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Entregues à população de Belém em 2009, as academias ao ar livre foram bem recebidas por quem buscava qualidade de vida com atividades físicas. Hoje, os usuários são os mais variados possíveis, desde idosos até crianças. Muita gente, porém, reclama da falta de manutenção dos equipamentos.

De acordo com a prefeitura de Belém, a cidade conta com 24 academias em funcionamento atualmente. Reformada no ano passado, a academia da praça Brasil, no bairro do Umarizal, é uma das mais movimentadas da cidade. A ex-professora Francilma dos Santos, de 45 anos, tem recorrido aos equipamentos para se recuperar de um acidente vascular encefálico. Ela conta que começou a se exercitar com amigas e hoje conhece muitas pessoas novas. "Não estou mais triste como eu estava antes, pois ficava sozinha em casa", diz. Por orientação médica, ela já fez hidroginástica, natação e agora se esforça na caminhada.

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Raquel Guimarães tem 34 anos e há oito é monitora do abrigo Calabriano, localizado no bairro do Telégrafo. Como fica bem próximo da praça, pela manhã, com a ajuda de educadores, Raquel leva as crianças que moram no abrigo para realizarem atividades recreativas que estimulem o corpo e a mente. "Como eles moram no abrigo, para não ficar uma coisa monótona, saímos com eles para poderem socializar, ficar ao ar livre e melhorar o desempenho", relata.

A monitora acredita que o motivo dos equipamentos estarem malcuidados é falta de educação da população. Ela acha que pessoas não preservam o pouco que é investido pelo poder público.

A consultora de cosméticos Delma Reais, de 44 anos, pratica exercícios quase todos os dias na primeira academia instalada em Belém, localizada na avenida Romulo Maiorana (antiga 25 de Setembro), atrás do Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, bairro do Marco. Moradora da travessa Enéas Pinheiro, próximo ao local, ela realiza as atividades com a orientação de um cardiologista. Delma não tem o que reclamar do estado de conservação dos aparelhos, mas diz que os instrutores nem sempre estão lá para orientar as pessoas. O que realmente incomoda, no entanto, diz, é a falta de segurança. "Na semana passada um homem levou o celular de uma garota aqui perto", conta.

Silvia Oliveira trabalha no local há oito anos e, diferentemente da consultora, nunca presenciou casos de violência com frequentadores da academia. A autônoma vende cerca de 70 cocos por dia, a R$ 4,00 cada um, e conta que consegue ajudar na renda da família com o que lucra. A ambulante acha que a prefeitura deveria realizar eventos para atrair as pessoas, já que, segundo ela, pouca gente se interessa pela academia.

Encontro - Na avenida Marquês de Herval, no bairro da Pedreira, a academia se tornou ponto de encontro de muitos corredores e praticantes de atividades físicas. Os aparelhos se localizam em um ambiente totalmente aberto, cercado por árvores e onde muita gente passa visando sair da rotina.

José Domingos, de 56 anos, morador do bairro e usuário da academia, pratica caminhada diária no local e sempre utiliza os aparelhos que ali estão. “Ajuda a aliviar a pressão e estresse do dia. Muita gente não tem tempo ou academias por perto para fazer atividade física. Essa ao ar livre facilita muita coisa, está sempre aqui do lado e podemos usar no melhor horário”, afirma.

Apesar de facilitar a vida de muita gente, as academias não contam com um acompanhamento profissional, o que seria necessário, como conta o educador físico Fabrício Barreto. Ele diz que as academias são como um meio das pessoas saírem da rotina, mas deixa um alerta também: “Essas academias abrem opções para praticantes de caminhadas e outros tipos atividades. A qualquer momento você pode realizar exercícios. Porém, é sempre bom ter um acompanhamento médico ou de um educador. Fazer atividades às cegas nunca é bom, pode atrair lesões. Essa é uma das únicas desvantagens, mas com fácil resolução”.

Por meio de nota, a Prefeitura de Belém informa que a manutenção nas academias ao ar livre é periódica e consta no contrato com a empresa que fabricou os equipamentos. Sempre que há necessidade de reparos a empresa é acionada, diz a nota. Com relação à segurança, a nota destaca que a Guarda Municipal dá apoio ao trabalho da Polícia Militar com rondas diárias em todas as praças da capital. Ainda segundo a prefeitura, até o final do ano outras academias serão instaladas na cidade.

Descaso - As academias ao ar livre de Ananindeua, município da Região Metropolitana de Belém, passam por um processo de degradação que se arrasta há alguns anos, por causa da falta de manutenção dos espaços. “Na verdade eles só jogaram uma tinta por cima e trouxeram de volta. Agora temos que escolher o equipamento com menos defeito para usar”, afirma Vanda Pimentel, frequentadora da academia instalada na avenida Dom Zico. “Há seis anos, tínhamos estudantes que nos ensinavam a fazer um bom aquecimento, tínhamos um posto da Guarda Municipal e profissionais para medir nossa pressão. Hoje em dia não temos mais nada disso”, disse.

A falta de fiscalização e de educação da população e a insegurança foram pontos que o gerente de vendas Messias Miranda também ressaltou como negativos. “Aqui é um bom lugar, pois nunca sofri nenhum assalto, porém não tem tanta fiscalização do município e há muita falta de educação da população, pois não podemos esperar pela prefeitura para cuidar desse espaço”, diz.

Já na academia que fica na praça Sengólia as atletas amadoras Lurdes Sales e Rute Oliveira, ambas aposentadas, reclamam: “A única queixa que temos é em relação à segurança. Os assaltantes já sabem os horários que a polícia vem com mais frequência e a hora que o fluxo das rondas diminui”.

A prefeitura do município informou que faz a manutenção desses espaços. Também garante que há ronda policial nos locais.

Por Biatriz Mendes, Laura Lemos e Leo Nunes. Com apoio de Gerson Rocha e Caio Barreto (Pedreira) e Alisson Queiroz (Ananindeua). 

 

 

Um homem de 44 anos foi preso na última quarta-feira (29), em Umuarama-PR, por maltratar a própria mãe de 69 anos. A idosa era obrigada a ficar o dia todo sentada em uma cadeira do lado de fora da casa.

A Polícia Civil chegou ao caso após denúncias anônimas. A idosa era proibida de entrar na própria casa e, por conta disso, fazia suas necessidades fisiológicas no quintal.

