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Em 1988, Mano Brown, KL Jay, Edi Rock e Ice Blue, quatro jovens moradores da periferia de São Paulo, se juntaram para formar um grupo de rap. Batizado de Racionais MC's, o grupo chegou como uma 'bomba' mudando a história do rap nacional e se tornando um dos mais importantes e influentes do gênero. Com letras contundentes, samplers e scratches únicos para sua época e uma narrativa de fazer cair o queixo até do mais rebuscado literato, o Racionais transcendeu os limites da periferia fazendo-se ouvir em lugares antes inimagináveis para artistas negros vindos da favela.

Em 2019, o grupo viaja o Brasil com a turnê Racionais 3 Décadas, que celebra seus 30 anos de carreira. O Recife recebe o show no próximo sábado (5), no Classic Hall. Para fazer o 'esquenta' dos fãs, o LeiaJá elencou nove motivos que explicam a importância do Racionais MC's não só para o rap, mas para a cultura nacional. 

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Sabiam escolher as influências

Os Racionais surgiram da vivência de seus integrantes nos bailes black da periferia de São Paulo. O nome do grupo foi inspirado no disco Racional de Tim Maia. As referências de soul music encontradas na obra de Maia também foram fonte para os rappers paulistas. A música 'Homem na estrada', por exemplo, leva um trecho de 'Ela Partiu', de Tim, sampleada. Também tiveram a influência do renomado grupo de rap americano Public Enemy e do ativista negro Malcom X.

Lançaram o álbum Sobrevivendo no Inferno, considerado um marco no rap nacional

Desde o início da carreira, nas primeiras coletâneas lançadas, o Racionais já mostrou a que veio com músicas que falavam sobre a vida na 'quebrada'. Mas, foi em 1997, com 'Sobrevivendo no Inferno', lançado de forma independente, que eles escancararam o estilo ferino de seu rap mostrando a todo o país a dureza imposta à juventude negra submetida a violência, criminalidade e pobreza nas periferias. O disco chegou a ter mais de um milhão e meio de cópias vendidas, tornando-se o mais bem sucedido álbum de rap na história da música nacional. 

Levaram sua mensagem além

Em 1992, o Racionais MC's foi para as escolas públicas paulistas para falar sobre racismo, violência e criminalidade. Eles foram convidados pela Secretaria de Educação de São Paulo para participar do projeto 'RAPensando a Educação' e contribuíram para a conscientização dos estudantes com as mesmas mensagens que levavam em suas músicas.

Dominaram o mainstream

Em em 1998, o grupo conquistou um reconhecimento antes inimaginável para artistas oriundos da favela e que cantavam rap. Com o clipe da música Diário de um Detento, gravado dentro da casa de Detenção de São Paulo, o extinto Carandiru, eles subiram ao palco do MTV Video Music Brasil, premiação do canal de música MTV levando o troféu de Escolha da Audiência, um dos mais cobiçados da premiação. A música integrou a lista de mais tocadas da revista Rolling Stones e o clipe entrou para a lista Melhor Videoclipe Brasileiro de Todos os Tempos da Folha de São Paulo em segundo lugar. 

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Não têm medo de mudar 

Com 30 anos de estrada, os rappers do Racionais entendem bem a importância de estarem ligados aos tempos em que vivem. Sendo assim, eles não se incomodam em abandonar ou mudar seus discursos. Algumas músicas consideradas machistas, como Mulheres Vulgares, de 1993, foram retiradas do repertório do grupo. A musicalidade também foi se adaptando ao longo do tempo e eles sabem, como ninguém, entregar aos fãs o que os fãs querem. Em 2014, eles surpreenderam com o suingado álbum 'Nada como um dia após outro dia' e, na própria turnê que comemora as três décadas de carreira, o que se tem visto é um verdadeiro baile black em cima do palco, com som mais melodioso e dançante. 

Ajudam os 'manos'

Em 2008, Edy Rock, Mano Brown, KL Jay e Ice Blue começaram uma temporada de shows para ajudar os 'manos' da cena rap em São Paulo. Divididos em duplas, eles acompanhavam as apresentações de grupos e rappers, subindo ao palco com eles, para ajudá-los na divulgação de seus trabalhos. 

Virou leitura obrigatória no vestibular

Em 2018, reconhecendo a relevância sociocultural do disco Sobrevivendo no Inferno, a Universidade de Campinas (Unicamp) listou-o como leitura obrigatória para seu vestibular ao lado de escritores renomados como Luís Camões. Esta foi a primeira vez que um álbum de música foi listado como item obrigatório em um processo seletivo de universidade. À época, o perfil oficial do grupo no Instagram celebrou o feito: "É a periferia ocupando a Academia", escreveram. 

E virou livro, literalmente

Apos a indicação da Unicamp, o disco Sobrevivendo no Inferno virou livro mesmo. Editada pela Companhia das Letras, a obra traz a transcrição das letras das faixas do álbum e traz acabamento das folhas em dourado, como costuma ser feito na Bíblia. Também há análises das músicas, descrições de intervenções sonoras e contribuição de Eliane Dias, produtora dos Racionais e esposa de Mano Brown. 

Tocam de casamento à velório

Ainda que com letras contundentes, falando sobre criminalidade, violência, preconceito racial e pobreza, o rap do racionais MC's conseguiu penetração nos mais diversos círculos e classes sociais. Com seu poder de conscientização e de denúncia da realidade, o grupo levou sua música às mais distintas situações. Em uma entrevista, Mano Brown contou que vários fãs o abordavam dizendo terem ouvido um rap do grupo em velórios. Eles também tocaram muito no rádio, AM e FM, em eventos religiosos e em bordéis, como o próprio rapper contou. Casamentos também não ficam fora da lista. Em 2019, um casal escolheu o rap 'A vida é um desafio' para marcar a celebração de seu matrimônio. 

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Um dos nomes mais importantes do rap nacional vai ganhar uma cinebiografia. A história do rapper Sabotage, morto em 2003, vai ser contada no cinema através das mãos dos diretores José Padilha e Marcos Prado, os mesmos de Tropa de Elite e Narcos. O longa tem estreia prevista para 2020. 

Segundo o colunista Flávio Ricco, José Padilha e Marcos Prado já estariam trabalhando no projeto orçado em R$ 9 milhões. O filme está previsto para chegar às salas de cinema em 2020, quando a morte do rapper completa 17 anos. Em 2015, o documentário Sabotage: o maestro do Canão, já havia contado detalhes da vida do rapper através de depoimentos de amigos e imagens de arquivo. 

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Sabotage, nome artístico de Mauro Mateus dos Santos Filho, trocou o mundo do tráfico pelo da música no final da década de 1990. Apesar de curta - em virtude do seu assassinato, em 2003 -, sua carreira foi bastante significativa fazendo dele um dos principais nomes do rap nacional. 

Os mineiros do Grupo dos Dez estão em cartaz com o espetáculo “Madame Satã – Um Musical Brasileiro”, até 8 de setembro, no Teatro Jaraguá, terá a participação do rapper Djonga como protagonista das apresentações nos dias 3, 4 e 5 de setembro. A peça, acontece de terça a quinta, às 20h; Sextas e sábados, 21h; e domingo, às 19h.

Em 'Madame Satã', o grupo se vale da biografia de um dos mais peculiares personagens brasileiros para dialogar com questões que permeiam a homofobia, o racismo e a homoafetividade. Com trilha sonora inédita, o espetáculo é entrecortado por textos ora poéticos, ora combativos, e traz à tona não apenas a biografia de Satã, mas dá visibilidade às pessoas invisíveis da sociedade que não se enquadram na heteronormatividade vigente.

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A trama apresenta o mundo que rodeia uma das mais peculiares figuras brasileiras, aquele: Madame Satã, uma personagem escolhida para falar de um universo invisível: a prostituição, a pobreza, o racismo, a homofobia e toda a violência de uma sociedade calada frente ao preconceito e à intolerância. Os ingressos estão à venda a partir de R$30 no site do Sympla.

Serviço

Madame Satã - Um musical brasileiro

Até 8 de setembro de 2019

Teatro Jaraguá (Rua Martins Fontes, 71 – Consolação, São Paulo - SP)

R$ 60 (Inteira); R$ 30 (Meia)

Informações: (11) 95048 0563

Dexter e Afro-X estão de volta. Os seguidores do rap nacional, em festa. Com o primeiro show da turnê "Vivos" marcado para o próximo fim de semana, em São Paulo, o 509-E retorna aos palcos para celebrar os 20 anos de existência de um dos grupos de rap mais respeitados do Brasil. Em duas décadas de vida do projeto artístico, há 16 anos o 509-E não aparece para seus fãs. Por isso, a dupla promete novidade para quem já teve chance de assistir a um show da curta carreira e surpresas para quem os verá pela primeira vez.

A música salvou Marcos Fernandes de Omena, o Dexter e Cristian de Souza Augusto, o Afro-X. Nascidos no mesmo bairro da periferia da capital paulista, o destino dos dois foi o mundo do crime, mas aquele momento da vida de quem nasceu para ser artista não iria durar para sempre. O número da cela na qual ficaram detidos juntos na Casa de Detenção, 509-E, virou o nome e símbolo da sobrevivência pessoal e artística do grupo. “O que nós estamos vivendo hoje é muito improvável que aconteça, na questão da ressocialização a estatística mostra que 70% volta para a vida do crime”, declara Afro-X. Além do legado que a dupla faz questão de deixar marcado em suas canções, Dexter ressalta que outros fatores também estão ligados à celebração dos 20 anos do 509-E. “O amor pela cultura, do querer transformar, tem a ver com respeito, com amizade, com perdão, com carinho, com saúde mental, com correria, com querer mostrar que é possível quando se acredita”, enfatiza o Mc.

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Pregando a lealdade e valorizando a conscientização social em suas canções, os dois CD’s “Provérbios 13” (2000) e MMII d.C – 2002 Depois de Cristo (2002) venderam mais de 160 mil cópias. O cumprimento da pena, outros projetos de vida, os problemas pessoais e os empecilhos de quem vive privado da liberdade interromperam a carreira musical do 509-E. É o que faz a dupla e a produção trabalharem bastante para apresentar a nova modelagem do espetáculo do 509-E aos fãs. “A ideia é trazer para as pessoas o que elas tiveram pouco ou não tiveram em relação ao 509-E, uma estrutura diferenciada, maior do que a gente teve na época”, destaca Dexter. Com a disposição de jovens de 18 anos (Dexter hoje tem 46 e Afro-X 45 anos), Afro-X reitera a importância do som do 509-E ser ouvido por gerações. “Estamos nos reinventando dentro dessa realidade do rap e da sociedade, a gente acredita que essa interação vai ser muito louca porque tem o passado com o presente junto então vai ser sensacional”, considera.

Além do público paulista, a turnê “Vivos” do 509-E visitará Salvador (Estação Hall, dia 14 de setembro), Porto Alegre (Opinião, dia 10 de outubro), Curitiba (Victoria Villa, dia 11 de outubro) e Belo Horizonte (Mister Rock, dia 26 de outubro). Movidos pelas batidas do rap, inspirados pela parceria de longa data e pelos grandes sucessos como “Só os Fortes”, “Oitavo Anjo” e “Saudades Mil”, a dupla carrega no peito a paixão pela cultura hip-hop. “É uma cultura enraizada pelo mundo todo, que salva vidas e que precisa se alimentar de coisas boas também”, completa Dexter.

Serviço

509-E 20 anos – Turnê VIVOS

Local: Audio – São Paulo

Data: 24 de agosto (sábado)

Abertura da casa: 22h

Classificação: 18 Anos

Endereço: Av. Francisco Matarazzo, 694 - Barra Funda - São Paulo - SP

Venda Ingressos: Bilheteria Audio (de segunda a sábado das 13h às 20h) site ou aplicativo Ticket360 - https://www.ticket360.com.br/evento/10744/509-e-turne-vivos

Inspirado nas músicas do Racionais MC's, Hugo Cacique, um jovem do bairro de Campo Limpo, em São Paulo, criou um dicionário de gírias dos raps do maior grupo mdo gênero no Brasil. O Dicionário Capão é um projeto que toma forma no Instagram, em postagens de verbetes pichados sobre páginas de dicionário.

Hugo pretende com o projeto dar mais visibilidade e peso ao empoderamento trazido pela banda em suas letras. “Uma homenagem à melhor arma dos quatro pretos mais perigosos do Brasil: a palavra”. Diz ele na biografia do perfil na rede social.

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Em entrevista para o Suplemento Pernambuco, Hugo contou que a ideia surgiu durante o trajeto de ônibus e trem entre Morumbi e Capão redondo, que ele fazia na época que ainda morava em Campo Limpo. “Nesses trajetos é muito marcante como o perfil das pessoas vai mudando. Um dia, vendo um mano falando no celular com outros, fiquei imaginando o que as tiazinhas do trem estavam pensando. Daí me veio o estalo para começar o projeto”.

Sobre a escolha do alfabeto fonético, Hugo ainda comenta que a intenção era credibilizar o dicionário. “Mesmo que não siga as regras normativas da gramática, é interessante para dar maior legitimidade. Claro que também tem o fato de enfatizar o caráter oral desta variante da língua. Mostrar que se trata e um dialeto". 

Nascido no sul dos Estados Unidos, no fim da década de 1990, o trap - subgênero do rap - ganhou vulto e status no mainstream em meados da primeira década dos anos 2000. Nomes como Migos, Travis Scott, Lil Uzi Vert, Future e 21 Savage são apenas alguns exemplos do vasto celeiro de trappers gringos que colocaram o estilo no topo das paradas musicais, trilhas de filmes e até na boca dos cantores mais pop do momento, como Katy Perry e Lana del Rey. 

No Brasil, o estilo chegou por volta de 2014 um tanto tímido mas encontrando solo fértil para crescer. Segundo pesquisa feita pela plataforma de streaming Spotify, de 2016 até o primeiro semestre de 2019 o consumo de trap nacional cresceu em média 61% ao ano. O Sudeste  foi a primeira região a abraçar o estilo. Em Minas Gerais, uma cena já consolidada ostenta nomes como Sidoka, MC Caverinha, Chris MC e Delatorvi; em Guarulhos (SP), outros exemplos bem fortes no meio aparecem através de Raffa Moreira (Lil Raff), Klyn, Moah e Rare Kidd.

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O Nordeste não fica de fora desse roteiro. O cearense Matuê aparece como um dos trappers de maior evidência nos últimos tempos e contabiliza 1,3 milhões de ouvintes mensais no Spotify. No Recife, uma cena abastecida de MCs, produtores e beatmakers começa a tomar corpo e chamar atenção com suas produções. Os artistas do trap pernambucano têm conquistado números expressivos nas redes sociais e até mesmo em eventos e festivais, a exemplo de Nexo Anexo - considerado um dos trapmakers precursores por essas bandas que conta com mais de 400 mil visualizações no YouTube. 

De casa para o mundo

Em sua grande maioria, os trappers pernambucanos trabalham como artistas independentes. T-Bat (Thiago Batista), Suavinho (Tadeu Paiva), D3 (Daniel Tríade) e Joma (João Marcelo), sabem exatamente o que é preciso para fazer esse 'corre'. Em entrevista exclusiva ao LeiaJá, os MCs - o mais experiente está na cena desde 2016 - contaram o quanto é preciso ralar e como produzem seu som a despeito de todas dificuldades. 

Os quatro empregam seus próprios recursos nas gravações de músicas e videoclipes, no estilo 'faça você mesmo’'. Eles garantem que a maior diferença do que é feito em Pernambuco para o que já está consolidado em lugares como Minas Gerais e São Paulo, é o nível de profissionalismo dos envolvidos na cena. "No Sudeste a galera tem toda uma estrutura. Aqui temos muitos MCs bons que fazem muitas músicas, mas a gente como independente não tem dinheiro pra investir sozinho”, diz Suavinho. 

JomaA falta de conhecimento em relação ao 'fazer' da indústria musical, como entender sobre os processos que envolvem produzir, lançar e divulgar um trabalho, também fazem parte das dificuldades de artistas independentes como eles. Esse cenário vem mudando aos poucos e a busca por uma profissionalização tem sido preocupação constante, como explica Joma: "Quando eu comecei eu via que quase ninguém sabia o que tinha que fazer. A galera não enxergava que fazer música é um trabalho, antigamente estavam só preocupadas em soltar o som e esperar que alguém visse e desse certo e hoje em dia as pessoas estão indo atrás do que é preciso fazer pro trampo dar certo".

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--> Mas, afinal, qual é a voz da periferia?

O espaço para mostrar sua música também vem mudando. Apesar dos MCs reclamarem da falta de festas voltadas para o público do rap e trap especificamente, eles encontraram na parceria com uma outra cena local, a do brega funk, uma maneira de escoar sua produção e aumentar seu público. Os produtores de eventos têm misturado os estilos nas programações das festas e o resultado tem sido positivo para ambos. "Eles querem muito trabalhar com a gente do trap, até porque eles estão consumindo o trap", diz T-Bat. 

Para os trappers, o sucesso na parceria se dá pela familiaridade da sua música com o T-Batbrega funk. A estética dos dois costuma ser bem parecida, sendo ambos feitos para as pessoas se divertirem e dançarem sem a preocupação com uma mensagem mais profunda. A origem também é a mesma, a periferia, como explica Joma: "O funk,  brega funk e o trap conversam muito, a vivência dos caras e a origem também é muito parecida, até o jeito de se comunicar e se vestir. Tanto é que dá pra fazer trap com brega, com funk, o brega funk, dá pra misturar tudo pelas batidas, pelo BPM".  A exemplo do que faz o trapper pernambucano HoodBob.

Sendo assim, trap e brega funk, em Pernambuco, compartilham público e espaços, além de outro item significativo,  as polêmicas. O trap pode atrair olhares tortos pelo tom de suas letras que versam sobre violência, dinheiro, ostentação, álcool e sexo. "É um gênero que mexe com coisas que podem causar muita polêmica, mas tem como falar sobre essas coisas sem ser de uma forma ofensiva. Mas é um gênero que é sujo", explica Joma. 

SuavinhoA forma de retratar a mulher e o corpo feminino, com tom pejorativo e até mesmo agressivo tem sido motivos de críticas. Suavinho defende seu segmento: "Depende de cada MC, eu tenho bastante limite. Eu não vou escrever algo que não vai condizer com o que eu acredito. Eu não vou desrespeitar ninguém, nem mulheres". Já T-Bat vai na origem do gênero para falar sobre o tema: "Acho que no trap existe esse limite até pelo modo que começou, como é uma evolução do boom bap que é a mensagem, acho que isso influenciou da gente ter um certo limite". Suavinho complementa: "Acho que quem começa diretamente no trap não tem muito essa mentalidade". 

Eles explicam que o fundamento do trap é divertir. Desse modo, não há uma preocupação com letras e mensagens mas sim com beats, flows. Apesar disso, as temáticas geralmente abordadas podem incomodar aos ouvidos mais conservadores e gerar certo preconceito com o estilo. Essas são outras dificuldades que os MCs garantem também estar diminuindo. "O trap não tem intenção nenhuma de impactar com as letras. Tem quem faça trap com as letras assim, não tem uma regra, mas a intenção do trap é ser mais musical, com as melodias, com o flow, mais preocupado com a estética", afirma Joma. 

Pavimentando

D3Em uma cena que está aprendendo a caminhar, a vontade de fazer acontecer é o que tem motivado esses quatro trapmakers. Do home studio de T-Bat tem saído inúmeras produções que ele produz não só com os amigos mas com outros trappers que surgem a todo momento. "Se você olhar como um todo o trap ainda é um bebezinho, ele tá se tornando um menininho, e para se firmar mesmo vai ser daqui a um tempo. Eu vejo a gente como a base do que está por vir". D3 acrescenta: "O que a gente tem feito acaba movimentando mais (a cena). A gente tá saindo na mídia e o pessoal vai chegando. Alcançando esses espaços a gente consegue fazer a cena toda se movimentar. A  gente tá caminhando pra crescer".

Trapseries 150 BPM

A vontade de crescer fez T-Bat, Suavinho e D3 criarem o projeto Trapseries 150 BPM. A ideia é produzir os chamados 'feats', músicas com a participação de vários MCs, para que todos possam ter um espaço nessa grande vitrine. O primeiro som, Super Oxe Gang, reuniu dez trappers, todos "locais", como frisa D3, e cada um botou sua cara no tempo que lhe cabia na faixa. "A ideia real é mostrar todo mundo e mostrar que todo mundo faz parte de uma cena só", explica T-Bat. O Trapseries já tem duas novas músicas em desenvolvimento, a primeira pode ser conferida no YouTube. 

  

Nesta terça-feira (13), Anitta deixou os fãs eufóricos com um registro na rede social. A brasileira divulgou no seu perfil do Instagram uma foto ao lado de Cardi B, rapper que iria se apresentar este ano no Palco Mundo do Rock in Rio. Na postagem, Anitta fez mistério com o encontro.

"Oi, Brasil, o bonde das funkeiras vai crescer, bom dia", escreveu. Especulando uma possível parceria entre as duas, fãs de Anitta vibraram com a publicação da imagem. "Só essa notícia que eu precisava para seguir em frente", brincou um dos internautas. "Laudo médico: surtando", comentou outra. Antes de encontrar com a funkeira, Cardi B demonstrava carinho por ela.

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Sempre ativa nas redes sociais, a artista americana já postou alguns vídeos tentando arriscar o passo do quadradinho e o português na canção "Onda Diferente", sucesso de Anitta com participação de Ludmilla e Snoop Dog.

Confira:

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A 'Batalha da Escadaria', um dos principais eventos da cena Rap em Pernambuco,  promove neste sábado (3), a primeira pré-seletiva que dará ao vencedor uma vaga direta na eliminatória regional, o que possibilitará a classificação para representar o Estado no Duelo Nacional de MC's 2019, em Belo Horizonte, Minas Gerais. 

O evento acontece a partir das 20h, na escadaria da rua do Hospício com a esquina da avenida Conde da Boa Vista, no bairro da Boa Vista, Centro do Recife. Para participar, rimadoras e rimadores precisam se cadastrar minutos antes do duelo, pagando a inscrição no valor de R$ 5. Dezesseis nomes serão escolhidos em sorteio para o confronto.

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De acordo com a assessoria do evento, cada rimador terá 45 segundos para o duelo que deverá ser feito no estilo 'Freestyle'. O vencedor desta pré-seletiva se classifica para a seletiva pernambucana que acontecerá no próximo dia 31. Na última eliminatória, com também 16 duelistas, quem vencer garante representará Pernambuco na capital mineira, no Duelo Nacional de MC's - que será realizado no final do ano.

Depois de mergulhar no universo do anime Afro Samurai, o rapper paulista Yannick Hara buscou referências do cyberpubk para seu novo trabalho, o single Blade Runner. A música faz parte do disco O Caçador de Andróides, com lançamento marcado para o dia 19 de novembro.

Buscando uma quebra de paradigmas em seus trabalhos, Yannick, desta vez, se insere na cultura do cyberpunk e da ficção científica para a construção de seu novo personagem. Bade Runner apresenta a nova estética do rapper, com um videoclipe dirigido pelo ator Vertin Moura, de Big Jato e 3%, e participação especial do poeta Rafael Carnevalli.

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Já o disco que chega no final do ano, Caçador de Andróides, vai trazer uma narrativa sonora que entrelaça o trap, dubstep, big beat, vaporwave, synthpop e pós punk. O trabalho também contará com participações especiais como Clemente Nascimento, da Inocentes, Rodrigo Lima, do Dead Fish, e da cantora Sara Não Tem Nome. Antes do lançamento, serão divulgadas seis faixas entre os meses de maio e outubro.

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--> Novos rappers brasileiros que você precisa ouvir

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 O Estádio Luiz José de Lacerda, o “Lacerdão”, em Caruaru, Agreste pernambucano, recebe neste sábado (25), às 16h, o ‘Raiz Festival’. O evento exalta o rap e reggae e traz a banda carioca 'Ponto de Equilíbrio' como uma das atrações.

Na Brisa e GOG, grandes nomes do cenário musical, também se apresentam. Bira e o Bando, DJ BL e a banda Vimana ficam responsáveis por representar a produção local. “Ter uma espaço em meio a essa guerra que travamos contra as músicas descartáveis que estão dominando a grande mídia é essencial. Vamos mostrar que Caruaru tem público que consome música independente”, diz Bira, do grupo Bira e o Bando. Os ingressos custam a partir de R$ 25 e podem ser adquiridos pela Sympla.

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Serviço

Raiz Festival

Sábado (25) | 16h

Estádio Luiz José de Lacerda (Av. Agamenon Magalhães, 425 - Maurício de Nassau, Caruaru)

R$25

*Com informações da assessoria

 Na sexta-feira (26), a cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, ganha um novo projeto musical. O ‘Rock das Olindas’ investe na difusão da música autoral, com foco no rock in roll, rap, reggae e afrobeat.

Nesta primeira edição o evento terá como atrações as bandas: Etnia, Pácua e Via Sat e a banda Plugins, além do DJ Paulo Veríssimo. O ‘Rock das Olindas’ acontece no Recanto do Ingá, antigo Xinxim da Baiana, às 22h.

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Os ingressos custam R$10 e podem ser adquiridos no local do evento.

Serviço

Rock das Olindas

26 de abril | 22h

Recanto do Ingá ( Av. Sigismundo Gonçalves, 742, Carmo - Olinda) R$10

  Aclamado na cena rap nacional, o grupo MC’s Racionais anunciou nova turnê em comemoração aos 30 anos de carreira. Oito cidades serão contempladas com os shows, que têm início no dia 8 de junho, em Brasília e se encerra no dia 12 de outubro, em São Paulo.

De acordo com a Exame, o grupo será acompanhado por uma banda, com cerca de 12 músicos. Confira as datas e as cidades:

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08.06 - Brasília

20.07 - Florianópolis

26.07 - Recife

28.07 - Salvador

17.08 - Curitiba

24.08 - Rio de Janeiro

14.09 - Belo Horizonte

12.10 - São Paulo

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O professor e jornalista Thiago Andrey Brito lança seu primeiro álbum de rap, “Círculos”, com o nome artístico de shPEKtro. O álbum é independente e tem nove faixas que contam uma história baseada nos nove círculos do inferno relatados no poema épico "A Divina Comédia", obra clássica do poeta medieval italiano Dante Alighieri (1265-1321).

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O rapper destaca que o trabalho foi inspirado em cada círculo com o objetivo de passar uma mensagem. “O álbum conta uma história e na faixa final eu dou uma conclusão do que se trata, mas de um jeito em que a interpretação fica bem aberta”, disse o músico.

shPEKtro relatou como foi o trabalho criativo. “O disco está pronto desde o final do primeiro semestre de 2018. Foi um longo processo de criação, que totalizou um total de quatro anos de produção. Eu compus e performo todas as letras, então tive uma certa liberdade na hora de criar as letras e batidas”, observou o artista.

O álbum deve chegar em breve às plataformas de streaming digital, como Spotify e Deezer. Atualmente, se encontra disponível no Soundcloud. “Isso eu faço por hobby e por sorte acabei me encontrando nele. Eu quero que as pessoas conheçam o meu trabalho. Após o processo de divulgação eu pretendo começar a fazer shows”, finalizou.

Veja clipe do rapper shPEKtro aqui.

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O rap lidera as indicações ao Grammy 2019, com oito para o rapper Kendrick Lamar, seguido de perto pelo canadense Drake.

Pouco representadas na edição da premiação de 2018, as mulheres ocupam este ano um bom lugar, com cinco indicações de oito na categoria principal: de melhor álbum do ano.

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Vejo os indicados nas principais categorias da premiação:

- ÁLBUM DO ANO:

- "Invasion of Privacy", Cardi B

- "By The Way, I Forgive You", Brandi Carlile

- "Scorpion", Drake

- "H.E.R.", H.E.R.

- "Beerbongs & Bentleys", Post Malone

- "Dirty Computer", Janelle Monae

- "Golden Hour", Kacey Musgraves

- "The Album, Music From and Inspired By", Black Panther

- GRAVAÇÃO DO ANO:

- "I Like It", Cardi B, Bad Bunny & J Balvin

- "The Joke", Brandi Carlile

- "This Is America" — Childish Gambino

- "God's Plan", Drake

- "Shallow", Lady Gaga & Bradley Cooper

- "All The Stars", Kendrick Lamar & SZA

- "Rockstar", Post Malone Featuring 21 Savage

- "The Middle", Zedd, Maren Morris & Grey

- MÚSICA DO ANO (compositor):

- "All The Stars"

- "Boo'd Up"

- "God's Plan"

- "In My Blood"

- "The Joke"

- "The Middle"

- "Shallow"

- "This Is America"

- ARTISTA REVELAÇÃO

- Chloe x Halle

- Luke Combs

- Greta Van Fleet

- H.E.R.

- Dua Lipa

- Margo Price

- Bebe Rexha

- Jorja Smith

Os defensores do rapper de origem britânica 21 Savage, detido pela polícia migratória americana desde domingo por residir de forma ilegal nos Estados Unidos, ganharam um reforço de peso com a entrada em cena da superestrela Jay-Z, que colocou seu advogado às ordens do caso.

O advogado nova-iorquino Alex Spiro confirmou nesta quinta-feira (7) à AFP que, a pedido de seu cliente habitual, Jay-Z, está a cargo do caso do jovem rapper de Atlanta, uma estrela em ascensão que aparece este ano entre os finalistas do Grammy, famosa premiação da música americana que acontecerá neste domingo em Los Angeles.

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O magnata Jay-Z anunciou na quarta-feira que fará tudo o que estiver ao seu alcance para "libertar 21 Savage", um caso já apoiado sob a hashtag #Free21Savage por muitas personalidades, de Cardi B até a jovem representante democrata do Congresso Alexandria Ocasio-Cortez.

"A detenção de 21 Savage é uma farsa total, sua solicitação de visto U espera uma resposta há quatro anos", escreveu Jay-Z em sua página no Facebook.

Quase todos os fãs do rapper de 26 anos, cujo nome de batismo é Sha Yaa Bin Abraham Joseph e que tem três filhos, souberam com sua surpreendente detenção no domingo pela polícia migratória (ICE) que não era cidadão americano, embora viva em Atlanta desde os sete anos e sempre tenha sido apresentado como filho da nova capital do hip-hop americano.

Desde a sua prisão, que o expõe à deportação dos Estados Unidos, seus advogados confirmaram que estava em situação ilegal desde que seu visto expirou, em 2006, quando era menor de idade.

E, a partir de então, ficou na mesma situação que 1,8 milhão de jovens que chegaram aos Estados Unidos quando criança e que continuavam em situação ilegal ao chegar à maior idade.

O rapper 21 Savage, cujo álbum "I Am> I Was" ficou o topo das vendas nos Estados Unidos no começo do ano, apresentou uma solicitação de visto "U" - reservada às vítimas de crimes - há vários anos, mas sua solicitação permanece sem resposta.

"Tem uma solicitação de visto apresentada corretamente, que foi bloqueada quando deveria ter sido aprovada há muito tempo", o que teria "assegurado o seu status migratório", indicou Spiro.

"O único problema relacionado com seu status é uma condenação por um caso relacionado a maconha", que data de 2014, "anulado depois", acrescentou o advogado, que disse que o artista "deveria ao menos poder gozar da liberdade condicional para se defender".

A audiência acontecerá "muito em breve", assegurou Spiro.

A rapper do momento nos Estados Unidos, Cardi B, publicou um vídeo em seu Instagram no qual ataca o presidente Donald Trump pela paralisação parcial do governo, que já dura quatro semanas.

A artista nascida no Bronx, com 40 milhões de seguidores na rede social, questionou duramente o presidente por pedir aos funcionários estatais que estavam de licença pelo "shutdown" que executem tarefas vitais para o governo sem receber salário.

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"Trump está mandando que os funcionários do governo federal voltem a trabalhar sem receber", disse no vídeo a cantora, conhecida por hits como "Bodak Yellow" e "I Like It".

"Não quero escutá-los, filhos da puta, dizendo 'ah, mas o Obama fechou o governo durante 17 dias'", falou no clipe, com mais de 10 milhões de visualizações, sobre o "shutdown" de 2013

"Sim, vadia! Pela saúde! Para que sua avó possa medir a pressão", continuou.

"Nós realmente precisamos levar isso a sério", disse Cardi B a seus fãs sobre o "shutdown", que persiste devido à falta de acordo entre Trump e os democratas no Congresso, aos quais ele pede 5,7 bilhões de dólares para construir um muro na fronteira com o México, porque ele acredita que vai parar a imigração ilegal.

"Nosso país está no inferno", afirmou a cantora de 26 anos. "Tudo para a porra de um muro (...) É uma loucura", disse Cardi B, cujo pai é dominicano e a mãe, de Trinidad. "Acho que devemos fazer alguma coisa."

Nem só de Machado de Assis vive uma banca organizadora de vestibulares. Apesar dos nomes tradicionais da literatura sempre aparecerem na lista de obras indicadas ou obrigatórias dos certames nacionais, é cada vez mais comum ver títulos com conteúdos e formatos inusitados nos editais para instituições públicas de ensino.

A presença de filmes, músicas e até mesmo de um CD nas listas surpreende alunos e levanta o questionamento: qual a importância de obras de “entretenimento” em uma prova tão importante?Para os docentes, a resposta é simples: a interpretação dos textos não deve ser feita apenas no preto e branco do papel.

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“É importante que o aluno entenda que o texto não se materializa apenas de forma escrita. Ele pode ser manifestado de várias formas, inclusive, nas manifestações artísticas. É importante que o aluno capture a riqueza de linguagem, de conteúdo, que ele encare o texto como dinâmico, vivo, da forma que ele é”, lembra o professor de redação e linguagens Diogo Didier.

Um dos casos mais comentados de 2018 veio de São Paulo. Ao liberar a lista de materiais obrigatórios para a leitura do vestibular 2020, a Universidade de Campinas (Unicamp) indicou o CD Sobrevivendo no Inferno, dos Racionais MC’s. A obra, de 1997, é considerada um marco na história do rap brasileiro, retratando a violência nas favelas do País. “Quem fez essa escolha possivelmente buscou problematizar essas questões de forma muito crua. Geralmente a obra literária tem o hábito de usar recursos metafóricos e linguísticos para fazer com que o leitor pense. A música não precisa de tanta interpretação se você entender a linguagem ali inserida”, afirmou Didier.

Confira lista com cinco obras diferentes já cobradas nos vestibulares brasileiros:

CD: Sobrevivendo no inferno - Racionais MC’s (Unicamp)

A primeira vez que a Universidade de Campinas (Unicamp) cobrou um CD inteiro nas leituras obrigatórias de uma prova de vestibular foi com uma das obras mais importantes do rap brasileiro. O álbum “Sobrevivendo no Inferno”, dos Racionais MC’s, lançado em 1997, elencou a lista para o vestibular 2020 da instituição e foi pouco tempo depois transformado em um livro.

Diário: Quarto de despejo - Carolina de Jesus (UFRGS) 

O diário da catadora Carolina de Jesus, escrito por ela em uma favela de São Paulo na década de 1950, foi uma das leituras obrigatórias do vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) no vestibular 2017. A obra foi transformada em livro, mas manteve a estrutura física do caderno escrito pela mulher, com datas e até mesmo erros ortográficos, trazendo uma maior imersão para o leitor em uma nova realidade.

Animação: O homem - Steve Cuts (Unb)

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Com pouco menos de quatro minutos de duração, a inusitada animação feita em flash e after effects foi uma das obras indicadas pelo Programa de Avaliação Seriada (PAS) da Universidade de Brasília (Unb). O desenho retrata a relação do homem com a natureza ao longo dos anos.

Música: Beijinho no ombro - Valeska Poposuda (Unb)

Popular entre o público, a música da funkeira Valeska Poposuda também foi material indicado para a terceira fase da avaliação seriada da Universidade de Brasília em 2016. A canção não foi a única indicada: obras de cantores como Lenine, Patativa do Assaré e Gilberto Gil também elencaram a lista divulgada pela Secretaria de Educação de Brasília em seu site oficial.

Filme: Meia Noite em Paris - Woody Allen - UPE (SSA2)

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Além dos filmes nacionais geralmente indicados pela Universidade de Pernambuco (UPE) aos feras que prestaram a segunda etapa do Sistema Seriado de Avaliação (SSA2), um nome conhecido pela “cultura pop” se destacava. O filme “Meia Noite em Paris”, do diretor Woody Allen, conta a história de um jovem escritor em busca de fama na capital francesa e foi visto por milhares de estudantes que seguiram à risca as indicações da universidade.

 

A comunidade é o centro de poder e luta do povo na nova música do grupo pernambucano de rap Chave Mestra, intitulada O Corre. E é na comunidade do Totó, na Zona Oeste do Recife, que o grupo realiza o evento de pré-lançamento do vídeoclipe da nova faixa, nesta terça (6). Além da exibição do vídeo, a festa contará com batalha de Mcs e discotecagem do DJ Stanley.

O clipe é uma produção coletiva entre a Chave Mestra, a produtora Safira Green e a Subverso Lab. Com roteiro e direção de Júlio Fonseca - tendo o rapper Zaca de Chagas como co-roteirista -, a produção tem formato de curta-metragem; ambientado no bairro do Totó, retratando os 'corres' e lutas do cotidiano de seus trabalhadores e moradores para mostrar que a resistência das comunidades se dá com muita solidariedade e parceria. A produção musical ficou sob responsabilidade de Carl Morais.

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Na festa de pré-lançamento, nesta terça (6), o público poderá assistir ao vídeo em primeira mão durante o Cine na Comunidade, que também exibirá outras produções. Além disso, haverá batalha de MCs, com premiação para os dois primeiros colocados, e DJ Stanley mandando muito rap, funk e brega. Na quarta (7), será a vez das plataformas digitais receberem o clipe de O Corre.

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Serviço

Pré-lançamento do clipe 'O Corre', da Chave Mestra

Terça (6) | 18h

ONG Cores do Amanhã (Rua Garota de Ipanema, Box 2 - Totó Planalto)

Gratuito

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As periferias brasileiras nunca viram, ou ouviram, tanta rima boa distribuída nos mais diversos flows. A cena do rap brasileiro só cresce e seus representantes sabem bem como colocar o fermento necessário para tal. Vindos de todas as regiões do país, esses artistas merecem um minuto da sua atenção, e mais: um lugar na sua playlist. 

Confira a lista que preparamos de novos rappers brasileiros que você precisa ouvir:

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 Zaca de Chagas

Pernambucano, natural da Zona Oeste da Região Metropolitana do Recife, Zaca de Chagas trata sobre os problemas sociais das periferias e a vivência dos jovens negros em suas rimas. Nas plataformas de streaming é possível encontrar alguns de seus trabalhos, como os EPs Desafogo e Roleta Russa Facial.


Branco P9

Branco P9 é veterano na cena. Porém, seu trabalho solo, lançado em 2013 - após sua saída da banda Pavilhão 9 -, vem agradando dos mais antigos aos mais recentes fãs do rap brasileiro. 


Rimas & Melodias

Essa cypher só de minas reuniu as MCs Alt Niss, Drik Barbosa, Karol de Souza, Mayra Maldjian, Stefanie, Tássia Reis, Tatiana Bispo. Todas conciliam seus 'trampos' solo com o grupo que rima sobre o empoderamento feminino. 


Acria

O grupo pernambucano busca incorporar em seu som a vasta cultura popular local. Em seus shows, é possível dançar coco e break ao mesmo tempo, com b-boys e autênticos 'coquistas', que provam que o rap é tão original daquele solo quanto os demais ritmos. No final de julho, Acria lançou, no Youtube, o EP Salve os imortais cantadores de rua, em seguida, lançou o primeiro clipe deste trabalho. 



MC Dellacroix

Provando que rap não tem gênero, cor, classe ou qualquer tipo de distinção, MC Dellacroix vem representando na cena paulista. A travesti rima para ser ouvida, e tem conseguido isso com sucesso. Para ela, não é necessário nenhum "aval de macho pra rimar".


Rincon Sapiência

Rincon Sapiência está na 'correria' desde 2000, mas foi em 2009 que seu nome estourou com o lançamento do single Elegância. Seu rap agrega elementos de música africana, eletrônica, jamaicana e do rock. Em suas letras, ele denuncia a realidade vivenciada nas periferias paulistanas. Em 2017, entrou para a lista da Associação Paulista dos Críticos de Artes (APCA) dos 50 melhores álbuns da música brasileira com Galanga Livre, seu primeiro disco, além disso, também foi premiado pela mesma entidade, como Artista do Ano. 


 Diomedes Chinaski

O rapper pernambucano surgiu como uma promessa de renovação do rap brasileiro. Seu primeiro EP Ressentimentos II, lançado no final de 2017, chegou pesado na cena nacional, com samples de MC Troinha, ícone do tecnobrega pernambucano, e Luiz Gonzaga, monstro do forró tradicional. Agora, em setembro deste ano, Chinaski lançou a mixtape Comunista Rico, com rimas influenciadas por Bukowski e estética, segundo o próprio, "experimental". 


Lourena

Lourena é mais uma voz feminina que prova, com louvor, que rap também é coisa de mina. Carioca, de família baiana, traz para sua música influências que vão do grupo de rap Quinto Andar, passando por Billie Holliday, até Beyoncé. 

 

Coruja BC1

Gustavo Vinicius, o Coruja, iniciou na música através do repente. Crescido na periferia de Bauru, São Paulo, o rap somou-se às influências tradicionais do menino que enveredou pelo caminho fa música. Suas rimas são contundentes com o objeivo de fazer pensar quem as ouve. 


Djonga

O mineiro Djonga entrou para a vida artística através de saraus de poesia. Em 2018, lançou seu primeiro disco, Heresia. O trabalho foi muito recebido pelos 'grandes' do rap, como Mano Brown - que participa de seu clipe Esquimo - e o novato passou pela sua estreia com louvor. 


Livia Cruz

A pernambucana radicada em São Paulo é outra forte representante da voz feminina do rap brasileiro. Ela está na 'correria' há pouco mais de uma década e como ela mesmo canta "está pronta". 

 

Yannick Hara

O nome dele é Yannick, mas o músico é Também Conhecido como Afro Samurai. Igualmente assim foi intitulado o primeiro EP deste rapper paulista que, fugindo às temáticas tradicionais do rap, compõe suas músicas inspirado em mangás e animes. 

Arrete

 Formado pelas MCs ya Juste, Nina Rodrigues e Weedja Lins, do Recife e Jaboatão dos Guararapes, elas também imprimem em suas músicas o empoderamento feminino. O grupo ainda incrementa suas performances com a aprticipação de dancers convidadas para traduzir com os movimentos do corpo toda a potencialidade de suas rimas.  

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Na corrida contra todas as desvantagens que um artista periférico precisa enfrentar, como falta de patrocínio, visibilidade e espaço para tocar, estão, além dos próprios artistas, os produtores culturais. São pessoas que ‘compram’ a causa e se empenham na produção de eventos e festivais que fazem as cenas tomarem forma e, de fato, acontecer. Os bairros estão cheios de exemplos como o Festival de Inverno de Camaragibe, Festival de Inverno da Várzea, Rock Ribe e Ipsep tem Cultura, para citar alguns, que agregam os interessados e movimentam as engrenagens dos artistas independentes. O Especial 'Vozes da Periferia' conversou com alguns deles. 

A Praça da Convenção, emblemático ponto do bairro de Beberibe, foi o local escolhido para a realização da primeira edição do Rock Ribe. O festival, produzido pelo jornalista Fernando Parker, reuniu bandas como a Conspiração Reptiliana, Liv e Amperes, entre outras. Para Fernando, a maior dificuldade em realizar o evento foi conseguir patrocínio, além da organização da documentação necessário para deixar tudo em ordem.

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Porém, a união de forças entre os músicos e até outros produtores de localidades diferentes fez valer o esforço. “Deu muita gente. Foi muito bom porque Beberibe estava precisando de um evento de rock”, disse Fernando, que já idealiza uma segunda edição do festival ainda para o ano de 2018.

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Na Várzea, Zona Oeste do Recife, os próprios artistas é que mantêm a cena em constante movimento. A área é tradicionalmente conhecida por sua profusão de cultura popular, como maracatu de baque virado, coco e o carnaval de Mestre Dida. “Dida foi um brincante cantador de cocos e também compunha marchinhas para sair em cortejo pelas ruas da Várzea com a sua Burra. Manter acesa essa chama da cultura popular nas periferias é uma missão para mim”, diz o músico Publius, morador do local e, também, um agitador cultural de sua cena.

 Hoje o bairro conta com o Festival de Inverno da Várzea (FIV), evento já consagrado no calendário da cidade, além de estabelecimentos que abrem as portas para seus artistas. "Zé Freire e Iko Brasil vêm movimentando a música no bairro, além de Well, Lenilson Pop e outros artistas”, conta Publius. Ele também menciona o Maracatu Várzea do Capirabibe, Zé Lasca Vara e o Coco que Roda e Gustavo Paz, que estão “dinamizando” essas expressões populares. “Há espaço para todos. Na Várzea tem espaço para o coco, o maracatu, a MPB, a música nordestina, o choro, o jazz tupiniquim e para a Música Pop Periférica também”, sintetiza o músico.

Bem distante dali, em Camaragibe, uma iniciativa aos moldes do FIV realizou sua terceira edição em 2018, o Festival de Inverno de Camaragibe. Realizado de forma completamente independente por Vinícius Lima e Thiago Chalegre, músicos da banda Mangueboys, o evento, além de movimentar a cena da cidade, tem aberto espaço para bandas e artistas de diversas localidades. “A gente está nessa guerrilha, do movimento underground da cidade, de fazer esse levante mesmo, de resistir e insistir, porque acho que é isso que falta muito aqui em Pernambuco mesmo. A cultura é o símbolo da resistência”, diz Vinícius.

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