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A Polícia Federal deflagrou uma operação nesta terça-feira (16) a fim de combater a importação fraudulenta de equipamentos de diagnóstico médico. As investigações da Operação Zona Cinzenta começaram em outubro de 2013; uma carga de aproximadamente R$ 3 milhões, sendo R$ 2 milhões de tributos sonegados, foi apreendida. 

A PF explicou que durante a primeira fase da investigação foram identificadas 13 operações de importação fraudulenta - dez importações clandestinas que cruzaram a fronteira sem qualquer registro no SISCOMEX e outras três importações com o registro fraudulento e subfaturado da mercadoria no SISCOMEX. Nessas operações o grupo investigado sonegou todos os tributos federais devidos sobre a importação. Isto resultou em prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos, considerando apenas os tributos federais.

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Ainda como concluiu as investigações, após o ingresso clandestino dos equipamentos no Brasil, eles eram encaminhados a um depósito em São Paulo, mediante emissão de nota fiscal de remessa pelas empresas importadoras, contendo descrição da mercadoria como máquina tipográfica. Em seguida, esse material era retirado do armazém e repassado a terceiros (revendedores ou clínicas e hospitais adquirentes) sendo a nota fiscal de saída emitida por pessoa jurídica diversa da que havia remetido o produto ao armazém. Segundo a PF, esta é uma clara tentativa de impedir ou dificultar o rastreio dos equipamentos. As informações obtidas pela PF são de que as notas possuíam descrição correta dos produtos, no entanto, o valor apresentado era de apenas uma fração do valor real. 

Em agosto de 2017, foram cumpridos 62 mandados de busca e apreensão, além de conduções coercitivas e sequestro de bens. Foram apreendidos 24 equipamentos médicos introduzidos clandestinamente no país. Neste período documentos foram obtidos e foi possível identificar o responsável pelas notas fraudulentas e, consequentemente, as pessoas físicas e jurídicas adquirentes dos produtos. 

Nesta terça estão sendo cumpridos, ao todo, 61 mandados de busca e apreensão em 47 municípios de 18 Estados da Federação (SC, AL, AP, BA, ES, GO, MA, MS, MT, MG, PB, PE, PR, PI, RJ, RS, RO, SP, SE) e no DF, expedidos pela Justiça Federal de São Miguel do Oeste/SC. Com isso, são investigados empresários e pessoas jurídicas do ramo de exportação e importação, revendedores, clínicas, hospitais, despachante aduaneiro, além de um doleiro responsável pelo repasse de recursos ilícitos ao grupo. A PF adianta que também é apontado como integrante do grupo criminoso um servidor da Receita Federal com lotação em Dionísio Cerqueira/SC, que teria recebido valores ilícitos em troca de facilitação da ação da quadrilha.

Leidy García e Francia Papamija são duas das cinco mulheres cegas, ou com baixa visão, que receberam capacitação na cidade colombiana de Cali para ajudar na identificação do câncer de mama.

Esta patologia cancerígena é a de maior incidência no país, com 7.000 novos casos e 2.500 mortes por ano. Essas jovens foram instruídas em 2015 com um método do médico alemão Frank Hoffman, que há uma década assinalou que os cegos tinham facilidade para detectar nódulos, que podem ser a primeira manifestação dessa doença.

"As pessoas com deficiência visual têm um aumento da sensibilidade, há um maior tato e percepção dos elementos", diz à AFP o cirurgião Luis Alberto Olave, coordenador do projeto Mãos que Salvam Vidas, do Hospital San Juan de Dios.

A cada ano são detectados 71.000 novos casos no mundo. Com o apoio do banco de desenvolvimento da América Latina CAF, o método chegou a Cali após ser testado em Alemanha e Áustria.

Foram escolhidas quatro colombianas e uma mexicana de entre 25 e 35 anos sem problemas vasculares ou neurológicos que alteraram a sensibilidade. Se graduaram como auxiliares examinadoras táteis. Desde então, avaliaram 900 pacientes.

"Estamos quebrando um paradigma das pessoas que acreditam que por termos uma deficiência não podemos pensar ou sermos autônomos", afirma Francia, de 35 anos, que perdeu a visão aos sete anos por um descolamento de retina. No hospital perceberam que os exames das auxiliares tinham resultados sensitivos "melhores" que os da avaliação habitual.

"O exame clínico realizado por elas é mais elaborado e requer mais tempo. Isso gerou em nossas pacientes uma sensação de bem-estar e conforto que não encontravam no médico tradicional", explica Olave. Enquanto uma mulher no autoexame detecta massas de entre 15 e 20 milímetros, e um médico de 10, as cegas encontram nódulos de oito milímetros.

Vencer a desconfiança

Há seis anos que Leidy tem cegueira quase total. Sua carreira foi afetada por uma trombose cerebral que a fez perder a visão no olho esquerdo e reduziu consideravelmente a do direito. "As pessoas que veem bem são muito visuais, se deixam guiar pelo que veem. Eu me localizo muito pelo tato e ouvido", aponta essa mulher de 26 anos.

Leidy apalpa os seios de suas pacientes guiando-se por uma fita amarela e vermelha, na qual em cada centímetro há um relevo para sinalizar os nódulos localizados. Ao detectar uma massa avisa ao médico, e ele, conforme o caso, pede exames para descartar, ou não, o câncer. Suas avaliações duram até 45 minutos, enquanto as tradicionais não passam de 10.

Francia e Leidy concordam que há dois tipos de reações das pacientes quando oferecem o serviço das auxiliares cegas: curiosidade ou desconfiança. Algumas nem falam, outras contam problemas pessoais. "Elas têm uma precisão no tato. Na verdade estou muito impressionada pelo grande profissionalismo", diz uma vendedora de 42 anos após ser atendida por Francia.

Antes de serem auxiliares, Francia e Leidy estavam desempregadas, como 62% dos 500.000 deficientes visuais na Colômbia. O número é sete vezes maior que a média de desocupação no país, segundo o Instituto Nacional de Cegos. Olave considera que essa é uma opção para dar emprego a cegos e, por isso, pretende abrir uma nova convocação no primeiro trimestre de 2018.

"Em países em via de desenvolvimento, onde temos certas limitações de tecnologia para diagnosticar doenças mamárias", o exame manual "continua tendo grande importância", afirma. Diariamente, as duas mulheres querem mostrar que podem contribuir com algo valioso para que a sociedade deixe de impor o mote de descapacitadas.

Francia simplesmente quer viver "como uma pessoa normal", diz, mexendo as mesmas mãos que salvam vidas.

Dos 1.005 pacientes em fila de espera por um órgão ou tecido, 776 aguardam a doação de um rim. Apesar de ser a maior fila, os pacientes podem contar com mais uma esperança: o aumento das doações em 2017. Até o mês de agosto, 259 rins foram transplantados no Estado, um aumento de 49% em relação ao mesmo período de 2016, com 174. Com esses números, Pernambuco ocupa a primeira colocação no Norte e Nordeste no ranking nacional de transplantes.

"O aumento nas doações impacta diretamente na diminuição na fila de espera de um órgão ou tecido e, consequentemente, na melhor qualidade de vida daquele paciente que precisava da doação. Sabemos que o paciente que precisa de rim tem na hemodiálise um suporte para continuar vivendo, mas essa é uma alternativa de tratamento. O transplante tira o compromisso do paciente de passar diversas horas durante a semana ligado a uma máquina, podendo ter uma melhor qualidade de vida e maior liberdade”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE), Noemy Gomes.

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A doação de rim ocorre de um doador que teve diagnóstico de morte encefálica e que teve o ato autorizado pela família. Essa também é uma doação que pode ser feita em vida. Nesse último caso, o doador precisa ter grau de parentesco de até quarto grau com o receptor, além de compatibilidade sanguínea e imunológica e ter uma boa saúde. Em caso de doador não aparentado, é preciso de um aval da justiça e um parecer técnico da Central de Transplantes. “Na doação entre vivos, o doador levará uma vida normal e saudável com apenas um rim”, ressalta Noemy.

BALANÇO – Até agosto 1.241 órgãos e tecidos foram transplantados em Pernambuco, um aumento de 29% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram realizados 961 procedimentos. O aumento da doação de rim ficou no segundo lugar no ranking da CT-PE. Em primeiro está os transplantes de coração, que totalizaram 40, ampliação de 60% quando comparado com os dados do mesmo período de 2016 (25).

Também foram realizados 90 transplantes de fígado (70 em 2016 – aumento de 29%), 696 de córnea (546 em 2016 – aumento de 27%), 147 de medula (137 em 2016 – aumento de 7%), 6 de rim pâncreas, mesmo quantitativo de 2016, além de 2 de válvula cardíaca e 1 de fígado/rim.

“No Brasil, a doação de órgãos e tecidos precisa ser autorizada por um parente de até segundo grau. Neste mês de setembro, reforçamos a importância de debater esse assunto dentro de casa, para que o indivíduo expresse seu desejo em vida. Nas unidades hospitalares, também fazemos um trabalho de acolhimento com os familiares dos potenciais doadores para informá-los da possibilidade da doação e para dá-los todas as informações possíveis para que eles possam exercer o direito da doação”, frisa Noemy Gomes.

Nos primeiros meses deste ano, 46% das familiares negaram a doação. Das 238 entrevistas realizadas, 129 possibilitaram doações e 109 foram de recusa. Apesar do dado, Pernambuco teve um aumento de doadores por milhão de população (pmp). Em 2016, o número era de 15 doadores por milhão de população. Em 2017, o quantitativo está em 20.

Da Secretaria Estadual de Saúde

Trinta milhões de pessoas no mundo sofrem de Alzheimer, uma doença cujo diagnóstico melhorou mas que continua sem um tratamento para curá-la, afirmam os especialistas por ocasião do Dia Mundial do Alzheimer.

- O que é o Alzheimer? -

Descrita pela primeira vez em 1906 pelo médico alemão Alois Alzheimer, esta doença neurodegenerativa causa uma deterioração progressiva das capacidades cognitivas do paciente, até chegar à perda total da autonomia.

Os principais sintomas são esquecimentos recorrentes, problemas de orientação e alterações das funções executivas, por exemplo não se lembrar de como utilizar o telefone.

Após o aparecimento desses sintomas, deve-se consultar um médico ou um centro especializado, onde vários exames neuropsicológicos permitirão diagnosticar ou descartar a doença.

- Quantos doentes há? -

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), há cerca de 47 milhões de pessoas que sofrem de demência no mundo, dos quais 60% a 70% têm Alzheimer, o que representa de 28 milhões a 33 milhões de pessoas.

A cada ano, são registrados 9,9 milhões de novos casos de demências.

- Qual é a causa? -

Na maioria dos casos, a causa principal é desconhecida, segundo Stéphane Epelbaum, neurologista do hospital parisiense Pitié-Salpêtrière.

"Não sabemos porque em algumas pessoas os neurônios começam a se degenerar e em outras, não". Mas "se conhece cada vez melhor a sequência de acontecimentos que leva a esta degeneração", afirma.

- Quais são os fatores de risco? -

A idade "é o maior fator de risco conhecido", segundo a OMS. Estima-se que a partir dos 85 anos, uma em cada quatro mulheres e um em cada cinco homens terão Alzheimer. A partir dos 65 anos, o risco de desenvolver a doença dobra a cada cinco anos.

Esta doença não deve, no entanto, ser considerada uma consequência inevitável da velhice.

Só em 1% dos casos existe um fator hereditário, com um aparecimento precoce, por volta dos 60 anos ou inclusive antes.

Para o resto dos casos, alguns estudos apontam como fatores de risco o sedentarismo, obesidade, diabetes, hipertensão arterial, tabaco, álcool e alimentação desequilibrada.

Depressão, nível baixo de escolaridade, isolamento social e ausência de atividade intelectual também são citadas pela OMS como condições favoráveis ao desenvolvimento da doença.

- Como é feito o diagnóstico? -

Durante muitos anos, diagnosticar o mal de Alzheimer era uma tarefa difícil, e com frequência a doença só era confirmada após a morte do paciente.

Mas hoje existem métodos eficazes de diagnóstico.

Primeiramente, o paciente é submetido a um exame clínico com testes com perguntas para detectar transtornos cognitivos, explica Epelbaum.

Para confirmar a doença, os médicos podem recorrer à Imagem por Ressonância Magnética ou à Tomografia por Emissão de Pósitrons, a fim de visualizar as modificações no cérebro.

Também há a possibilidade de realizar punções lombares para detectar alguns marcadores da doença.

- Qual é o tratamento? -

Não há nenhum tratamento para curar o Alzheimer. "Muitas estratégias terapêuticas estão atualmente em fase de pesquisa", segundo a Fundação para a Pesquisa Médica da França.

Há medicamentos para eliminar as lesões cerebrais características do Alzheimer - as placas amiloides -, mas estes são ineficazes para deter o avanço da doença.

"No futuro, os tratamentos provavelmente consistirão (...) na associação de vários medicamentos para agir contra as diferentes disfunções que a doença provoca", segundo Epelbaum.

Na última quinta-feira (19) as sociedades brasileiras de Diabetes (SBD), Hepatologia (SBH) e Infectologia (SBI) iniciaram a campanha nacional de conscientização Na ponta do dedo – faça o exame, por trás da Diabetes tipo 2 pode estar a Hepatite C. A campanha tem o objetivo de incentivar a população a realizar o exame que constata o vírus da hepatite C.

De acordo com as entidades, estudos revelam que o vírus da hepatite C é capaz de gerar alterações na insulina, dificultando a regulação do metabolismo da glicose no organismo. Pacientes com essas alterações têm quatro vezes mais probabilidade de desenvolver o diabetes tipo 2.

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A campanha foi anunciada no mês de Julho para aproveitar o Julho Amarelo, mês de  prevenção controle das hepatites virais. Em julho também acontece o Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais, realizado no dia 28 de julho pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia, foi constatado no Brasil que aproximadamente 2 milhões de pessoas desenvolveram o vírus da hepatite C, sendo que 70% não sabem que são portadores e 10% realizam o tratamento contra a doença. Cerca de 90% das pessoas que contraem o vírus não desenvolvem a doença. O aparecimento dos sintomas é raro e  pode passar despercebido pelos portadores do vírus, por comta disso a doença pode ser diagnosticada quando as complicações já estão avançadas. Além do diabetes tipo 2, portadores de hepatite C têm tendência de desenvolver câncer de fígado, cirrose e doenças cardiovasculares.

Já o presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia, Sérgio Cimerman,  afirma que a hepatite C pode ser detectada por um diagnóstico fácil e a partir do diagnóstico precoce a chance para a cura é maior. "Com o diagnóstico precoce, conseguimos instituir um tratamento com drogas disponíveis no mercado e no Sistema Único de Saúde (SUS). A cura pode chegar em torno de 98%".

Conforme o presidente da SBD, Luiz Turatti, boa parte dos médicos e da população não sabem ou não fizeram a ligação entre as duas doenças,o Brasil integra o quarto lugar no ranking mundial de portadores de diabetes, mantendo-se atrás dos EUA, China e Índia.  “Hoje, no Brasil, há 14 milhões de doentes e, em 25 anos, o número pode aumentar em 50%.  Se nada for feito, haverá impacto da relação entre as duas doenças a longo prazo”.

Segundo o professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Edison Parise, durante anos os médicos consideravam que a hepatite C prejudicava apenas o fígado, no entanto, a doença atinge outros sistemas do organismo. "Hoje, sabe-se que o vírus da hepatite C é capaz de interferir na efetivação da ação da insulina, e isso começa a desencadear o diabetes. Quando se elimina o vírus da hepatite C, a resistência à insulina desaparece. Quanto mais resistência insulínica, maior vai ser a lesão no fígado, acelerando a progressão da hepatite".

O presidente da SBH, Fábio Marinho, esclareceu que o exame realizado para identificar a hepatite C é simples, rápido e essencial para descobrir os portadores da doença.

Para realizar o teste anti-HCV, que fornece o diagnóstico da doença, é necessário tirar uma pequena quantidade de sangue, a partir de uma picada no dedo. O tratamento é feito com o uso de um medicamento que pode ter pouco ou nenhum efeito colateral e deve ser tomado duas vezes ao dia, no decorrer de três meses. O remédio necessário para fazer o tratamento também está disponível no SUS.

Para mais informações, acesse o site da campanha

Um novo método desenvolvido por cientistas brasileiros poderá ajudar os psiquiatras a diagnosticarem a esquizofrenia já na primeira consulta com o paciente. A técnica, que emprega algoritmos para analisar a estrutura da fala dos jovens com sintomas iniciais da doença, poderá antecipar o diagnóstico em pelo menos seis meses, evitando o risco - bastante alto - de submeter o paciente à medicação errada, de acordo com os pesquisadores.

O estudo que descreve o novo método foi publicada na revista Schizophrenia, do grupo Nature, por uma equipe liderada pelo neurocientistas Sidarta Ribeiro, do Instituto do Cérebro, ligado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em Natal.

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De acordo com Ribeiro, na área da Psiquiatria, um dos maiores problemas atuais para a indústria farmacêutica é desenvolver meios para evitar que o paciente seja tratado para a doença errada.

"Essas doenças não têm base biológica clara e, portanto, não há exames inequívocos para o diagnóstico", disse Ribeiro à reportagem. Atualmente, por conta dessa dificuldade, é preciso acompanhar o paciente por seis meses para definir o diagnóstico, a fim de evitar uma medicação equivocada, que poderia ser desastrosa.

Em pesquisas anteriores, o grupo já havia mostrado que é possível utilizar modelos matemáticos para analisar a fala dos esquizofrênicos, mostrando também que, nesses pacientes, a estrutura do discurso é empobrecida, quase aleatória.

No novo artigo, porém, os cientistas conseguiram fazer medidas objetivas do grau de aleatoriedade da estrutura verbal de adolescentes psicóticos ainda em seu primeiro contato clínico.

"Mostramos que é possível calcular um número único - que chamamos de índice de fragmentação -, capaz de prever com grande acurácia o diagnóstico da esquizofrenia na primeira entrevista psiquiátrica do paciente. Isso significa que o psiquiatra pode usar esse índice para dar um diagnóstico inicial mais certeiro já na consulta inicial", afirmou Ribeiro.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Engenheiro formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), José Alberto Orsi enfrentou os primeiros sintomas de depressão em setembro de 1994, aos 26 anos. Ele ainda não sabia, mas logo teria início uma longa história de sofrimento, com crises psicóticas causadas pela esquizofrenia.

"O primeiro surto de esquizofrenia é muito difícil de ser caracterizado. Mesmo com antecedentes na família, o diagnóstico não era certeiro. Cheguei a ter atendimento psiquiátrico, mas minha primeira crise, de fato, foi mais de depressão do que de esquizofrenia", disse Orsi à reportagem.

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O engenheiro conta que a mãe sempre teve preocupação com sua saúde mental, por causa do diagnóstico de esquizofrenia do pai. Em 1994, Orsi teve episódios depressivos persistentes, enquanto trabalhava a contragosto como fiscal de obras na ampliação de um shopping center. Ele achava o trabalho frustrante. "Quando tive os sintomas de depressão, atribuí à frustração e não à doença."

Com diagnóstico de depressão e medicado, ele continuou a ter crises, até que, em maio de 1995, elas arrefeceram. Orsi suspendeu a medicação, licenciou-se do trabalho e foi para o Mississippi estudar inglês.

A mudança de ares parecia ter sido salutar. O engenheiro iniciou um MBA e por três anos estudou e fez viagens, sem problemas. Até que, em maio de 1998, a aparente estabilidade desmoronou de uma só vez.

Na reta final do MBA, ele teve de fato um surto esquizofrênico, com alucinações. Percebia fenômenos que considerava sobrenaturais.

"Pensava receber mensagens telepáticas da TV e da internet. Achava que meu telefone estava grampeados e que podiam ler minha mente. Eu decifrava importantes códigos secretos e universais de jornais e revistas. A CIA estava por trás da articulação dessa trama."

A irmã, que morava em Miami, foi buscá-lo e o internou. "Um médico finalmente fez o primeiro diagnóstico de esquizofrenia. Voltei ao Brasil para me tratar."

Discordâncias

No Brasil, o psiquiatra que o havia atendido em 1995 não concordou com o diagnóstico do médico americano e, no fim de 1998, suspendeu o antipsicótico. Orsi voltou em 1999 para o Mississippi, terminou seu curso, deixou o lítio e, em setembro, conseguiu um emprego na Microsoft. Dois meses depois, teve novo surto. Em 2000, voltou ao Brasil.

Ele ainda seria diagnosticado como bipolar antes de ter mais um surto, em maio de 2001. "Só aí comecei a tomar de forma contínua a medicação que tomo até hoje." Além do antipsicótico, Orsi usa um estabilizador do humor e outros fármacos clínicos para controlar efeitos colaterais da medicação, como aumento do peso e da pressão. Desde 2001, ele faz consultas semestrais com o clínico geral e visita o psiquiatra a cada dois meses. "Estou estável, não tive mais surtos desde então."

Para ele, um dos fatores que agravaram seu problema foi se tratar com vários psiquiatras. "Havia troca de prontuários, mas eles pegavam fases diferentes dos surtos. Agora tenho um diagnóstico bem consolidado."

Em 2003, Orsi começou a frequentar a Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (Abre) e hoje é tesoureiro da instituição, que oferece engajamento social e profissional a pacientes.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governo Dilma Rousseff já tinha desde 2016 o mesmo diagnóstico que levou o presidente Michel Temer a endurecer as regras para a concessão de aposentadorias. A principal conclusão de um grupo técnico formado com representantes de seis ministérios foi de que, com as regras em vigor, a Previdência não conseguiria suportar o aumento do número de beneficiários e a redução no contingente de contribuintes.

No entanto, o então secretário especial de Previdência, Carlos Gabas, afirmou que a sociedade só deveria ser informada da insolvência da Previdência depois que o governo tivesse uma proposta. "Os resultados só deverão ser divulgados ao final do trabalho, momento em que o grupo técnico de Previdência apresentará suas propostas", disse Gabas, segundo a ata do órgão do dia 8 de março.

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No início de 2016, a presidente Dilma disse que o País teria de "encarar" uma reforma da Previdência. Ela não detalhou as medidas, mas sugeriu que era preciso instituir uma idade mínima para aposentadoria.

O órgão para discutir uma solução para a Previdência foi criado em abril de 2015, mas os membros só foram designados em setembro. Os trabalhos se concentraram de março a maio de 2016. O jornal O Estado de S.Paulo teve acesso ao dossiê que aponta os mesmos argumentos de Temer para enviar a reforma ao Congresso. Segundo o trabalho, projeções mostram que, em 2060, o Brasil terá menos pessoas trabalhando do que hoje. E o número de idosos crescerá 262,7%.

O relatório afirma que o Brasil era um dos poucos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que não tinha idade mínima para se aposentar perto dos 65 anos. No ranking, a idade mínima no Brasil (59,4 anos) esta no fim da lista, atrás de 34 países. Também foram criticados a diferenciação entre idade mínima de homens e mulheres e o acúmulo de benefícios.

Gabas também determinou a retirada de análise da situação das Forças Armadas. "É preciso tratar com cautela. Não é escopo do trabalho fazer proposta para os militares." A afirmação foi feita após diagnóstico de que militares e dependentes respondiam por 45% do déficit previdenciário. Temer também deixou de fora da reforma as Forças Armadas, bombeiros, policiais militares, servidores públicos estaduais e municipais. O Estadão não conseguiu entrar em contato com Gabas.

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os bebês cujos cérebros crescem mais rápido que a média durante seu primeiro ano de vida têm mais chances de ser diagnosticados com autismo aos dois anos, e tal crescimento pode ser identificado em uma ressonância magnética, segundo um estudo publicado nesta quinta-feira na revista científica Nature.

Uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos e do Canadá realizou exames de ressonância magnética para estudar os cérebros de 106 bebês que tinham um irmão com distúrbios relacionados ao autismo - e, portanto, tinham alto risco de desenvolver a doença - e os de 42 bebês sem casos de autismo na família. Os exames foram realizados entre os seis meses e os dois anos de idade.

O estudo encontrou um crescimento mais rápido da superfície do córtex cerebral aos seis e aos 12 meses de idade nos bebês do grupo de alto risco que foram diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA) mais tarde, aos dois anos, em comparação com as crianças não afetadas.

Este aumento da superfície do córtex cerebral se traduziu depois em um crescimento maior do volume total do cérebro. Os cientistas já sabiam que as crianças com TEA costumam ter o cérebro mais volumoso que a média, mas ainda não havia sido estabelecido em que idade esta diferença aparece. 

O autismo pode ser diagnosticado a partir dos dois anos de idade, que é quando os problemas comportamentais e de comunicação começam a se tornar evidentes.

Intervenção "pré-sintomática"

Com base em suas descobertas, a equipe desenvolveu um algoritmo de computador para prever, com uma precisão de cerca de 80%, quais crianças irão desenvolver TEA.

"Nosso estudo mostra que biomarcadores do desenvolvimento precoce do cérebro poderiam ser muito úteis na identificação de bebês com maior risco de autismo antes dos sintomas comportamentais aparecerem", disse o autor sênior do estudo Joseph Piven, da Universidade da Carolina do Norte.

Tal teste pode ser útil para intervir "pré-sintomaticamente", em uma idade em que o cérebro humano é mais maleável, disse uma declaração da universidade. "Essas intervenções podem ter uma maior chance de melhorar os resultados do que os tratamentos iniciados após o diagnóstico", acrescentou.

É necessário realizar pesquisas adicionais e em maior escala antes de que as ressonâncias magnéticas possam ser usadas como uma ferramenta clínica para a detecção precoce do autismo, advertiram os pesquisadores. O TEA é um grupo de transtornos do desenvolvimento cerebral que inclui condições como o autismo e a síndrome de Asperger, todos caracterizados por dificuldades de interação social e comunicação.

Os afetados geralmente apresentam comportamentos repetitivos, enquanto alguns se destacam em habilidades não verbais, como a matemática. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, cerca de uma em cada 160 crianças tem TEA. Não há cura para o TEA, mas os problemas podem ser atenuados através da realização de um tratamento precoce adequado, e por isso é importante estabelecer um diagnóstico o quanto antes.

Um grupo de cientistas anunciou a criação de um teste de detecção precoce do câncer de pâncreas, um dos mais mortais por causa da sua agressividade e da falta de tratamentos eficazes em estado avançado. Atualmente, este tipo de câncer costuma ser descoberto quando está muito avançado, pois evolui sem sintomas, matando 80% dos pacientes no ano seguinte ao diagnóstico.

Em estudo publicado nessa segunda-feira (6) pela revista científica Nature Biomedical Engineering, pesquisadores americanos e chineses apresentaram um teste econômico e ultrassensível, que facilita diagnosticar precocemente o câncer de pâncreas com uma pequena quantidade de plasma sanguíneo. "O câncer de pâncreas é um dos cânceres para o qual precisamos desesperadamente de um diagnóstico precoce", ressaltou o doutor Tony (Ye) Hu, principal autor do estudo.

O teste que desenvolveu com seus colegas é baseado na detecção de um elemento específico - a proteína EphA2 - em algumas vesículas extracelulares, pequenas bolhas transportadas de célula em célula. Estudos anteriores mostraram que essas vesículas desempenham um papel importante no desenvolvimento e no avanço de alguns cânceres, em especial no do pâncreas. Quando surgem de um tumor, essas vesículas seriam, inclusive, capazes de modificar o entorno, facilitando a metástase.

Atualmente já existe um elemento tumoral detectado, o CA 19-9, porém é pouco específico, uma vez que também pode ser encontrado em pequenas quantidades no fígado, na vesícula biliar e nos pulmões de um adulto saudável. Ainda assim, sua taxa é muito elevada no caso de pancreatite (inflamação do pâncreas) e de obstrução de um canal biliar.

