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O governo russo descartou, nesta sexta-feira (2), um confinamento da população, apesar de ter registrado 679 mortes devido à Covid-19 nas últimas 24 horas, um recorde pelo quarto dia consecutivo no país, seriamente afetado pela variante Delta.

Segundo dados do governo, a Rússia registrou 23.218 novos casos em um dia, o número mais alto desde meados de janeiro, quando o país saía de uma segunda onda de coronavírus.

Apesar disso, o Kremlin descartou nesta sexta-feira, por enquanto, a ideia de um confinamento.

"Ninguém quer confinamentos" e a ideia de aplicá-lo "não foi discutida. Para que isso não aconteça, devemos todos nos vacinar o mais rápido possível", declarou à imprensa o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.

O aumento dos casos já levou o presidente Vladimir Putin a pedir na quarta-feira aos cidadãos russos para se vacinarem, em um discurso televisionado.

Apesar dos recordes negativos, as autoridades russas mantiveram a organização de eventos com multidões, como é o caso da Eurocopa em São Petersburgo, a segunda maior cidade do país, onde se disputa nesta sexta-feira uma partida das quartas de final entre Espanha e Suíça.

São Petersburgo registrou hoje 101 mortes pelo coronavírus, um pouco menos que o recorde de 119 mortes diárias registrado esta semana.

O prefeito de Moscou, Serguéi Sobianin, afirmou que a variante Delta, surgida inicialmente na Índia, é responsável por 90% dos novos casos registrados na capital russa.

Moscou, principal foco da doença, registrou 112 mortes nas últimas 24 horas, níveis próximos aos recordes alcançados esta semana.

Em todo o país, a pandemia causou desde o início mais de 5,5 milhões de casos e 136.565 mortes, segundo dados oficiais.

A agência de estatística Rosstat, que tem uma definição mais ampla das mortes provocadas pelo coronavírus, contabiliza 270.000 óbitos até o final de abril.

Quase 10 milhões de australianos receberam a ordem de cumprir um confinamento em várias cidades do país, que luta contra o aumento dos casos de Covid-19.

Depois dos habitantes de Sydney (sudeste), Darwin (norte) e Perth (oeste), os de Brisbane (leste) e várias áreas do estado de Queensland terão de ficar em casa a partir da noite de terça-feira, por pelo menos menos três dias.

Há algumas semanas, a Austrália, elogiada por sua resposta à pandemia, enfrenta um surto de casos, especialmente da variante Delta, altamente contagiosa, devido a falhas nos sistemas de quarentena para viajantes que chegam do exterior.

"São decisões difíceis. Há confinamentos nas grandes cidades, porque o vírus entra com as chegadas do exterior", declarou a primeira-ministra de Queensland, Annastacia Palaszczuk.

Além de Brisbane, várias zonas do litoral de Queensland e, sobretudo, a pequena cidade de Townsville (norte), estão incluídas no confinamento.

A medida foi tomada após a detecção de casos. Em um deles, um trabalhador da saúde não estava vacinado viajou durante 10 dias por Queensland quando estava infectado.

- Abordagem prudente -

Os moradores de Perth também estão proibidos de sair de casa, em virtude do início, nesta terça-feira, do confinamento de quatro dias.

Apenas três casos positivos foram detectados recentemente nesta grande cidade do oeste, que há muito tempo age com extrema cautela no caso de um surto epidêmico.

"Conhecemos os riscos que a covid apresenta e, observando o mundo, sabemos que a variante Delta é uma nova besta, com a qual não podemos nos arriscar", disse o primeiro-ministro da Austrália Ocidental, Mark McGowan, em entrevista coletiva na noite de segunda-feira.

Os confinamentos acontecem no meio das férias escolares. No setor turístico podem levar a muitos cancelamentos, já que os estados não afetados recomendam aos seus habitantes que não visitem aqueles que registram casos de covid-19.

A Nova Zelândia anunciou que reabrirá parcialmente sua "bolha" para viagens com a Austrália, a partir de 5 de julho - mas apenas com estados que não registraram casos.

O governo conservador australiano tem sido criticado pela lentidão da campanha de vacinação e pela falta de melhorias nos dispositivos de quarentena.

Sob pressão, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou que a vacinação será obrigatória para funcionários de instituições que cuidam de idosos e dos centros de quarentena.

O governo também é criticado por não divulgar o número de australianos totalmente vacinados.

Cerca de 7,4 milhões de doses foram administradas. Alguns veículos de comunicação afirmam, no entanto, que menos de 5% dos 25 milhões de australianos receberam as duas doses.

Desde o início da pandemia, a Austrália registrou pouco mais de 30.000 casos e, destes, 910 óbitos.

As medidas de confinamento em vigor na capital da Índia, Nova Délhi, há seis meses serão flexibilizadas "muito lentamente" a partir de segunda-feira, anunciaram as autoridades nesta sexta-feira (28), após uma redução do número de casos de covid-19 na região.

A partir de segunda-feira, o setor da construção civil e as fábricas poderão retomar as atividades, declarou o primeiro-ministro de Nova Délhi, Arvind Kjriwal, que explicou ter levado em consideração o "segmento mais pobre de nossa sociedade, os operários e os trabalhadores assalariados" no momento de adotar a medida.

"Não queremos chegar à situação em que as pessoas que sobrevivem ao coronavírus morram de fome", completou.

Nas últimas 24 horas, Nova Délhi registrou 1.100 novos casos de Covid-19, um número muito inferior aos quase 25.000 contágios diários detectados há seis semanas, quando o confinamento foi decretado.

"Começamos o processo de reabertura muito, muito lentamente. Vamos reavaliar após uma semana com base na opinião dos especialistas e da população", disse Arvind Kejriwal. "Vamos reabrir lentamente sempre e desde que os casos de covid-19 não voltem a aumentar".

"Não saiam, exceto se for absolutamente necessário. Temos que ser muito prudentes", recomendou o governante aos 20 milhões de habitantes de Nova Délhi.

Desde março, as grandes cidades da Índia foram afetadas por uma violenta onda de contágios de coronavírus, o que provocou o colapso do sistema de saúde do país, que em tempos normais já enfrenta muitas dificuldades. Muitos pacientes morreram, alguns deles nas portas dos hospitais, por falta de leitos, de oxigênio e de medicamentos.

O número de contágios a nível nacional caiu e nas últimas 24 horas foi de 186.000, depois do pico registrado no início de maio, quando eram notificados 400.000 novos casos diários.

Outras regiões da Índia, incluindo os estados financeiros e industriais de Maharashtra, Tamil Nadu e Karnataka, também estão contemplando autorizar o retorno de alguns setores da economia.

Os especialistas atribuem a propagação do coronavírus na Índia aos comícios políticos, às festividades religiosas e outros grandes eventos organizados no início do ano.

No momento, apenas 12,5% dos 1,3 bilhão de habitantes da Índia receberam uma dose de vacina contra a covid-19, e apenas 3,4% receberam as duas.

A segunda onda da epidemia, especialmente letal, matou mais de 160.000 pessoas desde março, das 310.000 vítimas fatais que o coronavírus deixou na Índia desde o ano passado.

O presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou nesta quinta-feira (20) um confinamento total por nove dias, no momento em que o país "atravessa o pior momento da pandemia", com um registro diário de cerca de 35 mil casos e 450 mortos.

"A medida entrará em vigor da 0h de 22 de maio à meia-noite de 30 de maio", informou o presidente, em pronunciamento na TV. Apenas três são dias úteis, devido aos feriados de 24 e 25 de maio. A partir do dia 31, as restrições atuais serão retomadas, com um novo confinamento total no fim de semana de 5 e 6 de junho.

"Não devemos naturalizar tanta tragédia. Temos que assumir a gravidade. Não é o momento de especulações, ninguém tem o direito de querer tirar vantagem disso, devemos nos unir para superar esta catástrofe", declarou o presidente.

Durante o confinamento, estarão suspensas as atividades sociais, econômicas, educativas, religiosas e esportivas presenciais. Estarão autorizados apenas o comércio essencial e as entregas em domicílio. Os argentinos poderão circular somente pelos arredores de seus domicílios, entre as 6h e 18h. A proibição das atividades será semelhante à imposta por vários meses no começo da pandemia.

- Casos voltam a subir -

Ao contrário do que aconteceu em meados de abril, quando resistiu a aplicar as restrições em sua jurisdição, o prefeito opositor de Buenos Aires, Horacio Rodríguez Larreta, afirmou que segue as medidas do governo central. "Os casos, que haviam começado a diminuir, voltaram a subir há uma semana. Isso nos preocupa muito. A ocupação dos leitos de UTI está em 83% no sistema público da cidade", afirmou em entrevista coletiva, após o pronunciamento do presidente.

A Argentina registrou hoje 35.884 novos casos de Covid-19 e 435 mortos, somando 3.447.044 casos e 72.699 mortos desde o começo da crise sanitária. Nos últimos sete dias, a média diária foi de 27.177 casos e 493 mortos.

Fernández afirmou que o governo continuará ajudando os setores menos favorecidos e as empresas, com subsídios que serão parcialmente financiados por um imposto extraordinário sobre as grandes fortunas. Ele disse que aguarda a chegada do México de 4 milhões de vacinas AstraZeneca produzidas em conjunto entre os dois países, além de 1 milhão de doses da russa Sputnik.

Quase 8,5 milhões de pessoas foram vacinadas com ao menos uma dose na Argentina, país de 45 milhões de habitantes. Outros 2,2 milhões receberam a imunização completa.

O cantor britânico Mick Jagger e o líder dos Foo Fighters, Dave Grohl, lançaram a canção "Eazy Sleazy", marcada pela ironia sobre uma vida afetada pelo coronavírus.

Disponível no Youtube e nas redes sociais, "Eazy Sleazy" faz piada com as reuniões por Zoom e as restrições de viagens, os excessos da televisão e o recurso de cozinhar para escapar do tédio entre "os muros de uma prisão" doméstica.

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O vocalista dos Rolling Stones, de 77 anos, também ironiza as teorias da conspiração a respeito das vacinas da covid-19, cantando "Bill Gates está em meu sangue" e a "Terra é plana e fria".

E espera que esta "será uma memória que você está tentando se lembrar de esquecer".

"É uma canção que escrevi sobre a saída do confinamento, com um otimismo muito necessário", afirmou Jagger em um comunicado, feliz de colaborar com Dave Grohl.

"É difícil de expressar com palavras o que significa gravar esta canção com Sir Mick", declarou o ex-baterista do Nirvana.

"É mais que um sonho que vira realidade. Logo quando pensava que a vida não poderia ser mais maluca... esta é a canção do verão, sem dúvida', completou o americano de 52 anos.

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Preocupada com o aumento da violência doméstica durante o confinamento pela pandemia, Krysia Paszko, uma polonesa de 18 anos, criou um site que parece ser uma loja online de produtos de beleza, mas que, na realidade, oferece ajuda discretamente às vítimas.

"A inspiração para essa ideia veio da França, onde, quando você vai à farmácia e pede a máscara número 19, pode indicar que é vítima de abuso", declarou à AFP a estudante de Varsóvia.

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A jovem acredita que a Polônia também precisa de uma espécie de código durante a pandemia, quando as famílias permanecem trancadas sob o mesmo teto por 24 horas, com riscos significativos de estresse e violência.

Durante o primeiro confinamento, o Centro de Direitos das Mulheres, uma ONG polonesa, registrou um aumento de 50% nas ligações para o seu número de emergência que oferece apoio em caso de violência doméstica.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também observou um aumento desse tipo de agressão na Europa.

Krysia Paszko criou sua loja Rumianki i Bratki (Camomilas e Pensamentos) no Facebook em abril de 2020. Com fotos de sabonetes de lavanda e máscaras faciais de sálvia, a loja falsa parece real.

