Tópicos | bebês

Ainda há uma quantidade elevada de substâncias químicas potencialmente perigosas ou alergênicas para os bebês nos cosméticos usados cotidianamente, como xampus, produtos para banho ou toalhas umedecidas - segundo um estudo divulgado nesta segunda-feira.

A ONG Women in Europe for a Common Future (WECF) examinou 341 produtos cosméticos para bebês em julho e agosto de 2015 vendidos nas farmácias, supermercados e lojas especializadas na França.

Na base de estudos científicos e avaliações das autoridades sanitárias da União Europeia e da França, esta ONG classificou os ingredientes que compõem os produtos segundo três categorias: "risco elevado", "risco moderado" e "risco baixo ou não identificado". Os resultados desta pesquisa mostram que a grande maioria dos produtos (299) são compostos por ingredientes de risco elevado.

"Encontramos três ingredientes ou famílias de ingredientes classificados como 'risco elevado' em 299 produtos: um alergênico por contato (a metilisotiazolinona) em 19 produtos, dentre os quais sete lenços umedecidos; um conservante de efeitos tóxicos sobre a reprodução (o fenoxietanol) em 54 produtos dos quais 26 lencinhos; fragrâncias em 226 produtos, implicando riscos potenciais de alergias", explica a WECF em comunicado.

A ONG também encontrou quatro ingredientes ou famílias de ingredientes classificadas de "risco moderado" em 181 produtos: o EDTA, um composto muito presente em xampus e sabonetes líquidos, sulfatos (laureth e lauryl sulfato) que são agentes espumantes potencialmente irritantes, óleos minerais, provenientes do petróleo, que poderiam ser contaminados por impurezas.

A ONG, que se apoia numa rede internacional de 150 organizações ambientais e femininas presentes em 50 países, pede "a proibição de três ingredientes de risco elevado em todos os cosméticos destinados às crianças menores de três anos".

Pelo menos 13 crianças nascidas com microcefalia em Salvador e Recife em casos suspeitos de relação com o vírus zika apresentam também lesões oculares que podem levar à cegueira. A descoberta acrescenta novas evidências à hipótese de que a infecção pode ter impactos em outros órgãos, além do cérebro.

Os resultados, obtidos por equipe liderada pelo oftalmologista Rubens Belfort Jr, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), foram divulgados em dois estudos: um na terça, na revista Jama Ophthalmology, e outro em janeiro, na Lancet.

##RECOMENDA##

Em ambos, os pesquisadores observaram importantes lesões na retina dos bebês. "Em enormes áreas não existe tecido nervoso. É como se fosse uma tela de televisão com uma parte esburacada, preta, sem condições de enxergar mais", disse ao Estado Belfort Jr.

Ele iniciou a investigação com três bebês do Recife - cujo resultado saiu em janeiro - e depois analisou mais 31 crianças nascidas em Salvador no hospital Roberto Santos com suspeita de microcefalia. Delas, 29 tiveram a lesão cerebral confirmada, dos quais 27 mães haviam apresentado sintomas de zika durante a gravidez.

Em 10 bebês foram observados variados problemas oculares, e 7 deles tinham dois olhos com anormalidades. "Não tem como reverter essas lesões. As crianças não só terão o cérebro funcionando mal, como a visão não adequada. Pela minha experiência, acredito que várias delas ficarão cegas", diz.

O pesquisador alerta que a aparência dos olhos dos bebês analisados é normal, o que torna difícil para os pais ou médicos imaginarem que há um problema interno. Por isso, ele recomenda que toda criança nascida de mãe que teve sintoma de zika tenha os olhos examinados, assim como também orienta o Ministério da Saúde.

Sem microcefalia

Belfort Jr. afirma ainda que é possível que bebês que nasçam com o cérebro normal de mães que tiveram zika também possam apresentar o problema ocular. Para checar isso, a investigação continua com outros bebês no Nordeste. Nas duas investigações, foi descartada a ocorrência dessas moléstias nas mães.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A amamentação prolongada pode salvar a vida de mais de 800.000 bebês anualmente e representa uma economia de bilhões de dólares para os sistemas de saúde de todo o mundo graças ao papel de proteção contra algumas doenças infantis - é o que diz uma série de estudos publicados nesta sexta-feira.

"Apenas uma criança de cada cinco é a amamentada até os doze meses nos países ricos, enquanto apenas uma de cada três é exclusivamente amamentada nos seis primeiros meses de vida nos países de baixa renda e média", informa a revista médica britânica The Lancet.

Assim, são milhões de crianças que não beneficiam plenamente dos benefícios do leite materno, observam os pesquisadores.

O leite materno cobre todas as necessidades nutricionais do bebê durante os primeiros seis meses de vida. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a amamentação exclusiva até os seis meses e a amamentação parcial até os dois anos. De acordo com a entidade, atualmente menos de 40% das crianças em todo o mundo se beneficiam do aleitamento.

Além da função puramente alimentar, o aleitamento materno é conhecido há muito tempo por ter efeitos benéficos tanto para a saúde da criança e quanto da mãe.

A amamentação a longo prazo "poderia salvar mais de 800.000 vidas de crianças a cada ano em todo o mundo, o equivalente a 13% de todas as mortes em crianças menores de dois anos", explicam os autores, tomando como base uma série de estudos.

Além disso, a amamentação poderia prevenir a cada ano a morte de 20.000 mães em decorrência de câncer de mama, afirmam.

- Redução dos riscos de câncer -

Contrariando uma "ideia falsamente e amplamente difundida", os benefícios do aleitamento não dizem respeito apenas aos países mais pobres.

"Nossos trabalhos demonstram claramente que o aleitamento salva vidas e permite economizar em todos os países, ricos e pobres", escrevem os autores.

Daí a necessidade, de acordo com eles, de resolver o problema a nível mundial.

"Nos países ricos, a amamentação reduz em mais de um terço a morte súbita do lactente. Em países pobres ou de renda média, cerca de metade das epidemias de diarreia e um terço das infecções respiratórias poderiam ser evitadas graças ao aleitamento materno", dizem os pesquisadores.

A longo prazo a amamentação também ajuda a reduzir o risco de obesidade e diabetes em crianças.

Para as mães, reduziria o risco de câncer de mama e câncer de ovário.

Os pesquisadores também calcularam que trazendo para 90% a taxa de aleitamento materno exclusivo até seis meses nos Estados Unidos, China e Brasil e 45% no Reino Unido, os custos de tratamento de doenças comuns da infância, tais como pneumonia, diarreia ou asma poderiam ser reduzidos.

Graças ao aleitamento "uma economia para o sistema de saúde de ao menos 2,45 bilhões de dólares aos Estados Unidos, de 29,5 milhões ao Reino Unido, de 223,6 milhões na China e 6 milhões no Brasil" seria viável.

Nos países ricos, o Reino Unido, a Irlanda e a Dinamarca têm as mais baixas taxas de amamentação de doze meses do mundo (respectivamente abaixo de 1%, 2%, 3%).

Com base em um estudo anterior, publicado em março de 2015, que considerou que o aleitamento materno contribui para o aumento da inteligência, mais escolaridade e, assim, melhor resultado como adultos, os autores estimam que um baixo aleitamento materno representou uma perda de 302 bilhões de dólares (0,49 % do PIB global) em 2012.

Os cientistas também criticam a publicidade agressiva favorável às fórmulas de substituição que minam, de acordo com eles, os esforços das autoridades para promover o aleitamento materno.

"A saturação dos mercados dos países ricos levou os fabricantes a entrar rapidamente nos mercados emergentes", acrescentam. "As vendas globais de leite (de substituição) aumentaram no valor de dois bilhões de dólares em 1987 para cerca de 40 bilhões em 2014", apontam.

Segundo eles, os países podem - e estão em condições de - melhorar consideravelmente a prática do aleitamento materno.

Por exemplo, no Brasil, a duração da amamentação aumentou de 2,5 meses nos anos 1974-1975 para 14 meses em 2006-2007 através de política pró-ativa de serviços de saúde e amplas campanhas de informação.

Mateus Lima tinha grandes sonhos para seu filho, mas que eles se foram no parto. A explicação mais provável neste momento é que um mosquito infectou sua esposa durante a gravidez e afetou irreversivelmente a vida da criança.

"Quando nasceu foi como uma bomba. Tinha tantos sonhos. Eu queria que praticasse esportes, brincasse, fosse saudável e forte", declara à AFP, sentado ao lado de sua esposa, Kleisse Marcelina, em uma enfermaria do hospital Irmã Dulce, em Salvador, em um dos estados mais atingidos pela explosão de casos de bebês nascidos com microcefalia no país.

O ministério da Saúde adota a medida de 32 cm de perímetro cefálico para identificar bebês com possível microcefalia, uma malformação que está associada ao contágio das mulheres grávidas pelo vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, cujo surto eclodiu em 2015 no país e em grande parte da América Latina.

"Eu tive Zika no quinto mês de gravidez. Fui ao médico e ele me disse que não havia riscos para o meu bebê. Mas quando ele nasceu, em 22 de novembro, fomos informados que tinha microcefalia e que nunca seria uma criança normal", lamenta Kleisse, de 24 anos, dois anos mais velha que seu marido.

É o primeiro filho do casal, e Kleisse não parou de chorar desde o parto. "Hoje estou mais tranquila, mas ainda tenho medo pelo futuro do meu filho", afirma. "Será que vai conseguir andar ou falar?", questiona-se.

O pequeno Pietro se move agitadamente nos braços de seu pai. Seu corpo é mais rígido e sua cabeça mais firme do que uma criança com desenvolvimento normal do cérebro com a mesma idade, uma característica dos bebês com microcefalia.

Os ventiladores da enfermaria aplacam o clima quente do verão. Este hospital católico atende gratuitamente famílias pobres e, assim como Marcelina, há outros bebês que já foram diagnósticos com malformação.

"Eu peguei o vírus Zika na gravidez e me disseram que nada iria acontecer, mas no oitavo mês detectaram a microcefalia. A partir desse momento eu não dormi mais", diz Ana Paula Santos, de 34 anos, carregando em seus braços Flávia, de um mês e meio de vida, que também se agita inquieta.

Do espanto à ação

O departamento de neurologia pediátrica do hospital Irmã Dulce está agitado como toda quarta-feira desde novembro, quando decidiu dedicar esse dia apenas aos casos de microcefalia devido ao número crescente de casos.

No primeiro dia receberam seis casos; duas semanas depois, 19 e para evitar um colapso abriram uma agenda que já tem uma lista de espera. "Estamos em alerta, correndo para encontrar soluções. Já passamos pela fase de espanto, estamos agora na da ação", afirma à AFP Janeusa Primo, chefe do setor de neurologia pediátrica do hospital.

"Este é um problema de saúde pública global. O vírus pode ter entrado no Brasil pela Copa do Mundo e já não está mais apenas aqui. E ainda estão sendo discutidos outros possíveis modos de transmissão além da picada do mosquito Aedes aegypti, tais como a transmissão pelo sexo", alerta.

Para evitar o contágio, o mais seguro agora é evitar a picada deste inseto que se prolifera nos verões tropicais úmidos e que também transmite outras doenças, como dengue, febre amarela e Chikungunya.

No Brasil, o alarme foi disparado em outubro, quando um surto de casos de microcefalia foi detectado no nordeste. Desde então, foram registrados 4.180 casos suspeitos da malformação (270 já confirmados), contra 147 bebês diagnosticados ao longo de 2014.

Estimulação precoce

Autoridades e cientistas brasileiros identificaram uma possível ligação entre a explosão de casos e o vírus Zika, embora não haja unanimidade sobre esta hipótese. O quadro viral do Zika é mais brando do que o de dengue, com mal-estar, febre e, por vezes, erupções na pele, mas a possível transmissão de mulheres grávidas para seus filhos pode ser devastadora.

Dificuldades na fala, audição ou visão; alterações motoras e cognitivas são as características da microcefalia e variam segundo a área danificada do cérebro. A malformação é visualmente detectável nos bebês, embora passem por uma série de testes para um diagnóstico preciso. A partir do diagnóstico - quanto mais cedo melhor - o recomendado é um processo de estimulação das áreas não comprometidas.

Enquanto isso, os cientistas tentam reunir informações sobre gravidez, contágio do Zika e outras doenças. "Se eu soubesse, teria me cuidado melhor, teria usado repelente. Somos picados por mosquitos a vida inteira, mas só agora isso acontece", reclama Kleisse. "Mosquito do inferno!", exclama o marido.

A deputada federal Mara Gabrilli (PSDB-SP) apresentou projeto para que as famílias com bebês diagnosticados com microcefalia ou síndrome de Guillain-Barré recebam R$ 5.189,82, teto previdenciário. Conforme a reportagem revelou na quarta-feira (27), o governo vai pagar um salário mínimo por mês (R$ 880), desde que cada pessoa da família tenha renda de, no máximo, R$ 220, um quarto do salário mínimo.

"O governo precisa indenizar essas famílias da maneira correta. As doenças foram causadas por negligência de informação, negligência em combater o mosquito Aedes. E o ministro admitiu que estamos perdendo a batalha para o mosquito", afirmou Mara.

##RECOMENDA##

A deputada acredita que a tramitação no Congresso será rápida diante da gravidade da epidemia do vírus zika.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Bebês diagnosticados com microcefalia em todo o País vão ter direito a receber um salário mínimo por mês, uma espécie de aposentadoria, desde que pertençam a famílias com renda mensal de até R$ 220 (um quarto do salário mínimo) por pessoa. A medida deve ser anunciada nos próximos dias pelo governo como forma de proteção às famílias pobres com crianças portadoras da má-formação.

A reportagem apurou que o Ministério da Saúde já repassou a lista com os municípios onde foram registrados casos de microcefalia para que o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) faça um cruzamento com o cadastro único do governo de benefícios sociais. Em nota, o MDS confirmou que está em diálogo com os técnicos do Ministério da Saúde.

##RECOMENDA##

O Benefício de Proteção Continuada (BPC), instituído pela Constituição de 1998 e regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social (Loas), garante 1 salário mínimo mensal a idosos com mais de 65 anos e a pessoas com deficiência que não tenham meios para se sustentar nem podem ser sustentadas pela família, independentemente da idade. Atualmente, 4,2 milhões de pessoas são beneficiadas. O orçamento deste ano, sem incluir os casos de microcefalia, estima pagamentos de R$ 48,3 bilhões.

Pais

Para o advogado especialista em Direito previdenciário Rômulo Saraiva, além das consequências da microcefalia, para a concessão do benefício deve ser acrescentado o impacto da doença na vida dos pais. "Essas crianças precisam de cuidados especiais e do tempo deles, que, muitas vezes, têm de abdicar do emprego", afirmou.

O último boletim do Ministério da Saúde, com dados até 16 de janeiro, relata a existência de 3.893 casos suspeitos de microcefalia no País. Para pedir o benefício, é preciso agendar uma perícia no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pelo telefone 135. A reportagem do Estado ligou para a central de atendimento, que informou ser preciso o número da identidade e do CPF da criança para fazer o agendamento. Para a concessão do benefício, a criança passará por avaliação médica e social.

Por causa do represamento de perícias, motivado por uma greve no INSS, os agendamentos são feitos para até abril e maio. No entanto, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, é assegurada a oferta prioritária dessa avaliação para os beneficiários e famílias do Benefício de Proteção Continuada.

Saraiva explicou que, caso o pedido seja negado ou demore mais de dois meses, as famílias podem recorrer à Justiça.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Cientistas brasileiros confirmaram nesta quarta-feira que o zika vírus pode ser transmitido de mãe para filho através da placenta, em meio a um surto de microcefalia associado a este vírus, que mantém as autoridades sanitárias em alerta.

Pesquisadores da Fiocruz e da Universidade Católica do Paraná analisaram as células da placenta de uma mulher que havia apresentado sintomas do vírus e sofreu um aborto no primeiro trimestre de gestação. As análises detectaram pela primeira vez "a infecção de células da placenta pelo zika vírus e a transmissão pela placenta", informou a virologista e pesquisadora Claudia dos Santos.

"Embora não possamos relacionar estas descobertas aos casos de microcefalia e outras alterações congênitas, este resultado confirma a transmissão intrauterina do zika vírus" e pode ajudar no desenvolvimento de estratégias para bloquear o processo de infecção e/ou transmissão, acrescentou.

O Brasil atualizou hoje os dados sobre a microcefalia: existem quase 3.900 casos suspeitos, e o estado de Pernambuco, onde foi detectado o surto, no fim do ano passado, permanece à frente das estatísticas, com 1.306 casos suspeitos. "Aparentemente, começamos a ver uma redução da curva de incidência na região Nordeste", destacou o diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Claudio Maierovitch.

Questionado sobre os possíveis riscos de que o zika vírus se propague com maior intensidade durante o Carnaval, Maierovitch disse que há muita especulação. "A grande circulação de pessoas pelo país não deve ter um impacto muito importante, porque o vírus já está circulando", disse. "É importante insistir em medidas de proteção", como o uso de repelentes e roupas que evitem o contato com o mosquito.

Cerca de 2,6 milhões de recém-nascidos sem vida foram registrados no ano passado em todo o mundo, o que representa cerca de 7.200 natimortos por dia - uma queda de 2% ao ano entre 2000 e 2015, segundo estudos publicados nesta terça-feira.

"Entre os 2,6 milhões de natimortos (ao longo do último trimestre de gestação ou após 28 semanas de gravidez), a metade ocorre durante o parto", ressaltou a revista médica britânica The Lancet, que apresenta as conclusões de cinco estudos conduzidos por mais de 200 especialistas em 43 países.

"A ideia que uma criança, viva no início do trabalho, morra ao longo das horas seguintes por razões completamente evitáveis deveria ser considerada como um escândalo em matéria de saúde", estima Richard Horton, editor-chefe da The Lancet.

Apesar dos progressos realizados, a queda registrada entre 2000 e 2015 foi mais lenta do que a da taxa de mortalidade materna (3% ao ano) ou de crianças menores de cinco anos (4,5%), notam o professor Joy Lawn e seus colegas da Escola de Medicina Tropical e de Higiene de Londres.

Com base em dados recolhidos em 18 países, as anomalias congênitas explicam apenas 7,4% dos natimortos.

Os pesquisadores observam que muitas patologias envolvidas nas mortes de bebês durante o nascimento poderiam ser tratadas, como infecções maternas (como a malária e a sífilis, responsáveis por 8% e 7,7% dos natimortos, respectivamente).

