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O laboratório farmacêutico Pfizer anunciou nesta segunda-feira que sua vacina contra a covid-19 é "90% eficaz", de acordo com a primeira análise intermediária do teste de fase 3, a última etapa antes do pedido formal de homologação.

Esta eficácia de proteção ao vírus SARS-CoV-2 foi alcançada sete dias depois da segunda dose da vacina e 28 dias após a primeira, anunciou o grupo americano em um comunicado conjunto com a empresa BioNTech.

"Os primeiros resultados da fase 3 de nosso teste de vacina contra a covid-19 apresentam as provas iniciais da capacidade de nossa vacina para prevenir esta doença", afirmou o presidente da Pfizer, Albert Bourla.

"Demos um passo importante e estamos mais perto de prover aos cidadãos do mundo esta vacina, tão necessária para contribuir a acabar com esta crise sanitária mundial", completou.

Com base em projeções, as duas empresas afirmaram que pretendem fornecer 50 milhões de doses no mundo em 2020 e até 1,3 bilhão em 2021.

Ainda que o choque inflacionário seja temporário, como caracterizado pelo Banco Central, a duração deve ser de pelo menos mais seis meses, afirmam especialistas ao Estadão/Broadcast. Com o dólar em níveis recordes e uma recuperação inicial forte da economia, a avaliação é de que as empresas devem continuar repassando os custos da alta de insumos enquanto houver gargalos na produção. Já os agricultores tendem a preferir o mercado externo, mais rentável, limitando a oferta doméstica de alimentos, que também deve ser afetada por problemas climáticos.

Os especialistas consultados pela reportagem dizem ainda que parte do aumento de preços de alimentos, principalmente de grãos, pode ser mais estrutural, sustentado pela maior demanda da China. "Minha avaliação é de que o choque de inflação é temporário, mas temos de saber o que significa temporário. Os preços de commodities agrícolas devem seguir pressionados até o fim do primeiro trimestre de 2021", afirma o economista Alexandre Lohmann, da GO Associados. Segundo ele, para os preços domésticos, a alta ganha contornos mais dramáticos por causa do câmbio.

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Problemas climáticos podem diminuir a oferta de grãos nos próximos meses. O tempo seco no Brasil deve atrasar a colheita da soja, que normalmente ocorre na virada do ano, para fevereiro. Da safra deste ano, só há sobra de 5% - que, com a demanda alta, deve ser disputada, sustentando os preços.

Desde janeiro, o preço da soja e do milho subiram 85,99% e 70,45%, respectivamente, em reais. O aumento dos preços ao produtor já praticamente "contratou" um repique na inflação ao consumidor no quarto trimestre do ano, diz o coordenador de índices de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), André Braz. A dúvida, argumenta, é o quanto dessa alta ainda pode ser repassada em 2021.

Industrializados

O economista João Fernandes, sócio da Quantitas Asset, afirma que a falta de insumos na indústria em conjunto com o câmbio mais depreciado têm potencial para elevar o IPCA de 0,30 a 0,40 ponto porcentual de outubro a março, pois, mesmo que temporária, a recuperação forte da economia já tem permitido repasses. "A recessão não está sendo forte o bastante para que esses repasses não ocorram. Começaram mais tarde, mas muda a perspectiva para o fim de ano e o início de 2021."

Lohmann, alerta que, quando houver vacina, há risco de alta de preços de combustíveis, com a demanda por petróleo se normalizando e a oferta ainda restrita. O reajuste represado de preços administrados é outro fator a pesar sobre a inflação de 2021, diz ele, que estima avanço de 3,50%.

Para muitas empresas, o primeiro contato com o candidato ocorre por meio dos currículos, que podem se tornar a porta de entrada para a tão sonhada vaga de emprego. No entanto, há profissionais que ainda têm dúvidas sobre quais informações colocar no documento ou precisam daquela ajuda para elaborar um currículo que encantará os recrutadores.

Pensando nisso, o grupo Ser Educacional lançou o projeto “Doutor Currículo”, uma plataforma virtual que analisa e entrega aos usuários seus currículos corrigidos, sem custos. “O Dr. Currículo é uma plataforma onde toda a equipe do setor de trabalhabilidade do Brasil atua na correção e dando dicas sobre boa formatação", explica Ítalo Caetano, analista de carreiras e gestor de Recursos Humanos (RH) da UNINASSAU - Centro Universitário Maurício de Nassau, campus Olinda.

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Quem deseja ter seu currículo analisado pela plataforma, precisa se cadastrar, escolhendo uma das formas de login, completar o cadastro com dados pessoais e anexar o documento em formato Word ou em PDF. Assim, os analistas irão receber o documento e destacar o que precisa ser corrigido, além de enviar junto com a correção, um exemplar a ser seguido. Ítalo Caetano ainda ressalta: “Nós avaliamos também de acordo com a formação do profissional e orientamos através dos feedbacks, dentro do currículo, o que deve-se adequar a cada cargo que concorrer”. 

David Silvestre Ferreira Júnior, de 30 anos, trabalha atualmente como administrador em uma empresa e comenta que percebeu as mudanças no mercado de trabalho, principalmente neste período pandêmico. Ele conta, ao LeiaJá, como utilizou a plataforma para deixar seu currículo mais atrativo. "Percebi que o mercado está em constante mudança e todas as dicas para se destacar são válidas. O sistema é auto explicativo e tem todas as informações para o envio correto do currículo. As dicas repassadas foram muito importantes, bem organizadas e deixou o meu currículo muito mais atrativo", afirma. 

O psicólogo organizacional e headhunter, Clayson Monteiro, explica qual é a importância de se entregar um currículo bem preparado para os recrutadores. "Essa importância é fundamental, porque é a partir do currículo bem montado, bem preparado, um currículo orgânico, que não é fixo e que muda de acordo com a descrição do cargo, que podem abrir as portas para a continuidade do processo seletivo. Um currículo muito bem elaborado, com a descrição do cargo, com toda a informação profissional, econômica e social, no qual descreve todo histórico profissional, que fala um pouco sobre a carreira dele, fará com que ele (o profissional) seja chamado pelo recrutador", destaca.

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O cientista político Rodolfo Marques e o coordenador do curso de Relações Internacionais da UNAMA - Universidade da Amazônia, professor Mário Tito Almeida, comentam o assunto. Ouça o podcast.

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O administrador da Ilha de Fernando de Noronha, Guilherme Rocha, anunciou, nesta quarta-feira (12), que testou positivo para a Covid-19. Rocha está no Recife desde o dia 25 de julho e se preparava para voltar para Noronha no próximo domingo (15), por isso fez os exames, como vem sendo exigido para todas as pessoas que precisam entrar na ilha, e apesar de estar assintomático descobriu ter sido infectado pelo novo coronavírus. 

