Os principais índices das bolsas europeias fecharam em alta nesta segunda-feira, após o governo da França vender com sucesso papéis de sua dívida, a juros menores. Os investidores não se apegaram muito ao fato de a Standard & Poor's ter rebaixado, na sexta-feira, os ratings de crédito de nove nações da zona do euro, incluindo França, Itália e Espanha.
O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,78%, ou 1,94 ponto, para 251,12 pontos, após passar a maior parte da sessão alternando entre pequenos ganhos e perdas. Os mercados dos Estados Unidos estavam fechados nesta segunda-feira, por causa do feriado em homenagem a Martin Luther King Jr.
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A França, que perdeu o rating de crédito AAA da Standard & Poor's na sexta-feira, vendeu T-bills nesta segunda-feira, com os custos de empréstimo caindo em comparação com os níveis de uma semana atrás. Na sexta-feira, as ações europeias terminaram com leve baixa, com reação mínima às especulações sobre os rebaixamentos, já esperados pelos investidores nas últimas semanas.
Nesta segunda-feira, os mercados subiram em sua maioria. "A notícia ruim da semana passada está gerando pouco impacto nos mercados de ações do Reino Unido e na Europa em geral", afirmou Mike Lenhoff, estrategista-chefe da Brewin Dolphin. "Isso pode ser porque a notícia ruim já estava em grande parte contabilizada", afirmou ele em nota. Outra opção, segundo ele, é que os mercados estavam fechados em Wall Street e os investidores podem estar esperando boas notícias dos EUA.
O índice CAC-40, da Bolsa de Paris, subiu 0,89%, para 3.225,00, com ações da fabricante de semicondutores STMicroelectronics avançando 7,2%. Os papéis de bancos da França registraram ganhos: Société Générale subiu 1,3%, Crédit Agricole avançou 1,1%, enquanto BNP Paribas ganhou 1,6%.
No Reino Unido, o índice FTSE 100 subiu 0,37%, para 5.657,44 pontos. A companhia de mídia e publicidade Pearson registrou alta de 2,7%. A maior perdedora nesse índice foi a companhia de cruzeiros Carnival. As ações da empresa caíram quase 17% em Londres, após seu navio Costa Concordia sofrer um acidente na Itália na sexta-feira, com pelo menos seis mortes confirmadas.
A Carnival, cujas ações são negociadas em Londres e em Nova York, afirmou hoje que o desastre custará entre US$ 85 milhões e US$ 95 milhões em perda de receita. A companhia também espera outros custos para o negócio que não consegue determinar no momento. O Morgan Stanley rebaixou a Carnival para "equal weight", de "overweight", também nesta segunda-feira, e cortou sua estimativa de lucro.
Outra ação que recuou bastante na Europa foi a Lundin Petroleum. Os papeis perderam 14,3% em Estocolmo, após a companhia sueca de petróleo e gás afirmar que reservas de petróleo da descoberta no campo de Avaldsnes, na Noruega, podem ser menores do que a estimativa inicial.
Na Alemanha, o índice DAX recuou 1,25%, para 6.220,01 pontos, apoiado pelo ganho de 3,6% da fabricante de automóveis Daimler e pela alta de 2,6% na concorrente BMW.
O Goldman Sachs reiterou hoje sua convicção sobre a recomendação de compra para os papéis da BMW e da Fiat, acrescentando a Daimler em sua lista de empresas que devem apresentar bons retornos. Além disso, o Goldman melhorou sua recomendação para a fabricante de caminhões e equipamento para agricultura italiana Fiat Industrial, para "buy", e o grupo automobilístico francês Renault para "neutral".
Na Bolsa de Milão, o índice FTSE MIB subiu 1,40%, para 15.220,98 pontos. Na Itália, a Fiat ganhou 7%, Fiat Industrial avançou 3,9% e Pirelli subiu 4,9%. Em Paris, os papéis da Renault ganharam 2,9%.
Nos mercados suíços, as ações da Richemont ganharam 2,8%, após o grupo de bens de luxo informar sobre um salto de 24% em suas vendas no trimestre entre outubro e dezembro, com sólido aumento nas vendas em todas as regiões em que atua.
Em Madri, o índice Ibex 35 ficou praticamente estável, recuando 0,01%, para 8.449,60 pontos. Telefónica (+0,4%) e Santander (0,6%) registraram alta. Na contramão, o PSI 20, da Bolsa de Lisboa, recuou 0,92%, para 5.429,10 pontos. As informações são da Dow Jones.