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O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (15), que suspendeu qualquer negociação para conceder subsídios a contas de energia de templos religiosos. A decisão ocorre após o jornal O Estado de S. Paulo revelar, na semana passada, que o governo preparava um decreto para adotar a medida, a pedido do próprio presidente, mas que havia resistência por parte da equipe econômica.

"Falei com o Silas Câmara (presidente da bancada evangélica na Câmara) e com o (missionário) R. R. Soares e está suspensa qualquer negociação nesse sentido", afirmou Bolsonaro nesta quarta-feira ao deixar o Ministério de Minas e Energia. Na terça-feira (14), ao tratar do assunto, Bolsonaro disse que estava tomando "pancada" por causa da medida, mas ainda não havia decidido.

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Como mostrou o Estado, a pedido do presidente, minuta de decreto foi elaborada pelo Ministério de Minas e Energia e enviada à pasta da Economia, mas a articulação provocou atrito no governo, já que a equipe econômica rejeita a medida.

Pela minuta em estudo no governo, os templos passariam a pagar tarifas no horário de ponta, quando há maior consumo, iguais às cobradas durante o dia, que são mais baratas. Cada distribuidora tem seu próprio horário de ponta, que dura três horas consecutivas e se concentra entre o fim da tarde e o início da noite durante dias de semana. Nesses horários, o consumo de energia pode ficar 50% maior, e as taxas de uso, subir até 300%. É justamente nesse período que os templos costumam realizar cultos.

Mais cedo, em entrevista ao Broadcast Estadão, Silas Câmara afirmou que um eventual desconto na conta de luz de templos religiosos não seria um gesto grande para o governo, mas importante para a bancada evangélica. Ele disse ainda que se encontraria com o presidente para tratar do assunto e argumentaria que a mudança na cobrança, ainda em estudo, teria um impacto "insignificante" nas contas e que não poderia ser considerada uma espécie de subsídio. Na semana passada, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou que o impacto econômico seria de R$ 37 milhões.

De acordo com Câmara, a retirada dos templos deste tipo de cobrança representaria menos do que um arredondamento de diferença de bandeira (tarifária). "Quando o presidente conversar comigo, vou dizer a ele que o impacto disso (do desconto) é de 0,02% (na conta)."

A medida, no entanto, enfrenta resistência no Ministério da Economia. A equipe do ministro Paulo Guedes é contra aumentar subsídios porque isso distorce o sinal de preços e aumenta o custo da energia. Outro argumento utilizado pela pasta é o fato de o Tribunal de Contas da União (TCU) considerar inconstitucional conceder subsídio por decreto nas tarifas.

Por meio do desconto, a ideia que estava em análise no governo era diminuir a conta de luz dos consumidores conectados à alta tensão - ou seja, os de maior demanda, como catedrais e basílicas, que, a exemplo de supermercados e shoppings, pagam tarifas maiores no chamado horário de ponta. Para Câmara, no entanto, "nem sempre as empresas majoram no horário até 3 ou 4 vezes mais o valor (cobrado durante o dia)".

"Então, na verdade, quando eu conversar com o presidente, vou falar que é um gesto. Sinceramente, não é um gesto grande, mas é um gesto importante que reconhece o trabalho das igrejas, pois nesse horário das 18h às 23h quase 300 mil funcionam, das quais metade delas nem estão nessa faixa (de grande porte)."

O parlamentar disse que teve acesso ao estudo da Aneel, encomendado pelo Ministério da Minas e Energia e pelo Ministério da Economia. "Eu sei que a Aneel fez estudo a pedido do MME e também do Ministério da Economia, sei do resultado e posso te garantir que é insignificante. Mas para os templos é algo extremamente relevante.", completou.

Para o deputado, o desconto para igrejas não poderia ser considerado subsídio. "Quando essas empresas que assumiram distribuição e geração de energia ganharam a consulta, a licitação, a concessão, a Aneel, por força de contrato, deu a essas empresas a liberdade de elas, em horário de ponta, das 18h às 23h, portanto o horário em que funcionam todos os templos religiosos, independentemente de ser evangélicos ou não, poderem cobrar até 4 vezes mais o valor da energia. O que está em estudo é uma possibilidade apenas de retirar as igrejas do horário de ponta, então não é subsídio", afirmou o parlamentar.

O presidente Jair Bolsonaro disse, nesta quarta-feira (15), que o Brasil é o "país dos subsídios" e que deseja colocar um "ponto final nisso aí", mas não recuou sobre o governo avaliar subsídio a contas de energia de templos religiosos.

Bolsonaro recebe nesta quarta o presidente da bancada evangélica, deputado Silas Câmara (Republicanos-AM), favorável ao benefício às igrejas. "Se for discutido o subsídio às igrejas, a gente decide, né, depende de um decreto meu. Agora, tudo cai no meu colo, tudo. E só vale depois que eu assinar", afirmou Bolsonaro.

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O presidente lembrou que terá de decidir em breve sobre manter subsídio à produção de concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus. "O Brasil é o país dos subsídios. 4% do PIB vai para subsídios. A gente pretende. Já sinalizamos. Queremos botar um ponto final nisso aí. Temos a decisão também na semana que vem sobre os concentrados lá da Zona Franca de Manaus, que está sendo discutido também", disse Bolsonaro.

O mandatário afirmou que o governo defende a "liberdade econômica", diferentemente, segundo ele, de gestões passadas. "Agora, nosso caminho é a liberdade econômica, livre mercado, é uma economia completamente diferente do que vinha sendo adotada nos últimos anos".

Questionado se assinará decreto para subsidiar a conta de luz de templos religiosos, Bolsonaro se esquivou. "Pode deixar que a decisão a gente sempre procura atender toda a sociedade (SIC)", afirmou. Bolsonaro também não respondeu se poderá retirar algum subsídio para garantir o benefício às igrejas. "Tem de chegar para mim. Alguns problemas estou buscando solução, tem iniciativa para isso", disse.

Como mostrou o Broadcast/Estadão, a pedido do presidente, minuta de decreto foi elaborada pelo Ministério de Minas e Energia e enviada à pasta da Economia, mas a articulação provocou atrito no governo, já que a equipe econômica rejeita a medida.

Pela minuta em estudo no governo, os templos passariam a pagar tarifas no horário de ponta, quando há maior consumo, iguais às cobradas durante o dia, que são mais baratas.

Cada distribuidora tem seu próprio horário de ponta, que dura três horas consecutivas e se concentra entre o fim da tarde e o início da noite durante dias de semana. Nesses horários, o consumo de energia pode ficar 50% maior, e as taxas de uso, subir até 300%. É justamente nesse período que os templos costumam realizar cultos.

A alternativa em estudo para custear esses benefícios é repassar o valor a outros consumidores, tanto residenciais quanto livres, via o encargo chamado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

A soma dos benefícios embutidos na conta de luz e repassados para todos os consumidores atingiu R$ 22 bilhões neste ano e tem sido alvo de preocupação da área econômica do governo. Embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o foco da medida.

O presidente Jair Bolsonaro se desviou, nesta terça-feira (14), de perguntas sobre ser favorável ou não à concessão de subsídio para a conta de luz de templos religiosos, assunto que, a pedido dele, está em análise no governo, como revelou o Estadão/Broadcast. E acabou encerrando a entrevista quando foi questionado sobre Fabrício Queiroz.

"Estou apanhando e não decidi nada ainda. Eu não sei por que essa gana de dar pancada em mim o tempo todo. Eu assinei o decreto? Então por que essa pancada?", declarou o presidente em frente ao Palácio da Alvorada sobre o subsídio.

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Questionado se assinará o decreto para conceder o auxílio, Bolsonaro disse que decide "na hora certa", aos "48 do segundo tempo ou 54". O presidente negou-se a falar sobre o que pensa sobre o assunto: "não tenho opinião para te dar".

Pela minuta de decreto em estudo no governo, os templos passariam a pagar tarifas no horário de ponta, quando há maior consumo, iguais às cobradas durante o dia, ou seja, mais baratas. A alternativa em estudo para custear esses benefícios é repassar o valor a outros consumidores, tanto residenciais quanto livres, via o encargo chamado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

A soma dos benefícios embutidos na conta de luz e repassados para todos os consumidores atingiu R$ 22 bilhões neste ano e tem sido alvo de preocupação da área econômica do governo. Embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o alvo da medida.

O presidente voltou a afirmar que deve sancionar o Orçamento "no limite", ou seja, no dia 20 de janeiro. Bolsonaro já sinalizou que deve aprovar o fundo eleitoral de cerca de R$ 2 bilhões, proposto pelo próprio governo, apesar de ele afirmar ser contra ao uso do recurso público nas disputas.

Queiroz

Bolsonaro encerrou a entrevista ao ser questionado por jornalistas se teria mandado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ), faltar a um depoimento marcado no Ministério Público do Rio de Janeiro.

Segundo a revista Época, a informação sobre a ordem de Bolsonaro foi publicada no livro "Tormenta - O governo Bolsonaro: crises, intrigas e segredos", da jornalista Thaís Oyama. A obra será lançada no próximo dia 20 de janeiro.

"O livro é fake news, um livro mentiroso, não vou responder sobre o livro", disse Bolsonaro. Sem ser perguntado, porém, o próprio presidente havia inserido o novo livro entre os assuntos da entrevista. Ele entrou no tema ao se desviar de pergunta sobre proposta dele para subsídio para conta de luz de igrejas, quando disse que não tinha opinião a dar. "Tem uma colega de vocês que fez um livro que leu meu pensamento. Acho que não tenho que conversar com vocês, é só escrever o que você achar", afirmou.

Alegando motivos de saúde, Queiroz faltou a mais de um depoimento ao MP em caso revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo que trata de movimentações atípicas do ex-assessor de Flávio identificadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

As tensões entre a ala política e a equipe econômica têm aumentado no governo Jair Bolsonaro. O pedido do presidente para que seja concedido subsídio nas contas de luz de templos religiosos expôs um racha cada vez mais frequente e, até então, mantido nos bastidores.

Como o jornal O Estado de S. Paulo mostrou ontem, embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o alvo da medida. A "bancada da Bíblia" é hoje a principal base de sustentação do governo e Bolsonaro tem atendido suas reivindicações desde que assumiu a Presidência. A influência de líderes evangélicos sobre o Planalto é cada vez maior e o próprio presidente já disse que quer tê-los por perto na administração.

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As divergências também ocorreram na política de reformulação do programa Bolsa Família, nas discussões sobre o fim do subsídio para painéis solares e no reajuste salarial de policiais do Distrito Federal. A aliados, Bolsonaro admitiu estar "entalado" com as restrições impostas pela área econômica a esses planos.

O Ministério da Economia confirmou ontem que o desconto para as tarifas de energia das igrejas está sendo analisado pelas áreas técnicas. Com o ministro Paulo Guedes fora de Brasília desde o fim de dezembro, a orientação de seus assessores foi a de esperar o seu retorno para administrar o problema.

Nos bastidores, a equipe econômica se posicionou contra a concessão do que vem sendo chamado de "dízimo elétrico", que vai contra a agenda de redução do custo da energia, insumo fundamental para a retomada do crescimento. A edição de um decreto para permitir o benefício já foi declarada inconstitucional pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Em busca da recuperação de sua popularidade, Bolsonaro tem privilegiado os grupos mais identificados com sua base de apoio, como evangélicos e policiais, e tenta, agora, avançar na direção da população dependente de programas sociais criados durante governos petistas. A prioridade ao atendimento de demandas dos religiosos já tem causado ciumeira entre aliados.

O presidente deixou clara sua insatisfação com Guedes nesta semana, ao reclamar publicamente do fato de que o ministro da Economia não o atendeu quando ligou para falar sobre a alta do petróleo. Observadores consideram não ser coincidência que Bolsonaro tenha dado ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, a tarefa de criar um fundo de compensação para amortecer os preços dos combustíveis - ideia rejeitada pela equipe econômica.

Na avaliação da equipe econômica, o maior fator de risco para o governo tem sido o próprio governo. Se atender os religiosos, técnicos preveem que a tentativa de barrar ou acabar com benefícios de outros grupos de interesse será ainda mais desafiadora. No início da semana, Bolsonaro desautorizou declarações sobre o fim do subsídio a painéis solares e ameaçou demitir quem o contrariasse.

Policiais

Articulado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, o reajuste para as polícias civil e militar do Distrito Federal de até 25% pegou a área econômica de surpresa. Por meio de notas técnicas contrárias à proposta, o ministério conseguiu barrar a publicação de uma medida provisória pronta, mas o tema ainda será tratado no Congresso por meio de projeto de lei.

