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Em outubro de 2022, a cantora Iza anunciou o fim do seu casamento após quatro anos. Alguns meses depois, a artista engatou um relacionamento com o jogador Yuri Lima, e deu o que falar entre os internautas.

Em recente entrevista à Marie Claire, a cantora falou sobre o relacionamento e a vida sexual:

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- Não posso desperdiçar minha energia sexual com qualquer pessoa. Se for para gozar, gozo bem sozinha.

Considerada ícone de beleza atualmente, Iza confessou que era impensável ser vista como padrão de beleza:

- Para uma mulher retinta como eu, ser vista como padrão de beleza era impensável. Quando você não se enxerga nos lugares, é difícil sonhar com este lugar.

Neste início de ano, com as medidas restritivas para isolamento social por causa da pandemia, as pessoas também precisaram ficar em alerta para o consumo de energia. Além de fiscalizar hábitos que provocam desperdícios, também é necessário ficar atento para o fenômeno chamado fuga de energia, que tem a ver diretamente com as condições das instalações elétricas internas dos imóveis.

A fuga de energia é geralmente causada por emendas de fios desencapados, mal dimensionados e com isolação desgastada pelo tempo ou ainda por eletrodomésticos defeituosos dentro de imóveis. Esses fatores podem ser grandes vilões da conta de luz ao fim do mês. De acordo com um estudo feito pela concessionária Equatorial Pará, esse tipo de anomalia pode até dobrar o consumo de energia elétrica se não identificado a tempo.

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A fuga de energia acontece como um vazamento constante de água na tubulação. Por exemplo, um imóvel com instalação elétrica de 220 volts e com uma fuga mínima de corrente durante 24 horas por dia equivale a um aparelho elétrico ligado o dia todo, gerando desperdícios e aumento na conta em até 50%. Outro caso mais recorrente é o uso de geladeiras em mau estado de conservação, sem a devida vedação, que pode aumentar o consumo do refrigerador em até sete vezes.

O gerente de Serviços Técnicos e Comerciais da Equatorial Pará, Pabllo Barbosa, explica como identificar o problema. “É necessário chamar um eletricista para fazer os testes que podem identificar possíveis problemas, como, por exemplo, desligar todos os eletrodomésticos e verificar se o medidor continua registrando consumo. Outro ponto a ser verificado é se existem equipamentos com consumo acima do normal. Em caso positivo, após esse procedimento é necessária uma avaliação para identificar o ponto da fuga de energia ou vazamento de corrente”, diz Pabllo.

O cliente deve estar ciente de que as instalações elétricas internas do imóvel não são de responsabilidade da Equatorial. Por isso, a distribuidora orienta chamar um profissional eletricista habilitado para fazer a vistoria e revisão nas instalações elétricas a cada 10 anos, no máximo.

Desde o ano passado, com o isolamento, as pessoas tiveram a necessidade de adaptar ambientes domésticos para trabalhos remotos e aulas on-line, com a instalação de novas tomadas, fiações elétricas, extensores, dentre outros. Se essas adaptações forem feitas de maneira incorreta, poderão causar elevados prejuízos financeiros, informa a concessionária. Instalações elétricas inadequadas, excesso de equipamentos plugados em uma mesma tomada e “gambiarras” com emendas malfeitas, além de falta de manutenção de fiação antiga, podem causar o desperdício de energia elétrica.

Por Vinícius Santos.

 

 

Quase um bilhão de toneladas de alimentos é desperdiçado a cada ano no mundo, quase 20% dos alimentos à disposição dos habitantes do globo, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (4) pela ONU.

"O problema é enorme. É custoso do ponto de vista ambiental, social e econômico", declarou à AFP Richard Swannel, diretor de desenvolvimento da ONG britânica Wrap, co-autor do relatório sobre o índice de desperdício de alimentos, publicado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

De acordo com seus autores, "o relatório apresenta a coleta, análise e modelagem mais abrangente de dados de resíduos alimentares até hoje". Os dados (para o ano de 2019) foram coletados de 54 países, desenvolvidos e de baixa renda, sobre varejo, restaurantes e residências.

Resultado das compilações, então modeladas em escala global: 931 milhões de toneladas de alimentos jogados fora por ano (o relatório leva em conta as partes comestíveis e não - ossos, cascas).

E ao contrário da crença popular, esses dados mostram que o fenômeno atinge todos os países, independente de seus níveis de renda, ainda que, segundo a ONU, cerca de 700 milhões de pessoas no mundo passem fome e que três bilhões não tenham acesso a alimentos saudáveis, para uma população mundial estimada em 7,8 bilhões.

"Até o momento presente, o desperdício de alimentos tem sido visto como um problema para os países ricos", comentou à AFP a co-autora do PNUMA Clementine O'Connor. "Mas nosso relatório mostra que em todos os países que o mediram, o lixo doméstico é um problema"

Para 121 kg de alimentos desperdiçados a cada ano por habitante da Terra, 74 kg - bem mais da metade - são desperdiçados no nível doméstico.

- Consertar o sistema -

Em termos de percentual do total disponível aos consumidores, 11% são jogados fora em domicílio, 5% nos restaurantes e 2% no varejo.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), por sua vez, elabora um relatório sobre as “perdas” alimentares, medidas ao nível da produção e distribuição agrícola.

De acordo com esses números, cerca de 14% dos alimentos produzidos no mundo são perdidos antes mesmo de chegar ao mercado, totalizando cerca de 400 bilhões de dólares por ano, aproximadamente o PIB da Áustria.

"Se o desperdício e a perda de alimentos fossem um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa do mundo", observa Richard Swannel.

"Temos que consertar o sistema alimentar se quisermos enfrentar a mudança climática, e uma das prioridades é lidar com o lixo".

Os autores do estudo desta quinta destacam que os alimentos não devem, sobretudo, acabar em aterros, onde não são valorizados e onde seu processo de decomposição emite metano, um poderoso gás de efeito estufa.

Um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU prevê a redução pela metade do desperdício de alimentos dos consumidores e no varejo até 2030.

As Nações Unidas também devem organizar no outono a primeira "cúpula sobre sistemas alimentares", voltada para modos de produção e consumo mais "saudáveis, sustentáveis e equitativos".

O Brasil ocupa a 10ª posição no ranking que acompanha os países que mais desperdiçam comida em todo o mundo. A posição mais do que negativa contrasta com os aproximadamente 14,7 milhões de brasileiros (7% da população) que passaram fome em 2020, segundo o Banco Mundial. Ainda segundo a última atualização global da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e da Agricultura (FAO), de 2013, são 26,3 milhões de toneladas de alimentos desperdiçados por ano.

Um outro número surpreendente surge: os milhões de alimentos jogados fora representam 10% de todo o alimento disponível no país. Segundo a EMPRAPA (2018), cada família média brasileira desperdiça cerca de 130 Kg de comida por ano, o que equivale a 41,6 kg por pessoa.

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Essa situação tem seu agravamento especialmente após a crise econômica advinda da pandemia. Entre os alimentos que o brasileiro mais desperdiça estão o arroz, a carne vermelha, o feijão e o frango, curiosamente, os alimentos mais caros da cesta básica em quase todos os estados da federação. No Recife, capital onde os itens da alimentação básica foram os mais inflados de todas as capitais do Brasil, o preço do quilo do arroz variou até aproximadamente R$ 8 e o prato da carne de frango chegou a R$ 13 na região metropolitana.

“A solução para esse problema está na educação. E educação em vários sentidos. Precisamos aprender a comprar o necessário, a planejar as compras no supermercado. Saber reaproveitar os alimentos, ou até parte deles, como a casca, além de armazená-los adequadamente para que permaneçam saudáveis por mais tempo. Necessitamos urgentemente mudar os hábitos do nosso consumo alimentar.”, explica o engenheiro agrônomo Dr. Valter Casarin, coordenador científico da Nutrientes para a Vida.

A iniciativa é uma extensão da Nutrients For Life Foundation, uma organização global com sede em Washington DC, fundada em 2004. O especialista na NPV fala ainda sobre a importância de uma dieta balanceada, que garanta qualidade de vida e segurança alimentar aos brasileiros. Em destaque, Casarin fala sobre a presença do cálcio nos pratos da população.

Segundo o doutor, o nutriente é fundamental para o crescimento salubre das plantas e, principalmente, a preservação dos alimentos. A concentração adequada de cálcio promove melhor aspecto e maior tempo de preservação dos alimentos, retardando o apodrecimento.

“Isso acontece porque o cálcio garante a firmeza do alimento. Em caso de carência do nutriente, ele pode amolecer rapidamente, impossibilitando o consumo. No que diz respeito ao amadurecimento, o cálcio atua como um desacelerador do processo, assegurando a comida saudável por mais tempo”, afirma o coordenador.

Além da contribuição para o planeta e para o armazenamento de alimentos, o cálcio ainda tem benefícios importantes para o organismo humano.. O nutriente é responsável pela formação de ossos e dentes, regulagem da coagulação e importantes funções neuromusculares.

Porém, toda essa desenvoltura dos alimentos ricos em cálcio não vem do nada: é preciso todo um processo de reposição do nutriente no solo, a fim de devolver as quantidades exportadas pelos produtos agrícolas durante seu crescimento e manter a boa fertilidade do solo.

“Para a melhor produtividade e qualidade nutricional dos alimentos, recomenda-se aos agricultores que utilizem a aplicação no solo de fertilizantes fornecedores  de cálcio como, por exemplo, os superfosfatos, além do calcário e o gesso agrícola”, pontua o engenheiro agrônomo. Segundo ele, é uma prática muito comum para corrigir o pH ácido dos solos tropicais, comuns no Brasil, e com baixa disponibilidade de cálcio.

A aplicação, porém, deve ser bem averiguada e pensada para atender a demanda nutricional da planta, sem prejudicar o solo e os próprios alimentos. “É imprescindível fornecer a dose correta de nutrientes de acordo com os resultados da análise de solo e da tabela de adubação para a cultura explorada. É um processo realizado de maneira criteriosa e responsável”, destaca.

 

Um dos maiores problemas da humanidade nos dias de hoje é a questão do lixo. Na sociedade atual no qual o consumismo é desenfreado, descartamos toneladas de lixo diariamente em escala global. O planeta tem sofrido com o comportamento e o estilo de vida que as pessoas tem levado desde a Revolução Industrial que resultou na forma como vivemos nos dias de hoje. A poluição está em níveis que podem ser irreparáveis. Ao mesmo tempo, há pessoas e organizações que estão preocupadas com esse modelo de economia capitalista no qual o lucro está acima de qualquer valor ético e moral.

Uma das tendências de mudanças desse modelo é o movimento Zero Waste no qual o principal objetivo é a busca por uma vida sem desperdício, no qual os recursos naturais são utilizados com sabedoria, os produtos fabricados de forma sustentável e os resíduos descartados de forma consciente. Esse movimento leva em consideração 5 importante Rs. O primeiro R é repensar, ou seja, parar para refletir sobre as escolhas que se está fazendo e como elas estão afetando o planeta.O segundo R é recusar, no qual é preciso dizer não ao excesso de consumismo e também para as empresas que alimentam esse consumo, o terceiro R é reduzir. Para evitar desperdiçar é preciso pensar menos é mais, há várias maneiras de viver melhor com menos adotando práticas do minimalismo. O quarto R é reutilizar e o quinto R é reciclar. É importante utilizar ao máximo um produto antes de descartá-lo, e quando for jogar no lixo buscar por soluções biodegradáveis.

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Há vários negócios que já estão abraçando esse novo modo de viver a vida de forma mais sustentável e que trazem diversas soluções para a pessoas que também querem viver dessa maneira. Entre uma das principais mudanças que esses negócios trazem é a redução da utilização de embalagens. As sacolas plásticas são utilizadas apenas uma vez em alguns casos e acabam poluindo os oceanos, os quais já estão em níveis graves de poluição. Estima-se hoje que há mais toneladas de lixo nos mares do que peixes, um valor em torno de 150 milhões de toneladas.  Estudos recentes estão mostrando que além do plástico poluir os oceanos, há também diversas micropartículas de plásticos, a qual estão poluindo o ar e as regiões mais remotas na natureza. Alguns desses locais pode se tornar poluídos tal como grande cidades globais. Essa nova descoberta está alertando ainda mais a comunidade científica dos altos níveis de poluição que o mundo está vivendo. Outros afirma que a sociedade moderna está ingerindo uma média 50 mil partículas de microplásticos por ano. Ou seja, não é somente a vida marinha que está sofrendo, mas sim toda a vida no planeta Terra.

Realizar essas mudanças é um processo, fazendo modificações de hábitos no dia a dia, uma delas é por exemplo, não utilizar mais sacola plástica e tentar comprar produtos que venham menos embalados. As atitudes pessoais podem trazer resultados efetivos para o mundo. Cada indivíduo é responsável pela a sua parcela de poluição.

Pelo menos 220 tratamentos de um medicamento caro e essencial para pacientes com hepatite C, o sofosbuvir, perderam a validade antes de serem entregues. O prejuízo potencial é de mais de R$ 1,8 milhão para os cofres públicos.

O Ministério da Saúde não informou se tentará negociar com fabricante a substituição do produto. A possibilidade, porém, é remota, uma vez que o medicamento ficou meses guardado no armazém do governo federal. A compra havia sido feita em 2017.

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Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou em janeiro, os remédios foram distribuídos pelo Ministério da Saúde para vários Estados, pouco mais de um mês antes de o prazo de validade expirar - o que ocorreu em 28 de fevereiro. Somente o governo de São Paulo recebeu 2,2 mil. Diante do prazo apertado para a entrega nas cidades com pacientes cadastrados, o governo paulista chegou a cogitar a recusa do recebimento nos lotes. Mas, por causa da necessidade das pessoas que aguardavam na fila, montou uma distribuição de urgência.

Mesmo assim, cerca de 10% da remessa não foi usada, diante do pouco tempo disponível para a entrega. A exemplo de São Paulo, outros Estados, que inicialmente se mostraram resistentes no recebimento, também aceitaram montar uma operação de emergência.

O Ministério da Saúde não informou qual foi a perda total. Também não há definição sobre o que será feito com as drogas que agora não podem mais ser usadas pelos pacientes. A pasta informou que irá aguardar informações de todo o País para definir uma estratégia.

Pelas contas do ministério, cerca de 15 mil pessoas esperavam em 2018 o tratamento, que pode significar a cura da doença. Quando não tratada, a hepatite C pode levar à morte.

Desorganização

O prazo de validade tão curto para o sofosvubir foi atribuído a um descompasso na compra dos remédios usados no tratamento. O remédio havia sido adquirido há dois anos, dentro de uma compra maior e aguardava nos armazéns do Ministério da Saúde a chegada de outro medicamento, o daclastavir, usado na combinação para os pacientes. Por atrasos na licitação, no entanto, a compra somente foi feita em novembro passado, por meio de um pregão emergencial. Ao todo, foram comprados 15 mil tratamentos. Organizações ligadas a pacientes dizem que a compra foi num valor muito acima do praticado no mercado.

Pouco mais de um terço foi entregue para pacientes (5.337 tratamentos). Outros 5.666 chegaram ao ministério somente na semana passada e agora começarão a ser enviados para os Estados. A pasta não informou as causas da demora.

Os prazos do daclastavir também não são folgados. A primeira remessa tem de ser usada até maio. Diretor do Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite, Carlos Varaldo questiona os valores da última compra e pediu investigação no TCU. Pelo seu cálculo, o prejuízo do ministério foi de R$ 77 milhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acostumados a salários mais generosos que a média do País, reconhecimento e fama, jogadores de futebol enfrentam diversas ameaças à construção dos seus patrimônios para o futuro. Golpes, ostentação e desperdícios já marcaram a carreira de vários atletas.

Recentemente uma consultoria de investimentos analisou a contas de um deles e encontrou um grande desperdício. O atleta, cujo nome não foi revelado, tinha a família em outro Estado e entrou em acordo com uma pessoa próxima a fim de repassar todo mês cerca de R$ 30 mil, com a promessa de que o valor seria investido na construção de uma casa avaliada em R$ 1 milhão, a ser erguida em terreno de bairro nobre.

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Uma auditoria nos extratos bancários encontrou informações de que a mensalidade foi paga durante mais de dois anos. Apesar disso, o jogador não havia assinado contrato com o tal amigo para a prestação do serviço. Toda a operação foi executada na base da conversa, da confiança nos parceiros.

Como o jogador atuava em um clube longe da cidade natal, não chegou a acompanhar a obra. A consultoria contratada pelo atleta passou a desconfiar da situação e decidiu, então, enviar um funcionário até a cidade a fim de verificar o andamento da construção. Não deu outra. Na chegada ao possível empreendimento, não havia casa.

Durante os mais de dois anos de repasses mensais, o terreno tinha somente uma cerca de arame farpado e o início de uma fundação de casa, com vestígios de que a obra estava parada havia meses. O jogador não conseguiu recuperar o prejuízo.

OSTENTAÇÃO - Um jogador que atua no exterior recebeu uma orientação anos atrás para diminuir os gastos no Brasil. O atleta fazia questão de manter na sua cidade natal uma mansão de luxo com vários carros importados na garagem, mesmo sem usar todo esse conforto diariamente, pois vivia em outro continente e só frequentava o local durante um mês por ano, quando estava de férias.

O profissional responsável por avaliar as finanças sugeriu que o jogador abrisse mão de manter tais bens. Pelas contas, o atleta gastaria menos se alugasse uma casa e carros de luxo apenas para o período em que estivesse no Brasil de férias. A justificativa foi de que anualmente a estrutura mantida na cidade representava um gasto muito grande com impostos e manutenção do imóvel.

Apesar da sugestão, o jogador preferiu manter seu modo de vida. Ele entendeu que seria interessante continuar com a casa e com os carros por ser mais cômodo e por eles representarem o símbolo da carreira vitoriosa.

Em outro caso parecido, um jogador que ganhava cerca de R$ 200 mil por mês gastava todo o salário no pagamento das parcelas de três imóveis financiados. Após ser convencido por um amigo a realizar os investimentos, ele decidir procurar ajuda financeira de gestão, pois todos os meses usava o limite do cheque especial e tinha de pagar mais por isso.

O caso mais famoso de atleta que perdeu tudo depois de se aposentar é o do ex-atacante Müller. Ídolo do São Paulo e tetracampeão mundial com a seleção brasileira na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, ele admitiu a situação em 2011, em entrevista ao jornal Marca, em que comentou sobre o arrependimento de não ter se organizado com as finanças quando jogava.

Na época da entrevista, Müller contou que estava sem plano de saúde, carro ou casa para morar. "Errei muito na vida. Tive bons momentos financeiros, mas errei. Fiz muita bobagem. Gastei tudo com besteira, com mulheres e grandes carros", disse na ocasião. O ex-jogador contou que já comprou mais de 20 veículos. "Gastei com vaidades pessoais. Gastei dinheiro com amigos de ocasião. Por eu ser uma pessoa generosa, muita gente se aproveitou mesmo de mim", completou.

Em 2011, Müller estava morando de favor na casa do jogador Pavão, antigo colega de São Paulo. Depois do fim da carreira, o ex-atacante trabalhou como treinador, foi pastor de igreja, ficou três anos desempregado e só se recuperou ao retomar a carreira de comentarista esportivo em emissoras de televisão. Outra fonte de renda que tinha era participar como convidado em amistosos e jogos na categoria master.

As famílias brasileiras desperdiçam em média cerca de 130 kg de comida cada uma, todos os anos, segundo pesquisa realizada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) a pedido da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Pelo levantamento, é como se cada brasileiro desperdiçasse 41,6 kg de alimentos a cada ano. Os alimentos que mais vão para o lixo são: arroz (22%), carne bovina (20%), feijão (16%) e frango (15%).

O estudo ouviu 1.764 pessoas de todas as classes sociais e regiões do país, e indica que quem tem maior consciência sobre o impacto do desperdício no orçamento tende a descartar menos comida. 

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"O Brasil é um país muito desigual e a comida sinaliza riqueza. Famílias que enfrentaram pobreza no passado, por exemplo, tendem a gostar de preparar uma mesa farta, como forma de mostrar que vivem tempos melhores", afirma Gustavo Porpino, analista da Embrapa e líder da pesquisa.

Ainda de acordo com o estudo, a classe social influencia mas não determina o desperdício. "As famílias que desperdiçam pouco não são necessariamente as mais pobres, mas as que adotam hábitos de consumo mais sustentáveis", explica Porpino.

Os brasileiros não estão alheios aos prejuízos do desperdício, sendo que a maioria dos entrevistados (94%) tem consciência de que devem evitar jogar comida fora. 

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, disse nesta quarta-feira (26) no Twitter que assim que assumir o governo, em 1º de janeiro de 2019, vai trabalhar para um controle rígido de concessões de recursos. Para Bolsonaro, o uso do dinheiro público deve ser repensado e direcionado a setores prioritários no país.

 “Há claro desperdício rotineiro de recursos, que podem ser aplicados em áreas essenciais”, afirmou Bolsonaro. “Num só dia, o gerente de Responsabilidade Sociocultural de Furnas [Furnas Centrais elétricas S.A, subsidiária da Eletrobras] autorizou, via Lei Rouanet, R$ 7,3 milhões para 21 entidades”, acrescentou. O presidente eleito é um crítico ao atual modelo de distribuição de recursos via Lei Rouanet, norma que trata da disponibilização de repasses federais para projetos artísticos-culturais.

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“O que acabará são os milhões do dinheiro público financiando 'famosos' sob falso argumento de incentivo cultural, mas que só compram apoio! Isso terá fim!", completou. Na gestão Bolsonaro, a pasta da Cultura foi incorporada pelo Ministério da Educação, cujo titular será Ricardo Vélez Rodríguez.

Desde o período da campanha, Bolsonaro têm se manifestado sobre a Lei Rouanet. Em setembro, antes mesmo de ser eleito, reforçou que os benefícios continuariam sendo concedidos. “Mas para artistas talentosos, que estão iniciando suas carreiras e não possuem estrutura”, disse no Twitter à época o até então candidato.

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) encerrou neste sábado (10), em Brasília, a Semana Nacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdícios de Alimentos 2018.

A programação do último dia contou com uma estrutura montada na Central de Abastecimento (Ceasa) da capital federal, e incluiu oferta gratuita de oficinas de combate ao desperdício, com dicas sobre como tirar o melhor aproveitamento de alimentos, evitando o descarte daquilo que ainda pode ser consumido. Ao longo dos últimos dias, exposições e outras oficinas, como a de hortas urbanas, também movimentaram o local.

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Na casa das famílias brasileiras, arroz, carne vermelha, feijão e frango são os alimentos mais jogados fora, segundo a Secretária de Articulação Institucional e Cidadania do MMA, Rejane Pieratti. Ela explica que planejamento é fundamental para se evitar o desperdício.

"Começo planejando o que eu preciso comprar. A maioria das pessoas vai ao supermercado e compra coisa que não vai usar e vai perder dentro da geladeira", afirmou, em entrevista à Rádio Nacional de Brasília. Os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU)sobre o desperdício no país datam de 2013. Naquele ano, o Brasil desperdiçou mais de 26 milhões de toneladas de alimentos. Estima-se que, em todo o mundo, o volume anual de alimentos jogados fora seja de 1,3 bilhão de tonelada.

Além das oficinas, um dos destaques de hoje na Ceasa-DF foi a participação dos chefs de cozinha Fernando Souza e Fábio Marques, do projeto Desafio da Xêpa – Do Lixo ao Luxo.

A dupla, que forma o Double Chefs, preparou pratos com alimentos que seriam descartados na própria Ceasa. Segundo eles, o projeto nasceu das visita que ambos faziam à Ceasa para comprar alimentos.

“Sempre que vamos ao local, vemos que muitos alimentos acabam indo para o lixo. Surgiu, então, a ideia da iniciativa para promover a conscientização que todos nós precisamos ter. Não é possível jogar tanto alimento fora, pois, muitas pessoas passam fome. Resolvemos unir a nossa profissão e o combate ao desperdício”, explica Fábio.

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) também participou do evento com a elaboração de dois pratos à base de abóbora. Orientações sobre planejamento de compras, reaproveitamento de toda a sacola da feira e de todas as partes do alimento, conservação e durabilidade, entre outras informações, estão disponíveis no hotsite da Semana Nacional de Conscientização sobre Perdas e Desperdícios de Alimentos 2018, informou o MMA.

Coleta de alimentos

Este sábado também marca o Dia Nacional da Coleta de Alimentos, ação organizada por instituições e pessoas voluntárias e que ocorre em 14 estados e 56 cidades do país.

O evento está na 13ª edição e já arrecadou mais de 1,3 mil tonelada de alimentos, envolvendo o trabalho de 58 mil pessoas.

Na edição deste ano, voluntários se concentram ao longo dia na entrada de centenas de supermercados parceiros, convidando os clientes a doarem alimentos não perecíveis.

No fim do dia, os itens são recolhidos, com apoio do programa Mesa Brasil do Sesc, uma rede nacional de bancos de alimentos que atua contra a fome e o desperdício de alimentos.   

No Distrito Federal, voluntários atuam em 10 supermercados. Tudo o que for recolhido será destinado a mais de 200 instituições de caridade da cidade.

"No ano passado, a gente recebeu quase 7 toneladas de doações, em Brasília. No Brasil inteiro, foram 184 toneladas", disse a servidora pública Marília de Faria Ferreira, uma das voluntárias que atuam no projeto.

*Com informações de Ana Luísa Praser - Repórter da Rádio Nacional de Brasília

 

As famílias do Brasil jogam fora em média 128,8 kg de comida por ano, de acordo com estudo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), realizado com base da Fundação Getúlio Vargas e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Os alimentos mais desperdiçados são arroz (22%), feijão (16%) e frango (15%). O estudo entrevistou 1,7 mil famílias e 59% delas disseram que não se importam com comida sobrando no prato, e 52% afirmaram que é necessário “ter fartura”.

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 No mundo, são jogados fora aproximadamente 1,3 bilhão de toneladas de comida por ano, de acordo com informações da FAO.

 

Seis em cada dez brasileiros, o equivalente a 61% da população, descartam, semanalmente, até dois alimentos em perfeito estado, indica a pesquisa sobre desperdício de alimentos realizada pela empresa Unilever em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU).

A pesquisa entrevistou 4 mil pessoas (2 mil norte-americanos, mil brasileiros e mil argentinos), entre 18 e 64 anos, no período de agosto a setembro de 2017. O levantamento apontou que 49% dos entrevistados assumem desperdiçar alimentos diariamente.

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O hábito de não ver ou ignorar produtos alimentícios, chamado pelos pesquisadores como “cegueira da geladeira”, é visto como o principal motivo do desperdício. 78% dos entrevistados afirmam que olham para a geladeira, mas não sabem o que cozinhar ou comer.

Outro problema apontado pelo levantamento é a compra de alimentos além do necessário, somando 54% das respostas dos entrevistados. 37% participantes adquirem opções extras de comida para satisfazer o gosto de diferentes membros da família e 31% compram produtos diferentes dos habituais para experimentar.

Os alimentos mais desperdiçados são os perecíveis, como saladas (74%), vegetais e frutas (73%). No momento de decidir se joga ou não fora, 85% dos brasileiros avaliam o cheiro e a aparência e 83% o prazo de validade.

Por ano, de acordo com a ONU, são desperdiçados 1,3 bilhão de toneladas de alimentos no mundo. No Brasil, são descartadas aproximadamente 41 mil toneladas todos os dias, o suficiente para alimentar 25 milhões de pessoas por dia.

Após dez dias de mobilizações nacionais dos caminhoneiros, em praticamente todos os estados do país, a paralisação chegou ao fim na quinta-feira (31) com algumas conquistas garantidas pela categoria. Apesar do protesto ser considerado legítimo e apoiado por boa parte da população brasileira, algumas atitudes dos motoristas de caminhão, como o desperdício de alimentos, incomodaram bastante a sociedade e causaram um prejuízo financeiro alto ao estado.

Os caminhões ficaram parados por dias. Muitos deles, cheios de tomates, batatas, laranjas, chuchus, tubérculos, ovos, leite, entre outros. Em Passos, Minas Gerais, caminhoneiros jogaram 500 mil litros de leite em parte da pista e acostamento da rodovia MG-050. No Distrito Federal foram descartados pelo menos meio milhão de ovos produzidos por produtores. O desperdício corresponde a 71% do que é produzido na região.

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Em Pernambuco, a reportagem do LeiaJa.com teve acesso aos dados repassados pela Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária do Estado.

Na fruticultura, os resultados são drásticos. O desperdício de produtos foi enorme. De acordo com os dados da secretaria, são 300 mil toneladas de frutas estragadas, sendo 40 mil toneladas de uva, 60 mil toneladas de manga e 200 mil toneladas de outras frutas. Em números, ao todo, o estado calculou R$ 570 milhões de prejuízos no período da greve. Ainda de acordo com o órgão, o risco de  problema sanitário causado pelo apodrecimento das frutas e aumento de pragas era elevado.

Desde a última quinta-feira (24), 600 mil litros de leite deixaram de ser coletados pelas indústrias. Os produtores enfrentaram dificuldades na distribuição de queijos porque os carros ficaram presos nos bloqueios em Carpina, Caruaru e em outros municípios. Também faltou ração específica para as vacas leiteiras. As cenas de leite sendo jogados fora também eram constantes e com isso a perda foi de R$ 4 milhões para as indústrias.

Atualmente Pernambuco é o 4º maior produtor de ovos do Brasil (são produzidos 10 milhões por dia) e o 8º produtor de frango (14 milhões por mês). Mensalmente, são utilizados 120 mil toneladas de ração, equivalente a 3 mil carretas. Com o desabastecimento, decorrente da greve,  o estado registrou baixa produção de ovos, morte de aves e falta de ração, que gerou canibalismo e problemas sanitários. Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), divulgou um levantamento de aves mortas no Brasil por problema de abastecimento com ração nas granjas. Segundo a entidade, 70 milhões de animais morreram

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados (Abras), os estados sofreram com o desabastecimento de alimentos, como frutas e verduras. Nos abatedouros regionais, em Escada, Paudalho, Ribeirão e Itambé, municípios da Zona da Mata Norte de Pernambuco, o produtor teve dificuldade em levar o boi. A queda foi de 20% no recebimento de carga para o abate.

Dados do do Programa Mundial de Alimentos no Brasil revelam que o país já desperdiça normalmente 1/3 de todos os alimentos produzidos para consumo humano. O dado é similar ao desperdício global de alimentos, que também é de 1/3 da produção. O prejuízo anual global com o desperdício de alimentos é de US$ 750 bilhões.  A comida desperdiçada no mundo seria suficiente para alimentar todas as 815 milhões de pessoas que ainda passam fome no planeta.

Um levantamento feito pelo Centro de Excelência contra Fome, parceria entre o Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas e o Governo do Brasil, revelou que para as pessoas terem a dimensão do quanto foi desperdiçado é possível realizar comparações dessa quantidade. O órgão calcula que é possível alimentar uma criança na escola com uma refeição por apenas R$ 1,80. Na Fruticultura, o prejuízo foi de R$ 570 milhões. O que seria suficiente para servir 316 milhões de refeições.

De acordo com o diretor do Centro de Excelência contra a Fome e representante do Programa Mundial de Alimentos no Brasil, Daniel Balaban, o desperdício de alimentos não é a causa da fome, apesar de contribuir para ela. “A fome tem causas complexas, como a dificuldade de acesso e a desigualdade, mas o desperdício de alimentos é um indício de um sistema alimentar desbalanceado, nos níveis local, regional, e global. No entanto, nesse contexto, o desperdício de alimentos é um problema moral, ético, financeiro e ambiental”.

Ainda segundo com Daniel Balaban, sobre as perdas em decorrência da paralisação dos caminhoneiros é difícil calcular com precisão quantas pessoas seria possível alimentar com a comida que foi desperdiçada. “No entanto, podemos afirmar que num contexto de aumento do número de pessoas com fome no mundo, desperdiçar alimentos é um absurdo. As perdas de alimentos devem ser evitadas a todo custo, porque toda comida jogada fora poderia ser usada para garantir a segurança alimentar e nutricional de uma pessoa com fome”.

Por meio de nota, a Secretaria de Agricultura e Reforma Agrária (SARA) informou que está em permanente contato com representantes de diversas áreas da agropecuária no sentido de avaliar os principais problemas do setor, ocasionados pela paralisação dos caminhoneiros e do desabastecimento. A SARA está encaminhando todas as demandas ao gabinete de crise do governo, que se colocou a disposição para acompanhar o transporte de insumos e a normalização das atividades do setor.

No final da manhã desta quarta (20), técnicos de enfermagem de hospitais públicos de Pernambuco fizeram uma manifestação no Centro do Recife. A categoria reclama de defasagem salarial, falta de material de trabalho e erros primários na gestão das unidades de saúde, o que segundo os manifestantes, estaria causando desperdício de insumos essenciais para o atendimento aos pacientes.

Segundo Monte Zuma Pinto (foto à direita), funcionário do Hospital da Restauração, os profissionais da área estão recebendo salários inferiores à cargos de nível fundamental. "Nós temos um governo que não liga para a saúde. O salário de um técnico de enfermagem com 28 anos de serviço está R$ 1.054. É um absurdo", disse.

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Ele ainda falou sobre a falta de alguns materiais e desperdício de outros, causado por má administração. "Falta gaze, falta luva, falta fralda, todo dia falta alguma coisa. Eles dizem que compram, mas nunca chega e quando chega já está faltando outra coisa. Os técnicos estão tendo que jogar soro fora porque o governo se recusou a comprar os frascos de 10ml e 100ml. Dizem que é mais barato comprar o de 500ml, mas quando o médico receita 200ml, por exemplo, temos que jogar outros 300ml fora", relatou.

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Na visão de Monte Zuma, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) não tem a mesma importância dos hospitais, mas estão recebendo mais verba. "As UPAS são lavagem de dinheiro. Eles fecham após atender 90 pacientes, enquanto a gente só fecha depois do último paciente. Mesmo assim, o Hospital da Restauração recebe R$ 9 milhões por mês enquanto a UPA de Olinda recebe R$ 32 milhões, por exemplo. Mesmo eles não tendo a alta complexidade que o HR tem", afirmou.

Apesar de barulhento, o protesto não reuniu uma grande quantidade de pessoas no Centro. Para os manifestantes, a baixa adesão não tem importância. "Tá pequeno. Mas em 1993 começou com 4 pessoas na porta do HR e terminou com 64 dias de paralisação de toda a categoria", lembrou Monte Zuma Pinto.

Contactada pelo LeiaJá, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) rebateu as afirmações do técnico de enfermagem ouvido pela reportagem durante a manifestação. Segundo a SES, a informação sobre o custeio das unidades é "totalmente infundada".

"Importante destacar que quando os dados das unidades de administração direta são divulgados não são incluídos a principal despesa hospitalar: os gastos com a folha de pagamento, que representam cerca de 50% a 60% dos custos totais de uma unidade de saúde. Além disso, também não constam os valores gastos com alguns tipos de insumos, como energia elétrica, telefone, material de informática, alimentação, limpeza e segurança, que ficam sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde (SES)", diz ainda a nota.

Por fim, a SES afirma que nesta gestão houve a "maior convocação da história da saúde de Pernambuco", com 5,4 mil profissionais concursados, sendo mais 3 mil de técnicos de enfermagem contratados. 

Enquanto isso, no Recife - Os médicos da rede municipal realizam uma paralisação de advertência de 72 horas em todos os serviços eletivos, ambulatórios e postos vinculados ao Estratégia de Saúde da Família (ESF), nesta quarta (20), quinta (21) e sexta (22). O atendimento nas emergências, urgências e maternidade do município será mantido normalmente.

“A medida visa sensibilizar a gestão municipal para a necessidade de um olhar cuidadoso e urgente para a resolução e melhorias de dificuldades recorrentes como a falta de segurança em toda a rede, déficit de profissionais, precariedade das estruturas físicas, além da recomposição de perdas salariais da categoria”, destacou o diretor do Sindicato dos Médicos (Simepe), Valber Steffano.

Além do reajuste salarial de 6%, a classe pede mais segurança nas unidades de saúde, valorização da preceptoria (profissional que orienta e supervisiona um médico em formação) e melhores condições de trabalho. Uma nova assembleia está marcada para o dia 26 de setembro, às 14h, na Associação Médica (AMPE), bairro da Boa Vista, no Recife.

Enquanto não é aprovada uma política nacional de combate ao desperdício de alimentos e de aproveitamento das sobras do processo de produção, alguns estados buscam regulamentar a questão. No Distrito Federal, por exemplo, foi sancionada no ano passado lei distrital que obriga os supermercados de Brasília a doar alimentos que estejam prestes a perder a validade. O descumprimento da medida pode resultar em multa de R$ 10 mil ao estabelecimento.

Alguns projetos do Congresso Nacional também previam a possibilidade de punição para o produtor ou distribuidor de alimentos que não adotasse medidas de combate ao desperdício. Tais propostas, no entanto, não avançaram ou foram modificadas sob pressão de parlamentares representantes do setor produtivo e agrícola.

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Para os especialistas, o problema do desperdício não será resolvido com aumento da produção de alimentos, nem com políticas punitivas. Eles defendem mais campanhas educativas e debate sobre mudanças culturais e de comportamento.

“Hoje, o desafio maior do que aumentar produção de alimentos é criar mecanismos para evitar o desperdício, que é muito genérico, tem várias faces. Tem, por exemplo, comida em excesso. Outro ponto, muito comum no Brasil, é o desperdício de alimentos que estragam por estar mal-acondicionados, ou mal-armazenados, ou por se perder no transporte, ou na hora de serem processados. É o que eu chamo de cultura do desperdício, é um conjunto de situações em que se exigiriam até mudanças de hábitos alimentares”, afirma o professor Sérgio Sauer, da Universidade de Brasília (UnB).

Para o pesquisador da Embrapa Alimentos Murillo Freire, a punição não é a melhor forma de combater o problema. Freire diz também que as propostas em tramitação no Congresso precisam ser revistas em alguns pontos técnicos, como as que não inlcuem critérios para garantir a segurança química e biológica do produto doado. Ele questiona ainda as iniciativas que pretendem garantir benefícios fiscais para empresas que possam criar máquinas processadoras de alimentos, ou propostas que tratam da isenção de até 5% parte da alíquota do Imposto de Renda sobre o lucro das empresas como uma forma de incentivo à doação.

“Algumas empresas e supermercados posicionaram-se dizendo que isso não resolve. Se o supermercado doar o alimento, está tendo prejuízo, porque aquilo não entra no lucro líquido, não é descontado no imposto. Existem detalhes que os deputados não estão vendo. Os projetos de lei ainda são falhos e não abordam aspectos importantes. Com isso, a coisa não anda, vai e volta. Continuamos jogando comida fora. Hoje em dia já tem doação de alimentos e não tem lei, é tudo à margem da lei”, critica Freire.

De acordo com os pesquisadores, também faltam sugestões mais concretas para reaproveitamento de alimentos que não são comercializados por estarem fora dos padrões estéticos, como vegetais defeituosos, mas que ainda têm condições nutricionais seguras para consumo. A consultoria legislativa do Senado já elabora uma proposta específica para este ponto a pedido de um senador.

Todo esse conjunto de projetos legislativos está sendo analisado pela Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional (Caisan), composta por representantes do governo federal e do Congresso e por especialistas da área de produção de alimentos. São atribuições da Caisan elaborar e indicar diretrizes para executar a Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, que tem como uma de suas metas “estabelecer marco legal para a redução das perdas e desperdício de alimentos abrangendo os bancos de alimentos”.

Na próxima reunião da Caisan, marcada para o dia 24 deste mês, o levantamento das propostas legislativas deve ser consolidado em um relatório que apontará o papel de cada ator na construção da política nacional de combate ao desperdício.

“É um processo que tem de ser constante de educação, capacitação, conscientização das pessoas a respeito da importância do combate ao desperdício. Ainda assim, para evitar o desperdício em algumas situações, é preciso acionar os últimos elos do processo, que são aqueles que levam a doação de alimentos para populações mais carentes. Então, é um grande gargalo jurídico esse da doação de alimentos”, diz consultor legislativo do Senado Marcus Peixoto.

Bancos de Alimentos

Uma das principais estratégias é o fortalecimento da atuação dos bancos de alimentos como intermediadores entre os doadores e receptores dos produtos que sobram. Levantamento da Rede Brasileira de Bancos de Alimentos mostra que o país tinha 218 bancos de alimentos em funcionamento até o ano passado. As unidades arrecadaram no último ano quase 60 mil toneladas de alimentos, das quais 59.610 foram distribuídas para mais de 17 mil entidades sociais. O processo beneficiou em torno de 6 milhões pessoas em situação de insegurança alimentar.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o governo disponibilizou R$ 5 milhões para apoiar os municípios que pretendem modernizar seus bancos de alimentos. A seleção das cidades aptas está sendo feita por edital público, do qual estão participando bancos em funcionamento há mais de dois anos, em municípios com mais de 150 mil habitantes.

Os recursos poderão ser usados para ampliação das unidades, compra de veículos de transporte dos alimentos, aquisição de geladeiras, computadores e material de escritório. O dinheiro, no entanto, não poderá ser destinado ao pagamento de funcionários e de contas de luz e aluguel.

A meta da rede é contar com a adesão dos 218 bancos em funcionamento para promover a qualificação da gestão dessas unidades. O Ministério do Desenvolvimento Social também deve começar ainda neste semestre a desenvolver manuais educativos para orientar as equipes técnicas.

Murillo Freire alerta, no entanto, que o incentivo ao aperfeiçoamento dos bancos de alimentos não deve ofuscar iniciativas que combatam o desperdício desde o início do processo. “Quando se fomenta banco de alimentos, que vive de doação, é porque a cadeia produtiva atrás não está bem. Algum problema tem. Então, não é também uma saída ficar incentivando o banco de alimentos. É melhor construir toda a infraestrutura da cadeia desde a época do plantio, conscientizar o consumidor na sua casa a planejar a compra para não jogar fora, arrumar a geladeira, além de campanhas de comunicação. É consertar a causa, e não a consequência, pondera Freire.

Direito à alimentação

Os especialistas ressaltam que o último marco na política de segurança alimentar foi a promulgação pelo Congresso Nacional da emenda à Constituição que introduziu a alimentação entre os direitos fundamentais, em 2010. O marco anterior, de 2006, foi a criação do Sistema Integrado de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), que envolve ministérios da área social e programas do governo.

“Do ponto de vista formal, institucional, [a PEC e o Sisan] foram avanços importantes, pelo menos no sentido de reconhecer que, no Brasil, o direito à alimentação é um direito humano, antes não tinha nem isso”, destaca o professor Sauer, que foi relator do direito humano à terra e alimentação da DhESCA Brasil – Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais.

Depois da promulgação, o Brasil intensificou as políticas de combate à pobreza, o que resultou na saída do país do Mapa da Fome, em 2014. Ainda em 2002, o Brasil já tinha atingido a meta de reduzir a fome, conforme os Objetivos do Milênio, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000. Para o país, o desafio agora é erradicar a fome até 2030, uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, também estabelecidos pela ONU.

No entanto, o direito à alimentação previsto na Constituição é mais amplo do que simplesmente comer. O direito só é efetivo se a pessoa estiver livre da fome e da desnutrição e tiver acesso a uma alimentação adequada e saudável. No Brasil, cerca de 8 milhões de pessoas ainda passam fome, diz a ONU. E, com a crise econômica atual, os especialistas temem que o problema se agrave e possa levar o país de volta ao Mapa da Fome.

“É importante aquele mapa, mas o fato de o Brasil ter saído dele significa que não temos mais problemas? Não, nós saímos do Mapa da Fome mas ainda tinha muito a ser feito. Por exemplo, o auxílio do Bolsa Família deu um alento, mas não solucionou o problema. Agora, com o limite para os gastos públicos e essa combinação entre recessão e desemprego, que gera pobreza e gera fome, infelizmente, há um risco bastante real de o Brasil, se não voltar para o Mapa da Fome, ter uma quantidade maior de famílias em vulnerabilidade social e alimentar”, afirma Sauer.

A redução pela metade do índice de desperdício de alimentos per capita mundial e as perdas ao longo do processo produtivo até a chegada do alimento ao consumidor também está entre as metas da ONU para 2030. Segundo a FAO, órgão das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, o mundo perde ou desperdiça entre um quarto e um terço dos alimentos produzidos anualmente. O volume equivale a cerca de 1,3 bilhões toneladas de alimentos, o que inclui 30% dos cereais, entre 40% e 50% das raízes, frutas, hortaliças e sementes oleaginosas, 20% da carne e produtos lácteos e 35% dos peixes.

A FAO estima que o total desperdiçado seria suficiente para alimentar 2 milhões de pessoas. O Brasil não tem estimativa real sobre desperdício de alimentos, o que pode dificultar ainda o cumprimento da meta da ONU de redução das perdas ao longo do processo produtivo. Murillo Freire lembra que é preciso conhecer os  números de hoje para reduzir metade daqui a 10, 20 anos.

"Não existe uma meta quando não se tem os dados iniciais. Ainda não temos uma metodologia padrão para avaliar perdas e desperdícios. Qualquer perda e desperdício que se tenha, deve-se considerar várias coisas para incluir nesse resultado. Em que ano se fez essa pesquisa de produção? Que produto foi? É cultivado, melhorado? É resistência à praga e doença? Em qual ano se plantou? Foi na chuva ou na seca, no verão ou no inverno? Qual o nível tecnológico usado, adubação, fertilização? Tem treinamento de mão de obra? Não tem? Tudo isso ocasiona perdas adiante ou produto de má qualidade”, questiona o pesquisador.

A prefeitura de uma pequena cidade de montanha na região italiana do Vêneto decidiu aprovar uma medida que proíbe que piscinas sejam construídas em casas e terrenos privados e particulares do município. O projeto, um tanto quanto inusitado, foi aprovado em Asolo, cidade histórica dona de uma população de apenas 9 mil pessoas, e tem como principais motivos o suposto desperdício de água que as piscinas provocam e o estrago da paisagem do município também causado pela sua construção.

De acordo com o prefeito das cidade, Mauro Migliorini, "as construções são um desperdício de água e pioram a paisagem" local. "Não esqueçamos que este é um lugar está sobre a proteção da União Europeia e que por isso não pode ser mudado.

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Além disso, "aqui em Asolo nunca tivemos problemas de seca, mas notamos nos últimos anos uma queda do volume do nosso aqueduto e das fontes de distribuição da cidade", explicou o prefeito. O novo regulamento, que deverá entrar em vigor após o verão europeu, prevê que as únicas exceções serão concedidas a donos de hotéis e de outras estruturas turísticas e, nestes casos, as piscinas construídas deverão ser preenchidas apenas com água de chuvas, ter o fundo escuro e ser parcialmente cobertas árvores nativas. 

Uma empresa de energia elétrica da Itália promoveu uma ação em Brera, bairro da cidade de Milão, para chamar atenção para a questão do desperdício. A E. ON Itália instalou aparelhos de ar-condicionado em andares desocupados de um prédio, no centro da cidade, e deixou ligado por vários dias, durante o mês de dezembro.

A fachada do prédio ficou congelada e ganhou o apelido de “Palácio Congelado”, dos moradores. A campanha ganhou o título de “We Hate Waste” (odiamos desperdício) e contou com a participação de atores, que simularam um resgate, junto com o corpo de bombeiros local, no horário de maior movimento do local.

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O assunto foi um dos mais comentados nas redes sociais na região e a ação foi revelada dias antes do Natal. A empresa colocou atores, que se passaram por manifestantes, segurando cartazes com os slogans da campanha, enquanto os bombeiros utilizaram guindastes para as simulações.

Além da campanha na rua, peças publicitárias e um aplicativo foram disponibilizados para conscientizar a população sobre o impacto que o desperdício pode causar na sociedade e na natureza.

A menos de um mês do início da Olimpíada do Rio, o Brasil não tem um plano de legado efetivo para aproveitar as instalações esportivas após os Jogos, afirma o Tribunal de Contas da União (TCU). Apesar de vir alertando o Ministério do Esporte desde 2013 para o risco de desperdício de recursos públicos, a utilização, gestão e as fontes de recursos para custear cada estrutura ainda estão indefinidas.

Para o ministro e relator do processo sobre o caso no tribunal, Augusto Nardes, há um grande risco de se repetir o que aconteceu em Atenas, na Grécia, em 2004, ou até mesmo na Copa do Mundo de 2014 com a "criação" de elefantes brancos. "Foi entregue uma coisa muito pobre. Demonstra que não houve planejamento adequado e as avaliações de riscos das decisões tomadas lá atrás foram desconsideradas. E olha que, ao todo, o evento vai custar uns R$ 40 bilhões. Não foi por falta de aviso, foi por falta de integração". Um novo plano de legado detalhado e realístico deve ser entregue ao tribunal até o começo dos Jogos, no dia 5 de agosto.

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Até o momento, o plano apresentado pelo ministério consiste na criação do Instituto Brasileiro do Esporte (Ibesp), no molde de uma organização social. Ele cuidaria das estruturas do Centro Olímpico de Treinamento, na Barra da Tijuca (zona oeste do Rio), e do Complexo Esportivo de Deodoro (zona norte). Antes do instituto, surgiram algumas ideias, como a "Universidade do Esporte", com base em estudos encomendados para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), mas elas ficaram pelo caminho devido aos altos custos, entre outras questões.

O TCU considera que o Ibesp está só no rascunho e não pode nem ser considerado uma proposta oficial, já que o Esporte não sabe quem dos setores público e privado deve participar da discussão para que ele seja formalizado. Segundo o tribunal, não há documentos concretos e homologados nem estudos técnicos e econômicos.

Por exemplo, o ministério citou que o Centro Olímpico de Tênis no Parque Olímpico da Barra vai ser usado regularmente, porém nunca conversou a fundo com a Confederação Brasileira de Tênis (CBT). Após os Jogos, a estrutura contará com 125 salas, uma arena de 10 mil lugares e outra de 3 mil, mais seis quadras menores. A CBT diz que entregou, no final do ano passado, uma proposta de gestão para os governos estadual e municipal do Rio e o ex-ministro interino do Esporte e ex-secretário Nacional de Esporte de Alto Rendimento, Ricardo Leyser, mas nunca recebeu resposta. O projeto prevê um período de concessão à CBT, que se dispõe a encontrar recursos para manter o centro, pois vários tenistas profissionais brasileiros já treinam na capital fluminense.

Procurado pelo jornal O Estado de S.Paulo, Leyser não se manifestou. O ex-ministro do Esporte George Hilton disse, em nota, que a conclusão de sua parte do plano de legado foi inviabilizada com a exoneração do cargo, que também "o impede de se manifestar sobre o status do documento". Ele ainda deseja "que o clima de festividade se sobreponha a qualquer entrave político". Ambos são considerados pelo tribunal os principais responsáveis pela ausência de um projeto efetivo. As defesas deles serão ouvidas novamente, mas não devem escapar de multas, segundo Nardes.

O atual ministro do Esporte, Leonardo Picciani, disse que "de fato, muito pouco foi feito". Ele afirmou que o primeiro ato dele como ministro, em maio deste ano, foi formar um grupo de trabalho, que agora está detalhando o plano com a Prefeitura do Rio. "Já teve uma boa aceitação entre os técnicos do TCU. Nós o apresentaremos em tempo hábil". A pasta não quis comentar se dará continuidade ao Ibesp nem o porquê de não haver registros formais sobre o projeto apresentado. A pasta também não falou sobre a falta de resposta à proposta da CBT. Disse apenas que instalações e equipamentos formarão a "Rede Nacional de Treinamento".

LIMINAR - O Ministério Público Federal do Rio também entrou com um pedido de liminar contra a União, Estado, município e Autoridade Pública Olímpica (APO) para que apresentem um plano consistente dentro de 20 dias sob risco de multa diária de R$ 10 mil. Para o procurador da República, Leandro Metedieri, era preciso uma medida mais drástica. "Está longe de ser a situação ideal. Ou eles não têm um plano, que é o meu grande receio, ou não têm nada bom. Algum motivo há. Há diversas denúncias de que a Olimpíada não está sendo feita em benefício da cidade do Rio".

A APO afirmou que ainda não foi notificada da ação e, portanto, não vai se pronunciar. A Casa Civil do Estado do Rio não respondeu aos questionamentos do jornal O Estado de S.Paulo até a publicação desta reportagem.

A Prefeitura contesta a ausência de um plano de legado e diz que promoverá usos educacionais e comunitários nos locais dos Jogos. Segundo o governo municipal, das nove instalações do Parque Olímpico, sete serão mantidas. Depois da Olimpíada, serão acrescidas uma pista de atletismo, duas quadras de vôlei de praia e um alojamento para atletas de alto rendimento e de base.

A consultora Ernst & Young será a responsável por determinar o modelo econômico e de governança das arenas esportivas por meio de parcerias entre o poder público, empresas privadas e o Comitê Olímpico do Brasil (COB). O edital de licitação para o desenvolvimento do projeto foi lançado em 30 de junho deste ano. Porém, na nota enviada pela Prefeitura, não há menção direta ao Ministério do Esporte, ao Ibesp nem à "Rede Nacional de Treinamento".

A cada 15 minutos, um espigão recém-inaugurado na esquina das Ruas Augusta e Dona Antônia de Queirós, na região central de São Paulo, jorra centenas de litros de água na sarjeta. "Nem que eu tivesse uma caixa d’água de 50 mil litros daria para segurar o tanto de água que brota do lençol (freático) que está embaixo da nossa garagem", diz o gestor do condomínio Capital Augusta, José França, de 52 anos.

O edifício de fachada moderna e com pé-direito alto tem 16 andares, 160 apartamentos e um enorme subsolo usado como garagem. A água límpida e gelada é jogada na rua por meio de um cano branco que passa por baixo dessa garagem. O líquido é parecido com o de uma mina e corre como uma nascente por mais de 300 metros ao longo da Augusta, até entrar em um bueiro, na esquina com a Praça Roosevelt.

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Pela manhã, alguns comerciantes usam baldes para pegar a água e lavar seus bares. Outros enchem suas caixas d’água esvaziadas à noite. "A água é limpinha, dá para lavar minha calçada e alguns carros", afirma o manobrista Leandro Cardoso, de 29 anos, que trabalha em um estacionamento na esquina das Ruas Augusta e Caio Prado.

‘Vontade de chorar’. Moradores indignados com o desperdício procuraram a reportagem, após serem informados pelo governo estadual de que não havia ilegalidade no procedimento adotado pelo prédio. "Não dá nem para acreditar nisso. É dia e noite essa água jogada fora, dá vontade de chorar até", lamenta a aposentada Cleunice de Souza Antunes, de 69 anos, moradora da Rua Caio Prado.

O problema no edifício da Rua Augusta ocorre em outros da capital construídos sobre cursos d’água ou lençóis freáticos. Ao erguer a garagem subterrânea, a construção do Condomínio Capital Augusta atingiu o lençol. Para evitar o alagamento da garagem, o prédios joga a água em excesso na rua, causando um desperdício não calculado de água.

"A água é contaminada, o pessoal da construtora (Esser) falou que não dá para usar nem para regar as plantas", acrescentou o gestor do condomínio. Já o Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE) informou que o prédio, se quisesse fazer o reúso da água para lavar suas dependências, por exemplo, teria de pedir autorização ao órgão.

O DAEE diz ainda que não existe desperdício, uma vez que a água drenada para as sarjetas "por vários prédios na cidade de São Paulo" acaba sendo lançada em bueiros. Aí essa água é lançada em uma rede de microdrenagem e chega a um córrego, completando seu "ciclo hidrológico", segundo o governo.

Mas essa mesma água que sai limpa do prédio entra em um córrego poluído, ou seja, ela precisa ser tratada várias vezes, o que resulta em um custo aos cofres da Sabesp, responsável pelo tratamento de efluentes na capital paulista.

Responsável pelo Capital Augusta, a Esser informou que "a água proveniente do sistema de drenagem é imprópria para o consumo e o contato humano e poderá ser reutilizada apenas caso haja interesse do condomínio e seus condôminos, que são responsáveis pelas obras necessárias para sua reutilização e tratamento". A empresa diz que o descarte de água é feito "conforme determinação da legislação".

"É um absurdo esse desperdício. Nunca vi coisa igual", afirma o jornalista Carlos Alfredo Paiva, de 26 anos, morador ao lado. Outros vizinhos já foram cobrar do gestor do prédio uma providência contra o desperdício.

Outro exemplo

Alvo de protestos de vizinhos por adotar a mesma drenagem de água na sarjeta da Rua Frei Caneca, o Condomínio Paulista Home Resort obteve autorização para fazer o reúso da água do lençol freático na lavagem semanal das dependências do prédio.

Quem passa na manhã desta terça-feira (16) pela Avenida Doutor José Rufino, no bairro de Areias, Zona Oeste do Recife, não acredita no que vê. Litros de água limpa jorram de uma obra da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa).

Iniciada há cerca de uma semana, até então a obra atrapalhava apenas os pedestres que precisam utilizar a calçada – danificada pelo serviço. Os transeuntes se arriscam entre os ônibus que entram e saem da Rua Ipojuca.

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De ontem para hoje, a água tratada – que daria para abastecer diversas residências do bairro – começou a jorrar de uma galeria avariada, criando poças numa parada de ônibus e na Rua Doutor José Constantino. “Quanto desperdício. Isso é um absurdo”, reclamou um senhor antes de embarcar no coletivo.

Segundo a Compesa, o problema começou com um vazamento. Durante os trabalhos, os profissionais identificaram uma galeria quebrada, que está provocando o desperdício. Ainda de acordo com o órgão, uma equipe foi enviada ao local na manhã de hoje.

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