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Uma entidade terapêutica em Petrolina, no Sertão do estado, foi interditada, na última terça-feira (17), por meio de uma ação civil pública movida pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), informou o órgão nesta quinta-feira (19). A diretoria do Centro de Recuperação Evangélicos Livres para Servir (CRELPS) foi demovida e a prefeitura da cidade se tornou encarregada de gerenciar e nomear um interventor. 

No local foram resgatadas 59 mulheres, sendo 32 idosas em situação de abandono e outras 27 com quadro de doenças mentais, depressão, dependência química e alcoólica. As pacientes estão sendo acompanhadas por órgãos de assistência social e de saúde do município para avaliar e encaminhá-las para a desinstitucionalização, processo de reinserção ao convívio familiar e em sociedade. 

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Os peritos também encontraram verduras e frutas em estado de putrefação, e medicamentos armazenados sem receituário nem documento para atestar as compras. Algumas receitas foram encontradas, sendo todas datadas do mesmo dia, e com os mesmos medicamentos prescritos. 

Segundo as promotoras da 3ª e 4ª Promotorias de Justiça da Cidadania, o contato com as famílias foi rápido e eficaz.

“A única coisa que elas queriam era falar com a família. E quando os familiares entenderam que elas estavam no lugar errado, de pronto, foram buscá-las. Ao contrário do que se propagou, lá estava sendo tirada a liberdade dessas internas, todas foram ouvidas com muito cuidado e elencaram uma série de situações”, afirmaram. 

Extorsão e trabalho análogo à escravidão 

As promotoras relataram ainda que familiares das internas teriam sido procurados pela antiga proprietária da Casa para pagamentos de valores de débitos inexistentes.

“Muitas dessas mulheres podem ter sido lesadas no que diz respeito a empréstimos, a compras realizadas com os cartões delas. Vários foram apreendidos e já estão com a polícia para investigação”, informaram. 

As apurações ainda levantam a suspeita de trabalho análogo à escravidão no local, devido à falta de documentação e contratos trabalhistas por parte das funcionárias. Também foi constatado que muitas das pessoas que trabalhavam no espaço eram ex-internas que nunca saíram de lá depois da alta clínica.

“Não há nenhum registro em carteira de trabalho, e os contratos que o interventor encontrou foram assinados em 2 de setembro deste ano, após as inspeções e interdições”, destacaram as Promotoras. 

A fiscalização do CRELPS começou ainda em 2020, quando foi instaurado procedimento investigatório. Desde então foram levantados problemas de gestão do espaço, e as investigações já apontaram casos de violência psicológica, agressões físicas, injeções sedativas, trancafiamento de pacientes, corte do contato com familiares, retenção de objetos pessoais e falta de itens de higiene pessoal básica. 

Histórico 

A primeira interdição do local foi feita em outubro de 2021, tendo como premissa principal a proibição da entrada de novas internas. Em novembro de 2022, um reforço de alerta foi feito pela Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa), pelos riscos ao qual as internas estavam expostas. As ações mais enfáticas foram realizadas apenas a partir de setembro de 2023, quando a gestão do local foi transferida para a prefeitura de Petrolina, e a interdição total foi feita.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) incentiva, por meio de campanha virtual, a população ir às urnas no próximo domingo (1º) para escolher os novos membros do Conselho Tutelar em cada município do estado. O processo de escolha acontece em todo o território nacional, sendo utilizadas, pela primeira vez, as urnas eletrônicas, cedidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Os conselheiros tutelares são responsáveis por defender e garantir os direitos das crianças e adolescentes, seguindo as diretrizes instituídas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). A votação é facultativa, e podem participar todos os eleitores regulares. O mandato dos candidatos eleitos é de quatro anos de duração, e são escolhidos até cinco membros em cada Conselho Tutelar. 

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Além do MPPE, políticos foram às redes sociais estimular a população a participar do processo de escolha dos conselheiros tutelares, como o deputado estadual João Paulo (PT), que manifestou seu apoio ao voto consciente. Segundo o parlamentar, “as atenções se voltam para a possibilidade de a extrema direita conseguir eleger pessoas que representam um retrocesso nas conquistas do próprio Estatuto da Criança e do Adolescente”. Sem citar nomes, ele ressaltou a importância de votar em pessoas “verdadeiramente comprometidas com a proteção e cuidados com a infância e adolescência em nossas cidades e o respeito às leis”. 

Convocação nacional 

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, realizou, nesta quinta-feira (28), uma convocação simbólica nas redes sociais, incentivando a população a participar da votação, como parte fundamental dos processos de cuidados das crianças e adolescentes.  

"Não se trata de uma ocasião trivial. Trata-se de garantir que nós vamos participar democraticamente da eleição das pessoas que vão cuidar da vida de crianças e adolescentes, especialmente aquelas que não contam com o amparo de uma família, não contam com o abraço e o sustento de um pai ou de uma mãe”, afirmou o chefe da pasta. 

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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou ao Grande Recife Consórcio de Transportes (GRCT) que retire das linhas de ônibus as catracas duplas (ou catracas elevadas), implementadas de forma gradual nos veículos da região metropolitana desde 2022. A recomendação é do promotor Leonardo Brito José, da Justiça de Defesa da Cidadania do Recife, e consta no Diário Oficial do MPPE desta quinta-feira (28). 

Na justificativa, a promotoria cita aspectos técnicos e sociais da improcedência na instalação das catracas. Leonardo José cita o incidente ocorrido no dia 18 de setembro, com uma usuária da linha 604 - TI Macaxeira/Alto do Burity. A mulher ficou com a cabeça presa ao tentar passar pelo novo modelo de catraca e o vídeo do incidente viralizou nas redes locais. "[Ela foi] submetida a situação vexatória e teve sua integridade física posta em risco", argumenta o promotor. 

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O documento ressalta as exigências de acessibilidade para o transporte público, em respeito à Política Nacional de Mobilidade Urbana, e o cumprimento dos requisitos da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O promotor destaca que as mudanças para “evasão de receita” não podem “penalizar” os usuários. 

"As informações dão conta que as catracas elevadas estariam causando transtornos aos usuários, havendo relatos de constrangimentos e dificuldades para conseguir passar pelo dispositivo, principalmente quem carrega bolsas, mochilas e embalagens; [...] o CTM não demonstrou que as catracas elevadas, instaladas em caráter experimental, nos ônibus da RMR, estão em conformidade com as normas técnicas brasileiras designadamente a ABNT NBR 15570". 

O MPPE recomenda ainda que o Grande Recife determine às concessionárias e permissionárias do transporte público a suspensão da operação com catracas duplas em até 10 dias; que submeta comprovação do cumprimento das normas da ABNT; e que divulgue a recomendação e dê retorno por escrito em até cinco dias. Caso o consórcio não acate a recomendação, o MPPE tomará medidas legais para o cumprimento das normas.

A Frente de Luta pelo Transporte Público (FLTP) entrou com uma representação, na última quarta-feira (23), junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE), contra o Governo de Pernambuco, devido a irregularidades constatadas no sistema de transporte coletivo no estado, como a não convocação do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM). O órgão deve ser convocado a cada dois meses para debater com o governo ações para melhorar o transporte público. 

A ação foi impetrada pelo advogado Pedro Josephi, que apresentou a denúncia ao Procurador Geral de Justiça do MPPE, Marcos Carvalho. Segundo Josephi, a falta de comunicação do CSTM com a gestão atual, encabeçada pela governadora Raquel Lyra (PSDB), tem dificultado o acompanhamento e tratamento de problemas, no âmbito do Sistema de Transporte da Região Metropolitana do Recife (STTP/RMR).

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“A Lei determina que o Conselho se reúna no mínimo a cada 2 meses, mas já se passaram 8 meses, e o que aparenta é um completo desgoverno no setor. Não se sabe até agora quais são as diretrizes, planos, metas ou propostas do novo governo para o transporte, e a população está sendo impedida de exercer a fiscalização e o controle social”, afirmou o advogado. 

Ainda de acordo com o texto da representação protocolada junto ao MPPE, a licitação das linhas de ônibus, datada de 2013, nunca chegou a ser concluída. Apenas os contratos relativos ao BRT (corredores Leste-Oeste e Norte-Sul – lotes 1 e 2) foram assinados à época, permanecendo toda a maior parte do STTP/RMR (lotes 3, 4, 5, 6 e 7) funcionando a título precário de permissão, sem segurança jurídica para o usuário.

O documento aponta também que o Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação (SIMOP) do STTP que permitiria, entre outras coisas, o acesso dos usuários em tempo real aos horários/itinerários dos ônibus por meio de aplicativos e painéis, licitado no valor de R$ 40 milhões, também não foi lançado, mesmo já tendo ocorrido diversos pagamentos para a empresa vencedora da licitação. 

A denúncia assevera também que, durante toda a existência do Grande Recife (criado em 2007), nunca foram feitas pesquisas de avaliação e controle de qualidade do Sistema de Transporte ou ainda foram levadas em consideração as reclamações dos serviços prestados pelas operadoras, tais como, ônibus quebrados, veículos avariados e insuficientes, viagens roubadas, queimas de parada, falta de urbanidade no tratamento com idosos, mal atendimento, não funcionamento dos equipamentos para a pessoa com deficiência e dos aparelhos de ar-condicionado, desrespeito aos itinerários e horários previstos, entre outros problemas verificados. 

O Tribunal de Contas do Estado identificou, após representações da Frente de Luta pelo Transporte Público, na Auditoria Especial, indícios de esvaziamento das competências do Consórcio Grande Recife (CTM) e determinou que o controle da bilhetagem eletrônica (valor arrecadado com as passagens), antes nas mãos da Urbana-PE, o sindicato das empresas, retornasse para o Estado de Pernambuco. 

O LeiaJá procurou o governo de Pernambuco na espera de algum posicionamento sobre o assunto, mas não houve resposta até o encerramento da matéria. 

*Com informações da assessoria

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) confirmou nesta quarta-feira (19), que a Promotoria de Justiça de Fernando de Noronha instaurou procedimento para investigar possíveis danos causados pela Gol Linhas Aéreas aos seus clientes que estão na ilha.

Uma restrição operacional na pista de pouso do aeroporto de Noronha, determinada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), em 12 de outubro deste ano, proibiu o pouso de aeronaves com motores a reação, chamados de turbojatos, por causa das condições da pista do aeroporto. 

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Não estão incluídos nessa restrição as aeronaves turboélice como os modelos ATR72 e Caravan. A medida deve-se à verificação de risco à segurança das operações, dos passageiros e tripulantes e será mantida até que o operador aeroportuário demonstre o cumprimento das determinações definidas pela Agência no âmbito dos requisitos de segurança operacional, como manutenção, operações aeroportuárias e resposta à emergência.