Fatores relacionados ao estilo de vida ou dieta (obesidade, tabagismo), doenças não infecciosas como diabetes, cânceres ou problemas cardiovasculares são responsáveis ​​por essas mortes em cerca de 10% dos casos cada. A idade das mães com mais de 35 anos intervém em 6,7 % dos casos.

A pré-eclâmpsia e a eclâmpsia (pressão sanguínea anormalmente alta durante a gravidez) contribuem para 4,7% dos natimortos e a gravidez prolongada (após a data do termo) para 14% dos casos.

A esmagadora maioria (98%) dos natimortos são também identificadas nos países de baixa e média renda.

"Os países da África sub-saariana têm a taxa mais elevada e são os que registram a diminuição mais lenta", comenta o professor Joy Lawn.

Nos países ricos, uma mulher que vive em condições sócio-econômicas precárias tem duas vezes mais riscos de dar à luz um natimorto do que uma mulher com situação financeira confortável.

O papa Francisco batizou neste domingo 26 bebês na Capela Sistina no Vaticano e disse a seus pais que a fé é "a herança mais bela" que podem transmitir a seus filhos. Sob os célebres afrescos de Michelangelo, 13 meninas e 13 meninos de poucas semanas de idade foram batizados pelo pontífice no dia em que a liturgia comemora o batismo de Jesus no rio Jordão.

A maioria do bebês, todos filhos de funcionários do Vaticano, estavam tranquilos nos braços de seus pais, mas alguns se surpreenderam ao receber água na cabeça, outros choraram e outros dormiram profundamente.

Durante a homilia, o papa argentino disse às mães, como faz às vezes, que poderiam amamentar seus filhos se estes tivessem fome nos transcorrer da missa. "Se um bebê chora porque tem fome, digo à mãe: dê a ele de comer, aqui, com toda liberdade", declarou sorridente. "A herança mais bela que podem dar a seus filhos é a fé", disse Francisco aos pais.

Pouco depois, durante o Angelus na praça São Pedro, dedicou a benção às crianças, jovens e adultos batizados há pouco tempo ou que se dispõem a fazê-lo, e pediu aos fiéis que encontrem a data de seu próprio batismo para que possam celebrá-lo dignamente.

O consumo de antidepressivos durante a gravidez aumentaria em 87% o risco de que a criança desenvolva autismo, segundo um amplo estudo realizado no Canadá e publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.

As conclusões desta investigação são importantes porque entre 6 e 10% das mulheres grávidas tomam antidepressivos, destacam os pesquisadores que analisaram as histórias clínicas de 145.456 mulheres grávidas na província de Québec.

Seu trabalho aparece no Journal of the American Medical Association, Pediatrics. "As diversas causas do autismo continuam sendo incertas, mas alguns estudos demonstraram que o genético e o ambiental podem ser fatores de risco", explica a professora Anick Bérard, da Universidade de Montreal e do Centro Hospitalar Universitário Sainte-Justine, principal responsável do estudo.

"Nossa investigação permitiu estabelecer que o fato de tomar antidepressivos, sobretudo aqueles que atual sobre a serotonina (um neurotransmissor) durante o segundo e o terceiro trimestre de gravidez, quase duplica o risco de autismo entre as crianças", agregou.

Bérard e sua equipe fizeram o acompanhamento de 145.456 crianças desde sua concepção até os dez anos de idade, assim como do consumo de antidepressivos por suas mães durante a gravidez. Também contemplaram outro conjunto de fatores que poderiam contribuir para o autismo.

Algumas pessoas com antecedentes familiares têm uma pré-disposição genética para essa doença. A idade da mãe e a depressão também podem estar relacionadas ao surgimento do autismo, assim como alguns fatores sócio-econômicos como a pobreza.

Na pesquisa 1.054 crianças foram diagnosticadas com autismo a uma idade média de 4,5 anos, ou seja 0,72% da mostra estudada.

A incidência do autismo entre as crianças aumentou: passou de 4 para cada 10.000 crianças em 1966 a 100 por cada 10.000 atualmente.

A cada 100 brasileiros, apenas quatro planejam o futuro financeiro, segundo a Icatu Seguros. Para tentar incentivar o investimento desde cedo a seguradora está com uma campanha para a virada do ano: os bebês que nascerem no Brasil, de parto normal, entre 0h e 2h do dia 1º de janeiro de 2016 vão receber, gratuitamente, um plano de previdência com R$ 2016,00 investidos.

Vale ressaltar que não há sorteios nem a necessidade de cadastro prévio. Para participar, a família tem de entrar em contato com a Icatu Seguros e apresentar a documentação pedida. Este é o segundo ano da campanha. Neste ano, a ação traz a novidade de dar o prêmio em dobro caso o pai ou a mãe já forem um cliente da Icatu.

##RECOMENDA##

A ideia, porém, não é limitar a campanha à premiação e sim continuar a incentivar a aplicação visando o longo prazo. Para isso, a empresa faz uma simulação de quanto a famílias terá quando a criança completar 18 anos. Caso aplique R$ 50 por mês no plano de previdência o futuro jovem terá R$ 24.802,22, dinheiro suficiente para comprar um carro ou fazer uma grande viagem.

Se investir R$ 100 por mês, a soma sobe para R$ 43.850,29, valor que poderia ser usado para abrir um negócio próprio. Na simulação de maior valor, de R$ 150 por mês, o resultado é uma aplicação de R$ 62.898,26, o que daria para pagar uma faculdade.

No cálculo foi considerada uma rentabilidade de 6% ao ano e a quantia final é bruta (ainda não foi descontado o Imposto de Renda, pois este dependerá do tipo de plano de previdência).

Médicos do Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc), ligado à Universidade de Pernambuco, da rede estadual de ensino, investigam o surgimento de novo quadro viral que pode estar ligado ao zika vírus ou ao chikungunya. Em um período de 15 dias, 20 crianças com até 8 meses de vida tiveram os corpos cobertos por bolhas, que se transformaram em feridas. Nenhuma tem microcefalia.

A infectologista Regina Coeli Ferreira Ramos, do Huoc, conta que os bebês apresentaram sintomas como febre, irritabilidade e manchas vermelhas. Em três dias, essas manchas evoluíram para bolhas e depois viraram feridas, que chegam a tomar área extensa dos corpos. Os médicos que atenderam os pacientes suspeitam que seja uma arbovirose (vírus transmitidos por artrópodes, como os mosquitos). "Estamos avaliando se é zika ou chikungunya, porque estamos passando por surtos dessas doenças."

##RECOMENDA##

A médica integra a equipe que está estudando os casos e criando um protocolo de atendimento para esses bebês. Foram coletadas amostras de sangue e do liquor (líquido da medula). Os resultados deverão ser conhecidos na próxima semana.

Também foi levantado o histórico da gestação. O protocolo de atendimento estabelecerá os cuidados que os médicos terão com esses bebês. Uma das discussões é com relação ao uso de antibióticos. "Quando essas bolhas estouram, deixam a pele sensível e aberta a infecções."

Regina, que participou no Rio de seminário organizado pelo Conselho Regional de Medicina (Cremerj), explicou que não há nenhuma relação com microcefalia. "As crianças são saudáveis, nasceram com perímetro cefálico dentro da normalidade", afirmou.

A Secretaria de Saúde de Pernambuco confirmou o surgimento e investigação desses casos. A infectologista Heloísa Ramos Lacerda de Melo, coordenadora científica da Sociedade Brasileira de Infectologia e ex-presidente da Sociedade Pernambucana de Infectologia, disse que os sintomas não são tradicionais de nenhuma virose. "O que está se imaginando é que é um quadro novo.

Não se parece com as viroses clássicas, como dengue, citomegalovírus, infecção por HIV, hepatite. Não há nenhuma virose conhecida que tenha quadro tão intenso. É possível que essas crianças tenham tido contato com zika."

Microcefalia

Na palestra para os médicos do Rio, Regina Coeli explicou que os casos de microcefalia foram detectados em bebês cujas mães tiveram quadro de zika nos primeiros quatro meses de gestação, mas as alterações no crânio só apareceram nos exames de ultrassom feitos entre a 32ª e a 35ª semana de gravidez.

Ela ressaltou que não é possível, ainda, estabelecer se os bebês terão sequelas neurológicas, no caso das mães que tiveram infecção por zika depois do período crítico. E recomenda o acompanhamento a longo prazo dos bebês. Para a infectologista, é preciso se preocupar agora em acolher as grávidas. "Elas vêm querendo saber o que vai acontecer com o bebê, tendo ouvido conselhos de médicos para fazerem aborto. Elas chegam exauridas do ponto de vista psicológico."

O médico Renato Augusto Moreira de Sá, integrante da Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia do Cremerj, questionou o protocolo do Ministério da Saúde que recomenda que a ultrassonografia seja feita por volta do oitavo mês de gestação. "Não tem como a mãe suportar psicologicamente esperar um mês pelo resultado do exame de sangue para saber se foi zika ou não foi.

Não dá para pedir para essa grávida voltar com 35 semanas para ter o diagnóstico de microcefalia. Ela não aguenta. E nem nós que atendemos no pré-natal. É preciso ver o lado humanitário", afirmou.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Xu Xiaochun, diretor de um ambicioso laboratório de clonagem chinês, não apenas prometeu 'fabricar' milhares de vacas, cavalos e cachorros, mas também garante dispor da tecnologia necessária para duplicar seres humanos.

O grupo Boyalife e seus parceiros estão construindo suas gigantescas instalações na cidade de Tianjin (norte), que abrirão dentro de sete meses e onde esperam criar um milhão de vacas antes de 2020.

Mas os bovinos são apenas uma primeira etapa no ambicioso projeto de Xu Xiaochun, de 44 anos, diretor-geral da empresa, que também quer clonar cavalos puro-sangue e cachorros policiais.

A Boyalife, em colaboração com a empresa sul-coreana Sooam e a academia chinesa de ciências, já está trabalhando na clonagem dos primatas que são usados na pesquisa científica. E no que diz respeito aos seres humanos, Xu garante que está tudo pronto.

"A tecnologia já existe (...) Se for autorizada, não acredito que haverá uma empresa melhor do que a Boyalife", garante Xu, afirmando que atualmente não está realizando nenhuma clonagem.

Os valores mudam, diz em referência aos debates éticos e morais sobre a clonagem, e lembra como mudou por exemplo a percepção social da homossexualidade.

"Infelizmente hoje a única maneira de ter um filho é que seja uma mistura de seu pai e sua mãe. Mas quem sabe no futuro haverá três possibilidades (...). Ou bem será 50 e 50, ou bem 100% do DNA do pai ou 100% do DNA da mãe", afirma.

A empresa considera que sua atividade garante a biodiversidade e tem previsto criar em Tianjin um banco de genes que armazenará até cinco milhões de amostras de células congeladas, uma espécie de inventário das espécies ameaçadas à espera que possam ser regeneradas.

Sooam, o parceiro sul-coreano da Boyalife, já está trabalhando no projeto de ressurreição de um mamute através de células de milhares de anos antiguidade descobertas sob o gelo na Sibéria. Esta empresa também oferece a seus clientes um serviço para clonar cachorros falecidos por um preço próximo a 100.000 dólares.

- 'Supervacas' -

O fundador da Sooam, o sul-coreano Hwang Woo-Suk, anunciou em 2004 ter criado células-tronco de um embrião humano, algo que acabou sendo falso. No entanto, continua a ser reconhecido por ter criado, em 2005, o primeiro cão clonado, Snuppy.

Este ano, Hwang anunciou sua intenção de trabalhar com empresas chinesas "porque as leis da Coreia do Sul sobre bioética proíbem o uso de óvulos humanos", explicou ao jornal sul-coreano Dong-A Ilbo, e não descartou usá-los no futuro.

Por enquanto, sua parceira chinesa Xu Xiaochun única aspira se tornar um líder mundial na criação de carne bovina "supervacas" clonadas com o mesmo DNA e cuja carne, promete, será tão saborosa quanto a famoso carne japonesa de Kobe.

Estes animais, garante, permitirão aos açougueiros "matar menos e produzir mais" para atender ao crescimento da classe média na China.

"Em um supermercado tudo é bom (...) todos têm a mesma forma, e até agora não conseguimos fazer o mesmo com os animais. Mas em nossa fábrica de clonagem, decidimos que iremos fazê-lo", afirma Xu.

Entretanto, não há consenso sobre se carne de animais clonados pode ter consequências negativas para a saúde. A Agência dos Estados Unidos para a Segurança dos Alimentos (Food and Drug Administration) garante que a carne é segura, mas o Parlamento Europeu quer proibi-la.

Han Lanzhi, especialista em transgênicos da academia chinesa de ciências agrícolas, alerta que as aspirações da Boyalife são preocupantes e pouco realistas.

"Obter uma permissão para clonar animais é um processo longo, por isso fiquei muito surpresa quando ouvi a notícia", explica, lembrando que há uma "regulamentação dura" para evitar abusos.

Xu Xiaochun responde que não há o que temer. "Queremos que o público se dê conta de que a clonagem não é uma loucura e que os cientistas não são pessoas esquisitas que usam jalecos escondidas atrás de portas fechadas fazendo experimentos estranhos".

Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Kleber Luz conta o que mais o preocupa em relação ao aumento dos casos de microcefalia no Nordeste: a reação das famílias. "Muitas mães chegam aos consultórios com bebês cobertos. Tentam escondê-los, com receio do comportamento de outras pessoas", diz. O constrangimento delas, que aumentou depois que veio à tona o surto registrado nos últimos meses, é confirmado por outros profissionais.

Diante dessa situação, Pernambuco já se prepara para criar um serviço de assistência para os pais dos bebês. "As reações são as mais diversas, mas sempre muito intensas", afirma Carlos Brito, um dos infectologistas que estão à frente das investigações. Não raro, mães sentem vergonha, choram, ficam deprimidas com a situação.

##RECOMENDA##

A doença pode causar deficiência mental, dificuldades de locomoção, visão e audição, além de crises convulsivas. Com a má-formação, os bebês nascem com a circunferência do crânio menor que a média. "O impacto maior, para as mães, ocorre quando a descoberta é logo após o parto. Aquelas que recebem a notícia durante a gestação têm mais tempo para lidar com a questão e, no nascimento, já estão mais preparadas", afirma Brito.

A autônoma Daniele, de 32 anos, disse que entrou em choque quando soube do diagnóstico de David, hoje com 3 meses. "Foi um misto de medo, de revolta", conta. Os primeiros dias foram os difíceis. Como o bebê precisava fazer uma série de exames, ela ficou quase 20 dias no hospital, longe dos outro quatro filhos, com idade entre 3 e 16 anos. "Não sabia ao certo o que ele tinha, o que ia acontecer, porque tudo isso tinha ocorrido", recorda. "Mas aos poucos David foi engordando, ficando melhor. Hoje está um gostoso da mamãe", derrete-se.

Razão

Daniele não tem ideia do que pode ter levado David a ter microcefalia. "Não tive nada. Nenhuma doença, nem mesmo uma febre." A dúvida já não está presente para a dentista Carol, mãe de Marcos (nome fictício). Ela associa o problema do bebê a uma suspeita de infecção, no início da gravidez. "A única coisa que tive foram manchas e coceiras", conta.

O problema aconteceu em maio, quando a gestação entrava no quarto mês. A notícia de que algo poderia estar ocorrendo com seu filho veio da forma mais desastrada possível. Seu pai, médico, havia recebido da equipe do hospital a notícia da suspeita de microcefalia no neto, logo depois do parto. Mas procurou poupar a filha nas primeiras horas. "Ele saiu do quarto justamente no momento em que uma médica foi lá, dizendo que tinha de fazer exames neurológicos no bebê. Foi um choque. Na minha cabeça, ele ia ser um vegetal. Como sou da área de saúde, eu estudei isso. Pensei: meu Deus, é a área que tem a motricidade, a cognição, fala, visão. Pensei que ele ia ficar na cama, sob respiração artificial. Fui no extremo", conta. "Neguei meu filho. Disse para meu pai: não vou ter condições de criá-lo."

Depois de sair do hospital, veio a depressão. Chorava o tempo todo, mal comia. As coisas começaram a melhorar quando ela iniciou uma terapia. "Passei a ver de outra forma a situação. Comecei a ver que toda mãe tem seu filho 100% quando nasce, o que vai decrescendo de acordo com as intercorrências da vida" disse. E emendou: "No meu caso eu vou começar do zero, vou para 10%, 15%, 30%, 40% 50%, e assim eu vou." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Nesta sexta-feira (13), a polícia alemã informou que foram encontrados restos de sete bebês em um prédio na Baviera, sul do país. "Um morador de Wallenfels descobriu o corpo de um recém-nascido e chamou o serviço de emergências", afirma a polícia em um comunicado.

Os policiais chegaram ao local e encontram vários corpos de bebês em um dos apartamentos. "A polícia criminal e o promotor de Coburgo (Baviera) acreditam que provavelmente são sete mortos", acrescenta o comunicado.

[@#video#@] 

Ainda não se sabe o que provocou as mortes dos recém-nascidos. As investigações tentam esclarecer há quanto tempo os corpos estavam no imóvel. Testemunhas contam que naquela casa moravam uma avó com várias crianças. 

 


 

"Vários cadáveres de bebês" foram encontrados na tarde desta quinta-feira em uma casa na Baviera, Alemanha, no marco de uma visita médica de urgência, informou a polícia sem informar o número de corpos.

Os investigadores não detalharam as circunstâncias desta descoberta, nem as causas possíveis das mortes destes bebês. A imprensa local informa sobre "dois cadáveres", algo que a porta-voz da polícia de Bayreuth (sul) recusou confirmar.

Em maio passado, uma mulher foi condenada a três anos e oito meses de prisão em Siegen (oeste) por ter matado dois de seus filhos e conservá-los em um congelador.

Em outubro de 2013, na Baviera, dois corpos de bebês foram encontrados durante trabalhos de construção. A investigação revelou que haviam nascido nos anos 1980, mas as mães foram absolvidas porque os crimes já haviam prescrito.

De 8 a 10 e de 15 a 17 de outubro, a Caixa Cultural do Recife recebe o espetáculo de Teatro de Objetos Café Frágil, da cia espanhola La Casa Incierta - um dos principais nomes no gênero teatro para bebês. As apresentações foram montadas para o público de zero a quatro anos. Os ingressos estão sendo vendidos nos valores de R$ 10 e R$ 5 e podem ser adquiridos a partir das 10h do dia 7 de outubro, exclusivamente na bilheteria do espaço. Durante o evento também serão realizadas palestras e oficinas.

Para as crianças, a apresentação é uma oportunidade de viver uma experiência diferente e de se envolver em sensações e emoções novas, de entender através do teatro outros aspectos do mundo e da vida. “O primeiro olhar do bebê é a vanguarda de uma civilização, um olhar sagrado e único, festa das essências e das origens”, comenta a atriz Clarice Cardell. Ela explica que o teatro para bebês pode ser muito mais potente, arriscado, inovador e contemporâneo do que aquele concebido para o público adulto. “Ele não tem porque ser convencional ou contra-convencional, é livre de memórias”, explica.

##RECOMENDA##

A programação ainda conta com várias oficinas, como O projeto Café Frágil que inclui a oficina Brincando com o Invisível, que trabalha a criatividade e o jogo cênico, sendo voltada a educadores que desejam compartilhar com crianças de 1 a 5 anos de idade um momento de encontro. A oficina também trabalha a presença e não presença do brinquedo na vida da criança, a importância dos espaços e uma atividade sobre os papéis do adulto e do bebê na relação diária. São duas turmas com 15 vagas cada: a primeira será no dia 10 e a segunda no dia 17, ambas das 11h às 12h. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo e-mail gentearteirape@gmail.com. É importante informar contato do adulto e a idade da criança.

O grupo La Casa Incierta realizará também a palestra A arte na Primeira Infância, às 14h30 do dia 16/10. A conversa é voltada a adultos que queiram conhecer melhor o universo criativo dos bebês e, assim, poder estimular a criatividade na primeira infância. A entrada é gratuita e as senhas serão distribuídas a partir da 13h30.

Serviço

Café Frágil

Data: 8, 9, 10, 15, 16 e 17 de outubro de 2015

CAIXA Cultural Recife (Av. Alfredo Lisboa, 505, Bairro do Recife, Recife)

Horário: quintas e sextas (8, 9, 15 e 16) às 17h. Sábados 10 e 17 em duas sessões: às 16h e 18h.

Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia)

Informações: (81) 3425-1900 | 3425-1915

Oficinas: sábados 10 e 17, às 11h. Entrada gratuita mediante inscrições pelo gentearteirape@gmail.com

Palestra: dia 16/10, às 14h30. Entrada gratuita com distribuição de senhas a partir das 13h30.

Com informações da assessoria

As crianças com alto risco de contrair asma carecem de importantes bactérias intestinais em seus primeiros meses de vida - é o que diz um estudo divulgado nesta quarta-feira, que ajuda a entender por que nos países desenvolvidos há mais crianças asmáticas.

Os casos de asma - uma doença crônica que causa pieira, tosse e dificuldade para respirar - aumentaram notoriamente desde os anos 1950, em particular nos países ocidentais, onde mais de 20% das crianças são afetadas, segundo os especialistas. Mas os casos de asma não aumentaram desta forma nos países em desenvolvimento.

Acredita-se que esta diferença possa ser explicada por fatores ambientais, assim como pelas armadilhas da vida moderna: os países desenvolvidos têm maiores taxas de nascimentos por cesariana, os bebês se alimentam com mais suplementos do que com leite materno e o consumo de antibióticos é exagerado, por exemplo.

Embora os cientistas não tenham agora uma resposta definitiva, a descoberta publicada na revista Science Translational Medicine identificou pela primeira vez quatro bactérias específicas que parecem proteger o sistema imunológico da asma.

"Esta pesquisa sustenta a hipótese da higiene, segundo a qual estamos convertendo nosso entorno num lugar limpo demais", explicou Brett Finlay, co-autor do estudo e professor de microbiologia e imunologia da universidade British Columbia.

"Mostra que as bactérias têm um papel importante na asma, embora isso ocorra num estágio cedo da vida, quando o sistema imunológico do bebê está em desenvolvimento".

O estudo envolveu mais de 300 crianças cujas amostras de fezes foram examinadas aos três meses de idade e um ano depois.

As amostras revelaram que os bebês de três meses com maior risco de asma registravam níveis baixos de quatro bactérias intestinais específicas.

Quando foram estudadas as mostras fecais dos bebês de um ano, foram registradas menos diferenças. Isso sugere que os primeiros 100 dias de vida são muito importantes no desenvolvimento do sistema imunológico dos pequenos.

Com o passar dos anos, os pesquisadores rastrearam 22 crianças com pouca diversidade bacteriana e oito deles desenvolveram asma. O restante tem mais risco de sofrer com a doença do que os demais do estudo.

Nenhum deles foi tratado com antibióticos, o que descarta o remédio como a causa de uma menor flora bacteriana.

Mas ainda não está claro como as crianças adquirem estas bactérias, chamadas Faecalibacterium, Lachnospira, Veillonella e Rothia.

Os cientistas não examinaram as mães nem compararam as crianças nascidas por pato normal às que nasceram por cesariana, assim como não analisaram se a substituição do leite materno pode ter tido a ver com a ocorrência de asma. Todas estas direções serão tomadas em estudos subsequentes.

Por enquanto, "esta pesquisa enfatiza que devemos revisitar nossa relação com as bactérias", segundo outro co-autor do estudo, Stuart Turvey, médico do hospital infantil de British Columbia.

Seis em cada dez crianças brasileiras com menos de dois anos já comeram biscoito, bolacha ou bolo e 32% já beberam refrigerante ou suco industrializado. Esses alimentos só devem ser consumidos depois dessa idade, e com moderação, segundo orientam nutricionistas e pediatras. As informações são da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2013, realizada em parceria com o Ministério da Saúde e cujos resultados estão sendo divulgados nesta sexta-feira, 21, no Rio. Os pesquisadores percorreram 62.658 domicílios de todo o País em 2013 e aplicaram questionários sobre deficiências, saúde dos idosos, das mulheres e das crianças com até 2 anos.

A publicação traz também dados alarmantes de peso, gordura abdominal e pressão arterial da população adulta. Uma comparação entre as Pesquisas de Orçamentos Familiares (POF) realizadas pelo IBGE nos períodos 2002/2003 e 2008/2009 com a PNS 2013 mostra a evolução do sobrepeso e da obesidade dos brasileiros de mais de 18 anos: de 2002 a 2013, o índice de brasileiros com sobrepeso passou de 42,4% para 57,3%, no caso dos homens, e de 42,1% para 59,8%, no das mulheres; a obesidade passou de 9,3% para 17,5%, entre os homens, e de 14% para 25,2%, entre as mulheres.

##RECOMENDA##

Outro dado levantado é sobre o aleitamento materno: apenas 49,4% dos bebês ainda eram amamentados pelas mães entre nove e doze meses, quando o recomendado pelo Ministério da Saúde é que a amamentação vá até os 2 anos, pelo menos. O leite materno, entre outros benefícios, protege as crianças de síndromes metabólicas.

Ainda sobre crianças, o IBGE levantou que 24,1% dos bebês com 1 ano não haviam tomado as doses da vacina tetravalente, que evita difteria, tétano, coqueluche e meningite. Verificou também que os exames neonatais precisam ter cobertura maior: 29,2% dos recém-nascidos não fizeram o teste do pezinho na primeira semana de vida (o teste identifica precocemente doenças metabólicas, genéticas ou infecciosas), 44% não fizeram o da orelhinha no primeiro mês (para detecção de surdez congênita) e 48,9% não fizeram o do olhinho no primeiro mês (para constatação de alterações oculares).

Mulheres que evitam a dor, médicos que ajustam seus horários e falta de fiscalização. As cesarianas aumentam de maneira desenfreada na América Latina, região onde mais se realiza esta prática em um mundo já cheio de intervenções muitas vezes desnecessárias.

A quantidade de cesáreas injustificadas estão aumentando sem nenhuma razão médica, colocando em risco desnecessário milhares de mulheres e seus bebês.

"Nós não temos nenhuma evidência para justificar esse enorme número de cesarianas", disse à AFP Bremen De Mucio, médico assessor para a América Latina em Saúde Sexual e Reprodutiva da Organização Mundial da Saúde (OMS).

De acordo com um comunicado da OMS emitido na última sexta-feira, na América Latina quase quatro em cada dez nascimentos ocorrem por cesarianas (38,9%), bem acima do recomendado há quase 40 anos pela organização: entre 10% e 15%.

Embora a região ostente o título de maior número de cesarianas, outros países como os Estados Unidos e a Espanha também produzem altas taxas de parto cirúrgico: 33% e 25%, respectivamente, segundo um relatório detalhado da OMS de 2014.

O Brasil, com 200 milhões de pessoas, tem uma média de 54% de partos feitos por cesarianas. Nos serviços privados, a cifra chega a ser maior que 80%, tornando-o o lugar do mundo onde mais se realiza o procedimento.

O contrário acontece no Haiti, onde a falta de acesso aos serviços de saúde coloca a taxa de cesarianas em 5,5%, abaixo do recomendado. Os números crescem mesmo em países com maior predominância indígena e histórico de nascimentos naturais, como a Bolívia, onde as cesarianas aumentaram de 14,6% em 2008 para 19% em 2012, e o Peru, que saltou de 15,8% para 25%.

As altas taxas de cesarianas também foram registradas na República Dominicana (44%), na Colômbia (43%), no México (39%) e no Chile (37%).

Risco oito vezes maior

O que leva os médicos e as mulheres latino-americanas a optarem pela cirurgia com um risco oito vezes maior do que um parto normal? As respostas são muitas, mas a principal está ligada a uma maior comodidade e ganho econômico para as equipes médicas.

"O aumento não tem nada a ver com uma necessidade médica, e sim com uma equipe médica que pensa mais em seu conforto do que no bem-estar das mulheres", afirma à AFP Ana Quirós, diretora do Centro de Informação e Consultoria de Serviços de Saúde da Nicarágua, país que tem uma das mais altas taxas de cesarianas na América Central, com 30%.

Mesmo em países onde o custo de um parto natural e de uma cesariana foram equiparados, o número de cirurgias continua a aumentar.

"Ainda quando o médico recebe por um parto normal o mesmo que recebe por uma cesariana, o tempo que o último leva o torna muito mais rentável para o profissional", explica De Mucio.

Um trabalho de parto pode durar até 24 horas. No mesmo período, o médico poderá agendar várias cesarianas, exemplifica.

Um novo papel das mulheres, mais ativas profissionalmente, com medo da dor do parto, mais estáveis e que têm adiado a maternidade, são outros fatores que influenciam este aumento.

"Eu escolhi ter meu filho por cesariana porque estava com medo do parto natural. Especialmente de sofrer durante longo tempo", disse à AFP a designer de interiores carioca Luana Martines, 26 anos, que acaba de ter o primeiro filho numa maternidade particular.

"Se uma amiga minha quisesse fazer cesariana, é claro que eu recomendaria", acrescenta.

O excesso de prevenção por parte de médicos e familiares para minimizar os riscos atenta também contra o número de partos vaginais. Em quase todo o mundo, a ginecologia é a especialidade médica mais acionada na justiça.

Além disso, "há uma cultura incompreendida de que pagando se tem mais atenção", diz à AFP Anita Roman, do Colégio de Doulas do Chile.

Partos humanizados

Várias tentativas de regular o número de cesarianas falharam na região, com o argumento de uma maior segurança para a mãe e o bebê.

"Sob o pretexto de segurança, muitos médicos dizem: 'não posso deixar que em minha maternidade as mulheres tenham partos após as duas da tarde, porque não fica mais nenhum especialista. Então, eu faço antes dessa hora para que não corram risco'", exemplifica De Mucio.

Na Europa, a taxa de cesarianas chega a 24%, graças a um maior estímulo ao parto natural.

Na maioria dos partos de baixo risco na Europa, por exemplo, o parto é quase exclusivamente feito por doulas, sem médicos.

Como solução, na América Latina pretende-se levantar uma segunda opinião médica para justificar cada uma das cesarianas e o fornecimento de mais informações às pacientes, para que elas avaliem os riscos.

A OMS, alarmada com o que chamou de uma "epidemia de cesarianas", pediu, pela primeira vez, que o recurso ao parto cirúrgico seja feito apenas quando "medicamente necessário".

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando