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"Quando eu vi o Museu Nacional do Rio de Janeiro em chamas pela TV, caí em prantos", relembra o renomado físico Luiz Davidovich, para quem as ciências no Brasil estão no mesmo estado de deterioração que a cultura.

"Nos laboratórios da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os pesquisadores compram com seus próprios recursos material, ou ratos geneticamente modificados para fazerem seu estudo sobre o (vírus do) zika", explica o professor Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências.

Na UFRJ, Michelle Klautau, especialista em esponjas marinhas, recebe os jornalistas da AFP, exibindo-lhes um gráfico onde a curva do orçamento para as ciências tem a mesma forma abrupta do Pão de Açúcar.

Após alcançar um pico nos anos 2010, ele diminuiu em dois terços em um país com os caixas vazios. Em 2017, despencou 44%.

A bióloga mostra tudo o que ela precisou financiar em seu laboratório para continuar com sua pesquisa: "um sistema fotográfico de 1.200 euros, dois de três aparelhos de ar-condicionado, a maioria das cadeiras, a pintura, o piso".

"Vai chegar um ponto em que vai ser impossível", declara. "O pesquisador não vai poder ficar pagando sua pesquisa com seu salário".

"Por isso, a gente começou a diminuir o número de estudantes nos laboratórios, vamos reduzindo o número de projetos, ou muitas vezes a área de atuação". O mesmo acontece com as bolsas.

Um de seus alunos, Márcio França, mostra a caixinha com que a equipe junta dinheiro para comprar água, café e papel higiênico do laboratório.

País de forte vocação científica, o Brasil, que acaba de inaugurar em Campinas um dos aceleradores de partículas mais poderosos do mundo, viu os trabalhos de seus pesquisadores publicados em revistas internacionais e viveu um auge em muitas áreas graças às ciências.

Quer seja pela extração altamente tecnológica do petróleo em jazidas do pré-sal, pelo aumento em produções animais, ou pela expansão da produção de soja, que triplicou.

- "Ciência ameaçada" -

"Não é milagre, é a ciência", diz o professor Davidovich, que trabalhou muito com o francês Serge Haroche, prêmio Nobel de física em 2012. Uma ciência que decolou durante a ditadura militar, vinculada à segurança nacional. "Falamos de jovens coronéis da pesquisa", diz Luiz Davidovich.

"E depois, os anos de Lula (2003-2010) foram formidáveis para as ciências", afirma, enumerando o aumento considerável de orçamentos, a multiplicação de campi universitários, a criação de infraestruturas para a pesquisa.

Até os orçamentos encolherem com a grave crise econômica durante o governo de sua afilhada política, Dilma Rousseff, e que seu sucessor, Michel Temer, decidiu por um congelamento catastrófico dos gastos públicos em 20 anos, inclusive os relacionados com as ciências, julgadas não prioritárias.

"A ciência no Brasil está ameaçada pela falta de dinheiro", resume Marcos Farina, professor do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ.

"Quando chove muito, no dia seguinte, tem muita água em todos os lugares, porque vai acumulando como uma piscina e vai-se infiltrando" nos telhados.

Depois, "começa a pingar nos equipamentos. Por isso a gente coloca proteção", relata, mostrando um microscópio japonês de epufluorescência coberto, assim como todos os outros equipamentos, com uma lona plástica.

"Individualmente, todos os pesquisadores trabalham com amor", acrescentou, "mas isso pode ter um lado ruim, porque, na sua paixão, você vai tentando fazer individualmente, consertar individualmente, quando deveria ser o papel da instituição".

Ele também mencionou a tragédia no início de setembro com o incêndio que reduziu a cinzas o Museu Nacional do Rio, o maior museu de História Natural da América Latina, totalmente negligenciado financeiramente, apesar de abrigar 20 milhões de peças de valor inestimável.

- "A terra é plana" -

Michelle Klautau pensa, "toda semana, quando um equipamento quebra, em [pedir] demissão e até sair do Brasil, como muitos colegas estão fazendo".

Afetado também pela fuga de cérebros, o laboratório de Marcos Farina perdeu um professor e um pós-doutorando, que foram para os Estados Unidos.

"O que nos dá energia para continuar (...) é o reconhecimento dos nossos pares estrangeiros", explica Michelle Klautau.

Muitos cientistas receberam com receio a escolha do astronauta Marcos Pontes para comandar o Ministério da Ciência e Tecnologia do futuro governo de extrema direita do presidente Jair Bolsonaro.

"Uma das primeiras frases que ele disse foi: 'vou lutar contra os inimigos internos'", diz o professor Farina. "Não tenho a mínima ideia do que vai acontecer".

"Tem gente nesse governo que acredita que a Terra é plana e que Issac Newton foi um impostor. É assustador", conclui.

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Alunos da Universidade da Amazônia (UNAMA) apresentaram na IX Estadual de Ciências, Tecnologia e Inovações, no Hangar Centro de Convenções, em Belém, os projetos sustentáveis e inovações tecnológicas desenvolvidos nos cursos de exatas e tecnologias da instituição. Os trabalhos apresentados foram produzidos nos últimos dois anos e envolvem o tema da sustentabilidade.

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 “O objetivo foi alcançado. A gente consegui difundir para várias escolas de ensino médio, escolas estaduais, públicas, que visitaram nosso estande, os projetos que a gente desenvolve dentro da UNAMA”, contou Mariana Von, coordenadora do curso de Engenharia Civil.

O evento teve a participação de alunos da Escola Municipal Miguel Pernambuco Filho, do bairro do Jurunas, que ficaram encantados com as exposições. “Achei muito lindo. O trabalho deles é muito bom e ajuda a melhorar o nosso mundo”, disse Cibele Marinho (9), aluna da quarta série.

Para a professora da turma, levar as crianças é uma forma de abrir novos horizontes de conhecimento. “As crianças gostam muito de participar dessas atividades e isso é muito importante para elas conhecerem um pouquinho do que nós podemos oferecer para eles, como a questão das tecnologias, das ciências, do conhecimento científico que às vezes eles acham que está muito distante, mas está tão perto de nós”, disse Patrícia Pacheco, professora da mesma escola.

Na feira de Ciências foram apresentadas formas de aproveitamento consciente dos recursos naturais oferecidos pela natureza. “Estamos com os projetos de filtragem utilizando miriti como filtro, fibras de miriti e outros projetos de aterro sanitário, estrutura metálica para pontes, robóticas”, disse Welisson Costa (19), o estudante de Engenharia Elétrica da UNAMA. Energia através da chuva, energia solar, energia eólica são fontes aproveitadas na casa sustentável, um dos destaques da apresentação. “A gente aproveita para diminuir o consumo das energias elétricas das usinas geradoras. Só no Brasil são mais de quatrocentas termelétricas”, disse o estudante.

Para Welisson, a melhor forma de combater a poluição do ar é com o aproveitamento da geração de energia natural. “Nessas termelétricas tem o  biogás, biomassa, queima de combustíveis que contribuem para o aquecimento global. O interessante da casa sustentável é aproveitar ao máximo os recursos que a natureza nos fornece”, conclui o estudante.

Por Rosiane Rodrigues.

A 23ª edição da Ciência Jovem, uma das maiores feiras de ciências do país, levará 270 projetos científicos produzidos por estudantes e outros 30 trabalhos realizados por professores ao Shopping Paço Alfândega, entre os dias 09 e 11 de novembro. O evento contará com representantes de todos os estados do Brasil e de países como México, Paraguai, Chile e Colômbia. Para os três dias de feira, são esperadas cerca de 10 mil pessoas.

Organizada pelo Espaço Ciência, a Ciência Jovem apresentará projetos realizados por estudantes de escolas públicas ou particulares, divididos em cinco categorias: Iniciação à Pesquisa, para Educação Infantil e Fundamental 1; Divulgação Científica, para alunos do Fundamental 2; Iniciação à Pesquisa, para estudantes do Ensino Médio; Desenvolvimento Tecnológico, para projetos do Ensino Médio que resultem em um produto; e Francis Dupuis, para trabalhos internacionais.

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Na categoria Educação Científica, os professores poderão exibir experiência pedagógicas bem-sucedidas. O diretor do Espaço Ciência, Carlos Antonio Pavão, considera que os jovens só precisam de estímulo para apresentar boas ideias. “As Feiras de Ciência são uma revolução pedagógica. Elas fogem do modelo do professor que sabe tudo e repassa aos alunos. É um trabalho colaborativo em que as questões são lançadas para investigação e descoberta”, defende.

Mais de 500 projetos foram inscritos e submetidos à análise da Comissão Avaliadora. Ao término da feira, os trabalhos voltam a ser avaliados, por cerca de 150 profissionais especializados de universidades locais. Os resultados são divulgados no último dia de evento, durante a cerimônia de encerramento. 

23ª Ciência Jovem

Data: 9, 10 e 11 de novembro

Hora: 10 às 18 horas

Local: Shopping Paço Alfândega

Cerimônia de Abertura: 09/11, 14h

Cerimônia de Encerramento: 11/11, 15h

Os cortes orçamentários em Ciência e Tecnologia "comprometem seriamente o futuro do Brasil" e precisam ser revistos "antes que seja tarde demais", segundo um grupo de 23 ganhadores do Prêmio Nobel, que enviou ontem uma carta ao presidente Michel Temer, recomendando mudanças na postura do governo com relação ao setor.

O documento, enviado por e-mail ao gabinete da Presidência, faz referência ao corte de 44% no Orçamento deste ano do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), assim como à perspectiva de um novo corte em 2018 - que deverá ser da ordem de 15%, caso o Projeto de Lei Orçamentária Anual enviado pelo governo ao Congresso seja aprovado como está.

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"Isso danificará o Brasil por muitos anos, com o desmantelamento de grupos de pesquisa internacionalmente reconhecidos e uma fuga de cérebros que afetará os melhores jovens cientistas" do País, escrevem os pesquisadores.

A carta, à qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso com exclusividade, é assinada pelo físico francês Claude Cohen-Tannoudji (Nobel de 1977) e outros 22 laureados com o prêmio nas áreas de Física, Química e Medicina nas últimas três décadas. "Sabemos que a situação econômica do Brasil é muito difícil, mas urgimos o senhor a reconsiderar sua decisão antes que seja tarde demais", conclui a carta.

Repercussão

"É uma iniciativa que mostra a importância da ciência brasileira e a gravidade da situação", disse o presidente da Academia Brasileira de Ciências, Luiz Davidovich, que também recebeu uma cópia da carta. A Presidência da República foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até as 21 horas de sexta-feira.

"A situação é trágica, não há outra palavra para descrevê-la", disse o pesquisador David Gross, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, vencedor do Nobel de Física em 2004 e também signatário da carta. Ele prevê que muitos jovens pesquisadores brasileiros vão desistir da carreira científica ou migrar para outros países, mais favoráveis à ciência.

"Eles vão embora e não voltarão", alertou. "É uma política estúpida, autodestrutiva", completou Gross, referindo-se aos cortes horizontais aplicados pelo governo em todas as áreas, sem definição de prioridades.

A ciência, de acordo com ele, é uma área que precisa de investimentos consistentes e de longo prazo para produzir resultados que são essenciais para qualquer sociedade moderna. "Não é algo que você liga e desliga sem ter consequências graves."

A carta dos laureados reproduz argumentos que vem sendo usados exaustivamente pela comunidade científica brasileira nos últimos anos. Em uma carta enviada à Presidência da República no início da semana, mais de 250 pesquisadores da área de Matemática pedem também a Temer que reconsidere os cortes orçamentários do setor.

"À fria luz dos fatos e além de qualquer partidarismo, repudiamos os repetidos e substanciais cortes de verba que sabotam o potencial transformador da ciência brasileira", diz o documento. Entre os signatários está o matemático Artur Avila, ganhador da Medalha Fields, considerada o Prêmio Nobel da Matemática.

Cortes

O orçamento deste ano do MCTIC é o menor de todos os tempos, com cerca de R$ 3,2 bilhões disponíveis (depois do contingenciamento de 44% no início do ano) para o financiamento de pesquisas e pagamentos de bolsas em todo o País. Isso equivale a um terço do que o ministério tinha quatro anos atrás (antes de ser unificado com a pasta de Comunicações), e a proposta inicial do governo para 2018 é reduzir esse valor ainda mais, para R$ 2,7 bilhões.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Estudantes brasileiros conseguiram lugar de destaque no pódio da maior feira de ciências e engenharia dos Estados Unidos, voltada a pré-universitários, a Intel International Science and Engineering Fair (Intel ISEF) 2017. O evento aconteceu entre os dias 15 e 19 de maio, em Los Angeles (EUA). 