A Anac entrou em contato com as empresas aéreas que operam no aeroporto, para que fosse apresentado um plano de contingência para atendimento dos passageiros que tiveram voos cancelados em decorrência da medida. Inclusive, os viajantes que tiveram os voos afetados devem ser comunicados pelas empresas aéreas com antecedência mínima de 72 horas. No caso de alterações superiores a 30 minutos e cancelamentos, o passageiro poderá escolher entre reacomodação em outro voo ou reembolso integral do valor do bilhete aéreo.

O reembolso deve ser realizado em até 7 dias, contados da solicitação do passageiro, e deve observar os meios de pagamento utilizados na compra da passagem aérea. Caso o passageiro concorde, o reembolso também pode ser feito na forma de créditos para a aquisição de uma nova passagem aérea.

Se o viajante não for informado e comparecer ao aeroporto, tomando conhecimento da alteração somente no local, a empresa aérea também deverá oferecer as alternativas de reembolso integral e reacomodação, além de assistência material.

O promotor de Justiça Ivo Pereira de Lima apontou em ofício que notícias estão dando conta de que a Gol estaria deixando os seus clientes sem assistência. "Determino que a empresa, no prazo de 24 horas, tome as providências devidas no sentido de disponibilizar transporte para os clientes atualmente no arquipélago de Fernando de Noronha, não olvidando das demais providências para aqueles que quiserem e/ou puderem permanecer fora de suas residências", destacou.

O ofício do promotor foi enviado para a gerência do escritório da Gol em Fernando de Noronha na última terça-feira (18). O LeiaJá solicitou posicionamento da empresa, que confirmou ter sido notificada, mas que só se manifestará nos autos.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) publicou, no seu Diário Oficial desta quinta (02), uma recomendação ao prefeito de Olinda, Professor Lupércio (Solidariedade). Segundo a publicação, o gestor do município deve cancelar os festejos juninos de 2022 em virtude das fortes chuvas que deixaram inúmeros desabrigados e vítimas fatais na cidade. 

Na recomendação, o MPPE menciona o decreto baixado em Olinda que estabelece "situação de emergência" na cidade após os temporais. Além disso, o texto diz que "o município necessitará fazer um aporte de recursos públicos considerável para socorrer a população atingida". A prefeitura tem cinco dias úteis para emitir alguma resposta à solicitação. 

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No ano de 2019, Olinda decidiu cancelar seu São João, também por motivo de chuvas. À época, a gestão municipal informou que os recursos da festa seriam usados para limpeza de canais e prevenção nas áreas de risco. O LeiaJá procurou a prefeitura olindense para saber se já há definição para as festividades de 2022, porém, não recebeu resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue em aberto.

Após atuação do Ministério Público Federal (MPF) em Pernambuco (PE), a Justiça Federal tornou definitiva a condenação da ex-prefeita de Pombos, na Zona da Mata pernambucana, Cleide Jane Sudário Oliveira, por desvio de recursos originários do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Com o trânsito em julgado do processo, não cabe mais recurso. Após a denúncia do MPF, Cleide Jane Sudário foi condenada pela Justiça a seis anos de reclusão em regime semiaberto, bem como ao ressarcimento do dano causado à União – o prejuízo aos cofres públicos foi de R$ 289 mil. Ela também ficará inabilitada para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos.

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Na última quinta-feira (19), o Ministério Público Federal encaminhou, à Justiça Federal, um requerimento para que sejam adotadas as medidas previstas na sentença condenatória e para a execução penal da decisão.

Cleide Jane, conhecida como Jane Povão, chegou a interpor recurso em março, que não foi aceito pela Justiça por ter sido apresentado após o prazo previsto pelo Código de Processo Penal.

As investigações apontam que, entre 2010 e 2012, a ex-prefeita desviou e se apropriou de verbas federais do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), no âmbito de convênio entre o município e o MDS. O MPF detalha que a fraude era praticada mediante a retenção de parte da remuneração das monitoras do programa, que eram ameaçadas de demissão caso não concordassem com a prática. 

Em 2017, o órgão federal já havia conseguido a condenação de Cleide Jane por desvio de recursos federais provenientes do MDS. Em valores de agosto de 2014, o montante desviado chegou a quase R$ 173 mil. A pena determinada pela Justiça foi de oito anos e quatro meses de reclusão em regime fechado.

No Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), a ré teve negado recurso que havia apresentado para reverter essa condenação na 1ª instância. Novo recurso foi então interposto por Cleide Jane ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), ainda não julgado. O MPF defende a não procedência desse recurso, com base na jurisprudência que veda ao STJ fazer novo exame detalhado das provas já feito pela Justiça.

Conforme argumentação do MPF no processo, o Tribunal Regional Federal da 5.ª Região (TRF5), já deixou claro em seu veredito que “há nos autos prova suficiente da prática dos ilícitos penais”. Cleide Jane Sudário ainda é ré em outras seis ações penais que tramitam na Justiça Federal. Em duas delas, já foram proferidas sentenças condenando a ex-prefeita em 1ª instância.

*Com informações do Ministério Público Federal

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) instaurou, na última quinta-feira (19), um procedimento administrativo para acompanhar as ações da prefeitura do Recife para garantir o direito social à moradia das famílias atingidas pelo incêndio nas palafitas do Pina, na Zona Sul da capital pernambucana.

