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Um grupo de assessores com funções militares foi enviado em 1975 pelo Brasil para apoiar na guerra civil a ofensiva da Frente de Libertação Nacional de Angola (FNLA). Comandada por Holden Roberto, a FNLA lutava no norte do país contra o governo do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), de orientação marxista, que controlava a capital Luanda.

Os assessores seriam precursores. Em caso de vitória de Roberto, o governo brasileiro enviaria tropas para Angola. Mas, liderado por Agostinho Neto, o MPLA venceria a guerra civil com o apoio de tropas cubanas e de assessores soviéticos. Presidido pelo general Ernesto Geisel, o Brasil seria o primeiro país a reconhecer o governo do MPLA, em 11 de novembro de 1975, dia da independência de Angola, então colônia de Portugal.

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A ação brasileira na África permaneceu em sigilo por mais de 30 anos. EUA, Zaire (atual República Democrática do Congo) e África do Sul também apoiaram militarmente com homens, dinheiro e equipamentos a ofensiva do FNLA nos meses anteriores à independência.

A ajuda brasileira ao FNLA foi feita por 12 especialistas em explosivos arregimentados pelo Serviço Nacional de Informações (SNI). Eles trabalharam dando instrução às tropas de Roberto - que era cunhado do presidente do Zaire, Mobuto Sese Seko -, desminando terreno e preparando explosivos.

Seis deles permaneceram até a ofensiva final a Luanda e participaram da Batalha de Quifangondo, que decidiu a primeira fase da guerra civil. Liderados pelo policial civil carioca José Paulo Boneschi, o grupo contava com agentes que receberam instrução de contraguerrilha no Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha, no Rio, em 1973.

"Eles fizeram o curso (no Corpo de Fuzileiros) comigo. Conheci toda a turma. A ordem para operação em Angola veio do Geisel", afirmou o Doutor Pimenta. Capitão de Mar e Guerra reformado, Pimenta trabalhou por quase duas décadas no Centro de Inteligência da Marinha.

Quem desenrolou o novelo da participação brasileira na guerra civil foi a pesquisadora Gisele Lobato, do Centro de Estudos Internacionais do Instituto Universitário de Lisboa. Ela localizou no arquivo público do Rio o único documento oficial, por enquanto, que se tem notícia sobre a missão. Feito pela Brigada Paraquedista, em janeiro de 1976, ele afirma que Boneschi estava preparando um relatório sobre o tema para o SNI. O Estado refez os caminhos da pesquisadora e confirmou com três antigos integrantes dos órgãos de informações militares brasileiros e com um veterano da guerra em Angola a existência da missão.

Pedro Marangoni, veterano dos combates às portas de Luanda, mantém fotos que atestam a presença dos brasileiros em Angola. Marangoni encontrara os homens de Boneschi por acaso. Ele se havia reunido a uma companhia de 155 portugueses liderada pelo coronel Gilberto Santos e Castro e pelo major Álvaro Alves Cardoso, que deixaram o Exército do país após a Revolução dos Cravos, em 25 de abril de 1974, para continuar a combater grupos marxistas nas colônias do império lusitano.

"Quando cheguei, em agosto, a Ambriz (norte de Angola), Boneschi já estava lá", diz Marangoni. Quem também testemunhou a presença dos brasileiros foi o então agente da CIA, John Stockwell, que a registrou em seu livro Em Busca de Inimigos, publicado em 1978.

CIA

Quando Stockwell publicou a foto de "um major brasileiro" ao lado de Holden Roberto, o Exército brasileiro negou que tivesse enviado a Angola qualquer grupo militar para intervir na guerra civil. De fato. O "major" na foto não era major. Era Boneschi, um policial da Guanabara, ligado ao um grupo de elite da Secretaria da Segurança Pública, que participava da repressão política de então.

"Ele (Boneschi) que prendeu o Cesar Benjamin, do MR-8", contou ao Estado o Doutor Pirilo, agente do Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica (Cisa). Pirilo morreu em 2018. Tanto na foto de Stockwell quanto nas imagens guardadas por Maragoni, Boneschi veste uma farda militar.

Stockwell estava em Angola como representante da CIA, que pôs US$ 16 milhões nas mãos de Mobutu para serem repassados à FNLA. A ideia era que a guerrilha tomasse a capital antes da data marcada por Portugal para conceder a independência, em 11 de novembro, e assim impedir que o país entrasse na órbita soviética.

Pirilo confirmou a existência da missão e, embora não tivesse provas, acreditava que ela havia sido uma iniciativa do SNI, chefiado pelo general João Baptista Figueiredo, que sucederia a Geisel na Presidência.

O coronel Paulo César Amendola, secretário municipal de Ordem Pública do Rio, fundador do Bope e homem ligado a Boneschi e ao DOI (Destacamento de Operações de Informações), do 1.º Exército, confirmou que a missão era do conhecimento do SNI. "O Brasil não poderia se comprometer de início. Por isso, enviou a missão de forma clandestina. Eram precursores. O Boneschi me disse que, se a FNLA entrasse em Luanda, o Brasil enviaria tropas, com apoio americano, a Angola."

Boneschi estava am Ambriz desde julho de 1975. Em agosto, Marangoni e os comandos portugueses chegaram. Um mês depois, era vez da equipe de Boneschi. Metade voltou ao Brasil em outubro. O restante ficou até alguns dias após a independência, quando recebeu um rádio com a ordem de retirada. Maragoni conta que conversava com Boneschi, quando a ordem chegou. "Vi seu desgosto." O Brasil havia reconhecido o governo do MPLA. A missão secreta de ajuda ao FNLA chegara ao fim.

Grupo brasileiro enfrentou cubanos e foguetes soviéticos

A equipe de assessores brasileiros chegou em Angola pouco depois de as tropas de Holden Roberto (FNLA) terem conquistado Libongos, em Barra do Dande, a 32 km de Luanda. Roberto contava com 2 mil combatentes, divididos entre 156 comandos portugueses, dois batalhões do Exército do Zaire com artilharia e blindados Panhard, com canhões de 90 mm e 60 mm, 56 soldados do Exército da África do Sul com obuses e cerca de mil homens da Frente de Libertação Nacional de Angola (FNLA).

