Tópicos | Controladoria Geral da União

A Controladoria-Geral da União (CGU) encerra no dia 1º de fevereiro as inscrições para concurso com o objetivo de preencher 375 vagas, sendo 300 para o cargo de auditor federal de finanças e controle e 75 para a função de técnico federal de Finanças e Controle. Os interessados podem se por meio do site da Fundação Getúlio Vargas, banca organizadora do certame.

No ato da inscrição, será cobrada uma taxa no valor de R$ 120 para auditores e R$ 80 para técnicos. São oferecidas vagas em toda região Norte e Distrito Federal. A remuneração mensal vai de R$ 7.283,31, para técnico, a R$ 19.197,06, para auditor

##RECOMENDA##

O processo será composto por uma única etapa, que consiste em prova objetiva e prova discursiva. Candidatos que se enquadrem como deficientes passarão por avaliação médica e candidatos negros passaram por avaliação heteroidentificação.

A Controladoria Geral da União (CGU) determinou que o Exército forneça, no prazo máximo de 20 dias, extratos do procedimento administrativo que livrou o ex-ministro da Saúde e general da ativa, Eduardo Pazuello, de punição por ter participado de um ato político no dia 23 de maio, no Rio de Janeiro, ao lado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

A decisão enviada à Folha de São Paulo derruba, em parte, a determinação do Exército de impor sigilo de 100 anos sobre o caso. Para a manutenção do sigilo, o Exército afirmou que a publicidade dos documentos irá afetar a imagem do comandante da Força, o general Paulo Sérgio Nogueira, além de ter reflexo nos preceitos da hierarquia e disciplina.

##RECOMENDA##

O comandante do Exército alerta que defendeu a manutenção do segredo para preservar a intimidade, vida privada, honra e imagem de Pazuello, "bem como resguardar os preceitos constitucionais da hierarquia e da disciplina, no âmbito das Forças Armadas", diz o texto.

A participação de militares da ativa em atos políticos é proibida, segundo consta no Estatuto dos Militares, desde 1980. No entanto, mesmo com o já ex-ministro não seguindo a determinação em maio deste ano, quando subiu no palanque de Bolsonaro no Rio de Janeiro, o general Paulo Sérgio Nogueira cedeu à pressão do presidente da República e não puniu Pazuello.

Para justificar os gastos de R$ 2,3 milhões do presidente Jair Bolsonaro entre dezembro de 2020 e janeiro deste ano, o ministro-chefe da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, afirmou que o presidente não estava de férias entre 18 de dezembro e 5 de janeiro quando viajou para São Paulo e Santa Catarina. 

O ministro foi convocado nesta terça-feira (20), pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre a viagem de fim de ano de Bolsonaro. Wagner disse que o presidente não passou o comando do país para o vice Hamilton Mourão e gastou os R$ 2,3 milhões trabalhando em “fora do local costumeiro”.

##RECOMENDA##

O ministro da CGU garantiu que o presidente despachou diariamente com todos os seus ministros e assessores e, também, só nesse período assinou um decreto, sete medidas provisórias e sancionou seis projetos de lei. 

“Então, só por aí a gente entende que o presidente da República não estava de férias, ele estava a trabalho no local fora do local costumeiro, onde ele realiza as suas atividades", apontou.

O deputado Kim Kataguiri confrontou a justificativa e disse que "viagem ao Guarujá durante o Ano Novo não é pra despachar. Me desculpe, senhor ministro, mas é férias". Wagner respondeu que quem não estivesse satisfeito com as explicações que tentasse aprovar uma lei no Congresso "proibindo" o presidente de sair do Palácio do Planalto. 

O ministro assegurou que 70% dos gastos no cartão corporativo foram com hospedagem. Segundo ele, com a pandemia da Covid-19, os seguranças ficaram em quartos separados, o que dobrou a despesa.

Os cartões corporativos são usados ​​para despesas, prestação de serviços e abastecimento de veículos oficiais, por exemplo. Há sigilo sobre despesas considerado de segurança nacional, como a alimentação e o transporte do presidente.

No caso do uso da aeronave usada para o descolamento na viagem, que teve uma despesa de cerca de R $ 1,2 milhão, segundo a CGU o recurso seria gasto mesmo com o avião parado.

Na tarde desta sexta-feira (12) o Ministério da Educação (MEC) veio a público através de suas redes sociais para anunciar a abertura de investigações sobre possíveis irregularidades no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A pasta adotou medidas administrativas internas e solicitou uma investigação aprofundada à Polícia Federal e à Controladoria Geral da União (CGU). 

“A transparência e lisura na utilização de recursos públicos são premissas do Governo Federal, tornando a medida, que investiga ações dessa natureza, um dever e uma resposta ao cidadão brasileiro”, escreveu o MEC em sua conta oficial no Instagram. 

##RECOMENDA##

O ministério terminou o texto assinado por sua assessoria de comunicação alegando que “O Novo Fies é primordial para o futuro do país e de nossos estudantes” e “Seus pilares são a amplificação do acesso ao ensino superior, uma maior transparência para os estudantes e para a sociedade, e a melhoria na governança e na sua sustentabilidade do Fundo”. 

[@#video#@]  

Entenda o caso

Uma reportagem da revista VEJA, publicada nesta sexta-feira (12), teve acesso a uma investigação da Controladoria-Geral da União (CGU), revelando que durante anos um grupo de mantenedoras de ensino superior recebeu, ilegalmente, mais de R$ 1 bilhão em recursos do Fies. 

Segundo auditores da CGU, o dinheiro era repassado pelo MEC para custeio de despesas dos estudantes selecionados, que é o objetivo do Fies. O problema é que as instituições beneficiadas estavam impedidas de participar do programa devido ao acúmulo de enormes dívidas junto à Receita Federal e ao Tesouro Nacional. 

Para burlar a proibição, o grupo de instituições contratava escritórios de lobby, produzia documentos falsos e comprava o apoio de servidores do próprio MEC, fazendo com que 30% do valor repassado às entidades de ensino voltasse a Brasília como propina. 

LeiaJá também

--> Fies preenche apenas 53% das vagas em 2020

A Polícia Federal de Pernambuco, em colaboração com a Controladoria-Geral da União, nesta terça-feira (16), detectou irregularidades envolvendo as prefeituras de Recife, Olinda, Paulista e Cabo de Santo Agostinho. Elas teriam contratado sem licitação, a empresa AJS Comércio e Representação Ltda. para fornecer materiais médico-hospitalares para enfrentamento da Covid-19. A empresa seria de fachada e não teria condições de realizar o contrato acordado com os municípios.

“Quando chegamos na sede da AJS detectamos que era uma empresa de fachada, com uma estrutura bem precária para fazer frente a esses contratos. O quadro societário dela era composto por dois laranjas”, contou a delegada Andréia Pinho, à frente da operação. Ela revelou que a empresa investigada só tinha dois funcionários em todo o seu tempo de funcionamento,  um no ano de 2015 e outro no ano de 2018. Ambos são irmãos e chegaram a trabalhar no gabinete do ex-deputado Beto Accioly (PP), entre 2018 e 2019.

##RECOMENDA##

“A empresa fazia parte de um grupo de gráficas, favorecido por contratações milionárias há mais de 10 anos, sempre por órgãos estaduais e municipais”, revelou a investigação. As empresas são a Gráfica Única, editora Canaã, Unipauta formulários, AJS e Racs - comércio de informática. “Todas essas empresas tinham em comum o fato de pertencerem a Sebastião Figueroa de Siqueira, que ou estavam no nome dele ou em nome de laranjas e testas de ferro, como familiares e funcionários”, disse Andréia.

A delegada afirma que, nos portais do Governo do Estado e das prefeituras, nos últimos 10 anos, as contratações dessas empresas chegaram a soma de R$ 136 milhões para órgão do Estado e R$ 133 milhões para os municípios. Nas licitações aprovadas para materiais durante a pandemia, os contatos somam quase R$ 9 milhões, sendo R$ 7,5 milhões vindos da PCR, R$ 600 mil, divididos em 5 contratos da prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, R$ 600 mil gastos por Olinda e R$ 40 mil, Paulista. Os valores gastos pelos municípios de Jaboatão dos Guararapes e Primavera, que também foram identificados na investigação, ainda não foram apurados.

Gastos de fachada

Segundo a investigação boa parte dos recursos públicos recebidos era sacada em espécie ou então remetida para contas de “laranjas” ou de empresas fantasmas, para serem sacados em espécie, e geralmente de maneira fracionada. Suspeita-se que o dinheiro vivo era utilizado para pagar propina a políticos envolvidos nas contratações. “Existe uma situação nebulosa e a gente está tentando esclarecer”, disse a delegada.

Ao todo, 160 policiais federais cumprem 35 mandados de busca e apreensão que têm por objetivo investigar os crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, corrupção ativa e dispensa indevida de licitação. A operação foi deflagrada junto com a Operação Antídoto que investiga 14 dispensas de licitação, que somariam juntas R$ 81 milhões, para compra de materiais de saúde e que teriam ido para empresas do mesmo dono das investigadas na Casa de Papel.

A Polícia Federal de Pernambuco, em colaboração com a Controladoria-Geral da União, deflagrou nesta terça-feira (16), duas operações para investigar a contratações de laranjas para a entrega dos produtos que ajudariam no enfrentamento da Covid-19. As operações encontraram um alvo em comum, o empresário Sebastião Figueroa de Siqueira, suposto líder de uma organização criminosa que, há dez anos, adquire contratos de diferentes itens, junto às prefeituras pernambucanas, incluindo a Prefeitura do Recife. 

Operação Antídoto

##RECOMENDA##

A primeira operação exposta pela PF está relacionada à empresa FBS Saúde Brasil, contratada pela Secretaria de Saúde da Prefeitura (Sesau) em caráter emergencial ou seja, por dispensa de licitação. A investigação foi iniciada após uma auditoria realizada pela CGU a respeito da utilização das verbas da Covid-19, que constatou irregularidades no valor dos contratos e na destinação de dinheiro público. “Conseguimos identificar que esta empresa foi favorecida apenas pela Prefeitura do Recife, por 14 dispensas de licitação - até o momento identificadas - que somariam juntas R$ 81 milhões”, disse a delegada Andréia Pinho, à frente das operações.

De acordo com a delegada, a PCR não teria encaminhado todos os contratos solicitados pela CGU e, mesmo com a falta completa de informações, o órgão teria encontrado empresas licitantes de um mesmo conglomerado que, de acordo com a Andreia Pinho, teriam “curiosamente, apresentado o mesmo preço para todos os itens, montagens de processos com colagem de assinaturas nas propostas para justificar a contratação”. Indicativos de superfaturamento com a contratação de objetos de saúde repetidos, que já haviam sido solicitados pela PCR anteriormente também foram encontrados e a PF investiga se houve entrega dos materiais.

PCR negou acesso à totalidade de documentos

Durante a coletiva, o superintendente da CGU regional, Fábio Araújo, afirmou que a busca e apreensão realizada na Prefeitura do Recife ocorreu por uma falta de cooperação da PCR à auditoria. “Do ponto de vista da CGU a gente entende que, quando se trata de Sistema Único de Saúde o gestor tem que estar disposto a repassar para a fiscalização todas as informações necessárias. Falando especificamente da FBS, quando você tem uma empresa de pequeno porte, com capital social de R$ 100 mil registrado, a própria lei diz que ela teria que ter pelo menos 10% daquilo que ela vai fornecer. Mas ela foi contratada para um aporte de R$ 80 milhões. Dificilmente ela vai ter essa condição de fazer esse fornecimento. Foi a primeira tese que a gente levantou”, afirma o superintendente.

“A gente começou a solicitar todos os processos porque essa empresa de um dia para o outro teve uma série de contratações. A Prefeitura [do Recife] em princípio negou - passando apenas algumas informações. Não recebemos todos os processos, inicialmente”, contou Fábio Araújo. Ele reforça que reiterou o pedido para poder ter acesso aos documentos e seguir com a investigação. “Chegamos a conclusão que esta empresa não tinha aporte suficiente para suportar aquela contratação, era muito possível que ela não fornecesse, seria muito estranho um sócio que não tinha condição econômica suportar o volume de contratação e havia um indício de não entrega. A gente vai confirmar isso nesses documentos que foram apreendidos”, diz.

Os crimes investigados na operação Antídoto são de falsidade ideológica, peculato (desvio de dinheiro público) e dispensa indevida de licitação. Ainda não há servidores ligados à PCR sendo investigados, mas a delegada do caso não descarta a possibilidade. “A investigação está apenas começando”, afirmou.

Uma série de irregularidades em licitações de materiais de saúde foi descoberta pela Polícia Federal de Pernambuco, em colaboração com a Controladoria-Geral da União, envolvendo a Prefeitura do Recife. A Operação Antídoto apontou contratações de laranjas para a entrega dos produtos que ajudariam no enfrentamento da Covid-19. Os detalhes do andamento da investigação, que tem ligação com outra operação da PF, foram divulgadas na manhã desta terça-feira (16).

Envolvendo apenas a Prefeitura do Recife, a Operação Antídoto investiga a dispensa indevida de licitação, com contratações diretas emergenciais, realizadas pela Secretaria de Saúde da Prefeitura em favor da empresa FBS Saúde Brasil. A companhia seria comandada por laranja, uma das quais, admitiu ser faxineira do maior suspeito Sebastião Figueirôa Siqueira, que seria o elo entre as duas operações.

##RECOMENDA##

“Chamou atenção da CGU que havia indicativos de se tratar de uma empresa constituída de laranjas. A Sócia inicial assumiu que não tinha a menor condição [de ocupar cargo de importância mo empreendimento] e que cedeu seu nome a pedido de outrem”, disse a Delegada de Combate a Corrupção, Andreia Pinho.

Crimes de falsidade ideológica, peculato (desvio de dinheiro público) e dispensa indevida de licitação são investigados pelo órgão, que está dando cumprimento a seis mandados de busca e apreensão  - incluindo na PCR, que, de acordo com a delegada, não estaria colaborando de forma efetiva com a CGU na divulgação das licitações necessárias para o andamento das investigações. “A CGU solicitou à Prefeitura do Recife, esses contratos de dispensa, mas a prefeitura não encaminhou todos os contratos. Então, está aí um motivo para termos cumprido um mandado de busca, hoje, lá”, declarou.

De acordo com a PF foram constatados indícios de que a empresa foi favorecida com 14 dispensas de licitação superiores a R$ 81 milhões, durante o período de calamidade pública, mas não teria capacidade operacional para fazer frente aos contratos.

Posicionamento da Prefeitura do Recife

Na manhã desta terça-feira, a Prefeitura do Recife emitiu uma nota afirmando que  “todos os processos dessas empresas foram enviados anteriormente por iniciativa da Prefeitura ao Tribunal de Contas, Ministério Público Federal e, por solicitação, à Polícia Civil”. Além disso, o texto também ressalta que “os materiais comprados já foram recebidos e estão em uso nas unidades de saúde da emergência da COVID-19”.

Veja o posicionamento na íntegra:

A Prefeitura do Recife informa que as compras às empresas Saúde Brasil e AJS Comércio e Representações foram realizadas cumprindo todas as exigências da Lei 13.979/2020.

Todos os processos dessas empresas foram enviados anteriormente por iniciativa da Prefeitura ao Tribunal de Contas, Ministério Público Federal e, por solicitação, à Polícia Civil.

Os preços estão de acordo com os praticados no mercado e toda documentação exigida pela lei foi apresentada.

Todos os materiais comprados já foram recebidos e estão em uso nas unidades de saúde da emergência da COVID-19.

O valor total das compras realizadas e recebidas foi de R$ 7,5 milhões da empresa AJS e R$ 15,5 milhões da empresa Saúde Brasil.

A Prefeitura continua à disposição de todos os órgãos de controle para esclarecer o que for necessário e reafirma que todos os processos cumpriram as exigências legais.

A Polícia Federal oficiou a Secretaria de Saúde do Recife nesta sexta-feira (22) a prestar esclarecimentos e documentos acerca de uma compra de materiais de uso hospitalar, como toucas, máscaras cirúrgicas, aventais descartáveis e camas de hospital para combate à Covid-19. A aquisição foi feita após dispensa de licitação e custou mais de R$ 15 milhões, segundo a PF. 

De acordo com um levantamento preliminar da Controladoria Geral da União (CGU), o valor da compra é 53 vezes maior que o Capital Social da Delta Med, empresa escolhida para prestar o serviço. Essa desproporção gera dúvidas quanto à capacidade operacional de cumprir a demanda de produtos contratada pela secretaria.

##RECOMENDA##

A sede da empresa também passou por diligências dos policiais federais nesta sexta-feira (22), com o objetivo de verificar se ela de fato funciona e a regularidade da entrega dos bens adquiridos. 

“Contratos cumprem a lei” 

Em nota, a Secretaria de Saúde, afirmou que não houve “qualquer tipo de operação da Polícia Federal na sede da Prefeitura”, mas sim um pedido de informações por parte de um ofício da Polícia Federal a respeito do combate à Covid-19. 

O texto diz ainda que os contratos de fornecimento de camas, máscaras, aventais e toucas com a empresa Delta Med “cumprem toda legislação e que os preços praticados estão de acordo com o mercado” e “a empresa está fazendo as entregas conforme cronograma pactuado”. 

As informações solicitadas, segundo a nota, “serão enviadas no prazo estabelecido no pedido de informações”. Por fim, a secretaria afirma que “antes mesmo de receber o ofício, a Prefeitura do Recife já havia enviado, desde abril, por decisão própria, os processos para o Tribunal de Contas do Estado, assim como está fazendo com todos os processos de aquisição da Covid-19”.

Confira a nota na íntegra: 

“A Secretaria de Saúde do Recife informa que não houve qualquer tipo de operação da Polícia Federal na sede da Prefeitura. A PF protocolou ofício, na manhã de hoje, solicitando informações sobre o combate à Covid-19. Em relação às informações solicitadas, a Secretaria esclarece que os contratos de fornecimento de camas, máscaras, aventais e toucas com a empresa Delta Med cumprem toda legislação e que os preços praticados estão de acordo com o mercado. A empresa está fazendo as entregas conforme cronograma pactuado.

As informações serão enviadas no prazo estabelecido no pedido de informações. Antes mesmo de receber o ofício, a Prefeitura do Recife já havia enviado, desde abril, por decisão própria, os processos para o Tribunal de Contas do Estado, assim como está fazendo com todos os processos de aquisição da Covid-19”.

Após a repercussão causada pela oferta da disciplina “O golpe de 2016 e o futuro da democracia no Brasil” na Universidade de Brasília (UnB), o ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) afirmou, por meio de sua página oficial no Facebook, nesta quarta-feira (21), que é contrário à disciplina porque “toda disciplina precisa ter base científica — mesmo na área de ciências sociais” e que isso “não é uma questão de opinião, nem de reverberar a tese petista sobre o impeachment de Dilma Rousseff”.

Mendonça Filho afirmou ainda que nesta quinta-feira (22) irá acionar a Advocacia Geral da União (AGU), a Controladoria Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público Federal (MPF) para avaliar, de acordo com ele, “se há algum ato de improbidade administrativa ou prejuízo ao erário a partir da disciplina”. 

##RECOMENDA##

Na opinião de Mendonça, a disciplina, que é ofertada de modo facultativo pelo curso de ciência política não deveria estar sendo oferecida porque para ele “não se pode ensinar qualquer coisa” e se cada pessoa construir uma tese e criar uma disciplina “as universidades vão virar uma bagunça geral” e “a respeitabilidade no ambiente acadêmico fica na berlinda”. 

[@#video#@]

O que diz a UnB? 

Procurada pelo LeiaJá na quarta-feira (21), a Universidade de Brasília explicou que “a proposta de criação de disciplinas, bem como suas respectivas ementas, é de responsabilidade das unidades acadêmicas, que têm autonomia para propor e aprovar conteúdos, em seus órgãos colegiados”.

Além disso, também foi destacado que a disciplina em questão não é um ítem obrigatório do currículo do curso de ciência política. Ainda de acordo com o posicionamento oficial, “A UnB reitera seu compromisso com a liberdade de expressão e opinião - valores fundamentais para as universidades, que são espaços, por excelência, para o debate de ideias em um Estado democrático”. 

Liberdade, justiça social e rigor científico 

O professor titular do departamento de ciência política da UnB, Luis Felipe Miguel, será o responsável por ministrar as aulas da cadeira sobre “o golpe de 2016” e afirmou ao LeiaJá que a cadeira em questão é “uma disciplina corriqueira, de interpelação da realidade à luz do conhecimento produzido nas ciências sociais, que não merece o estardalhaço artificialmente criado sobre ela” e que “na academia é como no jornalismo: o discurso da ‘imparcialidade’ é muitas vezes brandido para inibir qualquer interpelação crítica do mundo e para transmitir uma aceitação conservadora da realidade existente”. 

Ainda segundo o professor, a disciplina está alinhada a valores e princípios fundamentais claros “em favor da liberdade, da democracia e da justiça social, sem por isso abrir mão do rigor científico ou aderir a qualquer tipo de dogmatismo” e que é assim que a universidade pode realizar seu compromisso de contribuir para a construção de uma sociedade melhor”.

LeiaJá também 

--> UnB oferece disciplina sobre ‘o golpe de 2016'

O ex-deputado federal Charles Lucena é o responsável pelas emendas parlamentares dos convênios entre ministérios e a ONG Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Institucional (IBDI), acusada de ser fachada, servindo apenas para desvio de verba pública. Lucena foi preso temporariamente pela Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) na Operação Remenda. 

Segundo a Polícia Federal, 11 convênios foram firmados entre a IBDI e o Ministério da Agricultura e o Ministério do Turismo entre 2010 e 2011, mas os objetos dos convênios não eram realizados.  A chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado, Carla Patrícia Cintra, destaca que a IBDI não possuía a mínima estrutura para cumprir o que estava acordado nos convênios. “Tudo leva a crer que a criação dessa ONG foi simplesmente para possibilitar o desvio de recursos públicos. A ONG recebia esses recursos e exatamente por não ter capacidade técnica delegava a outras ONGs, que também não executavam os serviços”, destaca.

##RECOMENDA##

O dinheiro acabava voltando para os diretores da IBDI. A Polícia Federal constatou que representantes das ONGs terceirizadas, como a Associação Rede Vida, também faziam parte da IBDI. “Isso era uma forma de dificultar a localização do dinheiro e dificultar que os órgãos de controle soubessem o que acontecia”, explica Wagner Menezes, delegado de Repressão a Crimes Financeiros e Desvios de Recursos Públicos. O delegado destaca que muitas ONGs não definem bem suas atividades, o que facilita esse tipo de esquema. No site do IBDI, constam como objetivos e finalidades: "Promover, incentivar e fomentar o desenvolvimento econômico, social, turístico, esportivo, cultural, na educação, na saúde, meio ambiente, pesca, agropecuária, agronegócio, cooperativismo, associativismo, justiça e cidadania, recursos minerais, segurança pública, desenvolvimento urbano, recursos energéticos, recursos financeiros, gestão pública, gestão financeira, gestão de documentos e acervos bibliográficos, informática e tecnologia da informação, na área jurídica, previdência social, trabalho e renda, transporte e engenharia zelando pelos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade, economicidade, eficiência e da ética".

As investigações foram iniciadas há três anos com fiscalizações de rotina da Controladoria Geral da União. De acordo com Victor de Souza Leão, chefe da Controladoria Geral da União em Pernambuco, há fortes indícios de que a IBDI também já era pré-selecionada a receber o recurso daquela emenda, descumprido o processo de seleção pública. “Alguns serviços eram prestados, mas, por exemplo, nos convênios do Ministério da Agricultura, um dos produtos era a execução de um plano de negócios e a gente percebeu que o plano era montado com trechos de outros documentos que já estavam disponíveis na internet”, revela o chefe da CGU. Foram realizados convênios no valor de R$ 3 milhões com o Ministério do Turismo e de R$ 1,2 milhão com o Ministério da Agricultura.

O Ministério da Agricultura chegou a emitir um documento atestando a capacidade do IBDI em realizar o serviço contratado – mesmo quando não constava entre as atividades da ONG a que ela deveria realizar.  Por conta disso, Victor de Souza Leão acredita que o envolvimento de pessoas dentro do ministério seja bem possível.  “Isso tudo está sendo objeto de investigação. O ministério tem dois papeis: antes de celebrar o convênio, ele precisa ver ser a ONG tem condição de realizar aquele objeto, e o segundo é fiscalizar a execução do objeto”, comenta.  Contra uma pessoa que fazia parte do Ministério de Agricultura na época do esquema foi expedido um mandado de busca e outro de ouvida. Outros políticos estão entre os investigados. 

“Ele é inocente” - O advogado do ex-deputado federal Charles Lucena, Francisco Lacerda, conversou com a imprensa na sede da Polícia Federal em Pernambuco, onde o ex-parlamentar prestou depoimento de cerca de 1h30. “Ele cabalmente deixou clara sua inocência, sua não participação nos fatos. A única participação dele seria na aprovação das emendas e nada mais. Qualquer outro desvio é alheio a vontade dele e não seria da competência dele administrar isso”, opina Lacerda. O advogado busca suspender a prisão temporária ainda nesta terça-feira.

A Polícia Federal não detalha a participação dos envolvidos no esquema, mas o ex-assessor de Lucena está preso preventivamente. De acordo com a PF, pessoas próximas do ex-deputado faziam parte da IBDI.

A mãe de Charles Lucena, ex-deputada estadual Malba Lucena, esteve presente na sede da Polícia Federal. Visivelmente abalada, ela não quis falar com a imprensa. 

Ao todo foram expedidos 13 mandados de busca e apreensão, sete de prisão temporária – até o final da manhã, cinco haviam sido cumpridos – e um de prisão preventiva em Pernambuco, Ceará, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Também estão sendo cumpridos de mandados de intimação para oitiva imediata dos investigados. A Justiça Federal também determinou o sequestre de bens no valor de R$ 700 mil, referentes a desvios já comprovados.

O ex-deputado federal pelo PTB-PE, Charles Lucena, foi preso nesta terça-feira (15) pela Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) dentro da Operação Remenda, realizada em parceria com a Controladoria Geral da União (CGU). Lucena faria parte de uma quadrilha que desviava recursos públicos do Ministério da Agricultura e do Turismo por uma Organização Não Governamental (ONG) de fachada.

O prejuízo estimado com o esquema é de cerca de R$ 4 milhões. Segundo a CGU, a investigação, iniciada há três anos, envolve diretores de entidades, assessores e ex-políticos. Foram apuradas irregularidades no processo de contratação da ONG e na execução dos convênios. A operação verificou que recursos dos Ministérios da Agricultura e do Turismo eram desviados por diretores de ONG e por ex-assessor de Lucena.

##RECOMENDA##

[@#video#@]

Estão sendo cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, sete de prisão temporária e um de prisão preventiva em Pernambuco (Boa Vista, Graças, Madalena, Linha do Tiro, Olinda, Encruzilhada e Afogados da Ingazeira), Ceará, Distrito Federal e Rio de Janeiro. Também estão sendo cumpridos mandados de intimação para oitiva imediata dos investigados. Participam da investigação cerca de 90 pessoas, entre policiais e auditores da CGU.

Os crimes investigados são: formação de quadrilha ou bando, peculato ou apropriação indébita de recursos públicos e lavagem de dinheiro. Segundo a CGU, o nome da operação é um trocadilho pelo fato dos recursos terem sido liberados por emenda parlamentar, ou seja, por remendar um problema com uma emenda. 

O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage, informou nesta segunda-feira (8) que pediu demissão à presidenta Dilma Rousseff em carta entregue ainda no mês novembro. Após nove anos no cargo, ele disse que “chegou a hora de descansar”. Em abertura de seminário, de manhã, Jorge Hage defendeu novos mecanismos de controle da corrupção para as empresas estatais.

“Apresentei à presidenta Dilma Rousseff minha carta pedindo que ela me dispense do próximo mandato. A minha pretensão é não ter minha nomeação renovada. Estou pedindo demissão. Já estou há 12 anos nesta tarefa, já cumpri com o meu dever, dei a minha contribuição. São 12 anos [na CGU], nove como ministro, está na hora de descansar”, argumentou.

##RECOMENDA##

Durante abertura de um evento alusivo ao Dia Internacional Contra a Corrupção, promovido pela CGU, Hage fez discurso de quem pretende deixar o posto. Ele fez um balanço do período em que esteve à frente do órgão, exaltando conquistas no combate à corrupção, e ainda fez críticas ao baixo orçamento da CGU.

“De nossa parte, temos clareza de que estamos cumprindo com as atribuições que as leis nos davam, além de propor inovações legais necessárias para ampliarmos nosso instrumental de ação”, discursou Hage. Após elogios ao corpo funcional da CGU, o ministro ressaltou que eles têm “se desdobrado ao limite das forças”.

“A CGU representa apenas 0,5% das despesas da União, considerando seu orçamento total. E, se considerarmos somente os gastos correntes e de capital, nosso peso relativo é ainda menor, pois não passa de 0,007% dos gastos correntes e de capital do governo federal. Confronte-se isso com o que os cofres públicos deixam de perder, em desperdício ou em desvios, em consequência das ações da CGU, e ter-se-á uma ideia da relevância do trabalho”, acrescentou o ministro.

Segundo Hage, desde 2004, a atuação do órgão de controle reduziu a cultura da impunidade no Brasil e levou à exclusão de mais de 5 mil funcionários públicos dos quadros da administração federal, além de tornar mais de 4,3 mil empresas inidôneas. “Para nós, que acreditamos ser a transparência o melhor antídoto contra a corrupção, esses números são muito animadores”, frisou.

O ministro considerou ainda que o Brasil precisa ampliar, complementar e elevar os recursos no sistema de controle e prevenção da corrupção e encontrar uma forma de incluir nos mecanismos de controle externo as empresas estatais de economia mista, como a Petrobras. Hage ressaltou a necessidade de uma reforma política, “para reduzir o espectro partidário a um número razoável de partidos”, além de uma reforma do processo judicial.

“Estas [estatais de economia mista] situam-se praticamente fora do alcance do sistema, a não ser pela via das auditorias anuais de contas, procedimento basicamente formal-burocrático, de baixa efetividade para fins de controle. Fora daí, têm-se apenas, da parte do órgão central, a possibilidade de auditorias por amostragem ou decorrentes de denúncias, o que é absolutamente insuficiente, na medida em que se alcança apenas alguns contratos. O que acaba de ser descoberto na Petrobras constitui clara evidência disso”, afirmou.

Sobre a Operação Lava Jato e o esquema de corrupção na Petrobras, Hage considerou que os órgãos de investigação vêm cumprindo seu papel. “É evidente que, quanto mais se investiga, mais se descobre. E a população mais se vê tomada pela perplexidade e pela justa indignação. Mas, se o problema existe e tem tais dimensões, essa é uma etapa inevitável que tem que ser vivida”, analisou.

Os personagens da Turma da Mônica assumem uma 'atuação' diferente. Dessa vez, a turminha ilustra o material do programa “Um por Todos e Todos por Um - Pela Ética e Cidadania” - lançado nesta quarta-feira (2), pela Controladoria Geral da União (CGU). A proposta tem como objetivo estimular, nas salas de aula de escolas parceiras, a discussão de temas relacionados à participação social, democracia ao respeito, à diversidade, à ética e cidadania.

“São ensinamentos que temos que passar para as crianças. Vocês vão aprender o que é ética, cidadania, o que tem que saber para se transformarem em bons cidadãos. E a Turma da Mônica vai ajudar vocês a aprenderem esses conceitos”, disse o criador da Turma da Mônica, Mauricio de Sousa, segundo a Agência Brasil.

##RECOMENDA##

O ministro da CGU, Jorge Hage, falou que é preciso intensificar o trabalho sobre esses temas com as crianças. “Entendemos que o problema da corrupção, da ética, da integridade, tem que ser trabalhado em todas as frentes, em todas as faixas sociais e etárias e, por isso, é muito importante essa faixa da escola”. Ele ainda acrescentou que a intenção é que o programa seja ampliado até atingir toda a rede pública de educação.

As escolas receberão, no primeiro semestre, kits pedagógicos direcionados aos alunos e professores. O material traz orientações para que o professor trabalhe o conteúdo proposto. Os temas também serão abordados através de revistas em quadrinhos e jogos. O programa visa atingir cerca de 100 mil estudantes do terceiro ano do ensino fundamental das escolas municipais das capitais do País e começará a ser executado no segundo semestre de 2014. Os trabalhos produzidos serão divulgados nos colégios e nas comunidades. 

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando