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O mundo poderia acabar com a Aids como uma ameaça sanitária global em 2030, mas para isto deve redobrar os esforços agora ou corre o risco de ver o vírus voltar a sair do controle, advertiu a ONU em um informe, publicado nesta terça-feira (18).

O informe, apresentado pelo diretor-executivo da ONUAids, Michel Sidibe, e pela atriz sul-africana Charlize Theron, faz um levantamento para que se estabeleça uma série de metas de "via rápida" para combater a doença, a fim de evitar 21 milhões de mortes vinculadas à doença.

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"Alteramos a trajetória da epidemia", disse Sidibe. "Agora, temos cinco anos para acabar com ela para sempre ou correr o risco de que volte a sair do controle", prosseguiu. A estratégia proposta usa uma fórmula "90-90-90" como meta para 2020: 90% das pessoas sabendo que é soropositiva, 90% das pessoas soropositivas recebendo tratamento e 90% daqueles que estão em tratamento com carga viral suprimida.

Uma vez alcançado o objetivo, a nova meta será "95-95-95" em 2030 que, uma vez alcançada, representaria evitar quase 28 milhões de infecções. A estratégia também conta reduzir a quantidade anual de infecções pelo vírus da imunodeficiência humana adquirida (HIV) em mais de 75%, passando para 500.000 em 2020 e depois para 200.000 em 2030.

Theron, uma "mensageira da paz" da ONU, que também é diretora e fundadora da Africa Outreach Project, uma plataforma de ajuda a jovens no combate à Aids, acrescentou: "quando as pessoas jovens têm acesso a opções de educação e saúde sobre o HIV, tomam decisões inteligentes sobre o seu futuro".

"Vamos nos assegurar de que os adolescentes de qualquer região tenham o poder de fazer parte da solução para acabar com esta epidemia", disse. "Alcançar os objetivos de via rápida da ONUAids vai garantir que ninguém fique de lado", acrescentou.

A auxiliar de enfermagem espanhola que foi a primeira pessoa infectada com Ebola fora do continente africano deixará nesta quarta-feira o hospital de Madri, onde superou a doença e recebeu alta depois de um mês internada.

"Teresa Romero, paciente e profissional de nosso hospital, receberá alta, o que significa uma grande notícia depois de um mês muito complicado para todos nós", anunciou o diretor do hospital Carlos III, Rafael Pérez-Santamaría.

Romero, de 44 anos e que foi internada em 6 de outubro, foi infectada depois de participar no atendimento a um missionário espanhol afetado pela febre hemorrágica, repatriado de Serra Leoa em 22 de setembro e que faleceu três dias depois.

A auxiliar também esta na equipe que atendeu um primeiro missionário repatriado com Ebola da Libéria, que faleceu em 12 de agosto.

"Não há vestígio do vírus em seu organismo", disse o diretor da unidade de doenças infecciosas, José Ramón Arribas.

"Ela pode ter uma vida completamente normal", completou.

Mas o médico lembrou que Teresa passou 30 dias no hospital por uma infecção muito grave e ainda levará algum tempo para se recuperar totalmente.

O caso de Teresa e a quarentena exigida a 15 pessoas que tiveram contato direto com ela provocaram medo na Espanha, algo que os médicos tentaram desativar com uma mensagem de tranquilidade.

A doença também provocou um debate sobre as supostas medidas insuficientes de prevenção que colocaram trabalhadores do setor da saúde em perigo por contato com o vírus Ebola.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou, nesta sexta-feira (24), que “diversas centenas de milhares” de vacinas contra o vírus ebola poderão ser produzidas até o final do primeiro semestre de 2015. A União Europeia afirmou que elevará os investimentos na busca pela cura da doença de EUR 600 milhões para até EUR 1 Bilhão, diante da rapidez de propagação por qual a enfermidade tem se apresentado. 

Ainda sem cura comprovada, o ebola matou quase 5 mil pessoas nos três países africanos que centralizam o maior número de casos: Guiné, Serra Leoa e Libéria. De acordo com informações da BBC, duas vacinas experimentais já estão em testes, nos EUA, Reino Unido e em Mali. A expectativa é que os testes nos países africanos comecem a ser efetuados a partir de dezembro deste ano, com início pela Libéria. 

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Segundo a OMS, até abril uma avaliação mais eficaz poderá ser feita para determinar se as vacinas experimentais são, de fato, úteis.  Além das duas vacinas já em teste, há mais cinco em fase de desenvolvimento que podem auxiliar na tentativa de controle da epidemia. O Banco Mundial e a ONG Médicos Sem Fronteiras também ajudarão a financiar as pesquisas.

Com informações da BBC

 

Duas enfermeiras americanas foram declaradas curadas do Ebola nesta sexta-feira (24). Uma delas recebeu alta, deixou o hospital e foi recebida pelo presidente americano, Barack Obama, na Casa Branca.

A boa notícia sobre as duas enfermeiras, que contraíram o Ebola enquanto cuidavam de um paciente liberiano no Texas (sul), ocorre enquanto a cidade de Nova York lidava com seu primeiro caso confirmado de infecção pela febre hemorrágica.

Vestindo camiseta azul turquesa e aparência saudável, Nina Pham sorriu durante a coletiva concedida na parte externa do Centro Clínico dos Institutos Nacionais de Saúde (NHI, na sigla em inglês) em Bethesda, Maryland.

"Eu me sinto afortunada e abençoada por estar aqui hoje", disse Pham aos jornalistas, expressando sua gratidão àqueles que rezaram por ela e cuidaram dela enquanto esteve doente. "Estou em processo de recuperação, enquanto reflito sobre os muitos outros que não foram tão afortunados", prosseguiu.

"Embora não tenha mais Ebola, eu sei que pode demorar um pouco até eu recuperar as forças", afirmou a jovem. A enfermeira não tomou nenhum medicamento experimental contra o Ebola enquanto esteve isolada no hospital de pesquisas especializado em Bethesda, Maryland, afirmou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas e Alergias.

Pham foi a primeira trabalhadora de saúde a ser infectada com Ebola nos Estados Unidos, e pegou a doença do paciente liberiano Thomas Eric Duncan, que deu entrada no Hospital Presbiteriano de Dallas em 28 de setembro.

Outra enfermeira colega dela, Amber Vinson, também foi infectada. Ela também se curou, mas ainda não foi liberada do Hospital da Universidade Emory, em Atlanta, Geórgia (sul).

"Os exames não detectam mais o vírus no sangue dela", destacou o hospital, acrescentando que a jovem "fazia bons avanços", mas que permaneceria na unidade de doenças infecciosas graves para prosseguir com os cuidados de suporte até segunda ordem.

Pham, de 26 anos, disse que seus pensamentos estão com a amiga, Amber, e com outro profissional de saúde, o médico americano Craig Spencer, diagnosticado com Ebola na quinta-feira, em Nova York, após voltar da Guiné.

Ela também agradeceu ao médico Kent Brantly, o missionário americano que desenvolveu a doença na Libéria durante o verão e que doou plasma para ajudá-la em sua recuperação. Horas depois de deixar o hopsital, a jovem foi recebida, nesta sexta, no Salão Oval da Casa Branca, pelo presidente americano, Barack Obama, que a abraçou.

Consultado durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do executivo, John Earnest, afirmou que Obama, que não estava "preocupado em absoluto" com a ideia do encontro, quis saudar o trabalho desta jovem, "que ficou doente cuidando de um paciente com Ebola".

"Ela não o fez para ganhar aumento de salário ou para se destacar, o fez porque era o seu trabalho", afirmou Earnest. "O fato de estar curada é uma notícia fantástica", acrescentou.

Paciente liberiano - O diagnóstico confirmando que Pham tinha Ebola foi anunciado em 12 de outubro, e o de Vinson, no dia 15. Pham foi inicialmente internada em Dallas, no mesmo hospital onde trabalhava, e foi transferida para o Centro Clínico dos Institutos Nacionais de Saúde no dia 16.

As duas tiveram contato direto com Duncan, que no mês passado viajou de sua Libéria natal para o Texas para visitar a família, antes de adoecer e morrer de Ebola em 8 de outubro. Pham e Vinson trabalhavam na unidade de cuidados intensivos, embora continue o mistério de como exatamente foram infectadas.

Segundo os Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), uma "quebra de protocolo" seria a causa, e desde então, o órgão emitiu normas mais duras para vestir os trajes de proteção durante o tratamento de pacientes com Ebola.

A doença é transmitida através do contato direto com suor, vômito, sangue ou outros fluidos corporais de uma pessoa infectada. Funcionários sanitários correm um risco particular de contrair Ebola.

Na quinta-feira, foi confirmada a infecção de Spencer com Ebola, depois de tratar pacientes no oeste da África como membro da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF). Um total de nove pessoas já foram tratadas de Ebola nos Estados Unidos e todas, com exceção de Duncan, sobreviveram.

Mais de 4.800 pessoas morreram vítimas da doença desde o começo do ano, sobretudo em Libéria, Guiné e Serra Leoa, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Não há medicamentos no mercado para tratar o Ebola e nenhuma vacina aprovada para evitar o contágio pelo vírus mortal, descoberto em 1976.

Segundo a OMS, testes com a vacina contra o Ebola poderiam começar em dezembro no oeste da África e centenas de milhares de doses podem ser produzidas em meados de 2015.

De acordo com o resultado de uma análise feita neste domingo, a auxiliar de enfermagem espanhola, a primeira pessoa contagiada por Ebola fora da África, já não apresenta mais a carga viral, informou à AFP uma fonte que trabalha no hospital onde Teresa Romero está internada.

"Os três PCR [testes] de hoje deram negativo, inclusive o de Teresa", declarou a fonte do Hospital Carlos III de Madri, onde Teresa Romero, de 34 anos, é tratada desde o dia 6 de outubro.

Você sabe o que é esclerose lateral amiotrófica? Esta doença vem sendo bastante repercutida nas redes sociais nos últimos dias, através do “Desafio do Gelo”, feito por alguns famosos. Mas, finalmente, o que ela faz? Quais os sintomas? O neurologista do Real Hospital Português Ricardo Amorim explicou o que é, de fato, a enfermidade que tem levado muita gente a aderir o desafio e tomar um verdadeiro banho de água gelada. 

Portal LeiaJá – O que é a esclerose lateral amiotrófica?

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Ricardo Amorim – Também conhecida por doença de Lou Gehrig, a esclerose lateral amiotrófica é algo neurodegenerativo proressivo e fatal, ou seja, a pessoa perde a conexão com o neurônio motor. 

LeiaJá – Quais os sintomas da doença?

R.A – Perda de força progressiva, dificuldade de engolir e falar, além de contrações espontâneas dos músculos.

LeiaJá – Existe cura?

R.A - Não. Um medicamento, chamado Riluzol, retarda o aparecimento dos sintomas (citados à cima), mas não tem poder de cura. Infelizmente, a doença pode levar a morte. 

LeiaJá – A esclerose lateral amiotrófica é uma doença genética?

R.A - Não, mas também não é uma doença contagiosa. Muitos estudos ainda precisam ser realizados para nos mostrar como é possível ter a enfermidade. 

LeiaJá – Por que esta doença só veio à tona agora?

R.A – Ela sempre existiu, mas só passou a ficar mais conhecida depois que um tenista de 45 anos descobriu que estava com a doença e resolveu divulgá-la.

 

Desafio do Gelo -  É uma brincadeira que incentiva a doação de US$ 100 à ALS Foundation, instituição que combate a doença. Para participar, é preciso tomar um banho de água fria em até 24 horas. Quem não quiser tomar o banho gelado, pode optar por doar US$ 100 para a causa ou fazer as duas coisas.

Uma corrida de 20 minutos por três vezes na semana pode curar a Diabetes tipo 2. A informação foi divulgada depois de uma pesquisa realizada pela Academia Americana de Exercício e Esporte com um grupo de pessoas que sofrem da doença. Os profissionais estudaram por cerca de dois anos os pacientes que realizavam as corridas de 20 minutos ou caminhadas de 60 minutos. Em todos, foi constatado que a diabetes pode ser curada pela prática dos exercícios físicos. 

Os voluntários foram submetidos a exames de sangue e o comparativo, três meses depois, mostrou que o nível de glicose foi reduzido consideravelmente. "Isso se deve a um estado de diminuição da resistência periférica à insulina (a causa da diabetes tipo 2). Ou seja, embora continue a produzir a mesma quantidade do hormônio, o paciente deixa de ser diabético, pois a sua musculatura e os órgãos passam a usar de maneira mais eficiente essa mesma quantidade para transformar a glicose em energia, diminuindo seus níveis no sangue além do benefício da perda de peso da pessoa que faz com que seja necessária uma quantidade menor de insulina para o metabolismo normal", explica o Dr. Leandro Gregorut, ortopedista especializado em Medicina Esportiva.

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O benefício da atividade física pode ser sentido por qualquer pessoa, em qualquer faixa etária, mas é preciso ter alguns cuidados. "Todo paciente, antes de iniciar uma atividade física, deve passar por uma avaliação de um médico para que sejam feitos os exames que possam dosar a quantidade de exercícios que devem ser realizados com segurança. Após o inicio, o ideal é que a prática seja orientada por um profissional do esporte, como um professor de Educação Física. Caso isso não seja feito, o paciente pode ficar exposto a problemas cardíacos e até mesmo ortopédicos", alerta o ortopedista.

Cientistas que trabalham na cura da paralisia anunciaram ter demonstrado como um macaco pode usar a força do pensamento para, através de eletrodos, manipular o braço de um amigo primata adormecido para atender os seus comandos. A experiência de laboratório, na qual a mão de um macaco Rhesus totalmente sedado manipulou um joystick para executar tarefas determinadas pelo outro macaco, foi desenvolvida para simular uma paralisia completa, quando o cérebro se desconecta completamente do músico que tenta controlar.

"Nós demonstramos que um indivíduo consegue controlar um membro paralisado usando unicamente seus pensamentos", explicou à AFP a co-autora do estudo, Maryam Shanechi, da Escola de Engenharia Elétrica e de Computadores da Universidade Cornell a respeito do estudo publicado na edição desta semana da revista especializada Nature Communications. A descoberta "tem potencial para ajudar pacientes paralisados a recuperar o controle de seus próprios membros".

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Em testes de laboratório, uma equipe de engenheiros e neurocientistas usou eletrodos para conectar o cérebro de um macaco à espinha dorsal de outro através de um computador, que decodificou e retransmitiu os sinais neurológicos. O primeiro macaco, apelidado de "mestre", foi colocado em uma cadeira especial diante da tela de um computador que exibia um cursor e um círculo verde que se alternavam entre dois pontos. A cabeça do macaco permaneceu presa.

O segundo macaco, apelidado de "avatar", foi totalmente sedado em um recinto em separado - com o braço atado a um joystick de 360 graus com o qual movia o cursor em busca do alvo circular na tela do "mestre". Quando o mestre pensou em mover o cursor, seus sinais cerebrais foram decodificados para determinar qual dos dois alvos ele tinha em mente e os dados foi transmitido em tempo real à coluna espinhal do avatar adormecido, cujo braço manipulou o joystick de acordo. A cada vez que o cursos atingiu seu alvo, o mestre recebeu um esguicho de suco como recompensa.

Prova de conceito - Pesquisas prévias sobre as chamadas interfaces cérebro-máquina (BMI, na sigla em inglês) já tinham mostrado as pessoas movendo cursores de computador ou até mesmo braços mecânicos usando a força do pensamento.

Mas Shanechi e sua equipe afirmam que essa foi a primeira a dar a um animal o controle sobre o membro vivo de outro animal. As descobertas "dão uma prova de conceito de que só com o pensamento, os indivíduos podem mover um braço em duas dimensões" mesmo se ligação fisiológica entre o cérebro e o músculo, afirmou.

A paralisia pode ser provocada pelo dano no sistema nervoso central, especialmente na coluna espinhal, devido a derrames ou doenças como o mal de Parkinson, ou até mesmo um acidente. Os cientistas querem encontrar uma forma de que pessoas com paralisia consigam mover seus próprios membros de forma natural, mas descobriram que é difícil ler os sinais do cérebro que controlam o complexo funcionamento dos músculos.

Segundo os autores do estudo, pesquisas anteriores com BMI permitiram apenas executar movimentos repetidos na direção do mesmo alvo ou em uma única linha. O que é diferente agora é que Shanechi e sua equipe decodificaram os sinais cerebrais que o macaco direcionou para seu alvo na tela ao invés de tentar decifrar os processos passo a passo necessários para se executar o movimento.

Alta precisão - A dupla de primatas, mestre e avatar, atingiu o alvo em 84% dos casos, afirmaram os cientistas. Outra novidade foi o uso de dois macacos separados, que "imitam mais de perto uma situação real de tetraplegia", afirmou o co-autor do estudo, Ziv Williams, do Centro de Reparo do Sistema Nervoso da Escola de Medicina de Harvard.

Ao conectar o cérebro e os músculos de um único animal, os cientistas nunca podem ter certeza de quanto do movimento alcançado é "confundido com um possível feedback sensorial de contrações musculares preservadas", explicou.

Bernard Conway, diretor de engenharia biomédica da Universidade de Strathclyde, em Glasgow, comentou que a pesquisa foi "um avanço-chave" na identificação da intenção de um indivíduo paralisado ou no desejo de executar um movimento específico e traduzi-lo em ação.

O professor de engenharia biomédica da Universidade de Warwick, Christopher James, acrescentou que as descobertas tinham "profundas implicações para o controle de membros na lesão da medula espinhal ou no controle de membros prostéticos no lugar de membros amputados". Não ficou clara, no entanto, a eficácia de replicação desta descoberta em pacientes paralisados, que perderam a força dos músculos com a falta de uso.

Um novo coquetel de dois medicamentos demonstrou ser muito eficaz contra a hepatite C, segundo resultados de um teste clínico publicados nesta quarta-feira (15) revelando que esta infecção crônica do fígado estaria a ponto de ser derrotada. Essa notícia é acompanhada com muito entusiasmo nos Estados Unidos, já que a hepatite C mata mais americanos do que a Aids.

Este estudo, que se concentra na combinação de dois antivirais ingeridos oralmente, o daclatasvir e o sofosbuvir, dos laboratórios farmacêuticos Bristol Myers Squibb e Gilead Sciences, mostra que a mistura dos dois supõe uma taxa de cura de 98% sem gerar efeitos colaterais significativos.

"Esta pesquisa abre caminho para tratamentos seguros, bem tolerados e eficazes para a grande maioria dos casos de hepatite C", comemorou o doutor Mark Sulkowski, diretor do Centro de Hepatites Virais da Faculdade de Medicina John Hopkins (Baltimore, Maryland, leste), e principal autor do estudo publicado na revista New England Journal of Medicine de 16 de janeiro, que foi financiado pelos dois laboratórios.

"Os medicamentos padrão contra a doença vão ter uma melhora considerável até o ano que vem, o que levará a avanços sem precedentes no tratamento dos doentes", prometeu. O teste clínico de fase 2 foi realizado com 211 homens e mulheres infectados com uma das principais cepas do vírus responsável por esta infecção hepática crônica, que causa cirrose ou câncer de fígado, tornando necessário um transplante desse órgão.

O coquetel foi eficaz mesmo em pacientes de difícil tratamento, para os quais a tripla terapia convencional (telaprevir ou boceprevir, além de peginterferon e ribavirina) fracassou. Entre os 126 participantes infectados pelo genótipo 1 do vírus da hepatite C que não receberam um tratamento prévio, 98% ficaram curados. Essa cepa é a mais frequente nos Estados Unidos.

Além disso, 98% dos 41 pacientes que ainda estavam infectados após uma tripla terapia convencional demonstraram não ter vestígio algum do vírus no sangue três meses depois do tratamento experimental. A taxa de cura foi similar nos outros 44 participantes do estudo, infectados pelos genótipos 2 e 3 do vírus, menos comum nos Estados Unidos.

Tratamento simplificado - Os participantes tomaram de forma habitual uma combinação de 60 miligramas de daclatasvir e 400 miligramas de sofosbuvir, com ou sem ribavirina, durante um período de três a seis meses. Um teste clínico anterior, realizado com sofosbuvir, combinado com o antiviral ribavirin, cujos resultados foram publicados em agosto de 2013, mostrou uma taxa de recuperação de 70% em doentes de hepatite C com o fígado comprometido.

Em dezembro, a Administração de Alimentação e Medicamentos americana, FDA, aprovou a comercialização de sofosbuvir combinado com peginterferon e ribavirin, para o tratamento da hepatite C, devido ao genótipo 1 e combinado unicamente com ribavirina para tratar a hepatite C de genotipo 2 e 3.

O daclatasvir ainda não foi autorizado pela FDA. Se a agência der luz verde à comercialização de declatasavir e outras novas moléculas eficazes contra a hepatite C, as injeções semanais tão temidas de peginterferon poderiam se tornar coisa do passado, segundo Sulkowski.

O tratamento da hepatite C também seria simplificado, passando de 18 comprimidos por dia a uma injeção semanal ou dois comprimidos diários, destacou.

Segundo dados do organismo federal dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC), menos de 5% dos 3,2 milhões de americanos que sofrem de hepatite C ficram curados. Os CDC estimam também que de 50% a 75% ignoram estar infectados, frequentemente pelo uso de drogas injetáveis, transfusões de sangue contaminado dos anos 70 ou 80 ou relações sexuais.

Algumas ONGs, como a Médicos do Mundo, veem uma "grande esperança" nestes medicamentos, especialmente o sofosbuvir da Gilead, mas seu alto custo (mais de 70.000 dólares para um tratamento de 12 semanas) o deixa fora do alcance da maioria dos doentes dos países em desenvolvimento. Pelo menos 185 milhões de pessoas estão infectadas com o vírus da hepatite C no mundo.

Divulgado pela Universidade de Cambridge, na Inglaterra, um experimento pode se tornar um marco na medicina mundial. Pesquisadores da instituição de ensino afirmam ter descoberto um tratamento para eliminar o câncer de pâncreas em menos de uma semana. Testes iniciais comprovaram a eliminação quase total dos tumores em camundongos, no período de seis dias. 

A equipe de cientistas identificou o funcionamento da barreira protetora que contorna os tumores e, após o desenvolvimento de uma droga capaz de rompê-la, conseguiu fazer com que o sistema imunológico do corpo matasse as células cancerígenas. Segundo a Universidade, este é o primeiro resultado do tipo referente às pesquisas sobre o câncer de pâncreas. Caso seja confirmada a eficácia do método, casos de câncer de pulmão e ovário também poderiam receber o tratamento.  

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Os pesquisadores identificaram que a barreira em volta das células danosas é formada pela proteína quimiocina CXCL 12, produzida por células especializadas do tecido conjuntivo, responsável por conectar e blindar os demais tecidos. A proteína envolve as células cancerígenas e forma um tipo de escudo contra as células T (que fazem parte do sistema de defesa do organismo).

Este novo tratamento proposto pelos cientistas impede que as células T interajam com a proteína CXCL 12; com isso, o “escudo”para de funcionar e as células conseguem penetrar no tumor. Ainda não há previsão para testes clínicos com seres humanos. O câncer de pâncreas é um dos mais fatais, por costumar ser só diagnosticado em estágio mais avançado. No Brasil, em 2011, quase 8 mil pessoas morreram no Brasil devido à doença. 

Cientistas japoneses anunciaram nesta quinta-feira  (31) que estão mais perto de encontrar um tratamento oral para a diabetes, aumentando a esperança no combate a um mal que afeta cada vez mais pessoas em todo o mundo. Os cientistas da Universidade de Tóquio disseram ter criado um composto que ajuda o organismo a controlar a glicose na corrente sanguínea.

A glicose é um combustível vital para o funcionamento de todos os órgãos do corpo, mas uma quantidade excessiva é ruim. Em algumas pessoas, desencadeia a diabetes tipo 2, um mal que pode provocar doenças, acidentes vasculares cerebrais e problemas renais.

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Os médicos afirmam que os casos de diabetes tipo 2 aumentaram consideravelmente nas últimas décadas, um fato que atribuem essencialmente ao aumento do número de obesos. Estudos demonstram que os obesos têm níveis mais reduzidos de adiponectina, hormônio que regula a glicose e aumenta a eficácia da insulina.

Os cientistas japoneses desenvolveram um componente chamado AdipoRon, que imita os efeitos do hormônio e sobrevive sem modificações ao trânsito digestivo. O AdipoRon pode ser "um composto líder" em um possível tratamento oral para o diabetes, segundo Toshimasa Yamauchi, membro da equipe de cientistas e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Tóquio.

"Nosso objetivo é fazer testes clínicos dentro de alguns anos", explicou à AFP. Os médicos aconselham às pessoas que sofrem de diabetes de Tipo 2 um regime alimentar saudável e que façam exercícios, mas os cientistas dizem que às vezes isto é muito difícil de levar adiante.

"Uma dieta terapêutica não é fácil nem mesmo para as pessoas que gozam de boa saúde, menos ainda quando são obesas ou sofrem de uma doença", afirmou a equipe em um comunicado de imprensa.

"Um composto que possa imitar os tratamentos de dietas e exercícios para melhorar a saúde" é há tempos um objetivo neste setor, acrescentou a equipe, cujos trabalhos foram publicados na internet pela revista científica Nature.

Os cientistas descobriram que a taxa de sobrevida de quatro meses para ratos obesos e diabéticos nutridos com alimentos muito gordurosos era de apenas 30%, enquanto essa taxa chegou a 95% para os mesmos tipos de ratos que receberam um regime alimentar equilibrado e de baixo índice de gordura.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 347 milhões de pessoas no mundo sofrem de diabetes.

Na diabetes tipo 1, a menos comum, o organismo não produz insulina suficiente. Pode ser tratada com injeções diárias, mas não pode ser curada.

Aproximadamente 90% dos doentes sofrem de diabetes tipo 2, uma forma que, segundo a OMS, "se deve, em grande medida, a um peso excessivo e ao sedentarismo (...), um problema cada vez mais grave em nível mundial".

Uma menininha, tratada contra a infecção por HIV logo após o nascimento, permanece sem qualquer sinal de infecção aos 3 anos de idade, sugerindo que sua cura aparente não foi sorte, anunciaram cientistas americanos esta quarta-feira.

A história da primeira criança de que se tem notícia curada do HIV graças ao tratamento precoce baseado em doses elevadas de medicamentos antirretrovirais - o que os cientistas preferem chamar de "remissão sustentada" no lugar de cura - foi anunciada em março, quando ela tinha dois anos e meio.

Um punhado de adultos infectados com o vírus da Aids ao redor do mundo já foi identificado na literatura médica como recém libertos da doença, sendo o mais famoso deles Timothy Brown, também conhecido como "o paciente de Berlim". Ele recebeu um transplante de medula para tratar leucemia e, de quebra, se livrou do HIV.

Mas nenhum método fácil emergiu para erradicar o vírus da imunodeficiência humana adquirida, que tem 34 milhões de pessoas em todo o mundo e é responsável por 1,8 milhão de mortes anualmente.

A notícia com a atualização do caso da menina, publicado no New England Journal of Medicine, também buscou responder a perguntas feitas por especialistas, como se ela realmente estaria infectada, ao descrever que os testes e DNA e RNA deram positivo para HIV um dia após o nascimento.

A criança recebeu medicamentos antirretrovirais até os 18 meses e, depois de um ano e meio sem tratamento, nenhum sinal da doença voltou, descreveu o artigo.

"Nossas descobertas sugerem que a remissão desta criança não é mera sorte, mas provavelmente resultou da terapia agressiva e precoce que pode ter evitado que o vírus tomasse conta das células imunológicas da menina", afirmou a principal autora do artigo, Deborah Persaud, virologista e especialista em HIV pediátrico do Centro Infantil do Hospital Johns Hopkins.

A mãe da menina deu à luz prematuramente, cerca de um mês antes do previsto, e não recebeu qualquer cuidado pré-natal. Ela não sabia que tinha HIV até fazer exames no hospital de Mississippi, onde a criança nasceu.

A recém-nascida também teve exames positivos para o HIV e o alto nível encontrado em seu sangue sugeriu que ela se infectou no útero, afirmaram os pesquisadores.

Ela também apresentou sinais de HIV aos 19 dias de vida, um dado que "sustenta a perspectiva dos autores de que a criança realmente estava infectada" com o vírus da Aids, escreveu em editorial que acompanhou o artigo Scott Hammer, respeitado especialista em HIV do Centro Médico da Universidade de Columbia.

"A grande pergunta, claro, é: 'A criança está curada da infecção por HIV?' E a melhor resposta no momento é um definitivo 'talvez'", escreveu.

Segundo o especialista, é necessário um acompanhamento de longo prazo da criança, alertando que seu caso pode ser "único".

A menina recebeu medicamentos antirretrovirais nos primeiros 15 a 18 meses de vida, quando deixou de ser acompanhada.

Sua mãe a levou de volta aos médicos aos 23 meses de vida, afirmando que ela tinha recebido sua última medicação anti-HIV aos 18 meses.

"Aconteceu quase por acaso", contou Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas.

"Não aconteceu de o médico dizer, 'vamos parar com o tratamento'", declarou à AFP.

Segundo o estudo, exames feitos na menina aos 23 meses deram negativo para HIV e quando ela chegou aos 30 meses de idade, os exames continuaram sem apresentar qualquer sinal de HIV ou anticorpos de HIV.

"Estamos animados em ver que a menina continua sem medicação e não tem replicação detectável do vírus", declarou a pediatra Hannah Gay, do Centro Médico da Universidade do Mississippi.

"Continuamos a acompanhar a criança, obviamente, e ela continua muito bem", disse Gay, que foi a primeira médica a tratá-la.

"Não há sinais de retorno do HIV e nós continuaremos a acompanhá-la no longo prazo", prosseguiu.

A equipe médica que atendeu a menina acredita que a razão para o sucesso do tratamento seja a intervenção precoce e espera investigar se tratar outras crianças infectadas algumas horas após o nascimento poderia ter resultados similares.

Segundo Fauci, um estudo financiado pelo governo americano deve começar em países de renda baixa e média em 2014 e está previsto testar o médico com recém-nascidos soropositivos em uma escala maior.

Após anos de insucessos, cientistas conseguiram fazer o cabelo voltar a crescer cultivando em laboratório células humanas da derme papilar, trazendo novas esperanças para o tratamento da calvície, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (21).

Durante cerca de 40 anos, os cientistas tentaram sem sucesso clonar folículos pilosos, a fábrica dos cabelos, utilizando células da derme papilar. Até o presente, os tratamentos só conseguiam retardar a perda de cabelos, mas não estimulavam o crescimento de novos fios.

Nesta nova pesquisa, as células humanas, depois de cultivadas, foram reimplantadas na pele de camundongos, permitindo a produção de folículos pilosos. "Este método permite desenvolver um grande número de folículos ou regenerar os folículos existentes, utilizando as células da derme papilar provenientes de uma centena de doadores de cabelos", explicou a doutora Angela Christianio, professora de dermatologia da Universidade de Columbia, em Nova York, principal co-autora desta pesquisa, publicada nas Atas da Academia Americana de Ciências (PNAS).

"Esta técnica poderia tornar o implante capilar acessível às pessoas com um pequeno número de folículos, tanto homens quanto mulheres, ou em indivíduos que sofreram queimaduras", acrescentou. Nas cobaias, as células puderam ser facilmente recuperadas e reimplantadas na pele de outro animal.

Isto se explica sobretudo pelo fato de que, ao contrário dos humanos, as células papilares destes roedores se aglutinam espontaneamente nas culturas de laboratório. Isto lhes permite interagir e reprogramar a pele onde são implantados para produzir novos folículos, deduziram os pesquisadores.

Para esta pesquisa, as células papilares provenientes de sete pessoas foram cultivadas em laboratório, onde tiveram sua agregação induzida de forma a criar as condições necessárias para o crescimento dos cabelos, explicou a doutora Claire Higgins, da Universidade de Columbia, outra autora do trabalho.

Depois de alguns dias, as células papilares inseridas entre a derme e a epiderme de um fragmento de pele humana foram inseridas nas costas dos camundongos. Em cinco dos sete testes, o enxerto produziu cabelos novos durante pelo menos seis semanas. Um exame de DNA mostrou que os novos folículos pilosos eram humanos e geneticamente similares aos dos doadores das células papilares.

Segundo os autores do estudo, no entanto, é necessário fazer mais trabalhos antes que esta técnica possa ser testada em humanos. Os cientistas ainda precisam determinar as origens das propriedades intrínsecas dos novos cabelos, como cor, ângulo de crescimento, localização na cabeça e textura.

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Um ato de amor e solidariedade enche os olhos de quem vai até o Paço Alfândega, localizado na área central do Recife. A história de uma mãe que teve câncer curado recentemente levou Feliciano Prazeres, produtor e organizador da 1ª Pintata Solidária, a criar o evento inédito no Recife. A ação começou às 10h da manhã e se estende até às 22h deste sábado (4).

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Quadros e caricaturas foram e estão sendo pintados no hall do Paço Alfândega para ajudar, com 100% do dinheiro arrecadado, o Hospital de Câncer de Pernambuco (HCP). A iniciativa é realizada por Feliciano Prazeres junto com vários chargistas e cartunistas.

“Quando minha mãe teve câncer e se curou, fiquei pensando em uma forma de poder ajudar o próximo. Filantropia é uma forma que encontrei, com boas intenções a ajuda de todos os profissionais que estão aqui hoje. Só quem passa ou tem um ente que teve essa doença sabe como é. Por isso, resolvi ajudar dessa forma, doando 100% do dinheiro arrecadado”, contou Prazeres.

Ainda segundo o organizador, desde cedo a área ficou movimentada. “Até o fim do dia, acredito que passarão muitas pessoas ainda. Não faço ideia de qual será a quantia arrecadada, mas já fico feliz com essa ação que acontece pela primeira vez aqui no Recife”, explicou.

Para a cartunista Liz França, que já participou de outros projetos, integrar o time de profissionais para ajudar o próximo é gratificante. “É muito bom poder fazer isso, já que tanta gente precisa. Não é a primeira vez que faço ações solidárias, mas essa tem um gosto especial. Quando a gente usa a arte para ajudar, é ainda melhor”, afirmou.

O professor do curso de Ciências da Computação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Carlos Melo, contribuiu com a iniciativa. "Acho muito válido contribuir com a cultura. Ainda mais colocar para vender, sem cobrarem nada para eles. Eu e minha mulher achamos belíssima essa iniciativa", relatou. Os valores vão de R$ 15 para cada caricatura e podem chegar até R$ 1,5 mil nas telas.

Entre os artistas, participam da ação até o fim do evento estão Mané Tatu, Castanha, Armando Garrido, Félix Farfan, Luciana Padilha, Iramaral, Marcelo Peregrino Samico, André Valença, entre outros. Os chargistas que também integram a ação são Samuca, Jarbas, Greg, Laerte Silvino, Liss, Rafael Anderson, Clériston e Thiago, Miguel e Ronaldo.

O relato da cura funcional de um bebê infectado por HIV nos EUA repercutiu intensamente no meio científico. Porém, mais investigações são necessárias para constatar se os procedimentos adotados neste caso teriam os mesmos resultados em outros bebês. Também é preciso observar o paciente por mais tempo, para saber se o vírus permanecerá inativo durante toda sua vida.

O ineditismo da situação deve-se ao fato de o vírus ter sido detectado no sangue do bebê em exames feitos no 2.º, 7.º, 12.º e 20.º dias de vida, antes de se tornar indetectável, no 29.º dia. O recém-nascido recebeu um coquetel de três drogas antirretrovirais apenas 30 horas após o nascimento. O tratamento continuou até os 18 meses de idade, período em que a carga viral ficou indetectável. Nesse momento, a mãe do bebê interrompeu o tratamento por dez meses, contrariando o protocolo.

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Em geral, quando há infecção confirmada, a suspensão do uso do coquetel não é recomendada, mesmo que a carga viral esteja indetectável no sangue.

Quando o acompanhamento médico do bebê americano foi retomado, constatou-se que pequenas quantidades do vírus permaneciam no sangue, porém sem atividade de replicação - estado chamado de cura funcional. Nesses casos, a pessoa deixa de transmitir o vírus, de tão baixa a quantidade do HIV no sangue.

O infectologista Ésper Kallas, professor de Imunologia Clínica da USP, diz que é preciso cuidado ao se falar em cura. "Na cura funcional, o vírus ainda está no corpo. Nesse caso, o organismo da criança conseguiu fazer ele parar de se reproduzir, por algum motivo que ainda não se conhece." Kallas diz que o bebê deve ser acompanhado, pois o vírus poderá voltar a se reproduzir.

Praxe

O protocolo recomenda que o coquetel com três drogas seja administrado somente após a confirmação da infecção pelo HIV. Caso contrário, se utiliza apenas uma droga. "Quando o tratamento com as três drogas foi iniciado, ainda não se sabia se a criança tinha o vírus, o que só foi constatado 48 horas após o parto. A equipe médica não seguiu nenhuma normatização", diz Jorge Senise, do Núcleo Multidisciplinar de Patologias Infecciosas da Gestação da Unifesp. Ele observa que, quando a mãe não é tratada, os riscos de infecção do bebê varia de 25% a 30%.

Para o infectologista Jacyr Pasternak, do Hospital Albert Einstein, não está claro o que aconteceu. "Não dá para dizer que o vírus vai sumir para sempre. Tem muito adulto que a gente acompanha em que o vírus fica indetectável, mas se parar com a medicação, a doença volta", diz.

O médico Ralcyon Teixeira, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, diz que devem ser feitas outras pesquisas para ver se o mesmo pode acontecer. "Pode ser uma particularidade do tratamento, da criança ou do vírus. Pode ser um vírus mais fraco, por exemplo, ou um sistema imunológico mais forte", afirma. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A aparente "cura" de um bebê soropositivo tratado menos de 30 horas depois de seu nascimento provocou esperança, mas ainda falta confirmação, alertam os especialistas que apontam que o acesso à prevenção e ao tratamento ainda é ilusório em muitos países.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) comemorou esta novidade que, sujeita a confirmação, "permite esperar que uma cura da Aids é possível para as crianças", enquanto a cada ano 330.000 crianças nascem contaminadas, principalmente na África sub-saariana.

Mas para a OMS, ainda são necessárias pesquisas complementares.

Ainda estamos longe de poder afirmar que tratar mais cedo e de forma mais agressiva os bebês com alto risco de nascerem infectados permitirá evitar um tratamento para a vida inteira, ressaltaram especialistas entrevistados pela AFP.

"É preciso prudência", destaca o professor Stéphane Blanche, pediatra especialista em Aids, que considera "o termo cura não pertinente".

A criança, nascida nos Estados Unidos, foi infectada pelo vírus HIV no ventre materno. O bebê foi tratado com antirretrovirais até seus 18 meses de idade, quando o tratamento foi suspenso. Dez meses depois, os exames não detectaram qualquer presença do HIV no sangue.

A pesquisa é original porque a criança foi tratada muito cedo, desde os primeiros dias de vida, enquanto geralmente os portadores são tratados após algumas semanas (de 15 dias a um mês), revela Blanche.

Esta cura é chamada de "funcional" porque o vírus não é totalmente erradicado do organismo. Neste estado ela se apresenta mais como uma "remissão", que deve ser acompanhada por mais tempo para verificar se o vírus se reativa, observa por sua vez John Frater da universidade de Oxford.

"Esta mãe descapou da detecção e da prevenção. É preciso evitar esta situação", indicou Blanche.

Na França, nos último anos, com o tratamento preventivo da transmissão do vírus da mãe para a criança (um coquetel como o administrado ao bebê americano), apenas 0,5% dos recém-nascidos são contaminados.

Mas em alguns países pobres, apenas 60% das mulheres infectadas pelo HIV se beneficiam de uma terapia com antirretrovirais.

Para a cientista Deborah Persaud, do Centro de Crianças do Hospital Universitário Johns Hopkins de Baltimore (Maryland), principal autora do estudo, o tratamento precoce e intensivo do bebê teria impedido que o vírus se instalasse em estado adormecido nos "reservatórios", de onde poderia ressurgir.

Ela deseja conduzir teste clínicos em um número suficiente de crianças para verificar se este tratamento radical em bebês nas primeiras horas de vida permitirá confirmar o resultado apresentado.

"Será que isso é válido para outras crianças? É preciso esperar para poder dizer", ressalta Blanche.

"Nós não estamos certos de que este resultado é generalizável e reprodutível", ressalta o Dr. Harry Moultrie (University the Witwatersrand, África do Sul). Para este especialista sul-africano um caso único não constituiu uma estratégia aplicável a todos.

Nos países pobres e endêmicos de HIV, pensar que faremos testes e trataremos bebês em seus primeiros dias de vida é "ilusório", acredita Blanche. Quanto a ideia de tratar sistematicamente todo recém-nascido de mãe soropositivo privada de tratamento preventivo durante a gravidez, significaria tratar 80% das crianças, afirma ironicamente.

Uma equipe de virologistas dos Estados Unidos anunciou neste domingo o primeiro caso de cura funcional da Aids, envolvendo um menino que nasceu com o HIV transmitido pela mãe.

Não se trata de uma erradicação do vírus, mas sua presença é tão débil que o sistema imunitário do organismo está em condições de controlá-lo sem qualquer tratamento antirretroviral, explicaram os pesquisadores.

A única cura total da Aids oficialmente reconhecida ocorreu com o americano Timothy Brown, conhecido como o paciente de Berlim, declarado livre do HIV após realizar um transplante de médula óssea de um doador que apresentava uma mutação genética rara que impede o vírus de penetrar na células.

O transplante visava salvar Brown de uma leucemia.

O menino em questão, que mantém o HIV sob controle, recebeu antirretrovirais menos de 30 horas após seu nascimento. Durante a gestação, a mãe não foi tratada contra a Aids.

O tratamento precoce explica sua cura funcional, ao bloquear a formação de reservas de vírus dificilmente tratáveis, assinalaram os pesquisadores na 20ª Conferência Anual sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas (CROI), realizada neste final de semana em Atlanta, Geórgia.

Estas células contaminadas "adormecidas" relançam a infecção na maior parte das pessoas soropostivas semanas após a suspensão do tratamento com anti-retrovirais.

"A realização de uma terapia antirretroviral muito cedo nos recém-nascidos pode permitir uma longa remissão sem antirretrovirais, ao impedir a formação destas reservas virais ocultas", destaca a doutora Deborah Persaud, do Centro de Crianças do Hospital Universitário Johns Hopkins de Baltimore (Maryland), principal autora do estudo.

Isto foi o que aconteceu com a criança, segundo a especialista.

As análises mostraram uma redução progressiva da presença viral no sangue dos recém-nascidos, até o vírus se fazer indetectável no 29º dia de tratamento.

O menino foi tratado com antirretrovirais até seus 18 meses de idade, quando o tratamento foi suspenso. Dez meses depois, os exames não detectaram qualquer presença do HIV no sangue.

Os exames realizados posteriormente não revelaram a presença do HIV no sangue do menino.

O desaparecimento do HIV sem tratamento permanente é algo extremamente raro, e observado apenas em 0,5% dos adultos infectados, cujo sistema imunológico impede a reprodução do vírus e o converte em clinicamente indetectável.

Os especialistas afirmam que o caso pode mudar a atual prática médica, ao revelar o potencial de um tratamento antirretroviral muito cedo, após o nascimento de crianças com altos riscos potenciais.

O primeiro objetivo é, destacam, impedir a transmissão do vírus da mãe para o filho.

Os tratamentos antirretrovirais em mães portadoras do HIV durante a gestação permitem atualmente alcançar este objetivo em 98% dos casos, destacam os especialistas.

O estudo foi financiado pelos institutos nacionais de saúde e pela Fundação Americana para a Pesquisa da Aids.

A virologista francesa Françoise Barre-Sinoussi, que ganhou o Prêmio Nobel de Medicina em 2008 como parte de uma equipe que descobriu o vírus da imunodeficiência humana (HIV), diz que a cura para a aids está à vista, após o anúncio das últimas descobertas.

Ela citou o caso de paciente de Berlim que parece ter sido curada por um transplante de medula óssea, "o que prova que encontrar uma maneira de eliminar o vírus do corpo é realista".

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Outras fontes de otimismo, segundo Barre-Sinoussi, são a pequena minoria de pacientes, menos de 0,3%, que não apresentam sintomas da doenças mesmo sem nunca receber tratamento, e um pequeno grupo na França, que recebeu medicamentos antirretrovirais e agora vive sem tratamento ou sintomas da doença. "Há esperança ... mas não me pergunte para uma data porque não sabemos."

A virologista também disse que seria possível "em princípio" eliminar a pandemia da aids até 2050, se as barreiras ao acesso a medicamentos forem eliminadas.

Aproximadamente 25 mil pessoas devem participar de uma manifestação no domingo, em Washington, para exigir uma ação global mais firme contra a epidemia.

O número de mortes pela infecção está em queda em várias partes do mundo, enquanto o número de pessoas em tratamento subiu 20% entre 2010 e 2011, alcançando 8 milhões de pessoas, a maioria nos países mais pobres.

Mais que 34 milhões de pessoas no mundo todo estão vivendo com o vírus HIV, e 30 milhões morreram de doenças relacionadas à aids desde a década de 80, quando a doença foi descoberta, de acordo com a Agência das Nações Unidas de Luta contra a Aids (Unaids). As informações são da Dow Jones.

Preocupado com uma lesão no joelho, o espanhol Rafael Nadal cancelou a partida de exibição que faria com o sérvio Novak Djokovic, no próximo sábado (14), no Estádio do Real Madrid, o Santiago Bernabeu. A medida foi tomada para intensificar o tratamento no tendão patelar, visando o início dos Jogos Olímpicos de Londres.

O espanhol começou a sentir as dores durante a disputa de Wimbledon, onde foi eliminado pelo tenista Lukas Rosol, da República Tcheca. A lesão é decorrente do desgaste após as competições realizadas por Nadal no saibro, piso onde faturou quatro títulos em 2012: Barcelona, Monte Carlo, Roma e, por fim, o Grand Slam de Roland Garros.

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A eliminação de Wimbledon acabou sendo positiva para o jogador, que teve mais tempo para iniciar os cuidados com a contusão. Nadal foi avaliado duas vezes, nas cidades de Vitoria e Barcelona, mas a lesão não melhorou e ele precisou receber injeções nesta segunda-feira (9). O tenista seguirá com o tratamento para depois iniciar a preparação visando os Jogos de Londres, quando tentará repetir o feito da edição de Pequim, onde conquistou o ouro olímpico.

A presidente Dilma Rousseff ficou radiante com a notícia de que os últimos exames realizados pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não apresentam mais tumor na laringe.

Antes de sair para o jantar com os presidentes dos Brics, em Nova Délhi (por volta das 18h45, hora local, 10h15 no Brasil), a presidente recebeu um telefonema de Lula que lhe comunicou o resultado.

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"Falei com ele, está tudo superado", declarou a presidente, ao retornar ao hotel. "A notícia é muitíssimo boa. Ele deve estar comemorando até agora", comentou a presidente, que esboçava um largo sorriso e demonstrava até mesmo estar emocionada. "De uma certa forma, eu já esperava esta notícia. Mas, ter certeza é muito bom, né, gente?", declarou . Indagada se estava muito feliz, respondeu "É claro. Cá para nós, né?".

Dilma também foi vitima de um câncer há mais de dois anos, antes da campanha presidencial e se recuperou depois de sessões de quimioterapia.

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