"Por conta do teste positivo, precisarei adiar meu retorno a Noronha por, pelo menos, duas semanas, enquanto cumpro o período de quarentena. Continuo, de casa, trabalhando no processo de retomada gradual das atividades na ilha e pelo bem-estar da população noronhense", escreveu, afirmando que já está em isolamento domiciliar. A esposa de Rocha, Geovana Rabelo, também foi infectada. 

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De acordo com o último boletim divulgado, 101 amostras de moradores de Fernando de Noronha estão sendo investigadas. Além disso, a ilha já notificou 92 casos e 88 recuperações.

Nessa terça-feira (11), mais 101 amostras de morados de Fernando de Noronha foram enviadas para análise no Recife. Mesmo com os novos casos suspeitos, o arquipélago segue com a pandemia controlada e não registrou óbitos da Covid-19.

Os casos suspeitos são de passageiros que desembarcaram na ilha no último sábado (8). Todos vão aguardar o resultado dos exames em isolamento, de acordo com a Administração.

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Quatro pacientes permanecem infectados em Noronha, que já notificou 92 casos e 88 recuperações.

O plenário da Câmara dos Deputados deve iniciar nesta segunda-feira (20) a votação da proposta de emenda à Constituição que torna o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) permanente (PEC 15/15). A sessão virtual que analisará a matéria está prevista para começar às 15h.

Em discussão há cinco anos, a proposta prevê 12,5% de complementação em 2021, 15% em 2022, 16,5% em 2023, 18% em 2024, 19% em 2025 e 20% em 2026. Atualmente, o governo federal aporta no Fundeb 10% da contribuição total dos estados e municípios. 

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Inicialmente, discutia-se a elevação do índice para 15% a partir de 2021 e o aumento de forma escalonada, até 2026, a 20%. No entanto, o percentual foi alterado em função da diminuição das receitas de estados e municípios provocada pela pandemia de Covid-19.

De acordo com a relatora, deputada Professora Dorinha (DEM-TO), em 2019 os recursos do Fundeb equivaleram a cerca de R$ 156,3 bilhões, provenientes, predominantemente do tesouro dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, que contribuem com 90% desse valor.

A proposta também modifica a destinação dos recursos “carimbados” para pagamento dos profissionais da educação, de 60% dos recursos do fundo para, no mínimo, 70%. Pelo texto da relatora, esse recurso não poderá ser usado para o pagamento de aposentadorias e pensões de profissionais do magistério. 

A matéria conta com o apoio do presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e é defendida por parlamentares da bancada da educação, já que o fundo criado em 2006 tem validade até 31 de dezembro e ainda não há financiamento alternativo para a educação brasileira caso a proposta não seja aprovada. 

Composição

Segundo Professora Dorinha, o aumento da participação da União para 20% escalonado pelos próximos seis anos é uma forma de garantir o equilíbrio de “oportunidades educacionais e padrão mínimo de qualidade”.

O Fundeb é a principal fonte de recursos da educação básica, respondendo por mais de 60% do financiamento de todo o ensino básico do país, etapa que vai do infantil ao ensino médio. O fundo é composto por percentuais das receitas de vários impostos. Atualmente, cerca de 40 milhões de estudantes da rede pública são atendidos pelos recursos do financiamento. “O Fundeb é a expressão do Pacto Federativo na educação”, afirma a relatora.

A distribuição é feita levando em consideração o desenvolvimento social e econômico das regiões - a complementação do recurso aplicado pela União é direcionada às regiões nas quais o investimento por aluno seja inferior ao valor mínimo fixado para cada ano.

A destinação do orçamento é feita de acordo com o número de alunos da educação básica, com base em dados do censo escolar do ano anterior. O acompanhamento e o controle social sobre a distribuição, a transferência e a aplicação dos recursos do programa são realizados em escalas federal, estadual e municipal por conselhos específicos.

Pandemia

De acordo com o presidente da comissão especial do Fundeb, deputado Bacelar (Podemos-BA), consultoria da Câmara dos Deputados calcula que com a pandemia as perdas da educação em 2020 podem ser de R$ 7 bilhões a R$ 31 bilhões. “As receitas estão caindo. De 2016 a 2018 nós perdemos na educação R$ 18 bilhões. Em 2019, já no governo Bolsonaro, o Ministério da Educação só conseguiu aplicar 45% do seu orçamento”, afirmou.  

“Isso, paralelamente aos choques educacionais que essa pandemia traz. O primeiro é o aumento das desigualdades educacionais - o filho de classe média tem o seu computador, o filho do trabalhador não tem acesso às aulas remotas e ensino a distância. Um está aprendendo, o outro não. Vai aumentar a taxa de abandono escolar – esse adolescente que não queria ir à escola e foi, por muito esforço dos pais, da sociedade e da escola, agora está há 120 dias sem aula, nunca mais vai voltar”, completou. 

Para a relatora da proposta, deputada Dorinha, o valor por aluno que o Brasil gasta para escola pública ainda é muito pequeno. De acordo com o relatório, com a complementação de 20% da União, os recursos podem chegar a 23 estados. Atualmente, apenas nove são atendidos: Amazonas, Pará, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Piauí.

“Nós queremos garantir que os municípios mais pobres possam receber mais recursos. A complementação da União que nunca chegou a mais de nove estados - sete estados no Nordeste e dois da Região Norte - possa olhar agora o Brasil como um todo e chegar aos municípios mais pobres”, avalia a deputada.

Segundo ela, os recursos do Fundeb estabilizaram-se em torno de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) e a complementação da União em 0,2 % do PIB. Para o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a aprovação é urgente para equilibrar o orçamento da educação em estados e municípios. 

“Somente devido à crise sanitária, os estados já investiram aproximadamente R$ 1,9 bilhão de recursos próprios, não previstos em ações, para garantir a continuidade do processo de aprendizagem. Além disso, terão que investir um montante considerável de recursos para a garantia da execução dos protocolos de retorno às aulas”, argumentou o Consed. 

Proposta do governo

No último sábado (18), uma proposta alternativa de ajuste à PEC foi enviada pelo governo aos líderes partidários, sugerindo a modificação de trechos da proposta. O texto sugere que a PEC só entre em vigor a partir de 2022. Apesar de propor a modificação na data de início do novo fundo, não há indicação de financiamento para a educação em todo o ano de 2021. 

Entre as propostas, está a mudança do trecho referente ao pagamento de professores, limitando o percentual em até 70%, incluindo pagamento de aposentadorias e pensões. A medida sugere também a transferência direta de 5% da complementação da União para famílias com crianças em idade escolar que se encontrem em situação de pobreza ou extrema pobreza, incluindo ações relacionadas à primeira infância e ao auxílio creche.

