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O Ministério Público de Contas de Pernambuco (MPCO) alerta sobre a obrigação dos atuais prefeitos, que não foram reeleitos ou que não elegeram sucessores, de fazer a transição ordenada de sua gestão. “Não é favor, é lei”, ressaltou o procurador-geral do MPCO, Cristiano Pimentel. 

Pimentel explica que existem regras “claras e duras”, até mesmo normas no Código Penal, que vedam condutas dos prefeitos nos últimos meses do mandato como contrair novas despesas sem ter verba em conta corrente para quitação. Também cabe ao prefeito em exercício designar servidores das áreas de Finanças, Administração e Controle Interno para repassar informações e documentos, como contratos e contas bancárias, à futura gestão. 

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"O Código Penal e a Lei de Crimes Fiscais têm normas claras sobre o que não pode ser feito. Caso o TCE identifique problemas nos últimos meses de mandato, irá mandar cópia das contas para o procurador geral de Justiça processar criminalmente os prefeitos que estão encerrando o mandato", alertou Pimentel. 

Manual de Encerramento

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) publicou um Manual de Encerramento e Transição de Mandato Municipal, desenvolvido pelos técnicos do TCE, para orientar os prefeitos que saem e os novos gestores, com todas as regras que devem ser respeitadas na transição municipal. 

"O objetivo do Manual é evitar aquelas situações pitorescas de entregar uma prefeitura a um adversário sem arquivos, sem computadores, sem informações. Existe uma lei complementar em Pernambuco que dá direito ao prefeito eleito a ter uma transição ordenada. O TCE e o MPCO irão vigiar as transições, que devem ser feitas de forma transparente e republicana", acrescentou Cristiano Pimentel. 

O Manual está sendo enviado pelo presidente do TCE, Carlos Porto, a todos os atuais e futuros prefeitos. Também pode ser baixado na íntegra, no site do TCE (www.tce.pe.gov.br).

 

 

 

Um dado divulgado pela Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe) revela que os cidadãos podem estar em busca de uma nova política. O levantamento da Associação revelou que, dos 184 municípios pernambucanos, 137 passarão a ter um novo prefeito, a partir de janeiro de 2017, o que representa 74,45%.

Em Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), por exemplo, Demóstenes Meira (PTB) venceu o prefeito Jorge Alexandre (PSDB), que era candidato à reeleição. O petebista recebeu 56,50% dos votos válidos contra 39,88% de Jorge Alexandre.

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Outro fato histórico foi a vitória do candidato Miguel Coelho (PSB), eleito com 38,80% dos votos válidos. Em segundo lugar, ficou Odacy Amorim (PT), que obteve um percentual de 25,41%. O candidato apoiado pelo prefeito Júlio Lóssio ficou em terceiro colocado com 21,49% dos votos. 

Outros casos que também chamam atenção é de políticos que retornam a governar cidades como o deputado estadual Manoel Botafogo (PDT), que retorna à Prefeitura de Carpina, assim como sua irmã, Judite Botafogo (PSDB), volta a ser prefeita de Lagoa do Carro. Em Vitória de Santo Antão, o ex-prefeito Aglailson Júnior (PSB) também voltará ao executivo da cidade.

Segundo a Confederação Nacional de Municípios (CNM), no Brasil, 5.348 municípios já possuem prefeitos eleitos e o segundo turno vai ocorrer em 55 cidades. 

 

O candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Anderson Ferreira (PR) afirmou, nesta terça-feira (4), que o PMDB vai apoiá-lo na segunda etapa da disputa municipal. A postura foi acertada com o deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB).  

“Conversamos com Jarbas ao telefone e ele já declarou apoio a nossa candidatura. O PMDB está nos ajudando, especialmente Jarbas que tem voto na cidade de Jaboatão”, declarou o republicano, em entrevista a rádios locais. No 1º turno, o PMDB estava no palanque de Heraldo Selva (PSB), indicado por Elias Gomes (PSDB) à sucessão.

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Procurado pelo Portal LeiaJá, Jarbas confirmou, por meio da assessoria de imprensa, o apoio a Ferreira. Eles devem anunciar formalmente por meio de nota na tarde de hoje. Ferreira já tem no palanque dele o PTB, de Armando Monteiro, o PRB, de Silvio Costa Filho e o PTN, de Joel da Harpa.

O prefeito de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Renildo Calheiros (PCdoB) anunciou que não vai apoiar os candidatos que disputam no 2º turno o comando da cidade. Concorrem ao posto, hoje ocupado por ele, Antônio Campos (PSB) e Professor Lupércio (SD). Em nota, ele faz um balanço político dos 16 anos da legenda comunista à frente do município e pontua que o desejo de renovação é compreensível.  

“Foram 16 anos de governo, em que fizemos muito pela cidade, com obras, ruas calçadas e grandes investimentos em infraestrutura e no fortalecimento de nossa economia. Estes anos seguidos levaram a uma certa ‘fadiga de material’, refletindo um desejo de renovação, perfeitamente compreensível. As obras em curso criaram um roteiro para os próximos gestores, que refletem nossas principais necessidades. Espero que prossigam e sejam concluídas”, ponderou, pouco depois de dizer: “no segundo turno da eleição em Olinda não apoiarei nenhum dos dois candidatos”.

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Avaliando o resultado do pleito, que deixou a ex-prefeita Luciana Santos (PCdoB) em quarto lugar com 16,57% dos votos válidos, Calheiros pontuou a necessidade de ‘tirar lições’ dos números. Derrotados e com uma hegemonia de 16 anos posta ao fim, o prefeito prometeu que deixará as finanças da prefeitura equilibrada para quem for eleito no dia 30 deste mês. 

“Compreendendo que isso faz parte dos ciclos da luta política e eleitoral, principalmente no quadro difícil que a economia brasileira vem atravessando, onde os municípios brasileiros estão com suas finanças bastante combalidas. O momento exige muitos cuidados para superarmos os enormes desafios. Sendo assim, dedicarei os próximos três meses de gestão ao esforço de manter as finanças do município equilibradas para facilitar o trabalho de quem me suceder”, salientou. 

Sob a ótica do comunista, as eleições também refletiram a conjuntura política nacional. Renildo ainda declarou que continuará “na mesma trincheira” e agradeceu a população pelos dois mandatos concedidos a ele. 

A postura de Renildo tende a ser seguida pela coligação que endossou a candidatura de Luciana composta, além do PCdoB, pelo PSD, PP, PRTB e PDT. O conjunto político vai se reunir na tarde desta terça-feira (4) para definir o posicionamento. De acordo com a assessoria de imprensa da ex-prefeita, a chapa Olinda Frente Popular vai aguardar Luciana voltar de Brasília, para onde foi desde esta segunda (3), para anunciar como vai se alinhar para a próxima etapa da disputa na Marim dos Caetés.

Membro da chapa que concorria a Prefeitura do Recife com a candidatura de Daniel Coelho (PSDB), o PSL anunciou, nesta terça-feira (4), em nota, que o partido não vai apoiar nenhum dos postulantes que disputam o 2º turno na capital pernambucana. De acordo com o presidente nacional da legenda, Antônio de Rueda, tanto a coligação liderada pelo prefeito Geraldo Julio (PSB) quanto por João Paulo (PT) são incompatíveis com as defesas do PSL. 

“Durante a campanha apresentamos nossas propostas de uma nova forma de gestão e administração pública, repousada nos nossos ideais políticos e com absoluta honestidade de propósito. Desta forma, sentimo-nos extremamente desconfortáveis com as incompatibilidades programáticas tão bem denunciadas em nossa campanha eleitoral. Diante disso, preferimos não apoiar nenhuma candidatura nesse embate do segundo turno entre o PT/PRB e PSB/PCdoB”, ressalta a nota encaminhada à imprensa. 

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Nessa segunda, o PSDB e o DEM declararam apoio à reeleição de Geraldo Julio. Os ex-candidatos das legendas Daniel Coelho e Priscila Krause, entretanto, não vão subir ao palanque para pedir votos para o socialista. O PSL disputava a vice-prefeitura com Sérgio Bivar na chapa de Daniel.

Ao todo, Pernambuco computou nove prisões em flagrante, 106 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO) confeccionados e 12 inquéritos instaurados nas Eleições 2016. Foram conduzidas à presença de um delegado 293 pessoas.

Entre as causas de detenção estão boca de urna, transporte irregular e arregimentação de eleitores. Os números são da Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco. Ocorrências eleitorais também foram atendidas pela Polícia Federal, Ministério Público e Justiça Eleitoral, não estando computadas neste balanço.

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O pleito foi considerado um dos mais tranquilos dos últimos anos pela SDS. Para as eleições estaduais, foi montado no Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR), com representantes das polícias, do Tribunal Regional Eleitoral, da Polícia Federal, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e Grande Recife Consórcio de Transporte.

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A disputa entre os candidatos Marcelo Crivella (PRB) e Marcelo Freixo (PSOL) no segundo turno do Rio não vai expor apenas as diferenças partidárias e de propostas para a cidade. Será também um confronto sobre costume e comportamento. Os dois candidatos têm posições opostas sobre temas como drogas, aborto, religião, família e direitos dos cidadãos LGBT. Em reuniões de avaliação e estratégia, os dois lados concordam que esses temas terão peso maior no segundo turno.

De um lado está o senador de tendência conservadora que procurou fazer uma campanha ecumênica, mas é uma das maiores lideranças do PRB, partido ligado à Igreja Universal do Reino de Deus. No outro, o deputado estadual do PSOL que não abre mão de bandeiras como "o direito de a mulher decidir sobre o próprio corpo", citado no programa de governo, e o conceito de família que inclui casais do mesmo sexo.

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No campo político, Crivella é preferido do eleitorado de centro-direita e deverá receber o apoio do candidato derrotado do PSC, Flávio Bolsonaro, filho do deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Freixo se coloca à esquerda do PT e, no segundo turno, tem a seu lado os candidatos derrotados do PCdoB, Jandira Feghali, e da Rede, Alessandro Molon. O senador foi a favor do impeachment de Dilma Rousseff. O PSOL fez coro à denúncia do "golpe" e ao movimento "Fora, Temer".

Na disputa pelos votos de candidatos de centro como Pedro Paulo (PMDB), Indio da Costa (PSD) e Carlos Roberto Osório (PSDB), Freixo e Crivella apostam no contato direto com o eleitorado, embora já tenham aberto diálogo com os antigos adversários, à exceção do peemedebista. Um dos raros pontos em comum entre Freixo e Crivella foi a comemoração por terem derrotado o PMDB e a decisão de não buscar o apoio do partido.

Diálogo

"Nossa avaliação é de que cúpulas partidárias não têm incidência direta sobre o eleitorado. Nosso programa, nossas propostas envolveram a participação de 5 mil pessoas e finalmente teremos dez minutos por dia (na TV) para apresentá-las à população. Freixo está aberto a dialogar, só não dialogamos com Pedro Paulo e os Bolsonaro, porque somos como água é azeite", disse o deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ).

Sobre temas ligados a comportamento e direitos humanos, o deputado disse que "vai ser bom demarcar posição também nesse campo". Ele dá um exemplo: "A concepção de família no padrão ocidental e cristão é muito conservadora e não dá conta de uma sociedade como a brasileira e a carioca".

O vereador reeleito do PRB João Mendes de Jesus, pastor da Universal, disse não ver problemas no debate sobre temas como legalização de droga e aborto. "Os dois candidatos têm posições bem definidas. A população vai decidir. O senador Crivella sustenta suas posições com um grau de conhecimento muito profundo. Mas ele é leve e suave. O que pregamos é que a população fique em paz."

Para o vereador, Crivella terá oportunidade de se apresentar melhor ao eleitorado de classe média que tende a votar em candidatos mais "modernos".

Jesus afirmou também que, embora o diálogo com a cúpula do PMDB-RJ esteja fechado, acredita que "setores do partido vão caminhar com Crivella". "Crivella procurou atacar o PMDB da Lava Jato, mas há um grupo de gente seriíssima." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os eleitores da periferia de São Paulo, principais responsáveis pela ida de Fernando Haddad ao segundo turno na eleição municipal de 2012, foram os que mais deram as costas ao petista neste ano. Nas dez zonas eleitorais com renda per capita mais baixa, o prefeito teve perdas superiores a 65% em sua taxa de votos, na comparação entre as duas eleições.

O maior recuo ocorreu em Parelheiros, na zona sul, a quarta zona eleitoral mais pobre de São Paulo. Lá, o candidato do PT teve dois de cada três votos no primeiro turno de 2012, quando seus principais adversários eram José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB). No domingo, porém, Haddad teve apenas 17,5% dos votos na região. Ele ficou atrás dos candidatos do PSDB, João Doria (28,2%), e do PMDB, Marta Suplicy (37,2%) - esta uma ex-petista que, ao menos em Parelheiros, conseguiu atrair para si parte considerável do eleitorado tradicional do PT.

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No outro extremo, Haddad praticamente não perdeu votos na zona de Pinheiros, a segunda mais rica da cidade, segundo os dados do Censo de 2010. Em 2012, o petista teve lá 24,9% dos votos - seu sexto desempenho mais fraco, no ranking das 58 zonas eleitorais. Agora, praticamente repetiu a dose: 24,5%. A diferença é que, desta vez, foi o maior porcentual de votos do petista em toda a cidade.

Além de Pinheiros, as outras cinco zonas em que o candidato menos perdeu votos são todas de renda alta ou média: Jardim Paulista (-12,8%), Perdizes (-20,2%), Vila Mariana (-22,5%), Indianópolis (-28,7%) e Saúde (-29,1%). O recuo menor se deve, em parte, ao fato de o petista ter tido poucos votos nessas áreas já em 2012.

Há quatro anos, Haddad ficou à frente dos adversários em 27 das 58 zonas eleitorais. Em 2016, perdeu em todas.

Tucanos

O desgaste do petista nas zonas periféricas coincidiu com o avanço de Doria nessas áreas. Em zonas de baixa renda como Parelheiros, Grajaú e Cidade Tiradentes, a taxa de votos de Doria foi mais que o dobro da de Serra há quatro anos.

Em Parelheiros, o candidato do PSDB teve no primeiro turno, há quatro anos, 13,6%. No domingo passado, Doria obteve lá 28,2% - a diferença entre as duas taxas é de 107%.

Por outro lado, Serra teve desempenho superior ao de Doria em apenas duas zonas - as mais ricas da cidade: Jardim Paulista e Pinheiros. Em Perdizes, Vila Mariana e Indianópolis, os dois tiveram desempenho similar. Todas essas áreas são tradicionais redutos anti-PT, onde o principal adversário do partido costuma atrair mais do que a maioria absoluta dos votos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A derrota avassaladora do PT na eleição de domingo (2) fez avançar um movimento interno para a criação de uma frente eleitoral de partidos de esquerda no segundo turno. Depois de perder a Prefeitura de São Paulo e encolher significativamente em todo o País, o PT agora procura uma alternativa pela própria sobrevivência política.

O presidente do partido, Rui Falcão, se reuniu na segunda-feira (3) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir o posicionamento nas cidades onde haverá segundo turno. Segundo relatos de interlocutores, Falcão sugeriu que o PT anuncie apoio irrestrito ao candidato do PSOL no Rio, Marcelo Freixo, e em Belém, Edmílson Rodrigues.

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A estratégia pode ser o primeiro passo para a criação de uma frente de esquerda na qual o PT, o PSOL, o PDT e o PCdoB tendem a se apoiar mutuamente nas capitais que ainda estão em disputa. O PT chegou ao segundo turno no Recife, o PDT ainda está no páreo em Fortaleza e o PCdoB, em Aracaju.

"Este é o momento de construir a frente, pois existe um motivo concreto para esses partidos, que é a disputa nessas cinco cidades", disse Celso Marcondes, diretor do Instituto Lula. Marcondes afirmou que a ideia é formar uma "frente estratégica, não só para concorrer em eleições, e horizontal, sem partidos hegemônicos".

Lula viajará nesta terça-feira (4) para o Rio, onde vai participar de evento da Intersindical, mas não há, ao menos por enquanto, previsão de encontros políticos. Interlocutores do ex-presidente observam, porém, que ele é simpático à ideia da frente.

Congresso

O inventário dos erros que levaram ao colapso do PT nas eleições começará a ser feito na quarta-feira, 5, numa reunião da Executiva Nacional, em Brasília. A corrente Mensagem ao Partido apresentará um documento intitulado "Muda PT", no qual defende a convocação imediata de um novo Congresso petista, com o objetivo de trocar a direção da legenda e alinhavar um novo programa.

"O PT encerra um ciclo iniciado em 2002 e precisa fazer um balanço dos erros cometidos para se reabilitar e se reapresentar à sociedade", afirmou o deputado Paulo Teixeira (SP), que foi tesoureiro da campanha do prefeito Fernando Haddad e é um dos vice-presidentes do partido.

Teixeira defendeu, no entanto, uma repactuação interna, a fim de reconstruir o PT, abalado por uma sucessão de crises, que culminaram com o impeachment da presidente Dilma Rousseff e com a perda de mais da metade das 635 prefeituras conquistadas em 2012.

Naquele ano, o PT foi o partido que mais recebeu votos (17,2 milhões). Nesta eleição, porém, obteve apenas 2,2 milhões de votos, despencando para o 10.º lugar no ranking.

"Houve uma captura do PT pela institucionalidade e o partido se afastou das suas origens, mas talvez esse período fora do poder nos ajude a recuperar o convívio com nossa base social", argumentou Teixeira.

Para o professor de Filosofia Política Aldo Fornazieri, a direção do PT deveria renunciar. "O partido vive uma crise política e moral. Se nada for feito, caminha para uma divisão inexorável", disse ele. "No mensalão, a cúpula do PT não fez autocrítica e, no impeachment, ficou acovardada. Agora, houve esse massacre nas urnas. Os generais do PT não têm mais exército."

Pressão

Sem saber exatamente o rumo a seguir diante do agravamento da crise, os dirigentes do PT procuram nomes para compor a nova direção. Nesse cenário, aumenta a pressão para que Lula assuma o comando do partido, embora ele seja réu da Lava Jato. Se for condenado em segunda instância, o ex-presidente se tornará "ficha-suja" e não poderá concorrer ao Palácio do Planalto, em 2018.

"Lula é o nome capaz de promover essa repactuação no PT", afirmou Teixeira. "Esses processos contra ele têm conteúdo político. Querem retirá-lo da disputa presidencial."

Ainda nesta semana, Lula vai iniciar uma rodada de conversas com as principais forças do PT para articular a troca da direção. Ele ainda resiste à ideia de presidir o partido. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Norte e Nordeste são as regiões que mais elegeram prefeitas em 2016. Dos dez Estados com maior proporção de candidatas vitoriosas em relação ao total de cidades, nove estão nessas regiões. O líder é o Rio Grande do Norte, onde 28% dos municípios serão governados por mulheres a partir do ano que vem.

A série histórica do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostra que, de 2004 até 2012, a quantidade de municípios administrados por mulheres aumentou, mas se manterá praticamente estável a partir do ano que vem. Na média, candidatas do sexo feminino conquistaram 7,4% das prefeituras em 2004, 9,4% em 2008, 11,8% em 2012 e 11,6% em 2016.

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Os dados deste ano ainda são provisórios e não contam as 55 cidades que terão disputa pelo segundo turno, no próximo dia 30, nem oito municípios que, até o meio-dia de segunda-feira, 3, ainda não tiveram a apuração concluída pela Justiça Eleitoral. Mesmo assim, eles mostram uma concentração da liderança feminina nas duas regiões do País.

Além do Rio Grande do Norte, Roraima, Alagoas e Amapá terão um quinto ou mais das suas cidades administradas por mulheres a partir do ano que vem. Entre as 10 da lista, apenas Goiás, onde as prefeitas governarão 15% dos municípios, não faz parte do Norte e do Nordeste.

Estudos recentes mostram que essas duas regiões apresentam, em média, indicadores mais altos de tolerância à violência contra a mulher. Uma pesquisa de opinião conduzida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em 2014 mostrou que o porcentual de pessoas que concordavam total ou parcialmente com a frase "mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas" era mais que o dobro em residentes dessas regiões do que no resto do Brasil: 38% no Nordeste e 41% no Norte, ante 18% nos outros Estados.

Na outra ponta estão Estados do Sul e Sudeste. No Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Minas e Paraná, mulheres ganharam a eleição em menos de 8% das cidades. Em números absolutos, porém, é em São Paulo que há o maior número de municípios com candidatas eleitas às prefeituras: 72.

Etnias

Apesar de compor 47% da população, segundo os dados do Censo Demográfico de 2010, os brancos vão governar 70% dos municípios brasileiros a partir de 2017, segundo dados do TSE. Essa é a primeira vez na história que é possível saber a distância que separa brancos de pardos e pretos na política municipal.

A maior sub-representação racial nas prefeituras, em pontos porcentuais, será a dos pardos. Eles compõem pouco mais de 43% da população brasileira, mas foram eleitos prefeitos em apenas 27% dos municípios. Já os negros, que são cerca de 8% da população, governarão 2% das cidades brasileiras. O 1% restante dos total de municípios será administrado por candidatos que se declararam amarelos (em 28 cidades) e indígenas (em 6). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Um dia depois de o prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), lançar o governador do Estado Geraldo Alckmin para a disputa pelo Palácio do Planalto em 2018, o presidente nacional da legenda, senador Aécio Neves, defendeu, em Belo Horizonte, a realização de prévias para a escolha do candidato do partido ao governo federal no pleito de daqui a dois anos. O parlamentar afirmou que a consulta às bases, tratada pelo tucano como "um belo caminho", deve ser feita caso não haja consenso em torno de algum nome, mesmo sob o risco de racha na legenda.

Aécio, cujo candidato, deputado estadual João Leite (PSDB), disputará o segundo turno na capital mineira, fez nesta segunda-feira, 3, um balanço dos resultados dos tucanos nas eleições de 2016. O senador disse que a vitória em São Paulo foi "extraordinária", mas disse que ocorreram performances "extraordinárias" da legenda também no interior de São Paulo e em Minas. Para o senador, o ideal seria que o candidato a ser lançado fosse o que "chegasse em melhores condições em 2018".

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Para Aécio, "ninguém é candidato de si mesmo". "Há vários nomes qualificados no PSDB. Disputas internas, debates internos, são saudáveis. Na hora da eleição, vamos estar unidos em torno daquele que apresentar as melhores condições de vitória." "No passado, não tive a menor dificuldade em apoiar Geraldo Alckmin, José Serra, e tive o apoio deles". Conforme o senador, além dele, os dois colegas paulistas poderão estar na disputa pelo Planalto em 2018.

Aécio lembrou que as prévias estão previstas no estatuto do partido e devem ser vistas como uma "oportunidade democrática". "Mas, neste momento, não seria justo com nossas lideranças anteciparmos 2018", afirmou o tucano.

Sobre a possibilidade de racha na legenda por conta da consulta ao partido, o senador afirmou haver situação pior do que isso. "Não devemos temer as prévias. Por mais que isso possa gerar uma disputa interna, pior é o cerceamento da oportunidade entre os nomes que possam concorrer."

O tucano disse ainda que o partido vai continuar a apoiar o governo de Michel Temer (PMDB), mas que vai "chegar forte" em 2018. Para Aécio, o presidente tem que governar "sem se preocupar com curvas de popularidade".

O PT perdeu significativamente sua influência na eleição deste ano no Nordeste, principal reduto petista no País desde a chegada do partido ao governo federal, em 2002. No domingo, 2, a legenda elegeu 114 prefeitos na região, 37,7% a menos do que os 183 de 2012. Isso representa uma perda de quase metade dos eleitores governados pela sigla na região.

O PT diminuiu o número de prefeituras em seis dos nove Estados do Nordeste. As maiores perdas foram justamente naqueles que são governados por petistas. Na Bahia, administrada por Rui Costa, o PT elegeu 39 prefeitos neste ano, 53 a menos do que conseguiu eleger em 2012. No Ceará, governado por Camilo Santana, a legenda elegeu 15 prefeitos, quase metade dos 26 eleitos no último pleito.

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O partido também elegeu menos prefeitos neste ano em Pernambuco, Sergipe, Rio Grande do Norte, Paraíba e Maranhão. O único Estado em que a sigla aumentou o número de prefeitos foi o Piauí, governado pelo petista Wellington Dias. No Estado, o partido elegeu 38 prefeitos, 17 a mais do que os 21 petistas que venceram a disputa em 2012. Em Alagoas, o PT elegeu este ano dois prefeitos, mesmo número da última eleição.

Das nove capitais do Nordeste, o PT teve candidatura própria em cinco, mas não conseguiu eleger nenhum prefeito no primeiro turno. Só disputará o segundo turno no Recife, com João Paulo. Em todas as outras (Fortaleza, Natal, João Pessoa e Maceió) foi derrotado. Nas outras quatro capitais, a sigla apoiou aliados. Em Aracaju e São Luís, esses aliados disputarão segundo turno. Em Salvador e Teresina, perderam no primeiro turno.

Eleitorado

Com a diminuição do número de prefeituras, o PT também viu o eleitorado sob sua influência diminuir no Nordeste. Em 2012, as 183 cidades da região em que elegeu prefeito somavam 2,569 milhões de eleitores. Neste ano, os 113 municípios com prefeitos eleitos pela sigla no Nordeste possuem 1,403 milhão de eleitores. Uma redução, portanto, de quase metade (-45,3%) de sua influência sob o eleitorado da região.

O número de eleitores "comandados" por petistas caiu em seis dos nove Estados do Nordeste. A maior diminuição ocorreu também na Bahia, seguido por Ceará, Pernambuco, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte. Em outros três Estados, o eleitorado sob comando de prefeitos petistas aumentou. O maior crescimento foi no Piauí, único que aumentou o número de prefeitos petistas, seguido por Maranhão e Alagoas.

Governismo

Para o líder do PT na Câmara, deputado Afonso Florense (BA), o resultado é consequência de "muitas variáveis". Uma delas, diz, é o fato de o partido ser oposição no plano federal - em 2012, a sigla era da base aliada do governo Dilma Rousseff. "Muitos munícipes votam pretendendo eleger governos que levam recursos do governo federal para lá. Na Bahia, por exemplo, PMDB e PSDB usaram o governismo a seu favor", diz.

Outro motivo, acrescenta Florense, foi a migração para outros partidos de prefeitos que se elegeram pelo PT em 2012, após o desgaste nacional da legenda. "Muitos que entraram no partido no auge saíram na hora do tranco", afirma o líder. Na eleição deste ano, a sigla lançou 989 candidatos a prefeitos, quase 44% a menos do que os 1.759 que concorreram quatro anos atrás.

O líder petista reconhece ainda que o desgaste nacional do PT com a Operação Lava Jato também atingiu os candidatos no Nordeste. "Aquela operação contra o Palocci anunciada pelo ministro durante um comício foi demais", diz, lembrando que o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, antecipou um dia antes, durante comício em Ribeirão Preto (SP), a operação que prendeu o ex-ministro petista Antonio Palocci.

Outras regiões

Apesar de significativa, a diminuição de prefeitos do PT no Nordeste foi a menor, em termos porcentuais, entre as demais regiões. A maior perda entre as eleições de 2012 e 2016 foi no Centro-Oeste (-85,4%), seguido por Sudeste (-74,8%), Norte (-69,7%) e Sul (-56,6%). No País, a perda total foi de 59,5% (de 630 para 256 prefeitos). Esse cenário deve permanecer após o segundo turno, pois a sigla só disputa em sete cidades.

O candidato a prefeito de Olinda Antônio Campos (PSB), nesta segunda-feira (3), em entrevista ao Portal LeiaJá, foi enfático ao responder sobre uma possível aliança com a deputada federal Luciana Santos (PCdoB). “Sou candidato de oposição a Renildo Calheiros e Luciana Santos, que não estarão em nosso palanque”, cravou.

Na noite dessa segunda, o Partido Verde já anunciou apoio ao socialista. Campos contou que está dialogando com mais duas siglas. “Estaremos discutindo os desafios de Olinda, pois, o município quer um gestor cuidadoso e vamos mostrar que temos a melhor proposta para governar a cidade”, disse.

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Antônio Campos também ressaltou que a estratégia continuará sendo o debate do programa partidário. “Vamos ampliar a agenda de rua e também iremos fazer encontros temáticos. Estamos agendando, por exemplo, um encontro com os artistas e carnavalescos de Olinda”, contou.

Durante a entrevista, o prefeiturável também falou sobre a derrota histórica do PCdoB na cidade, após 16 anos de governo. “Esse resultado foi fruto de uma gestão fracassada e reprovada pela população”, disparou.

Perfil

Antônio Ricardo Accioly Campos é filho do então advogado e ficcionista Maximiano Campos e da atual ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) Ana Arraes. O candidato é irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, falecido em acidente aéreo no ano de 2014. O socialista é advogado, empresário, escritor, poeta e presidente do Diretório do Partido Socialista Brasileiro de Olinda. É filiado ao PSB há doze anos. 

Sócio da Campos Advogados, Antônio é especialista em Direito Empresarial, Eleitoral, Público e, como o próprio define, “incentivador da arte literária e da cultura”, o que contribuiu para se tornar presidente do Instituto Maximiano Campos (IMC), que tem como um dos objetivos preservar a memória e a obra do seu pai. 

 

 

Nesta segunda (3), o deputado federal Daniel Coelho, que disputou à Prefeitura do Recife pelo PSDB, declarou que respeita a posição dos partidos, mas que irá manter sua independência por acreditar que o eleitor é livre. “Me reservo ao direito de não declarar voto a nenhuma das candidaturas que estão no segundo turno das eleições no Recife por entender que o PT fez muito mal ao país e que o PSB não consegue se desvincular das práticas políticas às quais discordo”, disse.

O tucano também agradeceu os 162.356 votos recebidos. “Recebi o voto de confiança das pessoas, mas não sou o dono desses votos. Eles pertencem individualmente a cada recifense e as pessoas vão saber julgar, neste momento, seja por convicção, seja por exclusão, o que é melhor para nossa cidade”.

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“Sigo, imediatamente, para Brasília onde continuarei a lutar pelo resgate do nosso país e pela melhoria da qualidade de vida do nosso povo. Como deputado, pretendo ajudar o Recife e Pernambuco ao longo dos dois próximos anos a sair da imensa crise que preocupa toda a população”, acrescentou Coelho.

Apoio de partidos a Geraldo -  Daniel Coelho também falou sobre o encontro que aconteceu, na manhã desta segunda, com os líderes do PSDB, PSL e Democratas. “Somadas, as três legendas, obtiveram 209.755 votos para a prefeitura, votação superior à obtida pelo candidato do PT, o que demonstra um claro sinal de que a população pede por uma alternativa a esses dois partidos. Neste encontro com os partidos foi dada uma posição institucional das legendas. Fiquei muito feliz ao observar que a posição dos partidos, de não ocupar cargos na administração do Recife e do governo do Estado, independentemente de suas posições institucionais, está totalmente de acordo com o nosso discurso”, frisou.

 

O resultado das urnas na cidade de São Paulo aponta aumento de 75% de vereadores evangélicos e também o fim da chamada "bancada da bala" na Câmara Municipal. Em 2012, o paulistano havia escolhido oito parlamentares religiosos, mas o número subiu para 14 nesta votação. Já entre os policiais, apenas a campanha do ex-PM da Rota Conte Lopes (PP) foi bem-sucedida. Antigos membros da Casa, os deputados estaduais Coronel Camilo (PSD) e Coronel Telhada (PSDB) não conseguiram eleger seus afilhados políticos.

Os eleitores de São Paulo trocaram 22 dos 55 vereadores - índice de renovação de 40%, o mesmo da eleição de 2012. Entre os novos parlamentares que assumem no dia 1º de janeiro de 2017, estão seis evangélicos. Dos novatos, o mais votado foi João Jorge (PSDB), da Assembleia de Deus (42.404 votos), o 18.º colocado entre todos os eleitos. A igreja é a mesma dos agora vereadores Gilberto Nascimento Junior (PSC) e Rute Costa (PSD), filha do seu presidente José Wellington Bezerra da Costa.

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Também são novidade os parlamentares André Santos (PRB), da Universal, Rinaldi Digilio (PRB), do Evangelho Quadrangular, e Adriana Ramalho (PSDB). Oito evangélicos que já eram conhecidos, como Eduardo Tuma (PSDB) e Souza Santos (PRB), conseguiram a reeleição. Com 5.833 votos, o vereador Jean Madeira (PRB), pastor da Universal que chegou a organizar cultos dentro da Câmara, acabou de fora.

Vereadores de São Paulo avaliam que o tempo curto de campanha e a nova legislação eleitoral, que não permite doação de empresas, ajudaram a aumentar o número de evangélicos na Casa. Para eles, as novas regras facilitam que sejam eleitos candidatos mais ricos e com público específico.

Bancada da bala

Dos representantes das forças policiais na Câmara, restou apenas o vereador Conte Lopes (PP), o 4.º lugar entre os eleitos de São Paulo, com 80.052 votos. Antes de se tornar parlamentar, Lopes foi membro da Rota, o grupo de elite da PM. Nem mesmo antigos nomes da Câmara conseguiram eleger sucessores.

O deputado federal Coronel Telhada (PSDB), por exemplo, apoiou a candidatura do sargento da PM Ronaldo Ligieri (PSDB). Ele reuniu 9.239 votos mas não foi eleito. Já Coronel Camilo atuou como cabo eleitoral do Coronel Arruda (PSD), que também não conseguiu uma cadeira na Câmara. Ao todo, 7.708 pessoas votaram no candidato.

A nova composição da Câmara deve ser favorável ao prefeito eleito João Doria (PSDB), com 25 vereadores pertencentes à sua coligação, além da expectativa de que partidos aliados de Marta Suplicy (PMDB) e Celso Russomanno (PRB) também passem a compor a base do tucano em 2017. Entre os partidos, a maior bancada será do PSDB, com 11 parlamentares, seguido pelo PT, com nove.

Nesta segunda (3), um dia após o resultado que colocou o candidato João Paulo (PT) no segundo turno, na eleição municipal do Recife, ele falou sobre sua perspectiva para este novo momento. “Agora, vamos parar, olhar e ter a visão geral do tabuleiro para avaliar as estratégias para o segundo turno”, declarou o petista.

João Paulo também falou sobre a expectativa para a retomada do guia eleitoral, a partir desta quarta (5). Ele disse que está motivado. “Teremos igualdade. Será o mesmo tempo de guia na TV e no rádio para mostrar aos recifenses nossas propostas e vencer essa eleição”, acrescentou.

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A primeira atividade desta segunda do candidato foi conceder uma série de entrevistas nesta nova etapa da campanha.  

A vinda de Lula

Uma das possíveis estratégias utilizadas será a vinda do ex-presidente Lula, novamente, ao Recife. Na noite desse domingo (2), após o resultado, durante coletiva de imprensa no comitê estadual do PT, João Paulo não descartou a vinda de Lula para a Capital. “"Lula é sempre bem-vindo para fazermos um grande comício. Espero que ele venha porque Lula sempre soma em nosso estado", disse, na ocasião. Sobre uma visita de Dilma Rousseff, ele ponderou explicando que é um caso a ser analisado, já que a ex-presidente teria saído de “um processo muito traumático”.

Por sua vez, o senador Humberto Costa (PT), também presente no ato, declarou como certa a presença de Lula para mais um ato ao lado de João Paulo. “Com toda a certeza ele estará aqui e vai somar para que a gente consiga ter um bom desempenho no segundo turno. Estou muito otimista e temos razões para estar nesta condição”, disse.

O presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira, 3, em Buenos Aires, que a abstenção na eleição municipal foi um recado para a classe política em geral, não para uma legenda em particular. "Não se pode particularizar no partido A ou B. A abstenção foi muito significativa. Portanto, é um recado que se dá à classe política brasileira para que reformule eventuais costumes inadequados."

Segundo o TSE, a abstenção nas votações desse domingo, 2, foi de 17,6%, ligeiramente acima dos 16,4% registrados em 2012. A maior taxa de não-comparecimento às urnas em relação ao tamanho do eleitorado nos últimos 20 anos foi registrada em 1996: 18,3%.

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Temer disse que há 35 partidos no País e quase todos tiveram candidatos a prefeito. O presidente ainda sustentou que o País passa por uma crise "a cada 25 ou 30 anos". "Você até muda a Constituição, cria um novo Estado. No momento, temos uma normalidade democrática e isso não está sendo necessário." Temer deu entrevista coletiva na Quinta de Olivos, residência oficial de Mauricio Macri, a quem fez sua primeira visita bilateral.

Doria

Temer afirmou que o ganhador da eleição à Prefeitura de São Paulo, João Doria, foi ajudado por não se apresentar como político. "O candidato lá de São Paulo foi eleito com uma expressiva margem de votos no primeiro turno, ele dizia a todo momento, com todo o respeito, 'eu não sou político, sou um empresário, um administrador'. Isso deve ter auxiliado nos votos que obteve."

Movimentos que atuaram a favor e contra o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT) elegeram ao menos 13 candidatos em todo o País nas eleições municipais desse domingo, 2. Os resultados mais expressivos foram conseguidos pelo Movimento Brasil Livre (MBL), que liderou os protestos pela saída de Dilma e elegeu oito dos 45 candidatos que lançou - um prefeito e sete vereadores. Dos movimentos contra o impeachment saíram 19 candidatos e cinco foram eleitos.

Apoiado pelos partidos que se opunham ao PT, o MBL tinha como proposta inicial ser um movimento apartidário, mas em 2015 optou por apoiar integrantes que se candidatassem a cargos eletivos. O único candidato a prefeito, José Pocai Junior (PPS), venceu concorrentes do PROS e do PSDB e vai assumir a prefeitura de Monte Sião (MG).

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Em São Paulo, o MBL teve a vitória mais expressiva, com a eleição de Fernando Silva Bispo, o Fernando Holliday (DEM) para a Câmara de Vereadores da capital com 48.055 votos. Holliday fará parte da base de apoio ao prefeito eleito João Dória (PSDB), para quem trabalhou na campanha.

Em Porto Alegre, o MBL lançou dois candidatos a vereador e elegeu Ramiro Rosário (PSDB), com 4.676 votos. No interior gaúcho, foi eleito Leonardo Braga (PSDB) em Sapiranga. No Paraná, o movimento elegeu os vereadores Filipe Barros (PRB), em Londrina, e Homero Marchese (PV), em Maringá.

No interior São Paulo, Carol Gomes (PSDB) foi eleita em Rio Claro e Marschelo Meche (PSDB) para a Câmara de Americana. O maior revés do MBL foi a derrota de Rubens Nunes, o Rubinho Nunes, do PMDB, candidato a vice-prefeito de Vinhedo (SP). Fundador e uma das principais lideranças do movimento, Rubinho foi vice na chapa de Dario Pacheco, do PTB, derrotado pelo atual prefeito, reeleito, Jaime Cruz (PSDB).

Contra

O Movimento dos Sem-Terra (MST), que lutou contra o impeachment de Dilma e não reconhece o governo de Temer, não lançou candidatos, mas pelo menos 14 postulantes concorreram usando a sigla do movimento. Dois deles se elegeram vereadores pelo PT: Nildo da Silva Souza, o Nildo do MST, em Igrapiúna (BA), e José Francisco Corrêa Neto, o Neto do MST, em Boa Vista do Tupim (BA).

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) que também esteve à frente de movimentos contra o impeachment, elegeu Sidney Marcos Ramos, o Marcão da CUT, do PT, para a Câmara de Itamaraju (BA). A CUT e o MST reelegeram o prefeito e militante Luciano Duque, em Serra Talhada (PE).

A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral (PCdoB) concorreu à prefeitura de Santos (SP) com a bandeira contra o impeachment, mas ficou em segundo lugar no pleito, vencido no primeiro turno pelo tucano Paulo Alexandre Barbosa.

Representante da Bancada Ativista, Sâmia Bomfim (PSOL) fez parte do Movimento Passe Livre (MPL) e se elegeu vereadora em São Paulo com 12.464 votos, em 55º lugar.

Uma derrota inesperada por muitos tirou o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) do executivo do município de Olinda, localizado na Região Metropolitana do Recife (RMR), após 16 anos de gestão na cidade. Uma das expectativas era a ida da candidata Luciana Santos ao segundo turno. No entanto, o governo municipal será decidido, no segundo turno, entre o socialista Antônio Campos e o Professor Lupércio (SD). Cada um teve, respectivamente, 55.995 (28,17%) e 46.476 votos (23,38%). 

O terceiro lugar foi de Isabel Urquiza (PSDB), com 18,40% com 36.584 votos. Luciana ficou com a quarta colocação com 16,57% com 32.929 votos à candidatura da chapa Olinda Frente Popular. A comunista governou o município, entre 2001 e 2008 e, em sequencia, comandou a cidade o  atual prefeito Renildo Calheiros (PCdoB)

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Apesar de pouco considerado para chegar à prefeitura municipal, o Professor Lupércio é deputado estadual e, em 2012, foi o vereador mais votado na cidade na eleição. Já Antônio Campos, advogado, é neto de Miguel Arraes e irmão do ex-governador Eduardo Campos. Ambos são estreantes em disputas majoritárias. 

Ataque à esquerda

Após o mau êxito, a comunista se manifestou afirmando que o Brasil vive uma conjuntura de muito ataque à esquerda, ao direito do cidadão e à democracia e que isso refletiu na primeira disputa eleitoral após o que chama de “golpe”. 

Luciana afirmou que travou um bom combate e afirmou que o PCdoB deixou um legado positivo em Olinda. “Ninguém é vitorioso por 16 anos na administração pública sem ter feito ações que melhoraram, de fato, a vida das pessoas da cidade. O compromisso com Olinda permanece e vamos definir a melhor forma de fazer isso. Vamos continuar denunciando os abusos do poder econômico, os ataques à democracia e defender o legado que construímos na cidade”, disse.

Fragilidade do PCdoB

O PCdoB também chegou na disputa de 2016 mais fragilizado. Na última eleição, em 2012, o Partido fazia parte de uma coligação que reunia 16 partidos incluindo siglas tradicionais como o PSB, PT, PV e PSDB, que, neste ano, tiveram candidaturas próprias.

A alavancada de Campos

Antônio Accioly Campos, além de advogado, é escritor, poeta e empresário dedicou sua vitória para o avô Miguel Arraes, ao irmão e a sua mãe. “Quero agradecer a Deus que me deu força nessa luta, a Ana Lucia Arraes, minha mãe. Uma mulher que sempre me inspirou e quero fazer uma homenagem a Miguel Arraes em seu centenário. Meu avô, essa vitória é para o senhor. Ao meu irmão que foi um grande guerreiro da luta do povo pernambucano. Ganhei uma eleição limpa, sem comprar votos”, disse, após a apuração dos votos, no Largo do Amparo. O socialista já recebeu o apoio do então candidato Guga, do Partido Verde (PV). 

Oposição ao PCdoB

Após a vitória rumo ao segundo turno, o Professor Lupércio deixou claro que está aberto a alianças, porém que faz oposição à gestão do PCdoB. “Tenho maior respeito pela deputada federal, mas eu não desejo o seu apoio. Sou oposição ao PCdoB. Entretanto, não faço parte daquela oposição radical. Tenho maneira de fazer oposição, mas minha maneira é mais tranquila em relação ao radicalismo”, disse.

Vale lembrar que os dois candidatos que irão para o segundo turno protagonizaram uma polêmica. Segundo Antônio Campos, Lupércio não prestou contas parciais da campanha e teria operado com um suposto “caixa 2” para os gastos mais altos. A acusação foi acatada pela juíza da 113ª Zona do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), Eliane Ferra, que deu até cinco dias para Lupércio se defender.

Por sua vez, Lupércio declarou que tem até o dia 1º de novembro para apresentar um relatório financeiro ao TRE e afirmou que a sua campanha é “limpa e pautada na transparência”.

A candidata do PSOL a vereadora de Olinda, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Eugênia Lima recebeu 2.087 votos durante a votação desse domingo (2), entretanto ela não conquistou o coeficiente necessário para ser eleita ao legislativo da cidade. O Irmão Biá, candidato com o menor número de votos que foi eleito, recebeu 1.392 manifestações favoráveis nas urnas.

Eugênia fez uma avaliação positiva do quantitativo de votos que recebeu e convocou os que gostariam de vê-la na Casa a ‘tomar as ruas’ a cidade. “Tivemos uma votação incrível, os 2.087 votos foram de pessoas que querem transformar esta cidade e estão comprometidas com o nosso projeto. Os olindenses vão ter que tomar essas ruas e transformar a cidade”, frisou. 

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A conjuntura é a mesma da do PSOL no Recife em 2012, quando o atual deputado estadual Edilson Silva foi o segundo candidato a vereador mais votado com e não conquistou a vaga na Casa por falta de coeficiente e alianças com outros partidos. 

O PSOL, entretanto, não foi o único partido com mais de 2 mil votos que não conquistou a eleição na cidade. Uma candidata do SD, Claudia Cordeiro recebeu 2.048 manifestações positivas nas urnas e não conquistou êxito. 

Políticos de outras coligações maiores, mas que elegeram representantes para a Casa, também não conseguiram arrastar todos os que obtiveram mais de 2,5 mil votos. Um exemplo disso é Jonas Ribeiro (PRB). Ele recebeu 2,3 mil votos, entretanto, a coligação PT/PRB e PTB já havia eleito dois dos 17 membros da Câmara. 

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