O novo teste se mostrou claramente mais eficaz durante um estudo realizado com 48 pessoas saudáveis, 48 pacientes con pancreatite e 59 pacientes que sofrem de câncer de pâncreas em estado precoce ou avançado. Facilitou detectar mais de 85% dos cânceres.

Esse resultado será validado somente após um estudo mais profundo, antes de poder obter a autorização da agência americana de medicamentos (FDA), ou seja, "provavelmente daqui a dois ou três anos", segundo o doutor Hu.

Os desfalques nas contas públicas municipais têm preocupado os novos prefeitos pernambucanos e feito com que algumas gestões, inclusive, decretem Estado de Calamidade Financeira. Nesta quinta-feira (19), o prefeito do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Lula Cabral (PSB) reúne a imprensa, às 10h, para apresentar um diagnóstico sobre a situação das finanças da cidade. 

De acordo com a assessoria da prefeitura, durante a coletiva, que vai acontecer no Centro Administrativo Municipal (CAM), também serão disponibilizados vídeos e fotos que mostram as condições estruturais dos prédios municipais.

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Cabral reassumiu o comando do Cabo após a gestão do seu ex-aliado Vado da Farmácia (sem partido). Indicado, inclusive, pelo próprio Cabral à sucessão em 2012. 

Balanço

De acordo com atualizados pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), 43 prefeituras já decretaram Emergência por problemas nas contas públicas. Além destes, em Pernambuco as cidades de Salgueiro, Itamaracá, Goiana, e Feira Nova também seguiram a mesma linha. 

Cientistas criaram um novo método para descobrir se alguém é HIV positivo ou não: um USB. O estudo, feito pela Scientific Reports por pesquisadores da Imperial College London e da DNA Electronics criou a nova tecnologia que funciona de forma parecida com o teste para diabéticos medirem seus níveis de insulina.

Com uma picada, o chip dentro do USB mede os níveis de HIV no sangue da pessoa. Depois, o dispositivo deve ser colocado em um computador e os resultados podem ser lidos em, em média, 21 minutos. Os pesquisadores garantem que o USB tem precisão de 95%.

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Além de fazer o teste em si, o dispositivo também serve para que os pacientes que já são diagnosticados avaliem se a medicação está ou não funcionando. No entanto, ainda não há previsão de quando a novidade chegará ao mercado.

Enquanto a tecnologia não é disponibilizada para o público, há outras maneiras de fazer testes. Raquel Xavier Saito, especialista em Infecções Transmitidas Através do Contato Sexual, afirma que em qualquer Unidade Básica de Saúde e em Centros de Testagem de Aids da Prefeitura Municipal de São Paulo é possível fazer o exame.

De acordo com a especialista, há o teste rápido, no qual se coleta sangue e o resultado sai em 30 minutos, e outros tipos, como a amostra de fluído oral ou por coleta de sangue. Nestes dois casos, o resultado demora mais, pois há mais detalhes.

"É importante enfatizar que qualquer um pode fazer o teste, não há necessidade de jejum ou de preparo especial para a realização do teste, que é muito simples e eficaz. Além disso, caso o vírus seja detectado, quanto mais cedo a pessoa iniciar o tratamento, melhor será a sua qualidade de vida", afirma Raquel.

Além disso, a especialista destaca que a janela imunológica é uma questão importante. "A pessoa interessada deve passar por uma entrevista para identificar possíveis caso em janela imunológica 'menos de trinta dias da infecção' ou situações de risco em potencial para contaminação (acidente biológico, relação sexual desprotegida ou uso de material contaminado)."

Na quinta-feira, 1º de dezembro, a Unidade Básica de Saúde Jardim Copa e a Faculdade Santa Marcelina (FASM) farão uma parceria para oferecer de forma gratuita o teste rápido para HIV e Sífilis. O serviço será na unidade de Itaquera da FASM das 9h às 13h. Caso o paciente tenha resultado positivo, serão encaminhados para unidades de referência para dar sequência ao tratamento.

Outra iniciativa programada para o Dia Mundial de Luta Contra a Aids é a Caminhada Cultural Noturna, organizada pela médica infectologista Glória Brunetti, fundadora do Voluntariado Emílio Ribas e da Fundação Poder Jovem, e de Carlos Beutel, empresário e militante da revitalização do Centro de São Paulo. O evento, que começa às 20h em frente do Teatro Municipal de São Paulo, abordará fatos culturais do centro da cidade e tratará sobre temas como a história e evolução da doença, epidemiologia atual Brasil, mortalidade em São Paulo e no Brasil e modos de prevenção.

Serviço:

Teste Rápido FASM

1º de dezembro, das 9h às 13h

Rua Cachoeira Utupanema, 40 - Itaquera

Caminhada Cultural Noturna

1º de dezembro, às 20h

Praça Ramos de Azevedo, s/n - República

No Dia Mundial do Diabetes, lembrado nesta segunda-feira (14), a Federação Internacional do Diabetes faz um alerta: um em cada dois adultos com a doença não está diagnosticado e, portanto, não tem ciência de sua condição e não toma os devidos cuidados.

O tema da campanha este ano é De olho no diabetes, com foco em promover a importância do rastreamento e garantir o diagnóstico precoce, o tratamento e a redução do risco de complicações mais sérias – sobretudo em casos de diabetes tipo 2.

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Dados da entidade mostram que a doença segue crescendo em todo o mundo: ao todo, 415 milhões de adultos viviam com diabetes em 2015. A previsão é de que esse número chegue a 642 milhões em 2040 – uma proporção de um adulto diabético para cada dez adultos no planeta.

“Muitas pessoas vivem com diabetes tipo 2 por muito tempo sem que tenham ciência de sua condição. Quando recebem o diagnóstico, as complicações provocadas pela doença podem já estar presentes”, destaca a federação.

Os números mostram ainda que até 70% dos casos de diabetes tipo 2 podem ser prevenidos por meio da adoção de hábitos mais saudáveis. A quantia deve representar cerca de 160 milhões de pacientes até 2040.

“Diante de índices crescentes de subnutrição e de baixa atividade física entre crianças de diversos países, o diabetes tipo 2 na infância tem potencial para se tornar um problema de saúde pública global, provocando sérias consequências”, acrescenta a entidade.

Em diversas localidades do mundo, o diabetes figura como a principal causa de cegueira, doenças cardiovasculares, falência renal e amputação de membros inferiores.

Sinais e sintomas

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, o desencadeamento do diabetes tipo 1 é geralmente repentino e dramático e pode incluir sintomas como:

- sede excessiva;

- rápida perda de peso;

- fome exagerada;

- cansaço inexplicável;

- muita vontade de urinar;

- má cicatrização;

- visão embaçada;

- falta de interesse e de concentração;

- vômitos e dores estomacais, frequentemente diagnosticados como gripe.

Ainda segundo a entidade, os mesmos sinais podem ser observados em pessoas com diabetes tipo 2, mas, geralmente, eles se apresentam de forma menos evidente. Em crianças com diabetes tipo 2, os sintomas podem ser moderados ou até mesmo ausentes.