O Ministério da Economia também resiste aos planos do ministro da Cidadania, Osmar Terra, de ampliar o alcance do Bolsa Família e ampliar o gasto público em mais R$ 16,5 bilhões, além dos R$ 29,5 bilhões já previstos no Orçamento. Para a equipe econômica, há disponibilidade para apenas mais R$ 4 bilhões. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro quer conceder subsídio na conta de luz para templos religiosos de grande porte. A pedido dele, uma minuta de decreto foi elaborada pelo Ministério de Minas e Energia e enviada para a pasta da Economia, mas a articulação provocou forte atrito no governo. A equipe econômica rejeita a medida, que vai na contramão da agenda do ministro Paulo Guedes, conhecido por defender a redução de benefícios desse tipo. O Ministério de Minas e Energia confirmou que o assunto está sendo avaliado.

Embora o movimento seja para beneficiar templos religiosos de forma ampla, os evangélicos são o alvo da medida. A bancada desse segmento é hoje a principal base de sustentação do governo e Bolsonaro tem atendido suas reivindicações desde que assumiu a Presidência. A influência de líderes evangélicos sobre o Palácio do Planalto é cada vez maior e o próprio presidente já disse que quer tê-los por perto na administração.

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Com essa perspectiva, muitos templos já anunciaram a disposição de ajudar Bolsonaro a coletar as quase 500 mil assinaturas necessárias para criar seu novo partido, o Aliança pelo Brasil. Bolsonaro também já avisou que pretende indicar um ministro "terrivelmente evangélico" para o Supremo Tribunal Federal (STF). Os evangélicos representam 29% dos brasileiros e podem ser o fiel da balança na campanha de Bolsonaro à reeleição, em 2022.

Coordenador da Frente Parlamentar Evangélica, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) disse que a concessão de subsídio na conta de luz para templos religiosos é "justa" e tem impacto "mínimo". Segundo Câmara, a medida não beneficiará apenas evangélicos e as igrejas não geram lucro. "Os templos religiosos só funcionam das 18h às 23h e é justamente nesse horário que as distribuidoras podem cobrar mais", afirmou. "Fechem todas as 300 mil igrejas no Brasil em um dia para ver o impacto social e na segurança no dia seguinte."

Outro integrante da bancada evangélica, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ) argumentou que toda ajuda a templos e a instituições filantrópicas, dada pelo governo, "será sempre muito bem-vinda".

O subsídio na conta de luz não é a primeira medida planejada por Bolsonaro para manter o apoio evangélico. Com o aval do presidente, o Congresso aprovou um projeto garantindo incentivos fiscais para igrejas até 2032. Por meio de decreto, ele também passou por cima da agenda que favorecia pessoas com deficiência, uma das prioridades da primeira-dama, Michelle Bolsonaro, liberando igrejas de realizar adaptações para acessibilidade em áreas destinadas ao altar e ao batistério.

Discussões

As discussões sobre a criação de mais benesses para igrejas começaram no fim do ano passado. A ideia do governo é diminuir a conta de luz dos consumidores conectados à alta tensão - ou seja, os de maior demanda, como catedrais e basílicas. Consumidores residenciais e pequenos estabelecimentos são conectados à baixa tensão e, por isso, pagam uma tarifa de mesmo valor, independentemente do horário. Já edificações maiores, como supermercados e shopping centers, se ligam às redes na alta tensão e pagam tarifas mais caras no chamado horário de ponta, momento de maior consumo do dia.

Cada distribuidora tem seu próprio horário de ponta, que dura três horas consecutivas e se concentra entre o fim da tarde e o início da noite durante dias de semana. Na Enel São Paulo, por exemplo, é das 17h30 às 20h30. Nesses horários, o consumo de energia pode ficar 50% mais alto, e as taxas de uso, subir até 300% - o objetivo é deslocar a demanda para horários menos congestionados. É justamente nesse período que os templos realizam cultos.

Maior estrutura da Igreja Universal do Reino de Deus, o Templo de Salomão, em São Paulo, celebra cultos diariamente de manhã, tarde e noite. As celebrações das segundas-feiras, às 18h30, e de terças a sextas, às 20h, se encaixam no horário mais caro.

