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Neste sábado (22), conservadores irão relembrar a “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” em várias cidades do País. O objetivo do ato é homenagear o movimento que ocorreu no dia 19 de março de 1964, contra uma possível ameaça comunista do governo de João Goulart. 

Desta vez o movimento irá protestar contra o governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e também defende a volta do regime militar. Os organizadores da Marcha também se reunirão no Recife. O encontro será no bairro do Derby, às 14h.

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Grupos contrários a “Marcha” devem estar presentes nos locais para protestar contra os simpatizantes ao regime militar.

Foi lançado o livro Em busca do povo brasileiro: artistas da Revolução: do CPC à Era da TV, do sociólogo Marcelo Ridenti. A obra trata do engajamento político dos artistas e intelectuais na época do regime militar brasileiro.

Provando que o romantismo revolucionário está presente desde os filmes de Cacá Diegues e Glauber Rocha até as músicas de Caetano Veloso e Chico Buarque, passando por poemas de Ferreira Gullar e Moacyr Félix, pelos dramas do Teatro de Arena e do Oficina, Ridenti reflete sobre quais heranças teriam sido deixadas. E o que refluiu após o triunfo da lógica do mercado global, nos anos 1990.

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Publicada pela Editora Unesp, a obra custa R$ 64.

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados também aprovou na tarde desta quarta-feira (14) convite para que o general reformado José Antonio Nogueira Belham vá à Casa prestar esclarecimentos sobre a execução do deputado Rubens Paiva em 1971, período do regime militar.

Belham era comandante do Destacamento de Operações de Informações (DOI) do Rio de Janeiro quando o ex-parlamentar foi executado. Se aceitar o convite, o general reformado deverá ser ouvido em sessão conjunta das comissões de Direitos Humanos e Minorias, Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN).

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A aprovação dos convites atende a um apelo da Comissão Nacional da Verdade ao Parlamento, uma vez que se trata do desaparecimento de um ex-deputado. Ontem (18), o coordenador da Comissão, Pedro Dallari, entregou o relatório preliminar sobre o assassinato do deputado e propôs que a Câmara trabalhe em conjunto com a Comissão na tentativa de descobrir o destino dos restos mortais de Paiva.

O senador Humberto Costa (PT) pediu, em discurso no plenário, nesta quarta-feira (23) a revisão da Lei da Anistia. Para Humberto os crimes contra a humanidade que foram praticados durante o Regime Militar (1964 e 1985) no Brasil, devem ser punidos.

“Um país que trabalha para construir um futuro mais justo e mais democrático não pode viver permanentemente assombrado por esses horrores ocorridos no passado e jamais resolvidos”, defendeu o parlamentar.

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O senador ressaltou que a revisão da lei não seria motivada por “desejos de vingança ou revanche”. “Muito pelo contrário, o sentimento que move todos os democratas brasileiros que querem a revisão da anistia e a punição de torturadores e assassinos é o de nós termos o exemplo para as gerações futuras”, frisou. Completando que o Congresso Nacional precisa dar uma resposta ao tema, lembrando que há projetos nas duas Casas que já podem ser apreciados.

O petista também lembrou a posição de juristas favoráveis à medida. “O Ministro Marco Aurélio de Mello deixou bem claro que é possível, sim, rediscutir a Lei da Anistia no Supremo. É preciso que a mais alta Corte do País seja sensível aos novos tempos e reforme o seu entendimento. Não é mais possível convivermos com uma lei que encobre uma série crimes de lesa-humanidade e que perdoa seus agentes, muitos dos quais andam livremente entre nós”, defendeu Humberto.

Ainda em seu discurso, o parlamentar elogiou o parecer apresentado na semana passada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal. No documento, Janot diz que crimes que violaram direitos humanos na ditadura não podem ser beneficiados pela Lei da Anistia.

 

 

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) vai prestar homenagens, nesta terça-feira (10), aos que lutaram contra a Ditadura Militar. A Reunião Solene, que será realizada no plenário, às 18h, e foi solicitada pelo deputado Waldemar Borges (PSB). No requerimento Borges faz menção a três protagonistas de lutas populares da época no Brasil: Manoel Lisboa, Emmanuel Bezerra e Manuel Aleixo, que foram mortos por lutar contra o Regime.

“A esquerda brasileira optou por distintos caminhos de reação contra a Ditadura. Essa homenagem é a todos que fizeram parte dessa luta, em particular a três brasileiros que doaram suas vidas em prol da construção de uma sociedade justa e igualitária”, enfatizou o parlamentar.

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Quem foram

Manoel Lisboa, fundador do PCR (Partido Comunista Revolucionário), nasceu em Maceió em 21 de fevereiro de 1944 e começou sua militância no movimento estudantil do PCB, o velho ”partidão”. Com o Golpe Militar de 1964, quando já pertencia ao PC do B, foi expulso da faculdade de Medicina em dezembro de 1966. Junto com os demais companheiros fundam o PCR. Foi preso no dia 16 de agosto e torturado nas dependências do DOI-Codi até o dia de sua morte em 04 de setembro de 1973.

Emannuel Bezerra nasceu em 17 de junho de 1943, na praia de Caiçara – Município de São Bento do Norte/RN. Líder estudantil do Colégio Atheneu, foi presidente da Casa do Estudante. Cursou a antiga Faculdade de Sociologia, na fundação José Augusto. Organizou a bancada dos estudantes potiguares para o histórico Congresso da UNE, em Ibiuna-SP, onde foi preso com os demais companheiros. Foi enquadrado no decreto 447 da Ditadura Militar e expulso da Faculdade. Foi a principal liderança do Comitê Universitário do PCR no Rio Grande do Norte. Viveu de 1968 a 1973 nos estados de Pernambuco e Alagoas. Realizou viagens ao Chile e Argentina em nome do PCR. Foi preso no dia 16 de agosto de 1973 e morto sob tortura nas dependências do DOPS/CODI-SP.

Manoel Aleixo nasceu no dia 04 de junho de 1931, no engenho Cova da Onça, em São Lourenço da Mata. Começou o trabalho na terra ainda criança. Em 1955, já com 24 anos, acompanhou com interesse o ressurgimento das Ligas Camponesas no Engenho Galiléia, no município de Vitória de Santo Antão, sob a liderança de Zezé da Galiléia. Manoel Aleixo entusiasmou-se com aquela enorme passeata de camponeses pobres e assalariados agrícolas da Assembléia Legislativa ao Palácio do Governo, no Recife, que teve a participação de Francisco Julião e Clodomir Morais, na qual arrancaram o decreto de desapropriação do Engenho Galiléia. Daí em diante, passou a lutar pela organização de novas ligas em outros municípios, até ver explodir ligas camponesas por todo o Nordeste, Centro e Sul do país. Conheceu praticamente todos os engenhos de Pernambuco e Alagoas. No ano de 1967 opta por entrar no Partido Comunista Revolucionário, partido que militou até o fim de sua vida, em 1973, ano em que foi torturado e morto pela repressão.

Para marcar os 40 anos do golpe de Estado no Chile as secretarias de Relações Internacionais do PT e do PCdoB promovem, nesta quarta-feira (11), em São Paulo, às 19h, uma palestra com o ex- presidente da Fundação Perseu Abramo, Ricardo Azevedo, sobre a experiência da Unidade Popular do Chile. Após o bate-papo, o secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, e o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, vão comentar o assunto.

O golpe - No dia 11 de setembro de 1973, o governo do chileno Salvador Allende foi derrubado por um golpe de Estado encabeçado pelo general Augusto Pinochet. O regime militar instituído no Chile naquela data, acusado de ocultar graves violações aos direitos humanos, foi encerrado apenas em 1990, quando Pinochet entregou o cargo ao presidente eleito, Patricio Aylwin.

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A 1ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) negou, por unanimidades de votos, provimento a apelação do Estado de Pernambuco na ação de indenização impetrada por Maria das Dores Gomes da Silva, presa indevidamente no período da ditadura militar. A decisão confirmou a sentença de 1º Grau proferida pelo juiz José André Machado Barbosa Pinto, da Primeira Vara da Fazenda Pública da Capital. O Estado deverá pagar à vítima R$ 100 mil, a título de danos morais, acrescidos de juros legais e correção monetária. O relator do caso é o desembargador Erik Simões.

O Estado de Pernambuco ainda deverá arcar com o pagamento das custas e dos honorários advocatícios, fixados em R$ 2 mil. O julgamento da apelação aconteceu no último dia 22 de agosto, em sessão realizada no Palácio da Justiça.

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Contas nos autos que Maria das Dores Gomes foi presa ilegalmente por agentes do Estado, em 22 de novembro de 1969, e que a prisão durou 22 dias. Ela ainda voltou a ser presa dois anos depois, em 24 de agosto de 1971, pelo Departamento de Ordem Política e Social da Secretaria de Segurança Pública (DOPS), para prestar depoimento sobre a morte do seu companheiro, Amaro Luiz de Carvalho. Ele morreu enquanto encontrava-se sobre a custódia do Estado, na Casa de Detenção do Recife.

Maria das Dores Gomes da Silva ainda afirma que enquanto estava presa foi obrigada a ter relações sexuais. A vítima também foi torturada, alimentada a pão e água e teve sua propriedade depredada. Posta em liberdade, passou a conviver sob o estigma de ser comunista e ex-presa, no momento em que isso representava fator de isolamento social.

Na sentença de 1º Grau, o magistrado José André Machado Barbosa Pinto destacou que a prisão, mesmo legal, deve garantir a dignidade humana. "O cárcere, mesmo que devido, deve garantir condições mínimas de preservação à dignidade humana. Repito, mesmo que o cárcere seja legal. O cárcere indevido, impróprio, inconveniente, arbitrário, despótico, ditatorial, já nasce eivado de erro, e como tal traz no seu âmago situações vexatórias, que lhe são próprias, dentre elas a violência, a opressão, o abuso, o suplício, o tormento, enfim, a tortura e o desrespeito à dignidade humana", escreveu.

O juiz André Machado ainda destacou que o valor de R$ 100 mil é correto devidos aos sofrimentos aos quais a autora da ação foi submetida. "Tal valor de cem mil reais (R$100.000,00), reputo ser o correto para a reparação dos danos morais experimentados pela autora por conta do seu sofrimento pelo cárcere experimentado e demais ocorrências presentes no cárcere, e ainda as sequelas sociais que se seguiram à sua libertação naquela coletividade por ela frequentada. (...) Ressalto que o caso dos autos não se trata de uma inscrição indevida em órgãos de crédito, de um ou vários xingamentos, não se trata de uma utilização indevida de imagem ou nome, se trata de prisão ilegal, torturas, sevícias, etc.", afirmou.

O desembargador Erik Simões, relator do caso no 2º Grau, abordou, em seu voto, o dever do Estado de reparar vítimas de grande violações dos direitos humanos. "De acordo com o direito internacional, os estados têm o dever de fornecer reparação às vítimas de graves violações dos direitos humanos. Em uma palavra, os Estados têm obrigações afirmativas em responder por violações aos direitos fundamentais." Sobre o valor da indenização, o desembargador Erik Simões citou a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e afirmou que a decisão de 1º Grau está em consonância com a instância superior.

*Com informações da Assessoria de Imprensa

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No Opinião Brasil dessa semana o apresentador Alvaro Duarte recebe Célia Trindade, Presidente do Conselho Executivo do Cendhec (Centro Dom Hélder Câmara de Estudos e Ação Social), e Lucy Pina Neta, historiadora do IDHeC (Instituto Dom Hélder Câmara). Os três discutem sobre a vida e obra de Hélder Pessoa Câmara, arcebispo emérito de Olinda e Recife. 

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O seu arcebispado aconteceu no mesmo período do Regime Militar, de 1964 até 1985, o que ocasionou uma ampla perseguição política motivada pelo trabalho de Dom Hélder na defesa dos direitos humanos no período. Ele ficou conhecido pela sua resistência ao regime militar, ao utilizar todos os meios de comunicação para denunciar a violação de direitos humanos no Brasil, sendo acusado por isso de comunista.

Apesar da perseguição, segundo Lucy Pina, ele não deixava se abater nem tampouco lutar pelos direitos da população que era a verdadeira dona da igreja, na opinião do arcebispo. Ele abria mão de qualquer segurança particular, mesmo nos momentos mais tensos, como quando a sua casa, no fundo da Igreja das Fronteiras, foi metralhada.

No dia 27 de agosto de 1999, o "bispo vermelho", como era conhecido, faleceu aos 90 anos, de insuficiência respiratória.

O Opinião Brasil é apresentado por Alvaro Duarte e exibido toda segunda-feira aqui, no Portal LeiaJá.

Além de participar da Comissão Estadual da Memória e Verdade Dom Helder Câmara (CEMVDHC), o cientista político e professor de Direitos Humanos, Manoel Moraes foi designado para integrar a Comissão de Anistia, por meio da portaria do Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. A função que o novo membro exercerá é voluntária e sem remuneração, porém ele terá a responsabilidade de relatar casos, avaliar direitos e analisar a grave violação de direitos humanos. 

Alegre pela escolha, o novo integrante explica como funciona a comissão. “É um trabalho extraordinário desenvolvido pelo governo federal através do Ministério da Justiça que repara o processo financeiro das vítimas que foram perseguidas no período militar. É um reconhecimento daqueles que tiveram seus direitos violados”, esclarece.

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Moraes ressalta que o trabalho da Comissão de Anistia é somado as Comissões da Verdade de todos os locais do Brasil. “São mecanismos que fazem parte da Justiça de Transição, ou seja, a teoria jurídica que faz com que haja a transição de um regime totalitário para um democrático”, contextualiza.

O novo membro da comissão frisa ainda que sua escolha deve ter ligação com o bom trabalho desenvolvido pela CEMVDHC e comenta que como professor tem notado que o tema tem atraído mais alunos atualmente. “Leciono Direitos Humanos na primeira faculdade que aderiu ao Plano Nacional de Direitos Humanos e hoje podemos dizer que há uma ampla discussão na cadeira de Direito e acredito que isso tem ajudado também, na função social de democratizar o acesso das informações”, pontua, lembrando que como não há retorno financeiro não terá problemas de incompatibilidade para assumir o cargo. 

Atribuições - A Comissão de Anistia pode realizar diligências, requerer informações e documentos, ouvir testemunhas e emitir pareceres técnicos com o objetivo de instruir os processos e requerimentos, bem como arbitrar, com base nas provas obtidas, o valor das indenizações previstas na lei nos casos que não for possível identificar o tempo exato de punição do interessado. Pode também requisitar das empresas públicas, privadas ou de economia mista, documentos e registros funcionais do postulante à anistia que tenha pertencido aos seus quadros funcionais, não podendo essas empresas recusar-se à devida exibição dos referidos documentos.

Primeiros compromissos – O primeiro evento que Manoel Moraes irá participar após nomeação é da Caravana de Anistia que ocorre no próximo sábado (15), em São Paulo para discutir o Congresso da União Nacional dos Estudantes promovido em Ibiúna. 

Já nos dias 19 e 20 de junho o novo integrante participará da primeira reunião ordinária da Comissão da Anistia. O encontro será em Brasília.

As memórias do Regime Militar de 1964 serão discutidas na tarde desta sexta-feira (17), no Instituto Federal do Sertão Pernambuco (IFET), na cidade de Salgueiro, Sertão do Estado, a partir das 15h. O encontro marca o encerramento da Exposição itinerante do Governo Federal - Anistia e “Democracia: para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça”. 

Após encerramento da exposição em Salgueiro a mostra segue para a Faculdade de Ciências Humanas do Sertão. Participam da Roda de Diálogo os anistiados de Salgueiro: José Carlistrato Cardoso, João Gondim e Fancisco Peixoto e outros ex-presos políticos, como o advogado Francisco de Assis e o jornalista Marcelo Mário Melo. Também virão da Paraíba o anistiado José Emilson Ribeiro e a representante do Conselho de Direitos Humanos, Nazaré Zenaide. O encontro é aberto a estudantes, professores e o público em geral.

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No evento será destacada a importância do resgate da história através da exposição, e também do trabalho da Comissão da Verdade em Pernambuco, que mostra a sociedade como foi a luta pela democracia. Paralelo a isso, eles farão um relato do que foi o governo militar, e as consequências que se perpetuam até hoje na vida das vítimas e familiares.  

A  Exposição “Anistia e Democracia: para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça” apresenta 30 painéis, que retrata através de fotografias e depoimentos a repressão e a violência do regime militar. O objetivo da mostra do Governo Federal, que passou também por Brasília e Fortaleza, é colocar a população em contato com a busca pelo direito a memória e a verdade.

 

Uma conversa pública reunirá na noite desta sexta-feira (26), o presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, Paulo Abrão, a secretária de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Laura Gomes, o secretário executivo de Justiça e Direitos Humanos, Paulo Moraes e anistiados políticos vítimas do regime militar. O evento discutirá o funcionamento da Clínica do Testemunho e ocorrerá partir das 18h, no Museu do Homem do Nordeste, no bairro de Casa Forte, Zona Norte do Recife.

O encontro marcará o início dos trabalhos da Clínica do Testemunho, projeto da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça que oferecerá atendimento psicológico gratuito às vítimas do regime militar. Segundo a Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, a demanda por atenção psicológica é uma antiga reivindicação da sociedade civil brasileira e a proposta de criação foi encaminhada à Comissão de Anistia por especialistas que atuam no tema. Além da assistência psicológica, o projeto prevê a capacitação de profissionais e a geração de insumos técnicos especializados.

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Também participará do evento representante da Comissão da Memória e da Verdade Dom Hélder Câmara, Manoel Moraes; e o ex-preso político, jornalista, advogado e poeta, Francisco Assis Filho. Para o secretário executivo Paulo Moraes, a conversa pública é o momento de expor com detalhes o funcionamento da clínica e as formas de atendimento psicológico. 

Atendimento - A Clínica do Testemunho também está sendo implantada em outros estados brasileiros, como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Em Pernambuco, o serviço será executado pelo Centro de Apoio a Vítimas da Violência, CEAV, vinculado a Secretaria Executiva de Justiça e Direitos Humanos, sob a coordenação da Secretaria de Desenvolvimento Social e Direitos Humanos.

 

 

A Comissão Nacional da Verdade vai analisar nos próximos meses o conteúdo de 66 caixas com documentos sobre o Brasil que estão em poder do Ministério das Relações Exteriores da Argentina. Segundo o coordenador da comissão, Paulo Sérgio Pinheiro, a expectativa é encontrar informações sobre os 11 cidadãos brasileiros sequestrados pelo regime militar argentino (1976-1983).

A intenção da comissão é encontrar nos documentos - que foram copiados - pistas sobre a participação da ditadura brasileira na Operação Condor, que envolveu a colaboração entre regimes militares da América Latina para perseguir opositores políticos fora de suas fronteiras, nos anos 1970.

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Pinheiro, em visita a Buenos Aires para discutir com as autoridades argentinas os detalhes do intercâmbio de informações, disse ontem que a análise será detalhada. "Às vezes pequenos telegramas diplomáticos contêm alguma pista importante." A investigação da Comissão Nacional da Verdade também tem por objetivo desvendar o destino de seis argentinos que desapareceram no Brasil entre 1974 e 1980.

Pinheiro se reuniu na capital argentina com representantes de organizações de defesa dos direitos humanos que investigam os paradeiros dos desaparecidos, entre elas as Avós da Praça de Maio e as Mães da Praça de Maio-Linha Fundadora, além do Centro de Estudos Legais e Sociais. A comissão pretende ainda trocar informações com organismos do Uruguai, Paraguai e Chile, países que também possuem arquivos sobre as atividades de suas ditaduras. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 Um jantar em Brasília celebrará os 46 anos de fundação do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB). Seu mais ilustre representante, o vice-presidente da República, Michel Temer participará da celebração. 

O PMDB, que nasceu MDB, teve sua fundação oficial em 24 de março de 1966 com o registro na Justiça Eleitoral. A sigla foi criada para fazer oposição ao regime militar.

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O Senado aprovou na noite de hoje (26) a criação da Comissão da Verdade, incumbida de investigar e documentar as violações de direitos humanos ocorridas no País entre 1946 e 1988. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), relator da matéria, manteve o texto aprovado na Câmara em setembro. Com isso, a proposta segue agora direto para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

O relatório do senador tucano foi aprovado em votação simbólica e unânime, numa sessão que uniu oposição e governo, e foi acompanhada, da Mesa Diretora dos trabalhos, pela ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário. Após três horas de debates, Aloysio Nunes, que foi perseguido e condenado pelo regime militar, concluiu seu pronunciamento citando o bispo Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz: "virar a página do passado é conveniente não para esquecê-lo, mas para não deixá-lo nos aprisionar para sempre".

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O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR) disse que o tucano, ao relatar a matéria, atuou como uma "bússola", indicando o caminho para que o País se reconcilie com sua história. O senador Jorge Viana (PT-AC) disse que o colegiado será capaz de "transformar a ferida do passado numa cicatriz". O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), destacou que o momento não é de "revanchismos, mas de resgate da verdade".

Caberá à presidente Dilma, que também foi perseguida e torturada pelo regime de exceção, indicar os sete integrantes da comissão, que funcionará por dois anos. Mas ela deverá seguir os critérios de isenção, imparcialidade e ética para selecioná-los, como prevê o texto do projeto.

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