O texto ainda propõe, durante os três primeiros anos após a promulgação da PEC, usar matrículas da rede privada do ensino infantil para registro do Fundeb, com o propósito de assegurar o alcance das metas de universalização e ampliação da oferta de vagas na pré-escola e na creche.

Para o presidente da União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Martins Garcia, a medida desfigura o Fundeb. “Essa proposta do governo nos pegou de absoluta surpresa. Não faltou oportunidade para que o governo pudesse contribuir com o projeto. Entendemos que é um processo que inviabiliza o funcionamento do Fundeb”, afirmou Garcia, em entrevista à Agência Brasil. 

Para ele, a proposta pode tirar o foco de deputados e senadores do Fundeb permanente por trazer a discussão de questões que não são relevantes. Garcia disse considerar que a proposta pode trazer um cenário de caos para a educação ao inviabilizar os recursos para a área em 2021. 

“Não há alternativa para o financiamento com uma descontinuidade abrupta. Gera um grande caos a essa altura, a menos de seis meses para o término do atual Fundeb. Não temos plano B. Dessa forma, é possível que haja a paralisação de muitos serviços e ofertas, como educação em tempo integral, por exemplo”. 

Em nota, a Undime reitera que a proposta apresenta aspectos inconstitucionais, além de desconstruir a estrutura do Novo Fundeb. De acordo com a instituição, essas medidas são incompatíveis com a atual conjuntura educacional. 

O Consed também se manifestou contrário à proposta do governo. Para a instituição, as mudanças ameaçam alguns dos principais pontos do texto da PEC. 

“Com esse projeto, o governo federal propõe que desses 10 pontos percentuais de acréscimo, 5 sejam destinados não à educação pública, mas a programas de transferência de renda, o que representa um claro desvirtuamento do propósito do Fundeb, além de uma perda de 50% dos recursos novos a serem complementados pela União no novo Fundeb”, argumenta o Consed, também em nota.

O conselho diz que a proposta do governo permite que recursos públicos da União, dos estados e dos municípios sejam utilizados como auxílio para pagamentos nas redes privadas.

Tramitação

Por se tratar de uma proposta de emenda à Constituição (PEC), o texto precisa ser aprovado por três quintos dos deputados, o correspondente a 308 votos favoráveis, em dois turnos de votação. 

A perspectiva dos parlamentares é que a análise da matéria seja concluída nesta terça (21) na Câmara. Em seguida, o texto segue para apreciação do Senado, onde também deve ser analisado em dois turnos e depende da aprovação de pelo menos 49 senadores.

Nenhum dos 15 moradores investigados por suspeita de Covid-19 em Fernando de Noronha foram confirmados com a doença. Eles mantiveram contato com os três últimos pacientes infectados da ilha e seguiam isolados. Nessa terça-feira (14), 47 moradores enviaram amostras para análise no Recife. O grupo desembarcou no último sábado (11) e permanece em quarentena junto a 26 profissionais do serviço essencial até a entrega dos resultados.

Desde o início da pandemia, 76 infecções foram diagnosticadas em Noronha, que não registrou óbitos envolvendo o coronavírus. Segundo a administração, três pacientes que testaram positivo seguem isolados até o resultado de novos exames.

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Acompanhando a transmissão da Covid-19, a gestão do arquipélago se esforça para ampliar a testagem e deu início a 2ª fase da pesquisa sobre a incidência e prevalência do vírus no local. Na 1ª fase, 904 moradores passaram por um questionário e receberam os laudos dos exames de nariz, garganta e sorológico, nos quais identificou que 42 pessoas haviam contraído a infecção de forma assintomática.

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O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, votou por não conhecer o habeas corpus impetrado pelo ministro da Justiça, André Mendonça, em favor do ministro da Educação Abraham Weintraub no inquérito das fake news. Relator do processo na Corte, Fachin considerou que há jurisprudência consolidada no Supremo no sentido de que não cabe habeas corpus contra ato de ministro do STF - no caso, do ministro Alexandre de Moraes, que determinou a oitiva de Weintraub em razão de declarações feitas na reunião ministerial de 22 de abril. "Botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF", disse o ministro da Educação no encontro.

"A utilização do habeas corpus como alternativa ao recurso previsto na legislação, para atacar ato jurisdicional de integrante do Supremo Tribunal Federal, pode implicar desnível no quórum regimentalmente previsto para a solução da controvérsia versada no recurso, já que o prolator do ato atacado, quando incluído na condição de autoridade coatora, não participaria do julgamento do writ", afirmou ainda o ministro em seu voto.

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O habeas corpus de Weintraub é analisado em sessão virtual que teve início nesta sexta (12) e deve ser finalizada na próxima sexta (19). Até lá, os ministros, podem apresentar seus votos, que ficam disponíveis no sistema do Supremo Tribunal Federal.

O recurso foi apresentado pelo ministro da Justiça André Mendonça em favor não só de Weintraub, mas também de empresários, blogueiros e ativistas aliados do presidente Jair Bolsonaro que foram alvo de ofensiva da Polícia Federal sob suspeita de participarem de um esquema de divulgação de fake news.

Na peça, Mendonça alegou que o inquérito tem 'vícios' e foi instaurado 'sem consulta e iniciativa do titular da ação penal, o Ministério Público'. Sob o argumento de que Weintraub pode sofrer limitação em seu direito de liberdade em consequência desse ato, Mendonça pede a suspensão do depoimento do ministro, a suspensão do inquérito ou o seu 'trancamento'.

No entanto, antes do pedido ser analisado, o ministro da Educação compareceu à Polícia Federal em Brasília na sexta (29), para prestar depoimento. O ministro compareceu na condição de investigado, mas decidiu 'fazer uso do seu direito ao silêncio'.

Continuidade do inquérito das fake news

O posicionamento de Fachin, pela rejeição do pedido em favor de Weintraub e aliados de Bolsonaro, se dá dois dias depois de o ministro votar pela continuidade do inquérito das fake news. Ele é relator de uma ação da Rede Sustentabilidade que pede a suspensão das investigações e começou a ser julgada nesta quarta-feira (10), pelo plenário da Corte.

"Diante do intento de dinamitar instituições, do incitamento ao fechamento do Supremo Tribunal Federal, de ameaça de morte ou de prisão de seus membros, de apregoada desobediência a decisões judiciais, proponho o julgamento improcedente do pedido", votou o ministro.

Após a manifestação de Fachin, o julgamento foi suspenso e será retomado na próxima semana.

Interesses privados

O Ministério Público de Contas da União acredita que o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, utilizou estrutura e servidores públicos para atender a interesses privados ao ingressar com o habeas corpus no âmbito do inquérito das fake news.

Ao se tornar público, o HC causou estranheza no mundo jurídico, principalmente por não ter partido da Advocacia-Geral da União, que tem a competência para atuar nesses casos. Juristas acreditam que o governo quis dar um recado político ao Supremo, colocando seu ministro da Justiça para assinar o recurso.

O subprocurador-geral do MP de Contas, Lucas Furtado, enviou ofício a Mendonça no dia 28 de maio, cobrando explicações do ministro para a edição do HC.

No documento, Furtado destacou que 'não se permite é que essa ação (o HC) seja editada utilizando-se de bens e servidores do Ministério da Justiça e Segurança Pública e durante o expediente de trabalho, uma vez que se estaria defendendo interesse privado e não da administração pública'. Uma cópia foi encaminhada ao STF.

Sem resposta, cinco dias depois de enviar o ofício a Mendonça, Furtado pediu à Controladoria-Geral da União que apurasse a conduta do ministro da Justiça por causa de indícios 'de desvio de finalidade com possível dano ao erário', 'fortes indícios de imoralidade e de ilegalidade' de André Mendonça e possível usurpação de função pública, em referência à Advocacia-Geral da União.

Na avaliação de Furtado, a conduta de André Mendonça, "ainda que implicitamente, fomenta ataque ao Poder Judiciário advindo de parte do Poder Executivo".

O habeas corpus impetrado pelo ministro da Justiça André Mendonça em favor do ministro da Educação Abraham Weintraub e investigados do inquérito das fake news será analisado em sessão virtual do Supremo Tribunal Federal que terá início no próximo dia 12. Em despacho publicado nesta segunda, 1º, o relator, ministro Edson Fachin, determinou que o processo fosse incluído em lista que será apreciada na próxima semana.

O habeas corpus em favor de Weintraub e de outros investigados no inquérito das fake news - empresários, blogueiros e ativistas que foram alvo de ofensiva da PF na última quarta - foi impetrado contra decisão do ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação na Corte, que deu cinco dias para que Weintraub explicasse as as declarações feitas na reunião ministerial de 22 de abril. "Botava esses vagabundos todos na cadeia, começando no STF", disse Weintraub no encontro.

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Na peça, Mendonça alegou que o inquérito tem 'vícios' e foi instaurado 'sem consulta e iniciativa do titular da ação penal, o Ministério Público'. Sob o argumento de que Weintraub pode sofrer limitação em seu direito de liberdade em consequência desse ato, Mendonça pede a suspensão do depoimento do ministro, a suspensão do inquérito ou o seu 'trancamento'.

No entanto, antes do pedido ser analisado, o ministro da Educação compareceu à Polícia Federal em Brasília na sexta, 29, para prestar depoimento. O ministro compareceu na condição de investigado, mas decidiu 'fazer uso do seu direito ao silêncio'.

Antes de elaborar seu voto sobre o pedido, Fachin chegou a pediu informações para o ministro Alexandre de Moraes. Também solicitou que a Procuradoria-Geral da República apresentasse manifestação sobre o habeas corpus.

Interesses privados

O Ministério Público de Contas da União acredita que o ministro da Justiça e Segurança Pública, André Mendonça, utilizou estrutura e servidores públicos para atender a interesses privados ao ingressar com o habeas corpus no âmbito do inquérito das fake news.

Ao se tornar público, o HC causou estranheza no mundo jurídico, principalmente por não ter partido da Advocacia-geral da União, que tem a competência para atuar nesses casos. Juristas acreditam que o governo quis dar um recado político ao Supremo, colocando seu ministro da Justiça para assinar o recurso.

Em despacho endereçado a André Mendonça, o subprocurador-geral do MP de Contas, Lucas Furtado, destaca que 'não se permite é que essa ação (o HC) seja editada utilizando-se de bens e servidores do Ministério da Justiça e Segurança Pública e durante o expediente de trabalho, uma vez que se estaria defendendo interesse privado e não da administração pública'.

Datado de 28 de maio, o ofício cobra diversas explicações do ministro para a edição do HC. Um cópia do documento foi encaminhada ao STF. Nele, Furtado pondera que um habeas corpus pode ser impetrado por qualquer pessoa em nome de um paciente, independentemente de procuração. Ele ressalta, no entanto, que os citados no Inquérito 4781, instaurado pela Corte, são pessoas acusados de cometerem crimes contra autoridades e instituições públicas, em sua maioria, e por isso o governo estaria 'defendendo interesse privado e não da administração pública'.

Na manhã desta terça-feira (28), o prefeito do Recife anunciou a parceria com o Porto Digital para analisar as possibilidades da retomada econômica no município. Para Geraldo Julio (PSB), ainda não é o momento de encerrar o isolamento domiciliar, e sim, intensificar as medidas preventivas contra o novo coronavírus.

Geraldo Julio informou que o Porto Digital será responsável pela criação de um banco de dados referente às dinâmicas de funcionamento do Recife. O estudo vai monitorar como a mobilidade e as áreas de comércio, escolas e serviços atuam cotidianamente.

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Baseada na Ciência, a intenção da parceria é levantar dados estatísticos e estudos para auxiliar as futuras decisões diante do cenário pandêmico. "Precisamos retomar as atividades da cidade, mas diminuindo ao máximo o risco de contaminação que essas decisões possam ser tomadas", destacou o gestor.

"O objetivo principal é analisar a relação da volta da geração de renda, da volta do crescimento econômico com as consequências da contaminação. Essa relação é que vai orientar todas as decisões que serão tomadas", explicou o prefeito.

Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, no domingo (12), o ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, expôs o conflito com o presidente Jair Bolsonaro ao defender o isolamento social durante a pandemia do novo coronavírus e criticar as "mensagens conflitantes" do governo. "O brasileiro não sabe se escuta o ministro ou o presidente", assinalou Mandetta. Clique no ícone abaixo e ouça o podcast com a análise de Rodolfo Marques, doutor em Ciência Política, professor da UNAMA - Universidade da Amazônia.

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Se não é possível prever quando nem como terminará a situação antes impensável que o mundo vive hoje, em função do impacto da covid-19, pelo menos algumas diretrizes podem ser listadas para projetar um cenário pós-coronavírus e amenizar as consequências dessa paralisação social, econômica e, em alguns casos, política.

A completa imprevisibilidade das ações do Palácio do Planalto, ora favorável ao isolamento ora explicitamente contrário, somada ao avanço do número de vítimas fatais e à incerteza de um futuro pela falta de renda ou mesmo pelo risco de morrer, resulta em debates que envolvem desde um eventual afastamento do presidente Jair Bolsonaro até o fortalecimento do Estado, passando por um pacto de conciliação e de uma cada vez mais necessária união das forças democráticas.

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O jornal O Estado de S. Paulo reuniu 14 nomes da ciência política, da sociedade civil e da área jurídica para apontar esses caminhos. Todos são unânimes em afirmar que é preciso uma mudança de postura da classe política.

Ayres Britto, jurista, professor e ex-ministro do Supremo Tribunal Federal

'É preciso proteger saúde e economia'

"O impacto só pode ser o da conciliação das coisas: proteção da saúde da população e da ordem econômico-financeira do Brasil, mais o direito das pessoas economicamente débeis à assistência social. Sabido que, primeiramente, saúde é direito fundamental de todos, afunilando para um Sistema Único de Saúde (SUS), que se põe como dever e competência material de todas as pessoas federadas. A que se agrega o direito igualmente fundamental de ser assistido tão social quanto gratuitamente, no pressuposto da concreta necessidade ou carência dos bens materiais. E quanto à ordem econômico-financeira, de se lembrar que a primeira delas 'tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social'. Daí que entre os seus 'princípios' figurem a 'soberania nacional', a 'redução das desigualdades regionais e sociais', a 'busca do pleno emprego', o 'tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte'."

Jorge Abrahão, Coordenador do Instituto Cidades Sustentáveis

'Quem tem mais que pague mais'

"Nas graves crises, os políticos ganham ou perdem credibilidade em função de sua sensibilidade e tomadas de decisão. Há países que estão numa aposta arriscada, mais preocupados com a economia do que com a vida. EUA, Inglaterra e Brasil se alinham neste grupo. Em todos eles, a crise impactará fortemente a política. Líderes que desdenharam da crise serão responsabilizados pelas mortes que, inevitavelmente, ocorrerão. O apoio à sobrevivência, especialmente dos mais vulneráveis, será outro fator-chave. Resta ainda a decisão sobre de onde virão os recursos para financiar a saúde, e é chegado o momento de fazer com que quem tem mais pague mais, princípio de justiça. As relações entre instituições e sociedade dependerão de como responderão às necessidades do momento. Oxalá o interesse público prevaleça em relação às disputas de poder. A população fortalecerá ou não a democracia em função de sua capacidade de responder à crise."

José Álvaro Moisés, professor de Ciência Política da USP

'Isolamento social e do Presidente'

"A crise do coronavírus jogou a humanidade diante de um desafio extremo: assegurar a sobrevivência humana em meio a um cenário desconhecido, assustador e mutante. No Brasil, o menosprezo de Jair Bolsonaro pela previsão de mortes criou confusão, desorientou as pessoas e dividiu o País. O presidente abdicou da missão de liderar a Nação para enfrentar a crise. Mas a crise não é apenas de ausência de uma liderança capaz de unir o País para enfrentar a pandemia. Se o isolamento social for quebrado, o número de mortes será exponencial, o isolamento do presidente se agravará e o governo será responsabilizado. A sobrevivência da democracia dependerá da sociedade civil, do Congresso e do STF. Essas instituições sinalizaram a sua posição em defesa da manutenção do isolamento social; quanto à sociedade civil, a sucessão de panelaços apontou o caminho que parte considerável da sociedade começa a trilhar. Isso poderá dar vida nova à oposição."

Eros Grau, jurista e ex-ministro do Supremo

Tribunal Federal

'Nesta crise, nada pode ser feito por nós'

"A pandemia impacta sobre o todo do qual somos meras partículas. Política é a atuação dos que se ocupam dos assuntos públicos, no quadro na qual estão inseridas relações institucionais e sociais. A suposição de que se possa instalar acirramento entre essas relações é expressiva de ignorância ou de más intenções. Atuação que, na primeira hipótese, conduz a conflitos entre instituições políticas e o todo social. Conflitos que nos levam àquelas palavras de Jesus: 'Pai, perdoai-os, eles não sabem o que fazem'. Na segunda hipótese, expressiva de más intenções. Os graves momentos trazem de volta um poema de Álvaro Moreyra, no qual ele afirma que palavras não dizem nada, melhor é mesmo calar. Nada mesmo a dizer a respeito da atuação de quem se dispõe a agredir o todo a fim de obter vantagens pessoais. Nada pode ser feito por nós, em relação à crise do novo coronavírus, senão rogarmos que Ele nos salve mais uma vez."

Fernando Gabeira, jornalista e ex-deputado federal

'Caso da Itália acabou com mea-culpa'

"A divisão hoje no Brasil é entre os que querem manter o isolamento social para evitar mortes em massa e os que acham necessário voltar logo à atividade econômica. Não tenho condições ainda de avaliar que tipo de consequência - cada uma dessas posições terá sobre seus defensores. De um lado, o presidente, de outro, governadores e a imprensa. O exemplo da Itália terminou com mea-culpa dos defensores da ideia de que não se pode parar para achatar a curva de crescimento do vírus. O prefeito de Milão confessou seu equívoco em combater o isolamento. No princípio do século, o Brasil viveu a Revolta da Vacina, rebelião popular contra a vacinação obrigatória antivariólica. Era uma reação também às mudanças urbanísticas destinadas a melhorar as condições sanitárias de um Rio imundo e empesteado. As forças em jogo são diferentes e só com um estudo mais rigoroso será possível estabelecer ou descartar o paralelo."

Marco Aurélio Nogueira, professor Titular de

Ciência Política da Unesp

'Um estímulo para forças democráticas'

"No Brasil o impacto já está em plena manifestação. Sua principal expressão é o isolamento político-institucional de Bolsonaro, que terá como opção tão somente a porta da mobilização social. Poderá ter algum sucesso nisso, mediante o uso das redes sociais, a exploração do desespero popular e a manipulação do irracionalismo de parte de seus eleitores. Mas esse eventual sucesso só será consistente ou se conseguir fixar um vetor no sistema institucional ou se partir para uma aventura autoritária. Um segundo impacto será sobre o movimento democrático. Antes de tudo, porque reforçará o protagonismo do Congresso, das lideranças e dos partidos mais equilibrados. Depois porque estimulará as forças democráticas (liberais, social-democráticas, esquerda moderada) a encontrarem em um eixo programático de articulação. Essa possibilidade de articulação será o principal antídoto contra o acirramento das relações institucionais e sociais."

Priscila Cruz, presidente executiva do Todos pela Educação

'Trabalho é não perder ano na Educação'

"O Brasil, os brasileiros e as lideranças públicas e privadas estão sendo colocados à prova no combate à covid-19. Na Educação, as próximas semanas, e até meses, devem ser direcionados para a mitigação dos prejuízos e planejamento para recuperar o andamento das políticas direcionadas à melhoria dos resultados de aprendizagem dos alunos brasileiros. Agora, quase todos os alunos estão em casa. Na medida do possível, os efeitos da suspensão das aulas presenciais podem ser minorados (com atividades em casa, como aulas à distância, plataformas de ensino gratuitas, filmes etc.), mas em condições muito desiguais nos lares brasileiros. Fundamental é a preparação de cada rede de ensino para a volta às aulas, com respostas às novas e excepcionais demandas. Governadores, prefeitos e seus secretários têm muito trabalho a ser feito para não perdermos o ano na educação. Mas não contem com o MEC, nenhuma ajuda virá de lá."

Eduardo Mufarej, fundador do movimento RenovaBR

'Não existe espaço para polarização'

"O maior impacto é que não existe espaço para perda de tempo com polarização e politicagem. A hora é da política séria, objetiva, com letra maiúscula. Estamos diante da maior crise humanitária de nossa geração. A sociedade precisa cobrar que as lideranças do País deixem as disputas por espaço de lado e se concentrem em construir soluções em conjunto. Diante de um vírus, todas as divisões humanas perdem o sentido. Vírus não respeita fronteiras, não distingue raças, não se importa com ideologias. Para um vírus, somos parte de uma só comunidade. E só assim, unidos, sairemos dessa."

Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República

'Decisão sobre quarentena é de técnicos'

"Os principais líderes políticos, à frente o presidente da República, devem insistir em que o momento é grave, mas sairemos dele. Realismo com esperança. Devem se abster de 'tirar proveito' político-eleitoral da situação. Isso sem abdicar de suas posições e valores. O governo deve agir coordenando. Nada de oposições inconsistentes entre uma política 'horizontal' e outra 'vertical'. Quem decide sobre quarentena e temas correlatos são os técnicos, não os políticos. E, sobretudo, explicar o porquê ao povo. Pedir ajuda e caminhar junto. (foi o que tentei fazer em crise menos grave, a do 'apagão')."

Leandro Karnal, historiador e escritor

'O coronavírus desnudou mais a desigualdade'

"A pandemia está em curso e as conclusões podem mudar. Um aumento no número de mortes dará maior lastro político às autoridades que defendiam medidas mais radicais e desgastará o campo contrário. A tradicional polarização esquerda/direita foi matizada pela emersão de um ressentimento social mais nítido. Classes médias e altas discutem o tédio durante a quarentena e as classes baixas se angustiam com a sobrevivência. O vírus desnudou mais a desigualdade no Brasil. Escassez de comida e de empregos somados ao risco de vida e colapso da saúde pública são dinamite social poderosa."

Miro Teixeira, jornalista, advogado e constituinte de 1988

'A paz triunfou sobre a raiva. Por enquanto'

"Diante de um vírus, nossas radicalizações tornaram-se ridículas e de repente parece que renasceu o sentimento de fraternidade. O 'Amai-vos uns aos outros' fez mais sentido e a agressividade que nos corroía arrefeceu. Autocrítica pelos erros cometidos ou medo? Pouco importa. Sairemos melhores, menos agressivos, mais conscientes da fragilidade de nossas vidas. O super-homem não existe. Somos frágeis. Devemos pedir que compreendam nossas fragilidades e devemos compreender as alheias. A paz triunfou sobre a raiva, entre as pessoas de boa vontade. Pelo menos por enquanto."

Luiz Felipe D'Avila, fundador do Centro de Liderança Pública (CLP)

'Criou-se um enorme vácuo de liderança'

"Na crise, o País busca no presidente direção, grandeza e esperança. A primeira tarefa de um líder é ser hábil comunicador e gestor. É preciso tranquilizar as pessoas e garantir a proteção das coisas que lhes são caras, como saúde, emprego, renda e volta da atividade econômica. É preciso grandeza para se colocar acima das disputas partidárias, conclamando lideranças políticas, empresariais e cívicas a unir esforços. Bolsonaro não demonstrou nenhum desses atributos. Criou-se um vácuo de liderança que será preenchido por novos líderes da política, do setor privado e da sociedade civil."

José Murilo de Carvalho, cientista político e historiador, membro da ABL

'Caminho pode ser a ruptura política'

"Desde 2015, com anúncio em 2013, já me parecia que o País tinha entrado em uma crise econômica e social que apontava para sua inviabilização como nação capaz de prover vida decente para toda a população. A sensação de fracasso acentua-se hoje com mais duas calamidades, a da eleição de 2018 e a pandemia do coronavírus. Grandes crises exigem liderança nacional sensata, competente, confiável e patriótica. Não é o que temos visto. A se manter o cenário atual, não vejo como se possa evitar um desastre econômico, social e humanitário. É um caminho que pode levar à ruptura política."

Marco Antonio Teixeira, professor da FGV-SP

'Covid-19 expôs papel crucial do SUS'

"A pandemia chegou feito um tsunami na política brasileira em várias frentes. Uma delas tem a ver com o papel do Estado. Se recuarmos às eleições presidenciais de 2014 e 2018, um dos grandes debates era sobre a qualidade das políticas públicas. Cresceu uma visão minimalista sobre o papel dos governos e acerca da baixa produtividade dos servidores. A covid-19 explicitou a importância do SUS e o papel crucial do Estado na garantia de um mínimo de dignidade para a população carente e desempregados. O pós-coronavírus fixará novas bases do sentido do que é público e do papel do Estado."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O número de casos suspeitos de infecção pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) aumentou para 8.819 pessoas no Brasil, segundo os dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (17). A quantidade representa uma alta de 327% na comparação com os resultados de 24 horas antes, quando eram 2.064 casos suspeitos.

A informação foi confirmada durante uma entrevista online na noite de ontem com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e com o diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Júlio Henrique Croda. Porém, ambos ressaltaram que essa alta era esperada.

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"Essa diferença é porque tinham casos suspeitos em diversos estados que não estavam sendo validados, muito provavelmente por sua capacidade de checagem manual de um a um. Nós decidimos, e informamos aos estados, que era melhor adotar a classificação automatizada. Isso facilita a nossa vida, dá transparência e poupa tempo para o estado para fazer as ações que são mais importantes da vigilância", destacou Croda.

Os dois ainda destacaram que o governo trabalha com "números ascendentes" em abril, maio e junho. "A gente imagina que entra no platô aí, em agosto e setembro, a gente deve estar voltando - desde que a gente construa a imunidade de mais de 50% das pessoas", destacou Mandetta.

Os dois informaram que mais medidas estão sendo tomadas, como o atendimento via internet, para evitar deslocamentos desnecessários e um guia de orientações para os médicos. Os números oficiais apresentados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira apontam que 291 casos foram confirmados no país - contra 234 informados no dia 16 de março. São Paulo tem 164 confirmações, Rio de Janeiro tem 33, Distrito Federal tem 22.

Os três são seguidos por Pernambuco (16), Rio Grande do Sul (10), Santa Catarina e Minas Gerais (7), Goiás e Paraná (6), Ceará (5), Sergipe e Mato Grosso do Sul (4), Bahia (3) e Amazonas, Rio Grande do Norte, Alagoas e Espírito Santo (1 em cada estado).

Os casos suspeitos são 5.047 em São Paulo, 859 no Rio de Janeiro, 563 em Minas Gerais, 354 na Bahia, 300 no Rio Grande do Sul e 253 no Distrito Federal.

Uma morte já foi confirmada de maneira oficial, mas ao menos outras quatro estão sendo investigadas em São Paulo e duas no Rio de Janeiro.

Da Ansa

Enquanto os mercados globais despencam diante do avanço do coronavírus, o economista Luiz Carlos Mendonça de Barros se mantém calmo. Com base em crises anteriores, afirma que o governo chinês entrará com medidas pesadas para estimular a economia e que elas ajudarão também a economia brasileira.

Para o ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o pânico no mercado reflete um momento de incerteza, mas deve passar em algumas semanas.

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"A situação está se normalizando na China. Vai ter uma desaceleração no Brasil, mas, no terceiro e no quarto trimestres, o PIB brasileiro vai receber um impacto (positivo decorrente dos estímulos chineses)." A seguir, os principais trechos da entrevista.

A semana que passou foi turbulenta internacionalmente, com o coronavírus, e internamente, com o presidente Jair Bolsonaro divulgando um protesto contra o Congresso. Como esse cenário afeta a economia?

Temos de separar as coisas. Primeiro, o vírus. É um caso de "cisne negro", uma crise que acontece por um fato que ninguém imaginava e que pega todos desprevenidos. Um cisne negro é um evento de difícil mensuração, porque não existe uma base de dados, há apenas coisas semelhantes. Lembro de três cisnes negros recentes. A Sars, aquele vírus da gripe na China (em 2002), a tragédia na usina nuclear japonesa de Fukushima (em 2011) e a crise do mercado imobiliário americano (em 2008), que também foi algo que nunca havia acontecido daquela forma. E, agora, o coronavírus. No caso da Sars, sabemos que houve um medo grande e depois desapareceu, sem nenhuma consequência maior de fundamentos.

Teve impacto no PIB chinês.

Teve impactos econômicos de curto prazo, mas nada mudou depois. Se você olhar, por exemplo, Fukushima. A Bolsa de Nova York caiu, em dois meses, 20%. Depois voltou. É nesses momentos que o especulador aparece. Mas saiu uma notícia que a rede Starbucks já está com 85% das lojas funcionando normalmente na China. Essa crise vai passar. Vai demorar mais umas semanas e vai ter efeito sobre a economia chinesa, principalmente. Mas a situação está se normalizando na China. A estimativa que se fala lá é que o PIB recue, no máximo, um ponto porcentual. Em vez de 6%, vai ser 5% por causa dessa paralisia, não porque a economia depois não volta a funcionar. Em 2010, quando a crise americana chegou à China, o PIB teve uma queda brutal. Mas, aí, o governo chinês adotou uma reação fortíssima de estímulo à economia. É o que vai ocorrer agora. No Brasil, o PIB caiu em 2010, junto com a China, e depois, com o estímulo chinês, voltou. Outra coisa que já está nos jornais americanos: eles estão esperando que o Federal Reserve (o Fed, o banco central americano) reduza os juros três vezes neste ano, porque também nos EUA essa confusão paralisou um pouco a economia.

A redução do PIB chinês em um ponto não desacelera o Brasil também?

Se seguir o padrão de 2010, isto é, um estímulo forte do governo chinês, isso repercute no Brasil, porque aumenta a demanda de tudo. Então, temos uma perda de velocidade agora, mas, quando o estímulo vier, ele chega aqui também.

Essa recuperação viria em 2021?

Ainda em 2020, (o Brasil) já recebe o impacto. O governo chinês só vai esperar ter uma visão mais clara de que a economia voltou a funcionar (para estimulá-la mais).

Mas o sr. espera que o PIB brasileiro cresça menos em 2020 por causa do vírus?

Vai ter uma desaceleração. Tanto que estava todo mundo falando de 2,5% e, hoje, o número realista é 2%. O próprio governo está revendo o crescimento. Agora, se eu estiver certo, já no terceiro e no quarto trimestres o PIB brasileiro vai receber um impacto (positivo). Se é verdade que o Fed vai reduzir os juros três vezes neste ano, isso também resolve outro problema brasileiro, que é o juro muito baixo e, por isso, o dólar se valorizando.

Não é de se esperar que o Brasil também corte a taxa de juros?

Acho que o Banco Central não vai fazer isso. Eu não faria, porque hoje, mais importante do que reduzir juros, é estabilizar a taxa de câmbio.

O sr. acha, então, que a reação que vimos no mercado na última semana foi exagerada?

Exagerada não é a palavra correta. Ela reflete este momento de insegurança.

E qual o impacto da nova crise política na economia?

Essa crise parece ocorrer em função da natureza do governo Bolsonaro. O presidente fala para os 35% que lhe apoiam e acha que, com 35%, está no segundo turno de 2022. Acho que é um erro exagerar nessa postura agressiva e ir contra 65% da opinião pública. O que vai acontecer é que o jeito dele poderá fortalecer o aparecimento de uma figura de centro na eleição de 2022.

Mas o sr. vê algum impacto dessa crise na economia? O Congresso pode travar as reformas?

Não. Acho que ele (Bolsonaro) está forçando o Congresso a caminhar para o centro. O próprio centro hoje não tem interesse em criar uma crise para atrapalhar a economia de novo. Esse negócio de impeachment não tem o menor sentido hoje. Estamos vivendo o começo de um rearranjo político para 2022 provocado por ele (o presidente). A oposição, que hoje é de centro, vai dizer: ‘Vamos trabalhar com os 65%’. E essa oposição não vai usar a economia como instrumento de luta política porque a economia está muito frágil.

O sr. não acredita, então, numa pauta-bomba, como se comentou na última semana?

Isso não vai acontecer. Tem inteligência política no Congresso hoje.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma pesquisa da Universidade de Buffalo, em Nova York, comprovou através de análises que o dito popular “antes só, do que mal acompanhado” é difundido com razão. Do ponto de vista da saúde, o estudo publicado pela Journal of Family Psychology aponta que estar sozinho acarreta menos problemas.

Os cientistas examinaram como a qualidade de um relacionamento na transição da juventude para a fase adulta pode mexer com a saúde. Eles levaram em consideração temáticas como a satisfação e a hostilidade do companheiro.

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Segundo o levantamento, aproximadamente um terço dos jovens experimentam mudanças significativas em suas relações ao longo de um período de dois anos. Assim, também foram avaliadas perguntas sobre crítica, apoio, bondade, carinho, compromisso e questionamentos sobre o comportamento fora do relacionamento.

Com os resultados, eles perceberam que, quanto mais as pessoas conviviam em relacionamentos de ‘alta qualidade’ ou quanto mais rápido os relacionamentos de baixa qualidade acabavam, melhor era a saúde.

O bem-estar é constatado de forma relativamente rápida com relacionamento de alta qualidade. Do outro lado, os efeitos prejudiciais são notados em relação aos de baixa qualidade, especialmente naqueles longos e considerados ‘ruins’ . 

As provas do XXXI Exame Unificado de Ordem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram realizadas neste domingo (9), em todo o país. Com apenas duas questões em meio às outras 80 perguntas, a prova de Direito do Consumidor foi considerada fácil. 

De acordo com o professor Flávio Porpino, é recorrente a cobrança sobre “sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente”. Por isso, o docente reforça que, no gabarito da prova branca, não há dúvidas sobre a alternativa “D”.

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O professor ainda pontua que as alternativas, pela sua abordagem, resgatam temas de outras provas sem dar margem de dúvidas ao examinado e que puderam ser respondidas com tranquilidade. Em contrapartida, o candidato precisaria apenas ter maior atenção.

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Resultados divulgados nesta terça-feira (21) pela cervejaria Backer apontam que, ao contrário de parecer do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), não foi encontrado dietilenoglicol na água usada na produção de cervejas da marca. A análise, contratada pela empresa, foi feita pelo departamento de química da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

As amostras de água analisadas pela UFMG são as mesmas usadas pelo Mapa. Os testes foram realizados com a permissão do ministério. 

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A perícia contratada pela Backer também aponta que a presença de dietilenoglicol nas cervejas foi “eventual”. As amostras analisadas mostram um declínio na contaminação dos lotes, em vez de um quadro de contaminação constante, o que sugeriria uma falha no processo de produção da cerveja.

Segundo o parecer da universidade, o lote L2 1348 da cerveja Belorizontina, produzido em 11 de novembro, é o que apresenta a maior quantidade da substância tóxica, 0,83 gramas (g) por 100 mililitros (ml). Nos lotes subsequentes o índice de contaminação é menor. O lote de 24 de dezembro tem 0,41g por 100ml e o lote de 3 de janeiro, 0,21ml. Os resultados foram apresentados hoje em entrevista coletiva.

“São dados que apontam um pico de contaminação em novembro, mas que não persistiu ao longo das semanas. No caso de um problema no processo, o mais provável é que a concentração inicial fosse mais constante, e não decrescente”, afirmou o professor do departamento da UFMG, mestre em ciências dos alimentos e doutor em química, Bruno Botelho, contratado pela Backer para realizar uma análise independente da já realizada pela Polícia Civil e pelo Mapa.

Toxicidade

Botelho também trouxe dados sobre o poder de toxicidade do dietilenoglicol. Segundo ele, a literatura médica sobre o assunto traz um consenso de que a intoxicação pela substância ocorre quando a ingestão dela se dá em uma proporção de 1,1g para cada quilo corpóreo.

Os dados trazidos pelo professor trazem questionamentos sobre o poder de toxicidade das cervejas contaminadas. “Pela proporção, um adulto de 70 kg teria que consumir por volta de 80g dessa substância. Se eu falei que uma garrafa de 600 ml tem 4,8g, a pessoa precisaria beber 16 delas, cujo volume final seria em torno de 9,6 litros de cerveja”.

A Secretaria de Saúde de Minas Gerais confirmou nesta segunda-feira (20) que foram notificados 21 casos suspeitos de intoxicação por dietilenoglicol. Segundo a secrearia, quatro casos tiveram a intoxicação confirmada e 17 estão sob investigação. Até agora, quatro pessoas morreram. Três dessas mortes estão entre os 17 casos sob investigação.

A ingestão de dietilenoglicol pode provocar a síndrome nefroneural, que pode provocar insuficiência renal aguda e alterações neurológicas, como paralisia facial, embaçamento ou perda da visão, entre outros sintomas.

Fazendo um balanço do seu primeiro ano como presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou, nesta segunda-feira (23), que o ano se encerra sem nenhum caso de corrupção e com mais de 900 mil empregos criados. Segundo Bolsonaro, a melhora da economia do país deve-se à crescente confiança dos outros países para com o Brasil.

Os novos postos de trabalho, de acordo com o presidente, são frutos dos esforços da iniciativa privada. "Quem cria emprego não sou eu. Quem cria emprego é a iniciativa privada. Eu só crio emprego quando crio cargo de comissão ou abro concurso público", revelou Bolsonaro ao programa Poder em Foco, do SBT.

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O presidente também avalia que a imagem externa do Brasil vem melhorando. "O mundo todo quer conversar conosco e tem sinalizado com investimentos. Então esses são os fatores mais importantes do meu primeiro ano de governo", pontua. 

Estudo divulgado nesta quinta-feira (12) pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e pela agência de desenvolvimento social ChildFund Brasil, de origem norte-americana com sede em Belo Horizonte (MG), mostra a privação de necessidades essenciais ao desenvolvimento e qualidade de vida entre famílias pobres do Maranhão, Piauí e da Paraíba.

A análise foi feita a partir do Índice de Pobreza Multidimensional (IPM), que, além da renda, considera o acesso à educação e à saúde. O dado é calculado por município e avalia a situação de crianças de 0 a 11 anos.

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Conforme nota publicada pelos realizadores do estudo, “foi constatado que tanto a incidência quanto a intensidade da pobreza são maiores em domicílios com presença de crianças. Foram encontradas 186.241 crianças com idade de 0 a 11 anos em situação de pobreza multidimensional, sendo 126.760 no Maranhão, 31.708 no Piauí e 27.773 na Paraíba”.

As duas instituições também avaliaram o risco de outras crianças passarem a viver a situação de pobreza multidimensional. “Nos três estados, foi constatada a existência de 577.946 crianças em situação de vulnerabilidade, na mesma faixa etária [0 a 11 anos], sendo 353.875 no Maranhão, 118.274 no Piauí e 105.797 na Paraíba”.

O levantamento foi feito a partir de dados secundários originários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por equipe de professores e alunos dos programas de pós-graduação em Geografia, Tratamento da Informação Social e Ciências Sociais da PUC Minas.

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