Ao lado do líder rebelde, o agente da CIA John Stockwell encontrou o policial brasileiro José Paulo Boneschi, que se identificava como major do Exército brasileiro. Boneschi era o chefe da equipe de brasileiros. Ele chegara em julho e recebeu os colegas em setembro, pouco antes do início do avanço para Luanda. A capital era controlada pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) desde julho, quando expulsou de lá os rivais do FNLA e da União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita).

Roberto marcou a ofensiva final sobre Luanda para coincidir com as vésperas da declaração da independência, em 11 de novembro. Duas pontes e dois morros separavam as tropas do FNLA da planície que os conduziria até Luanda. A primeira das pontes, sobre a Lagoa de Panguila, foi tomada em 6 de novembro.

Nesse dia, um dos brasileiros comandados por Boneschi foi ferido pelo estilhaço de uma granada disparada pela artilharia do MPLA. Boneschi e outro brasileiro - Theobaldo Lisboa - permaneceram ao lado da ponte com os portugueses, enquanto os blindados do Zaire lideravam o primeiro ataque ao Morro Quifangondo - repelido pelo MPLA e os cubanos. Estes haviam começado a desembarcar em Luanda. Era a Operação Carlota, o envio de tropas de Cuba que salvou o MPLA.

"Há duas causas para a derrota em Quifangondo: os lançadores múltiplos BM-21 colocados pelos soviéticos em posição de combate nas vésperas da batalha e usados em força máxima, provocando o pânico nas tropas africanas, e a traição dos sul-africanos, que se retiraram em pleno combate", contou o piloto brasileiro Pedro Marangoni, que lutou com o FNLA. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

De férias da televisão, Bruna Marquezine tem dedicado seu tempo para fazer o bem aos próximos. A atriz viajou com um grupo de amigos para Angola, na África, com o objetivo de conhecer de perto um projeto que cuida de crianças carentes, o Aldeia Nissi. Divulgando a causa em suas redes sociais, a atriz conseguiu impulsionar uma campanha de financiamento colaborativo destinada ao Aldeia que rapidamente multiplicou seus donativos.

Na África, Marquezine tem cuidado e brincando com as crianças do projeto. Em seu Instagram, ela tem compartilhado diversos desses momentos que também contam com a participação da cantora gospel Priscila Alcântara. O local atende a 1206 crianças e 245 mulheres viúvas. Bruna também usou sua influência para pedir que outras pessoas ajudassem ao projeto Aldeia Nissi. Depois de um vídeo publicado por ela, pedindo doações para uma 'vaquinha virtual', a campanha recebeu cerca de R$ 130 mil em 24 horas.

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Neste sábado, Marquezine participou do Caldeirão do HUuk, através de uma chamada pela internet. A atriz contou ao apresentador Luciano Huck que seu desejo era ir para Moçambique, país que passa por dificuldades após a passagem do ciclone Idai, mas que não conseguiu pela dificuldade de acesso. Huck elogiou a iniciativa da jovem artista e aproveitou para convidá-la para também ajudar alguns projetos brasileiros: "No Brasil também tem muitos lugares que precisam de missões humanitárias e eu te convido para ir comigo", disse.

 

 

O Festival de Língua Portuguesa (Felpo) desembarca em Salvador em uma parceria entre a Prefeitura e o Global Media Group, um dos maiores grupos de comunicação lusitana, através da Rádio TSF, para comemorar o aniversário de Salvador. O evento, que integra o Festival da Cidade, tem como objetivo celebrar a língua mesclando a cultura e reunindo artistas de três países: Angola, Brasil e Portugal.

Para o grande público, duas ações movimentam a cidade nos dias 29 e 30 de março. Em 29, data do aniversário da cidade, o Farol da Barra será palco do Concerto Internacional Salvador 470 anos. Um espetáculo inédito e produzido especialmente para a data, gratuitamente. Ao todo, nove cantores se revezam no palco a partir das 19h. 

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Um dos maiores nomes da música portuguesa, e com grande reconhecimento no Brasil desde seus primeiros shows em 2009, Antônio Zambujo é um dos artistas mais esperados da noite. O músico já cantou ao lado de ídolos brasileiros, a exemplo de Roberta Sá, Chico Buarque, Ney Matogrosso e Ivan Lins. Vale destacar que Zambujo gravou um disco completo com obras de Chico Buarque, e já esteve na lista do Grammy para o prêmio de melhor artista latino.

Outro destaque é o cantor angolano Paulo Flores. O compositor e intérprete é uma das principais referências na música de Angola, um músico de reconhecimento mundial e um defensor incansável do Semba. Segundo o próprio artista, sua música é para ouvir e para dançar: 

Ainda sobre os convidados internacionais, destaque para a também portuguesa Ana Moura. A fadista, uma das mais famosas na atualidade, já vendeu mais de um milhão de discos no mundo todo e se destaca pelos diversos prêmios que acumula na carreira. Moura é aclamada pelo seu excelente timbre de voz, beleza e simpatia junto ao público.

Além dos artistas internacionais, músicos genuinamente baianos completam o concerto com músicas e apresentações em homenagem a Salvador e sua história. Daniella Mercury, Saulo, Carla Cristina, Márcia Freire, Magary Lord e Márcia Short vão levar todo a energia para o palco da Barra.

Troca de livros – A literatura também marca a Fespo. Isso porque um grande escambo de livros será realizado no Largo da Mariquita, no Rio Vermelho, no dia 30, a partir das 19h. A ideia da ação é espalhar a língua, fazê-la passar de mão em mão, ou seja, "traga um livro, deixe-o, e leve um novo para casa". 

Na ocasião, será possível bater um papo com escritores, como é caso do ganhador do Prêmio Leya 2018, Itamar Vieira Júnior, além de Paloma Amado e Ricardo Viel, que fizeram a pesquisa para o livro “Com o mar por meio” - uma troca de correspondência entre Jorge Amado e José Saramago. Outro autor que participa da ação é Sérgio Rodrigues, escritor, jornalista e crítico literário brasileiro, vencedor do Prêmio Portugal Telecom de Literatura em 2014.

Vale ressaltar que o Feslpo acontece pela primeira vez, em Salvador, e vai ainda esse ano ser realizado em Lisboa.

*Da assessoria

Cerca de 380 mil imigrantes ilegais, a maioria da vizinha República Democrática do Congo (RDC), deixaram Angola em menos de um mês, dentro da operação Transparência, de luta contra o tráfico de diamantes, anunciou neste sábado um ministro angolano.

O ministro Pedro Sebastião, chefe da segurança presidencial, responsável pela operação, negou em visita a Dundo, fronteira com a RDC, que os imigrantes tenham sido expulsos com violência.

Segundo Sebastião, eles deixaram o país voluntariamente. A operação permitiu fechar 231 locais destinados ao comércio ilegal de diamantes e apreender 59 armas.

"Deve ficar claro que a operação não está baseada em um sentimento xenófobo", assinalou o ministro.

Muitos congoleses expulsos nas últimas semanas denunciaram que foram removidos brutalmente de Angola. Kinshasa protestou esta semana, e ameaçou processar Luanda em instâncias internacionais.

Angola é um país abundante em petróleo e atrai muitos congoleses em busca de trabalho. A RDC possui reservas minerais, mas grupos rebeldes e milícias de países vizinhos, como Uganda e Ruanda, desestabilizaram o país.

Angola e RDC compartilham a fronteira terrestre mais longa da África, de cerca de 2.500 quilômetros.

O Itamaraty informou na tarde de hoje (26) que está prestando apoio nas providências necessárias para viabilizar o traslado do corpo do brasileiro Adélcio Cândido, encontrado morto em Luanda, capital de Angola, onde residia há oito anos. Professor universitário de artes cênicas e ator, ele foi encontrado já sem vida, na última quarta-feira (24), nas dependências do condomínio onde morava.

Em redes sociais, amigos da vítima levantam suspeitas de que ele tenha sido assassinado. “A dor e a saudade são intensas, mas a minha indignação diante de um quadro tão brutal de violência não me deixa esquecer que nossa luta por uma sociedade justa e fraterna se faz urgente”, escreveu uma prima da vítima em perfil no Facebook.

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Sem compartilhar detalhes sobre o caso, o Itamaraty, em nota, comunicou que a embaixada do Brasil no país africano tem mantido contato constante com os familiares da vítima, auxiliando-os na emissão de documentos exigidos para a liberação do corpo e nos demais procedimentos cabíveis. “A embaixada mantém contato com as autoridades policiais angolanas, que investigam as circunstâncias do ocorrido”, acrescentou no informe.

Segundo o secretário da Superintendência de Assuntos Internacionais de Goiás, Armando Melo, o estado vai pagar o serviço de traslado e tem trabalhado em conjunto com o governo federal para que o corpo da vítima seja trazido de volta ao Brasil o mais rápido possível. “A mãe do falecido não tem condições de arcar com os custos”, disse, por telefone, à Agência Brasil.

“Não temos como falar em previsão [de data para a transferência do corpo]. Em casos semelhantes que já acompanhamos, com todos os trâmites burocráticos do país e os processos administrativos de Goiás, o prazo médio é de duas semanas.”

O Programa Mundial de Alimentação (PMA) das Nações Unidas anunciou uma maior colaboração entre o Brasil e Angola na área da segurança alimentar e merenda escolar. A informação foi divulgada hoje (26) pela diretora do PMA para África Austral e Oceano Índico, Lola Castro, que pretende visitar o Brasil com o objetivo de compreender as políticas públicas contra a fome e a desnutrição infantil.

“Angola também quer trabalhar na merenda escolar. Estamos trabalhando para ir ao Brasil para aprender com o projeto Fome Zero e também ver a merenda escolar brasileira, ligada aos pequenos camponeses que produzem e vendem para as escolas. Com isso, as crianças vão ter uma alimentação diversificada e mais nutritiva. A ação também apoia o camponês e aumenta a renda e a segurança alimentar na família,” disse a diretora, através de nota oficial.

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De acordo com o Ministério da Educação de Angola, a colaboração entre os dois países pretende também garantir uma educação de qualidade, combater a taxa de reprovação nas escolas e combater a desnutrição das crianças angolanas.

O governo voltará a dar garantias para o financiamento das exportações de bens e serviços a Angola, com limite de US$ 2 bilhões. Após o atraso de pagamentos de empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para obras de empreiteiras brasileiras, o novo entendimento marca a retomada da relação comercial entre os países.

Apesar dos problemas ocorridos após o BNDES ter congelado linha de crédito para o país - na esteira da Operação Lava Jato -, o Fundo de Garantia à Exportação (FGE) dará cobertura às operações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Os angolanos foram às urnas, nesta quarta-feira, para votar pela primeira vez em um novo presidente em quase 40 anos, em meio a uma crise econômica que atingiu o segundo maior produtor de petróleo da África.

Espera-se que João Lourenço, o candidato do partido da situação, Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA), vença a eleição, mas o ex-general deve herdar uma economia paralisada pela queda dos preços do petróleo e acusações de corrupção contra autoridades da nação.

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Em uma pesquisa conduzida no mês passado, 36% dos entrevistados disseram que votariam no MPLA, mas a alta taxa de abstenção e eleitores indecisos, além das grandes margens da vitória conquistadas em eleições anteriores, significa que os institutos de pesquisa ainda esperam que o partido ainda consiga 61% dos votos - 42 pontos porcentuais de vantagem ante o partido oposicionista mais próximo no levantamento.

Na última eleição, em 2012, o MPLA conquistou 72% dos votos. O candidato do partido que conseguir mais votos automaticamente se torna presidente.

Lourenço prometeu diversificar a economia, criar empregos e melhorar as oportunidades para os jovens. O presidente José Eduardo dos Santos não procura uma reeleição após governar o país desde 1979. Espera-se que os resultados preliminares comecem a ser divulgados nesta sexta-feira.

O dia de eleição foi calmo, mas a oposição denunciou irregularidades antes da votação. Nem a União Europeia nem os Estados Unidos enviaram equipes de observadores para a eleição. Fonte: Associated Press.

Considerada pela revista Fast Company a empresa de educação mais inovadora no mundo em 2016, a Babbel aproveita a 15ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que começa hoje (26) à noite, para perguntar a escritores convidados do evento quais livros e filmes eles indicariam para pessoas que desejam aprender seus idiomas de origem. Companhia internacional com sede em Berlim, a Babbel dedica-se ao ensino online de 14 idiomas,

A Babbel tem foco na linguagem, na literatura e no multiculturalismo, disse à Agência BrasilJulie Krauniski, relações públicas  da empresa. A empresa conta com uma equipe de mais de 450 profissionais de 39 nacionalidades, sendo 15 do Brasil, onde atua há dois anos.

“Falar muitas línguas não é só uma questão acadêmica ou de habilidades. Falar várias línguas abre uma porta para um universo diferente", afirmou Julie.  Segundo a relações públicas, tudo que é relacionado a linguagem e a multiculturalismo interessa à Babbel. "A Flip é um festival literário que tem tradição no Brasil e escolhe sempre escritores muito bons, do mundo todo. Por isso, decidimos perguntar a alguns autores internacionais que livros e filmes eles recomendariam para estrangeiros entenderem melhor o país de cada um no idioma original.”

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Brasil

Em sua estreia literária, o brasileiro Jacques Fux, natural de Belo Horizonte, ganhou o Prêmio São Paulo de 2013 com a obra Antiterapias. No romance mais recente, Meshugá, o tema é a loucura. Na obra, Fux reinventa a vida e a obra de nomes como a filósofa Sarah Kofman e o cineasta Woody Allen. Para entender o Brasil, Fux recomenda o livro K. Relato de uma Busca, de Bernardo Kucinsky, da editora Companhia das Letras,  e o filme O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias, de Cao Hamburger.

Jacques Fux lembrou que o Brasil foi formado por diferentes povos e culturas. Sua literatura explora a questão judaica e a influência do povo judeu no Brasil. Por isso, disse Fux, é que indica o livro de Kucinsky e o filme de Hamburger. "Tanto o livro quanto o filme abordam o período da ditadura militar no Brasil, mas falam também do antissemitismo, da assimilação e do amor pelo futebol, temas muito importantes e relevantes na construção política e cultural do Brasil”, explicou o escritor.

Islândia

O autor slandês Sjón (abreviatura de Sigurjón Birgir Sigurðsson), cuja obra é influenciada por contos de fada e pela mitologia nórdica e já foi traduzida para mais de 30 idiomas, sugeriu o livro O Cisne, de Guðbergur Bergsson, editado pela Rocco, e o filme é O Albino Noi, com direção de Dagur Kári. Bergsson e Kári também são islandeses.

Ao comentar o livro, Sjón ressaltou que ele mostra "a beleza, a crueldade e a estupidez da pequena sociedade vistas pelos olhos de uma menina de 9 anos, que foi enviada para trabalhar numa fazenda como punição por furto. "Guðbergur Bergsson mapeou a mentalidade islandesa melhor do que qualquer outro autor contemporâneo”, disse Sjón. Sobre o filme, que relata a história de uma adolescente rebelde, Noi, moradora de uma vila próxima de um fiorde da costa oeste islandesa, Sjón afirmou: “em uma sociedade tão pequena, não é preciso tanta rebeldia para arrumar encrenca. O diretor cria uma miniatura incrível da Islândia moderna”.

O escritor é também compositor e um dos principais parceiros da cantora Björk. Seu novo livro, Pela Boca da Baleia, será lançado durante a Flip deste ano.

Angola

O rapper e ativista político Ikonoklasta, como é conhecido no meio musical o autor angolano Luaty Beirão, publicou em 2016 o livro Sou Eu Mais Livre, Então, um diário escrito na prisão. Ikonoklasta foi preso por ter lido, em 2015, um livro considerado subversivo pelo governo de José Eduardo dos Santos. O livro é considerado um testemunho da resistência de Angola. Para Luaty Beirão, quem quiser entender seu país tem de ler A Geração da Utopia, de Pepetela, que considera “um bom ponto de partida para perceber a geração de angolanos que segurou o poder e se mantém até hoje, lá amarrada. Essas pessoas destruíram o sonho comum – depredando o que deveria ser de todos – para enriquecimento pessoal. O livro explica muita coisa”.

O filme que ele indica, É Dreda Ser Angolano (Mambo Tipo Documentário), dá uma breve ideia sobre a vida na capital, Luanda. “Não chega a ser um documentário, porque inserimos pequenos e bem localizados elementos de ficção. Por isso o chamamos de mambo tipo documentário. Ele foi inspirado em um álbum de música do Conjunto Ngonguenha”, disse o escritor.

Suíça

Nascida na Suíça em 1975, Prisca Agustoni é poeta, tradutora e professora. Mora no Brasil desde 2003 e dá aula de literatura comparada na Universidade Federal de Juiz de Fora, cidade mineira onde reside atualmente. Para entender a Suíça, ela sugere o livro L'anno della valanga, de Giorgio Orelli, publicado pela editora Casagrande, de Bellinzona. Não há edição em português. Prisca não recomendou nenhum filme.

Espanha

A jornalista e escritora espanhola Pilar del Río é viúva do autor português José Saramago, que conheceu em 1986 e cuja obra traduziu para o castelhano. Em 2016, recebeu o Prêmio Luso-Espanhol de Arte e Cultura por sua dedicação "à defesa dos direitos humanos, à promoção da literatura portuguesa e ao intercâmbio da cultura portuguesa, espanhola e latino-americana". Suas oções para entender a Espanha são o livro Los Aires Difíciles, de Almudena Grandes, e o filme La Vaquilla, de Luis García Berlanga.

França

O escritor francês Patrick Deville foi adido e professor em Cuba, em países da África e do Golfo Pérsico, antes de estrear na literatura em 1987. Seu livro mais recente publicado no Brasil é Peste e Cólera. Para entender a França, Deville recomenda o livro À la Recherche du Temps Perdu(Em Busca do Tempo Perdido), de Marcel Proust, e o filme Vivre Sa Vie (Viver a Vida), de Jean-Luc Godard.

Referência

O português falado no Brasil foi lançado como um dos idiomas de referência do aplicativo Babbel em 2012 e é considerado o sexto idioma de maior procura, informou Julie Krauniski. O Brasil é o quinto maior mercado da Babbel no mundo e o primeiro na América Latina, correspondendo a 60% da procura pelos cursos da empresa de educação alemã na região. Os brasileiros são os que mais se inscrevem para aprender com a Babbel, e os cursos que eles mais buscam são inglês, francês,alemão, italiano e espanhol.

Fundada há 10 anos na Europa, a escola tem cerca de 1 milhão de alunos no mundo inteiro e oferece cursos de 14 idiomas: inglês, alemão, dinamarquês, espanhol, francês, holandês, indonésio, italiano, norueguês, polonês, português brasileiro, russo, sueco e turco.

O Comitê Nacional para os Refugiados (Conare) divulgou um relatório, nesta terça-feira (20), em que o número de refugiados reconhecidos no país aumentou 12% em 2016, chegando a 9.552 pessoas de 82 nacionalidades.

Desse total de refugiados no Brasil, 8.522 foram reconhecidas por vias tradicionais de elegibilidade, 713 chegaram ao Brasil por meio de acolhimento jurídico e físico (reassentamento) e 317 se refugiaram na casa de algum familiar. Os países que obtém o maior número de refugiados reconhecidos no Brasil em 2016 foram Síria, com 326 pessoas, República Democrática do Congo, com 189 pessoas, Paquistão, com 98 pessoas, Palestina, com 57 pessoas, e Angola, com 26 pessoas.

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Segundo o Conare, os pedidos de refúgio caíram 64% em 2016, em comparação com 2015, sobretudo em decorrência da diminuição das solicitações de haitianos. Os países com maior número de solicitantes de refúgio no Brasil em 2016 foram Venezuela, com 3.375 solicitações, Cuba, com 1.370 solicitações, Angola, com 1.353 solicitações, Haiti, com 646 solicitações, e Síria, com 391 solicitações. 

Apesar da diminuição no número de solicitantes de refúgio no ano passado, houve um aumento expressivo de solicitações de venezuelanos (307%) em relação a 2015. De acordo com o relatório, 3.375 venezuelanos solicitaram refúgio no Brasil, cerca de 33% das solicitações registradas no país em 2016.

O que era para ser um momento de lazer para as pessoas de Uige, no norte da Angola, virou tragédia. Muitos torcedores teriam forçado a abertura dos portões do Estádio Municipal 4 de Janeiro para ver uma partida entre dois times de futebol e acabaram pisoteadas, na última sexta-feira (11). Segundo a imprensa local, pelo menos 17 pessoas morreram. 

As informações constam que a atitude de forçar os portões se deu porque o estádio já estava lotado e havia um público que ainda desejava entrar no local. Com isso, muitas pessoas eram imprensadas contra a grade e foram asfixiadas e muitos foram pisoteados. A imprensa local informa que ao tentar entrar no estádio, muitos torcedores foram caindo no caminho e sendo pisados. Ao todo, foram 76 vítimas e 17 mortes confirmadas. Pelo menos 61 pessoas estão feridas gravemente e boa parte está com lesões ósseas. 

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No estádio se enfrentavam Santa Rita de Cássia e o Recreativo do Libolo pelo início da liga angolana. O local tem capacidade para 8 mil pessoas. Ainda não há informações sobre o que teria causado a debandada dos torcedores e se houve falha na organização do evento.

Esta língua é como um elástico que espicharam pelo mundo. Tal como diz o poema de Gilberto Mendonça Teles, escolas do Brasil, Estados Unidos e Angola se valem do português para aproximar estudantes e professores dos três países, ampliando assim a troca de experiências e o conhecimento sobre os costumes e a língua falada em cada um deles.

Em Utah, Estado da região oeste dos Estados Unidos, alunos do 1.º ao 5.º ano de seis escolas têm metade das suas aulas em inglês e a outra, em português. A experiência começou em 2012 com duas escolas, mas foi expandida para seis neste ano, alcançando 1,5 mil estudantes - no próximo, a previsão é que deva chegar a 2 mil alunos.

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Casada com um brasileiro, a educadora americana Jamie Leite diz que sempre foi apaixonada pela língua portuguesa e viu a oportunidade de difundir o idioma quando, em 2008, foi aprovada uma lei estadual criando um programa de imersão bilíngue em escolas públicas de Utah. Na época, o foco era ensinar chinês, espanhol e francês. Por isso, a proposta de Jamie encontrou resistência.

"No princípio foi difícil achar alunos em número suficiente. Muitos brasileiros (que moram em Utah) desejavam que seus filhos aprendessem o inglês e o português ficava em segundo plano. Com o passar do tempo, a comunidade pode perceber que a criança ganha um novo idioma, sem perder sua língua natal", diz Jamie, que é diretora do programa.

A maioria das crianças atendidas é americana, mas Jamie conta que os alunos brasileiros enriquecem e acrescentam novos conhecimento às aulas. Dos 28 professores do programa, oito são brasileiros. Para Jamie, os benefícios do aprendizado do português vão além dos ganhos cognitivos. "Ser bilíngue, ser alfabetizado e letrado em dois idiomas, ser multicultural, ser um cidadão do mundo."

Blog

A princípio o que uniu os alunos do 3.º ano do ensino fundamental do colégio Internacional Ítalo Brasileiro, em Moema, em São Paulo, aos estudantes da mesma série da Sherman Elementary School, em Nova York, foi a língua inglesa. Os professores decidiram montar um blog colaborativo onde as crianças americanas fariam perguntas e as brasileiras responderiam em inglês, para treinar o idioma em uma conversa real.

Mas, quando colocado em prática, o projeto mostrou que os estudantes americanos queriam saber muito mais sobre o Brasil, os costumes e a língua portuguesa. "A escola trabalha com a difusão de cultura, mas dessa vez os alunos tiveram a oportunidade contar o que é seu, de valorizar o que tem. É uma forma de melhorar nossa autoestima, de desenvolver a consciência da cidadania de maneira concreta e saudável", afirma Maria do Carmo Fagundes, Diretora de Língua Estrangeira do Weducation, grupo responsável pelo projeto.

Os alunos americanos perguntaram sobre a rotina das crianças brasileiras, sobre a natureza e os monumentos do Brasil e pediram a receita de comidas típicas, como brigadeiro e feijoada. "Foi uma experiência legal, nunca tinha parado pra pensar que temos tantas coisas que são só nossas e, por isso, só têm nome em português", diz a aluna Helena Lezier, de 9 anos.

Já no colégio Humboldt, em Interlagos, os alunos do 1.º ano do ensino médio trocaram cartas com adolescentes de uma escola em Luanda, em Angola, para obter informações sobre suas culturas e perceber as diferenças entre a língua portuguesa em cada país. "Foi a forma que achei para mostrar o quanto a nossa língua é viva e está em mutação, o quanto expressa a cultura de um povo. Assim, os alunos se mostraram mais interessados pelo português e pelas aulas. E também pudemos trabalhar o Acordo Ortográfico e o gênero textual carta", diz a professora Carolina Yokota. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Capoeira Angola no Estado e a relação entre a Capoeira e a Mulher, o Corpo, a Dança e Autonomia, enquanto princípio educacional, são temas relevantes para a história cultural de Pernambuco. Neste sábado (12) e no dia 26 de novembro será lançado, às 10h e às 19h, no Museu do Homem do Nordeste e no Centro Cultural Grupo Bongar Nação Xambá, o registro audiovisual  "Jogo aberto: Conversas sobre a Capoeira Angola do Recife e de Olinda”. O projeto foi realizado pela professora mestre Gabriela Santana em colaboração com 12 mestres (as) e professores (as) de Capoeira do Recife e Olinda. A ideia do filme foi retomar os assuntos debatidos ao longo dos últimos anos e mostrar a sociedade pernambucana essa diversidade artística e musical. A entrada é gratuita.

O projeto teve início em 2013 por meio de aulas e rodas realizadas no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (CAC- UFPE), através do programa de extensão Capoeira no Cac que desenvolve uma série de atividades como seminários, oficinas e bate-papos entre alunos do curso de dança e alguns mestres (as). O lançamento será aberto ao público e contará com a presença dos Mestres de Capoeira de Recife e Olinda, além de um coffee break e uma roda de celebração. 

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Serão distribuídas cópias da produção audiovisual em escolas de capoeira de Pernambuco, cinematecas, cursos superiores de dança e instituições no norte, nordeste, sul e sudeste do país. O valor artístico de "Jogo Aberto" está no conteúdo marcante para a história da capoeira Pernambucana e a linhagem da capoeira Angola. O vídeo foi pré-lançado em fevereiro de 2015 e recentemente contemplado pelo Funcultura, para finalização e reedição. 

Serviço

Lançamento "Jogo aberto: Conversas sobre a Capoeira Angola do Recife e de Olinda"

Museu do Homem do Nordeste

Av. Dezessete de Agosto, 2187 – Casa Forte 

12 de novembro | 10h

Centro Cultural Grupo Bongar Nação Xambá 

26 de novembro | 19h

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A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se posicionou sobre mais um indiciamento da Polícia Federal contra ele.  A PF acusa Lula por corrupção passiva, em contratos da Odebrecht com a empresa Exersiga, no qual teria sido pago R$ 20 milhões em propinas pela empreiteira. 

Em nota divulgada nas redes sociais, a defesa de Lula afirma que a prática da PF deixa claro que não são processos sérios de investigação. “E, sim, uma campanha de massacre midiático para produzir manchetes na imprensa e tentar destruir a imagem do ex-presidente mais popular da história do país”.

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O texto também destaca que “a defesa do ex-presidente irá analisar o documento da Polícia Federal, vazado para a imprensa e divulgado com sensacionalismo antes do acesso da defesa”.

A nota ainda ressaltou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sua vida investigada há 40 anos. “Teve todas as suas contas e de seus familiares devassadas, seu sigilo bancário, fiscal e telefônico quebrado e não foi encontrada nenhuma irregularidade. Lula não ocupa mais nenhum cargo público desde 1º de janeiro de 2011, e sempre agiu dentro da lei antes, durante e depois de ocupar dois mandatos eleitos como presidente da República”.

 

 

O empresário e pecuarista José Carlos Bumlai confirmou à Polícia Federal ter atendido a um pedido do lobista Fernando Falcão Soares, o Fernando Baiano, um dos delatores da Operação Lava Jato. A solicitação de intermediação era para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva desse uma palestra no Centro de Estudos Avançados de Angola a convite do general angolano João Baptista de Matos, empresário do setor da mineração.

O lobista já afirmara à Procuradoria-Geral da República ter pedido a Bumlai, preso desde o dia 24 de novembro, que intermediasse tal convite para o ex-presidente ir ao evento no país africano, em julho de 2011.

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O interrogatório de Bumlai, o terceiro, ocorreu no dia 21 de dezembro. A Polícia Federal indagou reiteradamente se Bumlai havia tratado de "questões comerciais ou políticas com Luiz Inácio Lula da Silva". O pecuarista respondeu que "não", mas acrescentou que "muitas pessoas encaminhavam demandas via e-mail ao Instituto Lula e que, na ausência de respostas, solicitavam ao reinterrogando, na medida do possível, que fizesse contato junto ao Instituto para viabilizar ao menos a apreciação dos pedidos".

Fernando Baiano havia relatado uma viagem com Bumlai para Angola, em 2011. O lobista declarou à Procuradoria que o general João Baptista de Matos, que seria então presidente do Instituto de Estudos Angolanos, pretendia realizar um seminário em comemoração aos 10 anos da entidade. Matos, segundo Fernando Baiano, "desejava que o palestrante principal fosse o ex-presidente Lula".

Segundo o lobista, a viagem ocorreu com a presença de "uma comitiva de empresários brasileiros" da Queiroz Galvão, Odebrecht, Andrade Gutierrez e OAS. Baiano disse que também participou desse seminário, mas viajou a partir de Zurique, na Suíça.

'Suíte'

Fernando Baiano afirmou que o general angolano desejava falar com Lula sobre negócios na área de mineração, onde o militar tem investimentos. "O general Baptista queria estar pessoalmente com Lula para tratar da Vale do Rio Doce em negócios em Angola; que o general Baptista tinha uma sociedade em uma mina de minério de ferro com a Vale do Rio Doce em Angola e ele queria uma maior atenção da empresa para o tema; que então Bumlai marcou para o presidente Lula receber o general Baptista na suíte dele, o que realmente ocorreu."

Bumlai é o pivô do polêmico empréstimo de R$ 12 milhões concedido a ele pelo Banco Schahin. Ele é acusado por corrupção e gestão fraudulenta.

Fernando Baiano está preso em regime de prisão domiciliar sob monitoramento de tornozeleira eletrônica. O lobista foi condenado em um dos processos que responde na 13.ª Vara Federal de Curitiba, onde correm os processos da Lava Jato.

Procurado, o Instituto Lula ainda não havia respondido à reportagem até a conclusão desta edição. A entidade vem afirmando que não vai comentar os depoimentos e que o ex-presidente nunca esteve envolvido em negócios com o pecuarista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Grupo Odebrecht foi condenado a indenizar em R$ 50 milhões por reduzir trabalhadores à condição análoga a de escravos, mediante aliciamento e tráfico internacional de pessoas, nas obras de construção de uma usina de cana-de-açúcar em Angola. A decisão, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT), é a maior condenação por trabalho escravo da história da Justiça brasileira.

As informações foram divulgadas pela Procuradoria do Trabalho de Araraquara, interior de São Paulo. O valor se refere a danos morais. O Grupo Odebrecht é representado por Construtora Norberto Odebrecht S.A., Odebrecht Serviços de Exportação S.A. (antes denominada Olex Importação e Exportação S.A.) e Odebrecht Agroindustrial S.A. (antes denominada ETH Bioenergia).

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Na semana passada, a Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que a Construtora Norberto Odebrecht e a empresa Pirâmide Assistência Técnica Ltda. indenizassem em R$ 100 mil um operário brasileiro que prestou serviços na construção de usina de bioenergia em Angola. As empresas foram condenadas por condições precárias de higiene e trabalho com restrição de locomoção.

A sentença do juiz Carlos Alberto Frigieri, da 2ª Vara do Trabalho de Araraquara, determina que o grupo deixe de "realizar, promover, estimular ou contribuir à submissão de trabalhadores à condição análoga a de escravo", sob pena de multa diária de R$ 200 mil; "deixe de realizar, promover, estimular ou contribuir ao aliciamento nacional e/ou internacional de trabalhadores", sob pena de multa diária de R$ 200 mil; não utilize em seus empreendimentos no exterior mão de obra contratada no Brasil "enviada ao país estrangeiro sem o visto de trabalho já concedido pelo governo local", sob pena de multa diária de R$ 120 mil; e que não realize intermediação de mão de obra com o envolvimento de aliciadores - os chamados "gatos" -, sob pena de multa de R$ 100 mil. Por fim, a decisão condena o grupo ao pagamento de R$ 50 milhões a título de danos morais coletivos (a serem revertidos a projetos e iniciativas indicados pelo MPT) e à publicidade da decisão em dois grandes veículos de comunicação após o trânsito em julgado.

O inquérito contra o grupo Odebrecht foi instaurado pelo procurador Rafael de Araújo Gomes a partir da publicação de uma série de reportagens veiculadas pela BBC Brasil, mencionando a existência de inúmeras condenações proferidas pela Justiça do Trabalho, reconhecendo a submissão de trabalhadores brasileiros, contratados na cidade de Américo Brasiliense, a 298 km de São Paulo, a condições degradantes de trabalho após terem sido enviados para trabalhar em Angola.

As obras pertenciam, alegadamente, à Biocom/Companhia de Bioenergia de Angola Ltda., empresa angolana da qual são sócios a Odebrecht Angola, empresa do grupo multinacional brasileiro Odebrecht, a Sonangol Holdings Ltda., vinculada à estatal petrolífera de Angola, e a Damer Industria S.A., empresa privada da qual seriam sócios dois generais e o vice-presidente do país africano. Segundo o Ministério Público do Trabalho, a Damer foi substituída pela Cochan S.A., pertencente a apenas um dos generais.

A Procuradoria do Trabalho afirma que as provas produzidas nas dezenas de reclamações trabalhistas movidas contra a Odebrecht e a Pirâmide Assistência Técnica Ltda. (formalmente, uma prestadora de serviços da Biocom) revelaram que os trabalhadores envolvidos em montagens industriais eram submetidos a condições indignas de trabalho em Angola, particularmente no que se refere a instalações sanitárias, áreas de vivência, alimentação e água para beber. Vários trabalhadores adoeceram em razão das condições a que foram submetidos.

Em depoimentos prestados à Justiça, os trabalhadores relataram que os ambientes na obra eram muito sujos e os banheiros, distantes do local de trabalho, permaneciam sempre cheios e entupidos, obrigando os operários a evacuar no mato. Na obra havia, em média, 400 trabalhadores registrados em Américo Brasiliense pela Pirâmide.

Resultados de exames médicos de trabalhadores que retornaram de Angola, encaminhados pelo Departamento Municipal de Saúde da Prefeitura de Américo Brasiliense, mostram que vários operários apresentaram febre, dor de cabeça, dor abdominal, diarreia, náuseas, fezes com sangue, emagrecimento, e alguns apresentaram suspeita de febre tifoide. Os relatos revelaram ainda que a água consumida era salobra e a comida, estragada.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, em outros depoimentos relatou-se que nas refeições era servida uma carne vermelha que se imaginava ser bovina. No entanto, a partir de informações que obtiveram do próprio cozinheiro, os trabalhadores descobriram que era servida carne de jiboia. Dentro da cozinha do refeitório era comum a presença de baratas e ratos; depoentes alegaram ter visto um rato morto entre os pratos. Quando um dos operários se deparou com um macaco na cozinha, desistiu de comer no local, pois sabia que o animal seria morto e servido aos trabalhadores como refeição.

Johannesburgo, 03/05/2015 - O principal partido de oposição da Angola, conhecido pela sigla UNITA, afirma que uma operação do governo contra a seita religiosa "Igreja Cristã do Sétimo Dia à Luz do Mundo" deixou 1.080 mortos. A polícia, porém, diz que o número de vítimas é bem menor: 13 civis e nove policiais. O líder da seita, José Julino Kalupeteka, foi preso.

De acordo com o comissário de polícia Paulo Gaspar de Almeida, os civis mortos eram guarda-costas de Kalupeteka. A operação contra a sede da igreja aconteceu no dia 16 de abril, na província de Huambo. "Eu não sei onde haveria espaço para enterrar tanta gente", comentou o comandante provincial da polícia, Elias Livulo, questionando os números apresentados pela UNITA.

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O líder da UNITA no Parlamento, Raul Danda, disse que um grupo do partido visitou a área durante três dias para investigar o incidente. Eles teriam chegado ao número de mortos após contatos com testemunhas, grupos civis e autoridades locais. O partido acusa a polícia de impedir a entrada de jornalistas e observadores independentes no local do incidente. De fato, na história recente muitas vezes jornalistas que trabalhavam em casos contrários aos interesses do governo foram presos.

A legislação da Angola não reconhece grupos religiosos com menos de 100 mil seguidores. O partido governista Movimento Popular para a Libertação da Angola acusa a Igreja Cristã do Sétimo Dia à Luz do Mundo de incitar atos de violência e promover instabilidade. O presidente angolano, José Eduardo dos Santos, descreveu o grupo, que é uma dissidência da Igreja Adventista do Sétimo Dia, como "uma ameaça à paz". Ele teria ordenado que a Procuradoria Geral da República usasse, de acordo com a lei, "as medidas apropriadas para colocar um fim às atividades ilegais da seita".

A seita obrigava os seguidores a vender seus bens e morar nas montanhas da Angola, em preparação para o fim do mundo, que ocorreria no dia 31 de dezembro deste ano. Fonte: Associated Press.

Venezuela, Angola, Nova Zelândia e Malásia foram eleitos nesta quinta-feira (16) para integrar o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de 2015. O mandato na mais alta cúpula da entidade é temporário e será de um ano. Representantes dos membros da ONU ainda votam para decidir quem ficará com a última vaga: Espanha ou Turquia.

A Venezuela não sofreu oposição para concorrer ao assento dedicado à América Latina e o Caribe, assim como a Malásia em sua candidatura para representar a Ásia. A Angola foi o único país a se candidatar para a vaga da África.

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O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Rafael Ramires, dedicou "esse grande triunfo" ao ex-presidente do país, Hugo Chávez, que morreu em 2013. Segundo ele, a vitória para o Conselho de Segurança aconteceu apesar de uma "campanha maligna contra nosso país".

Apesar das ligações do presidente Nicolas Maduro com a Síria e do seu apoio à Rússia na crise da Ucrânia, os Estados Unidos decidiram não se oporem publicamente à candidatura do país. A posição norte-americana para o assento da América Latina na votação não foi revelada.

As votações são secretas e, para vencer, cada país precisa obter o apoio de dois terços dos membros da Assembleia Geral presentes. Caso todos os 193 integrantes participem, então um país precisará de 129 votos para ser eleito.

Nem a Turquia e nem a Espanha conseguiram os votos necessários nas primeiras votações. O primeiro país, que está sob pressão devido à guerra civil na Síria, perdeu apoio de uma contagem para a outra.

O diretor do Human Rights Watch para a ONU, Philippe Bolopion, expressou preocupação com a nova composição da cúpula. "Os novos membros do Conselho de Segurança podem se provar mais problemáticos em questões de direitos humanos, com a saída de países favoráveis aos direitos e a chegada de outros com históricos ruins de votação", afirma em declaração. Fonte: Associated Press.

O Brasil começou a preparação para o Mundial com um jogo bastante tranquilo diante da frágil seleção de Angola. A equipe comandada por Ruben Magnano não encontrou muitas dificuldades e venceu por 98 a 60, pelo Super Desafio de basquete, no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. O cestinha do Brasil no jogo foi o armador Marcelinho Huertas, com 12 pontos.

Magnano colocou em quadra a equipe considerada ideal. Nenê, Tiago Spiltter, Marcelinho Huertas, Marquinhos e Alex. Logo no início da partida, a equipe abriu cinco pontos de vantagem, após uma bola de três de Alex e uma cravada de Spiltter. Sofrendo uma marcação bem encaixada, Angola não conseguia penetrar na defesa brasileira e arriscava bolas de longe, sem sucesso.

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O segundo quarto começou mais devagar, e Magnano aproveitou para rodar a equipe colocando todos os reservas em quadra. Anderson Varejão, Leandrinho, Larry Taylor, Rafael Luz e Hettsheimeir entraram na equipe. Na volta do intervalo, a dupla Varejão e Splitter foi testada no garrafão e, pelo que aparentou, Magnano gostou da formação.

No começo do último quarto, O Brasil já tinha aberto trinta pontos de vantagem sobre o adversário, fazendo o jogo ficar morno. O jovem Cristiano Felício, convocado para o período de treinamentos, jogou poucos minutos, fazendo com que Magnano utilizasse todos os atletas disponíveis no banco de reservas. No fim do jogo, ainda deu tempo de Leandrinho fazer bela jogada e fechar o placar em 98 a 60. 

Em declaração conjunta, após reunião de trabalho no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff e o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, comemoraram a assinatura de uma acordo ampliando de um para dois anos a duração do visto de negócios para brasileiros e angolanos entrarem nos dois países. Dilma destacou que esse protocolo "facilitará investimentos recíprocos". Santos, por sua vez, disse que o acordo de facilidade de vistos "vai melhorar a circulação de homens de negócios e dos técnicos e gestores dos dois países, permitindo reforço no investimentos e comércio".

Apesar de Angola ser chefiada pelo presidente José Eduardo dos Santos, que está no poder desde 21 de setembro de 1979, Dilma disse em seu discurso, após reunião bilateral com ele, que "Brasil e Angola são atores importantes no processo de democratização das relações internacionais". Defendeu ainda que "a África e a América Latina precisam estar melhor representadas nos processos decisórios globais, que necessitam de mais legitimidade", oferecendo o apoio brasileiro à candidatura de Angola ao Conselho de Segurança da ONU para o biênio 2015-2017. "Estou certa de que Angola poderá oferecer um olhar atento e alternativas equilibradas aos atuais desafios à paz e à segurança internacionais", afirmou Dilma. O presidente Santos agradeceu, e afirmou que aprovava a candidatura do Brasil a ser sede da Conferência internacional dos Direitos Humanos.

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Ainda em sua fala, Dilma, depois de salientar que "Brasil e Angola são países irmãos ligados por laços linguísticos, étnicos e históricos", destacou que espera que "os investimentos dos empresários angolanos no Brasil venham a crescer". Depois de lembrar que "o Brasil quer continuar participando do desenvolvimento de Angola", por meio de diversas empresas de infraestrutura viária e energética, falou da importância do "papel do BNDES conceder crédito às exportações de bens e serviços a Angola, renovados este mês". Já o presidente de Angola, agradeceu, em seu discurso, "a ampliação das facilidades de crédito para financiar exportações de empresas brasileiras para Angola".

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