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Uma mulher de mais de 80 anos aguarda o resultado do teste de coronavírus há 12 dias em uma UTI de um hospital na Baixada Santista, em São Paulo. Sob condição de anonimato, o jornal O Estado de S. Paulo conversou com o filho dessa mulher, que demonstrou angústia pela falta do diagnóstico preciso e pelo que isso pode representar para a saúde da mãe e de todos que tiveram contato com ela. A coleta do material ocorreu no dia seguinte à internação, há duas semanas, e a família não conhece o resultado.

Dos profissionais de saúde, o filho recebeu diferentes prazos. Inicialmente, o hospital informou que demoraria cerca de dez dias, depois uma médica falou em sete dias e de outros especialistas ouviu que o prazo está sendo de até 20 dias para saber se uma pessoa está ou não com coronavírus. "Está preso no (Instituto) Adolfo Lutz, me dizem", contou o homem.

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O Instituto Adolfo Lutz é considerado o principal órgão de vigilância epidemiológica do Estado e o governo vem tentando soluções para os casos que estão ficando represados lá. Nesta semana, o governador João Doria (PSDB) anunciou o início da operação no Instituto Butantã para absorver a demanda.

Procurada pela reportagem, a Secretaria de Estado da Saúde informou que o instituto "está priorizando o processamento das amostras de casos graves e óbitos". Disse ainda que, de acordo com o Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo e do Centro de Operações de Emergências, o teste "não afeta o tratamento da pessoa, que é feito apenas do ponto de vista clínico". A pasta afirmou que adquiriu 60 mil testes extras para suporte do instituto. A espera para a família da idosa continua. Um dos receios é de que ela esteja em ala separada para pacientes com coronavírus sem estar com a doença. A mulher já apresenta melhoras, após ter chegado ao hospital em uma situação crítica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, 72 anos, foi diagnosticado com o novo coronavírus. Andrade integrou a comitiva do presidente Jair Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos, na semana passada. Com a confirmação do caso, já são 12 o número de pessoas que foram na viagem e contraíram a covid-19.

Segundo a assessoria da CNI, Andrade está bem, em isolamento domiciliar, e assintomático.

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Durante a viagem, ele teve contato com o presidente Bolsonaro e o secretário de Comunicação da presidência da República, Fabio Wajngarten, que foi a primeira autoridade do governo federal a ser diagnosticada com o coronavírus.

Além de Wajngarten, tiveram resultado positivo para coronavírus o secretário-adjunto de Comunicação, Samy Liberman; o encarregado de Negócios do Brasil nos Estados Unidos, o embaixador Nestor Forster; o senador Nelsinho Trad (PTB-MS); e o chefe do cerimonial do Itamaraty, Alan Coelho de Séllos. Também confirmaram diagnóstico a advogada Karina Kufa e o publicitário Sérgio Lima, respectivamente tesoureira e marqueteiro do Aliança do Brasil, que viajaram em voo comercial para os Estados Unidos.

Além disso, outros quatro integrantes da equipe de apoio do voo que levou o presidente Bolsonaro aos Estados Unidos testaram positivo para o coronavírus.

Além dos 12 brasileiros, o prefeito de Miami, Francis Suarez, que recepcionou a comitiva brasileira, também está com a covid-19.

O grupo farmacêutico suíço Roche anunciou nesta sexta-feira (13)que recebeu uma aprovação urgente das autoridades dos Estados Unidos para comercializar seu novo e mais rápido teste para diagnosticar o novo coronavírus, que infectou mais de 130.000 pessoas no planeta.

A FDA, agência americana para o controle de alimentos e medicamentos, aprovou a comercialização do teste SARS-CoV-2, que detecta o vírus que propagou a pandemia COVID-19, informou a Roche em um comunicado.

De acordo com a Roche, o teste proporciona resultados de maneira mais rápida que outros exames atualmente disponíveis.

"Estamos aumentando a velocidade do diagnóstico em 10 vezes", declarou Thomas Schinecker, diretor da unidade de diagnósticos da Roche, em entrevista a Bloomberg News.

A velocidade no diagnóstico é essencial na luta contra a pandemia do novo coronavírus, que provocou 5.043 mortes no mundo, a maioria na China continental, segundo um balanço da AFP.

No total, desde que surgiu no fim de dezembro, quase 134.300 pessoas foram contaminadas em 120 países e territórios.

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Diante dos casos de coronavírus no Brasil e no mundo, o melhor para se antecipar a essa doença é procurar informações fidedignas e tentar não se desesperar, já que - no Brasil - apenas um caso foi confirmado e, até então, não somos um reduto do vírus. Em Pernambuco, por exemplo, até agora apenas três casos estão sendo investigados diante dos 20 casos suspeitos, segundo última atualização divulgada pelo Ministério da Saúde, que surgiram no Brasil. 

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O que é o coronavírus?

O novo agente do coronavírus, chamado de coronavírus (SARS-CoV-2), foi descoberto no fim de dezembro de 2019 após ter casos registrados na China. Alguns coronavírus podem causar doenças graves com impacto importante em termos de saúde pública, como a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), identificada em 2002, e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS), identificada em 2012.

Como é feito o diagnóstico do coronavírus?

O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de materiais respiratórios (aspiração de vias aéreas ou indução de escarro). É necessária a coleta de duas amostras na suspeita do coronavírus.

As duas amostras serão encaminhadas com urgência para o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Uma das amostras será enviada ao Centro Nacional de Influenza (NIC) e outra amostra será enviada para análise de metagenômica.

Para confirmar a doença é necessário realizar exames de biologia molecular que detecte o RNA viral. O diagnóstico do coronavírus é feito com a coleta de amostra, que está indicada sempre que ocorrer a identificação de caso suspeito. 

Os casos graves devem ser encaminhados a um Hospital de Referência para isolamento e tratamento. Os casos leves devem ser acompanhados pela Atenção Primária em Saúde (APS) e instituídas medidas de precaução domiciliar.

Como é feito o tratamento do coronavírus?

Não existe tratamento específico para infecções causadas por coronavírus humano. No caso do coronavírus é indicado repouso e consumo de bastante água, além de algumas medidas adotadas para aliviar os sintomas, conforme cada caso, como, por exemplo:

Uso de medicamento para dor e febre (antitérmicos e analgésicos). Uso de umidificador no quarto ou tomar banho quente para auxiliar no alívio da dor de garganta e tosse. Assim que os primeiros sintomas surgirem, é fundamental procurar ajuda médica imediata para confirmar diagnóstico e iniciar o tratamento.

Todos os pacientes que receberem alta durante os primeiros 07 dias do início do quadro (qualquer sintoma independente de febre), devem ser alertados para a possibilidade de piora tardia do quadro clínico e sinais de alerta de complicações como: aparecimento de febre (podendo haver casos iniciais sem febre), elevação ou reaparecimento de febre ou sinais respiratórios, taquicardia (aumento dos batimentos cardíacos), dor pleurítica (dor no peito), fadiga (cansaço) e dispneia (falta de ar).

Se você viajou para a China nos últimos 14 dias e ficou doente com febre, tosse ou dificuldade de respirar, deve procurar atendimento médico imediatamente e informar detalhadamente o histórico de viagem recente e seus sintomas.

*Com informações do Ministério da Saúde

Uma mulher, de cerca de 40 anos, que trabalha como guia de ônibus de turismo no Japão foi contaminada pelo novo coronavírus (COVID-19) pela segunda vez, informou o governo da província de Osaka, no oeste do país, nesta quinta-feira (27). A paciente realizou o teste nessa quarta (26) depois de ter novamente dores na garganta e no peito. Ela está internada em isolamento.