Mas, em vez de vendedores, do outro lado da tela está uma equipe de psicólogas voluntárias do Centro de Direitos das Mulheres.

"Se alguém faz um pedido e dá o endereço, é um sinal de que precisa da polícia para agir imediatamente", explica a jovem.

Aqueles que querem apenas conversar pedirão mais informações sobre um produto e os psicólogos farão mais perguntas importantes: "Como a pele de uma pessoa reage ao álcool?" ou "Você realmente precisa de cosméticos para crianças?"

- "Vigiada constantemente" -

A equipe já atendeu cerca de 350 pessoas, propondo principalmente assessoria jurídica gratuita e planos de ação.

Paszko ressalta que "quanto mais restrições, quanto mais difícil é sair de casa", mais pessoas lhes escrevem.

"E muitas vezes, os agressores ficam mais ativos quando o período é difícil, quando há mais infecções, mais restrições, mais medo da pandemia", afirma.

A maioria das pessoas que os contatam são mulheres com menos de 30 anos. O abuso pode ser físico ou psicológico, por um parceiro ou pai.

Entre 10% e 20% dos casos resultaram em ligações para a polícia.

"Lembro-me de uma jovem que era constantemente vigiada pelo parceiro e que só conseguia nos escrever quando dava banho no filho", explica Paszko.

A mulher já havia tentado sair do relacionamento, mas o companheiro, alcoólatra e agressor, se recusou a deixar a casa.

Graças à intervenção de sua equipe, a polícia chegou e "o fez devolver as chaves, informando-o das consequências se ele voltasse", conta Paszko. "Felizmente, foi o fim da violência."

Por seus esforços, Paszko ganhou o prêmio à solidariedade civil da União Europeia (UE), uma recompensa de 10.000 euros (quase US$ 11.900) por iniciativas ligadas à covid.

A jovem lamenta que a Polônia "ignore um pouco e ponha de lado" o problema da violência doméstica. "É necessário apoio adicional do governo".

O partido conservador e nacionalista Lei e Justiça no poder quer retirar a Polônia da Convenção de Istambul, um tratado internacional para proteger as mulheres da violência sexista.

Em 2020, o ministro da Justiça anunciou que lançaria o processo de retirada do tratado, por considerar que contém dispositivos que minam os valores conservadores sobre a família.

Apesar dos protestos na Polônia e no exterior, o processo continua.

O projeto, que está sendo debatido no parlamento por iniciativa da organização ultraconservadora Ordo Iuris, propõe uma nova convenção que proíbe o aborto e o casamento homossexual.

Num canto da Igreja do Santo Sepulcro, as lágrimas de Angèle Pernecita revelam uma emoção que esta cristã tem dificuldade em traduzir em palavras. Confinada no ano passado devido ao coronavírus, a agora vacinada filipina compartilha o fervor que toma Jerusalém na Páscoa.

Como ela, centenas de fiéis caminharam pelos paralelepípedos da Cidade Velha por ocasião desta Sexta-feira Santa, recordando a crucificação de Cristo.

E no Santo Sepulcro, igreja considerada o lugar mais sagrado do cristianismo, as orações de uma multidão ecoaram como não se ouvia em meses.

Em seu interior, alguns não hesitaram em tocar ou mesmo beijar, com ou sem máscara sanitária, a Pedra da Unção, placa de calcário avermelhado sobre a qual foi embalsamado o corpo de Cristo antes de ser sepultado, segundo a tradição.

"É muito melhor do que no ano passado", diz Pernecita, com o rosto coberto de lágrimas.

A dona de casa de 46 anos, que mora em Israel há mais de 10 anos, acompanhou as missas da Páscoa de 2020 pela internet.

Naquele momento, as autoridades israelenses haviam acabado de ordenar o fechamento dos locais sagrados, além de escolas e empresas, para limitar a propagação do vírus.

Assim, a Igreja do Santo Sepulcro ficou fechada para a Páscoa pela primeira vez em pelo menos um século.

Hoje, "é como viver de novo", afirma Lina Sleibi, uma palestina de Jerusalém, que também celebrou a Páscoa sem igreja e sem grande reunião familiar no ano passado.

"Foi difícil, como se a cidade estivesse morta", conta a jovem de 28 anos que canta durante as missas em Belém, outra cidade sagrada a poucos quilômetros de Jerusalém.

- "Sair do túmulo" -

Em 2020, apenas quatro religiosos percorreram a Via Crúcis, o caminho de sofrimento onde Jesus, segundo os Evangelhos, encontrou sua mãe, caiu, recebeu ajuda para carregar a cruz e encontrou mulheres que choravam.

Este ano, a procissão de algumas centenas de fiéis, conduzida por dezenas de religiosos cantando em várias línguas, deu vida a esta longa artéria que atravessa a Cidade Velha e as suas ruelas milenares.

"É como se nós mesmos estivéssemos em um túmulo no ano passado e agora estivéssemos saindo dele", comemora Angleena Keizer, uma britânica, para quem a campanha de vacinação de Israel - a mais rápida do mundo -, permitiu celebrações normais nesta Páscoa.

Ou quase. Normalmente, milhares de peregrinos de todo o mundo se reúnem neste período do ano na Cidade Velha. E, embora as restrições contra o coronavírus tenham sido gradualmente levantadas, os turistas ainda não têm permissão para retornar à Terra Santa.

"Por um lado é bom passear sem a multidão de turistas, mas, por outro, preferiria que eles estivessem aqui, pela economia, e para que vivessem a Páscoa na Terra Santa", diz Keizer.

Em 2019, mais de 25.000 pessoas se reuniram em Jerusalém para celebrar o Domingo de Ramos, que lança a Semana Santa, de acordo com o Patriarcado Latino de Jerusalém.

"É bom andar por aí sem tanta gente", comenta Mike, um americano que foi com sua família ao Santo Sepulcro.