O MPPE determinou que a Secretaria de Política Urbana e Licenciamento do Recife (SEPUL) encaminhe, no prazo de 10 dias, a ata da reunião realizada no dia 12 de março desde ano, na sede da prefeitura, entre o Executivo municipal e os moradores da área afetada, o "Beco do Sururu". Neste dia, foi deliberado a indenização aos desabrigados no valor de R$ 1.500 e concessão do auxílio-moradia, no valor de R$ 200.

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O ministério também quer o cadastro socioeconômico, contendo todas as famílias que serão removidas da localidade atingida pelo incêndio, com o indicativo do tipo de moradia (palafita ou alvenaria) e respectivas indenizações.

A prefeitura do Recife também deve apresentar informações acerca da existência de estudo ou projeto que visam uma destinação social a ser dada ao local após a desocupação das palafitas e das moradias em alvenaria ainda existentes na área afetada. 

Uma relação dos moradores que serão contemplados com unidades habitacionais em algum dos conjuntos atualmente em construção na cidade do Recife, bem como se existem ações voltadas para uma solução habitacional definitiva para as demais famílias retiradas do local também estão entre as solicitações do MPPE.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) expediu ofício à Diretoria do Hospital da Restauração, na última segunda-feira (16), pedindo cópia do parecer técnico sobre o risco de novos desabamentos no setor laranja da unidade e informações sobre a realização de manutenção predial.

O órgão também quer uma comprovação da existência da rotina de manutenção do local. O HR tem 10 dias para o envio dos documentos. Foram requeridas ainda informações sobre a realização de inspeções periódicas na unidade pelo Corpo de Bombeiros da Polícia Militar de Pernambuco, bem como a existência de atestado de regularidade do imóvel, emitido pela corporação (inclusive sua validade).

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À Diretoria do HR ainda foi solicitado informar sobre as providências adotadas pela Secretaria Estadual de Saúde (SES) após o incidente ocorrido no dia dois de maio deste ano, com o repasse de recursos para realização de serviços urgentes no imóvel hospitalar, com a indicação do montante e as obras previstas; bem como informar sobre o plano de investimento da SES no HR, na ordem de 24 milhões de reais, abarcando a aquisição de equipamentos e a reforma da estrutura interna e externa da unidade, noticiado pela pasta estadual de saúde ao MPPE, na audiência do dia 12 de maio.

O Ministério Público de Pernambuco aponta que a audiência foi realizada com o objetivo de apurar a grave situação de superlotação das unidades da rede estadual de saúde, em especial o Hospital da Restauração. 

Ficou deliberado que a SES/PE deve a encaminhar, no prazo de 10 dias: documentação referente a não utilização dos 50 leitos do IMIP que serviam de retaguarda em neurologia para o HR antes da pandemia, indicando a destinação de tais leitos; documentação formal comprobatória a respeito do processo de incorporação do Hospital Alfa Boa Viagem à rede estadual de saúde, com fixação de etapas e prazos; e detalhamento das ações para abertura de leitos de retaguarda e mutirões de cirurgia, com os respectivos quantitativos, unidades de saúde, especialidades e prazos.

A SES também deverá informar no mesmo prazo sobre o detalhamento do edital para contratualização de 320 leitos de retaguarda em neurologia, com a indicação da quantidade de leitos já contratada, dos tipos de leitos e em quais unidades de saúde foram abertos; bem como encaminhar cópia do contrato de gestão celebrado entre a SES/PE e a Fundação Prof. Martiniano Fernandes, referente ao Hospital de Retaguarda em Neurologia; e, por fim, apresentar a produção atual em neurocirurgia do Hospital Regional do Agreste, Hospital Getúlio Vargas e Hospital das Clínicas (UFPE).

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) lançou, nesta terça-feira (17) o hotsite do Núcleo de Direitos LGBT (NDLGBT), órgão institucional dedicado à defesa das minorias de gênero e sexualidade. O novo recurso é vinculado ao Centro de Apoio de Operações de Defesa da Cidadania (CAO Cidadania), possui coordenação própria e deve atualizar a população sobre as ações das Promotorias de Justiça. 

No espaço virtual encontram-se publicadas peças judiciais relativas a processos de ação civil pública ou ação penal que versam sobre a defesa direta dos direitos, individuais ou transindividuais, de pessoas que enfrentam problemas com o exercício da livre orientação sexual e expressão de gênero. No hotsite também estão catalogadas leis, decretos, pareceres, portarias e resoluções em defesa da população LGBT, sejam nacionais, estaduais, municipais e até internacionais. 

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Ainda é possível encontrar na publicação órgãos governamentais e entidades da sociedade civil, que atuam em todo o território nacional, dedicados a acompanhar o ritmo da violência contra as pessoas LGBT e que promovem igualdade e do gênero, seja na iniciativa legislativa ou executiva. 

Usuários também podem obter mais informações sobre a campanha Jogo Aberto Contra o Preconceito, um trabalho conjunto do Núcleo de Direitos LGBT com o GT Racismo e o Núcleo de Apoio à Mulher do MPPE, para conscientizar as torcidas de futebol pernambucanas sobre misoginia, racismo e LGBTfobia. Uma iniciativa baseada na Lei Estadual nº 17.522/22, que impõe multas àqueles que realizam essas condutas nos estádios. 

O hotsite funcionará com acesso irrestrito e será alimentado periodicamente, contando com a contribuição de órgãos como Defensoria Pública, OAB e outros ramos do MP brasileiro, que podem encaminhar peças e denúncias através do e-mail ndlgbt@mppe.mp.br. Para acessar clique no link http://nucleodedireitoslgbt.mppe.mp.br.   

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O Centro de Apoio Operacional de Defesa do Direito Humano à Educação (CAO Educação), do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), divulgou uma nota à sociedade devido à recorrência de denúncias de estabelecimentos de ensino que negam vagas a estudantes com deficiência, inclusive os que apresentam transtorno de espectro autista.  

Tendo a data 2 de abril como o Dia Mundial de Conscientização Sobre o Autismo, a nota, assinada pelo coordenador do CAO Educação, Sérgio Souto, lembra que o MPPE é defensor dos direitos sociais e da ordem jurídica e, assim, reforça o dever de inclusão do público da educação especial na rede regular de ensino, tanto pelas escolas públicas quanto particulares, sem admissão de qualquer ordem de restrição.

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Segundo o CAO Educação, estima-se que o número de recusas seja muito maior do que a quantidade de notícias recebidas pelas Promotorias de Justiça, "uma vez que são tantos os desafios enfrentados pelos responsáveis legais de crianças e adolescentes com deficiência que, muitas vezes, não encontram força para formalizar a denúncia".

Também é citado que a Constituição Federal assegura à criança e ao adolescente, com deficiência ou não o acesso ao ensino regular, a garantia de padrão de qualidade e observância das normas gerais da educação nacional na rede de ensino pública ou privada; sendo vedada qualquer forma de discriminação, além de assegurar o atendimento educacional especializado (AEE) no contraturno ao aluno com deficiência, na própria rede regular de ensino, prioritariamente.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), inclusive, reforça a garantia, com absoluta prioridade, a qualquer infante, com ou sem deficiência, o direito à educação, à dignidade e ao convívio comunitário, além da oferta do AEE nas próprias escolas comuns, preferencialmente.

Entre outras legislações, a nota destaca a Lei Federal nº 12.764/2012, que versa sobre a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, determina que “A pessoa com transtorno do espectro autista é considerada pessoa com deficiência, para todos os efeitos legais”, de modo que a recusa de matrícula do estudante em razão do TEA enquadra-se no crime previsto no Art. 8º, da Lei nº 7.853/1989.  

O documento ainda ressalta que é impossível a fixação de percentuais máximos de estudantes com deficiência por turma, pois as legislações impedem qualquer limitador quantitativo ao acesso e à permanência dos estudantes com deficiência em sala de aula no ensino regular.

"Também convém destacar que qualquer escola, pública ou particular, tem o dever de garantir profissional habilitado para prestar suporte pedagógico ao estudante com autismo em sala de aula comum, sempre que demonstrada essa necessidade, nos termos do Art. 3º, parágrafo único, da Lei nº 12. 764/2012, que institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista, sem cobrança de valor adicional", afirma o CAO Educação.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) protocolou pedido para recorrer da duração da pena sancionada ao condutor João Victor Ribeiro de Oliveira Leal, de 29 anos, condenado no Caso da Tamarineira. A manifestação se deu através da promotora de Justiça Eliane Gaia, que compôs a mesa de acusação durante o júri popular, encerrado na noite da quinta-feira (17). A apelação da acusação será analisada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). 

Para a denunciante, a pena é insuficiente e o MPPE havia projetado um tempo de prisão maior. "Em vista do que foi apresentado e com base no cálculo que fizemos, acreditávamos que a pena seria maior do que 30 anos. Vamos reunir as apelações e apresentar ao tribunal para garantir o pedido. Tudo que nós pedimos foi reconhecido na sua inteireza. Estamos satisfeitos com a justiça feita", disse Eliane Gaia, que com “inteireza” reforçou a argumentação em júri, de que a gravidade do crime exige uma reclusão maior, mas que não discorda da apuração.

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João Victor foi condenado a 29 anos, quatro meses e 24 dias de reclusão em regime inicialmente fechado, pelos crimes de triplo homicídio duplamente qualificado e duas tentativas de homicídio. Ele é o responsável pela colisão de trânsito que matou três pessoas e deixou mais duas feridas, em novembro de 2017, e estava preso desde o ocorrido, há quatro anos e quatro meses.   

O caso ficou conhecido como ‘Tragédia da Tamarineira’, pois o sinistro de trânsito aconteceu no bairro homônimo, na Zona Norte do Recife. À ocasião, o condenado estava sob efeito de álcool e cocaína, além de ter sido visto pilotando o veículo em alta velocidade momentos antes da colisão. No momento da tragédia, ele pilotava o carro acima dos 100 quilômetros por hora, em um cruzamento com limite de velocidade de 60 quilômetros, de acordo com a perícia. 

Confira mais detalhes do julgamento:  

--> João Victor é condenado a 29 anos e 4 meses de prisão 

--> Promotora sobre réu: 'Ele dirigia bêbado, avançava sinais' 

Diante do aumento do número de casos positivos da Covid-19, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recomendou que a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) adote, com urgência, as medidas necessárias para reavaliar o Plano de Convivência vigente no Estado.

Conforme recomendação, o órgão deverá tomar providências de forma a não permitir aglomeração de pessoas, seja em estabelecimentos comerciais, eventos sociais e culturais, adotando, se for o caso, medidas restritivas mais severas do que as atualmente permitidas.

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Segundo o MPPE, essas medidas mais duras devem ser aplicadas em Pernambuco enquanto durar o atual cenário epidemiológico de elevação exponencial do número de casos diários de Covid-19 e da taxa de ocupação de leitos de enfermaria e UTI no Estado.

“No atual momento de recrudescimento dos índices da Covid-19 no Estado, com elevação do número de casos positivos e, consequentemente, de óbitos pela doença, há grave risco à saúde pública gerado também pela permissão da realização de grandes eventos sociais, culturais e festivos”, destacaram as promotoras de Justiça Helena Capela e Eleonora Marise Rodrigues, no texto da recomendação.

Foi requisitado ainda que Secretaria Estadual de Saúde informe às Promotorias de Saúde, no prazo de cinco dias: o número de testes de Covid-19 realizado diariamente em cada Centro de Testagem e demais locais da Administração Pública, indicando o percentual de testes positivos; se os testes de Covid-19 realizados por laboratórios privados e farmácias estão sendo computados nas estatísticas oficiais; e o número de leitos de UTI e de enfermaria SRAG adulto e pediátrico atualmente em funcionamento e as unidades de saúde onde estão localizados.

O documento foi entregue ao secretário Estadual de Saúde, André Longo, durante audiência virtual realizada na última terça-feira (1º), a partir da qual foi dado um prazo de 72 horas para que a Secretaria informasse sobre o acatamento ou não dos termos da recomendação.

No prazo de 15 dias, a SES deverá proceder a nova avaliação do cenário epidemiológico em razão do comportamento dinâmico da pandemia, a fim de manter, ampliar ou restringir as medidas adotadas em razão da recomendação.

A 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife, encaminhou à Justiça três denúncias em desfavor do pastor Aijalon Berto Florêncio, acusado de praticar e incitar discriminação de cunho racial e religioso contra seguidores de religiões de matriz africana; bem como por praticar injúria racial e transfobia contra indivíduos por meio do uso de redes sociais.

Os crimes foram cometidos por ele entre os meses de fevereiro e julho de 2021, quando Florêncio publicou vídeos no Instagram com discursos que ferem a liberdade de prática religiosa e a dignidade da coletividade.

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Segundo a assessoria do Ministério Público de Pernambuco, as três denúncias já foram recebidas pela Vara Criminal da Comarca de Igarassu, onde passaram a tramitar as ações penais descritas abaixo.

"O acusado atingiu a coletividade por meio do discurso de ódio fincado em preconceito à religião de origem africana, extrapolando, portanto, o direito ao proselitismo de sua crença ou à liberdade de expressão. Além disso, praticou o ato em rede social de elevado e indeterminado alcance, circunstância que agrava e qualifica a conduta", apontou o promotor de Justiça José da Costa Soares no texto da denúncia.

Nos vídeos em questão, o pastor evangélico associa conceitos como "feitiçaria" e "entidades satânicas" às pinturas de painéis alusivos à religiosidade afro-brasileira no Túnel da Abolição, no Recife.

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Entre as denúncias, o MPPE pede que a Justiça determine ao denunciado a obrigação de remover o vídeo objeto da denúncia e que decrete reparação de danos morais coletivos de pelo menos R$ 100 mil, com a destinação dos valores à produção e divulgação de material educativo voltado ao enfrentamento da intolerância contra religiões afro-brasileiras.

Sobre o caso

Em um vídeo publicado no Instagram, Aijalon Heleno Berto Florêncio critica um painel artístico pintado no Túnel da Abolição, no bairro da Madalena, Zona Oeste do Recife, dizendo se tratar de "reverência a entidades satânicas".

"Esse painel, na verdade, representa um ponto de contato com forças místicas intrinsecamente ligadas à feitiçaria, entidades reverenciadas nos terreiros, no Candomblé. Esse painel aí é, nada mais, nada menos, do que uma reverência a entidades malignas, satânicas, espíritos das trevas, à luz da palavra de Deus. Você precisa entender que essa palavra bonita ‘retorno à ancestralidade’ é, nada mais, nada menos, do que uma redescoberta dos poderes místicos das trevas que energizam o Candomblé, a umbanda e as religiões de matrizes afro", disse o religioso.

O vídeo gerou uma série de notas e manifestações de repúdio por parte de coletivos, terreiros, artistas e praticantes e não praticantes de cultos de matriz africana.

Logo após ser comunicado pela Polícia Civil de Pernambuco sobre a identificação de um suspeito de matar a menina Beatriz Mota com base em testes genéticos, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) requisitou providências imediatas para assegurar a ouvida do suspeito, a proteção à sua integridade física e a realização de novas perícias complementares. 

As informações foram detalhadas pela promotora de Justiça Angela Cruz, coordenadora do Grupo de Atuação Conjunta Especial (GACE) que acompanha o caso e do Centro de Apoio Operacional Criminal (CAO Criminal), durante coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (12), na sede da Secretaria Estadual de Defesa Social (SDS).

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"Assim que tivemos conhecimento de que um suspeito havia sido identificado pelo perfil genético, que é uma prova técnica relevante, entramos em contato com os delegados responsáveis pela investigação. Ainda ontem (11) delegados gravaram o depoimento do homem, ao qual já tivemos acesso. 

O Ministério Público está devolvendo o inquérito à Polícia Civil, para que sejam juntadas mais informações. Sabemos que a Polícia fará o trabalho requisitado de forma responsável, com foco na apuração dos fatos. E ao receber o relatório final da investigação, o MPPE vai analisar o inquérito e apresentar, no tempo devido, a sua manifestação", destacou Angela Cruz.

A coordenadora ressaltou ainda que o GACE está analisando minuciosamente os 24 volumes do inquérito policial a fim de compreender não apenas o crime, mas também as circunstâncias correlatas, com base em evidências científicas robustas que permitam a realização da persecução penal e uma eventual condenação perante o Tribunal do Júri.

Já o secretário de Defesa Social, Humberto Freite, descreveu na coletiva o trabalho pericial desempenhado pela Polícia Científica para chegar ao resultado técnico que apontou o autor do crime, um homem que já cumpre pena no sistema prisional de Pernambuco pela prática de estupro de vulnerável. Ele informou que, apesar do importante passo que foi a identificação do suspeito, as investigações continuam.

"Reafirmei ao procurador-geral o nosso compromisso de remeter todos os documentos e diligências requisitados pelo MPPE. A prova científica e a confissão do acusado permitiram o indiciamento, mas vamos prosseguir trabalhando em conjunto com a Instituição", assegurou Freire.

O secretário de Defesa Social e a promotora de Justiça Angela Cruz se reuniram com os pais de Beatriz, Lucia Mota e Sandro da Silva, pouco antes da coletiva de imprensa.

*Da assessoria

Na Operação Game Over, deflagrada nesta terça-feira (21), a Polícia Civil de Pernambuco cumpriu 17 mandados de Busca e Apreensão em desfavor de oito empresas e seis pessoas que seriam integrantes de uma organização criminosa que explora loterias eletrônicas, jogos de azar e bancas de apostas.

As buscas ocorreram nas cidades de Taquaritinga do Norte, Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Vitória de Santo Antão. Sem dizer o valor exato, a Civil diz que uma vultuosa quantia em dinheiro foi apreendida, além de armas e outros materiais. 

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Segundo investigação do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que teve início em 2018, o esquema ilícito foi montado a partir da criação de uma plataforma para exploração de apostas em resultados de jogos de futebol denominado “MARJOSPORTS”, proporcionando ao proprietário e demais investigados ganhos milionários.

Esses recursos ilícitos foram convertidos em ativos imobiliários e na criação de outras empresas a partir dos lucros conquistados ilicitamente. A Civil confirma que essas conversões tinham como finalidade lavar o dinheiro para que conseguissem a "aparência de legalidade".

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) aponta que houve uma movimentação superior a 400 milhões de reais nos últimos cinco anos por meio de várias empresas que deram início a suas atividades bancárias sem possuírem patrimônio anterior declarado.

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) protocolou suas alegações finais na ação que julga Sari Corte Real na 1ª Vara dos Crimes Contra Criança e Adolescente da Capital. Na manifestação, o MPPE pede a condenação da ré pelo crime de abandono de incapaz, qualificado pelo resultado morte. 

Sari foi acusada pelo Ministério Público de abandono de incapaz quando, no dia dois de junho de 2020, deixou o menino Miguel Otávio, de apenas 5 anos, sozinho no elevador do edifício Pier Maurício de Nassau, na área central do Recife, fato que levou a sua morte. 

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Na manifestação, o Ministério Público pede a condenação pelo crime de abandono de incapaz, qualificado pelo resultado morte. O Promotor de Justiça entendeu ainda que existem circunstâncias agravantes, pelo fato de o crime ter sido cometido em momento de calamidade pública. 

No dia dos fatos, a creche de Miguel estava fechada em razão da pandemia e sua mãe, Mirtes Renata, não teve escolha senão levá-lo à casa de Sari, onde trabalhava como empregada doméstica.

"Apenas pelas idades, dela e da criança, já seria natural esperar um comportamento diferente da acusada, pois naquele momento, não apenas convencer e demover a criança de seu intento seria o esperado, mas sim remover a criança do elevador e conduzi-la em segurança de volta ao interior do apartamento, (...) ou seguir com ela no elevador ao encontro da mãe (...). O que não poderia ter acontecido era o abandono da criança no interior de um elevador", afirma o Promotor de Justiça.

O Ministério Público também não considerou aceitável que um adulto se sujeite às vontades de uma criança que não tinha condições de seguir no elevador desacompanhado, deixando-o tomar as rédeas da situação: "Tratar, naquele momento, uma criança de apenas 5 anos, como uma pessoa maior, capaz, inclusive de entender os perigos a que estava sujeita, foi, no mínimo, imprudente e negligente da parte da acusada”, diz a manifestação.

O Gabinete Assessoria Jurídica Organizações Populares (Gajop), que está acompanhando o caso, afirmou que essa é uma etapa importante no processo, pois é um passo a mais na efetivação da justiça para a família de Miguel, até o momento, como o MP iria se manifestar após a fase de instrução, que tem a oitiva judicial das testemunhas e interrogatório da acusada.

Mirtes Renata Souza, mãe do menino, diz que a manifestação do Ministério Público chega com a sensação de alívio e felicidade. “Eu tenho muita esperança no coração e fé em Deus que vamos conseguir justiça, pois está explícito o crime que ela cometeu tanto nos autos, nos depoimentos das testemunhas, nas imagens e nos pareceres jurídicos apresentados. Agora está nas mãos do juiz e esperamos a finalização do processo com justiça”, pontua.

Agora, o processo seguirá para a manifestação da defesa de Sari Corte Real e, após, para a decisão do juiz.

O ato 'Fora Bolsonaro', programado para o próximo sábado (19), na área central do Recife, tem provocado ações do Governo do Estado antes mesmo de sua realização. Orientação da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE) crava que a Polícia Militar precisará ser mais pacífica, trabalhando dentro da legalidade, diferente das atitudes arbitrárias registradas na manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), realizada no dia 29 de maio.

Nesta quarta-feira (16), a SDS-PE publicou no Boletim Geral e no seu site como os policiais devem agir no protesto. Entre as recomendações, a SDS aponta que os agentes precisam considerar que, no eventual emprego de técnicas de detenção ou dispersão de manifestantes e demais pessoas, a PMPE deve evitar a utilização de métodos que provoquem sofrimento desnecessário. "Não se tolerando o uso abusivo ou arbitrário da força e o emprego inadequado de armas e instrumentos de menor potencial ofensivo, especialmente o elastômero, vulgarmente conhecido como 'bala de borracha", pontua a Secretaria.

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A SDS está atendendo a recomendação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), publicada no Diário Oficial de 11 de junho de 2021.  Cabe à Corregedoria Geral da SDS, por sua vez, expedir provimento recomendatório ao policiamento a ser empregado e garantir que haja um Grupo Tático para Assuntos Correicionais acompanhando todo o ato, desde a concentração ao término, analisando o desempenho dos policiais militares

O 7º promotor de Justiça de Defesa da Cidadania, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Capital, Westei Conde Martin Júnior, lembrou da recente intervenção da PMPE na última manifestação “Fora Bolsonaro”, que gerou resultados violentos, provocando cegueira monocular em dois transeuntes e possíveis lesões corporais em outros manifestantes. As denúncias de agressão geraram um inquérito civil no MPPE para investigar possíveis violações de direitos humanos, materializadas em atuação ilegal e arbitrária, cometidas pela Polícia Militar.

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Para tentar evitar uma nova ação arbitrária da Polícia Militar de Pernambuco na manifestação 'Fora Bolsonaro', prevista para acontecer no dia 19 de junho no Recife e em outras cidades do país, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) fez recomendações à Secretaria de Defesa Social (SDS).

O MPPE pediu que a secretaria determine ao Comando Geral da Polícia Militar de Pernambuco que o policiamento dos atos aconteça dentro da legalidade. Cabe a SDS garantir que haja um Grupo Tático para Assuntos Correicionais acompanhando todo o ato, desde a concentração ao término.

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O Ministério Público de Pernambuco avalia que as manifestações programadas para o dia 19 de junho tendem a ser de grande proporção em todo o Brasil, especialmente nas capitais. 

"Assim, a PM deve evitar o emprego inadequado de armas, tanto letais quanto não letais, durante o ato. Também é necessário o uso adequado dos cadarços de identificação, em local visível no uniforme operacional e nos coletes balísticos por parte de todo o efetivo policial designado a acompanhar as passeatas", recomenda o órgão. 

O promotor de Defesa da Cidadania, Promoção e Defesa dos Direitos Humanos da Capital, Westei Conde y Martins Júnior, assevera que o dever de preservação da ordem pública imposto à PMPE, notadamente no exercício da fiscalização do cumprimento de eventuais medidas sanitárias restritivas impostas pelo Governo do Estado, não elide a necessidade de observância dos direitos das pessoas".

O promotor frisa que na eventual necessidade de dispersão ou detenção dos manifestantes e demais pessoas, a polícia deve evitar a utilização de métodos que provoquem sofrimento desnecessário. "Não se tolerando o uso abusivo ou arbitrário da força e o emprego inadequado de armas e de instrumentos de menor potencial ofensivo, especialmente o elastômero, vulgarmente conhecido por bala de borracha”, advertiu Westei 

Ação dia 29 de maio

No dia 29 de maio aconteceu, em várias cidades do país, uma manifestação contra o governo Bolsonaro. A manifestação, considerada pacífica, acabou com ações truculentas da PM de Pernambuco que atirou contra os protestantes, baleando duas pessoas - que não integravam o ato - no olho. Além disso, a vereadora do Recife, Liana Cirne (PT), também foi agredida por um policial com spray de pimenta nos olhos. O Governo de Pernambuco está investigando o caso e acompanhando as vítimas. 

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Por conta de possíveis atos de corrupção da gestão do prefeito Junior Matuto, a Prefeitura de Paulista, no Grande Recife, foi mais uma vez alvo da operação policial Beira Rio. Revoltado com a situação, o secretário de Projetos Especiais e Habitação, Vinícius Campos, publicou um vídeo em sua conta do Instagram relatando a situação que aconteceu nesta terça-feira (6).

"Até quando nossa cidade vai ficar passando vergonha pelas denúncias de corrupção da gestão passada? É um tema anterior a esse ano de 2021, que na verdade é o resultado de uma investigação que começou lá em 2019, na gestão do ex-prefeito Junior Matuto, que tem desdobramento até hoje”, diz Campos.

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O secretário afirma que cerca de 40 agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão domiciliar e sequestro de valores, expedidos pela 2ª Vara Criminal da Comarca de Paulista. Ninguém foi preso.

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Os investigados são um empresário e ex-servidores da Prefeitura de Paulista. Os fatos fazem referência a uma licitação para concessão de área pública, localizada à beira do rio da Praia de Maria Farinha, cujo objeto principal era a implantação de uma marina.

As investigações apontam fortes indícios que a licitação foi direcionada, com a participação direta do prefeito da época, Júnior Matuto (PSB), para favorecer o empresário investigado, que fez uso de documentos falsos no processo licitatório, com a conivência de servidores da prefeitura.

Também há indícios de que esse mesmo empresário é o responsável por se apropriar dos valores das taxas que seriam destinadas ao município do Paulista, através do uso da área concedida.

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