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Pressionado pelo Centrão e com a popularidade em queda livre, o presidente Jair Bolsonaro vai fazer uma reforma ministerial, nos próximos dias, para fortalecer sua base de sustentação no Congresso e sobreviver às crises. A novidade será a entrada do senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas, na Casa Civil. Sem conseguir enfrentar até agora acusações que pesam contra o governo na CPI da Covid no Senado, Bolsonaro vai mudar a articulação política do Palácio do Planalto e desmembrar o Ministério da Economia.

Com a mudança, o Centrão entra agora no núcleo duro do governo, no Palácio do Planalto. O general Luiz Eduardo Ramos, que hoje comanda a Casa Civil, será deslocado para a Secretaria-Geral da Presidência, atualmente nas mãos de Onyx Lorenzoni. Considerado um curinga do governo, Onyx irá para o Ministério do Trabalho e Emprego, pasta que hoje está sob o guarda-chuva da Economia e será recriada.

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Ao Estadão, Ramos disse que "não sabia" das mudanças. "Fui atropelado", afirmou. O Progressistas é o principal partido do Centrão e, além de Nogueira, tem como expoentes o presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e o líder do governo na Casa, Ricardo Barros (PR), atualmente na mira da CPI da Covid.

O Estadão apurou que o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) foi o primeiro nome a ser chamado para comandar a Casa Civil e também a Secretaria-Geral da Presidência, mas não quis. Ex-presidente do Senado, Alcolumbre hoje comanda a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e tem mostrado resistências à indicação do advogado-geral da União, André Mendonça, para ocupar uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.

A CCJ vai sabatinar Mendonça em agosto, quando terminar o recesso parlamentar. O governo quer atrair novamente o senador, visto como um aliado rebelde, mas ele prefere investir na candidatura à reeleição, em 2022.

Bolsonaro disse ontem que fará uma "pequena reforma" no ministério, prevista para segunda-feira. Na campanha de 2018, o então candidato do PSL havia prometido não ceder a pressões políticas por cargos nem lotear a equipe. Eleito com um discurso de enxugamento da máquina pública, Bolsonaro também anunciava uma Esplanada com apenas 15 ministérios. Com a pasta do Trabalho, ele terá 24, nove a mais do que o prometido.

Em entrevista à rádio Jovem Pan Itapetininga (SP), o presidente afirmou que os novos ministros foram escolhidos "com critérios técnicos", sem dar mais detalhes. "É para a gente continuar administrando o Brasil", justificou.

Como mostrou o Estadão, aliados do governo avaliavam que Bolsonaro precisava contemplar o Senado, principalmente agora, com o governo acuado pela CPI e na expectativa de aprovar as indicações de Mendonça para uma vaga no Supremo e a recondução de Augusto Aras como procurador-geral da República.

Trabalho e Emprego é o segundo ministério recriado por Bolsonaro para acomodar a base aliada. No ano passado, o presidente havia relançado o ministério das Comunicações para nomear o deputado Fábio Faria (PSD-RN), que está de malas prontas para o Progressistas e também despacha no Planalto, ao lado de Flávia Arruda (PL) na Secretaria de Governo.

Nos grupos de WhatsApp do Progressistas, parlamentares já começaram a parabenizar Nogueira pelo cargo. Efetivada a nomeação do senador, hoje titular da CPI da Covid, quem assume a vaga no Senado é sua mãe, Eliane Nogueira.

Onyx

Desde o início do governo Bolsonaro, Onyx já mudou três vezes de ministério: foi chefe da Casa Civil, comandou a pasta de Cidadania, está hoje à frente da Secretaria-Geral e vai assumir o Trabalho. Dirigentes do Centrão avaliam que Onyx só trabalha para construir sua candidatura ao governo do Rio Grande do Sul, em 2022, e não ajuda na articulação política. Além disso, a percepção desses aliados é que a forma como ele atacou o deputado Luis Miranda (DEM-DF) - que acusou o governo de acobertar um esquema de corrupção nas negociações para compra da vacina indiana Covaxin - provocou efeito bumerangue e acabou agravando a situação de Bolsonaro na crise.

Onyx tem muitos desafetos no Centrão e não são poucos os que dizem que ele tem exposto o governo a situações vexatórias. Em março, por exemplo, o ministro disse que lockdown não funciona para frear a disseminação da Covid-19 porque insetos podem transportar o vírus. Foi desmentido em seguida por especialistas.

O general Ramos, por sua vez, vem sendo apontado por governistas como o ministro que deu informações erradas ao presidente sobre a votação do fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões, na semana passada, fazendo com que Bolsonaro acusasse o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), de "atropelar o regimento" na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

O deputado presidia a sessão que sancionou a LDO e o fundo que agora Bolsonaro promete vetar. O presidente o chamou de "insignificante" e atribuiu a ele a aprovação da verba "astronômica" para financiar campanhas eleitorais.

Depois das críticas, Marcelo Ramos - que publicamente mantinha posição neutra em relação ao Palácio do Planalto - se declarou na oposição e agora está analisando os mais de 100 pedidos de impeachment contra Bolsonaro. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, o deputado disse que a Câmara precisa delimitar até onde o presidente pode ir. "Se não fizermos isso, Bolsonaro vai avançar e marchar sobre a democracia", afirmou.

A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de barrar a possibilidade de reeleição na Câmara e do Senado aumentou a pressão de parlamentares e de integrantes do governo para que o presidente Jair Bolsonaro faça mudanças nos ministérios para acomodar aliados. O movimento é considerado determinante para que o Executivo consiga emplacar nomes no comando das duas casas legislativas a partir de fevereiro de 2021, o que é fundamental para o Palácio do Planalto impor sua agenda nos dois últimos anos de mandato.

Uma das alterações estudadas é transferir o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, para a Secretaria-Geral da Presidência, no lugar de Jorge Oliveira, que deixa o governo no fim do ano para assumir uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU). Também são discutidas mudanças nos ministérios da Cidadania, Turismo e Relações Exteriores. Apesar da pressão, Bolsonaro já indicou que Ricardo Salles continua no comando do Meio Ambiente.

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Para o lugar de Ramos, na Secretaria de Governo, são ventilados os nomes do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), e do ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD), ambos de partidos do Centrão, que se aliou ao Planalto nos últimos meses em troca de cargos. O governo aposta no líder do grupo, Arthur Lira (Progressistas-AL), para derrotar um candidato indicado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Ontem, Maia afirmou já esperar a interferência do Planalto na disputa por sua sucessão, marcada para fevereiro do ano que vem (mais informações na pág. A8).

No Senado, entretanto, o governo ainda decide como se posicionará após o atual presidente, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ter sido impedido pelo STF de disputar a reeleição. O Executivo apoiava a recondução do aliado, mas agora precisa refazer os cálculos políticos.

Na noite de domingo, 6, por 6 a 5, o STF decidiu não dar permissão para a reeleição de Alcolumbre. Já no caso de Maia, a derrota teve placar maior, de 7 a 4. "É tudo muito recente. Não farei nenhum comentário até o presidente Davi se manifestar", disse o líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que até então apoiava o nome do atual presidente do Senado. Agora, o próprio Gomes é apontado como um possível candidato, ao lado de outros nomes do MDB, a maior bancada da Casa. Também estão no páreo o líder partido na Casa, Eduardo Braga (AM), e Simone Tebet (MS).

Questionado nesta segunda, 7, após inaugurar uma exposição no Palácio do Planalto com os trajes usados na posse por ele e a primeira-dama, Michelle, Bolsonaro desconversou: Congresso, que Congresso?", questionou, sem responder a perguntas. Ainda na noite de ontem, Lira e o presidente do Progressistas, Ciro Nogueira (PI), foram ao Planalto se reunir com Bolsonaro.

Até o presidente definir como mexerá as pedras no tabuleiro de xadrez, o secretário executivo, Antonio Carlos Paiva Futuro, deve assumir interinamente a Secretaria-Geral. A expectativa é que Bolsonaro anuncie todas as mudanças de uma só vez, apenas após as eleições no Legislativo.

O lobby no Palácio do Planalto é para que os ministros Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), deputados federais eleitos em 2018, deixem o governo e voltem à Câmara para reassumir seus mandatos. A pressão ainda paira sobre Ernesto Araújo, da Relações Exteriores, sob o argumento de que o Brasil precisa recuperar a imagem na comunidade internacional.

Defensores dessas mudanças argumentam que Ramos, responsável pela articulação política do governo e amigo do presidente há mais de 30 anos, está desgastado com outros integrantes do governo e também pela própria natureza da função que exerce. Entregar a ele uma pasta com menos exposição, mas mantendo o status de "ministro palaciano" é visto como uma saída de prestígio.

No Congresso, Ramos é elogiado por ser "simpático e empenhado", mas a reclamação entre os parlamentares é que ele "tem pouca tinta na caneta", ou seja, tem pouco poder de ação. Por outro lado, o ministro foi fundamental para aproximar o governo do Centrão e construiu boa interlocução com Maia e Alcolumbre. Já no governo, Ramos acumula atritos com colegas do Executivo. O desgaste ficou explícito quando foi chamado de "Maria Fofoca" por Salles e defendido por líderes do Congresso.

Meio Ambiente

Diante da expectativa de uma reforma ministerial, Bolsonaro avisou a seus auxiliares que Salles está seguro no Meio Ambiente apesar da pressão para substituí-lo por causa da condução da política ambiental. Na quarta-feira, 2, o chefe do Executivo, durante a reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI), chegou a dizer que quem não concordava com Salles estava também discordando dele, segundo relatos feitos ao Estadão por participantes do encontro.

O recado foi endereçado a integrantes do governo, boa parte do núcleo militar, que argumentavam que substituir Salles era fundamental para recuperar a imagem do Brasil no exterior.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O senador Magno Malta (PR-ES), afirmou que está garantido no governo de Jair Bolsonaro. Cotado para o que vem sendo chamado de “Ministério da Família”, que agregará as pastas de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Magno afirmou em entrevista ao jornal O Globo: “Vou ser ministro, sim!”. 

Reforçando a ideia ao falar que o próprio Bolsonaro vai anunciar qual ministério ficará sob o comando do senador. “Onde eu estiver, eu estarei perto dele. Ele vai anunciar”, disse Malta, que esteve na companhia do presidente eleito na última quinta-feira (1º), para discutir o lugar do até então senador no novo governo.

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O futuro político de Magno Malta, que é aliado de Bolsonaro há alguns anos mas há fotos ao lado de Dilma, Lula e Temer circulando nas redes sociais com duras críticas a este fato. Magno é questionado e visto com incerteza por muitos, uma vez que ele não conseguiu se reeleger. Há também comentários sobre Magno supostamente ter perdido o posto de vice na chapa de Bolsonaro para o general Hamilton Mourão, que há pouco tempo o chamou de “caso a ser resolvido” no governo.  

“Ele deve estar à procura [de um ministério]. É aquela história, ele desistiu de ser vice do Bolsonaro para dizer que ia ganhar a eleição para senador lá no Espírito Santo. Agora ele é um elefante que está colocado no meio da sala e tem que arrumar, né? É um camelo, é preciso arrumar um deserto para esse camelo”, disse o general eleito vice-presidente.

“Quem decidiu isso de não ser vice não fui eu sozinho, fomos nós dois [ele e Bolsonaro]. Então, eu não quero responder ninguém em jornal, quem chegou no ‘ônibus’ depois”, revidou Magno. Ele também reafirmou que está com Bolsonaro há anos, que foi o primeiro aliado a iniciar a corrida rumo ao planalto e atribuiu sua derrota eleitoral a ter se dedicado mais à campanha de Bolsonaro do que à sua própria candidatura no Espírito Santo. 

“Era muito mais importante eu no Senado, mas nós não contávamos com uma facada no meio do caminho. Depois da facada, quem foi cumprir o papel dele (Bolsonaro) pelo Brasil. Eu tive que assumir. Não podia ser ninguém, tinha que ser eu. É isso que as pessoas não conseguem entender. Quem dirige a história é Deus. Se não tivesse facada no meio do caminho, eu também tinha ganho no meu estado", completou ele.

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Passados 17 meses de sua posse, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciará nesta terça-feira (9) a primeira reforma ministerial de seu governo. A iniciativa foi tomada após a demissão do ministro do Interior, Gérard Collomb, um aliado de primeira hora que abandonou o barco na semana passada.

Afetado também pela saída do ex-ministro do Meio Ambiente Nicolas Hulot, estrela do governo, Macron busca reformar uma equipe paritária entre gêneros - número de mulheres igual ao número de homens -, e com novos membros da sociedade civil.