Na ocasião, foram distribuídos cinco prêmios e três menções honrosas, com destaque para o segundo lugar da categoria Biomedical Engineering, alcançado pelo aluno do Instituto Federal do Mato Grosso do Sul (IFMS), Luiz Fernando da Silva Borges.

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Formado no curso técnico integrado em informática, Luiz Fernando apresentou o dispositivo Hermes Brain Deck, capaz de realizar a leitura da atividade cerebral e identificar pacientes que foram erroneamente classificados como em estado vegetativo, por não poderem movimentar qualquer músculo, apesar de plenamente conscientes.

Luiz Fernando explicou que o computador confeccionado é do tamanho e formato de uma maleta, que contém uma unidade de processamento e um leitor das ondas cerebrais que consegue transmitir o pensamento dos pacientes analisados.

“O dispositivo conta com um equipamento de eletroencefalograma, que é como se fossem antenas postas sobre a cabeça do paciente, sem necessidade de intervenção interna. Pede-se para a pessoa imaginar algumas coisas e se ela estiver escutando, o computador consegue traduzir em palavras, em ‘sim’ e ‘não’”, disse.

O estudante explica que o diferencial do Hermes Brain Deck é a possibilidade de que os pacientes soletrem palavras. “O que é 100% inédito é que elas seriam capazes de, apenas imaginando, soletrar palavras. E isso sem uso da visão”, completou.

O projeto que competiu no Intel ISEF 2017 – com o título de Interface cérebro-computador de loop fechado, para comunicação com pessoas inicialmente classificadas em estado vegetativo ou coma – foi produzido em seis meses.

O Hermes Brain Deck ainda não foi testado em pessoas em estado vegetativo, mas o jovem, hoje com 18 anos, firmou parceria com instituições de saúde para levar o projeto adiante e pretende avançar para os testes dentro dos próximos meses. 

Mais premiações

Também foram premiados dois projetos do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), orientados pela professora Flávia Santos Twardowski. Na categoria Plant Sciences, a aluna Maria Eduarda Santos de Almeida foi quarto lugar com o trabalho BioPatriam: preservação da biodiversidade através de plantas nativas brasileiras. Já na categoria Environmental Engineering, o quarto lugar foi do projeto Transformação dos resíduos agroindustriais do maracujá em filmes plásticos biodegradáveis, da aluna Juliana Davoglio Estradioto.

Feira

A Intel ISEF é realizada anualmente, desde 1950, e reúne mais de 50 nações. Nesta edição, o evento contou com a participação de 1,8 mil estudantes de 78 países. No Brasil, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace) é a responsável pela seleção dos projetos da delegação que representa o País no evento. Apenas estudantes com até 19 anos podem concorrer à viagem.

A Chalmers University - universidade em Gothenburg - localizada na Suécia está com inscrições abertas para o processo seletivo das bolsas de mestrado. Os bacharelados nas áreas de Engenharia, Arquitetura e Ciências podem concorrer as vagas, e o requisito necessário é que o interessado tenha cidadania latino-americana. As inscrição devem ser realizadas no site da instituição e o candidato deve ficar atento a sua aprovação.

O Processo seletivo será composto por quatro etapas, sendo elas:

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Chalmers University Challenge, composta com seis perguntas que devem ser respondidas em 12 minutos; a segunda etapa.

Numerical Reasoning Challenge, teste de lógica composto de 10 questões que devem ser respondidas em 10 minutos e 50 segundos.

English Language Challenge, teste de inglês com 10 perguntas que devem ser respondidas em 4 minutos e 55 segundos.

Motivational Statement e o “Tell Us About Yourself“, onde você deve contar um pouco mais sobre você e suas características e quais as motivações para estudar na Chalmers University.

Estão abertas as iscrições para a Semana de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento de Guarulhos (Semcitec), que se une a Feira de Ciências e Engenharia de Guarulhos (Feceg), em sua terceira edição. O evento será realizado no Centro Municipal de Educação Adamastor. 

A Semcitec vai premiar os melhores trabalhos, com o objetivo de incentivar alunos do ensino superior a buscar, por meio da ciência e tecnologia, soluções para os problemas do cotidiano, além de dar acesso à população ao conhecimento produzido na cidade. Recebe inscrição, os trabalhos na modalidade de pesquisa científica e relato de experiência, de acordo com os fundamentos temáticos para cada edição. O tema deste ano é "Ciência alimentando o Brasil", e o evento acontecerá de 17 a 21 de outubro. Os trabalhos aprovados serão apresentados em sessões de pôster e comunicado oral, abertas ao público. Além dos trabalhos, o evento também vai realizar palestras e oficinas, gratuítas para a população, com base na temática central do evento. 

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A Feceg é aberta aos alunos do Ensino fundamental I e II, Ensino Médio, Ensino Técnico e da EJA (Educação de Jovens e Adultos), de escolas públicas e particulares de Guarulhos. Os jovens, de 15 a 29 anos, sem vínculo com instituições de ensino, também podem participar. O obejtivo dessa inclusão, é incentivar os jovens, para que eles retomem os estudos regulares. Do dia 18 ao dia 21 de outubro. 

As inscrições vão até o dia 30 de agosto e a premiação no dia 21 de outubro. O Adamastor Centro fica na Av. Monteiro Lobato, 734, Macedo. 

Mais de 25% dos estudantes têm notas ruins em matemática, interpretação de texto e/ou ciências, afirma um relatório da OCDE divulgado nesta quarta-feira (10) e que incentiva os países a investirem na educação para um retorno favorável a longo prazo.

Segundo o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), que realizou a pequisa para Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômicos (OCDE), a luta contra os maus resultados escolares, que dizem respeito a 28% dos alunos de 15 anos, é onerosa, mas uma medida rentável a longo prazo.

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Os dados reunidos este ano serviram de base para o novo relatório chamado "Estudantes com baixo desempenho: por que eles ficam para trás e como ajudá-los?" O estudo diz respeito a 13 milhões de alunos com resultados ruins em uma lista de 64 países.

O Brasil ficou em 58º lugar, apesar de apresentar uma melhoria na taxa de escolarização e acesso acesso à educação. "Os maus resultados escolares têm consequência a longo prazo, com um alto risco de abandono desses jovens e um crescimento econômico inferior. Alguns países se encontram, inclusive, em um estado estado de recessão permanente", alerta o informe. Os benefícios da luta contra este fenômeno "superam de longe os custos da melhoria", afirma a organização.

Se de hoje até 2030 cada aluno de 15 anos conseguir "adquirir uma bagagem mínima de competências fundamentais" em literatura e matemática nos países de alta renda da OCDE, os benefícios a longo prazo para a economia destes países poderão alcançar "aproximadamente 1,5 vezes seus PIB atuais", afirma a OCDE.

Entre 2003 e 2012, a OCDE fez o censo de nove países que conseguiram reduzir sua proporção de alunos com resultados ruins em matemática: Brasil, Alemanha, Rússia, Itália, México, Polônia, Portugal, Tunísia e Turquia.

Como entre eles não há muita coisa em comum, a organização chega à conclusão de que "todos os países podem melhorar os resultados de seus alunos" se decidirem que é uma "prioridade de sua política educacional" e fornecerem os recursos suplementares. "É preciso envolver os pais e as coletividades locais, incentivar os estudantes a aproveitar as possibilidades de educação oferecida, identificar os alunos com maus resultados e dar apoio aos alunos, aos estabelecimentos de ensino e às famílias".

A OCDE também defende "programas específicos para os alunos imigrados, que falam uma língua minoritária ou que vivam na zona rural, a luta contra os estereótipos de gênero e a redução das desigualdades de acesso à educação".

Fatores de risco - Vários fatores podem contribuir para que os alunos tenham resultados ruins: a probabilidade de estar nessa situação é 2,5 vezes maior para os jovens procedentes da migração e que não falam em casa a mesma íngua que na escola.O risco é também maior quando se vive no campo ou em uma família monoparental.

Quando se acumulam vários fatores de risco, a possibilidade de ter maus resultados em matemáticas acabam em 76% para uma menina procedente da imigração, que fala em casa outro idioma que na escola, que vive numa família monoparental e na zona rural.

Não apenas os fatores de risco são maiores para os alunos de setores sociais desfavorecidos, como também "têm uma incidência mais forte em seus resultados". Na média, mais de um terço da diferença dos resultados em matemáticas entre alunos é atribuível à diferença entre os estabelecimentos de ensino.

Por fim, os alunos com más classificações faltam mais as aulas do que os demais, têm menos perseverança e menos confiança de si mesmo, o que não é surpreendente. Em compensação, o que surpreende é que geralmente esses alunos "dedicam um tempo equivalente a certas atividades" vinculadas com as matemáticas, como a informática e jogos como xadrez.

A Universidade de São Paulo (USP) está oferecendo 20 vagas para o Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação. Segundo a instituição de ensino, metade das oportunidades é para mestrado e as outras 10 são para o doutorado.

A ideia central da qualificação é formar recursos humanos para atuar nas áreas de Fissuras Orofaciais e Anomalias Relacionadas. Os candidatos precisam ter nível superior compatível com a linha de pesquisa da pós-graduação, além de disponibilidade integral. Também é exigida proficiência em língua inglesa.

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De acordo com a USP, o processo de seleção conta com prova específica, questionários, discussão e análise curricular. Os interessados em participar do programa devem se inscrever, até 23 de janeiro, na Secretaria de Pós-Graduação do Centrinho, localizada na Rua Rua Sílvio Marchione, 3-20, na Vila Universitária, em Bauru (SP). O procedimento deve ser feito de segunda a sexta-feira, nos horários das 9h às 11 e das 14h às 16h. Mais informações sobre o curso podem ser conseguidas no edital da seleção.

O programa For Women in Science (Para Mulheres na Ciência), parceria entre a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), L’Oréal e Academia Brasileira de Ciências (ABC), está com inscrições abertas. É a 9ª edição do prêmio no Brasil, que visa reconhecer e promover o trabalho de mulheres cientistas. 

Serão selecionadas sete pesquisas, que receberão bolsa-auxílio no valor de US$ 20 mil cada. As inscrições devem ser feitas até o dia 30 de maio pelo site da ABC. 

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O programa For Women in Science contempla estudos de diversas linhas de pesquisa, segundo as categorias de ciências biomédicas, biológicas e da saúde; ciências físicas; ciências matemáticas; e ciências químicas. Para outras informações, acesse a página do projeto.

Os matemáticos têm o desafio de incentivar o gosto por essa ciência entre os brasileiros. Eles preparam uma ofensiva com o objetivo de despertar o interesse de estudantes para o Congresso Internacional de Matemáticos, evento que ocorre no Brasil em 2018. Será a primeira vez que a América do Sul recebe o encontro, o maior da categoria em todo o mundo.

“Temos no Brasil uma situação particular: um país jovem, que terá a maior olimpíada de matemática do mundo e que a população tem pouco acesso ao conhecimento científico”, disse o presidente da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM), Marcelo Viana. Para ele, é preciso incentivar o gosto pela matemática e divulgar a relevância do congresso para o país.

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Com antecedência, a SBM e o Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) preparam uma série de atividades e práticas educativas divertidas para incentivar os jovens. A primeira delas será o lançamento de uma campanha para crianças, na sede do Impa no Rio na terça-feira (18).

A ideia é apresentar um programa de aulas com experimentos práticos, que será enviado para escolas de todo o país e anunciar o concurso de logomarca do congresso para estudantes. “Por que o fundo das latinhas de refrigerante é curva? Por que a bola de sabão assume aquela forma? Tudo tem uma matemática, que permite economizar nos custos de produção sem perder no volume”, disse o professor do Impa, Emanuel Carneiro, que participa com a palestra Quinze Motivos para Aprender Matemática! Todo material será disponibilizado na internet.

O edital do concurso também será apresentado nos próximos dias. A expectativa é que, entre os prêmios, o estudante vencedor ganhe passagem e hospedagem para participar do congresso de matemáticos em 2018. O evento ocorre a cada quatro anos e reúne cerca de 10 mil pessoas para entrega de prêmios e palestras. A  próxima edição será em agosto na Coreia do Sul.

O Espaço Ciência realizará do dia 30 de outubro a 1° de novembro a décima edição do evento Ciência Jovem. O objetivo da ação é contribuir para a qualificação do ensino de ciências por meio de atividades de estímulo à criatividade, valorização da experimentação, entre outras.

A previsão da organização da feira é que em torno de 320 trabalhos científicos de todo o Brasil sejam inscritos. No ano passado, o encontro reuniu um público de 10 mil pessoas. Podem participar do evento estudantes e professores de escolas públicas e privadas e as inscrições podem ser feitas desta segunda-feira (2) até o dia 31 deste mês. Informações sobre o procedimento pelo telefone (81) 3183-5528.

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As categorias do “Ciência Jovem” são Iniciação à pesquisa, destinada aos alunos da educação infantil e ensino fundamental; Divulgação Científica, destinada aos alunos do ensino fundamental; Desenvolvimento Tecnológico e Incentivo à Pesquisa, destinadas a alunos do ensino médio e Educação Científica, destinada aos professores. A feira conta com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), bem como dos Ministérios da Educação e da Ciência, Tecnologia e Inovação, entre outras instituições. O Espaço Ciência fica no Complexo de Salgadinho, em Olinda.

Brasília - A partir deste ano, estudantes do ensino básico terão que responder a questões de ciências na Prova Brasil. A prova é aplicada no 5º e 9º ano do ensino fundamental e no 3º ano do ensino médio e atualmente apresenta questões de português e matemática. A inclusão foi comunicada nesta segunda-feira (8) pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante em evento em São Paulo.

De acordo com o ministro, na primeira edição, a prova de ciências servirá apenas para avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Os resultados não serão computados na média geral do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).

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A Prova Brasil é aplicada a cada dois anos e é utilizada como subsídio para o cálculo do Ideb. O índice é utilizado pelo Ministério da Educação (MEC) para medir a qualidade das escola e das redes de ensino do país.

O governo federal vai introduzir neste ano, de forma amostral, questões de ciências na Prova Brasil, afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Hoje, o exame, que é aplicado aos alunos de 5.º e 9.º ano do ensino fundamental e 3.º ano do ensino médio das redes públicas do País, avalia português e matemática.

"Num primeiro momento, (a medida) não terá o objetivo de interferir na nota do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), mas será a preparação para isso. A Prova Brasil do 5.º e do 9.º ano (do ensino fundamental) terá ciências também", disse. O Ideb combina o resultado do desempenho dos estudantes em avaliações (Prova Brasil/Saeb) com a taxa de aprovação.

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A Prova Brasil é uma avaliação em larga escala do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), aplicada a cada dois anos em escolas públicas urbanas e rurais que possuem turmas de 20 ou mais estudantes. O objetivo é avaliar o sistema educacional, analisando o desempenho de alunos, docentes e servidores.

As escolas são selecionadas pelo Inep com base em dados do Censo Escolar. As provas são formadas por quatro blocos - dois de língua portuguesa e dois de matemática. Não são divulgados resultados individuais dos estudantes, já que o objetivo é avaliar a unidade e o sistema de ensino.

Simulado

Mercadante também afirmou que o Inep está disposto a apoiar todas as prefeituras que quiserem promover simulados da Prova Brasil. "Teremos uma avaliação pedagógica que indicará onde a escola está bem, onde não está. Estamos dispostos a apoiar todo mundo que quiser fazer simulado. Vamos colocar as questões à disposição e ajudar a viabilizar as provas."

No caso do ensino médio, o MEC quer substituir a Prova Brasil/Saeb, amostral, pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Questionado sobre o assunto, o ministro disse que "as administrações públicas, as secretarias de Educação e os estudantes já trocaram" a Prova Brasil/Saeb pelo Enem na avaliação do ensino médio. "Já trocaram porque é concreto: a escola coloca ou não o estudante em uma federal, no ProUni (Programa Universidade para Todos), no Ciência sem Fronteiras, nas cotas. Esse vai ser o debate, não tem outro", afirmou.

O ministro considerou "bobagem"as críticas de que o governo estaria tentando "maquiar" a avaliação do ensino médio, após o resultado do Ideb do ensino médio apontar para uma estagnação - o índice foi de 3,6 (Ideb 2009) para 3,7 (2011). "O Enem hoje é o foco dos estudantes do ensino médio, é o que define a vida deles. É para onde os pais estão olhando, para onde a escola está olhando."

Mercadante também elogiou o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que flexibiliza a Lei Geral da Copa e autoriza as escolas de todo País a manterem suas atividades durante o campeonato. O texto determina que os sistemas de ensino "deverão ajustar os calendários escolares" de forma que o período de férias compreenda todo o período do Mundial. "Não tem Copa em todas as cidades nem todos os jogos são prioridade. Temos de mostrar que educação é prioridade."

Debate

A inclusão de ciências na Prova Brasil - o que deixará o exame mais parecido com o teste do Programa Internacional de Avaliação (Pisa) - é vista com bons olhos por especialistas consultados pelo jornal O Estado de S. Paulo. No entanto, alguns deles criticam a falta de debate sobre como os assuntos deveriam abordados no exame. "A discussão não aconteceu até hoje, nem mesmo com a definição das matrizes curriculares de português e matemática", diz Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação.

Especialistas também questionam a não inclusão de outras disciplinas na avaliação. "Por que não incluir de forma amostral história e geografia?", questiona Alexandre Oliveira, da consultoria Meritt Informação Educacional. O ideal, segundo Marcio da Costa, professor da Faculdade de Educação da UFRJ, é que a matriz funcione como um indutor do próprio currículo do ensino básico. "Queremos finalizar até julho as diretrizes de ciências e esperamos que o MEC se guie por esse estudo", diz José Fernandes de Lima, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE). As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Brasília - Economia verde, sustentabilidade, mudanças climáticas e desastres naturais, energia, programa espacial brasileiro, medicina tropical, desigualdade social e direitos humanos e educação são os principais temas em pauta para 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O encontro será realizado de 22 a 27 de julho, em São Luís, no Maranhão. A reunião, que este ano tem como tema central Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza, acontecerá no campus da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).

Serão realizadas 61 conferências, 66 mesas redondas, 48 minicursos, além atividades como reuniões de trabalho, assembleias e encontros para a discussão sobre os avanços da ciência, e um fórum de debates de políticas públicas em ciência e tecnologia.

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Também faz parte da programação a Expot&C, considerada a maior mostra de ciência e tecnologia das Américas; a SBPC Jovem (para estudantes do ensino básico e profissionalizante), a SBPC Cultural, a Sessão de Pôsteres e a Jornada Nacional de Iniciação Científica.

Para a presidente da SBPC, Helena Nader, a reunião contribui com propostas para o desenvolvimento sustentável do país, “praticando O Futuro que Queremos, discutido na Conferência Rio+20, mas sem deixar de tratar também das políticas públicas de educação e de ciência, tecnologia e inovação”.

Entre os convidados está o israelense Daniel Shechtman, Prêmio Nobel de Química de 2011, além de vários dirigentes de sociedades científicas.

A íntegra da programação 64ª reunião da SBPC: http://www.sbpcnet.org.br/saoluis/home/

Os primeiros candidatos a terminar as provas de hoje do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) começaram a sair às 15h05. O primeiro a deixar o prédio foi o estudante David Richard, de 16 anos, que pretende obter vaga em engenharia mecatrônica. Segundo ele, as perguntas de ciências estavam mais difíceis. "Mas só tive dificuldade em umas três ou quatro questões. Foi tranquilo", contou David, que, apesar de morar em um bairro distante do local da prova, em Inhaúma, chegou à Uerj às 11h30.

Cristiane Barros, de 32 anos, também foi uma das primeiras a acabar a prova. Ela contou que já tinha preenchido todas as questões três minutos antes do prazo mínimo para deixar a sala onde foi aplicado o exame - a partir das 15h. "No início, eu fiquei um pouco nervosa, mas depois eu comecei a ler as perguntas com calma e vi que a maioria já tinha sido dada pelo professor em sala de aula", disse ela, que tenta uma vaga em psicologia e que também sentiu dificuldade nas provas de química e biologia.

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A estudante Beatriz Junqueira, de 18 anos, que pensa em cursar pedagogia, também apontou dificuldades nas provas de ciências, mas confessou não ter estudado muito essas disciplinas. "A prova de geografia estava mais fácil porque era mais de conhecimentos gerais. Lendo o jornal já dava para saber as respostas de algumas questões", disse Beatriz.

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