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 A Arena Cão Terapia, localizada no Parque da Cidade do município do Jaboatão dos Guararapes, iniciou atividades para acolher crianças de dois a sete anos diagnosticadas com autismo e que ainda não tiveram acesso a tratamento, nesta segunda-feira (4).

No tratamento as crianças terão contato com cães, que atuam como co-terapeutas para ajudar as crianças em áreas como socialização, comunicação e afetividade. 

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A terapia que ocorre de segunda a sexta, das 8h às 14h, tem acompanhamento de psicólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos. 

Para ter acesso ao tratamento na Arena Cão Terapia, os pais ou responsáveis devem levar as crianças a uma unidade básica de saúde ou policlínica da rede municipal do Jaboatão, onde serão realizadas as avaliações necessárias. Sendo diagnosticado o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), o agendamento para o tratamento é realizado através da Central de Regulação do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Atendimento   

As sessões tem duração de 45 minutos divididas em duas etapas. Na primeira etapa, os profissionais iniciam as sessões sozinhos com as crianças e, no segundo momento, há o contato com os cães. A Arena Cão Terapia também garante a oportunidade para as crianças poderem socializar com outras pessoas. 

A mãe Catarina Lima da Costa contou sobre a experiência do seu filho Richarlisson no primeiro dia da iniciativa. “Há muito tempo que eu estava querendo iniciar o tratamento do meu filho e tive até que deixar o emprego para me dedicar exclusivamente a ele. Essa terapia e o contato com os cães vai ajudar muito Richarlisson a interagir melhor com as pessoas". 

Ações 

A Arena Cão Terapia tem capacidade para 200 atendimentos no mês, e até a próxima sexta acontecerão várias ações entre as quais seminários, palestras, rodas de conversa, grupo de acolhimento para cuidadores, cinema e exposições, reforçando o tema da campanha anual de conscientização sobre o autismo, que é  “Lugar de autista é em todo lugar”.

O Centro de Apoio Operacional de Defesa do Direito Humano à Educação (CAO Educação), do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), divulgou uma nota à sociedade devido à recorrência de denúncias de estabelecimentos de ensino que negam vagas a estudantes com deficiência, inclusive os que apresentam transtorno de espectro autista.  

Tendo a data 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo, a nota, assinada pelo coordenador do CAO Educação, Sérgio Souto, lembra que o MPPE é defensor dos direitos sociais e da ordem jurídica e, assim, reforça o dever de inclusão do público da educação especial na rede regular de ensino, tanto pelas escolas públicas quanto particulares, sem admissão de qualquer ordem de restrição.

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Segundo o CAO Educação, estima-se que o número de recusas seja muito maior do que a quantidade de notícias recebidas pelas Promotorias de Justiça, "uma vez que são tantos os desafios enfrentados pelos responsáveis legais de crianças e adolescentes com deficiência que, muitas vezes, não encontram força para formalizar a denúncia".

Também é citado que a Constituição Federal assegura à criança e ao adolescente, com deficiência ou não o acesso ao ensino regular, a garantia de padrão de qualidade e observância das normas gerais da educação nacional na rede de ensino pública ou privada; sendo vedada qualquer forma de discriminação, além de assegurar o atendimento educacional especializado (AEE) no contraturno ao aluno com deficiência, na própria rede regular de ensino, prioritariamente.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), inclusive, reforça a garantia, com absoluta prioridade, a qualquer infante, com ou sem deficiência, o direito à educação, à dignidade e ao convívio comunitário, além da oferta do AEE nas próprias escolas comuns, preferencialmente.

Entre outras legislações, a nota destaca a Lei Federal nº 12.764/2012, que versa sobre a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, determina que “A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais”, de modo que a recusa de matrícula do estudante em razão do TEA enquadra-se no crime previsto no Art. 8º, da Lei nº 7.853/1989.  

O documento ainda ressalta que é impossível a fixação de percentuais máximos de estudantes com deficiência por turma, pois as legislações impedem qualquer limitador quantitativo ao acesso e à permanência dos estudantes com deficiência em sala de aula no ensino regular.

"Também convém destacar que qualquer escola, pública ou particular, tem o dever de garantir profissional habilitado para prestar suporte pedagógico ao estudante com autismo em sala de aula comum, sempre que demonstrada essa necessidade, nos termos do Art. 3º, parágrafo único, da Lei nº 12. 764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, sem cobrança de valor adicional", afirma o CAO Educação.

A estudante Laís Coelho, de 18 anos, portadora do transtorno do espectro autista (TEA) e de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), foi aprovada no Processo Seletivo de Avaliação Seriada (PAS) do curso de engenharia aeroespacial na Universidade de Brasília (UnB).

Laís, que frequentou apenas dois meses de cursinho antes da última etapa da seletiva, conquistou o sétimo lugar na graduação através do sistema de cotas destinado a alunos de escola pública.

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A estudante fez o ensino médio no Instituto Federal do Maranhão e está de malas prontas para retornar a Brasília, local de origem. Em entrevista ao Correio Braziliense, Laís conta que a escola por engenharia aeroespacial foi pela grade curricular e afinidade com a matemática. “Me pareceu uma coisa bem divertida para trabalhar”, afirmou.

Ao veículo, a jovem relembrou o que a fez sair do cursinho e seguir os estudos sozinha. “Tenho hiperatividade como comorbidade do autismo e sempre tive limitações. É muito difícil prestar atenção nas aulas. No cursinho tive crises e tanto os colegas como professores não souberam lidar com a situação. É importante que as pessoas reflitam, entendam que é importante a inserção, o compartilhamento”, contou.

O Grupo Centro Especializado em Apoio Multidisciplinar (Ceam) discutirá a inclusão das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), no próximo sábado (2), Dia Mundial da Conscientização do Autismo. O evento, que é gratuito, será realizado no Marco Zero, na área central do Recife, às 9h, e contará com palestras e rodas de conversas.

De acordo com o diretor do Ceam, Ítalo Gomes, o objetivo do evento é discutir a inclusão das pessoas com TEA. "A nossa jornada foi pensada para alcançar diversos públicos com temas específicos para: professores, pais e cuidadores, e Profissionais vinculados a ONGs. Queremos discutir a inclusão das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de trazer uma série de assuntos desse universo. Esses cuidados que envolvem pais, profissionais de saúde, educadores pedagógicos e toda a rede que apoia os autistas”.

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As rodas de conversas serão realizadas de maneira virtual através da plataforma do Google Meeting ou presencial para os professores profissionais de educação, e ministradas pelos diretores e profissionais que fazem parte do Grupo Ceam.

No final do evento, pais, pacientes e funcionários sairão juntos de bicicleta do Cabanga até o Marco Zero, na área Central do Recife. “Queremos mobilizar a população para reforçar esse cuidado “Queremos conscientizar as pessoas de nossa cidade. É um ato de amor. A conscientização passa pela inclusão.  Estamos aguardando pessoas que tenham transtorno do espectro autista, seus familiares, além de pessoas que simpatizam com a causa”, disse Anne Karenine, diretora do grupo.

Uma criança autista de 6 anos foi encontrada chorando e com marcas de agressão numa escola de Uberaba, no Triângulo Mineiro. O menino disse ter sido agredido por duas funcionárias do local, segundo boletim de ocorrência registrado pela Polícia Militar na terça-feira (15). Já as mulheres alegam que o aluno se machucou sozinho ao se debater durante uma crise nervosa. 

A mãe contou ter encontrado o filho com marcas de arranhões na escola. Ao perguntar o que tinha acontecido, a criança relatou ter sido agredida pelas duas funcionárias. De acordo com a mãe, no boletim de ocorrência, o filho é muito amoroso e gentil, e mesmo quando fica nervoso não é agressivo. Ela também disse que ele precisa de acompanhamento de uma professora fixa, por conta do autismo.

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As funcionárias negaram a agressão aos policiais. Elas disseram que o estudante tentou pegar as chaves de uma trabalhadora da escola e, ao não deixá-lo pegar, ele ficou nervoso e deu socos na mulher. Com isso, ele foi levado para uma sala de leitura, onde teria batido a porta e começado a gritar. 

Segundo as funcionárias, ele deitou no chão e começou a se debater. Elas relataram que o garoto tem um comportamento agressivo na escola desde o início do ano e já agrediu três funcionárias da instituição.

O caso foi repassado para as investigações da Polícia Civil. A criança foi levada ao atendimento médico e o Conselho Tutelar foi acionado para acompanhar o caso. 

Hoje (18) é o Dia Internacional da Síndrome de Asperger, por conta de Hans Asperger, pediatra austríaco, que estudou esta condição neurobiológica. A data é uma forma de estimular as pessoas a conhecerem mais a respeito desta condição, identificar os sinais e a importância da integração de pessoas com essa síndrome. 

A Síndrome é uma categoria psicológica de visão autista caracterizada por dificuldade na interação e comunicação social. Diferente do autismo clássico, não causa diferença de aprendizado. É provocada por um conjunto de fatores neurobiológicos que alteram o desenvolvimento cerebral.  

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Podem apresentar nos primeiros anos de vida, mas poucos são reconhecidos pelos pais quando os sinais são leves. Os diagnósticos são feitos na fase escolar, quando a dificuldade de socialização é de maior intensidade e o desinteresse que relacione com a falta de atenção. 

As características são: comportamentos repetitivos, individualidades nas falas, problemas de interações sociais, atitudes emocionais impróprias, movimentos descoordenados, QI elevado e dificuldade de relacionamento. 

O objetivo é analisar os sintomas, não existe uma cura ou tratamento específico. O ideal é incluir terapias que abordam três sintomas básicos: baixa capacidade de comunicação, rotinas obsessivas e imperícia física. 

Famosos que possuem a Síndrome de Asperger são: Elon Musk, Bill Gates, Anthony Hopkins. Para conhecer mais sobre outros famosos portadores da síndrome, acesse: https://ensino.digital/blog/celebridades-com-sindrome-asperger

Por Camily Maciel

 

 

O governador Paulo Câmara assinou, nesta segunda-feira (27.12), o decreto nº 52.060 que regulamenta a Lei 12.045, de 17 de julho de 2001, e assegura a gratuidade às pessoas com autismo, microcefalia e deficiência - física, visual, auditiva e mental -, nos transportes coletivos intermunicipais.

O PE Livre Acesso será viabilizado por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, que será responsável por emitir as carteiras de identificação dos usuários. 

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A iniciativa beneficiará aproximadamente 182 mil pessoas. "É uma lei muito importante que precisava ser regulamentada e que coloca em prática a gratuidade no transporte público intermunicipal. Nós estamos garantindo o ir e vir das pessoas com deficiência, autismo e microcefalia dentro de políticas sociais que estamos implementando em nosso Estado", destacou Paulo Câmara durante a assinatura do decreto, que também contou com a presença da procuradora-chefe da Procuradoria de Apoio Jurídico e Legislativo ao governador, Rosana Wanderley.   

Em cada viagem intermunicipal, as empresas de transporte coletivo devem fornecer até duas vagas para pessoas com deficiência ou uma vaga para o beneficiado e seu respectivo acompanhante, sinalizadas nos primeiros lugares dos veículos. O descumprimento da lei acarretará em multa de R$ 1.000,00 quando da primeira autuação de infração, até o cancelamento definitivo da concessão, caso a reincidência persista, com o devido procedimento administrativo. 

De acordo com o secretário de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude, Sileno Guedes, a gratuidade é um direito básico da população, sobretudo aos que estão em situação de vulnerabilidade social. "Essa é uma luta importante do segmento, que a gestão estadual abraçou e trabalhou para conceder”, frisou.

*Da assessoria 

Enquanto o prefeito João Campos (PSB) segue na Escócia para a 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), nessa quinta-feira (4) a vice Isabela de Roldão (PDT) assinou decreto que proíbe o uso de fogos de artifício que provoquem barulho em eventos públicos no Recife. O decreto passa a valer nesta sexta (5), mediante publicação no Diário Oficial.

A medida visa proteger animais, pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e dotadas de sensibilidade auditiva.

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"Esse é um momento eufórico para a cidade e a gente quer compartilhar com todo mundo e com quem tá junto com a gente nessa causa, nesse esforço coletivo”, disse a prefeita em exercício.

A partir da assinatura, festividades promovidas pela Prefeitura como o réveillon na Orla de Boa Viagem e os ciclos juninos não contarão mais com os estampidos sonoros provocados pelos fogos. A expectativa é que permaneça o show de luzes, como apresentado na virada do dia 31 de dezembro de 2020.

O Plenário do Senado aprovou, em votação simbólica, o projeto de lei que obriga a criação, em todas as unidades da Federação, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), de centros de assistência integral à pessoa com transtorno do espectro autista (TEA). Fruto de uma ideia legislativa apresentada ao Senado pela mãe de uma jovem autista, o PLS 169/2018 segue agora para análise da Câmara dos Deputados. O relator foi o senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que acolheu quatro emendas.

"A Constituição determina que a saúde pública é direito de todos e dever do Estado", afirmou Contarato.

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O texto aprovado acrescenta um dispositivo à Lei 12.764, de 2012, para prever que as ações e os serviços que dizem respeito à atenção integral às necessidades de saúde da pessoa com TEA, objetivando o diagnóstico precoce, o atendimento multiprofissional e o acesso a medicamentos e nutrientes serão ofertados pelo SUS em centros de assistência integral. Se virar lei, a determinação entrará em vigor 180 dias após sua publicação no Diário Oficial da União. A Lei 12.764 instituiu a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista.

“De fato, a demanda agora atendida pelo PLS em análise decorreu desse segmento populacional, no que tange às suas particularidades, não se sentir devidamente contemplado pela política de saúde mental vigente no país. Nesse sentido, a proposição vem aprimorar o texto da Lei 12.764 para dispor sobre a atenção às pessoas com TEA no âmbito do SUS, por meio da criação de serviços especializados, que visam a responder às especificidades clínicas desse grupo populacional”, registra Contarato no relatório.

Acatada pelo relator, emenda do senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) acrescenta mais dois dispositivos à Lei 12.764 para incluir a oferta de serviço de acompanhamento psicológico e multidisciplinar especializado aos pais e responsáveis das pessoas com transtorno do espectro autista, tanto no âmbito do SUS quanto da saúde suplementar.

Também acatada, emenda do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) retirou do texto aprovado a palavra “preferencialmente”. Segundo o relator, isso vai “conferir maior coercitividade ao texto da lei, obrigando a instalação de centros de assistência integral ao paciente com transtorno do espectro autista em todas as unidades da Federação”.

"Nós sabemos a diferença que existe entre ‘preferencialmente’ e deixar de uma forma incisiva, obrigatória. Há uma diferença muito grande no Brasil, quando se fala preferencialmente a tendência é não acontecer. É de suma importância a criação destes centros. Temos que evoluir ainda mais, mas já é um avanço. E quero parabenizar também o programa e-Cidadania", afirmou Izalci.

Emendas dos senadores Luiz do Carmo (MDB-GO) e Carlos Fávaro (PSD-MT) também foram acolhidas pelo relator. A emenda de Fávaro autoriza as unidades do SUS com déficit de profissionais, equipamentos ou locais especializados a firmar contrato ou convênio com a rede privada, “para suprir as necessidades das pessoas com transtorno do espectro autista, garantindo a oferta do serviço”. A emenda de Luiz do Carmo corrige a redação de trecho do projeto.

De acordo com o relator, as emendas “aprimoram a assistência atualmente oferecida a esses pacientes e seus familiares”.

O PLS 169/2018 foi criado pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) a partir da aprovação de sugestão legislativa (SUG 21/2017) para criação de centros de atendimento integral para autistas financiados pelo SUS. Além da CDH, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) também já havia aprovado a matéria. Conduzindo as votações no Plenário, o primeiro vice-presidente do Senado, senador Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB), lembrou que essa ideia legislativa recebeu mais de vinte mil apoios no e-Cidadania

O autismo é uma condição neuropsiquiátrica. Costuma se manifestar ainda na primeira infância (de zero a seis anos) e comprometer - em graus diversos - o desenvolvimento nas áreas da linguagem, interação social e do comportamento. Não há uma causa isolada, podendo resultar da combinação de fatores genéticos e/ou ambientais. 

Segundo estimativa da Organização das Nações Unidas (ONU), o autismo afeta cerca de 1% da população mundial, tendo maior incidência sobre pessoas do sexo masculino. Avanços no quadro clínico do autista dependem de intervenção terapêutica precoce, que deve ser individualizada e pode se estender por toda a vida do indivíduo. A meta é habilitá-los a desempenhar atividades cotidianas de modo ativo e independente. 

Da Agência Senado

 

Uma psicóloga foi presa após agredir um menino de oito anos, que é autista, no município de Coronel Fabriciano (MG) na última quarta-feira (15). Durante a terapia, a criança apanhou e foi proibida de lanchar por ter errado uma figura que representava os alimentos que consumia. As informações são do jornal O Tempo.

A mãe da vítima explicou que as câmeras de segurança da residência flagraram as agressões. "Ela apertou o braço dele e ele chorou muito; beliscou a mão dele; apertou o rosto e o arrastou para cima do sofá, como se ele fosse qualquer coisa", disse ao jornal. De acordo com ela, quem contou sobre a violência foi o irmão gêmeo da vítima, que também estava presente.

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As imagens das agressões foram entregues à Polícia Civil, que foram até a casa da mulher e a prenderam. Conforme O Tempo, ela disse às autoridades que é pós graduanda em psicologia e que “o procedimento [as agressões] faz parte do tipo de intervenção necessária no tratamento que a criança necessita e que os pais sabem que esta deve ser feita de forma enérgica”, diz o boletim de ocorrência.

Os pais da vítima, no entanto, afirmaram que nunca permitiram qualquer tipo de agressão contra o filho. A profissional já trabalhava com a família há quatro anos e, neste tempo, segundo a mãe da criança, não havia ocorrido nenhum episódio de violência contra o menino. "Era uma pessoa que eu confiava muito e eu achei que estava fazendo o melhor para meu filho", relatou.

A Polícia Civil informou que “a suspeita, de 29 anos, foi levada para à Delegacia de Plantão de Ipatinga, onde foi autuada em flagrante pelo crime de maus-tratos qualificado e em seguida, encaminhada ao sistema prisional”. A punição pelos crimes pode resultar em uma pena de reclusão de até quatro anos.

O Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais (CRP-MG)  disse, através de nota, que "foi notificado sobre o fato e está juntando informações para análise e providências cabíveis".

 

 

O cantor Latino se envolveu em uma nova polêmica e acabou se retratando após ser criticado nas redes sociais por fazer um comentário sobre autismo que foi considerado pejorativo por internautas. Em um comunicado enviado à colunista Fábia Oliveira, o artista afirmou que não teve a intenção de ofender ou menosprezar ninguém.

O problema teve início depois que um trecho de sua entrevista ao podcast Inteligência Ltda foi descoberto por internautas na tarde da última terça-feira (24). No recorte em questão, o cantor fala sobre as fases pela qual um artista passa em sua carreira, afirmando que o período em que alguém se recusa a ouvir a opinião dos outros é a fase do autismo.

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"O artista tem quatro fases e eu falo isso para todo mundo. A primeira fase é a humildade, onde o cara fala com todo mundo e o mais simpático do mundo. Vem a segunda fase que é a euforia. O artista entra em euforia e quer estar em todos os lugares, ele é o cara, quer chamar a atenção, quer ter o melhor carro e todo mundo quer bajular esse cara. Depois disso, ele entra na fase do autismo. Ele se fecha no mundo dele e não quer ouvir ninguém, não ouve empresário, não ouve gravadora e ele está autista. A quarta fase é a fase mais triste do artista que é quando ele cai na real", disse.

Alguns internautas e páginas que tratam sobre autismo se revoltaram com a fala do cantor, e criticaram a declaração nas redes sociais: "Latino calado é um poeta, que fala infeliz sobre autismo".

Diante disso, o cantor e sua equipe acabaram se pronunciando através de um comunicado enviado à colunista: "O cantor Latino pede desculpas a todos que possam ter se sentido ofendidos com a fala, que ressaltamos não ter sido intencional!", afirmou a equipe do artista.

"Respeito todos os tipos de pessoas, crenças, povos, etc. Não tenho nenhum tipo de preconceito!!! E deixo aqui o meu pedido de desculpas por uma fala ignorante (no sentido informação) de minha parte! Afirmando e destacando que não tive a intenção de ofender ou menosprezar ninguém!", lamentou Latino.

A Orquestra Inclusiva de Violoncelistas da Escola de Música da UFPA (OIV-EMUFPA) foi criada em 2018 com o objetivo de dar oportunidade aos alunos egressos de violoncelo da EMUFPA de participarem de um grupo musical semiprofissional. A iniciativa também teve a finalidade de compor a grade curricular do Curso de Especialização em Violoncelo, ministrado pelo professor Áureo DeFreitas, doutor em Educação Musical e coordenador da orquestra.

A Orquestra Inclusiva de violoncelo visa, principalmente, atender aos alunos egressos com autismo, déficit de atenção com hiperatividade/impulsividade e dislexia, assim como os alunos neurotípicos (pessoas sem o transtorno do desenvolvimento) que fazem parte da Orquestra de Violoncelistas da Amazônia - OVA. Outros alunos egressos que tocam guitarra elétrica, baixo elétrico, teclado e bateria também participam do grupo, quando convidados.

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O professor Áureo DeFreitas destaca que as pessoas com TDAH em um grupo musical, como a Orquestra Inclusiva de Violoncelistas da EMUFPA, devem estar sempre envolvidas com as atividades. Segundo ele, a coordenação da orquestra mantém os músicos ocupados o máximo possível. “Ressalto que essa ocupação designada a cada músico com TEA (Transtorno do Espectro Autista) ou TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) deve condizer com a sua capacidade de executar a atividade. Nesse caso, é de extrema importância a adaptação do repertório musical”, diz Áureo.

Áureo DeFreitas explica como a música é utilizada no projeto: “Sempre uso duas estratégias básicas: (a) mantenho-os ocupados o máximo possível tocando o violoncelo e (b) tento identificar todas as habilidades técnico-musicais voltadas ao violoncelo que eles dominam. Com essas duas estratégias, eu apenas insiro um repertório adaptado, mas não facilitado, que visa à inclusão social no contexto da proposta musical”.

Com a pandemia da covid-19, as atividades presenciais foram paralisadas. A coordenação da Orquestra Inclusiva de Violoncelistas da EMUFPA realizou atividades on-line. “Como estratégia, usei a Orquestra de Violoncelistas da Amazônia (OVA) como método motivador para tentar manter os músicos da Orquestra Inclusiva de Violoncelistas da EMUFPA. Em 2020, realizamos duas lives musicais para motivá-los. Foi muito difícil, porque veio à tona a desigualdade social existente entre os integrantes. Muitos não tinham os acessórios necessários para uma transmissão on-line satisfatória. De fato, não tinham recursos financeiros para se manterem em atividade”, conta o professor Áureo DeFreitas sobre as dificuldades no contexto pandêmico.

Por Alana Bazia.

Mães de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA), algumas delas profissionais dedicadas ao tema, apontaram como urgente a vacinação desse grupo contra a Covid-19. Nesta segunda-feira (17), em audiência pública da Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência da Câmara dos Deputados, elas destacaram que os autistas, em geral, têm dificuldades de usar os equipamentos de proteção individual (EPIs) e de manter o distanciamento social exigido pela crise sanitária, tornando-se, assim, mais vulneráveis ao contágio pelo novo coronavírus.

Por enquanto, a prioridade garantida pelo Ministério da Saúde é só para os autistas que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A falta de vacinação de todos os cidadãos com autismo e de seus cuidadores assusta os familiares, que temem ficarem doentes e não poderem manter o suporte aos filhos.

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Margareth Sphair mora em Brasília e é mãe de três homens com autismo. Ela contou que se mudou para uma chácara, a fim de proporcionar mais qualidade de vida a eles na pandemia e os adaptou ao mundo on-line. Margareth salientou a importância do acesso à imunização e deu o exemplo do filho mais novo, que tem um grau mais severo do autismo.

“Já tentei de todas as formas colocar a máscara nele, mas ele não aceita. A gente corre riscos cada vez que vai à cidade, porque ele não usa máscara. O retorno às aulas também seria mais rápido, a parte presencial, se tivéssemos a vacina.”

Interrupção das terapias

As debatedoras listaram ainda os problemas decorrentes da pandemia, como a interrupção das terapias, que provoca retrocessos no desenvolvimento pedagógico e social dos autistas, levando ao aumento de crises e de internações hospitalares.

A psiquiatra Fátima Dourado, que dirige uma instituição de apoio em Fortaleza (CE), relatou que foi suspenso o tratamento em um grupo de crianças de lá, perdendo-se uma “janela de oportunidade neurológica”.

“Esse período não volta mais, está irremediavelmente perdido na vida de bebês autistas que estavam recebendo intervenção precoce. Nós estamos mantendo o tratamento individual, mas não é a mesma coisa”, disse.

A deputada Tereza Nelma (PSDB-AL), que solicitou a realização da audiência, informou que há 1.500 processos judiciais em seu estado para tentar assegurar a continuidade das terapias.

Escolas

Apesar de reconhecer o esforço dos professores, a advogada Camilla Varella, da Comissão de Defesa dos Direitos dos Autistas da seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), lamentou que a pandemia também tenha prejudicado a inclusão dos alunos autistas.

“Diante da dificuldade das escolas em fazer a transição do presencial para o virtual, os autistas foram praticamente abandonados. A preocupação foi com o performance das crianças típicas [que não têm autismo], e não houve uma adaptação especial aos autistas.”

Dificuldades financeiras

A presidente da Comissão dos Direitos das Pessoa com Deficiência, deputada Rejane Dias (PT-PI), que tem uma filha autista, ressaltou que os problemas financeiros de muitos pais foram agravados pela pandemia.

“As famílias estão passando necessidade e precisam de renda para comprar medicação e reforçar a alimentação dos filhos com autismo”, comentou.

Durante a audiência, a vice-presidente da Associação Paulista de Autismo, Adriana Godoy, cobrou políticas intersetoriais com ações efetivas de apoio aos autistas.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

O corpo de uma criança, de 6 anos, foi localizado em um rio na cidade de Unaí, Noroeste de Minas Gerais, nesse domingo (16), quando o padrasto dela, um homem de 36 anos, suspeito de assassiná-la de forma violenta, foi preso pelo crime. A vítima, que sofria de autismo, estava desaparecida desde a última quinta-feira (13).

O delegado regional em Unaí, João Henrique Furtado de Oliveira, destaca que a vítima foi assassinada e teria sido também molestada sexualmente, sendo o corpo localizado com sinais de violência.

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O padrasto teria cometido o crime enquanto a mãe da menina de 6 anos estava hospitalizada à espera de um filho do casal. “Acreditamos, em um primeiro momento, e isso será esclarecido no inquérito, que ela [a mãe] não tinha conhecimento desses fatos. Inicialmente, não temos a informação de que ela era condizente com a situação e se isso acontecia há algum tempo”, observa a delegada.

O suspeito foi preso em flagrante e encaminhado à delegacia, onde foi ratificada a prisão e representada pela conversão em prisão temporária.

“Com ele preso, teremos mais facilidade para que as pessoas possam falar o que sabem. Elas demonstraram muito medo do investigado e isso estava atrapalhando as investigações”, afirma o delegado.

Histórico de crimes

A delegada Liliam Rodrigues, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Unaí, destaca que o investigado possui histórico criminal.

“Existe uma ocorrência de 2007 em que o investigado teria estuprado e matado a própria mãe”, afirma Liliam.

Na ocasião, o homem foi condenado pelo crime em São Francisco (MG) e, durante o cumprimento da pena, em saída temporária, ele teria abusado sexualmente de outra criança, de 3 anos, crime que também está sendo apurado.

As pessoas com grau moderado de autismo serão incluídas como público-alvo da vacinação contra Covid-19 em Salvador. O cadastramento começa nesta sexta-feira (30), através do site da Secretaria Municipal da Saúde (SMS) e, no sábado (1º), haverá um mutirão promovido pela Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA-BA) para diagnóstico e cadastro dos pacientes. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail contato@ ama-ba. org. br .

O preenchimento dos dados cadastrais deverá ser feito pelo médico que acompanha o paciente através do site www. comorbidades. saude. salvador. ba. gov. br .  O profissional de saúde deve entrar no link com os mesmos login e senha usados no Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) e prestar as informações. A etapa seguinte é inserir os dados pessoais do paciente e especificar o grau de autismo dele.

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A inclusão do grupo acontece após a provocação da Prefeitura junto à Comissão Intergestores Bipartite (CIB/BA), órgão regulador que já havia autorizado a imunização dos autistas com o nível mais severo do transtorno.

*Da assessoria 

Um jovem escritor pernambucano tem chamado atenção por abordar o autismo em suas publicações. Cícero Antônio da Silva Neto tem 24 anos, é de Garanhuns (PE) e tem autismo moderado. Em suas obras, ele aborda o universo de quem tem o diagnóstico e compartilha suas próprias vivências. Recentemente, ele lançou seu segundo livro, Família Autista, escrito com a ajuda de aplicativos que transformam sua voz em palavras. 

Cícero foi estudante da rede pública de ensino mas está há um ano sem ir à escola por conta da pandemia. Suas limitações de leitura e escrita, no entanto, não impediram que ele publicasse seu segundo livro, todo produzido com a ajuda de aplicativos que transformam voz em texto escrito. Em Família Autista, o autor fala sobre preconceito, discriminação e relata vivências de outras pessoas que têm o mesmo diagnóstico que ele. 

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O livro foi publicado pela Brilliant Mind e pode ser adquirido diretamente com Cícero, através de seu instagram @netosilva1504. Com a renda obtida através das vendas, o autor pretende publicar uma nova edição do título e, assim, espalhar ainda mais conhecimento acerca do universo do autismo. 

Uma estudante de Buritama, interior de São Paulo, com diagnóstico de autismo, conquistou o primeiro lugar no curso de Medicina da Universidade Federal de Jataí (UFJ) e compartilhou a notícia através de suas redes sociais. Rúbia Carolina Nobre Morais tem 30 anos e fez 920 pontos na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), conseguindo assim, a primeira colocação para o curso sonhado. Ela dedicou a conquista aos pais. 

Rúbia Carolina já é formada em odontologia mas largou a profissão por conta do autismo. Ela sofre com hipersensibilidade sensorial e não suportava os ruídos do consultório quando estava em atendimento. A ex-odontóloga então decidiu dedicar-se aos estudos novamente e chegou a vender crochê para custear um cursinho preparatório. O resultado foi uma pontuação de 920 na redação do Enem que lhe garantiu o primeiro lugar no curso de Medicina da UFJ.

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Em seu Instagram, Rúbia comemorou a conquista e a dedicou aos pais. Segundo ela, aceitar o diagnóstico de autismo foi um dos passos primordiais para que ela pudesse chegar onde sonhou. “É isso que acontece quando pais de autistas ACEITAM o diagnóstico de seus filhos. A gente cria asas e voa. Eu odeio abraços, mas minha mãe pediu e hoje eu deixei”. 

 

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Em virtude do agravamento da pandemia do novo coronavírus, governos ampliaram as medidas de restrição e adotaram lockdown em vários Estados brasileiros. Com a volta do pico da doença, isolamento social mais rigoroso e a paralisação das aulas presenciais, a situação das crianças autistas causa preocupação.

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Segundo Vanessa Mendes, terapeuta ocupacional da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE-PA) e mãe de um adolescente autista, os desafios enfrentados com relação ao ensino remoto e afastamento social são muitos. "Meu filho teve poucas dificuldades para aderir ao ensino remoto. Conversei e expliquei, de forma lúdica e de acordo com seu entendimento, sobre a pandemia e a necessidade de ficar em casa. Mas como os aparelhos eletrônicos são seu hiperfoco, ele tem certa dificuldade em manter sua atenção para a aula, necessitando do acompanhamento de um adulto", relatou.

O autismo, explicou Vanessa,  é um espectro. Portanto, observou, cada um possui um tipo de comportamento. "Uns conseguem acomodar melhor a mudança de rotina do que outros, uns aceitam melhor o celular ou computador do que outros, devido ao hiperfoco. Existem autistas que precisam se movimentar muito para se acalmarem, o que torna quase impossível a permanência na frente da tela. Diante da neurodiversidade que é o autismo, várias são as dificuldades que as famílias enfrentam", afirmou.

Para Marcela Castro, professora de linguagens e redação e também mãe de um adolescente autista, o isolamento social foi muito difícil. "Isso é a perspectiva da minha família. Como meu trabalho exige muita produção e correção, ele não consegue compreender que eu e o pai dele não estamos mais em casa para poder brincar com ele e sim para trabalharmos, ele associa o meu trabalho a sair de casa. Então isso foi muito difícil, ele inclusive chegou a regredir em algumas situações básicas do dia a dia", disse.

Marcela e Vanessa concordam sobre o problemas acarretados pela pandemia. "No meu caso, existem muitos desafios relacionados à adolescência do meu filho, como a explosão hormonal e crises de agressividade, tristeza e mudanças de humor, além de ter que manter a minha saúde mental, a do meu filho e a do meu marido também", falou Marcela.

Para Vanessa, as experiências variam muito com as características que cada autista possui. "Podemos citar a capacidade de manter as habilidades de convívio social, habilidade de conseguir se precaver do vírus, fazendo o uso do álcool em gel e da máscara (que pode ser difícil para alguns casos), adaptar-se a nova dinâmica de distanciamento e quebra de rotinas e compreender novas regras sociais e de evitar o contato físico", expôs.

A terapeuta indicou possíveis saídas para o problema durante o confinamento. "Fornecer atividades com mais estímulos visuais e motores para aqueles que necessitam de um dinâmica rica em experiências sensoriais para ter atenção, envio de material adaptado, manter, na medida do possível, a programação comum da criança, fazer videochamada para a pessoa ver familiares e amigos e ter momentos de brincar", concluiu Vanessa.

Na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), a aprovação de uma nova lei ampliou a atenção para pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TDA). A legislação pretende garantir assistência especializada e igualdade de direitos a pessoas autistas, no Pará.

Por Haroldo Pimentel e Roberta Cartágenes.

 

O Senado realizou nesta sexta-feira (9) sessão especial em homenagem ao Dia Mundial da Conscientização do Autismo, que foi celebrado no último dia 2. A sessão foi marcada por demandas pela expansão da rede de tratamento desse transtorno e pela defesa da importância do diagnóstico precoce

O senador Izalci Lucas (PSDB-DF), autor do requerimento para a realização da sessão, pediu mais consciência da sociedade para os efeitos do autismo, de modo que seus portadores possam ser diagnosticados corretamente. Ele citou estudos internacionais que indicam aumento da incidência de casos de autismo, ainda que não se conheçam as causas desse crescimento.

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"Uma explicação possível, e talvez mais plausível, para esse aumento é que o diagnóstico esteja se tornando mais preciso, e que uma atenção maior venha sendo dada às variedades de formas de comportamento do espectro autista", avaliou ele.

Izalci também cobrou planejamento e políticas públicas para “tirar o autismo da obscuridade”.

Fernando Cotta, diretor-presidente do Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab), cumprimentou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pela parceria que criou uma comissão específica para pessoas autistas. Ele defendeu a demanda pela contagem do número de autistas no Censo 2021.

"Não sabemos, até hoje, o número de pessoas autistas no Brasil. É uma questão que não tem partido político", declarou Cotta.

Por sua vez, Gabriel Barros Torquato, diretor de promoção do Moab, disse que os autistas têm recebido melhor tratamento da sociedade, mas que ainda é necessário “quebrar barreiras”. Ele destacou a importância do diagnóstico precoce, sem o qual muitas pessoas podem passar muito tempo sem entender sua condição.

"No meu caso, descobri muito tarde, aos treze anos. Há gente que descobre mais tarde ainda. Quanto mais cedo o diagnóstico, melhor", ressaltou Torquato.

Também autista, o estudante de direito Vinicius Henique Europeu Barbosa, de 17 anos, defendeu a proposta de implantação de Centros de Referência de Atendimento aos Autistas em todos os municípios. Ele lembrou que a terapia não é acessível a todos, principalmente devido a limitações financeiras, e deixou uma mensagem aos pais de autistas:

"Confiem no potencial do filho de vocês. Ele, como certeza, poderá chegar mais alto, ter ensino superior, ter sua independência financeira e civil".

Maria Leidismar Araújo, presidente da Associação Tudo Azul, afirmou que o diagnóstico precoce só é útil se for acompanhado de atendimento efetivo.

"As crianças precisam se desenvolver rapidamente para que se não tornem adultos com mais limitações. Precisamos de apoio de toda a sociedade", disse ela.

Gisele Cristine de Almeida Montenegro, presidente da Associação dos Amigos dos Autistas do Distrito Federal (AMA-DF), destacou a "luta diária" pelos direitos básicos dos autistas.

Marlla Mendes de Sousa, presidente da Comissão Especial de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo da OAB Nacional, destacou a necessidade de investimentos na ciência, acrescentando que “até para realizar investimentos públicos é preciso investir no que é cientificamente comprovado, para não se ter desperdício do erário”. Edilson Barbosa, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Autismo da OAB do Distrito Federal, cobrou o cumprimento das leis para dar qualidade de vida aos autistas e suas famílias.

Rafael Evangelista Ladeira, presidente da Aliança Verde, afirmou que metade dos associados aos grupos de apoio ao uso de derivados da cannabis para fins medicinais são autistas, mas, segundo ele, o preconceito e o lobby empresarial dificultam o acesso a esses medicamentos.

Senadores

O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) defendeu a “inclusão natural” dos autistas por meio de políticas públicas. No mesmo sentido, o senador Flávio Arns (Podemos-PR) cobrou o pleno cumprimento das leis brasileiras de apoio aos autistas.

"A Lei Brasileira de Inclusão poderia dar conta de tudo isso, mas o poder público ainda não teve sensibilidade e empatia para fazer isso acontecer e mudar a realidade", lamentou Arns.

Também participaram da sessão o senador Paulo Paim (PT-RS) e a senadora Zenaide Maia (Pros-RN).

Em 2007, a Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado anualmente em 2 de abril. Dez anos depois, com a Lei 13.652, de 2018, resultado de proposta do senador Flávio Arns, a data passou a ser oficialmente celebrada no Brasil. Em 2020, o Senado aprovou 18 de junho como o Dia Nacional do Orgulho Autista.

*Da Agência Senado

 

“Todo dia é dia de a gente se conscientizar sobre ser diferente, algo inerente à condição humana. O autismo é só mais uma das diferenças”, afirma a professora Mônica Costa, mãe do José Miguel, 5 anos, diagnosticado com Transtorno do Espectro Autista com 1 ano e meio de idade. Neste 2 de abril, Dia Mundial da Conscientização do Autismo, mães relatam como o isolamento social tem sido desafiador para esse grupo social, mas afirmam que também é possível mostrar avanços no desenvolvimento.

Mônica, que é doutoranda em Educação Inclusiva, diz que o começo foi mais difícil, pois Miguel tinha uma rotina muito movimentada, com as atividades terapêuticas e a escola. “A pessoa com autismo é extremamente apegada a rituais, rotinas. Aí houve essa ruptura. Isso trouxe para ele sofrimento, entrava em crise durante o dia, chorava, se desorganizava. O que tentei fazer foi manter os mesmos horários e ir promovendo ao longo do dia atividades que ele costumava fazer”.

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Os passeios de moto ao entardecer foram fundamentais para Anna Clara, 14 anos. “Ela gosta muito de andar de moto, então todo dia, no fim da tarde, a gente dava uma voltinha. Ela escolhia o caminho. Essa volta de moto era muito significativa, porque era o momento em que ela se soltava mesmo”, relata a mãe Laura Marsolla, também professora. Clara foi diagnosticada aos 7 anos com um grau leve do Espectro Autista. “Como é verbal, ela se comunica muito bem e ia dando dicas pra gente: estou com vontade disso, não quero aquilo.”

Karina Frizzi, psicóloga e analista do comportamento do Grupo Conduzir, clínica especializada, percebe que há muitos esforços dos pais nesse acompanhamento. “Os pais estão sempre preocupados em estimular os filhos, então acaba sendo uma carga grande, principalmente para as famílias que não tem um suporte”. 

Segundo dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção, dos Estados Unidos, existe hoje um caso de autismo a cada 59 crianças. Ainda de acordo com o centro, pessoas com transtornos no desenvolvimento cognitivo, independentemente da idade, têm risco maior de contágio pelo novo coronavírus. Além disso, se forem infectadas, podem apresentar formas mais agudas da doença. 

Avanços

Apesar de apresentar mais dificuldades na interação social, Mônica afirma que percebe ganhos importantes de Miguel na comunicação e em atividades cotidianas. “Como estou em casa, pude acompanhar mais de perto esse processo de desfralde, por exemplo. São ganhos que para alguns podem ser pequenos, mas para ele são muito significativos: uma comunicação mais eficiente e ganhos de habilidade da vida diária, como se alimentar sozinho, desfraldar e usar o banheiro”.

Com Anna Clara, a necessidade de estabelecer uma rotina com as aulas online contribuíram para avanços na autonomia e responsabilidade. “A gente fica muito feliz em ver o quanto ela foi treinada na resolução de problemas nesse período”, relata Laura. A mãe lembra que também percebe dificuldades resultantes da falta de interação. “Na escola, ela acompanha a turma, a linguagem do pessoal, então vai aprendendo junto com os pares. Ficando em casa, já não tem essa troca”. 

Diagnóstico

Por não se tratar de uma doença, mas de uma condição que tem relação com o desenvolvimento neural, tanto Mônica quanto Laura relatam dificuldades na definição do diagnóstico. “Essa busca não foi fácil. Ele era muito novo e também há essa cultura dos médicos de invalidar, deslegitimar a fala das mães, que por vezes dificulta o diagnóstico. Como o autismo é um conjunto de comportamentos, às vezes aqueles comportamentos não se manifestam no consultório do médico.”

O diagnóstico de Anna Clara, por sua vez, foi aos 7 anos. “Levamos em vários profissionais e eles diziam que viam algumas características que eram de autismo, mas ela tinha muita coisa que não era. Ela falava, conversava bastante, não tinha problema de pedir as coisas para os outros, olhava nos olhos, abraçava, era muito afetiva, então foi difícil fechar o diagnóstico”, lembra.

Desconhecimento

"A criança é mimada”, "A mãe não deu limite", "A criança faz birra e se joga no chão". Essas são alguma das frases e dos olhares condenatórios ao qual pais e responsáveis por pessoas com autismo precisam lidar. Por isso, informação é fundamental. As duas mães foram taxativas ao destacar a necessidade de mais conhecimento sobre essa condição na sociedade. 

“O autismo não determinará até onde ela vai chegar, ou deixar de chegar, são as condições, as possibilidades que são dadas a esse sujeito, as oportunidades sociais, escolares, de intervenções terapêuticas que vão fazer toda a diferença”, diz Mônica, acrescentando a necessidade de melhor acolhimento nos serviços de saúde. “Existem ações pontuais, mas é preciso uma política mais efetiva para garantir os direitos deles.”

“O desconhecimento do autismo era uma coisa que vivia em mim”, reconhece Laura. Ela conta que associava a condição às estereotipias, que são ações repetitivas ou ritualísticas vindas do movimento, da postura ou da fala. “Quando saiu o diagnóstico de que ela era autista, aí que nós fomos descobrir que existem muitas diferenças entre eles. E que ela é sim autista, e tudo bem.”

Atendimento

Na capital paulista, o atendimento a pessoas com autismo é feito por unidades básicas de Saúde (UBS), por centros especializados em Reabilitação (CER) e centros de Atenção Psicossocial (CAPS). “O trabalho dos CAPS consiste no serviço de apoio e subsídio ao processo diagnóstico, à articulação de serviços de saúde, ao apoio às equipes que trabalham em rede, acompanhamento direto das situações de gravidade e corresponsabilidade na atenção às urgências.”

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