"Pudemos sentar perto do túmulo (de Jesus), tivemos tempo para refletir, foi mais tranquilo".

Mas a ausência de hordas de peregrinos tira um pouco do espírito pascal, admite.

Bader Rabadi, um cristão palestino de Jerusalém, também está feliz por ter virado a página do confinamento da Páscoa, um momento "doloroso".

Mas este guia turístico espera firmemente seus correligionários do exterior, para compartilhar o espírito desta festa, a mais importante do cristianismo. Porque "Jerusalém não é nossa, é de todos".

Após um surto de infecções de coronavírus que deixou os hospitais de Paris quase saturados, as autoridades contemplam novas restrições na capital, que podem chegar a um confinamento domiciliar.

O governo vai anunciar na quinta-feira "medidas adicionais nos territórios mais afetados" pela epidemia de covid-19, disse nesta quarta o porta-voz do Executivo, Gabriel Attal, após uma reunião de gabinete convocada pelo presidente Emmanuel Macron.

Entre esses territórios está a região de Paris, a mais populosa com 12 milhões de habitantes, onde a circulação do vírus acelera sem pausa há semanas, marcada pela propagação das novas variantes.

Para conter este novo surto, o governo considera diferentes cenários, entre eles um confinamento na região da capital durante os finais de semana, ou inclusive permanentemente.

No fim da reunião de gabinete, Macron visitará um hospital perto de Paris e se reunirá com funcionários locais antes de tomar uma decisão definitiva, disse o porta-voz do governo.

Para evitar um colapso dos hospitais da capital, as autoridades começaram a transferir os pacientes graves nesta semana para outras regiões menos afetadas e suspenderam uma parte das cirurgias não urgentes.

A taxa de contágios dos últimos sete dias na capital e seus arredores chegou a 418 a cada 100.000 habitantes, muito acima do chamado limite de "alerta máximo" de 250 estabelecido pelas autoridades de saúde.

Campanha de vacinação prejudicada

Um confinamento já está em vigor há algumas semanas nos finais de semana no turístico departamento dos Alpes Marítimos (sudeste), onde está Nice, e no departamento de Pas-de-Calais (norte), na costa britânica.

Em nível nacional, está em vigor um toque de recolher noturno (entre as 18h00 e as 06h00 locais) há dois meses, enquanto restaurantes, cafés, bares, museus e cinemas permanecem fechados desde o final de outubro. Todas essas medidas, no entanto, são insuficientes na opinião do governo.

Os confinamentos locais correspondem a uma nova estratégia de Macron que busca evitar a qualquer custo um terceiro lockdown nacional, que seria devastador para a economia no momento em que começam a aparecer os sinais de recuperação para o segundo semestre de 2021.

Este agravamento da situação ocorre em um momento crítico: a suspensão da vacinação com o produto da AstraZeneca na França, assim como em seus países vizinhos, provocou uma paralisação na campanha de vacinação.

O governo, que estabeleceu como objetivo vacinar 10 milhões de pessoas até meados de abril, espera poder retomar rapidamente a campanha com esse imunizante, que pode ser aplicado por médicos em seus consultórios ou nas farmácias.

Das mais de 5,2 milhões de primeiras doses injetadas na França, 1,3 milhão foram da AstraZeneca. As outras são vacinas da Pfizer/BioNTech e Moderna.

Na terça-feira, o país registrou 320 mortes por covid, elevando o total em um ano para mais de 91.000 óbitos.

A Itália, em grande parte confinada a partir desta segunda-feira (14) para frear a propagação do coronavírus, aposta em uma melhora "na segunda metade da primavera boreal", disse neste domingo (14) o ministro da Salúde, Roberto Speranza.

"A implementação de medidas mais rigorosas e o aumento progressivo de pessoas vacinadas nos levam a pensar que teremos números melhores na segunda metade da primavera", declarou o ministro em entrevista publicada neste domingo no jornal La Repubblica.

"O fato novo são as variantes, a inglesa especialmente que prevalece no nosso país (...) e representa 54% dos casos, apesar de esperarmos um número mais alto" no futuro, afirmou.

"Cada dose de vacina injetada é um passo na direção para uma saída da crise", comentou Speranza.

A maior parte da Itália deverá permanecer confinada a partir de segunda-feira devido às novas restrições pelo aumento dos casos de coronavírus.

As regiões mais populosas do norte da península, entre elas Lombardia com Milão, e Lacio com Roma, serão classificadas como "áreas vermelhas" a partir de segunda-feira.

Segundo a classificação por cores, a área vermelha é a mais contagiosa e envolve o fechamento de escolas e universidades, assim como de bares, cafeterias e restaurantes (exceto para levar).

As outras regiões foram declaradas área laranja, de contágio intermediário, segundo o ministério.

Somente a ilha de Cerdenha é área branca, ou seja, sem contágios, depois de ter submetido toda a população a testes anticovid.

Um Conselho de Ministros realizado na sexta-feira decidiu que, de 15 de março a 6 de abril, as regiões "onde o número semanal de contágios superar os 250 por 100.000 habitantes passarão a ser consideradas vermelhas".

A Itália, com 102.000 mortes desde o início da pandemia, teve no sábado em 24 horas 26.000 casos e 317 novas mortes.

A Itália se preparava, nesta sexta-feira (12), para um novo confinamento com o objetivo de frear o avanço da Covid-19, enquanto nos Estados Unidos a luz começa a ser observada no fim do túnel, com a esperança do presidente Joe Biden de voltar à normalidade em julho.

O governo italiano está a ponto de anunciar o fechamento de escolas, bares e restaurantes na maior parte do país a partir de segunda-feira (15), enquanto os hospitais ameaçam entrar em colapso.

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A Itália, que esta semana superou a barreira das 100.000 mortes provocadas pela Covid-19, vive um forte aumento de contágios e mortes, em grande parte devido à variante britânica, afirmam os médicos.

O país iniciou a campanha de vacinação no fim de dezembro, mas a distribuição continua lenta. Apenas 1,8 milhão de pessoas - de uma população de 60 milhões - receberam duas doses da vacina até o momento.

Nos Estados Unidos, ao contrário, os espetaculares avanços na imunização deram ao presidente Joe Biden motivos para ser otimista e pensar que os americanos terão "boas chances" de celebrar o feriado de 4 de julho.

O país, que fez pedidos suficientes para vacinar todos os adultos até o fim de maio, eliminará gradualmente as restrições de idade para que todos os adultos sejam vacinados até 1º de maio.

- Temores a respeito da AstraZeneca -

A União Europeia acaba de aprovar a quarta vacina, a da Johnson & Johnson, que pode acelerar as campanhas de imunização, com a vacinação de 200 milhões de europeus, segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

Entre os fármacos autorizados, está a vacina do laboratório anglo-sueco AstraZeneca, afetada pelos temores relacionados com a formação de coágulos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira, porém, que não há razão para interromper o uso do produto.

"Sim, deveríamos continuar utilizando a vacina da AstraZeneca, não há razão para não utilizá-la", declarou a porta-voz da OMS, Margaret Harris.

Depois que Dinamarca, Islândia e Noruega suspenderam o uso da vacina, a Bulgária anunciou a medida nesta sexta-feira.

No início da semana, a Áustria parou de administrar as doses de um lote de vacinas da AstraZeneca. A decisão foi tomada depois que uma enfermeira de 49 anos morreu vítima de "graves transtornos de coagulação", alguns dias após ser imunizada.

Estônia, Lituânia, Letônia, Luxemburgo e Itália também deixaram de utilizar o lote.

A Tailândia decidiu adiar o início da vacinação com o fármaco da AstraZeneca. O país asiático, que até agora conseguiu conter a pandemia (26.000 casos e 85 mortes), espera as conclusões de Dinamarca e Áustria para utilizar suas doses do fármaco.

A Agência Nacional de Saúde dinamarquesa destacou uma medida de precaução diante de "casos graves de coágulos em pessoas vacinadas", mas até o momento não foi estabelecida uma relação entre a vacina e os coágulos.

O laboratório anglo-sueco e o governo britânico reagiram na quinta-feira, defendendo a vacina como "segura" e "eficaz", enquanto a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) afirmou que o risco de coágulos não é maior entre os vacinados.

- "Momento mais crítico" -

Na Alemanha, as autoridades de saúde anunciaram um forte aumento dos contágios, alarmadas com uma "terceira onda".

Já Portugal apresentou um plano de flexibilização do confinamento, depois de registrar "um dos menores níveis de contágio da Europa".

Preocupada com vários pontos de grande contágio, a Comissão Europeia prorrogou até o fim de junho o mecanismo de controle de exportações de vacinas, imposta desde o fim de janeiro deste ano.

Desde o início da pandemia, a covid-19 matou mais de 2,6 milhões de pessoas no mundo. Os mais afetados são Estados Unidos e Brasil. Nas últimas 24 horas, o país sul-americano voltou a superar, pela segunda vez, 2.000 mortes diárias, elevando o total de vítimas fatais para mais de 272.000.

Ontem (11), o estado de São Paulo anunciou a imposição de um toque de recolher noturno e a suspensão de eventos esportivos para enfrentar "o momento mais crítico" da pandemia no país.

Na área científica, as pesquisas prosseguem.

A empresa biotecnológica americana Novavax confirmou que sua vacina tem 89% de eficácia contra a covid-19, mas que o nível registra queda considerável contra a variante sul-africana, enquanto o grupo farmacêutico francês Sanofi anunciou o início dos testes clínicos em humanos de seu segundo projeto de vacina.

Confinado há pouco mais de um mês no BBB, e sem ter trocado nenhum beijo dentro da casa, o brother Rodolfo demonstrou não ter problemas em ficar ‘abstêmio’ por tanto tempo. Em conversa com Arthur durante a festa da última sexta (26), ele disse que não está interessado em ninguém da casa e que resolve suas ‘pendências’ sozinho mesmo dentro do banheiro.

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Muito à vontade com o assunto, Rodolfo confidenciou ao amigo que é capaz de passar três meses sem se relacionar com alguém e que, apesar de ter a oportunidade de “ficar” com alguém no reality, prefere não fazê-lo.”Eu tô tendo a oportunidade de ficar com pessoas aqui dentro mas eu tô correndo desse negócio. Não vou ficar. Eu só ia ficar se eu apaixonasse (...) Não aconteceu e eu dou graças a Deus”.

O brother disse, ainda, que “lá´fora tá cheio” de pretendentes e que ele sabe como resolver suas ‘necessidades’ até que o reality acabe, ou que ele seja eliminado. “Não vou morrer de ficar 3 meses e ficar sem ninguém não. 'Nois' vai lá no banheiro e resolve”. 

A Irlanda estenderá seu terceiro confinamento para combater a disseminação da Covid-19 até 5 de abril, porém, abrirá as escolas em 1º de março, anunciou o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin nesta terça-feira (23).

Depois de conseguir conter a pandemia durante meses, esse país de cinco milhões de habitantes viveu um aumento explosivo de casos a partir de dezembro, principalmente devido à variante britânica, que agora "representa até 90% das novas infecções" no país, segundo Martin.

O governo irlandês ordenou no final de dezembro sua terceira quarentena e o fechamento de comércios não essenciais. As pessoas deverão ficar em casa pelo menos até 5 de abril, indicou nesta terça.

No entanto, as escolas, fechadas em janeiro, abrirão de forma parcial a partir de 1º de março, permitindo que 320 mil crianças voltem às salas de aula.

A Irlanda registrou 4.181 mortes por covid-19 desde o início da pandemia, mas 45% delas ocorreram em 2021.

Cerca de 350 mil doses da vacina contra o coronavírus foram administradas no país, cujo primeiro-ministro prometeu que mais de 80% dos adultos receberão pelo menos uma dose até o início do verão (inverno no Brasil).

O prefeito do departamento dos Alpes Marítimos, na Costa Azul e onde vivem um milhão de pessoas, anunciou nesta segunda-feira (22) a implantação por duas semanas de um confinamento aos finais de semana para combater o aumento de casos de Covid-19.

Será permitido sair de casa por uma hora em um raio de 5 km e por motivos justificados (visita ao médico, passear com o animal de estimação, praticar esporte e caminhar) entre sexta-feira às 18h e segunda-feira às 6h.

Os controles na fronteira italiana também serão reforçados, assim como nos aeroportos, explicou o prefeito. Além disso, as pessoas de entre 50 e 64 anos com histórico de doenças poderão se vacinar com as doses da AstraZeneca, acrescentou Gonzalez.

O confinamento de uma parte do território é uma medida inédita desde o início da crise de coronavírus na França. No início do ano, 15 departamentos (dos 96) da França metropolitana anteciparam o toque de recolher das 20h00 para as 18h00, uma iniciativa que se espalhou para todo o país em meados do mês de janeiro.

O departamento dos Alpes Marítimos, cuja capital é Nice, tem uma taxa de incidência de coronavírus de 557 pessoas a cada 100.000 habitantes (a média francesa é 197), segundo dados do escritório de saúde pública anunciados no domingo. No total, 84.300 pessoas morreram na França.

Israel começou neste domingo (7) a sair de seu terceiro confinamento desde o início da pandemia Covid-19, em plena campanha de vacinação, com a abertura de lojas, cabeleireiros e mercados.

O governo havia anunciado a flexibilização a partir deste domingo do confinamento iniciado no fim de dezembro para tentar conter uma nova onda de contaminações.

Na manhã de domingo, lojas não essenciais abriram as portas em Jerusalém, como o salão de de Eli Aroas.

“Avisei aos meus clientes que íamos voltar ao trabalho (...) Os clientes vão chegar logo e esperamos que seja o fim dessa história”, diz o barbeiro de 58 anos que espera tirar suas ferramentas .

Sarit Reouven, 49, veio ao centro de Jerusalém para comprar sapatos, a tempo do casamento de seu filho na segunda-feira.

“Essa reabertura é uma coisa boa. Há um vento de otimismo (...) acho que dá para ver o fim da crise”, disse.

Ele espera que este seja o “último confinamento”.

“No ano passado aprendemos muitas coisas que não teríamos aprendido de outra forma e isso tem nos reforçado (...) agora estamos bem, vemos como uma volta à rotina”, disse Yaakov Maman, vendedor de camisetas há 30 anos.

Desde meados de dezembro, graças a um acordo com a gigante farmacêutica americana Pfizer, Israel vacinou mais de 3,4 milhões de pessoas (cerca de 40% de sua população), das quais dois milhões já receberam a segunda dose.

Apesar das medidas de confinamento e da campanha de vacinação, janeiro registrou o maior número de mortes desde o início da pandemia em Israel, com mais de 1.000 óbitos.

Israel, com 9 milhões de habitantes, registrou um total de 686.000 infecções e 5.074 mortes, segundo dados oficiais.

Israel suspenderá progressivamente a partir de domingo (7) o confinamento que aplica há um mês, graças a uma redução dos contágios, mas os voos internacionais continuarão suspensos, anunciou o governo nesta sexta-feira (5).

O país decretou um confinamento estrito em quatro oportunidades e desde dezembro aplica uma ambiciosa campanha de vacinação, na qual 3,3 milhões de pessoas já receberam pelo menos uma das duas doses do fármaco.

Apesar das restrições, o mês de janeiro foi o mais letal da pandemia no país, com mais de 1.000 mortes por covid-19. De acordo com o balanço mais recente do ministério da Saúde, o país de 9 milhões de habitantes registra mais de 675.000 casos e 5.019 óbitos.

A cada dia, Israel continua registrando quase 6.500 novos contágios.

"O governo aceitou a proposta do primeiro-ministro e do ministro da Saúde para flexibilizar as medidas de confinamento a partir de domingo", afirmou nesta sexta-feira o gabinete do chefe de Governo em um comunicado.

A partir de então, os cidadãos poderão fazer deslocamentos a mais de um quilômetro de suas residências e alguns serviços, como salões de beleza, retomarão as atividades. Também devem reabrir com restrições os parques e reservas naturais. Os restaurantes poderão preparar comida para retirada.

As fronteiras terrestres de Israel permanecerão fechadas.

A cena em um pequeno café parisiense parece quase normal: fumantes fazendo fila para comprar um maço de cigarros, jogadores comprando bilhetes de loteria ou apostando em corridas.

Até que de repente a polícia chega e lembra os clientes e o dono de que nada é igual com a pandemia do coronavírus. "Tem gente demais aqui, conte-as", ordena um agente.

Um total de nove pessoas amontoavam-se no espaço minúsculo, número excessivo de acordo com as regulamentações governamentais que dizem que as lojas e outros pontos de venda só podem admitir um cliente para cada 8 metros quadrados de área útil.

O governo do presidente Emmanuel Macron intensificou os controles nos últimos dias para evitar um novo confinamento, que seria o terceiro na França, apesar de os números de infecção serem preocupantes.

Na quarta-feira, a autoridade de saúde pública relatou 26.362 novos casos de covid-19 e 358 mortes registradas nas últimas 24 horas.

"Não quero fechar"

O governo espera que as medidas já em vigor - o toque de recolher entre 18h e 06h e o fechamento de cafés e restaurantes - sejam suficientes para evitar o aumento do número de infecções.

Para garantir que este seja o caso, as autoridades estão endurecendo as medidas contra aqueles que não cumprem. “Por favor, não quero fechar, quero trabalhar”, defende o dono do bar da zona leste da capital quando o agente avisa que corre o risco de ser fechado além de multar.

Em vão: "Não sou o prefeito, não decido, simplesmente faço o meu relatório", respondeu o policial. Depois que um incidente desse tipo é relatado, as penalidades podem vir rapidamente, às vezes no mesmo dia ou na manhã seguinte.

“É um trabalho árduo. Estou sempre atento aos meus clientes, sempre digo para eles colocarem a máscara. Procuro fazer com que cumpram a lei, mas os clientes não gostam”, diz o proprietário.

O dono do estabelecimento promete colocar uma grande placa na porta que diz: "Não mais do que três pessoas ao mesmo tempo". Na última semana, a polícia da capital francesa tomou medidas muito mais severas contra os estabelecimentos que recebem clientes que não cumprem os requisitos de saúde.

“Nós nos tornamos muito mais rígidos. Não toleramos quaisquer infrações”, disse Romain Semedard, chefe de polícia do 12º distrito de Paris. "Antes demos avisos. Agora nós os fechamos, geralmente por uma ou duas semanas."

Em uma loja de kebab próxima, a polícia encontrou um funcionário com a máscara errada e multou-o em 135 euros na hora.

"Uma questão de justiça"

“Pode parecer rude, mas é uma questão de justiça com quem segue as regras”, diz Semedard. Dentro de um pequeno restaurante italiano, uma senhora idosa está sentada à mesa e um cliente regular está encostado no bar quando de repente a polícia chega.

“Eles estão esperando sua encomenda e a senhora precisava se sentar, isso é permitido?” Pergunta o dono do restaurante, nervoso, ao ver a patrulha chegar. “Desde que não comam nem bebam aqui, está tudo em ordem”, responde um agente.

Mais tarde, a patrulha inspeciona o porão de um restaurante em busca de sinais de uma reunião ilegal recente, mas apenas encontra pilhas de mesas e cadeiras guardadas.

Em outros lugares em Paris, a polícia descobriu 24 restaurantes abrindo ilegalmente na semana passada, e os fechou por duas semanas.

O ministro da Economia, Bruno Le Maire, avisou esta semana que os bares e restaurantes que abrirem "terão o auxílio do fundo de solidariedade estatal suspenso" por um mês. E definitivamente se eles voltassem a abrir.

O presidente interino do Peru, Francisco Sagasti, anunciou nesta terça-feira (26), uma quarentena total para Lima e para um terço do país de 31 de janeiro a 14 de fevereiro. O país também proibiu voos vindos do Brasil e da Europa com o objetivo de conter o aumento de casos provocado pela segunda onda de covid-19.

"Nos últimos dias, testemunhamos o rápido aumento de contágios por covid-19. Todos devemos contribuir para que o sofrimento não se estenda a novas pessoas", disse Sagasti, ao justificar a medida durante um pronunciamento surpresa à nação. "Aprovamos um conjunto de medidas direcionadas que têm como objetivo controlar a expansão da pandemia".

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A segunda onda atinge sem trégua várias regiões peruanas desde o início de janeiro, após as festas de fim de ano. O número de contágios diários aumentou de mil para mais de cinco mil, e as mortes dispararam de uma média de 40 por dia para mais de 100.

A quarentena será obrigatória e deve reduzir a circulação de 16,4 milhões de habitantes - metade da população do país. O governo também determinou o fechamento de igrejas, cassinos e academias. Apenas estabelecimentos comerciais essenciais como mercados, farmácias e bancos poderão funcionar.

As regiões envolvidas são Lima, Ancash, Pasco, Huánuco, Junín, Huancavelica, Ica, Apurímac e El Callao, onde os casos confirmados dispararam desde o início de janeiro. Nas demais regiões do país são mantidas as restrições do toque de recolher e a proibição de reuniões sociais.

O governo também prolongou até 14 de fevereiro a proibição de voos da Europa e incluiu o Brasil nesta relação devido à nova cepa do coronavírus descoberta no país vizinho.

Até terça-feira, 26, o Peru acumulava 40.107 mortes por covid-19, após registrar 220 óbitos pela doença nas últimas 24 horas. O número não era registrado desde o pior momento da pandemia no país, entre julho e setembro de 2020. O total de infecções chegou a 1,1 milhão, com 4.444 novos casos confirmados.

Vacinas

Sagasti disse que as vacinas são a saída para a crise e prometeu celeridade no recebimento dos imunizantes. Ele disse que o primeiro milhão de uma encomenda de 38 milhões de doses da vacina da Sinopharm chegará "nos próximos dias". A campanha de inoculação começará em fevereiro.

O Peru também tem acordo para comprar 14 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca-Oxford. Seus reguladores ainda estão avaliando os pedidos de uso de emergência do Instituto Gamaleya da Rússia, que produz a Sputnik V, e da Pfizer. (Com agências internacionais).

Hong Kong encerrou nesta segunda-feira (25) o confinamento de um bairro, o primeiro ordenado pelas autoridades desde o início da pandemia, que permitiu identificar 13 casos de covid-19 entre os 7.000 residentes testados, gerando um debate sobre a eficácia de tal medida.

No fim de semana, a polícia foi mobilizada para isolar cerca de 150 prédios no bairro Jordan, uma das áreas mais pobres e densamente povoadas de Hong Kong, onde surtos surgiram recentemente.

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As autoridades foram de porta em porta para forçar os residentes a fazerem o teste. Dos cerca de 7.000 exames realizados, apenas 0,17% foram positivos para o novo coronavírus.

Vozes se levantaram entre os líderes políticos e econômicos para denunciar a forma como esse confinamento foi implementado.

Mas as autoridades justificaram sua escala e não descartaram outros confinamentos do tipo.

"Não vemos esta operação como um desperdício de mão de obra e dinheiro", disse a ministra da Saúde, Sophia Chan, a repórteres no domingo.

Hong Kong esteve na linha de frente quando os primeiros casos do novo coronavírus foram detectados na China continental, há mais de um ano.

A cidade, repleta de prédios residenciais, totalizou pouco mais de 10.000 casos desde o início da pandemia e 170 mortes foram formalmente atribuídas à covid-19.

Seus cerca de 7,5 milhões de habitantes vivem há um ano sob restrições mais ou menos severas que se mostraram eficazes na prevenção de surtos, mas pesam na economia.

Há dois meses, Hong Kong foi atingida por uma quarta onda de infecções e as autoridades introduziram novas restrições.

Nas últimas semanas, surtos epidêmicos surgiram em bairros pobres, onde as moradias estão entre as mais apertadas do planeta.

- Habitações apertadas -

David Hui, especialista em doenças infecciosas que assessora o governo, defendeu esse tipo de confinamento.

No entanto, pediu às autoridades que ajam mais rapidamente no futuro para evitar que os moradores fujam antes que as medidas entrem em vigor.

"O mais preocupante é saber que o vírus pode se espalhar fora, porque alguns moradores saíram quando souberam que um confinamento em seu bairro seria colocado em prática", disse ele.

Esta informação vazou na manhã de sexta-feira na mídia de Hong Kong e os moradores deixaram o bairro antes da chegada da polícia na noite de sexta.

Benjamin Cowling, epidemiologista da Universidade de Hong Kong, estimou nesta segunda no canal RTHK que o confinamento de certos bairros tem efeito limitado, estando o coronavírus presente em todo o território.

O bairro isolado neste fim de semana tem uma grande população do sul da Ásia - uma comunidade muitas vezes discriminada - e alguns criticaram a forma como a operação se desenrolou, especialmente após a distribuição para famílias muçulmanas de cestas básicas contendo carne de porco.

Na semana passada, uma autoridade da saúde provocou fortes reações depois de sugerir que os residentes de minorias étnicas poderiam espalhar o vírus mais facilmente porque "eles gostam de compartilhar comida, fumar, beber álcool e discutir juntos".

Alguns responderam que a pobreza e a falta de habitação a preços acessíveis os obriga a viver em habitações apertadas, o que promove a propagação do vírus e que isso não está relacionado com uma questão étnica ou cultural.

Os dez milhões de habitantes de Portugal entraram, nesta sexta-feira (15), em um segundo período de confinamento geral para frear a epidemia de Covid-19, mas o impacto das novas restrições foi menos visível que o da primavera passada, observaram jornalistas da AFP.

As ruas do centro de Lisboa estavam menos movimentadas que o habitual, mas muitos moradores saíram de casa, alguns para levar seus filhos às escolas, que desta vez não fecharam.

"Há menos gente nas ruas, mas veja os ônibus, estão cheios! O metrô também estava cheio nesta manhã", disse Maria Andrade, uma mulher de 71 anos que decidiu abrir seu pequeno restaurante, embora possa vender apenas para levar.

"Francamente, para mim não existe confinamento, não consigo ver", disse Eduardo Carinho, um vendedor de jornais. "O que realmente está fechado são as lojas e restaurantes, todo o resto funciona", disse à AFP TV.

Diante do aumento do número de novos casos de covid-19 detectados diariamente e da crescente pressão sobre os hospitais do país, o governo português resolveu na quarta-feira impor uma nova "obrigação geral de confinamento domiciliar".

As novas medidas, que estarão em vigor por ao menos um mês, incluem o fechamento de lojas, cafés e restaurantes não essenciais e a obrigação do teletrabalho quando possível.

No entanto, há muitas exceções para essas restrições, incluindo a abertura de tribunais, igrejas e floriculturas.

O governo de Boris Johnson pediu aos britânicos, nesta terça-feira (12), que respeitem as regras de confinamento, ante a atitude de quem se reúne em grupos, ou não usa máscara em locais fechados, advertindo que não fazer isso "custa vidas".

"Estamos em uma etapa muito, muito perigosa" da pandemia, alertou o secretário de Estado da Segurança Pública, Kit Malthouse, em declarações ao canal Sky News.

País mais atingido da Europa pelo novo coronavírus, com quase 82.000 mortos e 3,1 milhões de casos positivos, o Reino Unido enfrenta uma onda descontrolada de contágios e vive, hoje, seu terceiro confinamento total.

Mas "uma pequena minoria de pessoas não respeita as regras, e isso custa vidas", lamentou Malthouse. Ele disse ainda que o Executivo está considerando adotar medidas mais rígidas, se a situação não melhorar. A polícia prometeu agir mais rapidamente contra os infratores.

"Mas não quero que as pessoas pensem que se trata de uma espécie de força ditatorial", disse a chefe da Scotland Yard, Cressida Dick, em entrevista à rede BBC.

A associação de comerciantes British Retail Consortium pediu ajuda à polícia para fazer cumprir o uso da máscara obrigatória, mas Malthouse explicou que não é função das forças de segurança intervir nos supermercados.

Na segunda-feira (11), a grande rede de supermercados Morrisons anunciou que não permitirá que nenhum cliente entre sem máscara, a menos que demonstre uma isenção por motivos médicos.

Apesar da disparada no número de casos, no Reino Unido continua não sendo obrigatório usar máscara ao ar livre, e muitos britânicos se opõem a esta medida.

O próprio Johnson se viu no centro de uma polêmica por um passeio de bicicleta que o levou a 11 quilômetros de Downing Street no domingo (9).

A determinação oficial é sair de casa apenas por motivos essenciais, como fazer compras, ou fazer exercícios "localmente". O termo "local está aberto à interpretação", justificou Malthouse.

"Se você consegue sair sozinho, sem interagir com ninguém, se você está realmente fazendo exercício (...) faz todo sentido para mim", afirmou Dick.

Em um dia excepcionalmente ensolarado, os parques de Londres ficaram lotados no último sábado, com pessoas reunidas em grupos. Hoje, segundo as regras anunciadas pelo governo, é permitido se encontrar com apenas uma pessoa em espaço aberto e com a obrigação de manter dois metros de distância uma da outra.

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