Pela minuta de decreto em estudo no governo, os templos passariam a pagar tarifas mais baratas no horário de ponta, iguais às cobradas durante o dia. O valor que deixariam de pagar, porém, não "desaparece": ele necessariamente passa a ser arcado por alguém. Desde 2015, o Tesouro não paga qualquer subsídio no setor elétrico. Para bancar a despesa, seria preciso cortar outra de mesmo valor. Por isso, a alternativa em estudo para esses benefícios é que sejam custeados por outros consumidores - tanto residenciais quanto livres, via encargo chamado Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Nota técnica

O Ministério de Minas e Energia, comandado por Bento Albuquerque, preparou uma nota técnica sobre o tema. Embora tenha citado uma lei que determinou a redução dos subsídios embutidos na conta de luz, o ministério pediu à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para calcular quanto o benefício às igrejas custaria. A Aneel respondeu, segundo apurou a reportagem, que não tinha como fazer esse levantamento, mas avaliou que o valor seria baixo.

O pedido chegou, então, ao Ministério da Economia, que se mostrou contra a medida. A equipe econômica é uma das que mais resiste à criação de novos subsídios que provoquem impacto tarifário, já que a energia é um dos insumos fundamentais para a atração de investimentos e, consequentemente, a retomada do crescimento.

A soma dos benefícios embutidos na conta de luz e repassados para todos os consumidores atingiu R$ 22 bilhões neste ano e tem sido alvo de preocupação do governo. A pasta de Guedes lembrou que subsídios estão na mira do Tribunal de Contas da União (TCU) e que o órgão determinou ao governo que parasse de criar benefícios sem dotação orçamentária. A corte de contas considerou ainda que os subsídios criados por decreto e sem relação com o setor elétrico são inconstitucionais.

A proposta vai contra projetos de lei no Congresso, apoiados pelo governo, que têm como meta criar um novo marco para o setor elétrico, reduzindo subsídios cruzados. A ideia de subsídio para a conta de luz de igrejas chegou a ser proposta em 2010 pelo ex-deputado Eduardo Valverde (PT-RO), mas foi arquivada em 2015.

Se o benefício for criado por decreto, o TCU pode até multar integrantes do governo. A Subchefia de Assuntos Jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência informou não ter "proposta formalizada" sobre o tema. O Ministério da Economia e a Aneel não responderam até a publicação desta matéria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Igrejas e templos religiosos podem ter um limite de propagação sonora estabelecido por lei federal. Atualmente, muitos estados e municípios já limitaram o volume máximo durante cultos, missas e celebrações, mas o projeto pode unificar as regras para todo o território nacional. 

Se a proposta (PL 5.100/2019) for aprovada no Senado e sancionada, a propagação sonora que chega ao ambiente externo não poderá ultrapassar os limites de 85 dB (oitenta e cinco decibéis) na zona industrial, de 80 dB (oitenta decibéis) na zona comercial e de 75 dB (setenta e cinco decibéis) na zona residencial durante o dia. À noite, entre 22 horas e 6h da manhã, serão 10 dB (dez decibéis) a menos em cada uma das respectivas áreas.

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Para se ter uma ideia, estima-se que uma agência bancária cheia tenha barulho  de 55 a 65 dB, enquanto a praça de alimentação de um shopping em hora do almoço produza cerca de 70 dB. Um show com música alta ou um trio elétrico podem atingir 130 dB.

Punição

O texto prevê que as medições da propagação sonora sejam feitas pelas autoridades ambientais acompanhadas por representantes indicados pela direção do local. A punição para os templos que extrapolarem os limites previstos na lei não deve ser imediata, segundo o projeto.

Para constatar o excesso na emissão sonora, serão feitas três medições, com intervalo mínimo de 15 minutos entre elas, e a média aritmética será o número considerado para a conclusão da existência ou não do excesso, desconsiderando outras fontes de barulho próximas alheias à atividade religiosa.

Se o barulho for, de fato, excessivo, será dado prazo de até 180 dias para adoção das providências de adequação sonora, contado da data da autuação.

Se, mesmo assim, o problema não for resolvido serão aplicadas as sanções previstas na Lei 6.938/1981: multa de 10 a mil ORTNs (a Obrigação Reajustável do Tesouro Nacional equivale atualmente a R$ 1,66); perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; e até a suspensão da atividade.

O projeto também prevê indenização ou reparo a danos causados ao meio ambiente e a terceiros. O Ministério Público da União e os dos Estados terão legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal por danos causados ao meio ambiente.

Boato

Embora o projeto se limite ao volume máximo nos templos, alguns cidadãos questionaram, pelo Whatsapp do Senado Federal, se é verdadeira notícia divulgada em redes sociais de que o Senado estaria estudando projeto que atenta contra a liberdade de culto e de leitura da Bíblia.

Essa proposta, contudo, limita-se a regulamentar nacionalmente a emissão sonora produzida em cultos e serviços religiosos de todas as crenças.

Apresentado originalmente pelo deputado Carlos Gomes (PRB-RS), o projeto já foi aprovado pela Câmara dos Deputados (PL 524/2015, na Câmara) e, se aprovado pelo Senado, seguirá para sanção presidencial.

Atualmente, o texto aguarda o relatório e voto do senador Luiz Pastore (MDB-ES) na Comissão de Meio Ambiente (CMA), antes de ser votado nessa comissão e pelo Plenário.

*Da Agência Senado

 

O presidente da República, Jair Bolsonaro, sancionou a Lei Complementar 170 que autoriza a prorrogação, por até 15 anos, das isenções, incentivos e benefícios fiscais para igrejas e instituições de assistência social. A Lei, publicada no Diário Oficial da União (DOU) da quinta-feira, foi aprovada pelo Senado no último dia 4 e aguardava sanção presidencial.

O benefício fiscal a essas entidades tinha se esgotado em 31 de dezembro do ano passado e agora os convênios poderão ser prorrogados, por até 15 anos. Integrantes da bancada evangélica articularam pela aprovação desse projeto, apresentado pela deputada Clarissa Garotinho (PROS-RJ).

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O projeto garante a igrejas e instituições de assistência os mesmos benefícios previstos para atividades agropecuárias e investimento em infraestrutura rodoviária, aquaviária, ferroviária, portuária, aeroportuária e de transporte urbano. Esses setores tinham isenção garantida por mais tempo em lei anterior.

A eleição para novos membros de conselhos tutelares se tornou uma disputa entre católicos, evangélicos e grupos anticonservadores pelo País. Nas ruas e nas redes sociais, os grupos têm se mobilizado para conseguir votos - ou evitar a vitória dos que têm ideias contrárias. No Rio, o processo virou alvo até de investigação do Ministério Público.

De caráter municipal, os conselhos tutelares cuidam dos direitos de crianças e adolescentes. Os conselheiros têm de ter pelo menos 21 anos e "reconhecida idoneidade moral". Qualquer eleitor pode votar - o processo será realizado amanhã.

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No último mês, a Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd) publicou em seu site ao menos quatro textos em que chama a atenção dos fiéis para as eleições. As publicações incluem guia para encontrar o local de votação, as responsabilidades do conselheiros, e argumentos sobre a importância de eleger representantes "comprometidos" e sobre o "dever de votar". Segundo um dos textos, "é importante ter pessoas com valores e princípios e que, acima de tudo, tenham compromisso com Deus".

A eleição também motivou manifestação de representantes da Igreja Católica. O bispo auxiliar dom Devair Araújo da Fonseca, da Arquidiocese de São Paulo, escreveu uma carta ao clero paulista em que lamenta a baixa representação de católicos nos conselhos e reforça a importância de ir às urnas no domingo. "Infelizmente a representação da Igreja Católica nestes conselhos é baixa, a maioria das vagas é ocupada pelos nossos irmãos evangélicos", diz dom Devair, na carta. Ele anexou ainda nas mensagens cartazes informativos para serem fixados em lugares visíveis nas paróquias para informar a comunidade. "Solicito o empenho na identificação e no apoio dos candidatos do seu bairro."

A movimentação das igrejas provocou ainda uma reação nas redes sociais para promover candidatos considerados "progressistas". Em grupos no Facebook de moradores do centro de São Paulo, por exemplo, circularam listas com nomes que estariam comprometidos com a defesa de direitos humanos, do Estado laico e de "ideais democráticos". O receio dessas pessoas é de que igrejas usem o espaço nos conselhos tutelares para "combater ideologia de gênero" e tratar problemas familiares e sociais de crianças como uma questão de fé e religiosidade.

Representante da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Conselho Municipal de Direitos de Crianças e Adolescentes de São Paulo, Ariel de Castro diz que, historicamente, tem crescido a participação de pessoas ligadas a igrejas e partidos políticos nesses órgãos. "Nesta edição está ainda mais polarizado."

Em nota, a Igreja Universal classificou de tendenciosas as perguntas enviadas pelo jornal O Estado de S. Paulo. "Deveria a fé de uma pessoa desqualificá-la de participar de um livre processo democrático e de contribuir à sociedade?" A Arquidiocese de São Paulo não respondeu. