A Comissão de Ciência, Tecnologia e Informática da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), presidida pela deputada Terezinha Nunes (PSDB), discutiu nesta terça-feira (17), os problemas de infraestrutura da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A audiência pública foi realizada no auditório da Casa Joaquim Nabuco e contou com a presença de autoridades como o reitor da instituição, Anísio Brasileiro de Freitas e representantes da Prefeitura do Recife, da Celpe e da Compesa, além da sociedade civil.
Apesar de ter ficado entre as dez melhores universidades do Brasil num ranking divulgado recentemente pela Folha de São Paulo, algumas dificuldades como instalações elétricas, elevadores do Hospital das Clínicas, acessibilidade, mobilidade entre outras, foram descritas no evento. “Temos a certeza da excelência da UFPE, por isso, precisamos cuidar”, afirmou Terezinha Nunes.
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Reconhecendo a existência de problemas, a prefeita da Cidade Universitária da UFPE, professora Vilma Vilarouco, enumerou algumas deficiências e anunciou a criação de um plano diretor formado por engenheiros e arquitetos para agilizar as ações. “Estamos projetando a criação de calçadas internas e dialogando com a Prefeitura do Recife para cuidar das externas. Faremos ciclovias, estamos debatendo com a Compesa a realização de um canal de esgoto e com a Secretaria das Cidades e o Consórcio Recife as mudanças no transporte com a estação na Avenida Caxangá,”, citou, acrescentando: “Apesar de todos os problemas estamos trabalhando para tentar superar as dificuldades e atender a sociedade”, disse.
Outra problemática apresentada durante a reunião foi à recorrente falta de energia da UFPE, ocasionada pelas más instalações elétricas. “É importante à gente pontuar para saber até onde é de responsabilidade da Celpe e da UFPE. A universidade tem numa rede interna que é responsável também pela operação e manutenção. Nós atendemos o Campus Universitário através de três pontos, ou seja três medições, mas tudo que desrespeita a parte interna é responsabilidade da universidade”, esclareceu o superintendente de engenharia da Celpe, Dário Soares Vale.
Segundo o diretor da Associação dos Docentes da UFPE (Adufepe), José Luiz Simões, além da energia elétrica os alunos enfrentam o problema da falta de segurança. “Entre os principais problemas temos a falta de segurança, principalmente porque temos alunos estudando à noite. O Campus é muito escuro e parece uma região abandonada e dá medo de circular. As constantes quedas de energia é algo recorrente e, além disso, faltam gabinetes para os docentes, faltam salas de aulas disponíveis, manutenção dos prédios, banheiros precários, infraestrutura e entulhos em vários pontos que não são recolhidos. Então, há um processo de precarização”, criticou Simões afirmando ter entregado no mês de fevereiro ao reitor, uma pesquisa emergencial sobre condições de trabalho, mas até então não obteve retorno.
Já o reitor da Instituição, Anísio Brasileiro de Freitas, primeiramente reconheceu as dificuldades, mas esquivou-se detalhar os problemas e exaltou a UFPE. “A universidade é uma instituição pública voltada para a sociedade, e viemos apresentar o que estamos fazendo. A UFPE estar entre as melhores universidades do Brasil, temos mais de 70% dos professores com doutorado e formamos mais de 3.500 mil alunos por ano. (...) Evidentemente que nós crescemos muito e temos alguns problemas relacionados à infraestrutura”, disse ressaltando a importância do debate.
Brasileiro também falou de prazos para atender as reivindicações apresentadas e descreveu algumas ações como a construção no próximo ano, de uma subestação de 69KVA para resolver a questão de energia. “Há uma agenda positiva para melhorar a qualidade de vida dos que fazem a UFPE. Nós vamos acompanhar cada um desses itens no dia a dia. Eu acredito que dentre de um ano já teremos um Campus muito bem qualificado e em relação à segurança, nós reafiramos a parceria com a Secretaria da Defesa Social para melhor cuidar do entorno, através da Polícia Militar”, prometeu o reitor.
Para a realizadora da audiência, o evento chegou a uma situação muito boa para a UFPE em virtude das parcerias. “Foram expostos tosos os problemas de infraestrutura da universidade e todos os órgãos presentes tem interesse em ajudar. Como disse o reitor, agora vão ser reestabelecidas as parcerias: É a universidade sentar com a Celpe, com a Compesa, com o Consórcio Metropolitano e com a Prefeitura do Recife para resolver a questão dos ambulantes, além da segurança”, relatou a tucano garantindo acompanhar posteriormente por meio de reuniões, os próximos andamentos das cobranças.