Tópicos | secretaria de Justiça e Direitos Humanos

Até o final de 2018, o Governo de Pernambuco pretende abrir sete mil vagas em presídios. A informação foi dada pelo secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, em coletiva sobre o edital de licitação das obras da URSA-2, uma das cinco unidades prisionais do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga (CIR), na Zona da Mata Norte do Estado. As vagas serão divididas nas unidades do CIR e dos presídios de Araiçoiaba, Garanhuns, Palmares e Tacaimbó. 

"O governo Paulo Câmara fará o maior programa de vagas no sistema penitenciário de Pernambuco", disse Pedro Erico. A expectativa é que a assinatura do contrato com a nova empresa seja realizado no prazo de dois meses, com o funcionamento da unidade iniciando ainda no final do primeiro semestre de 2018. O custo estimado para a conclusão da URSA-2, que já está em mais de 60% das obras concluídas, é de aproximadamente R$ 15 milhões. 

##RECOMENDA##

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos destaca que o projeto inicial do CIR previa a construção de duas unidades de regime semiaberto e outras três de regime fechado. O projeto sofreu alterações e todas as unidades prisionais do complexo vão receber detentos em regime fechado. A modificação gerou aumento de vagas, passando de 650 para mil cada uma.

A URSA-1, primeira unidade do complexo, teve as obras retomadas em dezembro de 2016 e deve ser concluída no segundo semestre deste ano. Segundo a secretaria, os esforços da bancada pernambucana no Congresso Nacional são responsáveis por alocar recursos na ordem de R$ 60 milhões destinados ao CIR. "Os recursos deverão ser liberados com os esforços da bancada junto ao Ministério do Planejamento ainda este ano, para que sejam tocadas as obras das unidades três e quatro de Itaquitinga. A conclusão do CIR é prioridade para o Governo do Estado", afirmou o secretário.

Investimentos - A pasta lembra que em dezembro de 2016 foi registrado o repasse do Governo Federal à secretaria para a construção de unidades e modernização do sistema penitenciário, no valor de R$ 44,7 milhões. Do total, R$ 31,9 milhões serão destinados à conclusão das URSAs 1 e 2 e à construção de um novo presídio em Palmares, com capacidade para cerca de 600 presos. O valor restante, R$ 12,8 milhões, será voltado para a aquisição de equipamentos de segurança.

Um idoso de 86 anos está internado na enfermaria do Hospital Tricentenário, em Olinda, após ser encontrado em sua casa com quadro de desnutrição e desidratação. As condições, segundo o Centro Integrado de Atenção e Prevenção à Violência Contra a Pessoa Idosa (CIAPPI), podem indicar crimes de negligência e exploração financeira.

Apesar de estável, não há previsão de alta médica. O atendimento ao idoso aconteceu após uma denúncia anônima. O abuso financeiro se caracterizaria porque o seu cartão bancário estava retido, sendo usufruído sem o consentimento do proprietário. O homem vivia com a companheira, mas o Centro evita dizer quem pode ser responsabilizado pela negligência.  

##RECOMENDA##

De acordo com o órgão, o Ministério Publico de Pernambuco (MPPE) e a Delegacia do Idoso foram notificados para instauração do inquérito e responsabilização dos envolvidos. O CIAPPI é responsável por receber as denúncias de violação dos direitos humanos contra idosos e repassar para os órgãos competentes.

Segundo Sandra Jucá, coordenadora do CIAPPI, o abuso financeiro se dá sempre que há usufruto impróprio ou ilegal dos bens dos idosos e no uso não consentido por eles de seus recursos financeiros e patrimoniais. “Já a negligência é identificada pela falta de cuidados necessários ao bem-estar da pessoa idosa”, conta Jucá. 

Conforme a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), negligência é a principal forma de violência contra o idoso no Disque Denúncia. A negligência também é considerada uma abertura de portas para outras formas de violação, como abuso financeiro e econômico e violência física. Outro dado é que, na maioria das vezes, os responsáveis pela prática da negligência são os próprios familiares, cuidadores ou funcionários das instituições ou lares onde os idosos são internados.

As denúncias de violação contra idosos podem ser feitas nos números abaixo:

- CIAPPI: (81) 3182-7649

- Ouvidoria: (81) 3183-3055

- Ministério Público: (81) 3182-7417

- Delegacia do Idoso: (81) 3184-3773

- CIAPPI: (81) 3182-7649

- Ouvidoria: (81) 3183-3055

- Ministério Público: (81) 3182-7417

Uma portaria interna, assinada no último dia 13 de janeiro, impede os servidores que exercem cargos e funções no âmbito da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos tirem férias no período de 90 dias. A determinação aponta para casos excepcionais, no entanto, após análise prévia da chefia. 

O documento explica que esta medida considera “a imperiosa necessidade e conveniência do serviço”, em conformidade com a Lei 6.123/1968 e com o Decreto nº 18.973/1996. Diante disso, o governo anuncia a determinação como uma forma de manter os serviços no “âmbito da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos, respectivamente no quadro pessoal das Secretarias Executivas: Direitos Humanos, Ressocialização, Justiça e Promoção dos Direitos do Consumidor e Gestão”. 

##RECOMENDA##

A norma aponta para a o art. 5° que trata da exceção para a determinação. “Em casos excepcionais, para atender exclusivamente à necessidade do serviço, o diretor da área poderá autorizar por escrito a suspensão temporária do gozo de férias, devendo, no entanto, estas serem reiniciadas tão logo cesse o motivo que deu causa a interrupção”. No entanto, o governo aponta no documento as ressalvas à impossibilidade do gozo das férias com a burocracia da “análise prévia da chefia imediata e autorização do Secretário de Justiça e Direitos Humanos”.  

Diante disso, o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco (Sindasp-PE), alegou que a categoria “não concorda com a referida publicação e verá junto aos advogados se cabe alguma medida judicial”. O documento já está em vigor desde a sua publicação.

No último sábado (2), um adolescente de 15 anos foi assassinado a facadas na Ilha de Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife (RMR). A vítima fazia parte do Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM) desde o dia 26 de fevereiro e havia deixado a cidade de Alagoinha, no Agreste, já para não ser assassinado.  

Esta é a primeira morte de uma pessoa incluída no PPCAAM nos seus oito anos de existência em Pernambuco. Para muitos, o crime revela uma fragilidade do Estado em dar o devido acompanhamento a estas pessoas.

##RECOMENDA##

Na última quarta-feira (6), na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) exigiu a exoneração do secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico. “Ele [Pedro Eurico] é um secretário ausente. Este crime é um reflexo da falta de diálogo do secretário com a sociedade civil. Houve negligência”, disse o deputado ao Portal LeiaJá

Não há informações se a morte do adolescente está relacionada ao motivo pelo qual ele entrou no PPCAAM; há suspeitas de que ele estaria envolvido com a criminalidade local. O conselheiro tutelar e militante dos direitos da criança e adolescente André Torres classifica como lastimável a morte de um adolescente que devia estar sendo protegido pelo governo. “Houve negligência desde o momento do assassinato até o sepultamento. Se ele está no programa é preciso monitoramento. Se o jovem cometeu alguma desobediência, então tinha que ser desligado do programa ou advertido, receber alguma orientação”, opina Torres.

A menção ao sepultamento do adolescente, citado por Torres, se deve a uma denúncia feita pelo Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop) de que, além de ter sido assassinado dentro do programa de proteção, a vítima foi enterrada como indigente. O administrador do cemitério de Alagoinha teria revelado a um integrante do Gajop que o adolescente havia sido enterrado na terça-feira (5) sem a declaração de óbito. O documento só teria sido expedido no dia seguinte, na quarta-feira (6). “Este documento ter saído apenas no dia seguinte é um procedimento, no mínimo, não cuidadoso. Isso demonstra falta de cuidado e respeito. Esta família, estando no programa, conta com o Estado, que teria responsabilidade de cuidar de todo este trâmite”, critica a coordenadora executiva do Gajop, Deila Martins. 

Para André Torres, também chama atenção o fato de o adolescente ainda não possuir o documento de identidade. “A primeira medida num programa como esse é a identificação da pessoa. Eu, como conselheiro tutelar, pergunto primeiramente pelo documento da pessoa”, destaca. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos rebateu, alegando que o assassinado não foi enterrado como indigente. “O sepultamento foi realizado de forma digna, com a certidão provisória, expedida pelo IML, com o nome do adolescente, identificação dos pais e registro de identidade, além de endereço residencial”, diz trecho da nota.

A secretaria também destaca que o Estado articulou junto ao município de Alagoinha o transporte do corpo para o sepultamento, além de prestar apoio à família, que contou com escolta da Polícia Militar para comparecer à cerimônia. Segundo a pasta, a família do menor de idade já foi transferida para um novo local de proteção no dia do crime e recebeu uma visita de acompanhamento no domingo (3). 

A nota da secretaria lembra também que a equipe do programa de proteção realizou acompanhamento semanal da família, conforme documentário do Diário de Campo, assinado pela própria família. O adolescente e seus irmãos já estavam frequentando a escola e durante este período a família não teria denunciando ameaças. A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos está acompanhando o caso, que está sob a responsabilidade da Divisão de Homicídios da Região Metropolitana. 

Organização Social – Outra crítica que vem sendo tecida nesta história é com relação à empresa que executa o projeto. De 2007 a 2014, o programa era executado pela ONG Tortura Nunca Mais e em 2015, pelo Gajop.  Neste ano, assumiu uma Organização Social (OS). “No final de dezembro, o governo decidiu direcionar este serviço para uma organização que não é reconhecida como de defesa dos direitos humanos”, aponta Deila Martins, do Gajop. Ela lembra ainda que o Estado deu apenas 24 horas para o Gajop fazer todo o procedimento de entrega do programa e acusa a medida de ser uma retaliação pelo fato do gabinete ter pedido para se desligar do programa de proteção de a vítimas, testemunhas e familiares de vítimas de violência (Provita). Em 2015, o PPCAAM protegia cerca de 25 adolescentes.  

“Essa OS não é uma entidade de direitos humanos. Entre os serviços que ela desenvolve está administração e estacionamento de aeroporto. Não é uma coincidência que uma vítima de perseguição, que está sob a tutela do Estado, seja assassinada”, acusa Edilson Silva. 

O conselheiro tutelar André Torres cogita denunciar ao Ministério Público que a OS também não tem o registro necessário para executar este tipo de trabalho. A Coordenação Geral do Conselho Tutelar do Recife, do qual Torres faz parte, emitiu um posicionamento revelando ter recebido em janeiro denúncia de que a organização não estava regularmente registrada no Conselho Municipal do Direito das Crianças e Adolescentes (COMDICA) do Recife, o que seria obrigatório conforme a Lei Federal 8.069/90, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O LeiaJá entrou em contato com a OS, que não terá o nome divulgado por uma medida de segurança, e ela apenas informou que os posicionamentos são dados pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos. 

Foi divulgada pela Secretaria de Justiça e Direitos Humanos e de Ressocialização a chegada de 24 novas caminhonetes 4x4, tipo xadrez, para realizarem o reforço da frota do sistema da Região Metropolitana do Recife e interior. A ideia é de que a frota proporcione uma maior agilidade na apresentação de detentos nas audiências em comarcas da capital e do interior. 

O aluguel dos veículos foi realizado através de licitação sob o valor anual de R$ 1.946.568,00. Os carros terão a utilidade de agilizar a apresentação dos presos nas audiências, por conta, de acordo com Pedro Eurico, secretário executivo da Seres, a agilização dos processos é fundamental para a definição jurídica da situação de cada preso e com a nova frota será reduzida principalmente a perda de tempo. É importante também a segurança dos detentos e dos agentes públicos no exercício da função. 

##RECOMENDA##

Entrega de carros e equipamentos

As 24 caminhonetes já estão realizando o reforço em presídios do estado. Além destes, de acordo com a Seres, no dia 11 de fevereiro foi realizada a entrega dos dois primeiros veículos que estão à disposição do Grupo de Operações e Segurança (GOS/Seres). Também foi entregue na última quinta-feira (18), 200 coletes balísticos e no prazo de 90 dias deverá ocorrer a entrega de mais 545 unidades. 

“Acho muito difícil não ter paralisações ou greves”, comenta João Carvalho, presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários (Sindasp). Nesta quinta-feira (4), a categoria realizará uma assembleia geral extraordinária para discutir quais ações serão tomadas devido à falta de condições de trabalho.

Entre as pautas que serão discutidas está a saída do secretário de Justiça e Direitos Humanos Pedro Eurico do cargo. “Porque ele vem mentindo para a categoria constantemente. Por exemplo, disse em julho que ia entregar os coletes no dia 17 de agosto, mas em setembro descobrimos que ele não tinha nem assinado a licitação”, acusa Carvalho. O presidente do sindicato ainda acusa o secretário de ignorar o aviso de que um detento preparava a fuga da Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá.

##RECOMENDA##

O Sindasp também vai discutir o interesse na aquisição de viaturas, de coletes à prova de bola – os atuais estão vencidos, e na aquisição de munições não letais sem a necessidade de licitação. “Se formos combater uma crise agora, teremos que usar munição letal porque não há munição não letal”, se preocupa o presidente do sindicato.

Durante a assembleia, o sindicato também vai mencionar a contratação de 147 concursados. O secretário Pedro Eurico já destacou que o concurso está fora da validade e fará outro certame com 200 vagas ainda este ano. 

A assembleia extraordinária ocorre nesta tarde, com a primeira convocação marcada para as 15h30 e a segunda convocação, para as 16h30. 

Uma declaração do secretário de Justiça e Direitos Humanos Pedro Eurico virou o grande assunto da reunião ordinária na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), nesta terça (2), que pretendia discutir as fugas ocorridas na Penitenciária Professor Barreto Campelo e no Complexo do Curado. O secretário revelou que repassou o seu contato telefônico aos presos e que constantemente recebe telefonema dos mesmos.

“Dei, dou e continuarei dando”, declarou o secretário após receber críticas de que estaria se submetendo à cultura de que presos utilizam celular. “Faço isso para que qualquer preso relate casos de tortura e não para compactuar com crimes”, explicou. 

##RECOMENDA##

Ao término da reunião, o presidente da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos, Edilson Silva (PSOL), disse que a comissão vai entrar com uma representação ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) para que investigue a responsabilidade do secretário Pedro Eurico na questão. “O celular que liga para o secretário é o mesmo que liga para famílias falando de sequestro ou que organiza o crime de dentro das prisões”, disse Edilson. Segundo o deputado, não se posicionar diante da declaração de Eurico seria ser conivente com a situação.

O secretário acusou os críticos de estarem distorcendo o intuito de seu ato e destacou que 4,5 mil celulares foram apreendidos em 2015 nas prisões pernambucanas. A coordenadora de direitos humanos do Serviço Ecumênico de Militância nas Prisões (Sempri) Wilma Melo não disse que apoia o secretário, mas destacou que esse tipo de fato é mais comum do que se imagina.

“Eu encontro presos que dizem que têm o WhatsApp de juiz, do Ministério Público. Eu recebo WhatsApp. Não posso dizer se é bom ou ruim, mas não concordo que esse seja o foco da reunião porque coisas muito mais graves acontecem no sistema prisional”, relata a defensora dos direitos humanos.

[@#galeria#@]

O Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco (Sindasp-PE) realiza, na manhã desta quinta-feira (19), uma passeata até o Palácio do Governo, no centro do Recife. A categoria pede mais valorização, aumento de efetivo e melhora das condições de trabalho. A expectativa era de que a manifestação começasse por volta das 11h30, saindo da Praça do Derby.

##RECOMENDA##

Os agentes reclamam que o Governo de Pernambuco não vem cumprindo as promessas. “Pedro Eurico [secretário de Justiça e Direitos Humanos] disse que ia entregar coletes no dia 17 de agosto e não entregou. Estão todos vencidos. Haviam prometido entregar viaturas novas em outubro e não aconteceu. Estamos com viaturas sucateadas e falta de munições não letais, tendo que usar munições letais”, citou o presidente do Sindasp-PE, João Carvalho.

De acordo com o sindicato, Pernambuco tem o déficit de 4700 agentes penitenciários. João Carvalho lembra que há 147 concursados com ação judicial, esperando a convocação do governo. “O estado vai dizer que o concurso expirou, mas eles entraram com a ação antes de expirar. Alguns têm notas mais altas do que os que foram chamados”, lembra o sindicalista. 

Além dessas demandas, a categoria também pede: encaminhamento da Lei de Aposentadoria Especia e da Lei de Indenização por morte ou invalidez, que teria sido acordado em reunião de mesa com a Secretaria de Administração de Pernambuco;  publicação da nova síntese de atribuições, pois a síntese publicada no Diário Oficial teria sido alterada unilateralmente pelo governo; e negociação para revisão do Plano de Cargos e Carreiras.

Segundo o sindicato, a falta de profissionais tem permitido a entrada de drogas nas unidades prisionais. João Carvalho apontou que há unidades com 70% das guaritas desativadas. Nesta manhã, em tumulto do Complexo do Curado, um agente penitenciário foi assassinado durante um motim. “Estamos no limite”, desabafou Carvalho, “Se o Estado não der uma resposta vamos fazer movimentos para tomar decisões e deliberar por paralisações”. 

[@#galeria#@]

Um detento morreu durante tumulto no Complexo do Curado, na manhã desta quinta-feira (19). De acordo com o Sindicato dos Agentes Penitenciários de Pernambuco (Sindasp-PE), a confusão foi motivada por briga de facções. A vítima, identificada como Manoel Leonardo Galdino, morreu a facadas.

##RECOMENDA##

Segundo a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, o motim já foi controlado. Testemunhas relataram ter ouvido muitos tiros na unidade no momento da confusão. Os presos atearam fogo em colchões no pavilhão A do Presídio Agente de Segurança Penitenciária Marcelo Francisco de Araújo (PAMFA), um dos três presídios do complexo,  para impedir a aproximação dos agentes penitenciários, informou o sindicato.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos disse ainda que o preso ferido chegou a ser socorrido ao Hospital Otávio de Freitas, no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife. Neste momento, equipes do Grupo de Operações de Segurança e agentes penitenciários fazem revista na unidade.

A vítima - Manoel Galdino da Silva foi preso em flagrante com mais duas pessoas no dia 29 de julho deste ano por suspeita de assaltar um ônibus na Avenida Dois Rios, no Ibura, Zona Sul da capital. Com o grupo foi encontrado um controle remoto de televisão que seria utilizado para simular uma arma de fogo durante os assaltos. O detento também já havia sido preso em abril por porte de arma de fogo. 

LeiaJá também

--> Três são presos por assaltarem ônibus com controle remoto

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos anunciou, nesta quinta-feira (5), o novo diretor do Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel). A administração da unidade será de Rubson Fernando Vasconcelos. O diretor anterior, Josafá Reis,  foi exonerado do cargo após o assassinato a facadas de um preso, no último domingo (1), durante tumulto entre detentos. A vítima deveria ter sido libertada há 12 dias. 

Anderson José do Nascimento,  de 25 anos,  havia sido preso preventivamente no início deste ano por tráfico de drogas. No dia 22 de outubro, a 2ª Vara Criminal de Jaboatão dos Guararapes expediu seu alvará de soltura. O detento não foi liberado sob a alegação de que não havia tornozeleira eletrônica no local.

##RECOMENDA##

"Nós temos tornozeleiras suficientes. Mesmo que não houvesse na unidade, era algo que se resolvia em meia hora, com um telefonema ",  destacou o secretário Pedro Eurico. Em coletiva de imprensa, Pedro Eurico também pediu desculpas. “O Estado irresponsavelmente passa 12 dias com um mandado na gaveta. Se fosse filho ou parente de qualquer agente público essa pessoa não ficaria mais do que meia hora preso. Isso é um descaso, relaxamento, desrespeito. Isso é se rasgar a Constituição”, disse.

A pasta de Justiça e Direitos Humanos solicitará a designação de um delegado especial para investigar a autoria do homicídio e também “a relapsia, ineficiência e desídia”, segundo Eurico, de quem não respeitou a determinação legal. O secretário vai pedir que o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) tome as medidas cabíveis.

Pedro Eurico também pretende mudar a logística do recebimento de alvarás. “Todo alvará que chegar à Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres)  precisa ser registrado de alguma forma, seja por WhatsApp, seja por email e deve ser cumprido de imediato. Não tenho dúvida de que existe falta de atenção neste processo, muitos advogados me noticiam isso”, comentou. 

Segundo a Seres, o Estado possui 1900 tornozeleiras e quatro mil detentos em regime semiaberto. Apesar do alto número de detentos com direito a usar o dispositivo, a Seres informa que a quantidade é suficiente, pois há um planejamento do uso das tornozoleiras e os quatro mil detentos não as utilizam ao mesmo tempo.

José Nazareno da Silva Marinho, 27 anos; Edvaldo Barros da Silva Filho, 33; Paulo da Silva Tavares, 39; Mário Antonio da Silva, 52; e David Bezerra dos Santos, 20. Em comum, os cinco eram detentos do sistema prisional do Estado e todos morreram em menos de um mês, o último, José Nazareno, no domingo (8), na Penitenciária Barreto Campelo, em Igarassu.

Outra situação em comum envolvendo os cinco é que a responsabilidade de suas mortes é atribuída à mesma entidade: o Estado. De acordo com o advogado especializado em direito penal, Plínio Nunes, essa questão é indiscutível. “Não é preciso nem demonstrar que o Estado foi omisso, pois já é suficiente o fato do crime ter ocorrido em um estabelecimento estatal, que devia garantir a segurança do indivíduo”.

##RECOMENDA##

O advogado do Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares (Gajop), Rodrigo Deodato, acredita que caiba indenização do Estado aos familiares em diversos outros casos. “Diante da atual situação, seria possível que todos os reeducandos colocassem o Estado na Justiça por terem seus direitos violados. A prisão é uma medida privativa de liberdade, não de uma alimentação de qualidade ou uma vida digna”, comenta. 

Apesar de para os especialistas a participação do Estado na morte da vítima ser clara e passível de punição, na prática não funciona dessa forma. De acordo com a subdefensora cível da capital, Ângela Valdivino, dificilmente alguém que entra com uma representação contra o Governo em casos desse tipo consegue êxito. “Quando o Poder Judiciário recebe a demanda e vê que o Estado pode ser onerado ele ameniza”, resume.

Segundo a subdefensora, o pensamento judicial parte da ideia de que problema prisional é nacional e se o Estado fosse condenado por todas as mazelas não haveria orçamento para manter a máquina pública. “É uma situação macrossocial. É como se o interesse público se sobrepusesse ao interesse privado.  Se todas as famílias de presos fossem indenizadas o Poder Público sofreria prejuízio, e isso não deixa de ser prejuízo também para a sociedade”, ela explica.

“Vamos imaginar em estatística”, Valdivino continua, “Na prática, é como se a cada dez representações contra o Estado apenas uma conseguisse vingar - e olhe lá”. Para uma família conseguir uma indenização, a explicação da subdefensora aponta que é preciso até apelar para a sorte. “É possível que a pessoa consiga. O caso pode cair na mão de um juiz que tem uma visão social. Mas em regra, não acontece. E se acontece, o Estado normalmente recorre”. 

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco possui o Centro Estadual de Apoio às Vítimas da Violência de Pernambuco (CEAV-PE), responsável por atender as famílias de vítimas dos chamados Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI). Segundo a coordenadora do CEAV-PE, Tadzia Negromonte, as famílias dos quatro primeiros presos, além da do sargento Carlos Silveira do Carmo (morto no Complexo do Curado), já foram procuradas para apoio jurídico e psicossocial.

Os familiares do sargento, de David Bezerra dos Santos e de Edvaldo Barros da Silva Filho foram atendidos pelo centro. A família de Mário Antônio da Silva, que foi esquartejado na prisão, não quis receber o CEAV-PE. Os parentes de Paulo da Silva Tavares serão atendidos na próxima quinta-feira (12).

Desses casos, duas famílias já confirmaram interesse em entrar com uma representação contra o Governo. Apenas com as três vítimas fatais foram criados nove casos distintos no CEAV-PE. “Em uma única família há situações diferentes. O policial militar, por exemplo, deixou uma viúva, dois filhos e uma mãe, e temos que analisar caso a caso”, explica Negromonte. 

A coordenadora reforça que esta abordagem do CEAV-PE não é atípica. “Em 2014, abordamos 100% de famílias de vítimas de CVLI em Jaboatão e Moreno, áreas com o maior número de casos”, diz. 

Enquanto a Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado diz que a situação nas unidades prisionais está sob controle, fatos mostram que, se não há uma rebelião generalizada, o cotidiano nas prisões está longe do ideal. 

Nesta quinta-feira (5), durante mais uma fiscalização, dois detentos do Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), no Complexo do Curado, entraram em conflito e um acabou ferido. Messias Nascimento de Andrade, 32 anos, precisou ser levado ao Hospital Otávio de Freitas, após um desentendimento com outro detento de identidade não revelada. 

##RECOMENDA##

Segundo a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), o paciente já teve alta e foi reencaminhado para a unidade prisional. Em relação a mais uma vistoria para apreensão de materiais, o número continua a assustar: ao todo, 52 armas brancas foram apreendidas pela Polícia, além de drogas e aparelhos celulares. Confira a lista, abaixo, dos materiais apreendidos.

12 facões industrializados;

5 facões artesanais;

2 foices industrializadas;

5 foices artesanais;

18 facas industrializadas;

7 facas artesanais;

3 chunços;

40 litros de cachaça artesanal;

1 usina artesanal para fabricação de cachaça;

1 balança de precisão;

8 celulares;

3 baterias de celular;

97,2 g de maconha

“Em regime de urgência, daremos conclusão às obras do presídio de Tacaimbó, perto de Belo Jardim, como também à cadeia pública de Santa Cruz do Capibaribe (ambos no prazo de 90 dias). Por ordem do governador Paulo Câmara, vamos iniciar a construção imediata do complexo de Araçoiaba, que contará com sete presídios”. As novas medidas foram reveladas pelo secretário da Justiça e Direitos Humanos do Estado, Pedro Eurico, durante coletiva de imprensa na sede da vice-governadoria, nesta terça-feira (20).

Diante de um início de ano violento, marcado por rebeliões e fugas em unidades prisionais, o Governo do Estado também promete reformar o Complexo Prisional do Curado e o Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima. Sobre o presídio de Itaquitinga, Pedro Eurico resumiu a dizer que o impasse para a construção é de “natureza jurídica”, mas a secretaria iria pressionar para que as obras tivessem início. O secretário adiantou que anteprojetos para novos presídios no Estado estão sendo elaborados e será pedida uma audiência ao ministro da Justiça para apresentar a demanda ao Fundo Penitenciário do Governo Federal.

##RECOMENDA##

Para suprir a necessidade de funcionários nestas unidades, além da contratação imediata de 20 advogados, o secretário disse que mais agentes penitenciários serão convocados. “No dia da minha posse, anunciei a contratação de 132 agentes. Temos ainda um concurso de 2009 e outro de 2011, que ainda cabe prorrogação; vamos chamar estes profissionais, mas de acordo com o processo de formação da escola de agentes. Não é só passar na prova teórica, o cargo exige preparação”. 

Morte de sargento será investigada

Longe das informações oficiais, o que se ventila é que a morte do sargento Carlos Silveira do Carmo, assassinado com uma bala na cabeça na última segunda (19), pode ter partido de um disparo da própria Polícia. Pedro Eurico explicou que a secretaria investigará o caso. “O Instituto de Criminalística fará as avaliações para identificar de que direção veio o disparo. O Governo está dando apoio, o próprio governador Paulo Câmara visitou a família do sargento, na noite do fato”, revelou.

Consternados com a morte do colega, diversos policiais fizeram uma carreata nesta terça (20), na Zona Norte do Recife, para criticar a atuação policial em unidades prisionais. O secretário afirmou que, se houver necessidade, os policiais – como agentes públicos de segurança – continuarão a ser utilizados no controle dos presídios. “A ordem será mantida. Se precisar usar o Choque e as forças de segurança, vamos usar. Pernambuco não irá empregar as práticas da barbárie, como em Pedrinhas. Não vai haver fulgas, a população pode ficar tranqüila”.

O secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico, participou de reunião com arcebispo de Olinda e Recife, Dom Fernando Saburido e representantes da Pastoral. O encontro teve como objetivo discutir alternativas para o sistema prisional em Pernambuco. Também estive presente o secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Isaltino Nascimento que falou sobre a situação atual das unidades da Funase, bem como investimentos que estão sendo realizados.

“O Estado vai agir para manter a ordem e promover os direitos humanos dentro das unidades prisionais e que a participação da sociedade é muito importante para que o sistema seja, de fato, um espaço de ressocialização”, pontuou Pedro Eurico. O arcebispo destacou que as atribuições são grandes, mas que ele estará presente.

##RECOMENDA##

“A demanda é enorme e por isto também convidamos outras comunidades católicas para que possam apoiar a Pastoral Carcerária. No próximo dia 31, às 08h30, durante a primeira reunião de formação da Pastoral Carcerária do ano, na sede da CNBB, na Rua Dom Bosco, no Recife, também estarei presente para continuar debatendo alternativas para fortalecer nossa participação”, frisou Saburido. 

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando