Poucas horas após o desfecho do processo do impeachment, nesta quarta (31), estudantes e militantes contra o Governo Temer se concentraram na Praça do Derby, a partir das 15h, na Avenida Agamenon Magalhães, para protestar. Além de pedirem “Fora Temer” eles alegam cortes diversos cortes já estão sendo realizados. Às 18h, os estudantes bloquearam todas as vias de acesso da área ocasionando grandes transtornos no trânsito.
Cerca de uma hora e meia depois de fecharem as ruas de uma das principais avenidas da cidade, eles seguiram em passeata pela Avenida Conde da Boa Vista com encerramento previsto no Marco Zero, no bairro do Recife. Em coro, eles entoaram por diversas vezes algumas de suas reivindicações: “Fora Temer”, “Fora Mendonça Filho”, “Fora, golpistas, fascistas, que aqui não passarão”, “Aqui está o povo, o povo sem medo de lutar”, “Tem dinheiro para banqueiro, mas não tem para a educação”, “Esse governo é inimigo do povão”, entre outros.
##RECOMENDA##
Para a estudante e militante da Frente Povo sem Medo Luciana Carolina, os movimentos sociais estiveram na rua neste dia histórico para “derrubar” o Governo Temer, empossado presidente da República. “Esse é um governo ilegítimo, um golpe, não vamos deixar que este governo passe. Estamos aqui contra os cortes na educação e também pelos direitos dos trabalhadores. Vamos defender a educação e combater esse governo golpista e antipopular nas ruas”, explicou.
A estudante Milene da Silva declarou que a política de cortes visa excluir os filhos e filhas da classe trabalhadora. “Querem excluir eles de qualquer oportunidade de ensino de qualidade e garantir o lucro dos capitalistas da educação, que vendem educação como mercadoria e de péssima qualidade”, criticou.
Em panfleto distribuído durante o ato, os militantes afirmaram que não estavam na rua pela volta de Dilma. “O golpe do PMDB e sua quadrilha não foi contra o PT. O PT era aliado do PMDB e, nesta eleição municipal, continua lado a lado com os golpistas em mais de mil cidades. O golpe é contra a classe trabalhadora. Contra a saúde, a educação, transporte, cultura, lazer e direitos. É contra os movimentos sociais e os sindicatos. Só com o povo organizado podemos defender nossos direitos e avançar nas conquistas”, diz parte do folheto.
Contra o protesto
Para o médico Arthur Cunha, que ficou preso no trânsito durante o protesto, o ato é um absurdo. “Estava me dirigindo ao Hospital Restauração para trabalhar e lá pode ter algum parente desses manifestantes que podem precisar de mim. Ficamos impedidos de trabalhar”, lamentou.
Arthur disse que respeita o direito das livres manifestações. “Porém, tem que existir critérios para realizá-los. Este não é o local adequado. Vá ao Palácio, na Câmara dos Vereadores onde decisões podem ser tomadas, mas, penalizar o resto do povo não é justo. Além disso, esses protestos não têm mais sentido. Não tem mais serventia. No estado de instabilidade que estamos, essas mobilizações irão afundar mais o país. É preciso apostar que o Brasil vai voltar a se organizar”, disse.
A empresária Suely Batista também é contra. “Tem gente que está ai e nem sabe o que é o golpe e não querem aprender com os mais velhos. Minhas netas estão me esperando em casa. Muitos aqui são alienados e nem sabem por qual motivo estão protestando exatamente”.
[@#galeria#@]