A primeira vez que foi diagnosticada com a doença foi no fim de janeiro. Na ocasião, a mulher recebeu alta no dia 1º de fevereiro. Em uma entrevista coletiva, a diretora do departamento de medicina da Prefeitura, Mutsuko Fujii, disse que seu escritório reportará o caso ao governo central de Tóquio e aguardará instruções sobre como proceder.

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De acordo com o governador da segunda mais populosa do Japão, Hirofumi Yoshimura, os exames médicos serão estendidos a mais pessoas "para evitar uma situação em que os sintomas do coronavírus possam envolver um número cada vez maior de indivíduos". O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, por sua vez, ordenou o fechamento temporário de todas as escolas públicas do país a partir do próximo dia 2 de março até ao menos por duas semanas, para tentar evitar a propagação do coronavírus. 

Até o momento, o número de casos confirmados aumentou de 170 para 186 no território japonês. A quantidade, no entanto, é contada separada dos 704 registrados no navio Diamond Princess, colocado em quarentena em Tóquio.

Da Ansa

A partir da próxima quinta-feira (23), a cidade de São Paulo passará a atender pacientes no programa Corujão do Câncer. A iniciativa, elaborada em parceria com os melhores hospitais da capital paulista, oferecerá atendimento para tumores de maior incidência como estômago, colorretal, tireoide e próstata. A proposta da primeira fase do projeto é elevar em 13 vezes o número de vagas para exames, além de permitir o acompanhamento de saúde na rede municipal entre dois e cinco anos.

Entre as instituições parceiras do programa estão os hospitais AC Camargo, Instituto de Câncer Dr. Arnaldo (Cavc), Hospital Municipal Dr. Gilson de Cássia Marques de Carvalho/Einstein e Hospital Sírio Libanês.

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Preparada para entrar em vigor no mês de março, a segunda fase do Corujão do Câncer voltará as atenções para pacientes diagnosticados com os mais diferentes tipos de câncer, como os de pele, ginecológicos, hematológicos, neurológicos, oftalmológicos e pediátricos. Nesta etapa, serão mais de 70 mil vagas para exames a serem realizados entre 19h e 22h em 21 unidades de saúde municipais.

O câncer é o crescimento desordenado de células que invadem órgãos e tecidos. O diagnóstico imediato aumenta as chances de cura em 60%. Em 2019, o município de São Paulo atendeu 10.839 pessoas com câncer, na rede municipal do Sistema Único de Saúde (SUS). Na capital paulista, os exames para detecção da doença estão disponíveis na rede Especializada de Média Complexidade de São Paulo.

O governo sancionou uma lei que estabelece o prazo máximo de 30 dias para a realização de exames para comprovar o diagnóstico de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS) após pedido médico. A Lei 13.896 foi publicada no Diário Oficial da União anteontem e entrará em vigor em seis meses.

O texto já havia sido aprovado na Câmara dos Deputados e, no dia 16 de outubro, foi aprovado pelo Senado. A proposta acrescenta a exigência em uma lei de 2012 que já obriga o SUS a iniciar o tratamento em 60 dias a partir do diagnóstico do câncer. A nova regra determina que, nos casos em que a principal hipótese seja a de tumor maligno, os exames necessários para a confirmação da suspeita devem ser realizados em, no máximo, 30 dias. O prazo passa a contar da solicitação de um médico responsável.

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Na análise do projeto no Congresso, deputados e senadores argumentaram que a agilidade nos exames é fundamental para aumentar as chances de recuperação nos casos de câncer.

Gargalo

Embora esteja em vigor desde maio de 2013, a lei dos 60 dias ainda não atende todos os pacientes diagnosticados com câncer. "Dos casos com informação de diagnóstico e de tratamento pelo SUS, de 2013 a 2019, o porcentual dos que tiveram início de tratamento em até 60 dias após a diagnóstico histopatológico (feito por meio da análise de tecidos afetados) de câncer variou entre 49,4% a 83,1%", informou o Instituto Nacional de Câncer (Inca), com base em dados atualizados em setembro deste ano.

Em 2013, 50,3% dos pacientes diagnosticados com câncer receberam tratamento em até 60 dias, porcentual que passou para 61,6% no ano passado. Neste ano, está em 83,1%. "Em 2018 e 2019, o Painel-Oncologia foi capaz de incluir informações de mais tipos de câncer, o que também pode ter influenciado o aumento", avalia o Inca.

Por meio de nota, o Ministério da Saúde informou que desenvolve ações para que a lei seja cumprida. "A pasta discute metodologias e ferramentas para aprimorar os sistemas de transparência, monitoramento e foco do atendimento dentro dos 60 dias de início do tratamento, melhorando, dessa forma, a execução do que está determinado em lei."

Segundo o ministério, em oito anos dobraram os recursos destinados aos tratamentos na rede pública de saúde. Os valores passaram de R$ 2,2 bilhões, em 2010, para R$ 4,4 bilhões, em 2018. O Ministério da Saúde afirma, ainda, que faz investimentos em prevenção e diagnóstico. Estima-se que o Brasil registre 600 mil novos casos de câncer este ano. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A cada 3,8 segundos, o robô Laura faz uma varredura nas informações sobre pacientes internados e, utilizando inteligência artificial, consegue mapear casos de sepse, grave infecção que pode afetar o funcionamento dos órgãos e levar à morte. A plataforma, criada pelo arquiteto de sistemas Jacson Fressatto, de 40 anos, está presente em 13 hospitais em três Estados e deve chegar à capital e ao interior de São Paulo em novembro.

Quadro que causa a morte de 250 mil pessoas ao ano no País e de cerca de 6 milhões de pacientes no mundo, a sepse tem sido alvo de estudos de instituições, principalmente dos Estados Unidos. A ideia de criar uma plataforma para evitar a complicação em pacientes que estão internados ocorreu depois de uma tragédia na família de Fressatto. Em 2010, a filha Laura nasceu prematura e, após 18 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), morreu por sepse.

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"Até 2012, fiquei estudando o que era e vi que se fazia necessário construir uma tecnologia que fosse integradora, mas pouco se falava em inteligência artificial e "machine learning" (aprendizado das máquinas)", lembra Fressatto. "Passei a investir recursos pessoais, vendi meu patrimônio e construí, em 2015, um protótipo que foi testado em um hospital para validar o tratamento."

Segundo o fundador do Instituto Laura Fressatto, a primeira implementação foi em julho do ano seguinte no Hospital Nossa Senhora das Graças, em Curitiba, e a plataforma se mostrou eficiente. O balanço da entidade, de outubro de 2016 a junho deste ano, aponta que 2,5 milhões de pacientes já foram monitorados e 12.289 acabaram beneficiados pela tecnologia. "A minha meta pessoal não está relacionada com o que eu passei, mas em saber que a gente pode ter um controle efetivo de risco de morte. Não sou médico nem da área de saúde, mas o que fiz salva 12 pessoas por dia."

Atualmente, a plataforma está em funcionamento em cinco hospitais do Paraná, entre eles o Erasto Gaertner e o Nossa Senhora das Graças, na capital, além de uma instituição de Minas e sete do complexo da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. O valor de implementação varia de acordo com o tamanho do hospital e há um gasto mensal de, em média, R$ 4 mil.

Infectologista e diretor médico da plataforma, Hugo Morales explica que a tecnologia funciona monitorando dados do prontuário do paciente e informações contidas em uma ferramenta. Sinais vitais e resultados de exames são analisados pela plataforma, que emite alertas para a equipe médica, caso o paciente apresente alterações no quadro clínico. "A plataforma é a potencialização do ser humano pela máquina, mas quem toma a decisão é o ser humano. Fizemos um estudo seis meses antes e seis meses depois do uso da tecnologia, com 55 mil pacientes. Tivemos redução de mortalidade de 25% e o tempo de internação caiu 10%."

Diretor assistencial do Hospital Ministro Costa Cavalcanti, em Foz do Iguaçu (PR), Sandro Scarpetta diz que a ferramenta está sendo utilizada há pouco mais de um ano e já trouxe resultados. "A (taxa) de mortalidade passou de 4,33% para 1,64%."

Alerta

Presidente do Instituto Latino-Americano de Sepse e intensivista do Hospital Sírio-Libanês, Luciano Azevedo observa que grupos em outros países estão estudando e desenvolvendo plataformas para evitar a complicação, mas ainda são necessários trabalhos científicos para comprovar a eficácia. "Isso é uma tendência, mas ainda não tem uma plataforma que esteja totalmente validada cientificamente para uso. É como um medicamento, que passa por várias etapas de validação", explica Azevedo.

"A inteligência artificial que a gente tem ainda não é capaz de discernir totalmente se é um caso de sepse", observa ele. "Se alarma o tempo inteiro com pacientes que não têm sepse, fadiga a equipe médica. Mas, no futuro, certamente ajudará."

Diagnóstico

A dona de casa Francielli Colle Santana, de 34 anos, estava grávida de 21 semanas do segundo filho quando sentiu um mal-estar, em abril do ano passado. Ela buscou um hospital e foi liberada após três dias de internação. Mas não melhorou.

"Fiquei mais dois ou três dias em casa, mas estava com muita fraqueza e falta de ar", lembra ela. "Fui diagnosticada com sepse por causa do robô, que deu um alerta. Uma bactéria dentária pegou uma válvula do meu coração. Fiz uma cirurgia cardíaca grávida. O médico não deu muita esperança para o bebê."

Naquele momento, Francielli não conseguia compreender a gravidade de seu estado. "Estava tão ruim que não conseguia pensar. Quem sofreu mais foi a minha família." Foram 20 dias de internação, mas a gravidez correu bem. Rafael, que está com 1 ano, e a mãe estão saudáveis.

Montanha-russa

Bianca, de 1 ano e 8 meses, é outra paciente que teve a sepse detectada com a plataforma. A mãe da criança, a jornalista Jéssica Amaral, de 33 anos, teve uma infecção no útero e a menina nasceu prematura. "A gente ficou 77 dias na UTI. Durante a internação, ela teve várias complicações: pneumonia, hemorragia pulmonar. Nem sabia que o hospital tinha essa tecnologia. Mas vi no laudo, depois, que ela teve a sepse. Foi uma forma de salvar a Bianca."

No período de internação, ela viu o robô Laura sendo utilizado pela equipe médica em outros pacientes. "Via a movimentação dos médicos e descobri depois que era a sepse. A UTI é uma montanha-russa. Um dia, a pessoa está bem, no outro, está muito ruim. A minha filha, quando quase estava saindo do hospital, teve a pneumonia. É difícil ver o começo da vida daquele jeito." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Presidência da República do Uruguai emitiu um comunicado oficial na tarde de hoje (23) confirmando que Tabaré Vázquez está com um tumor maligno no pulmão.

O oncólogo responsável pelo exame, Mauricio Cuello, informou que "no dia de hoje se realizou a intervenção diagnóstica prevista onde se confirmou a presença de um tumor maligno. O informe definitivo estará disponível nos próximos dias".

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A nota diz ainda que o presidente está em excelente estado de saúde e que superou o procedimento sem complicações. O tratamento que será realizado será definido após o resultado dos estudos ainda em curso.

No início desta semana, Vázquez convocou uma coletiva de imprensa para informar que, em um exame de rotina, havia sido detectado um nódulo no pulmão direito.

Há menos de um mês, no dia 31 de julho, a esposa de Vázquez, María Auxiliadora Delgado, faleceu de infarto. Eles estavam casados há mais de 50 anos. Vázquez tem 79 anos.

Vida marcada

O câncer marcou profundamente a vida de Vázquez. Na década de 1960, ele perdeu a mãe, o pai e a irmã, todos vítimas da doença. Nos anos 1970, Vázquez ingressou no Serviço de Radioterapia da Faculdade de Medicina e, partir de então, dedicou a sua vida à oncologia.

Apesar de já ter sido fumante, Vázquez não fumava há mais de 50 anos. E, após ter deixado o hábito, se tornou um crítico atroz do tabaco. No primeiro mandato como presidente, em 2008, aprovou a lei que proíbe o fumo em locais fechados e impõe restrições severas à publicidade de cigarros.

Vázquez publicou um livro em 2011, intitulado Crônicas de um mal amigo, em que aborda a doença. “É um flagelo da humanidade que chega sem ser chamado, fica sem ser convidado e se desenvolve em organismos sem primeiro levantar suspeitas sobre suas intenções. Um belo dia - melhor dito, um dia ruim - é apresentado em cena no que constitui o último ato de uma longa representação biológica, que passou em silêncio, talvez por muito tempo e que se não diagnosticada em tempo hábil e tratada adequadamente, ele acaba destruindo quem lhe deu abrigo”, escreveu Vázquez sobre o câncer.

 

 

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Pesquisa divulgada pela organização não governamental Instituto Oncoguia, baseada nos Registros Hospitalares de Câncer (RHC) do Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostra que 86,2% dos casos de câncer de pulmão são diagnosticados em estágio avançado no Brasil. O levantamento considerou 6,9 mil casos de câncer de pulmão registrados no ano de 2016. Nos Estados do Pará, Ceará e Bahia, os registros tardios chegam a 95% e, em Sergipe, 100%.

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“Esses números são extremamente preocupantes, considerando que o câncer de pulmão é o que tem maiores índices de mortalidade no mundo e as chances de cura estão diretamente relacionadas ao estágio em que a doença é descoberta”, alerta o cirurgião oncológico Antônio Bomfim.

No caso dos tumores identificados em estágios avançados (3 e 4), a chance de o paciente morrer nos próximos cinco anos é de aproximadamente 90%.

Segundo o Globocan, projeto da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), em 92% dos registros o paciente morre em decorrência da doença. O câncer de pulmão é o que mais mata no Brasil, apesar de ser o 4º em incidência (sem considerar o câncer de pele não melanoma), atrás do colorretal, em 3º lugar; do de próstata, em 2º; e do câncer de mama, o mais incidente no país.

Os números divulgados pelo Oncoguia indicam ainda que em 79,1% dos casos de câncer de pulmão há relação com o tabagismo (os pacientes eram fumantes ou ex-fumantes). Apenas 21% nunca tiveram contato com o tabaco. “O lado bom disso é que o câncer de pulmão, ao mesmo tempo que é o tipo mais letal, é evitável. Quem não fuma e não é fumante passivo tem as chances de ter a doença reduzidas drasticamente”, explica o médico.

Para 2019, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 31.270 novos casos. A grande diferença entre o número de casos estimados e o número de casos notificados, registrados oficialmente, reflete um outro problema, que é a subnotificação. “As políticas públicas são baseadas em dados oficiais e apenas 24,5% dos casos foram oficialmente notificados no Brasil em 2016. Precisamos que a notificação compulsória do câncer, que é uma lei que já foi aprovada há um ano, seja implementada”, destaca o especialista, antes de falar da evolução do tratamento.

Uma das maneiras de tratar o câncer de pulmão é por meio de cirurgia. “É a melhor opção de tratamento nos casos iniciais. Nos demais casos, o tratamento é decidido de forma multidisciplinar, entre o cirurgião, oncologista clínico e radioterapeuta”, explica o cirurgião torácico e oncologista Antônio Bonfim. “Nos tumores iniciais, a chance de cura é de mais de 80%”, destaca ele.

“Por ser considerado um procedimento de grande porte, buscamos sempre as melhores técnicas para minimizar o sofrimento dos pacientes. A técnica de cirurgia por vídeo é o que existe, hoje, de menos invasivo. A maioria das cirurgias ainda é feita com duas ou três incisões – técnica multiportal, mas já há uma evolução da técnica para a uniportal, com apenas uma incisão. Esta é a que mais cresce no mundo”, explica o médico.

O cirurgião paraense acaba de voltar da China, onde participou de um curso de especialização em cirurgia torácica pela técnica uniportal, no Departamento de Cirurgia Torácica do Hospital do Câncer de Yunan. Foi Antônio Bomfim o primeiro a utilizar, no Pará, a técnica uniportal, em 2016.

A cirurgia uniportal possibilita procedimentos pouco invasivos, com apenas um pequeno corte, de três centímetros, na lateral do tórax. A técnica foi criada em 2010 pelo espanhol Diego Gonzalez Rivas, que já disseminou seu conhecimento ministrando cursos em 104 países e mais de 56 cidades da China.

A China é hoje um dos maiores centros de inovação em cirurgia para câncer de pulmão do mundo. A incidência da doença no país é alta por causa do tabagismo, que atinge 80% da população, e da grande poluição ambiental.

Por Dina Santos, especialmente para o LeiaJá.

 

Uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina laboratorial (SBPC/ML), realizada entre março e abril nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, apontou que 72% dos pacientes com doenças crônicas só descobriram a doença após o aparecimento dos sintomas.

O presidente da SBPC/ML, Wilson Shcolnik, alerta que quando os pacientes apresentam sintomas é sinal que a patologia já está instalada. "A população não está realizando exames clínicos e laboratoriais básicos como forma de prevenção, mas sim de diagnóstico", explica.

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A pesquisa revelou também que a maioria (96%) considera exames laboratoriais importantes para a prevenção, mas só 17% dos pacientes acham que os médicos solicitam mais exames que o necessário. Metade dos entrevistados (51%) acredita que poderia ter procurado ajuda médica com antecedência para evitar a doença ou retardá-la.

Shcolnik ressalta que os testes descartam ou afirmam hipóteses de diagnostico, eles apontam para a necessidade de uma investigação mais detalhada e auxiliam os especialistas com ações que podem evitar a manifestação da doença ou mesmo para diagnósticos precoces, aumentando as chances de tratamento e cura.

A Justiça condenou uma equipe médica do pronto socorro municipal Dr. Janjão, em Franca, no interior de São Paulo, pela morte de um paciente que sofreu choque séptico por apendicite aguda supurada. Em cinco dias, o paciente passou por oito médicos. Os profissionais terão de prestar serviços à comunidade por dois anos, além de pagar o valor de 15 salários mínimos aos familiares da vítima.

A decisão foi dada por desembargadores da 9ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo.

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Segundo os autos do processo, em 12 de outubro de 2007, um homem de 23 anos buscou atendimento do Pronto Socorro municipal Dr. Janjão comunicando "dor abdominal, calafrio, náusea, vômito e febre".

O primeiro médico que atendeu o jovem solicitou um exame de sangue e receitou remédios para enjoo e dor, suspeitando de virose. O homem foi liberado, mas deveria retornar ao hospital no início da noite para buscar o resultado dos exames.

Quando voltou ao pronto socorro, a vítima foi atendida por um segundo médico, que prescreveu remédios para dor e o liberou. Os exames apontavam infecção e inflamação.

No dia seguinte, o homem foi ao hospital novamente, se queixando de "dores abdominais e dor ao urinar". O terceiro médico solicitou um exame de urina, prescreveu remédios para dor e liberou o paciente.

Quando voltou ao hospital para pegar o resultado, na noite do mesmo dia, o homem foi atendido por outro médico, que, ao observar que o exame de urina indicava infecção, solicitou um novo hemograma.

Uma suspeita de apendicite foi detectada horas depois. Na ocasião, outro médico solicitou um novo hemograma e prescreveu mais medicamentos ao paciente. O suposto quadro não foi informado ao paciente e a seus familiares, segundo os autos.

No sexto atendimento, o jovem chegou ao hospital "com dificuldade para andar, febre e dores no baixo ventre". Foi liberado com prescrições de remédios para dor e antitérmicos - a médica inferiu que ele tivesse uma infecção de urina.

No dia seguinte o homem foi mais uma vez ao hospital, fez exames solicitados pelo sétimo médico e foi liberado.

Os exames, analisados por um oitavo médico, apresentaram elevação da "bilirrubina, sugestiva perfuração do apêndice, inflamação e infecção".

Diante do quadro, o profissional questionou o diagnóstico de cálculo renal e infecção urinária e prescreveu soro fisiológico e outros remédios para as dores e vômitos que o paciente apresentava.

A família do homem resolveu pedir, então, que um outro médico o atendesse em casa, e o profissional constatou a gravidade do quadro.

O paciente foi encaminhado ao pronto socorro Dr. Janjão, com pressão baixa, febre e "abdômen tenso difusamente doloroso".

O médico pediu uma radiografia e prescreveu outros medicamentos, indicam os autos, "mesmo com dados indicativos de apendicite supurada".

Com taquicardia, o homem deu entrada mais tarde no hospital. O médico considerou que se tratava de uma reação a um dos remédios, mas após o agravamento do estado clínico, encaminhou o jovem à cardiologia da Santa Casa.

O paciente foi então diagnosticado com choque séptico de origem abdominal. O cirurgião de plantão foi acionado e o homem operado, mas acabou sofrendo uma parada cardiorrespiratória e faleceu. Segundo o cirurgião, o paciente deveria ter sido operado no primeiro dia que foi até o hospital.

As defesas

O voto do relator do processo apresenta as alegações dos médicos que atenderam o jovem.

Eles argumentaram que os exames "não apresentavam alterações significativas, que não tiveram acesso a atendimentos anteriores, que o homem estava assintomático no momento de alguns exames, que o jovem não relatou os outros atendimentos no PS, e que o uso de antibióticos mascara o quadro infeccioso".

Alguns profissionais destacaram que foram punidos pelo Conselho Regional de Medicina.

Segundo o processo, a Câmara do CRM do Estado de São Paulo avaliou as condutas dos médicos no caso, "punindo os mesmos por diferentes atos, censura confidencial em aviso reservado, censura pública em publicação oficial e prontuário incompleto e pouco legível".

Um médico foi afastado do exercício da profissão por um mês.

A decisão

Os desembargadores da 9ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo que participaram do julgamento do caso votaram de maneira unânime para aumentar as penas de prisão determinadas aos médicos por inobservância de regra técnica de profissão, mas substituir a pena corporal dos os acusados por duas restritivas de direitos.

Alguns médicos apresentaram alegações ao juízo indicando insuficiência de provas, prescrição da pretensão punitiva e inépcia da denúncia, solicitando redução da pena e absolvição.

Segundo o relator do processo, desembargador Sérgio Coelho, houve negligência dos médicos por causa do atendimento precário à vítima, o que levou à sua morte.

O desembargador destaca que a principal forma de se detectar a inflamação causada pela apendicite aguda é via exame clínico, o que não foi realizado.

"Os médicos tinham o dever legal de realizar, no mínimo, um detalhado exame físico no ofendido a partir do primeiro momento em que ele foi atendido no pronto atendimento […]. Ao invés disso, se limitaram a prescrever remédios paliativos, inclusive antibióticos, que, inclusive, podem ter servido para mascarar os sintomas da vítima", afirmou o magistrado.

Com a palavra, o Pronto Socorro Municipal Dr. Janjão

A reportagem fez contato com a Secretaria de Saúde de Franca. O espaço está aberto para manifestação.

Segundo a Organização Pan-americana de Saúde (OPAS), no Brasil, uma em cada 160 crianças tem autismo. O transtorno possui forte componente genético, cerca de 70% dos casos diagnosticados, segundo a neuropsicóloga Karina Medrado. 

Em 2 de abril é celebrado o dia Mundial da Conscientização do Autismo. Durante todo o mês, eventos, palestras, debates e campanhas reforçam a importância do diagnóstico, do tratamento e da inclusão.

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Entrevistada pelo LeiaJá, Karina Medrado alerta que os cuidados de especialistas são fundamentais para o desenvolvimento das pessoas autistas.

O que é o autismo?

Autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento de amplo espectro, que pode apresentar algumas características específicas, como: dificuldade para interagir, atraso no desenvolvimento da linguagem, dificuldade para manter contato visual, estereotipias motoras, seletividade alimentar, sensibilidade sensorial, dentre outros.

Existem diferentes graus de autismo?

Sim. O autismo é considerado um espectro exatamente porque os graus em que o transtorno se apresenta são variados. Existe aquela forma mais leve, sutil, que é o caso da Síndrome de Asperger, onde não tem comprometimento intelectual, mas apresenta outras características como a inabilidade social, o hiperfoco em um determinado assunto, a preferência pelo isolamento. Já o autismo de grau médio são os casos daquelas pessoas não verbais, ou seja, que não conseguiram desenvolver a linguagem ou que desenvolveram de forma limitada. Os casos severos são aquele onde existe um comprometimento importante em vários aspectos, como estereotipias motoras excessivas ou comportamento autolesivo.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico é realizado por um médico neuropediatra ou psiquiatra infantil. Paralelo a isso, a criança é avaliada por um neuropsicóloga ou psicólogo especialista na área que vai avaliar com protocolos específicos para autismo, se a criança apresenta um desenvolvimento adequado para sua idade; se possui atraso cognitivo; características que envolvem o transtorno. Sempre com base nesses instrumentos de avaliação e experiência clínica na área.

O que desencadeia o transtorno? Fatores hereditários, metabólicos ou o problema ocorre ao acaso?

O fator genético ainda é o de maior importância, apontando uma incidência em 70% dos casos. Hoje já sabemos que nós temos mais de cem genes compatíveis com o autismo, e que através de uma mutação pode ocorrer a predisposição. Existem outros fatores que podem contribuir. Algumas pesquisas apontam também para o contato com substâncias tóxicas, mas o fator genético ainda é o mais significativo.

Existe tratamento? Como funciona?

Sim. O tratamento deve ser realizado em equipe multiprofissional para que cada um possa trabalhar um aspecto específico. Neuropediatra, para trabalhar questões relacionadas à medicação e demais comorbidades. Neuropsicóloga, para avaliar se existe comprometimento cognitivo e o grau, posteriormente seguir com a terapia cognitiva comportamental para estimulação e treino de habilidades sociais. O terapeuta ocupacional, que trabalha aspectos relacionados à estimulação sensorial. O fonoaudiólogo, para o desenvolvimento da linguagem. Quando se fala em autismo se fala um conjunto de terapias de propiciem a maior estimulação da criança. Quanto mais cedo o diagnóstico, maior as chances de desenvolvimento da criança.

Como funciona o aprendizado de uma criança autista na escola?

O aprendizado deve ser inclusivo, com um plano individual que considere o momento da criança, com estratégias específicas de aprendizado para ela, material escolar inclusivo para autismo, provas adequadas e estimulação correta por parte dos profissionais.

Como o diretor da escola pode garantir a inclusão de alunos com autismo?

Primeiro possibilitando o ingresso dessas crianças diagnosticadas com TEA (Transtorno do Espectro Autista) na escola. Depois proporcionando a todos os profissionais que atuam no ambiente pedagógico o treinamento necessário, com informação sobre o autismo e suas formas de intervenção.

Quais as recomendações para os pais que enfrentam dificuldades para matricular os seus filhos?

Procurar orientação com a rede de apoio, profissionais especialistas e grupos de suporte. Buscar por escolas que ofereçam de fato a inclusão, não apenas porque se denominam inclusivas, mas porque têm estrutura pedagógica para ensinar essas crianças.

 

A vice-governadora de Pernambuco, Luciana Santos (PCdoB), iniciou um debate para o diagnóstico sobre a geração de empregos para mulheres no Estado. De acordo com ela, a intenção é de que o recorte de gênero dê subsídio ao Pacto pelo emprego, lançado pelo governador Paulo Câmara (PSB) em janeiro. Luciana reuniu mulheres empreendedoras e deputadas estaduais para destrinchar a questão da emancipação feminina e apontar caminhos para criar empregos e melhorar as condições de trabalho.

“O Pacto pelo emprego ainda é um plano em construção, por isso que estou tentando colher e beber da fonte de exemplos exitosos da cadeia feminina produtiva para a gente poder construir juntos um pacote de medidas que vão a esse ponto”, observou Luciana, sobre a reunião que aconteceu nessa segunda-feira (1º).  

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“Queremos promover vários debates, em diversos setores da sociedade civil e do poder público, para a implantação de políticas públicas, e, certamente, como é uma construção coletiva, vamos dar as mãos e buscar mecanismos para fomentar a participação feminina no mercado de trabalho”, completou.

A ex-deputada estadual pelo Rio Grande do Sul, Manuela D’Ávila (PCdoB), que esteve em Pernambuco para lançar seu livro Revolução Laura, também participou do encontro. Na ótica dela, o maior desafio do país hoje é a geração de empregos, principalmente para mulheres e mães.

“Pernambuco, a Luciana [Santos] sempre fala, vive uma situação contraditória, tem um crescimento econômico enorme, e precisa garantir a geração de empregos para aqueles que são mais vulneráveis. As mulheres são as mais vulneráveis, sobretudo as mulheres que são mães. Depois da maternidade, metade delas não conseguem empregos no primeiro ano do filho. A tendência nacional é o agravamento disso”, salientou.  

“A responsabilidade é , sobretudo, nacional. O que o governador e a vice-governadora fazem são para tentar minimizar os impactos da ausência completa de políticas anticrise do governo federal”, acrescentou, alfinetando a gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

Além delas, também participaram da reunião as deputadas estaduais Dulcicleide Amorim (PT), Alessandra Vieira (PSDB), Teresa Leitão (PT), Simone Santana (PSB) e o deputado Waldemar Borges (PSB); os secretários estaduais Bruno Schwambach (Desenvolvimento Econômico), Silvia Cordeiro (Mulher) e Alberes Lopes (Trabalho, Emprego e Qualificação), e a secretária da Mulher do Recife, Cida Pedrosa.

Dados

Durante o encontro, Luciana Santos ainda apresentou dados sobre a situação da mulher no mercado de trabalho. No Brasil, 44% das rendas das famílias vêm das mulheres. Há 11 milhões de lares (16,3%) compostos por mulheres sozinhas com filhos. Mesmo assim, mulheres com filhos recebem, em média, 35% a menos que os homens.

Quanto maior o cargo, maior a diferença de salário. Nos cargos de chefia, a discrepância entre gêneros chega a 27%. Além disso, as mulheres trabalham em média 3 horas a mais por semana, e a taxa de desemprego entre mulheres é de 15%, enquanto a dos homens é de 11,6%.

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Professores e alunos do curso de Biomedicina da UNAMA - Universidade da Amazônia participaram de um evento sobre anemia falciforme, na noite de quinta-feira (28), no campus Alcindo Cacela. Em palestra, professores esclareceram sobre as causas da doença com o intuito de combater preconceitos.

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A anemia falciforme é uma doença genética e hereditária com grande prevalência no Brasil. Afeta, predominantemente, pessoas negras (daí a discriminação racial), mas pode manifestar-se também nos brancos.

A doença se caracteriza por uma alteração nos glóbulos vermelhos, que perdem a forma arredondada e elástica, adquirem o aspecto de uma foice (daí o nome falciforme) e endurecem, o que dificulta a passagem do sangue pelos vasos de pequeno calibre e a oxigenação dos tecidos.

“O diagnóstico da anemia falciforme pode ser feito principalmente pela eletroforese de hemoglobinas, que são as proteínas que fazem o transporte de oxigênio para os tecidos. É a proteína que está prejudicada nessa doença”, explicou Helem Ribeiro, biomédica e professora do curso de Biomedicina da UNAMA.

O evento foi organizado pelo Núcleo de Responsabilidade Social da UNAMA, com o apoio curso de Biomedicina. “O calendário institucional prevê para o mês de março que a gente promova ações que combatam a discriminação racial. Diante disso, o curso de Biomedicina ofereceu uma palestra para esclarecer melhor a discriminação com o portador da anemia falciforme”, disse Mike Pereira, professor de Engenharia e membro do Núcleo de Responsabilidade da UNAMA.

Para Lucilene Gois, aluna do 5º semestre de Biomedicina, a palestra foi edificante. “A nossa área é uma área muito diversificada. Cabe a nós procurarmos sempre saber mais. A anemia falciforme é um assunto que está no dia a dia de muitas pessoas e nós, como alunos, devemos procurar nos atentar mais”, afirmou.

Na palestra foi abordado o diagnóstico da anemia falciforme. “Entender um pouquinho do processo de diagnóstico é muito importante para a própria compreensão da doença. Isso facilita para que o paciente receba orientação", disse Kelly Hirai, professora de Biomedicina da UNAMA.

Uma nova técnica para detecção do vírus zika, mais sensível e barata que a PCR em tempo real, que é o padrão para diagnóstico molecular da doença, se mostrou eficiente nos testes com amostras de mosquitos. O teste foi desenvolvido em uma pesquisa de mestrado com a participação de pesquisadores da Fiocruz Pernambuco. A pesquisa foi publicada na conceituada revista científica Nature.

A tecnologia, denominada amplificação isotérmica medida por alça (RT-Lamp), também tem a vantagem de ser bem mais rápida do que a PCR, diminuindo de cinco horas para menos de uma hora o tempo necessário para obter o resultado. Segundo a Fiocruz, trata-se de uma ferramenta que pode ser utilizada em qualquer lugar, na forma de kit rápido, pois não depende de equipamentos caros e sofisticados, restritos a laboratórios especializados, como é o caso da PCR.

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Outra vantagem é o custo de cada teste, de apenas um R$ 1. O PCR tem custo individual de R$ 40. Segundo pesquisador Lindomar Pena, que orientou a pesquisa, a técnica se mostrou 10 mil vezes mais sensível que o PCR e, em alguns casos, foi capaz de detectar carga viral onde a PCR deu negativa. “Trata-se de um exame específico para zika, que não apresentou reação cruzada para outras arboviroses”, relata.

Foram utilizadas 60 amostras de mosquitos Aedes aegypti e Culex quinquefasciatus na pesquisa, infectados naturalmente ou em laboratório com os vírus zika, dengue, febre amarela e chikungunya. A próxima etapa será a conclusão dos testes com amostras humanas.

De acordo com a Fiocruz, na época que o projeto foi lançado, não havia trabalho semelhante. Ao longo do seu desenvolvimento surgiram em torno de 15 projetos nesse campo. O diferencial desse trabalho, conforme a Fiocruz, é o pequeno número de etapas necessárias para a reação, o baixo custo e a simplicidade do teste.

Na sua forma simplificada, o teste consiste em colocar a amostra de mosquito em um tubo com reagente. Após aguardar cerca de 20 a 40 minutos, observa-se a cor da mistura. Se ficar laranja, o resulto é negativo, mas se o líquido se tornar amarelo,  há presença do vírus zika. “A ideia é que se possa coletar, macerar o mosquito em campo – em plena Amazônia, por exemplo - e obter o resultado lá mesmo”, afirma o pesquisador. Com humanos, se poderá coletar saliva ou urina do paciente com suspeita de zika, realizar o teste e obter a resposta na mesma hora.

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Com o início do ano letivo, vem a pergunta: como está o desenvolvimento escolar do seu filho? É importante que os pais realmente estejam de olho nisso, pois há casos em que o atraso escolar se dá por conta do autismo.

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No Pará, foram matriculados 1.231 alunos com o diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista, em 2018, segundo a Secretária de Educação (Seduc), mas há alunos que apresentam os sintomas e que precisam da sensibilidade do olhar dos pais e professores, explica Karina Medrado, neuropsicóloga atuante no diagnóstico e tratamento do autismo.

A especialista disse que muitas das vezes os pais levam o filho ao médico e o profissional não fecha o diagnóstico de autismo e pede para os pais aguardarem mais um tempo, tardando o início da terapia. “Ou então os pais ficam pensando que em algum momento os filhos vão desenvolver-se sozinhos, e não vão. É muito importante ter essa conscientização”, disse.

Segundo Cintia Lavratti Brandão, psicoterapeuta e professora de psicologia da UNAMA – Universidade da Amazônia, o transtorno do autismo ainda é um desafio diagnóstico, porque até três anos de idade todos os sinais e sintomas podem ficar mascarados, mas nem sempre o ritmo incomum de aquisição de interações sociais e de linguagem significa que a criança seja autista. “Ela pode ser uma criança tímida, uma criança retraída, uma criança que tem algum distúrbio de linguagem, ou algum outro diagnóstico fonoaudiológico que não necessariamente o autismo”, afirmou a professora.

Para a psicoterapeuta, independente do que a criança apresente, de quais são as dificuldades que os pais reconhecem nas interações das crianças com o mundo, quanto mais cedo for identificado o problema, melhor, por dois grandes motivos. “Quanto menor é a criança, mais ela está suscetível à estimulação e a respostas positivas. A partir do momento em que se tem uma leitura diagnóstica, posso utilizar ações que minimizem o desconforto social e a adaptabilidade daquela criança e, principalmente, orientar os pais nas ações adequadas sobre as necessidades daquele filho”, detalhou Cintia.

O autismo não é uma deficiência, é um espectro, classificado como leve, moderado e grave. A especialista Karina Medrado explica que o déficit da linguagem, chamado de autismo não verbal, se caracteriza pelo não desenvolvimento da linguagem. Nesse caso, há estereotipias motoras, que são atos repetitivos como os chamados flaps - balançar as mãos - movimentar o tronco, além da ausência de contato visual. “O autismo é muito amplo e é muito subjetivo. Cada criança desenvolve um tipo de sintoma. Umas têm a questão da hipersensibilidade, ou a hiposensibilidade sensorial, que pode ter aversão a estímulos sonoros muito intensos, ou não sentem tanta dor. Quando a gente fala de estímulos, a gente sempre fala de todos esses aspectos”, afirmou.

O transtorno do neurodesenvolvimento tem 70% de origem genética, segundo Karina. “O cérebro não faz as sinapses de maneira funcional, como acontece no cérebro de uma pessoa que é típica, e as conexões inter-hemisféricas e intra-hemisférica também não acontecem da maneira adequada. Por isso ele tem vários déficits cognitivos na atenção sustentada, na atenção compartilhada, às vezes na linguagem, na parte motora e na parte sensorial”, esclareceu.

O diagnóstico em adolescente tem crescido nos últimos anos, explica Karina. O autismo mais leve, mais sutil, é considerado como a síndrome de Asperger.  “Antigamente existia uma divisão entre síndrome de Asperger e autismo. Com o novo manual de psiquiatria, o DSM 5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição), foi englobado tudo num espectro. Então a Asperger, hoje em dia, faz parte do espectro autista”, explicou.

A especialista conta que quando a pessoa é diagnosticada na adolescência é porque, quando criança, não apresentava todos os sinais e sintomas. “A linguagem se desenvolveu da maneira adequada, não teve muita estereotipia motora, ela tinha mais uma questão de habilidade social. Quando isso acontece, lá na adolescência, na hora da interação, na hora de entender contexto social, aquele adolescente que é mais tímido chega ao nosso consultório com características de depressão e quando a gente vai avaliar, na verdade, apresenta critérios para autismo. Isso acontece muito com meninas, principalmente, porque meninas têm mais habilidades sociais desenvolvidas. O cérebro da menina é mais focado nessas questões de habilidades sociais”, observa a neuropsicóloga.

A adolescente autista é muita assertiva, diz Karina Medrado, tem raciocínio concreto e não fica no plano de raciocínio abstrato - aí que se dá a dificuldade de interagir e de entender esse contexto social, sinais que precisam ser observados pelos pais. “É aquela menina que não tem malícia. Ela não consegue compreender alguns contextos sociais, não consegue entender o tom de ironia, não consegue entender, às vezes, uma piada, não faz muito sentido para ela essas coisas”, disse Karina.

Diagnóstico

Cintia Brandão destaca que, em qualquer circunstância, seja do ponto de vista neuropsicológico ou interacional, o diagnóstico precoce sempre será um ganho. “Quanto mais cedo a criança tiver acesso a atendimento especializado para a dificuldade que ela apresenta, mais cedo ela pode construir respostas mais adaptativas e que minimizem o sofrimento, a exclusão, a angústia dos pais e a própria cobrança em relação à criança de aspectos que ela não pode oferecer como competência e também a possibilidade de não subestimar as capacidades e competências que a criança tem”, detalhou a psicoterapeuta.

Quanto aos sinais, segundo a psicoterapeuta, é possível perceber um déficit muito cedo, próximo aos seis meses de vida, por exemplo. “É possível perceber bebês que têm pouca resposta de sorriso social, uma criança que a gente olha e parece que ela está mais absorta no universo dela e com pouca resposta de um sorriso social quando uma pessoa faz uma brincadeira com ela. Outro aspecto importante é que a criança tem uma preferência por manipular objetos do que olhar e interagir com pessoas”, detalhou Cintia.

Essa manipulação de objeto acontece de forma atípica, explica a psicóloga. “A criança brinca com um carrinho não fazendo o barulho do carro, usando o carrinho como uma ferramenta de locomoção, ela usa o carrinho para fazer uma fila, ou para ficar vários minutos rodando as rodinhas, observando aquele movimento. A criança tende a ter, desde pequeno, movimentos estereotipados, há um atraso bem significativo na linguagem, e um déficit de busca espontânea por interação com outras crianças”, afirmou Cintia.

Segundo a psicoterapeuta, um dos sinais do autismo é a conduta motora da criança. Há possibilidade de que ela tenha hiperfocos, goste de ficar sempre fazendo a mesma coisa, com o mesmo tipo de brinquedo, desenho e movimento. “Não que a criança não possa estar com outras crianças e que em algum momento até busque algum tipo de brincadeira, mas a tendência é fazer isso de uma forma atípica. A criança tem uma dificuldade de interagir com os pares na sua faixa etária a partir das demandas das outras crianças. Gosta de brincar, de correr, de pegar objetos e não necessariamente com uma socialização que envolva uma perspectiva de coletividade”, informou Cintia.

Quando os pais identificam um desses três eixos, déficit de linguagem, alterações motoras e psicomotoras e de socialização, devem buscar ajuda especializada, que envolve geralmente uma tríade de profissionais. “Em primeira instância: fonoaudiólogo, neurologista e psicólogo ou neuropsicológo”, enfatizou Cintia.

O papel da escola

O diagnóstico é feito assim que os pais ou a escola identifica que a criança está apresentando um atraso no desenvolvimento. Esses pais devem procurar um profissional especialista no assunto. “O ideal é que seja feita uma avaliação neuropsicológica. Nessa avaliação, a gente consegue identificar se tem déficits cognitivos, como estão a atenção, a memória, a capacidade de planejar, impulsividade, incapacidade de executar uma determinada tarefa e avaliar o Q.I (Quociente intelectual) dessa criança também”, detalhou Karina Medrado.

No autismo moderado para o grave, o autista pode ter uma deficiência intelectual. “A terapia entra para trabalhar a estimulação cognitiva desses déficits e habilidades sociais, remodelar comportamento. Hoje a terapia mais indicada é a terapia comportamental, principalmente a ABA, que é a terapia de análise de comportamento. Você trabalha o tempo todo a estimulação com essa criança. A criança tem um tipo de comportamento, a gente reforça positivamente o comportamento que a gente quer que ela modifique, então é bem comportamental mesmo”, disse a neuropsicóloga.

Para Karina, os professores ainda enfrentam desafios, mas a dificuldade está diminuindo pela disseminação de informação sobre o espectro. “As pesquisas, artigos científicos estão aí para a gente ter muito acesso. O autismo já foi um grande tabu, eu sei que dar um diagnóstico de autismo, para muito profissional, ainda é muito complicado, muitos preferem aguardar um tempo. Para a escola, quando ela percebe que a criança não está dentro daqueles padrões do desenvolvimento da infância, ela precisa chamar esses pais, precisa orientá-los a buscar um profissional. Quanto mais a gente demora a iniciar essa terapia, mais atraso no desenvolvimento essa criança vai ter. Então, é um desafio que a escola tem, mas acho que hoje ela tem um pouco mais de recursos para lidar com essas questões”, declarou.

Para Rosiane Santos, pedagoga, professora da educação básica, que dá aula para crianças autistas, a base de todo trabalho se resume no amor. “Quando você acredita na potencialidade de cada criança, colocando em foco suas habilidades, tudo fica mais fácil. Quem não vai estar bem fazendo o que gosta? Além do mais, buscamos sempre descobrir através da anamnese, saber as preferências e gostos das crianças, como uma música, brinquedos, doces, enfim, o que possa servir de um provável reforçador na aprendizagem”, explicou.

Falta de informações

Segundo a neuropsicóloga Karina Medrado, faltam informações aos pais. Além disso, às vezes, há um pouco de resistência na aceitação do diagnóstico. “Você imagina, às vezes é o primeiro filho, e quando é o primeiro filho a gente não tem muito critério do que é o desenvolvimento esperado com seis meses, com um ano e assim sucessivamente. Muitos pais aguardam. Normalmente quem percebe que tem alguma coisa que não está fluindo bem é a mãe. Às vezes, quando a mãe vai comunicar isso para o pai, ou para algum outro familiar, a fala dela é desconsiderada”, explicou.

Para Karina, quando isso acontece, a mãe fica naquela situação de "será que eu estou vendo em excesso, ou realmente que lado tem razão?" e ela acaba esperando. “Entra a falta de informação dos pais, de aceitação, de que o 'meu filho tem, de fato, um atraso e eu preciso procurar um profissional, porque eu preciso entender a causa desse atraso, e se for autismo, iniciar um processo de terapia'”, afirmou.

O processo de terapia para o autismo é eficaz, explica a especialista, mas o sucesso só acontece se houver engajamento dos pais. “Pais que entendam o que é o autismo e que sejam treinados para trabalhar com o filho que recebeu esse diagnóstico. Procuro, na terapia, dez minutos antes de terminar a sessão, sempre chamar esse pai e mostrar o que foi trabalhado, mostrar o que a gente estimulou em cada sessão, porque eu vou ficar com essas crianças uma hora por semana e esses pais ficam todo o restante do dia. Eles precisam aplicar esses conhecimentos em casa para estarmos todos em conjunto. Não adianta pensar 'ah, vou levar na terapia e em casa deixo para lá', não vai dar certo desse jeito”, avaliou. 

O tratamento

O tratamento do autismo envolve equipe multidisciplinar. Segundo a especialista, a pessoa mais indicada, no inicio do diagnóstico, é o psicólogo ou o neuropediatra para fazer essa avaliação e identificar se realmente fecha os critérios para o diagnóstico. “Depois a gente vai avaliar quais são as necessidades dessa criança, se ela tem questões relacionadas a déficit de processamento sensorial, se ela vai precisar do acompanhamento de uma terapeuta ocupacional; se ela tem a questão da linguagem, vai precisar do acompanhamento de uma fonodióloga; se tem questão motora precisa de uma fisioterapeuta. Realmente é muito em equipe multi”, explicou.

O médico entra na equipe quando o autista tem alguma doença. “O médico entra, às vezes, com a questão de medicação. Existem crianças que além do autismo tem uma comorbidade. Por exemplo, ela fecha o diagnóstico de autismo e de epilepsia, então o médico entra para fazer a medicação para controle de crise. Por isso que o trabalho em equipe multi, no autismo, é muito importante”, ressaltou Karina.

Karina Medrado explica que é muito difícil entender e buscar cura para esse tipo de transtorno, mas que os estudos estão cada vez mais intensificados. “Eu estava em um simpósio e o pesquisador brasileiro estava falando 'o que significa autismo? é o alvo em movimento', como a gente tem um espectro que é muito amplo de sintomas e características. Existem estudos genéticos que estão apontando, de repente, para qual o gene causador do autismo, mas tudo ainda em caráter de pesquisa, caráter cientifico. Por isso que o tratamento tem que ser realizado”, ressaltou. 

Quanto mais precoce for esse tratamento, melhor. “A criança tem o que a gente chama de neuroplasticidade cerebral, que é a capacidade de aprender. Por exemplo, quando a gente começa a estimular uma criança de dois anos de idade ela vai ter um processo de desenvolvimento muito melhor, que se eu começar a estimular uma criança de dez anos. Existe uma diferença muito grande aí. Por isso o tratamento tem que ser precoce e contínuo, ele é um processo”, disse a especialista.

A neuropsicóloga explicou que o plano de intervenção é muito subjetivo para cada criança. “Se eu tenho uma criança que tem comportamento reativo de agressividade talvez essa criança demore mais tempo em terapia. Se eu tenho uma criança que tem mais uma questão de habilidade social, é uma criança que vai ficar menos tempo em terapia. Então vai depender dos sintomas que essa criança apresenta para mim”, declarou Karina.

 

 

 A primeira radiografia 3D e a cores de um ser humano já é realidade. Capaz de revelar até a composição química de tecidos humanos como um microscópio, o equipamento será testado pela primeira vez em uma clínica, com o objetivo de oferecer diagnósticos mais certeiros e tratamentos personalizados.

A máquina foi idealizada pela companhia da Nova Zelândia Mars Bioimaging, graças a um scanner especial que usa o revelador Medipix, desenvolvido pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern), em Genebra, para ir atrás do Bóson de Higgs.

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O primeiro a prová-la foi o fundador da Mars Bioimaging, Phil Butler, que a testou em seu próprio corpo. Na foto da radiografia, um relógio aparece em torno de um pulso de ossos brancos e músculos vermelhos, em detalhes surpreendentes.

Butler é físico da Universidade de Canterbury e desenvolvedor do scanner. Ele realizou o teste junto ao seu filho, Anthony, radiólogo e professor nas universidades de Canterbury e Otago.

"Os primeiros resultados desse estudo sugerem que, quando forem usadas em clínicas, as imagens espectrais permitirão diagnósticos mais assertivos e tratamentos personalizados", explica Anthony.

A máquina combina informações espectostrópicas obtidas do raio-X com potentes algoritmos que geram imagens tridimensionais: as cores representam diversos níveis de energia das fotos do raio-X, permitindo identificar os diversos componentes do corpo humano, como a gordura, o cálcio, a água e marcadores que "vigiam" doenças.
    No passado, uma versão menor do scanner já foi testada para estudar tumores, ossos e doenças cardiovasculares.

Da Ansa

Pesquisadores utilizaram inteligência artificial (IA) para prever o risco do desenvolvimento de psicose em pessoas. A ferramenta pode contribuir com a prevenção e tratamento de doenças neurológicas, de acordo com a IBM, desenvolvedora da tecnologia. Os estudos começaram a ser realizados em 2015 com 59 voluntários e a IA conseguiu diagnosticar previamente a doença com 83% de precisão.

As conversas dos pacientes foram transcritas e inseridas no software, que determinava o quão essas falas eram coerentes e atribuíam uma pontuação. Após a análise, a máquina determinava quem tinha propensão a desenvolver psicose e quem estava livre do risco. “Acreditamos que é um passo significativo no desenvolvimento de uma ferramenta para pesquisadores, médicos e pacientes envolvidos com a neuropsiquiatria. É uma forma de trabalhar o diagnóstico mesmo estando fora do ambiente hospitalar”, afirmou o criador da pesquisa Guillermo Cecchi.

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De acordo com Cecchi, o resultado da pesquisa pode contribuir com pesquisas sobre outros males mentais, como depressão, mal de Alzheimer, mal de Parkinson e síndrome do pânico.

Um grupo de cientistas internacionais desenvolveu um novo exame de sangue para o câncer capaz de detectar oito tipos diferentes de tumores antes deles se espalharem para outras partes do corpo.

Liderado por Joshua Cohen, da Universidade Johns Hopkins, em Baltimore, nos Estados Unidos, o estudo, baseado em uma análise combinada de DNA e proteínas, foi publicado nesta quinta-feira (18) na revista "Science".

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De acordo com a publicação, o "diagnóstico de câncer antes que haja metástases é uma das chaves para reduzir as mortes por esta doença no futuro".

O estudo envolveu 1.005 pacientes cujos cânceres - já pré-diagnosticados com base em seus sintomas - foram detectados com uma taxa de precisão de 69% a 98%.

No primeiro momento, o novo método de diagnóstico foi criado para detectar a doença no ovário, fígado, estômago, pâncreas, esôfago, colorretal, pulmão e mama. Chamado de CancerSEEK, o exame analisa mutações em 16 genes que estão vinculadas a diferentes tumores, bem como 10 biomarcadores de proteínas que circulam no sangue.

"Os pesquisadores encontraram o DNA dos tumores em circulação no sangue junto ao nível de algumas proteínas, que podem ser indícios do desenvolvimento do câncer", revelou Fabrizio d'Adda di Fagagna, pesquisador do Instituto de Oncologia Molecular de Milano.

Os cientistas acreditam que o custo deste exame de sangue poderá ser inferior a US$500 dólares.

Da Ansa

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