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Além disso, a vítima foi encontrada sem alimentação, com apenas um litro de água para tomar banho e beber durante o dia.  Após ser resgatada, ela foi encaminhada à casa de acolhimento Associação de Apoio a Promoção Profissional (Apromo). 

Já o filho da vítima recebeu voz de prisão em flagrante pelos crimes de abandono de idoso, abandono de incapaz e maus-tratos. Ele negou os crimes na delegacia. 

O distrito de Jaipur, no estado de Odisha, na Índia, foi cenário de uma brutalidade. Uma menina recém-nascida foi enterrada viva com menos de seis horas do seu nascimento, como informam as autoridades locais. Ela foi colocada em uma cova rasa, o que facilitou que ela pudesse ser vista.

Coberta com terra, a menina começou a mexer os pés até que eles ficassem de fora e pudessem ser visto por um homem que chamou o resgate, realizado no último sábado (25). O médico chefe do distrito informou que a criança está bem, seu cordão umbilical estava intacto e ela ainda estava coberta com a substância que protege recém-nascidos. Ela pesa cerca de 2,5 Kg. 

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Já no hospital, a menina recebeu o nome de Dharitri [que significa "a terra" em sânscrito]. Quando tiver alta, a menina deve ser entregue ao comitê do estado para que seu destino seja resolvido. Quanto a motivação do abandono, a polícia acredita ter referência ao sexo da criança ou mesmo o status da mãe que pode ser solteira e o fato, pela cultura do país, cria um isolamento e preconceito contra elas. Mesmo diante disso, a polícia afirma estar tentando localizar os pais do bebê.

Confira o vídeo que mostra o momento do resgate de Dharitri:


Uma construção secular, que guarda memórias de outros tempos, anda sem cuidados e padece no Centro do Recife. Primeira loja especializada em produtos agropecuários de Pernambuco, a Casa Leão luta para continuar de pé, contra ameaças de leilão e até demolição da sua já castigada fachada. Contra isso, a luta é de um homem só: Mauro Carneiro, atual proprietário, que tenta, na justiça, tombar a construção.

Há mais de 20 anos, Mauro Carneiro foi convidado pelos antigos proprietários da Casa Leão a assumir o comércio, que já funcionava desde a década de 30, e desde então estuda a história do local. “No dia 1° de janeiro de 1939 a família Serra inaugurou essa casa, que antes era residencial e de propriedade da Igreja Católica. Não existia esse tipo de comércio de alimentos de animais. Em todo Pernambuco só existia ela. Os criadores do interior vinham para cá”, conta.

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Castigada pelo tempo, a Casa Leão - localizada na esquina da Rua Siqueira Campos, uma paralela da Avenida Guararapes, com a Rua Engenheiro Ubaldo Gomes de Matos - já não impõe o mesmo respeito de antigamente, quando foi soberana no comércio de produtos agropecuários durante décadas. “Eram uns 20 homens trabalhando aqui. Abria às cinco da manhã ou até antes disso. Tinham duas máquinas fazendo xerém, ração para porco e boi. Depois entraram com venda de medicamentos, soro para veneno de cobra e outras coisas”, descreve Carneiro.

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Depois de um tempo esperando que o poder público lhe ajudasse a melhorar o estado de conservação da casa, o atual proprietário teve uma ingrata surpresa: a tentativa de leilão da Casa Leão. “Foi no ano passado (2016). Veio aqui um oficial de justiça dizendo que devido à dívida com um ex-funcionário a Casa Leão iria ser penhorada”, afirma seu Mauro.

Segundo ele, quando o documento chegou a suas mãos, restavam apenas 10 dias para recorrer da decisão. “Tive que gastar e consegui embargar o leilão. O juiz nos deu ganho de causa e pediu que fosse averiguada a situação. Isso já faz pelo menos seis meses e nunca mais voltaram aqui”, diz ele.

Antes disso, ainda de acordo com Mauro, a prefeitura do Recife já tinha tentado derrubar a fachada da casa sob o argumento que deveria fazer um corte para aumentar o recuo da construção. “Eu cheguei a contatar um engenheiro, que me garantiu que conseguiria recuar a fachada sem precisar destruir”, revela ele, acrescentando que depois de feita a sua “proposta”, a PCR não voltou mais.

Tombamento

Diante das ameaças do fim da Casa Leão, Mauro Carneiro começou a juntar vasta documentação sobre a história da casa.  Em 2016, ele deu entrada em um pedido de tombamento da construção. “Eu quero deixar isso aqui como patrimônio para os recifenses. É uma lembrança viva da nossa história. Tem muita gente que nem vem para comprar, mas senta, conversa  e se lembra dos tempos áureos da Casa Leão”.

Apesar de reclamar da falta de apoio do poder público, Carneiro não quer achar culpados, quer apenas que o patrimônio seja preservado. “Eu conheço Geraldo. Tenho certeza que ele não sabe disso (que a prefeitura tentou derrubar a fachada)”, afirma.

Sem registros – O LeiaJá procurou o Museu da Cidade do Recife para tentar achar algum registro histórico da Casa Leão. Nada foi encontrado.

O capitão do transatlântico Costa Concordia, Francesco Schettino, que foi condenado a 16 anos de prisão pelo naufrágio do navio na ilha de Giglio no dia 13 de janeiro de 2012, se defendeu de todas as acusações e negou ter abandonado a embarcação em um vídeo divulgado no Youtube.

Na gravação de 17 minutos, o ex-comandante no cruzeiro disse que não abandonou o navio por ter embarcado no último bote salva-vidas disponível depois que a embarcação começou a virar rapidamente e que ficou na costa coordenando os primeiros-socorros o que, segundo ele, era a ordem do comando geral da Capitania de Roma.

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"É falso que eu abandonei o navio. [...] Posso provar o que eu digo", disse o italiano no vídeo, que é apoiado pelo testemunho de vários passageiros que afirmaram que viram o ex-capitão até quase o final e que isso os tranquilizou. "Sai no último bote pouco antes que o navio virasse e fosse para o fundo do mar junto a todas as pessoas que estavam à bordo", afirma Schettino explicando que teve que "desencalhar" o bote, que estava com toda a capacidade e que estava preso nos guindastes que o seguravam ao navio, e que pouco depois disso o transatlântico se inclinou ainda mais para a direita.

Sobre o famoso telefonema com o comandante Gregorio De Falco, o oficial da Capitania de Livorno que coordenou a ajuda na noite do naufrágio, no qual dizia que Schettino deveria voltar à bordo do transatlântico, o ex-capitão disse que a escada que havia sido indicada por De Falco para que subisse novamente ao Costa Concordia não podia ser acessada porque já estava debaixo d'água. Sendo assim, de acordo com o italiano, era impossível voltar à embarcação.

"Quando à 1h46 me pediu para voltar à bordo, De Falco ignorou todas as informações recebidas por mim, pelo comando geral da Capitania de Roma e pelo barco de patrulha que coordenava o regate no local", afirmou Schettino.

Na noite do dia 13 de janeiro de 2012, o navio Costa Concordia tombou após uma manobra errada do capitão Schettino próximo à ilha italiana de Giglio. Com o incidente, a estrutura ficou parcialmente submersa e 32 pessoas perderam a vida. 

Um vídeo mostra o ato desumano de uma mulher em Vila Bandeirantes, em Ibaté, São Paulo. O abandono de um cão no meio da rua foi flagrado por uma câmera de vigilância da rua e a cena é de partir o coração. 

Nas imagens a mulher para o carro em uma rua, abre a mala e retira o animal com grosseria e o coloca na rua. Desesperado ele a segue e em seguida circula o carro várias vezes. Ela ainda demora alguns minutos até dar partida no carro e sair em velocidade do local. O cão ainda tenta acompanhar o carro por alguns metros. 

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O abandono de animais prevê punição de três meses a um ano de prisão, de acordo com a Lei Federal 9.605/98. Segundo a Polícia Civil, um Boletim de Ocorrência foi feito, foram realizadas diligências e a mulher foi identificada. Os procedimentos para encaminhar o caso ao fórum estão sendo concluídos. Ela deve responder por maus tratos. 


Juan Pedro nasceu há um ano, no Recife, com 26 centímetros de perímetro cefálico, um quadro de microcefalia severa. A mãe do menino, a recepcionista Daniele Ferreira dos Santos, de 29 anos, já vivia com o pai da criança havia cerca de dois anos. Um mês após o nascimento, porém, o pai decidiu ir embora. "Ele dizia que o menino chorava muito e que ele não conseguia dormir. Também reclamava que eu só dava atenção para o bebê".

Embora o estado civil solteira - de 48% das mães de bebês com microcefalia - inclua pessoas que namoram ou moram com companheiros sem oficializar a relação, são comuns relatos de mulheres que foram abandonadas pelos parceiros na gestação ou após o parto de uma criança com a má-formação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Desistir do próprio casamento no altar está longe de acontecer apenas em filmes e novelas. Na Nigéria, uma mulher identificada como Roseline, de 32 anos, disse "não" na hora mais aguardada e saiu correndo da igreja. 

De acordo com a revista People da África do Sul, isto aconteceu porque a noiva viu seu ex-namorado entre os convidados na cerimônia. No passado, o homem viajara e nunca mais havia retornado para a ex-companheira. Roseline o esperou por anos. Somente depois de muito tempo, resolveu aceitar o pedido de Julius, de 41 anos, mas ainda amava seu ex. 

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Testemunhas afirmam que, após a fuga da noiva, seu noivo ainda tentou alcançá-la, mas ela foi irredutível. A cerimônia foi encerrada.

        

 

 

Candidato à Prefeitura de Olinda, Ricardo Costa (PMDB) acusou a gestão do prefeito Renildo Calheiros (PCdoB) de abandonar a cidade. Sob a ótica do peemedebista, a Marim do Caetés “está mal cuidada” e vivendo “de aparência”. 

“Identificamos muitos problemas deixados pela atual gestão, que está no poder há 16 anos. A população exige mudança, Olinda não pode ficar abandonada como está”, alfinetou o postulante que dedicou o domingo (11) para uma carreata pelas ruas de Rio Doce, Jardim Atlântico, Casa Caiada, Bairro Novo, Bultrins e Ouro Preto.

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“Você anda por Olinda e parece que não tem ninguém tomando conta da cidade. Qualquer turista que entrar aqui não precisa andar muito pra ver como a nossa cidade, que é linda, está mal cuidada. Mais do que a aparência, a gente precisa entregar uma Olinda boa para os olindenses. A cidade precisa de gestão eficiente e responsável, com os pés no chão”, acrescentou Costa. O postulante se colocou ainda como “a melhor alternativa” para o comando do município. 

A Justiça condenou ao pagamento de multa de R$ 1.480 o proprietário de uma casa onde foram encontrados 43 cachorros em situação de abandono, no último dia 2, em São Pedro, no interior de São Paulo. Durante e após o resgate, 21 animais morreram.

A decisão, dada na quinta-feira (8 prevê ainda a prestação de serviços à comunidade e a perda da guarda dos animais. Conforme a sentença, a multa equivale aos gastos com o tratamento dos cães que sobreviveram e o pagamento poderá ser parcelado em dez vezes.

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Os cães sobreviventes recebem tratamento de uma clínica veterinária. Depois que estiverem recuperados, os animais serão colocados para adoção.

A situação de abandono dos cachorros foi denunciada por associações de proteção a animais. O dono do imóvel mantinha também um comércio de artesanato que, segundo os ativistas, servia de fachada para o comércio clandestino de cães, especialmente da raça cocker.

Policiais militares foram ao local e resgataram os animais, mas sete deles já estavam mortos. Outros 14, famintos e debilitados, não se recuperaram. O suspeito dos maus tratos não atendeu a reportagem.

Os ministros da Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negaram pedido do Ministério Público do Rio para aplicação de multa a pais que deixaram de adotar medidas para que seu filho voltasse a frequentar as aulas. De forma unânime, o colegiado entendeu que a punição comprometeria a estabilidade financeira da família, que demonstrou hipossuficiência econômica.

As informações foram divulgadas no site do STJ - por causa do segredo judicial, o número do processo não pode ser divulgado.

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Originalmente, a Promotoria do Rio representou contra os pais do adolescente, que estava matriculado no sétimo ano do ensino fundamental e que, a partir do segundo semestre letivo de 2010, deixou de frequentar as aulas.

De acordo com o Ministério Público, a escola 'esgotou todas as alternativas no sentido de estimular o menor a retomar seus estudos, buscando inclusive o Conselho Tutelar e realizando visitas de orientação à família'. Mesmo assim, o aluno continuou ausente.

Ao apontar 'a irresponsabilidade parental e o abandono intelectual do menor', o Ministério Público pediu judicialmente a aplicação de multa aos genitores, conforme estabelecido pelo artigo 249 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Em sua defesa, o pai do menor alegou que não tinha responsabilidade pelos problemas relativos à frequência escolar de seu filho, que morava apenas com a mãe à época dos fatos.

Ele também afirmou que buscou acompanhar a situação do adolescente e que o Conselho Tutelar, apesar dos esforços para acompanhamento do caso, não conseguiu encontrar alternativas concretas para solucionar o problema.

No julgamento de primeira instância, o juiz decidiu condenar os pais do garoto ao pagamento de multa equivalente a três salários mínimos. O magistrado também determinou que o menor fosse matriculado na rede municipal de ensino.

Todavia, em segundo grau, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) afastou a condenação ao pagamento da multa. Considerando a condição humilde da família, os desembargadores entenderam que a aplicação da penalidade inviabilizaria a própria manutenção dos pais e do adolescente.

O acórdão manteve a determinação judicial para o acompanhamento do caso por profissionais.

Com a modificação do julgamento pelo tribunal fluminense, o Ministério Público recorreu ao STJ, sob o argumento de que o descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar implica a sanção prevista pelo ECA. Defendeu, ainda, que haveria a possibilidade de parcelamento do valor estabelecido como multa.

Apesar de reconhecer que os pais 'agiram com negligência no tocante à situação escolar de seu filho', o ministro relator do recurso, Marco Buzzi, ressaltou que a aplicação de multa não surtiria o efeito de retorno do adolescente à escola. Buzzi entendeu que a condenação poderia comprometer a própria estrutura de subsistência familiar.

"Ainda que recaia sobre os pais ou responsáveis o dever de garantir o acesso à educação, não há como lhes atribuir, no caso concreto, conduta dolosa, quando visivelmente impotentes diante de adolescente que simplesmente não quer mais estudar. O pagamento da multa não reverterá esta situação", concluiu o relator.

Em seu voto, acompanhado de forma unânime pelo colegiado, o ministro Buzzi considerou como adequadas as medidas estabelecidas pelo Tribunal de Justiça do Rio - a Corte fluminense havia determinado o encaminhamento dos genitores para tratamento psicológico e a condução deles a programas de orientação, ações 'voltadas à conscientização de suas responsabilidades inerentes ao poder familiar'.

Mais um aniversário sem motivos para comemorar. Assim será esta quarta (24), no Teatro do Parque, que completa 101 anos de história neste dia - seis deles sem nenhuma movimentação artística no equipamento cultural, uma vez que este esá fechado desde 2010 para reformas. No lugar da festa, estão sendo realizados protestos comandados por grupos e artistas que clamam pela volta do funcionamento do lugar, não só na Rua do Hospício - onde está localizado o Parque - como também em parte da Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife.

O sol ainda não havia raiado na capital recifense, nesta quarta, quando integrantes do movimento Guerrilha Cultural e do grupo João Teimoso de Teatro colocaram faixas entre o Colégio São Luiz e a Rua do Hospício, com dizeres que reclamavam a falta de cuidado do poder público com a cultura local. Em seguida, o grupo seguiu para a frente do Teatro do Parque, onde o protesto teria seguimento durante toda a manhã. Em 2015, quando o Parque deveria celebrar seu centenário, estes mesmo grupos realizaram um velório simbólico do cine-teatro em referência ao seu abandono.

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Oséas Borba Neto, coordenador do Guerrilha Cultural e diretor do João Teimoso, encabeça a luta pela volta do Parque desde 2012 e já promoveu diversos atos em prol da causa: "Este ano eu abri uma denúncia no Ministério Público de Pernambuco e tivemos duas audiências contra a Prefeitura do Recife (PCR) em relação ao Teatro do Parque - em março e em abril. Na segunda audiência, o promotor mudou a postura com a presença do presidente da Fundação de Cultura. A prefeitura disse que as obras estavam paradas mas que estavam sendo feitas novas pesquisas e levantamentos de restauro, e que o processo em si não estava parado. Tudo aquilo já havia sido dito um ano atrás. Vou cobrar de novo do MPPE", disse. Durante esta manhã, uma equipe da Guarda Municipal foi enviada ao Parque para acompanhar o dia de protestos.

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Seis anos de espera

Em 2010, o Cine Teatro do Parque foi fechado para reformas. Em meados de 2015 as obras foram paralisadas e o equipamento cultural segue, desde então, desativado e se transformando num esqueleto abandonado em pleno coração da cidade. Segundo o promotor de Justiça Ricardo Coelho, a paralisação da reforma se deu devido à falta de repasse de verba por parte da PCR à empresa responsável pelo serviço. Após algumas promessas e previsões de entrega que não se cumpriram - a última garantia que o equipamento seria entregue em novembro de 2016 - o local continua em estado de completo abandono. Além disso, denúncias dão conta de que parte do acervo de filmes e alguns objetos do cine-teatro - como dois pianos - teriam sido furtados. 

Procurada pelo LeiaJá, a Prefetura informou, por meio de sua assessoria, que a obra teria sido dividida em duas partes tendo a primeira já sido concluída. "A primeira etapa, já realizada, sanou os problemas encontrados na estrutura da edificação a partir da substituição de toda a cobertura do teatro. Essa etapa resolveu os problemas de infiltrações que comprometia a estrutura da edificação. Foi trocado todo o madeiramento, telha, calhas, rufo, entre outras peças de todas as cobertas. As paredes do teatro estavam estufadas já que as antigas instalações elétricas estavam enferrujadas. Por isso, toda a tubulação das instalações foram substituídas, além dasinstalações hidrossanitárias. Foi revisada também a drenagem de todo o equipamento". 

A assessoria informou também que a partir destes reparos foram reveladas características do teatro encobertas por antigas reformas e que se iniciou uma pesquisa para definir como seria feito um trabalho de restauro: "Foi necessário realizar uma investigação mais aprofundada sobre as características originais do prédio histórico. Esta pesquisa detalhada só podia ser realizada in loco e a partir da obra inicial. A partir disso, foi feito o projeto de restauração em todos os âmbitos. Esta parte será contemplada dentro da segunda fase das obras". Ainda segundo a PCR, o projeto se encontra em fase de captação de recursos para a realização de uma nova licitação que dará seguimento à esta etapa da reforma. Após iniciada a segunda fase, o prazo de entrega do Parque seria de um ano e meio. 

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Candidato a prefeito do Recife pela coligação Juntos pela Mudança (PSDB-PSL), Daniel Coelho disse que o prefeito Geraldo Julio (PSB) tem feito uma gestão apenas do gabinete, sem observar as necessidades da população. Depois de caminhada pelo bairro de Campo Grande, na zona norte, nesse sábado (20), o tucano pontuou que o local é uma retrato do “abandono do poder público para com as localidades mais humildes do Recife”. 

“Em Campo Grande a gente teve mais um exemplo do que é a prefeitura de gabinete. A população sente a falta de diálogo com a prefeitura, que não atende necessidades básicas das pessoas. Apesar de termos feito a caminhada de dia, o que mais ouvi das pessoas na rua é que eu precisava ver como era aquele bairro à noite, com problemas de iluminação que gera um grande sentimento de insegurança”, afirmou Daniel.

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Segundo ele, a população tem se queixado de problemas desde o estado de conservação das calçadas, até a questão da segurança, principalmente por conta dos problemas de iluminação, à noite.

“Este é um problema de praticamente toda a cidade. Em sua campanha passada, o atual prefeito prometeu construir e recuperar 110 quilômetros de calçadas e está muito claro que ele pouco fez, pois em quase todo o Recife os problemas se repetem”, destacou Daniel Coelho.

 

 

Um em cada seis estudantes deixa as escolas de tempo integral do governo estadual, vitrine da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), rumo às unidades comuns, de tempo parcial. Dados do Tribunal de Contas do Estado (TCE) apontam que o "abandono" atingiu, em 2015, 17% dos alunos desse modelo de ensino, que tem currículo diferenciado e 8 horas de aulas diárias. Um dos motivos seria a "inadaptação às exigências e dinâmicas". Já o Estado diz que a desistência vem diminuindo ano a ano - era de 20% em 2012 e chegou agora a 11% - e aponta que a amostragem do TCE, aleatória, pode ter resultados diferentes.

O Projeto Educação Integral (PEI) foi adotado pelo Estado em 2012 e é uma nova versão de outro programa semelhante, existente desde 2006. Há, hoje, 532 unidades - das 5,1 mil em todo o Estado - que seguem esse modelo. Nele, alunos têm aulas tradicionais no período da manhã e disciplinas optativas à tarde.

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A ideia é que os alunos estejam inseridos em um modelo pedagógico diferente, com projeto de vida individual e atividades extracurriculares. Além disso, professores têm dedicação integral às unidades. Esses colégios ainda costumam ter melhores desempenhos no Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado (Idesp).

Para chegar à estimativa de transferências, a auditoria do TCE selecionou, aleatoriamente, 50 escolas do PEI que participam do programa desde o início, em 2012. Dos 15,1 mil alunos matriculados, 2,5 mil (17,1%) mudaram de escola no ano passado. O levantamento, de mais de 200 páginas, foi obtido com exclusividade pela reportagem.

Exemplo

Uma das estudantes que ilustram a situação é Júlia Helena, de 17 anos, aluna do 3º ano do ensino médio na Escola Estadual Godofredo Furtado, em Pinheiros, na zona oeste da capital. No ano passado, ela cursou um semestre na Escola Estadual Alves Cruz, de tempo integral, mas não acompanhou as longas jornadas diárias de estudo. "Tinha de ficar muito mais tempo e eu queria começar a procurar emprego, não dava conta", disse.

A escola em que ela estuda hoje é de tempo parcial. Uma das soluções apontadas pelo relatório do TCE para o problema é o oferecimento de bolsas.

A diferença entre as unidades comuns e as de tempo integral também é abordada pelo TCE no relatório. Segundo o estudo, o custo médio anual de um aluno em uma PEI é de R$ 6.091, enquanto em uma escola regular é de R$ 4.540.

Além disso, as escolas especiais recebem duas vezes mais visitas dos supervisores escolares - profissional responsável por auxiliar os professores em seus projetos pedagógicos - e também oferecem mais cursos de formação e aperfeiçoamento aos docentes em relação a outras escolas, segundo o levantamento.

Para o TCE, apesar de as unidades do PEI apresentarem bons resultados e terem adesão da comunidade escolar, há "indícios" de que a instalação delas "reflete negativamente sobre os resultados de aprendizagem logrados pelas unidades localizadas em suas imediações".

A auditoria também chama a atenção para a distribuição espacial das unidades de ensino integral. Em uma amostragem com as 39 escolas pesquisadas na capital paulista, o órgão constatou que 29 delas (75%) ficam em regiões cuja renda média familiar é superior a R$ 1,6 mil, e apenas dez escolas estão em distritos mais pobres, como Capão Redondo e Itaim Paulista.

Ao mudar de escola, Júlia também notou diferenças significativas entre a unidade de tempo integral onde estudava e o colégio regular para o qual foi transferida. "Lá os professores pareciam mais interessados, a merenda era melhor e a infraestrutura da escola também", diz.

Na Godofredo Furtado, mesmo estando próxima da Alves Cruz - cerca de 1 km de distância -, a qualidade da infraestrutura é diferente, segundo os estudantes. "A biblioteca está fechada há muito tempo porque não colocam ninguém no lugar da bibliotecária", reclama a estudante Emily Silva, de 17 anos, aluna do 3.º ano do ensino médio. "A infraestrutura também é ruim. Não tem cadeira para comer no intervalo e falta papel higiênico no banheiro."

Para a gerente executiva de Educação do Instituto Ayrton Senna, Simone André, a escola de tempo integral ideal precisa se adaptar também às necessidades dos alunos. "É preciso dar margem para fazer um percurso diferenciado. Se o aluno, por exemplo, precisar trabalhar, pode começar a fazer um estágio remunerado e isso ser incluído em seu currículo. A escola também deve oferecer opções para o aluno se profissionalizar e ver sentido em ficar lá por tantas horas", diz.

Em todo o País, o Plano Nacional de Educação prevê "oferecer tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica", em 2024. Em 2014, segundo dados do Todos pela Educação, 15,7% dos estudantes estudavam em período estendido. Colaborou Fabio Leite

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Cineclube CineRUa#4: Sapo Cururu promove, na próxima quinta (5), uma edição especial para chamar atenção para o Cine Olinda - fechado para reformas há quatro décadas - e estimular propostas para sua reativação. Para isso, o projeto realiza exibições de filmes, feira de arte, trilha sonora ao vivo e show com Erasto Vasconcelos. A programação será realizada ao lado do Cine Olinda, gratuitamente, com exceção da apresentação de Erasto que será no Xinxim da Baiana, ao valor de R$ 5.

Para esta sessão foi preparado um programa de curtas que dialogam com o sítio histórico e com o próprio Cine Olinda. Serão exibidos Bajado (2015), de Marcelo Pinheiro; Milagres (2015), de Adalberto Oliveira; Os filmes que moram em mim (2015), de Caio Sales;  Resgate Cultural – o filme (2001), Mestre Nado: a terra, a água, o fogo e o sopro (2013), de Tila Chitunda; Cotidiano (1980), de Lula Gonzaga; Hospedeira (2014), de Rita Carelli e A vida noturna das igrejas de Olinda (2012), de Mariana Lacerda. Após a sessão, haverá debate com os realizadores. Encerrando o haverá a exibição especial de Noturno em Ré-cife Maior (1981), de Jomard Muniz de Brito, com trilha sonora ao vivo do músico e compositor Johann Brehmer.

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Antes das exibições será lançado um manifesto pela volta do antigo cinema de Olinda. Serão feitas reinvidações aos governos municipal e estadual, ao IPHAN e demais instituições do poder pública. As obras do Cine Olinda estão atualmente paradas por falta de verbas e problemas com a empresa prestadora de serviço.

Programação

19h –Videomapping VJ Mozart + Feira de arte

20h - Sessão de Curtas

Programa 1(76’)

Bajado (PE, 2015, HD, doc, 19’), de Marcelo Pinheiro

Cotidiano (PE, 1980, Super8, experimental, 5’35’’), de Lula Gonzaga

Resgate Cultural - o filme (PE, 2001, 16mm, fic, 20’), de Telephone Colorido

Encantada (PE, 2014, HD, doc, 11’), de Lia Letícia

Milagres (PE, 2015, HD, doc, 20’), de Adalberto Oliveira

Programa 2(65’)

Mestre Nado: a terra, a água, o fogo e sopro (PE, 2013, HD, doc, 17’), de Tila Chitunda,

Hospedeira (PE, 2014, HD, fic, 12’), de Rita Carelli

Os filmes que moram em mim (PE,2015, HD, fic, 14’), de Caio Sales

A vida noturna das igrejas de Olinda (PE, 2012, HD, 19’), de Mariana Lacerda

Programa 3(35’)

Noturno em Ré-cife maior (PE, 1981, Super8, cor, 35’), de Jomard Muniz de Brito

* Trilha sonora ao vivo de Johann Brehmer

23h – Show A Hora é Essa, de Erasto Vasconcelos (com Malícia Champignon)

Local: Bar Xinxim da Baiana

Confira este e muito mais eventos na Agenda LeiaJá.

Serviço

Cineclube CineRUa#4: Sapo Cururu

Quinta (5) | 19h

Cine Olinda (Praça do Carmo - Olinda)

Gratuito

 

Show com Erasto Vasconcelos

Quinta (5) | 23h

Xinxim da Baiana (Av. Sigismundo Gonçalves, 742 - Carmo)

R$ 5

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) vai cobrar da Prefeitura da Cidade do Recife (PCR) a retomada das obras de restauração do Teatro do Parque. O promotor de Justiça Ricardo Coelho entrará com uma Ação Civil Pública na Justiça Estadual, na próxima sexta-feira (1º), solicitando que os trabalhos no prédio histórico sejam reinicados de imediato. O Teatro do Parque está fechado desde 2010 para restauro e sua reforma está suspensa desde julho de 2015.

Segundo o promotor, a reforma do equipamento cultural foi interrompida devido a falta de repasse de verba por parte da PCR, em meados de 2015, à empresa então responsável pelo serviço. Desde então, o prédio - "tombado pelo município e um imóvel especial de preservação com todo valor hitórico comprovado" - está fechado e em estado de completo abandono. "A Prefeitura não nos apresentou um prazo para reinício desta restauração e a gente, sabendo da precariedade da situação, vai impôr à Prefeitura a obrigação de começar imediatamente esta reforma, através da ação judicial", explicou Ricardo. O magistrado disse ainda que na ação está proposta uma liminar que, sendo aprovada, dará celeridade ao processo: "A vantagem da ação judicial é que, de posse dela, a Prefeitura poderá dispensar licitações e burocracias maiores. A gente entende que se for o caso de aguardar licitação isso pode demorar anos. A gente quer impôr isso antes que o bem se perca". 

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Fechado há mais de cinco anos, o prédio que abrigava o Cine-Teatro do Parque está abandonado e entregue às intempéries do tempo e falta de manutenção: "A situação é a pior possível. O imóvel está muito deteriorado e num estado de abandono que não se justifica, já que é um patrimônio que pertence à cidade do Recife e um prédio histórico.", lamenta o promotor. Há ainda uma denúncia de que parte do acervo de filmes e alguns objetos do cine-teatro teriam sido furtados: "A gente pediu que a Polícia Civil instaurasse um inquérito para verificar esta denúncia. Vamos incluir isso na nossa ação para que a Prefeitura também se responsabilize por isso", afirmou Ricardo. 

O promotor explicou também que, após ser dada a entrada na Ação Civil Pública, que passará por análise de uma juíza, a previsão é de que no prazo de sete dias uma liminar deva determinar a retomada das obras: "Na segunda (4) estarei com a juíza pessoalmente pedindo que ela dê a liminar de imediato. Imagino que na semana seguinte deveremos ter essa liminar determinando o início das obras". 

PCR

Por meio de nota oficial, a Prefitura da Cidade do Recife informou ainda não ter sido oficialmente notificada pelo MPPE. A nota esclarece ainda que deverá ser realizada nova licitação, dentro de 60 dias, para a realização da segunda etapa do processo de restauro do equipamento cultural. Confira, na íntegra, o posicionamento da prefeitura.

O Teatro do Parque vem ao longo de muitos anos sofrendo um processo sério de degradação. Por isso, a primeira etapa já realizada diz respeito ao trabalho que sanou os problemas encontrados na estrutura da edificação a partir da substituição de toda a cobertura do teatro. Essa etapa sanou os problemas de infiltrações que comprometia a estrutura da edificação. Esse trabalho também revelou características do equipamento até então desconhecidas e encobertas por outras reformas. A partir daí, foi necessário realizar uma investigação mais aprofundada sobre as características originais do teatro, que contemplou a segunda fase das obras de reforma do Teatro do Parque.

Para realizar a obra de maneira a contemplar as especificidades de restauro, a Prefeitura do Recife fará novo processo de licitação que deverá acontecer dentro de aproximadamente 60 dias. A obra está orçada em cerca de R$ 13 milhões.   

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O deputado estadual Silvio Costa Filho (PTB) criticou, nesta segunda-feira (22), o abandono nas obras do Hospital Veterinário do Recife previsto inicialmente para ser entregue em março deste ano. O petebista, que também é pré-candidato a prefeito da capital pernambucana, visitou o terreno onde a unidade hospitalar está sendo construída e, segundo ele, o retrato é de “abandono” e de “uma administração movida pelo marketing, mas carente de planejamento e de recursos para tirar os projetos do papel”. 

“A Prefeitura afirma que depende da liberação de recursos do Banco Mundial para construir o hospital, por causa do comprometimento da receita própria. No entanto, a mesma Prefeitura que nega R$ 4 milhões para a construção do Hospital Veterinário tem recursos de sobra para manter 22 secretarias e aumentar os gastos com servidores não concursados em 65%”, comparou. 

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Orçada em cerca de R$ 4 milhões, a unidade será a primeira do gênero gerida por uma administração municipal no Nordeste. De acordo com Silvio Costa Filho, o terreno onde o hospital está sendo construído tem “acumulado lixo, entulhos e poças d’água, trazendo risco de doenças para a população, sobretudo num momento de epidemia de doenças como dengue, zika e chikungunya”. 

Com as obras iniciadas no último dia 15, a nova previsão da Prefeitura do Recife (PCR) é de que a unidade esteja funcionando em dezembro deste ano. Na avaliação do deputado, a gestão do PSB à frente da PCR sofre do mesmo mal do Governo do Estado: “falta de planejamento e de prioridades”. “O modelo de gestão da Prefeitura e do Governo é o mesmo, com uma extrema carência de planejamento. Acreditamos que o gestor público deve eleger prioridades e priorizar a aplicação de recursos públicos na prestação de serviços à população”, defendeu.

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Em meados do ano de 2011, o Projeto Capibaribe Melhor, criado pela Prefeitura do Recife (PCR), começou a sair do papel. Na descrição dos benefícios do projeto municipal, retirada do site oficial da PCR, obras de mobilidade urbana são prometidas como melhorias para o município. "Ponte-viaduto e sistemas viários serão implementados na cidade, num conjunto de ações que deverão melhorar a realidade das localidades situadas às margens do rio." Em 2016, no entanto, a realidade é bem diferente das promessas. A ponte do Monteiro, que teve suas obras iniciadas em 2012, desabrigou moradores das margens do Rio Capibaribe, causou rachaduras nas casas vizinhas e segue abandonada sem previsão de conclusão da obra. 

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A construção da ponte ligaria os bairros de Casa Forte, da Zona Norte, e Iputinga, na Zona Oeste, diminuindo o percurso de 10 quilômetros para cerca de 280 metros de distância, que poderiam ser feitos em alguns minutos. Lixo espalhado a céu aberto, materiais enferrujados e um curral de cavalos. Esse é o cenário atual de um grande pedaço de concreto que deveria se tornar uma ponte-viaduto ainda em 2013, de acordo com o cronograma oficial da Prefeitura. 

Em uma das casas que restaram ao lado da ponte, o morador Manoel José acredita que a obra ainda não foi concluída por desvio de verba. "A Prefeitura chegou com cerca de dois meses antes da construção da ponte e disseram que muita gente ia ter que sair das casas para a obra ter início. Aqui foi quase uma lavagem de dinheiro, não concluíram a obra e ninguém sabe quando vai começar de novo", falou.

A obra tinha um prazo inicial de conclusão em 18 meses e o valor era estimado em R$ 42,8 milhões. A construção da ponte é fruto de uma parceria entre a Prefeitura, Governo Federal - através do PAC 2 e PAC Drenagem -, e Banco Interamericano para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). Na época, foram removidas cerca de 600 famílias que residiam no entorno do local da construção. O orçamento da obra incluía indenizações e a construção de conjuntos habitacionais para os moradores. Uma moradora que preferiu não se identificar contou que a obra virou um depósito de lixo. "Aqui virou local para reproduzir a chikungunya porque sempre fica água para embaixo da ponte e muitas caixas d'Água que juntam as larvas do mosquito", afirmou.

De acordo com informações da Prefeitura do Recife, a obra contemplaria a pavimentação e drenagem de 23 ruas das localidades. Além disso, seriam construídas quatro faixas na ponte para circulação de veículos e pedestres. Duas faixas no sentido Monteiro–Iputinga e outras duas, no sentido inverso, além de uma ciclovia. Com tantas promessas deixadas de lado, os moradores lamentam tanta demora. "Uma obra tão importante como essa e um descaso tão grande", relata a trabalhadora Tassilene Maria. Os adolescentes e as crianças lamentam que perderam o lugar de lazer. "A gente tinha um campinho de futebol que foi destruído para nada", diz uma delas.

Um fato que incomoda os moradores é que mesmo prometendo calçar e melhorar a pavimentação da localidade, um poste foi deixado exatamente no meio da rua. "Esse poste que fica aí no meio da rua é um absurdo, está assim desde 2012. Sempre acontecem acidentes, ele já levou muita pancada de carro e de moto". Ela conta que os moradores já falaram com gestores da Prefeitura do Recife. "Eles sempre ficam nos enrolando, dizem que é responsabilidade de Celpe", fala. 

O balanço que estremeceu as paredes

Com falta de planejamento estrutural, o início da construção da ponte também afetou a vida dos moradores nos arredores da região de outra forma. Moradora da Rua Dom Diamantino Costa, Maria Francisca, de 72 anos, conta que sempre que ligavam a máquina de bate-estacas, tudo em sua casa estremecia. "Eu estava aqui dentro de casa, o chão tremia e as panelas penduradas na parede balançavam muito. Eu não prestei atenção na época e não entendia o que estava se passando", contou. Um tempo depois, ela diz que ficou assustada quando viu que suas paredes tinham sido prejudicadas. "Quando foi um dia eu acordei com a a água escorrendo pelo chão e as paredes da minha casa estavam com rachaduras e na hora eu fiquei com medo de que não caísse", conta. 

Longe de ser uma situação singular e única, as rachaduras se fizeram constantes nas moradias que ficam no entorno da obra. As famílias se dizem prejudicadas com os danos que a construção da ponte lhes causou. Moradora da região há mais de 30 anos, Tassilene Maria, conta que teve danos em alguns cômodos da residência. "Aqui na sala tem rachaduras, no meu quarto também e a gente fica com medo de que algo ainda mais sério aconteça, principalmente porque tenho duas crianças". Ela conta que a Prefeitura do Recife averiguou a casa e disse não constatar danos graves. "Eles mandaram um pessoal que disse que a rachadura não é grave". 

O contrato para a construção da ponte Monteiro recebeu dois termos aditivos e o custo passou a ser de R$ 54,6 milhões. Até o momento, apenas 35,57% da obra foi realizada, de acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Estado. Até a publicação desta reportagem, a assessoria de comunicação da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos do Recife não havia informações sobre o caso.

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Em Pernambuco, Estado com maior número de notificações de microcefalia, muitas mães têm sido abandonadas pelos companheiros após descobrir que o filho do casal é portador da má-formação. Médicos ouvidos pela reportagem relatam que os casos são cada vez mais frequentes e afetam principalmente jovens em relações instáveis.

Médicos que trabalham no atendimento de pacientes com microcefalia contam que os homens têm mais dificuldade do que as mães para aceitar a deficiência do filho. "Eu me surpreendi com a quantidade de mães que estão cuidando do filho sozinhas, porque o pai simplesmente resolveu largar a família", conta uma pediatra que não quis se identificar. O rompimento também atinge relações mais duradouras.

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Após dois anos de namoro e nove de casamento, a promotora de eventos Carla Silva, de 32 anos, foi abandonada pelo pai dos seus três filhos quando ainda estava internada na maternidade. O motivo, conta, era a condição da caçula, Nivea Heloise, que nasceu com menos de 28 centímetros de perímetro encefálico. "Ele me culpou por ela nascer assim. Disse que a menina era doente porque eu era uma pessoa ruim".

O casal se conheceu após ele começar a frequentar a mesma igreja evangélica que ela, em uma periferia do Recife. Carla havia acabado de sair de um relacionamento longo e até resistiu às investidas dele por quatro meses. Depois, começaram a namorar, se casaram e tiveram dois meninos, hoje com 3 e 5 anos. Durante a gravidez da caçula, porém, a relação já estava abalada.

Zika

A promotora de eventos contraiu o zika vírus no segundo mês de gestação. Pela TV, via os casos que associavam a doença à microcefalia e pensou que a filha, ainda no útero, poderia se tornar uma vítima. "Os exames não apontavam nada, mas eu fui me preparando", diz. Descobriu que a criança era portadora da má-formação logo depois do parto. "Não foi um choque. Eu vi e me tranquilizei." Mas o pai dela, não.

Nivea completa dois meses hoje, mas só foi registrada pelo pai 30 dias após o nascimento. "Pensei em fazer a certidão de nascimento como mãe solteira, mas minha sogra fez pressão até ele assumir", diz Carla. Desde dezembro, no entanto, o ex-marido não mora mais com a família. Também não responde a mensagens no celular e a bloqueou de um aplicativo de bate-papo, conta.

Com rotina de exames em hospitais, a filha tem demandado atenção integral de Carla durante o dia. Já as convulsões provocadas pela microcefalia não a deixam dormir de madrugada. "Ela chora muito, se treme inteira e contrai as mãos", afirma a mãe. A contar do nascimento de Nivea, ela ainda não conseguiu trabalhar. "Quando eu voltar, vai ser ainda mais difícil."

Indesejada

Para a infectologista pediátrica Angela Rocha, coordenadora do setor do Hospital Universitário Oswaldo Cruz, que recebe a maior parte dos pacientes com microcefalia em Pernambuco, o problema de abandono dos pais afeta principalmente mulheres jovens, com relacionamentos instáveis e que tiveram uma gravidez indesejada.

"Normalmente, o homem tem essa dificuldade de assumir", afirma Angela. Segundo a infectologista, alguns rompimentos acontecem ainda antes de o casal descobrir que o filho tem microcefalia. "Em muitos casos, o parceiro já tinha se afastado na hora que engravidou. Em outros, quando a criança nasce."

Foi assim para a pequena Layla Sophia, de dois meses, que ainda não conhece o pai. "Foi uma gravidez inesperada, logo no começo do namoro da minha filha. Quando estava com seis meses de barriga, ele deixou ela", conta Iranilda Silva, de 45 anos, avó da criança.

A filha de Iranilda também contraiu o zika vírus durante a gestação. Para a família, natural de Ouricuri, no sertão de Pernambuco, a microcefalia era totalmente desconhecida. Mas nem a má-formação da criança a reaproximou do pai. "Ele sabe de tudo, até porque mora do nosso lado, mas nunca foi lá (ver a criança)", contou a avó de Layla Sophia.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O bebê achado na manhã da segunda-feira (1°) em uma caixa de sapato na calçada de um bar encontra-se estável, mas ainda sem previsão de alta. Davi, como foi batizado pela equipe de enfermagem da Policlínica e Maternidade Professor Arnaldo Marques, só poderá deixar a unidade médica após o resultado de exames.

Segundo o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), a criança deixará a maternidade direto para uma casa de acolhimento do Recife. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), então, ingressará com uma ação na Justiça para encontrar a família biológica e tentar o acolhimento da criança na família de origem. Este é um procedimento padrão e, caso o MPPE não consiga acolher a criança na família de origem, ela é inscrita no Cadastro Nacional de Adoção (CNA).

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“Davi possui 44 centímetros e 2.330 quilos. Ele está perfeito”, explica Erilane Fonseca das Neves, diretora da maternidade. Os médicos da unidade acreditam que o bebê tenha nascido após uma gestação de 37 semanas.

Um boletim de ocorrência por abandono de incapaz foi registrado na Delegacia de Polícia do Ibura, na Zona Sul do Recife. O caso será investigado pelo Delegado Humberto Martins Ramos, da Delegacia de Afogados, também na Zona Sul da capital.

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