita (ex-tucano) e, num eventual segundo turno, o partido pode cair no colo de Geraldo Alckmin".

Sob o ponto de vista do PT, uma aliança com o PSB seria extremamente lucrativa, sobretudo porque mina alianças do partido com os tucanos no Estado de São Paulo. Além disso, os petistas amarrariam o apoio de Kassab a Hadda sem provocar traumas na militância, que resiste fortemente à união com o PSD.

Se fechar uma aliança com o PT, Kassab teria dificuldades para indicar um nome da legenda para vice de Haddad. O vice-governador de São Paulo, Guilherme Afif Domingos, só aceita uma composição com o PSDB. O ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, mais palatável ao PT, recusa-se terminantemente a aceitar a missão.

O nome cogitado por Kassab até o momento é o de Alexandre Schneider, secretário municipal de Educação. A militância do PT, porém, não aceita a indicação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente do PT paulista, deputado estadual Edinho Silva, defendeu hoje a aliança com o PSD e com o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para a eleição municipal na capital paulista deste ano, mesmo diante da pressão de militantes do partido contrários ao acordo. "Ele também está muito a fim de fazer aliança conosco; não é jogo de cena", disse Edinho à Agência Estado, citando conversa com Kassab na última sexta-feira (9), no evento que comemorou os 32 anos do PT, em Brasília.

No evento, Kassab foi vaiado por militantes do PT quando seu nome foi citado pelo cerimonial. Além disso, alguns militantes petistas portavam adesivos contrários ao acordo com o PSD em torno do nome do ex-ministro Fernando Haddad (Educação) para a sucessão de Kassab na Prefeitura paulistana. "Agora temos de administrar, aguentar firme essa pressão interna e ter tranquilidade", defendeu Edinho.

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Uma das principais críticas da aliança com Kassab é a ex-prefeita de São Paulo e atual senadora Marta Suplicy (PT). Além de ter o nome preterido na disputa à Prefeitura paulistana, Marta declarou, semana passada, que uma aliança com Kassab seria um pesadelo. Hoje (13), Marta e o prefeito iriam se encontrar em um evento do Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo (Secovi), mas a senadora cancelou a ida, assim como fez na festa de aniversário do PT.

Apesar das conversas, o PT paulista não tem como avaliar, por meio de pesquisas qualitativas ou quantitativas, quais os benefícios eleitorais que uma aliança com o PSD e com Kassab trariam para a candidatura de Haddad. Segundo Edinho, o período do ano, com chuvas, aumento de buracos e crescimento de mato na cidade "contaminaria a pesquisa" e poderia trazer um resultado negativo irreal. "Não dá para nortear a decisão por uma pesquisa como essa; vamos ter calma, fazer o debate e decidir lá na frente, sem desespero. "Deu, deu. Não deu, não deu e ponto final", concluiu.

Interior - Assim como em São Paulo, o PT caminha para definir os nomes de pré-candidatos a prefeito em grandes cidades do interior paulista e também aposta em nomes que nunca disputaram o cargo. Ontem (12), o partido definiu o nome do juiz aposentado João Gandini como o nome à sucessão da prefeita Dárcy Vera em Ribeirão Preto (SP).

Outra novidade deve ser o economista e presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Marcio Pochmann, como candidato a prefeito de Campinas (SP). Na cidade paulista, o PT chegou a assumir o poder em 2011 com o vice-prefeito Demétrio Vilagra após a cassação de Hélio de Oliveira Santos (PDT). Mas Vilagra também foi cassado por suspeitas de irregularidades.

O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do PSD, foi vaiado agora há pouco na festa de 32 anos do PT. Kassab foi convidado para participar da comemoração pelo presidente nacional do PT, Rui Falcão.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula uma aliança com Kassab para eleger o ex-ministro Fernando Haddad para a prefeitura de São Paulo. Enquanto Kassab foi vaiado, o ex-ministro José Dirceu foi ovacionado pela plateia de petistas. Os militantes do partido mostraram-se estupefatos com a presença de Kassab. A presidente Dilma Rousseff foi muita aplaudida.

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A presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro José Dirceu foram os mais festejados pela militância na comemoração hoje dos 32 anos de existência do PT. Os aplausos ficaram ainda mais evidentes diante da vaia estrondosa recebida pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Carvalho, do PSD, que compareceu a convite do presidente nacional do PT, Rui Falcão.

Sem demonstrar nenhum constrangimento, Kassab sentou-se na segunda fila da mesa de convidados, entre ministros de Estado, ex-presidente do PT e o presidente nacional do PC do B, Renato Rabelo. Dilma Rousseff sentou-se ao lado de Falcão e do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS). O petista entrou recentemente em rota de colisão com o Palácio do Planalto devido ao não nomeação de um afilhado político para cargo no Banco do Brasil.

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Para tentar desfazer o clima de animosidade com o Planalto, Maia fez um discurso enfático, recheado de elogios a presidente Dilma Rousseff. Ela manteve-se, no entanto, impávida, sem demonstrar nenhum entusiasmo com as palavras de Maia.

Impedido de ir ao encontro por recomendação médica, o ex-presidente Lula mandou uma carta lida pelo presidente Rui Falcão. Lula lamentou não estar presente ao encontro. "Ole, olé, ola, Lulala", entoaram, entusiasmados, os militantes petista.

O PT está comemorando hoje 32 anos "envolto em contradições", critica o presidente do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE). Em nota distribuída pelos tucanos hoje, Guerra afirma também que o "PT faz aniversário comemorando privatização".

O deputado tucano argumenta que na época do governo Fernando Henrique Cardoso, o PT criticou a política de desestatização. "E nos dias atuais comandou a privatização de três aeroportos", cita a nota. O deputado ressaltou também que "o PT voltou a falar sobre o controle da mídia e a restrição das liberdades de expressão".

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"Ao longo de seus 32 anos, o PT rotineiramente se posicionou contra medidas que trouxeram benefícios aos trabalhadores", cita o texto. "À época da promulgação da Constituição de 1988, o partido foi o único a não votar a favor da aprovação do documento - chamado de "Constituição Cidadã", devido à grande quantidade de direitos que assegura.

Seis anos depois, o PT promoveu uma verdadeira guerra contra o Plano Real, que transformou a economia brasileira, acabou com a inflação e teve como sua principal beneficiária a população pobre", destaca o texto. Afirma, ainda, que "durante as campanhas presidenciais a partir de 2002, utilizou as privatizações como armas eleitorais contra o PSDB".

Uma das principais decisões do encontro de 32 anos do PT em Brasília foi priorizar as candidaturas do partido em municípios com mais de 150 mil eleitores. A legenda quer, com as eleições de outubro, aprofundar sua participação nas médias e grandes cidades brasileiras e também capitais, mesmo que para alcançar o objetivo o partido tenha que fazer acordos políticos com o PSD, de Gilberto Kassab.

"A orientação é fazermos a cabeça de chapa nessas cidades", afirmou o secretário de Relações Institucionais do partido, Geraldo Magela. Em princípio, o PT buscará o maior leque de alianças para cumprir esse objetivo.

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Dentre as capitais, o PT está de olho, além de manter as atuais, em conquistar Porto Alegre, Salvador e São Paulo. O partido também trabalha para aumentar sua presença no interior em Estados em que, estrategicamente, compense renunciar a uma candidatura na capital.

Um caso ilustrativo é Belo Horizonte. Lá o partido deve apoiar a reeleição do socialista Márcio Lacerda. Mas espera contar com apoio para, por exemplo, fazer do deputado federal Gilmar Machado, atual vice-líder do governo no Congresso, prefeito de Uberlândia, cidade do triângulo mineiro e segundo maior colégio eleitorado do Estado, com mais de 420 mil eleitores.

PSD - "Vamos ter que compor as alianças em cima do programa dos partidos", avisou Eduardo Pereira, prefeito de Várzea Grande (SP) e um dos coordenadores das prefeituras petistas no Estado. Pereira disse que não recusa sequer a aliança com o PSD, de Gilberto Kassab. Desde que, frisou, o novo partido se sujeite ao projeto do PT. Os petistas querem aumentar a pequena participação no Estado: administra apenas 60 das 645 prefeituras, muitas delas sem grande importância política.

Na Bahia, o PT pretende crescer com a ajuda do PSD em cima do "carlismo", do DEM, e do PMDB, do cacique Geddel Vieira Lima. Em 2008, a legenda elegeu 69 prefeitos, mas agora já conta com 81. A meta para outubro é eleger pelo menos cem prefeitos. Uma articulação operada pelo vice-governador baiano, Otto Alencar, cacique do PSD no Estado, reduziu ainda mais as duas legendas.

"O PSD atuou muito no espaço que antes era ocupado pelo DEM", afirmou Moema Gramacho, uma das coordenadoras das prefeituras do PT no Nordeste e prefeita de Lauro de Freitas (BA). O PT espera aumentar em 20%, nas contas de Moema, a participação dos 300 prefeitos aliados ao governador Jaques Wagner. O Estado tem 417 municípios.

Entre os dias 14 e 16 de março, o PT marcou novo encontro com prefeitos em São Paulo. A ideia é apresentar no evento um conjunto de ações que os prefeitos petistas têm desenvolvido nos seus municípios.

Na véspera de completar 32 anos, o PT voltou a defender o controle da mídia, pregando a democratização dos meios de comunicação, e decidiu partir para o confronto com o PSDB. Incomodada com as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para quem os leilões dos aeroportos "desmistificam o demônio privatista", a cúpula do PT retomou o tema privatizações e radicalizou o discurso.

Uma versão preliminar de resolução política apresentada ontem ao Diretório Nacional do PT diz que "não é verdade que acabou a disputa ideológica sobre as privatizações, como afirmou uma apressada voz tucana". Mesmo sem citar Fernando Henrique, a referência ao ex-presidente não podia ser mais clara.

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"Nós não confundimos concessão com privataria tucana", afirmou o presidente do PT, Rui Falcão. "Não vejo porque toda essa celeuma, já que o sistema de concessão dos aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília nada tem a ver com o modelo privatista dos tucanos, que entregou patrimônio público a preços duvidosos."

E, depois de defender o marco regulatório para os meios de comunicação em seu 4.º Congresso, no ano passado, o PT voltou a bater na mesma tecla ontem. "Outra campanha importante que o PT lançou e na qual avançará em 2012 é a campanha pela democratização dos meios de comunicação de massa, que aperfeiçoa nosso processo democrático ao dar voz a todos os setores da sociedade", afirma o item 15 do documento preliminar.

‘Bacia das almas’

 

Para tentar neutralizar o discurso tucano de que o PT também adotou a privatização, o partido vai organizar a militância para ressaltar supostas diferenças. "Antes, as empresas públicas, às dezenas, como a Vale do Rio Doce, a Companhia Siderúrgica Nacional, a Embraer, as telefônicas, as empresas de energia elétrica, de transporte ferroviário, os bancos, eram vendidas dentro da concepção de Estado mínimo, e os recursos obtidos usados para pagamento de dívidas", diz trecho do documento. "Antes, as empresas eram torradas na bacia das almas a preços de compadre. Agora, os ganhos para o poder público são enormes e aplicados no desenvolvimento do País."

Na prática, o PT usa um jogo de palavras para justificar a mudança de discurso ao longo de sua trajetória. A versão preliminar do texto, que recebeu 15 emendas e ainda passará pelo crivo de uma comissão executiva, diz haver muita diferença entre as concessões dos aeroportos no governo Dilma Rousseff e a venda de estatais na gestão Fernando Henrique (1999 a 2002).

Em vídeo divulgado pela internet, na quarta-feira, Fernando Henrique disse que as privatizações não devem ser encaradas como "questão ideológica". Foi aí que citou a desmitificação do "demônio privatista".

"A privatização não é uma questão ideológica. É uma questão que depende das circunstâncias, como aumentar a capacidade de gerenciar, aumentar a oferta de serviço", afirmou o tucano.

Corrupção

A queda de nove ministros, sete dos quais envolvidos em denúncias de corrupção, é citada de forma indireta na proposta de resolução. "Não vingou a campanha de setores da oposição que buscavam desestabilizar o governo através de seguidas denúncias de corrupção em ministérios". Para o PT, o governo da presidente Dilma Rousseff deu "respostas adequadas" às suspeitas levantadas.

O texto preliminar do PT diz ainda que 2012 será o ano da "Comissão da Verdade" e enfatiza que o partido estará empenhado no "resgate de nossa memória da luta pela democracia durante o período da ditadura militar". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador pernambucano Jarbas Vasconcelos (PMDB) avaliou, durante discurso no Senado, o primeiro ano do governo da presidente Dilma Rousseff (PT). Para Vanconcelos, embora o governo tenha apresentado tímidos avanços em relação à gestão anterior, ainda representa o continuísmo.

“Dilma não imprime uma marca própria ao seu governo, repete todos os erros e excessos de seu antecessor. Acenou com um combate efetivo à corrupção e com uma mudança de métodos políticos, e nada fez. Infelizmente, é mais do mesmo”, alfinetou Jarbas Vasconcelos. Ele ainda classifica que a gestão de Dilma recebeu uma “herança maldita", por ter que administrar com um quadro político que classificou como “deteriorado". Para Jarbas, o presidente Lula transformou o Executivo em uma "luta desenfreada" por espaços de poder entre partidos "sem conteúdo".

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Sobre o desempenho da presidente nas áreas de relações exteriores e política externa, Jarbas disse que estas mereciam elogios até a última semana, mas no momento em que Dilma defendeu a ditadura cubana, errou. O senador acrescentou que o atual governo ainda continua a conviver com a corrupção desenfreada.

Na área econômica, o senador pernambucano afirmou que o governo continua improvisando, em uma "gestão cambaleante, indecisa e episódica" e complementou garantindo que o Brasil ainda convive com uma alta carga tributária, "sucateamento industrial progressivo”. Vale ressaltar que, mesmo integrando um partido da base governista, o senador continua adotando uma postura independente no Parlamento.

Para manter a senadora Marta Suplicy (PT-SP) na cadeira de vice-presidente do Senado, a bancada do PT decidiu revisar o acordo celebrado há um ano, de que haveria um rodízio a fim de que José Pimentel (PT-CE) assumisse o cargo neste ano. A decisão garante um lugar de prestígio para a petista no Congresso, em troca de seu engajamento na campanha de Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo. Na mesma reunião da bancada - que contou com a presença do presidente do PT, Rui Falcão - os petistas elegeram Walter Pinheiro (BA) novo líder da bancada.

Marta rechaçou a afirmação de que teria negociado sua permanência na vice-presidência em troca da participação na campanha de Haddad. "Nunca pensei em negociar (o cargo), sempre estive (engajada na campanha)", protestou. Ela observou que a campanha ainda não começou oficialmente e, quando for o momento, vai se fazer mais presente. "É uma cobrança prematura, sempre fui um soldado do partido", afirmou.

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Rui Falcão saiu em defesa de Marta, afirmando que ela "nunca colocou em dúvida" sua colaboração com a campanha de Haddad. "Não há condição nem imposição nem dúvida nenhuma da participação da companheira Marta (na campanha de Haddad)", enfatizou o dirigente petista. "Só o fato de ela renunciar à candidatura já é uma demonstração de completo envolvimento na campanha de Haddad", acrescentou o novo líder, Walter Pinheiro.

Um dos senadores que participou da reunião disse que foi legítima a decisão de preservar Marta no cargo, porque ela "já abriu mão de muita coisa". Além de renunciar à candidatura a prefeita, Marta foi descartada para assumir um ministério de peso. Sem a vice-presidência, ela seria relegada à planície na atuação parlamentar. Também pesou na decisão do PT de "revisar" o acordo, que envolvia outros integrantes da bancada, a ameaça do líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar a legalidade do rodízio petista no comando do Senado. A Constituição Federal e o regimento interno fixam mandatos de dois anos na Mesa Diretora do Senado e na presidência das comissões.

Segundo um integrante da bancada, ninguém desejava assumir um cargo respondendo a processo por quebra de decoro no STF. O rodízio também alcançava as presidências das Comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Direitos Humanos. Na CAE, Eduardo Suplicy (PT-SP) sucederia a Delcídio Amaral (PT-MS) na presidência. E Ana Rita (PT-ES) assumiria a cadeira de Paulo Paim (PT-RS) nos Direitos Humanos.

Walter Pinheiro foi eleito novo líder à unanimidade de votos, no lugar de Humberto Costa (PT-PE). O senador Wellington Dias (PT-PI) renunciou à disputa com Pinheiro. Em primeiro lugar, porque se o embate fosse a voto, além do desgaste da divisão da bancada, poderia sair derrotado, porque Pinheiro tinha o apoio da maioria. Outro argumento para convencê-lo a recuar foi o apoio da cúpula do PT à pré-candidatura de sua mulher, a deputada estadual Rejane Dias (PT), à Prefeitura de Teresina (PI).

A bancada do PT no Senado se reúne amanhã (1º), às 11 horas, para definir a permanência ou não da senadora Marta Suplicy (PT-SP) na vice-presidência da Casa. Marta resiste em cumprir o acordo celebrado há um ano com José Pimentel (PT-CE), de que fariam um rodízio no cargo.

A disputa está tão acirrada que o presidente do PT, Rui Falcão, foi convidado a participar da reunião a fim de contribuir para um desfecho pacífico. Isso porque a solução do impasse reflete, diretamente, na campanha do petista Fernando Haddad à prefeitura de São Paulo. Outra pauta é a sucessão do atual líder petista, Humberto Costa (PE).

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Nos bastidores, senadores petistas avaliam que faltou sutileza a Marta Suplicy nas tratativas para continuar no segundo cargo de comando do Senado. Seria como se Pimentel tivesse de se contentar com o cargo de líder do governo no Congresso.

Petistas ouvidos pela Agência Estado relatam que nos telefonemas que Marta disparou em busca de apoio para sua permanência no cargo, ela teria adotado uma atitude impositiva. Nessas conversas, alegou que merecia o cargo porque renunciou à candidatura a prefeita de São Paulo. Se também tivesse de abdicar da vice-presidência, era como se sofresse duas rejeições por parte do PT, prejudicando-a junto ao eleitorado.

A cúpula petista receia que, frustrada em seus objetivos, Marta - que tem forte penetração na periferia - não ajude na campanha do ex-ministro Fernando Haddad à Prefeitura paulistana.

Sucessão na liderança - Em outra frente, os senadores Wellington Dias (PT-PI) e Walter Pinheiro (PT-BA) disputam a sucessão do atual líder, Humberto Costa. Pinheiro afirmou à Agência Estado que não partirá para o confronto com o piauiense. "Ao invés de sair aos tapas, vamos sair de braços dados", afirmou.

Por sua vez, Dias intensificou as negociações para arrebatar a liderança. Dias, que no ano passado liderou a cruzada dos Estados do Nordeste e do Norte pela redistribuição dos royalties de petróleo, não quer distância dos holofotes. Nos bastidores, ele argumenta que a Bahia já conta com uma representação forte no governo.

No ano passado, Pinheiro ganhou uma relatoria importante: o Plano Plurianual 2012-2015, que define o plano de investimentos do governo para os próximos quatro anos. Além disso, atribui-se ao governador da Bahia, Jaques Wagner, e a Walter Pinheiro, aliado de primeira hora de Wagner, a indicação do deputado Afonso Florence (PT-BA) para ser o ministro do Desenvolvimento Agrário.

O Partido dos Trabalhadores (PT) de Pernambuco promoverá, na próxima segunda-feira (30), em Paulista, na Região Metropolitana do Recife, um Fórum Metropolitano com o objetivo de discutir soluções para a região, nas áreas de saúde, mobilidade urbana, transporte, desenvolvimento econômico, saneamento ambiental e planejamento urbano.

Além do deputado Sérgio Leite, que é candidato a prefeito da cidade, outras presenças confirmadas são a do presidente da Empresa Pernambucana de Transporte Intermunicipal (EPTI), Dilson Peixoto; da secretaria executiva das Cidades, Ana Suassuna; e do reitor da UFPE, Anísio Brasileiro.

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Ao contrário do que disse ontem (23), o ex-ministro da Educação Fernando Haddad só irá mergulhar na pré-campanha do PT pela Prefeitura de São Paulo a partir de sábado(28), e não hoje, após sua saída do ministério. Haddad, que acompanharia amanhã (25) a presidente Dilma Rousseff na homenagem patrocinada pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), decidiu ficar em Brasília para organizar sua mudança de volta à capital paulista. Assim, o primeiro compromisso de Haddad será a reunião do Conselho Político de sua campanha no sábado (28).

O pré-candidato petista também cancelou a festa de aniversário que a militância do partido em São Paulo organizava para ficar com a família em Brasília. Amanhã (25), o petista completará 49 anos e ganharia uma festa com sabor de um lançamento de candidatura. "A festa a gente faz outro dia", disse o vereador paulistano José Américo, um dos 27 "conselheiros" de Haddad. O ex-ministro deve pegar o voo de volta para São Paulo no final da quarta-feira ou na quinta-feira. Não há compromissos agendados para sexta (27).

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Haddad está na mira de Kassab, que vem mantendo conversas telefônicas com o ex-ministro na tentativa de fechar uma aliança entre PT e PSD, para a disputa. Haddad, que teria a oportunidade de estar com Kassab amanhã, não vai à entrega da medalha 25 de Janeiro à presidente Dilma Rousseff e ao governador Geraldo Alckmin. Dilma estará acompanhada da cúpula do PT paulistano.

A proposta de aliança com o partido de Kassab será o tema principal da reunião do Conselho Político de Haddad. Parte dos petistas considera incoerente formar uma chapa com quem, até agora, foi alvo de oposição. Outros consideram que a aliança com o prefeito pode aumentar as chances de vitória de Haddad.

Independente dos avanços nas negociações e do encontro que Haddad deverá ter com Kassab nos próximos dias, os petistas comemoram a presença em "tempo integral" do pré-candidato em São Paulo. Enquanto o pré-candidato do PMDB, deputado federal Gabriel Chalita, já circula pela cidade com agenda eleitoral e mantém negociações avançadas com outros partidos, Haddad seguia dividido entre o Ministério da Educação e os contatos para atrair aliados.

A partir da próxima semana, o petista deverá ter uma agenda ativa de encontros com representantes de partidos e contatos para arrecadar fundos para campanha. "A presença dele é muito requisitada mais pelas atividades de planejamento e de conversas com aliados. Essas amarrações políticas envolvem bastante o candidato", afirmou Américo.

Apontado como o mais preparado para vencer as eleições do Recife, por 42% dos eleitores, o ex-prefeito da cidade e deputado federal João Paulo (PT), em entrevista exclusiva ao LeiaJá nesta segunda-feira (23), agradeceu aos eleitores pelo reconhecimento do seu trabalho, refletido nos números da segunda rodada da pesquisa “os sentimentos do eleitor recifense”, encomendada pelo Portal LeiaJá e realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau (IPMN). Outro motivo de comemoração para o ex-prefeito é a vitória logo no primeiro turno, sinalizada em dois cenários da pesquisa, contra o democrata Mendonça Filho.

O resultado positivo da sua imagem junto ao eleitorado recifense, segundo o deputado petista, está relacionado ao tempo de vida política e ao trabalho de oito anos na prefeitura, que ele define como sendo "muito bom". “Mesmo com quase quatro anos fora do governo o resultado da pesquisa ainda me dá uma melhor avaliação (46% de intenção de voto em um dos cenários) no primeiro turno, e ainda me dá a menor rejeição. Então, só tenho a agradecer às pessoas que me ajudaram ao longo desse trabalho e dessa caminhada”, afirmou.

Mesmo animado com o resultado da pesquisa e rompido com o atual prefeito João da Costa, João Paulo preferiu não comentar os 75% de rejeição à reeleição do seu companheiro de partido. “Sobre essas questões eu prefiro não comentar”, disse. O petista também optou por silenciar sobre os principais problemas da cidade, apontados no resultado da pesquisa realizada pelo IPMN. Para 29,5% das pessoas que responderam ao questionário, a segurança é o maior problema da cidade. Em segundo lugar estão os itens saúde/hospitais/médicos em greve, que aflige 19,7% da população recifense. Já o item saneamento/esgoto aparece em terceira posição no ranking dos problemas da cidade.

Apesar do nome de João da Costa já ter sido confirmado para o pleito, João Paulo assinala que ainda há chances do PT dar sinal verde para ele largar na disputa. “Por enquanto, essa discussão não foi iniciada no partido”, conclui.

Preocupados com a aproximação do PSD atrás de uma possível composição nas eleições municipais, setores da base do PT-SP criticam a direção petista pela abertura das negociações e integrantes de tendências de esquerda até ameaçam deixar a legenda caso o acordo com a sigla dirigida pelo prefeito Gilberto Kassab prospere.

"Não admito acordo com esse prefeito e seu partido. Sou membro-fundador do PT e, caso isso ocorra, vou rasgar minha carteirinha e desfazer minha filiação", afirma Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, vice-presidente da Central dos Movimentos Populares. "Não posso aceitar acordos espúrios da direção do partido sem consultar a base."

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Gegê afirma que vai defender o voto nulo se a aliança com o PSD se concretizar. "Vamos perder a eleição sem o apoio dele? Não importa. Prefiro perder conscientemente a ganhar e não governar. O PT já perdeu muito de seu projeto original por conta desse tipo de acordo."

As tensões na base petista têm origem na desgastada relação entre a atual administração e os movimentos populares de moradia e saúde. Em 16 de julho do ano passado, em reunião que contou com cerca de 450 filiados, o setorial de habitação do PT-SP decidiu declarar Kassab "inimigo número 1 dos movimentos de habitação e dos sem-teto em São Paulo" e "recomendar ao PT em todas as suas instâncias que não realize nenhum tipo de aliança com este prefeito". O documento elaborado falava ainda em "encaminhar uma agenda de lutas para tirar este prefeito nefasto e seus aliados da prefeitura". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O PT escolheu o dia 25 de março para decidir se terá candidato próprio para disputar a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) ou se vai se aliar ao PSDB para trabalhar pela reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB). O prazo foi definido na noite de ontem, após o principal defensor do rompimento com o socialista, o vice-prefeito e presidente do diretório municipal petista, Roberto Carvalho, apresentar abaixoassinado com 5,2 mil assinaturas defendendo a candidatura própria.

Na sexta-feira, o grupo que é a favor de manter a aliança com o PSB apresentou assinaturas necessárias para que a proposta também seja votada pelos delegados petistas. Na ocasião, o presidente do PT mineiro, o deputado federal Reginaldo Lopes, mostrou confiança na proposta, que tem apoio da presidente Dilma Rousseff e da direção nacional petista, interessados em manter as boas relações com o PSB.

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Roberto Carvalho, porém, ressaltou que entre as 5,2 mil assinaturas no abaixoassinado há "no mínimo 4 mil (assinaturas)" de integrantes do partido. "É uma demonstração inequívoca da vontade dos filiados e da base petista", avaliou. Carvalho ainda classificou como "artifício" a proposta de Reginaldo Lopes de consultar a base petista na Câmara Municipal de Belo Horizonte para ver se os vereadores têm interesse em fazer aliança proporcional com o PSB - o que forçaria também a coligação majoritária. Integrantes da direção socialista, porém, já indicaram que não pretendem fazer a aliança proporcional. "Para os vereadores do PT também interessa a chapa própria. Historicamente, o partido elege no mínimo três pela legenda", declarou Roberto Carvalho.

Pelo calendário definido ontem, o partido promoverá debates durante todo o mês de fevereiro. Em 18 de março, será realizado o encontro da legenda onde serão eleitos os delegados que vão definir pela candidatura própria ou apoio ao PSB uma semana depois. Caso a coligação com os socialistas - que já confirmaram aliança com o PSDB - seja rejeitada, o PT define em 15 de abril quem será o candidato que disputará contra Lacerda.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva transferiu para o diretório municipal do PT paulista a responsabilidade sobre a discussão de um possível acordo com o PSD do prefeito Gilberto Kassab. Hoje, em reunião com vereadores e o presidente do diretório municipal, vereador Antonio Donato, Lula confirmou a proposta feita na última semana por Kassab e sugeriu que o PT discuta o assunto "com tranquilidade". "O Lula disse que é um assunto que temos de discutir com tranquilidade e deixou o PT confortável para tomar uma decisão", contou Donato.

Em meio à indefinição nas negociações com os tucanos, Kassab propôs ao ex-presidente na semana passada, durante visita no Hospital Sírio-Libanês, a indicação de um candidato a vice na chapa do pré-candidato petista Fernando Haddad em uma eventual dobradinha entre PT e PSD. Segundo Donato, Lula falou superficialmente sobre o tema, mas não escondeu a surpresa com a oferta de Kassab. O ex-presidente garantiu aos vereadores que, ao ouvir o prefeito, não se posicionou sobre a proposta.

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Antes de receber nesta tarde os vereadores no Instituto Lula, na zona sul da capital paulista, o ex-presidente se submeteu à oitava sessão de radioterapia contra o câncer de laringe. Donato afirmou que Lula está "muito animado" com Haddad, mas que ainda não definiu como será sua participação na campanha de Haddad porque prefere aguardar o fim do tratamento. A expectativa é que ele mergulhe na pré-campanha após o Carnaval, quando será homenageado pela escola Gaviões da Fiel. "Queremos fazer a grande volta dele em março numa plenária com a militância", revelou.

A atual preocupação diretório municipal é com a saída de Haddad do Ministério da Educação. A expectativa era de que ele deixasse a Esplanada dos Ministérios na próxima segunda-feira (16), mas com a dificuldade da presidente Dilma Rousseff em definir mudanças amplas, Haddad terá de ficar até fevereiro, quando deverá ocorrer a reforma ministerial. "Vamos ter agenda forte em fevereiro. Se passar do começo do mês, aí complica", disse Donato. O dirigente, que também preside o Conselho Político da pré-campanha, lembrou que Haddad precisa concluir seu trabalho antes de passar a pasta para seu substituto, mas que sua cabeça, na realidade, já está na cidade de São Paulo. "Ele está ansioso", contou.

Como sempre o final de ano é época de fazermos um balanço do nosso trabalho, daquilo em que avançamos e no que podemos avançar ainda mais. 2011 marcou uma nova etapa na minha vida pública, pois foi meu ano de estreia como Senador, o primeiro do PT em Pernambuco. Foi um período de muitos desafios, mas também de muitas conquistas.

Logo no início do ano fui escolhido o líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo no Senado. Uma tarefa importante assumida justamente no primeiro ano da gestão da presidenta Dilma Rousseff, tão bem avaliada pela população. Foi muito gratificante fazer parte das grandes discussões no Congresso Nacional, participar e apoiar o lançamento de programas importantes do governo Dilma, e trabalhar em Brasília pelo desenvolvimento de Pernambuco.

Iniciativas como o Brasil sem Miséria, com o propósito de tirar 16 milhões de brasileiros da condição de miseráveis, o Brasil Maior, com medidas de estímulo à economia brasileira, o plano de enfrentamento ao crack e outras drogas, o Brasil Sorridente e a Academia da Saúde são apenas alguns exemplos de medidas acertadas tomadas pela presidenta Dilma. Medidas concretas de um país que continua no rumo certo de crescimento econômico e inclusão social.

No Senado Federal, apreciamos e propusemos matérias com impacto relevante na vida do trabalhador, como a política de recomposição do salário mínimo e o projeto que redistribui os royalties de petróleo, garantindo uma melhor repartição para todas as regiões do país, com ganhos para o Nordeste e Pernambuco.

O nosso estado também saiu ganhando com a aprovação da Medida Provisória relatada por mim, criando as condições para que a Fiat instalasse a fábrica de automóveis e fosse criado um pólo automotivo na região.

Além do desenvolvimento regional, fui relator e autor de diversas matérias, sobretudo na área de saúde, segurança e direitos humanos. Ao todo, neste primeiro ano, relatei 43 matérias e apresentei 56 projetos de lei. Entre as relatadas, posso citar como exemplo a da regulamentação da emenda constitucional 29. Uma vitória do governo da presidenta Dilma Rousseff e da população brasileira. A regulamentação uniformiza o entendimento do que são ações e serviços de saúde e, com isso, evita os desvios de recursos dessa área.

Entre os projetos de minha autoria é importante citar o que cria a Lei de Responsabilidade Sanitária, estabelecendo obrigações e definindo responsabilidades dos gestores de saúde. O PLS n. 366, já aprovado no Senado e agora na Câmara dos Deputados, proíbe as unidades de saúde pública de privilegiar os usuários de planos de saúde no atendimento e reserva de leitos.

2011 foi um ano bastante produtivo e gratificante. Que venha agora 2012, com mais trabalho, debates e propostas para um Brasil melhor para todos nós.

O presidente do PMDB de São Paulo, deputado estadual Baleia Rossi, refutou ontem avaliação feita terça-feira pelo ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) de que haverá uma polarização entre tucanos e petistas na campanha à sucessão à Prefeitura de São Paulo, no ano que vem. O dirigente peemedebista garantiu que a candidatura do deputado federal Gabriel Chalita (PMDB-SP) é "irreversível" e negou a hipótese de uma dobradinha entre PMDB e PT já no primeiro turno da disputa municipal, em um eventual acordo que tem como principal articulador o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"A candidatura do Chalita em São Paulo é irreversível, porque não foi uma construção de última hora", afirmou. "Eu respeito muito o ex-governador José Serra, mas acho que o Gabriel Chalita tem todas as condições de disputar com ele ou com qualquer outro", completou. Chalita e Lula devem se reunir em janeiro de 2012, a pedido do ex-presidente, para discutir o cenário eleitoral em São Paulo.

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Em entrevista exclusiva à Agência Estado, o dirigente do PMDB mostrou confiança na ida de Gabriel Chalita ao segundo turno da disputa municipal e considerou José Serra como um dos adversários do deputado federal, apesar de o ex-governador negar a pessoas próximas a intenção de participar na corrida eleitoral. "Apesar de ele dizer que não é candidato à Prefeitura de São Paulo, eu acho que ele deve estar pensando no assunto", afirmou.

"A campanha de 2012 em São Paulo terá três candidatos fortes: do PSDB, do PT e do PMDB, e eu acredito que o PMDB vá para o segundo turno", acrescentou. Rossi admitiu que Chalita é pouco conhecido da população paulistana, o que, segundo ele, foi apontado em uma pesquisa qualitativa feita pelo próprio partido. "A pesquisa mostrou que 90% da população de São Paulo não conhece o Chalita. Na faixa dos 10% em que ele é conhecido, tem um bom desempenho", afirmou o presidente do PMDB.

Para o dirigente peemedebista, quando Chalita for conhecido por meio de sua participação nos palanques eletrônicos, uma vez que o PMDB detém o segundo maior tempo no horário eleitoral gratuito em São Paulo, esse desconhecimento deverá ser revertido. "Hoje, você não consegue falar com milhões e milhões de eleitores em São Paulo sem que tenha tempo de televisão e o Chalita fará uma campanha propositiva, passará a imagem do bom gestor, de uma pessoa respeitada e voltada à educação", explicou.

Rossi afirmou que o PMDB pretende lançar, pelo menos, 400 candidatos a prefeito no Estado de São Paulo em 2012, eleger 150 deles e assim ter força para bancar a candidatura do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, ao governo paulista em 2014. "O partido, para pleitear a sucessão ao Palácio dos Bandeirantes, terá de sair fortalecido em 2012 nas principais cidades de São Paulo". Rossi avalia que o PMDB de São Paulo conseguiu manter a unidade no Estado, quase um ano após a morte do ex-governador Orestes Quércia, ocorrida no dia 24 de dezembro do ano passado.

Segundo ele, foram feitas 25 mil filiações este ano e o partido está representado nos 645 municípios paulistas com diretórios municipais ou comissões provisórias. Prova dessa união, segundo ele, é a unificação das várias correntes na chapa única do Diretório Estadual do PMDB em São Paulo, a qual será referendada no próximo sábado para mais um mandato à frente do partido.

O presidente do PMDB paulista citou ainda Orestes Quércia para revelar que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) descumpriu o acordo, firmado em 2010, para dar duas secretarias aos peemedebistas caso fosse eleito, o que não ocorreu. "Quando o ex-governador Quércia definiu o apoio à candidatura de Geraldo Alckmin, ele conversou com o governador que, em caso de vitória, o PMDB teria duas secretarias", disse. "Não houve o cumprimento do acordo, logicamente", completou Rossi.

Rossi disse ainda que mesmo assim o PMDB manteve o apoio a Alckmin (na Assembleia Legislativa) em 2011 e que não pleiteará cargos no governo de São Paulo, principalmente em 2012, quando ambos serão adversários na campanha à Prefeitura paulistana. "Não é a nossa prioridade hoje ocupar qualquer cargo no governo estadual", concluiu.

O Diretório Nacional do PT aprovou uma resolução política que ataca seu principal adversário, o PSDB, ao chamar o partido de "nau sem rumo". A classificação é uma referência direta à indefinição dos tucanos na escolha de um candidato para as eleições municipais de 2012 em São Paulo. A crítica ao PSDB foi debatida em uma reunião realizada em Belo Horizonte há 10 dias. Na reunião de hoje, em São Paulo, a cúpula do partido decidiu manter o trecho. O texto petista cita uma frase do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que disse ser "mais fácil falar do futuro do euro do que o do PSDB", em alusão à disputa interna pela candidatura à Prefeitura da capital paulista.

"(FHC) descreveu a nau sem rumo em que se converteu o principal partido da oposição conservadora do País. Se o Brasil ainda estivesse sob o jugo dos tucanos estaria arremetido no turbilhão da crise internacional, com milhões de desempregados e se veria face a novas privatizações e ameaças à soberania nacional", avalia a cúpula do PT. Em uma versão anterior, discutida em Belo Horizonte, FHC era chamado de "guru-mor", mas a expressão foi retirada da redação aprovada hoje.

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Apesar do ataque, a direção petista afirma que não deve "subestimar a oposição", que "dirige governos importantes e, mesmo sendo minoritária na sociedade, possui bases eleitorais significativas". "Sua ação, no entanto, hoje se desenrola no plano das denúncias sem coragem de assumir suas concepções econômicas e sociais que são da mesma natureza daquelas geradoras da crise internacional", critica o partido.

A resolução política do PT indica que o partido pretende usar as eleições de 2012 para "sustentar e ampliar" o apoio a seu projeto nacional. A afirmação seria um contraponto à estratégia eleitoral de 2010, quando candidaturas próprias petistas foram prejudicadas em nome da aliança nacional pela eleição da presidente Dilma Rousseff.

A direção reconhece, no entanto, a necessidade de alianças. "As eleições serão também um momento de unidade programática com nossos aliados, compreendendo a necessidade de alianças que devem levar em conta a legítima aspiração de cada partido ao seu crescimento e a posição relativa de força de cada um na sociedade", afirma.

A disputa do ano que vem será "um momento de fortalecimento" do partido. O texto volta a destacar a necessidade de "unidade" da sigla, a exemplo dos acordos que evitaram a realização de prévias para a escolha de candidatos - como foi o caso de São Paulo. "Neste aspecto, por sinal, a definição de candidaturas em São Paulo e Porto Alegre atestam a disposição da militância de entender a unidade como um instrumento para chegar à vitória nas urnas", diz a resolução. O texto também descreve as consequências da crise financeira mundial, responsabiliza o neoliberalismo e defende o controle da economia pelos governos.

O presidente do diretório municipal do PT em São Paulo, vereador Antonio Donato, rebateu hoje as críticas dos pré-candidatos do PSDB ao ministro Fernando Haddad, pré-candidato petista à Prefeitura de São Paulo. Em debate promovido pelo jornal Folha de S.Paulo, os tucanos pouparam o prefeito Gilberto Kassab (PSD) de ataques e elegeram Fernando Haddad como alvo preferencial. "Quem não tem proposta tem que atacar, né?", rebateu Donato.

Durante o debate, o pré-candidato do PSDB e secretário estadual de Meio Ambiente, Bruno Covas, afirmou que a população paulistana não quer mais votar em "poste". "Chamaram a Dilma de poste também e a Dilma é hoje presidente da República", respondeu o vereador. Para o dirigente, os tucanos querem ter candidato próprio mas são "incapazes" de criticar a gestão Kassab, que é mal avaliada pelos paulistanos segundo pesquisas. "Se a gestão Kassab é tão boa que não possam criticá-la, por que eles querem ter um candidato?", questionou o dirigente petista, ironizando a recomendação do governador Geraldo Alckmin (PSDB) de evitar os ataques ao prefeito, com o qual o PSDB negocia uma aliança em 2012. "Os tucanos não conseguem explicar por que estão no governo Kassab, por que querem ter um candidato e na falta de proposta, eles escolheram a linha do ataque. Nesta linha, o eleitor não vai aceitar", afirmou.

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O vereador Chico Macena, um dos coordenadores da pré-campanha de Haddad, também saiu em defesa do escolhido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ao listar os feitos de Haddad no Ministério da Educação, Macena destacou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o qual chamou de "maior empreendimento de democratização do ensino" no País. Hoje, o deputado federal e pré-candidato do PSDB Ricardo Trípoli ironizou as falhas no Enem e colocou em dúvida a capacidade administrativa de Haddad. "Sem contar, o que eu imagino que vai acontecer, em um concurso público feito pelo candidato do PT se os dados forem iguais aos do Enem. Vocês imaginem que tipo de concurso público vai haver aqui em São Paulo", alfinetou Trípoli.

Macena disse que os tucanos estão preocupados com a escolha de Haddad pelo PT. "Acho que isso é um pouco de desespero", avaliou. De acordo com o vereador, os paulistanos estão mais propensos a escolher um nome com experiência em administração pública e novo em disputas eleitorais. "Ao contrário do que falam, o Haddad é o que mais tem experiência", afirmou. O vereador também rebateu o comentário de Bruno Covas, neto do ex-governador Mário Covas. "As pessoas não vão votar em uma pessoa que tem só sobrenome e não tem história em São Paulo", provocou Macena, que se referia à recente mudança de domicílio eleitoral de Santos para a capital paulista feita por Bruno Covas.

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