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Em maio de 2017, o então presidente eleito fez o mesmo equilibrismo, rompido com as primeiras demissões. O encarregado de formar a equipe será o atual primeiro-ministro, Édouard Philippe, que deve ser reconduzido ao cargo, após apresentar sua demissão - uma formalidade do sistema político francês.

Além do Ministério do Interior e do de Meio Ambiente, os ministérios do Trabalho, da Justiça, da Saúde, da Cultura, da Comunicação e do Território devem ser envolvidos na nova formatação do governo. Ministros como a atual titular da Cultura, Françoise Nyssen, e o de Agricultura, Stéphane Travert, devem ser dispensados em favor de nomes mais consensuais.

Já ministros como Jean-Yves Le Drian, das Relações Exteriores, Bruno Le Maire, da Economia, Christophe Castaner, das Relações com o Parlamento, e Florence Parly, da Defesa, podem receber ainda mais espaço no novo governo.

Macron conta com uma ampla base de apoio no Parlamento, já que apenas seu partido, República em Movimento (REM), já conta com a maioria na Assembleia Nacional. Com isso, a barganha de postos com aliados de partidos como o Movimento Democrático (MoDem) deve ser pequena. "É preciso continuar fiel ao projeto inicial, mas buscar um novo fôlego", disse o presidente da Assembleia Nacional, Richard Ferrand.

Recuperação

O anúncio formal do novo ministério deve ser feito a qualquer momento do dia pelo secretário-geral do Palácio do Eliseu, Alexis Kohler. Com a popularidade em baixa e prestes a iniciar uma segunda onda de reformas, Macron quer "sangue novo" nos ministérios.

Embora tenha recuperado 4% na última rodada de pesquisa do instituto Odoxa, publicada nesta segunda-feira, 8, o presidente ainda registra um nível de aprovação interna semelhante ao de seu antecessor, o socialista François Hollande, que acabou não se reelegendo.

Na sondagem, Macron tem 33% de opiniões favoráveis. O crescimento só não foi maior porque 69% dos eleitores consideram a demissão de Collomb um fracasso para o presidente.

Para Brice Teinturier, cientista político e diretor do Instituto Ipsos, o presidente tem uma oportunidade de mudar os rumos de seu governo sem mudar o programa de reformas. "A promessa central do governo era mudar a política por meio da sociedade civil", disse Brice. "Ele começou a fazê-lo, mas isso se perdeu. O que está em jogo agora é permitir ou não a Macron retomar sua promessa inicial." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Fazenda formalizou nesta sexta-feira, 20, no Diário Oficial da União (DOU) a nomeação de Mansueto Almeida como secretário do Tesouro Nacional e também a nomeação de Alexandre Manoel Angelo da Silva como secretário de Acompanhamento Fiscal, Energia e Loteria da pasta, cargo antes ocupado por Mansueto.

As mudanças foram anunciadas formalmente pelo novo ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, no início da semana. Mansueto assume o cargo que era de Ana Paula Vescovi, que passou a exercer a função de secretária executiva do Ministério da Fazenda. A nomeação de Ana Paula no novo cargo também já foi publicada.

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Antaq

O presidente Michel Temer nomeou Mário Povia para exercer o cargo de diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), com mandato até 18 de fevereiro de 2020. A nomeação também está publicada no DOU desta sexta-feira.

O presidente Michel Temer não conseguiu usar a reforma ministerial para amarrar os partidos de sua base aliada ao projeto eleitoral do MDB. Fragilizado após a Operação Lava Jato atingir amigos próximos e trazer de volta o risco de uma terceira denúncia pela Procuradoria-Geral da República, Temer preferiu manter no governo partidos que lançaram pré-candidatos ou que já anunciaram apoio a outros presidenciáveis.

Sem o compromisso da base e sem muito a oferecer na reta final do governo, o presidente deu início, nas últimas semanas, à ofensiva para tentar atrair esses partidos para sua órbita eleitoral. O emedebista passou a reunir presidentes dessas legendas para conversas sobre eleições e fez questão de prestigiar jantares partidários para comemorar a entrada de novos filiados.

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Na terça-feira passada, dia 10, Temer chamou o presidente do PRB, o ex-ministro Marcos Pereira, para sondar a possibilidade de o partido apoiar o projeto do MDB, seja ele próprio o candidato ou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Não teve sucesso. O PRB manteve o comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mesmo após lançar o empresário Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo, como pré-candidato à Presidência.

No mesmo dia, Temer participou de jantar do PR para saudar os novos deputados do partido. No encontro, cumprimentou os parlamentares um a um e discursou por 15 minutos, enaltecendo a aliança com a sigla, que ocupa o Ministério dos Transportes desde início do governo.

O PR passou a ser um dos partidos mais procurados por presidenciáveis após a condenação e prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O partido anunciou que, caso o ex-presidente consiga uma liminar para ser candidato, a sigla estará junto com o petista no pleito.

Na semana anterior, Temer já tinha participado de jantar na casa do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). O PP tem dado suporte à pré-candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Enquanto a eleição não chega, Temer precisa de apoio da base aliada para aprovar matérias econômicas importantes no Congresso, entre elas, a privatização da Eletrobrás e a reoneração da folha de pagamento. Enquanto isso, Meirelles deu início a uma agenda de viagens pelo País para tentar emplacar sua pré-candidatura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer fará uma reunião ministerial na quinta-feira, 12, às 10h, para alinhar os trabalhos com sua nova equipe, já que na terça-feira, 10, onze novos ministros assumiram os cargos após a descompatibilização eleitoral dos antecessores.

Segundo fontes do Planalto, o objetivo do encontro - que deve acontecer na Sala Suprema do Palácio do Planalto - é reforçar o discurso de continuidade dos trabalhos, mesmo com as trocas. Ainda não foi definido o formato do evento e, possivelmente, a imprensa poderá acompanhar apenas a fala inicial do presidente.

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Na terça-feira, durante a cerimônia de posse, Temer destacou em sua fala que as substituições não interrompem a administração, já que foi mantida "a mesma composição político-partidária congressual". "Vamos completar a obra que começamos. O governo tem rumo, nosso País tem rumo. Nós, o novo Brasil voltou, e veio para ficar", disse Temer, que reiterou que seu governo trabalha junto com o Congresso.

A exemplo do que já ocorreu em governos anteriores no último ano do mandato, o presidente Michel Temer deu posse na cerimônia a dez ministros, sendo que boa parte deles já eram secretários-executivos ou ocupavam o cargo interinamente. Segundo auxiliares do presidente, apesar de tentar buscar "notáveis", o governo acabou cedendo e as trocas foram arranjadas com os partidos da base aliada, que já estavam com seus espaços na Esplanada. No início do ano, Temer também tinha a intenção de vincular as trocas dos ministros ao projeto eleitoral do Planalto e do MDB.

Tomaram posse ontem: Eduardo Guardia (Fazenda); Esteves Colnago (Planejamento); Moreira Franco (Minas e Energia); Rossieli Soares da Silva (Educação); Alberto Beltrame (Desenvolvimento Social); Vinicius Lummertz (Turismo); Antônio de Pádua de Deus (Integração Nacional); Leandro Cruz Fróes da Silva (Esporte). Além disso, três interinos foram efetivados no cargo: Marcos Jorge (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior); Helton Yomura (Trabalho) e Gustavo do Vale Rocha (Direitos Humanos). Acumulando também o cargo de subchefe de Assuntos Jurídicos (SAJ) da Casa Civil, Vale Rocha, no entanto, tomou posse mais cedo sem cerimônia e não participou do evento da tarde.

O até então ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) foi exonerado para concorrer às eleições, sem no entanto ter anunciado a que cargo pretende concorrer, e será substituído pelo atual Secretário de Educação Básica, Rossieli Soares. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (6) e a confirmação do nome de Rossieli foi dada pelo Ministério da Educação (MEC) nessa quinta-feira (5).

A exoneração de Mendonça é parte da reforma ministerial promovida por Michel Temer devido à aproximação das eleições de 2018. Pela lei, é necessário que os ministros que queiram se candidatar saiam dos cargos até no máximo seis meses antes do pleito, sendo o próximo sábado (7) o último dia do prazo para desligamento dos ministérios.  

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Quem é Rossieli? 

O novo ministro da Educação tem 39 anos e é natural da cidade de Santiago, no Rio Grande do Sul. Sua formação é de advogado e mestre em gestão e avaliação educacional pela Universidade Federal de Juiz de Fora. 

No MEC desde o ano de 2016, foi secretário de Estado de Educação do Governo do Amazonas e presidente do Conselho Estadual de Educação do Amazonas, antes de ocupar o cargo de Secretário de Educação Básica. Ele também já foi assessor jurídico e diretor de planejamento no governo amazonense e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), onde participou da reformulação do ensino médio e na construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) da educação infantil e ensino fundamental.

Reforma Ministerial

Também nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer (MDB) exonerou outros ministros que vão disputar cargos eletivos em 2018, com exceção do ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que vai assumir a presidência do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). 

Na lista de ministros que disputarão as eleições e foram exonerados nesta manhã, além de Mendonça Filho, estão o Minas e Energia (sem partido - TO), Fernando Coelho Filho (MDB-PE), o ministro do Meio Ambiente Sarney Filho (PV-MA), o ministro do Esporte, Leonardo Picciani (MDB-RJ), o ministro do Turismo, Marx Beltrão (MDB-AL) e o ministro do Desenvolvimento social, Osmar Terra (MDB-RS). 

Anteriormente, já haviam sido exonerados o ministro da Saúde, Ricardo Barros  (PP-PR), que foi substituído por Gilberto Occhi, e Maurício Quintella (PR-AL), do ministério dos Transportes, substituído por Casimiro Silveira. 

Além dos ministros, também houve a exoneração de ocupantes de outros cargos do governo, como a Secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Fátima Pelaes, o presidente dos Correios, Guilherme Campos Júnior, o Diretor-Geral Brasileiro da ITAIPU, Luiz Fernando Leone Vianna, e o Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller. 

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Depois de voltar na madrugada do Rio de Janeiro para Brasília, o presidente Michel Temer convocou ministros palacianos para uma reunião na manhã desta quinta-feira, 22, no Palácio do Jaburu. Um dos principais temas a serem tratados, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado. será a reforma ministerial, que terá de ser concluída nas próximas semanas, antes do dia 7 de abril, prazo limite para desincompatilização daqueles que querem se candidatar nas próximas eleições.

Nesta quarta, 21, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informou que os ministros da Saúde, Ricardo Barros (PP), e dos Transportes, Maurício Quintella Lessa (PR), vão deixar o governo na próxima semana, nos dias 26 e 29 de março, respectivamente.

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"Vamos ter, antes do dia 6, a saída de todos os ministros e queremos já, na medida do possível, ter a nomeação do próximo, para que saia um e entre o outro", disse Padilha em entrevista no Palácio do Planalto. Ele também informou que a nomeação dos substitutos já começou a ser debatida pelo presidente Temer com partidos aliados e bancadas parlamentares.

"Nós começamos ontem (terça-feira, 20) a falar sobre ministros e ministérios, quem serão os possíveis substitutos. Antes eu falei com os que deixam os ministérios. É uma conversa embrionária", disse Padilha nessa quarta-feira.

A reforma ministerial que o presidente Michel Temer vai promover nas próximas semanas pode levar para a Esplanada mais nomes com pendências na Justiça. Titulares da pasta que vão disputar as eleições terão de deixar o cargo até 7 de abril. Pelo menos cinco dos cotados por partidos da base governista ou apoiados pelos atuais ministros para assumir o comando dos ministérios respondem a processos, são investigados ou já foram condenados.

Estão nessa situação cotados para as pastas da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, da Saúde, do Esporte, da Educação e do Turismo. No caso do Trabalho, o atual interino pode ficar no cargo. Atualmente, no primeiro escalão do governo, os ministros Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil) são alvo de investigação que tramita no Supremo Tribunal Federal, além do presidente Michel Temer, que teve o sigilo bancário quebrado por ordem do STF no inquérito para apurar supostas irregularidades em um decreto do setor portuário.

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Na terça-feira (13), em discurso em São Paulo, Temer disse ter acertado na escolha dos ministros. Ao assumir o governo, ainda interinamente em 2016, o presidente afirmava que seu ministério seria de "notáveis".

No Ministério da Ciência e Comunicações, o ministro Gilberto Kassab (PSD) quer deixar no comando da pasta o atual secretário executivo, Elton Santa Fé Zacarias, seu homem de confiança, amigo e também fundador do partido. Zacarias é alvo de uma ação de improbidade administrativa derivada da Operação Lava Jato. Delatores da Odebrecht o acusaram de cobrar R$ 200 mil de propina para autorizar o início de obras quando era secretário municipal em São Paulo. Zacarias disse que não conhece os termos da ação.

Saúde

O PP convidou para substituir o deputado Ricardo Barros na Saúde o vice-governador da Bahia, João Leão. Ele foi indiciado por peculato em inquérito que corre no Tribunal Regional da 1.ª Região, no caso conhecido como farra das passagens, por gastos irregulares com bilhetes aéreos pagos pela Câmara quando era deputado.

No fim do ano passado, o STF arquivou investigação contra Leão por falta de provas no caso conhecido como "quadrilhão do PP". Como ele resiste a assumir o ministério, cresce no partido articulação para deslocar o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, para a Saúde. Occhi foi acusado pelo delator Lúcio Funaro de atuar como arrecadador de propinas para o partido no banco. Ele nega.

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani (MDB), deve deixar no cargo o secretário executivo, Fernando Avelino Boeschenstein Vieira. Engenheiro de carreira da Caixa, nos governos de Sérgio Cabral e do atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, Avelino ocupou cargos executivos em órgãos estaduais. Ele foi alvo de ações de improbidade ajuizadas pelo Ministério Público do Estado.

A mais cotada para assumir o Ministério da Educação no lugar do deputado Mendonça Filho (DEM-PE) é a secretária executiva Maria Helena Guimarães de Castro, ligada ao PSDB. Desde 2010, Maria Helena responde à ação por improbidade, no valor de R$ 2,2 milhões, na 14.ª Vara de Fazenda Pública de São Paulo. Ela era secretária de Assistência e Desenvolvimento Social no governo Geraldo Alckmin (PSDB) e assinou contrato sem licitação com um instituto que terceirizou os serviços. A ação está parada na Justiça.

Pelo menos três nomes disputam a cadeira do deputado Marx Beltrão (MDB-AL) no Turismo, entre eles a da ex-deputada Teté Bezerra, mulher do deputado Carlos Bezerra, ambos do MDB de Mato Grosso. Como deputada, Teté foi alvo da CPI na Máfia dos Sanguessugas, esquema de corrupção vinculado à compra de ambulâncias por meio de emendas parlamentares. Ela foi absolvida na segunda instância da Justiça. Em Mato Grosso, foi condenada em ação de improbidade pelo período em que dirigiu a Fundação de Promoção Social do Estado.

Cotados negam irregularidades

Os cotados para assumir ministérios no governo Michel Temer negaram a prática de atos irregulares que motivaram investigações e processos judiciais contra eles. O secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Elton Santa Fé Zacarias, disse, por meio da assessoria de comunicação da pasta, que não foi citado e desconhece os termos da ação de improbidade da qual é alvo. "Não fui citado até hoje. Não tive acesso." Zacarias afirmou que "fará sua defesa à Justiça" quando for notificado. "Ao fim do processo ficará comprovada a legalidade de seus atos", afirmou a assessoria.

O vice-governador da Bahia, João Leão, afirmou que já apresentou a defesa no inquérito por crime de peculato ao desembargador federal Olindo Menezes. "Temos certeza da nossa absolvição, pois sempre agimos com total correção em nossa vida pública e privada."

A assessoria de secretária executiva do Ministério da Educação, Maria Helena Guimarães de Castro, disse que o contrato sem licitação autorizado por ela, no valor de R$ 2,2 milhões, foi "absolutamente correto" do ponto de vista administrativo. Na defesa à Justiça, Maria Helena afirmou que apenas ratificou atos de outros agentes públicos e alegou que a dispensa da licitação teve aval de consultores jurídicos do Estado de São Paulo.

O secretário executivo do Ministério do Esporte, Fernando Avelino Vieira, disse que o contrato questionado pelo Ministério Público foi celebrado antes de sua posse na Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) e que a ação civil pública está em fase inicial. "Quando assumiu, ele (Avelino) avaliou que suspender um contrato nos dois primeiros meses de um novo governo (Sérgio Cabral) seria prejudicial à continuidade dos serviços e geraria grave dano à companhia. Além disso, quando houve a prorrogação do contrato, os preços foram reduzidos", disse a assessoria. No caso do Detran, Avelino afirmou que o Tribunal de Contas não viu irregularidades.

A ex-deputada Teté Bezerra, secretária nacional de Qualificação e Promoção do Turismo, disse que optou por fazer a contratação direta, sem concurso, de servidores "diante da necessidade de manter um serviço essencial para a população", e que os profissionais foram demitidos posteriormente.

O Ministério do Trabalho afirmou que processos da empresa que pertenceu a Helton Yomura "são de responsabilidade dos atuais sócios". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Palácio do Planalto vai condicionar a manutenção dos partidos no comando de ministérios ao apoio a um candidato que tenha aval do governo para a disputa à Presidência e seja uma espécie de anti-Lula. A estratégia do presidente Michel Temer é aproveitar a reforma ministerial, em março, para construir ampla aliança de centro. O plano está sendo desenhado para conquistar mais da metade do horário eleitoral na TV e isolar o PT do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na avaliação de auxiliares de Temer, mesmo que Lula seja condenado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) no dia 24, em Porto Alegre, o nome dele pode estar na urna, em razão de recursos judiciais. Diante dessa perspectiva, o governo se prepara para uma ofensiva política contra a oposição, menos de dois anos após o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

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No mínimo 13 dos 28 ministros devem deixar os cargos até 7 de abril para disputar as eleições. Temer, porém, quer fazer todas as trocas na equipe em março. A expectativa é de que, até lá, já esteja claro quem será o nome ungido pelo Planalto.

O PP do senador Ciro Nogueira (PI) flerta com uma possível candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas abriu negociações regionais com o PT de Lula, principalmente no Piauí. "Lula foi o melhor presidente para este país, para o Piauí e para o Nordeste", disse Ciro, no fim de 2017, à TV Meio Norte. "Lula é o meu candidato a presidente."

O partido controla Saúde, Agricultura e o titular das Cidades, Alexandre Baldy, é considerado da cota da legenda, embora ainda não tenha se filiado. O presidente da Caixa, Gilberto Occhi, também foi indicado pelo PP.

Incerteza

A cúpula do PR não definiu quem apoiará para a sucessão de Temer, sob o argumento de que o cenário está nebuloso e ainda nem se sabe se a reforma da Previdência será aprovada. O ex-deputado Valdemar Costa Neto, que na prática dirige o partido, mantém ótima relação com Lula, mas também circula no Planalto. "O PR não descarta apoiar Lula", disse José Rocha (BA), líder na Câmara.

No comando do Ministério dos Transportes, o PR conseguiu retirar o Aeroporto de Congonhas da lista de privatizações. Em troca, ajudou Temer a derrubar a segunda denúncia apresentada contra ele pela Procuradoria-Geral da República.

O governo defende um único concorrente da base e até agora não se empolgou nem com Maia - que tem contrariado o Planalto ao adotar tom pessimista sobre a aprovação da reforma da Previdência - nem com a candidatura do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Embora Jair Bolsonaro (PSC-RJ) esteja em segundo lugar nas pesquisas, atrás de Lula, a percepção no Planalto é de que a campanha do deputado não vai decolar.

PSDB

Em recente entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Temer elogiou o governador Geraldo Alckmin, que postula a vaga pelo PSDB, disse preferir Meirelles na Fazenda e avaliou que a prioridade de Maia é a reeleição na Câmara.

Antes de entrar em férias, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, teve conversa reservada com Alckmin, no Palácio dos Bandeirantes. Tucano, Aloysio deve deixar a equipe em março, para concorrer a novo mandato no Senado, e torce por um acordo entre o PSDB e o MDB para a disputa ao Planalto.

"O Michel não quer perder essa relação com o PSDB, mas eu acho que ele é candidatíssimo à reeleição", afirmou o deputado Beto Mansur (PRB-SP), vice-líder do governo na Câmara. "O MDB precisa ter candidato próprio para resgatar sua imagem e parar de ficar servindo de muleta para os outros", disse o deputado Mauro Pereira (MDB-RS).

Enquanto o quadro não se define, Temer enfrenta disputa judicial para manter a nomeação da deputada Cristiane Brasil (RJ), filha do presidente do PTB, Roberto Jefferson, para o Ministério do Trabalho. Ela foi impedida pela Justiça de assumir por causa de ações trabalhistas.

Para a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR), os partidos da base "brigam entre si" para definir um candidato porque não têm propostas. "Qual é o projeto que essa gente tem? Cortar despesas sociais, retirar direitos dos trabalhadores e vender o patrimônio público. Alguém ganha eleição com uma plataforma dessas?" As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dia após o desgaste provocado pela tentativa de mudança na Secretaria de Governo, emissários de Michel Temer foram acionados para acalmar Antonio Imbassahy (PSDB-BA), titular da pasta. Disseram ao tucano que o anúncio da nomeação de Carlos Marun (PMDB-MS) para sua cadeira, nesta quarta-feira, 22, não passou de uma "trapalhada".

Imbassahy deixará o cargo em breve, talvez antes mesmo do desembarque oficial do PSDB com o governo. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o Palácio do Planalto procuram uma "saída negociada". Se não houvesse, na última hora, uma ordem de Temer para segurar Imbassahy, os tucanos ameaçavam votar contra a reforma da Previdência na Câmara.

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Embora a tendência do PSDB seja desembarcar da equipe no dia 9 de dezembro - quando o partido fará sua convenção -, os tucanos não querem que Temer dê o primeiro passo para não parecer que estão sendo enxotados. Nesse cenário, as tratativas entre Temer e Aécio são para não aprofundar o confronto entre o PMDB e o PSDB e deixar as "portas abertas" para a campanha de 2018.

O próprio presidente conversou com Imbassahy mais de uma vez, na tentativa de conter o mal-estar criado por notícias sobre a demissão. Na quarta, enquanto circulavam informações sobre sua dispensa, Imbassahy estava na reunião da Executiva do PSDB, defendendo o apoio do partido à reforma da Previdência. Saiu de lá sem esconder o aborrecimento com os rumores e não foi ao almoço oferecido por Temer a governadores, no Palácio da Alvorada.

Em conversas reservadas, auxiliares do presidente afirmavam nesta quinta-feira, 23 que a escolha de Marun havia subido no "telhado". O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), articula para que a Secretaria de Governo seja entregue ao ex-ministro Roberto Brant, que foi do PFL e do PSD. O PMDB, porém, quer voltar à articulação política e não abre mão de um peemedebista no lugar de Imbassahy. Já o líder do PP na Câmara, Arthur Lira (AL), repetiu que seu partido não votará nada de interesse do governo enquanto Imbassahy não for trocado.

Além disso, PMDB e partidos do Centrão aguardam a mudança para negociar a divisão das secretarias ligadas ao Ministério das Cidades, agora nas mãos de Alexandre Baldy. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pressionado pela ala governista do PSDB, o presidente Michel Temer recuou da decisão de nomear nesta quarta-feira, 22, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) para a Secretaria de Governo no lugar do tucano Antonio Imbassahy (BA). A posse de Marun chegou a ser anunciada pelo Twitter oficial do Palácio do Planalto, mas a mensagem foi logo apagada. Em um dia marcado por muitas idas e vindas, Temer empossou apenas o deputado Alexandre Baldy (GO) no Ministério das Cidades.

Sob o argumento de que a saída de Imbassahy, neste momento, faria o PSDB votar contra a reforma da Previdência, o senador Aécio Neves (MG) fez um apelo para que o presidente mantivesse o tucano na articulação política até a convenção do partido, em 9 de dezembro. Em café da manhã com Temer, no Palácio do Jaburu, Aécio também afirmou que a substituição de Imbassahy, agora, atrapalharia o seu plano de convencer o PSDB a não desembarcar.

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Duas horas mais tarde, porém, os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e da bancada do PMDB, Baleia Rossi (SP), além dos deputados Beto Mansur (PRB-SP) e Darcísio Perondi (PMDB-RS) foram ao Palácio do Planalto acompanhados de Marun. Saíram com a certeza da nomeação do deputado, indicado pelo PMDB, para a cadeira de Imbassahy.

A notícia da posse conjunta de Marun e de Baldy - que entrou no lugar do tucano Bruno Araújo - vazou em instantes e chegou a ser confirmada, em caráter reservado, por ministros do Planalto. Para tanto, o governo mudou até mesmo o horário da cerimônia, de 15h30 para 17 horas.

O anúncio agradou ao Centrão - bloco que reúne PP, PR, PSD e PTB -, mas contrariou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que é amigo de Imbassahy e tenta fazer um jogo combinado com o PSDB de Aécio. Nos bastidores, Maia avaliou que a entrada de mais um peemedebista no núcleo político do Planalto - os outros dois são Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral) - também daria excessivo poder ao PMDB.

O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o nome de Marun não está descartado, mas o presidente optou por um recuo tático.

Desmentido. Diante do mal-estar com o PSDB, porém, Temer pediu que a Secretaria de Comunicação da Presidência desmentisse que ele tivesse batido o martelo sobre a substituição de Imbassahy. Minutos depois, no entanto, o Twitter do Planalto anunciava: "Em instantes, acompanhe a cerimônia de posse dos ministros do @MinCidades, @alexandrebaldy, e da Secretaria de Governo, @deputadomarun". Na mensagem, o perfil de Marun foi marcado.

O post com a "gafe" provocou mais um desgaste no Planalto. À noite, a Secretaria de Comunicação Digital reconheceu a publicação como um equívoco.

Maia e Marun conversaram com Temer pouco antes da cerimônia de posse de Baldy. "Não fui convidado oficialmente", desconversou o deputado, que é considerado da "tropa de choque" de Temer na Câmara. "Se vier a ser, estarei à disposição. Continuo defendendo o governo e a reforma da Previdência", disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O recém-empossado ministro das Cidades, Alexandre Baldy (sem partido-GO), declarou nesta quarta-feira, 22, que a agenda de reformas do governo de Michel Temer ajudará a promover a redução da desigualdade social no País. "Nós, verdadeiramente, retiramos o Brasil do vermelho. Com a retomada do emprego e mais renda, com preços em queda, as famílias já vivem melhor", disse Baldy.

O pronunciamento foi feito em cerimônia de posse no Palácio do Planalto, com as presenças do próprio presidente Temer, do ex-ministro das Cidades Bruno Araújo (PSDB-PE) e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. O novo ministro das Cidades, inclusive, fez afagos a Maia, a quem chamou de querido amigo. "Vossa excelência tem conduzido com destreza as medidas necessárias para reconstrução deste País", afirmou Baldy. O governador de Goiás, Marconi Perillo, também recebeu elogios.

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O novo ministro disse que nasceu em um Estado agrícola, o que permitiu que ele testemunhasse a transformação nas cidades e no campo. "A casa própria é verdadeiramente o sonho das famílias brasileiras. Este é o desafio que me levou a aceitar o convite", disse Baldy, que agradeceu a confiança de Temer em apontá-lo como novo ministro das Cidades. "Tenho certeza que, com toda essa vontade do governo em reconstruir o Brasil, temos condições e enfatizo que meu compromisso de melhorar as cidades, torná-las mais justas e sustentáveis." Baldy, inclusive, lembrou a vitalidade com que o presidente Temer tem enfrentado momentos difíceis em seu governo e explicou que isso aumenta sua motivação.

No fim do discurso, a redução das desigualdades voltou a ser citada por Baldy como objetivo a ser perseguido. "O Ministério das Cidades é o ministério de novos tempos; de um novo setor público, mais eficiente. É nas cidades que se constrói verdadeiramente o Brasil."

O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, se encontrou nesta quarta-feira, 22, com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, pouco antes de a Secretaria de Comunicação da Presidência da República informar que o tucano permanece até o momento no cargo.

Imbassahy participou hoje de reunião da executiva do PSDB pela manhã. Depois disse que iria participar de almoço no Palácio da Alvorada com o presidente e governadores, no entanto, segundo a assessoria do Planalto, ele não compareceu. Em meio a esse tempo, fontes do governo começaram a dar como certa sua substituição pelo deputado Carlos Marun (PMDB-MS), informando até que a posse poderia ocorrer hoje junto com a de Alexandre Baldy no Ministério das Cidades.

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Após o almoço, ao chegar no Planalto, entretanto, o presidente teve o encontro com o tucano e sua assessoria informou oficialmente que ele permanece por enquanto no cargo. A Secom confirmou que há conversas sendo feitas em torno da possível substituição do tucano pelo deputado Carlos Marun, mas que o presidente Michel Temer ainda vai fazer novas conversas para bater o martelo.

Hoje pela manhã, Temer esteve no Jaburu com o senador Aécio Neves (PSDB-MG) que tenta manter parte do PSDB com o governo ou pelo menos se comprometer a aprovar a reforma da previdência.

Pela agenda oficial de Temer, após o almoço, às 15 horas, ele teria um encontro com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que segundo fontes, ainda não aconteceu.

Cerimônia

Nesta tarde acontece a cerimônia de posse de Baldy. O evento, que foi adiado das 15h30 para as 17 horas, lotou a entrada do Planalto. Havia uma fila de empresários e políticos de Goiás, reduto eleitoral do novo ministro, que vieram prestigiá-lo.

Mais cedo, a Secom informou ainda que o deputado Alexandre Baldy tomará posse sozinho, em cerimônia no Palácio do Planalto.

O presidente da República, Michel Temer, reuniu-se com o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) um pouco antes de um almoço com governadores e, segundo interlocutores, no encontro fechou a escolha do deputado para substituir o tucano Antonio Imbassahy na Secretaria de Governo.

Apesar de interlocutores confirmarem a mudança, há uma ala no governo que defendia que mais conversações fossem feitas ao longo do dia para que o nome fosse o de maior consenso possível. Essa ala contrária a antecipação da definição de Marun diz que ainda estão sendo feitas as últimas costuras da nomeação.

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Depois de diversas conversas na terça-feira sobre a configuração da articulação política, Temer recebeu Marun na quarta-feira em reunião com o líder do PMDB, Baleia Rossi, e com o líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro. O encontro passou a constar na agenda oficial. Baleia foi um dos líderes que brigou para a retomada da pasta ao PMDB.

O Palácio do Planalto confirmou também que a posse de Alexandre Baldy foi adiada das 15h30 para as 17 horas. Apesar disso, ainda não há - segundo auxiliares do presidente - a definição da possibilidade de a posse de Marun também ser realizada nesta quarta.

O encontro de Temer com o tucano Aécio Neves, que aconteceu nesta quarta pela manhã no Jaburu, também foi incluído na agenda oficial.

O Palácio do Planalto distribuiu uma nota confirmando a nomeação, pelo presidente Michel Temer (PMDB), do deputado Alexandre Baldy (sem partido-GO) para assumir o Ministério das Cidades, em substituição ao deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que pediu demissão do cargo na segunda-feira da semana passada, adiantando a reforma ministerial. A nota confirma também que a cerimônia de posse de Baldy está marcada para esta quarta-feira, às 15h30, no Salão Oeste, do Palácio do Planalto.

A demora na confirmação da posse de Baldy e o seu nome estavam causando incômodo em setores do Congresso. Temer está sendo pressionado também, principalmente pelo seu partido, o PMDB, para promover a substituição do ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB). O presidente, no entanto, ainda resiste à ideia. O nome mais cotado, no momento, levado pelo líder do PMDB, deputado Baleia Rossi (SP), ao Planalto, é do deputado Carlos Marun (PMDB-MS).

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O presidente, apesar de tentar segurar Imbassahy o máximo de tempo no cargo, tem como objetivo principal conseguir os 308 votos necessários para aprovar a primeira etapa da reforma da Previdência no início de dezembro, conforme acerto com o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). Temer gostaria de esperar, pelo menos, a próxima reunião do PSDB, marcada para 9 de dezembro, para promover qualquer outra mexida entre os ministros do partido no governo.

Previdência

A quarta-feira será um dia bem importante para o Planalto nas discussões e avanços em relação à reforma da Previdência. Temer, que tem aberto suas portas dos gabinete para parlamentares, amanhã receberá às 11 horas, no Palácio da Alvorada, vários governadores, quando fará apelos pela reforma da Previdência. Na posse de Baldy, pretende fazer mais apelos, e depois, às 17 horas, quando recebe cerca de 25 prefeitos. O presidente acredita que os prefeitos poderão ajudar na mobilização e convencimentos dos parlamentares na aprovação do texto.

À noite, em jantar com líderes e mais de 200 deputados convidados, mais uma vez no Alvorada, haverá nova investida em favor da reforma da Previdência. Neste jantar, o deputado Arthur Maia (PPS-BA), relator da reforma da Previdência, deve apresentar o texto base da reforma e economistas defenderão a proposta para os parlamentares, assim como o próprio presidente Temer.

O presidente Michel Temer avalia realocar o titular da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), no Ministério da Transparência. Com o provável desembarque do PSDB do governo, o tucano é alvo de pressão do PMDB e de partidos do Centrão, principalmente o PP, que cobram a retirada de Imbassahy da articulação política.

O cargo de ministro da Transparência está com um interino desde maio, quando o então titular, Torquato Jardim, saiu para assumir a Justiça. O posto vem sendo ocupado por Wagner Rosário, secretário executivo.

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O substituto do tucano deve ser do PMDB. Um dos cotados é João Henrique de Almeida Souza, ex-deputado e atual presidente do Conselho Nacional do Sesi. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer indicou a aliados nesta quarta-feira (15) que pretende fazer uma reforma ministerial por fases ao invés de trocar, de uma só vez, todos os ministros que desejam disputar as eleições de 2018.

Temer já havia começado a sondar ministros em reuniões sobre o tema, mas partidos da base governista reagiram, preocupados com a disposição do presidente de mudar os titulares da Esplanada dos Ministérios de forma antecipada, já em dezembro. A ideia é que as trocas comecem no próximo mês, mas um segundo bloco de ministros pode deixar o governo em março, seguindo o calendário eleitoral.

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"Não passa pela cabeça dele (Temer) mexer em 17 ministérios. Ele sabe que tem que resolver, mas não é trocando 17 ministros num momento como esse. Vai fazer em duas etapas, acho que uma primeira fase e depois em março, que é o prazo fatal de quem é candidato, e todo mundo está preparado para isso. Tem ministro que nem sabe se vai ser mesmo candidato ou não", disse o vice-líder do governo, deputado Beto Mansur (PRB-SP), que conversou com Temer no avião presidencial durante a viagem para Itu (SP).

Mansur afirmou que Temer está numa rodada de conversas com os ministros, presidentes dos partidos e lideranças e admitiu a necessidade de mexer na "desproporcionalidade" do PSDB - o partido comanda três pastas após a saída de Bruno Araújo das Cidades.

Reservadamente, auxiliares de Temer e ministros ponderam que ainda planejavam faturar politicamente com ações do governo no início do ano que vem. Os ministros que pretendem se candidatar a cargos eletivos (de governador, senador ou deputado) são obrigados por lei a se desincompatibilizar seis meses antes do primeiro turno e trabalhavam com esse prazo. Também desconforta aos alvo de investigação no Supremo - e não detentores de mandato - antecipar a perda do foro privilegiado.

O Palácio do Planalto quer promover as substituições apenas depois de tentar aprovar na Câmara dos Deputados a reforma da Previdência. A intenção do governo é usar a troca como contrapartida para garantir votos de apoio à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 287, que altera as regras de aposentadorias.

Ideia de Aloysio

O ministro da Secretaria-Geral, Moreira Franco, afirmou nesta quarta-feira, 15, por meio de uma rede social, que não foi dele, mas do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, a ideia de fazer uma reforma ministerial ampla, substituindo todos os titulares de pastas que serão candidatos até meados de dezembro.

Auxiliares do presidente Michel Temer defendiam que as mudanças fossem feitas apenas em março, quando vence o prazo de desincompatibilização para quem vai disputar as eleições.

A informação de que a ideia teria partido de Moreira foi publicada pela colunista Vera Magalhães, do jornal O Estado de S. Paulo. No Twitter, além de nomear Aloysio o autor da proposta, o ministro da Secretaria-Geral ainda criticou a intenção ao afirmar que a "ideia útil ao país, nem tanto ao governo". Procurado, o ministro Aloysio Nunes, em viagem na Ásia, não respondeu às afirmações de Moreira. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Somente quase três horas depois de o ministro das Cidades, Bruno Araújo, ter entregue sua carta de demissão, o Palácio do Planalto distribuiu uma nota oficial confirmando a sua saída e informando que o presidente Michel Temer "dará início agora a uma reforma ministerial que estará concluída até meados de dezembro". Na nota, Temer agradece a Bruno Araújo pelos "bons serviços prestados".

O presidente não esperava que Bruno fosse antecipar sua saída do cargo, precipitando assim, a reforma ministerial. A nota foi divulgada depois de uma rodada de reuniões do presidente Temer com os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, da Secretaria Geral, Moreira Franco, e da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, além do secretário de Imprensa, Márcio Freitas.

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O tucano Imbassahy, cujo cargo também é pleiteado por partidos do chamado Centrão, não deu sinais ainda de que poderá deixar o governo.

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