Programação no Brasil

No Brasil, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia preparou uma série de atividades em alusão à data. Estão previstos shows e atividades educativas em diversas cidades do país para chamar a atenção da população para a detecção precoce do diabetes.

A programação completa pode ser acessada por meio do site http://diamundialdodiabetes.org.br/.

A data

O Dia Mundial do Diabetes foi criado em 1991 pela Federação Internacional do Diabetes em conjunto com a Organização Mundial da Saúde (OMS), em resposta às preocupações sobre os crescentes números de diagnóstico no mundo.

A data tornou-se oficial pela Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de 2007, com a aprovação da Resolução das Nações Unidas 61/225. O dia 14 de novembro foi escolhido por marcar o aniversário de Frederick Banting que, junto com Charles Best, concebeu a ideia que levou à descoberta da insulina em 1921.

O português Rufino Borrego, 61, passou 43 anos em uma cadeira de rodas devido a um erro de diagnóstico, até voltar a caminhar, após descobrir sua verdadeira doença, publicou neste domingo o Jornal de Notícias.

Médicos do hospital Santa Maria, em Lisboa, diagnosticaram Rufino com distrofia muscular incurável quando ele tinha 13 anos, mas uma neurologista corrigiu o erro em 2010, ao revelar que ele sofria de miastenia congênita.

A prescrição de um remédio contra a asma indicado no tratamento da doença, que se expressa por meio de fraqueza muscular, fez Rufino voltar a caminhar.

Em 12 de maio de 2011, ele pôde ir a pé a um café perto de sua casa, em Alandroal, sudeste de Portugal. "Achamos que tivesse ocorrido um milagre", conta o dono do café, Manuel Melao, citado pelo jornal.

Rufino leva hoje uma vida normal, devendo se submeter a duas sessões de fisioterapia por ano. Ele diz não se sentir indignado com o hospital, uma vez que sua doença era quase desconhecida no momento do diagnóstico errado, no fim dos anos 60: "Quero apenas aproveitar a vida."

As diferenças no tratamento para o câncer podem não depender apenas dos aspectos específicos da doença e das variações entre pacientes. Tempo de espera por consultas com especialistas, facilidade para realização de exames, diagnóstico precoce e disponibilidade de tratamentos modernos não são iguais nas redes pública e privada.

O pai da analista de sistemas Monica Xavier Fonseca, de 45 anos, fazia o acompanhamento em São Paulo até se mudar para Extrema (MG). Após seis meses de espera, ele conseguiu uma consulta de rotina e fez o exame de PSA, cujo resultado foi considerado alto. Foi em novembro do ano passado. Como ele estava encontrando dificuldade para ser consultado rapidamente com um urologista, a família resolveu se unir para trazê-lo de volta para São Paulo para a realização de consultas e tratamento.

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Mas os prazos longos que eram dados na rede pública fizeram com que as etapas necessárias para fechar o diagnóstico fossem feitas na rede particular. "Fizemos uma vaquinha e o levamos a um médico particular, que fez o exame de toque e viu que ele estava com o problema de câncer de próstata. Ele não conseguiu fazer os exames na rede pública, todos eram muito demorados. Tomografia, cintilografia e raio X do tórax para ver se tinha dado metástase. Acabamos fazendo tudo particular. Só fez a biópsia em Diadema, porque conseguimos um encaixe", disse Monica.

Nessa fase, a família do aposentado Leoncio Xavier Rodrigues, de 74 anos, pagou R$ 1.080, mas Monica diz que não se arrepende de ter feito a mobilização para conseguir ajuda. "É horrível saber que seu pai está morrendo e pode não ter chance de ser atendido, porque há várias pessoas na mesma situação. Só um exame, a tomografia, estava marcado no hospital público e era só para abril. Fomos, então, nos lugares mais baratos e pedimos descontos."

Com os resultados em mãos, o aposentado conseguiu encaminhamento para ser atendido no Hospital São Paulo, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), onde fez cirurgia para remoção do tumor em março.

"Ele foi operado, refez o exame pelo Hospital São Paulo e começou a fazer hormonioterapia. E começou a luta para fazer o tratamento. O remédio estava em falta e fizemos outra vaquinha para comprá-lo. Custava R$ 2.500. Depois, trocaram a medicação dele. Não sei se tem o mesmo resultado."

Monica diz que, agora, a nova saga é para pegar a medicação. "A gente precisa ficar ligando quase todos os dias para saber se já chegou. Quando chega, minha irmã, que mora mais perto, vai lá buscar. A gente tem medo que ele fique sem, ele precisa desse remédio."

Apesar das dificuldades enfrentadas, ela comemora o atual estado de saúde do pai. "Ele ficou com incontinência urinária, mas está ótimo. Está bem, animado e com disposição. Consegue dirigir e fazer algumas coisas em casa."

Em nota, o Hospital São Paulo informou que os dois medicamentos prescritos para o paciente "são indicados e receitados igualmente". Disse ainda que o contato telefônico "é necessário para confirmar a disponibilidade, já que a entrega dos medicamentos é feita parceladamente".

Acompanhamento

Paciente da rede privada, o aeronauta Marino S. Filho, de 58 anos, teve indícios de que estaria desenvolvendo um câncer de próstata no começo de 2013, mas seu caminho foi muito diferente do de Rodrigues. O resultado do PSA foi considerado baixo e o exame de toque não revelou presença de tumor. Mesmo assim, o médico que o atendeu deu início a uma varredura para verificar se a saúde dele realmente estava bem.

"Por causa do histórico familiar, meu tio morreu de câncer de próstata, o médico pediu uma biópsia e um dos fragmentos deu positivo. Ele me encaminhou para um especialista, que pediu mais exames, uma biópsia em dez pontos, mapeamento total, ressonância magnética. Foi tudo muito rápido."

Os resultados mostraram que não seria necessário fazer intervenção cirúrgica imediata e o aeronauta, que é paciente do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, ficou sendo acompanhado durante um ano. "Na segunda ressonância, o médico viu que a lesão estava chegando perto do osso. Fiz uma cirurgia robótica não invasiva, não precisei de nenhuma medicação depois. Tive uma ótima recuperação. Estou vivendo uma rotina normal, faço exames a cada seis meses."

O aeronauta diz que fez toda a diferença ter recebido um tratamento rápido e de ponta. "Sei que é duro para a maioria da população ter acesso ao tratamento. Há pessoas que levam anos para conseguir fazer a cirurgia. Por isso, o principal caminho ainda é a prevenção. Esse tipo de manifestação não dá sintomas. Quando dá, o homem já está condenado à morte. Os homens não devem ter preconceito", diz.

Ele diz que o apoio da família foi fundamental ao longo do monitoramento do tumor e nos períodos antes e depois da cirurgia, mas que a força dada pelo médico também foi decisiva para que ele se mantivesse equilibrado. "Ele disse que foi um privilégio ter descoberto em fase inicial e, mesmo que tivesse alguma consequência, eu tenho minha família, minha mulher e teria minha vida. Depois disso, eu não via a hora de tirar a bomba-relógio que havia em mim."

Diferenças

Oncologista do Hospital Israelita Albert Einstein e supervisor técnico do serviço de oncologia do Hospital Heliópolis, ligado à Secretaria Estadual da saúde, Artur Malzyner diz que as dificuldades e diferenças podem ser encontradas tanto na rede pública quanto na privada.

"O tratamento dos pacientes que têm câncer com acesso à medicina privada não é uniforme. Também não é no SUS. Temos um atendimento que pode ser primário e pouco atualizado assim como uma gama imensa de recursos tecnológicos e farmacêuticos, mas isso é variado tanto no serviço privado quanto no público."

Mesmo assim, ele afirma que há diferenças quando os sistemas são comparados. "É menor a probabilidade de o paciente receber o mesmo tratamento atualizado que há na rede privada, porque há menos atualizações no SUS."

Malzyner explica, no entanto, que mais importante do que o tratamento de primeira linha é o diagnóstico precoce. "O sucesso do atendimento não está só em submeter o paciente a um bom tratamento, mas em ter o diagnóstico. Esse é o gargalo", afirma.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Secretaria de Saúde da Bahia obteve o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e apresentou hoje (31) em Salvador, o primeiro teste sorológico rápido nacional para detecção do vírus Zika. Assim, o exame que costumava levar semanas terá resultado em até 20 minutos.

O Secretário de Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas, destaca que o teste rápido facilitará a vida da população, ao permitir às mulheres, por exemplo, saberem se já foram ou estão infectadas pelo vírus.

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“Hoje existe uma quantidade de pessoas com sintomas que não têm o diagnóstico definitivo, ou seja, você acha que a pessoa tem a zika, mas pode ser uma outra virose. A partir de agora, principalmente para as mulheres em idade gestacional, ter a informação se ela teve ou ainda não zika é extremamente relevante para a decisão dela, em iniciar uma gestação”, ressalta Fábio Villas-Boas.

Procedimento

O dispositivo tem duas fitas portáteis (cassetes), que usam uma pequena amostra de soro do paciente. Uma das fitas reage com o anticorpo IgM, identificando infecções de até duas semanas. Já o segundo cassete reage ao IgC e identifica se o paciente já teve a infecção há mais tempo. Isso permite que o teste rápido detecte os anticorpos contra o vírus da Zika, no organismo do paciente, em qualquer fase da doença.

“A zika, antes era diagnosticada, em laboratório através do PRC [método que detecta a presença de carga genética do vírus], o que era demorado e muito custoso. A partir de agora, poderemos oferecer o diagnóstico em qualquer posto de saúde nos lugares mais distantes do país, e em apenas 20 minutos, a população terá a resposta se tem ou teve zika”, explica o secretário.

Parceria

O teste foi desenvolvido em parceria da Sesab com uma empresa sul-coreana, que transferiu a tecnologia ao laboratório fabricante, a Fundação Baiana de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Fornecimento e Distribuição de Medicamentos (BahiaFarma), ligado à Secretaria de Saúde do estado. Com a autorização concedida pela Anvisa, o laboratório aguarda o pedido do Ministério da Saúde para iniciar a fabricação e distribuição a toda a população brasileira. A previsão inicial pode ser de até 500 mil testes por mês.

“O processo iniciou-se em agosto do ano passado, com a assinatura do protocolo, porém o desenvolvimento do produto ocorreu entre setembro e janeiro, e nós começamos a fazer escalonamento de lotes-piloto, para registro do produto”, conta o diretor-presidente do Laboratório público, BahiaFarma, Ronaldo Dias.

A Agência Brasil procurou o Ministério da Saúde sobre a previsão de pedido para a fabricação dos produtos, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria.

 

O vírus Zika foi descoberto, na Bahia, em julho de 2015, quando casos associados à Síndrome de Guillan-Barré foram confirmados. De acordo com a Sesab, nos cinco primeiros meses deste ano, 36.725 casos foram registrados na Bahia.

O crescimento dos indicadores de dengue neste ano pode ter como causa não apenas o maior vigor na transmissão da doença, mas um erro de diagnóstico. Diante da tríplice epidemia enfrentada pelo País, com vários Estados apresentando simultaneamente infecções por dengue, zika e chikungunya, não está descartada a hipótese de que as duas últimas, que chegaram mais recentemente ao País, estejam sendo relatadas como casos de dengue.

Boletim divulgado pelo Ministério da Saúde mostra que, em 21 dias, o número de casos de dengue duplicou. Até o dia 27 de fevereiro, haviam sido identificados 396.582 pacientes com suspeita da infecção. No dia 6, eram 170.103 registros.

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A explosão surpreendeu especialistas. Os números de 2016 são ainda maiores do que os registrados ano passado, quando a epidemia atingiu seu recorde. Essa tendência de aumento em dois anos seguidos nunca havia sido notada. Desde que o vírus da dengue foi identificado, na década de 1980, não se vê uma epidemia de grandes proporções em anos subsequentes.

"Depois de um ano de grande número de casos, tradicionalmente há uma retração nos dados", observa o diretor de Vigilância em Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch. Outro fator que chama a atenção é o vírus circulante. A dengue apresenta quatro subtipos de vírus. "Dificilmente temos duas epidemias seguidas, causadas pelo mesmo sorotipo", diz o diretor. Os dados apontam que, até agora, a epidemia de 2016 é provocada sobretudo pelo subtipo 1, o mesmo de 2015.

Esses dois fatos associados sugerem a possibilidade de que casos relatados de dengue sejam de zika. "No caso da chikungunya, a diferenciação é mais fácil, porque há também um comprometimento das articulações, com fortes dores, que podem tornar-se crônicas", comenta o coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Giovanini Coelho.

Vetor

O mesmo não ocorre com zika e dengue. Além de compartilhar o vetor, o Aedes aegypti, as infecções provocam sintomas que, de forma geral, são semelhantes. Um dos artifícios usados para diferenciação era levar em consideração a circulação do vírus em determinada região. Essa ferramenta, no entanto, caiu por terra, uma vez que, em pouco tempo, a zika se espalhou pelo território nacional.

O teste laboratorial, feito para a dengue, também pode apresentar resultados indefinidos. "Como tanto dengue quanto zika são arbovírus, há um risco de uma infecção por zika provocar resultado falso positivo para dengue", explica Coelho.

O professor do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás, João Bosco Siqueira Júnior, concorda. "Não há dúvida de que há risco de erro nas notificações. Daí a importância da investigação dos casos. Com testes específicos podemos verificar, em um espaço de tempo razoável, o que de fato está ocorrendo."

O coordenador do Programa de Dengue do Ministério da Saúde observa, no entanto, que a confusão sobre as doenças não causa, no primeiro momento, dano para o paciente, pois o tratamento se mantém igual.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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A Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) do Recife realiza, nesta sexta-feira (1°), o primeiro de uma série de mutirões com o objetivo de dar o diagnóstico conclusivo a crianças com suspeitas de microcefalia. Neste primeiro encontro, a expectativa é avaliar 200 bebês.

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Até as 12h30, 109 crianças haviam sido atendidas, com o descarte da suspeita em 35 delas. O grande número de descartes está relacionado com a medida do perímetro craniano, que começou notificando como suspeita de microcefalia a partir dos 33 cm e atualmente está em 31.9 cm para menino e 31.5 para menina. “Às vezes a criança era notificada como se tivesse 39 semanas sem ter. Além disso, quando passa dois, três meses, é possível avaliar melhor”, explica a neurologista Vanessa Van Der Linden. 

O mutirão acabou se tornando um alívio para muitas mães que aguardavam a confirmação de que seu filho não sofria a malformação – ou o momento de conformidade para outras. É o caso de Sueli Maria das Graças, de 17 anos, moradora de Bom Jardim, no Agreste de Pernambuco, e mãe de Milena Rafaela das Graças, de cinco meses. “Eu fiquei nervosa no começo, aí os médicos explicaram. Hoje eu estou conformada, seja o que Deus quiser”, comenta Sueli.

O menino Thallyson Davi, filho de Milena Katarina, de 15 anos, teve a microcefalia descartada, como a mãe já esperava. “Eu não fiquei nervosa, porque os médicos disseram que iam fazer os exames por precaução, porque pelo modo como meu filho se movia e olhava não tinha microcefalia”, conta. Também estudante, Jéssica de Paula, 19, mãe de Lucas Alex, finalmente pode suspirar com a conclusão do diagnóstico. “Quando me disseram que meu filho podia ter microcefalia eu tomei um choque. Agora posso tirar o peso da consciência”.

A segunda edição do mutirão também ocorrerá na AACD no dia 8 de abril. Na segunda quinzena, o terceiro mutirão ocorrerá em Caruaru, no Agreste, que também terá uma segunda edição. Em maio, o evento ocorrerá em Petrolina, no Sertão. 

O último boletim da Secretaria Estadual de Saúde, divulgado no dia 29 de março, registrou 1829 casos de microcefalia notificados em Pernambuco. Na ocasião, 273 casos haviam sido confirmados e 349 foram descartados. 

O teste que irá identificar simultaneamente dengue, zika e chikungunya será disponibilizado prioritariamente para mulheres grávidas, afirmou neste sábado (16) no Rio, o ministro da Saúde, Marcelo Castro. Um dia após a confirmação das três primeiras mortes por chikungunya no País, o ministro apresentou na Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) o novo kit de diagnóstico desenvolvido pela instituição. Atualmente é necessário realizar os três exames separadamente. Até o fim do ano o ministério vai encomendar 500 mil kits.

Durante a divulgação do kit, o vice-diretor de Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Carlos Chagas, Marco Krieger, explicou que a leitura da análise sairá em duas ou três horas. Ontem, o ministério divulgara que esse tempo seria de apenas vinte minutos. Os resultados dos testes atuais podem levar um dia inteiro, segundo Krieger. Uma outra vantagem do novo kit, além da rapidez, é que ele já vem pronto para uso e é padronizado, reunindo todos os insumos em um único pacote. Isso evita inconsistências nos lotes de produtos. O kit identifica o vírus, mas não o estágio da doença.

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Apesar da gravidade das três enfermidades transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, e da epidemia já admitida de chikungunya, o ministro da Saúde fez questão de destacar que o zika é a maior preocupação do governo, em função de sua associação à microcefalia em bebês. O País já registra em torno de 3.500 casos da doença.

Ao ser questionado sobre a recomendação das autoridades de saúde dos Estados Unidos para que grávidas evitem viagens ao Brasil e a outros países onde o vírus zika está se espalhando, o ministro da Saúde considerou o alerta prudente. "Não foi uma recomendação para não virem, mas para tomarem certos cuidados. Não podemos achar exagero se estão recomendando o mesmo que nós", afirmou, mencionando cuidados como o uso de repelente e roupas que evitem a exposição ao mosquito. "Estamos vivendo uma epidemia de microcefalia e a gestante deve fazer tudo para não ser picada."

Recentemente Castro chegou a declarar, em tom de brincadeira, que esperava que as mulheres contraíssem o zika antes de entrarem em idade fértil. Na Fiocruz, ele voltou a afirmar que a epidemia de microcefalia criará uma geração de pessoas dependentes de cuidados especiais.

O Ministério da Saúde está apoiando pesquisas da Fiocruz, Butantã e Instituto Carlos Chagas para desenvolver uma vacina contra o zika, mas o ministro reconhece que isso levará anos. Castro descartou a busca de um financiamento internacional para o combate aos vírus e garantiu que não faltarão recursos.

Diagnóstico

A expectativa é que o novo kit diagnóstico da Fiocruz acelere a identificação das doenças possibilitando o tratamento correto, e que reduza o custo dos testes, já que haverá substituição de insumos estrangeiros por produtos nacionais. O diagnóstico do vírus zika é feito hoje com o uso da técnica molecular RT-PCR em tempo real, que identifica a presença do material genético na amostra.

O Kit NAT Discriminatório, como foi batizado o teste, traz uma combinação pronta de reagentes, o que deve acelerar a análise das amostras e a liberação dos resultados. A análise conjunta é especialmente relevante para regiões em que os vírus circulam ao mesmo tempo. Os primeiros 50 mil kits produzidos pela Fiocruz devem ser distribuídos inicialmente a 18 dos 22 Laboratórios Nacionais de Saúde Pública.

A estimativa é que a nacionalização dos kits represente uma economia de 50% aos cofres públicos. Segundo a Fiocruz o custo para a realização do diagnóstico é de US$ 20 (R$ 80) por teste, contra cerca de R$ 900 em laboratórios privados. O desenvolvimento do kit para diagnóstico simultâneo dos três vírus foi um trabalho conjunto do Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP) e do Instituto Oswaldo Cruz, com apoio do Instituto Carlos Chagas, do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães e do Instituto Bio-Manguinhos, da Fiocruz.

O diretor do Departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, Cláudio Maierovitch, avalia que a maior dificuldade é estabelecer causa e consequência nos casos de microcefalia, sobretudo pela falta de ferramentas de diagnóstico. "A causa da má-formação aconteceu há pelo menos seis meses. Esse período pode fazer com que boa parte dos detalhes seja esquecida", afirma.

Exames existentes, por exemplo, para identificação de infecções provocadas por vírus transmitidos por insetos geralmente são pouco específicos: funcionam no período da contaminação. Quanto mais longe o período, mais difícil identificar o agente.

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Diante dessas dificuldades, o governo aposta em duas alternativas, de onde a solução pode ser encontrada. De um lado, aumentou o ritmo para que um teste específico para o zika seja desenvolvido.

Uma equipe da Fiocruz de Pernambuco trabalha no projeto e a expectativa é de que, até o fim do mês, a forma "artesanal" já poderá ser testada. O Ministério também entrará em contato com CDC, Pasteur e outros institutos de pesquisa em busca de alternativas.

Carlos Brito, da Universidade Federal de Pernambuco, acha difícil que o aumento de casos de microcefalia seja provocado, por exemplo, por dengue. "Temos epidemia de dengue no Brasil desde 1986 e nunca um fato como esse foi registrado." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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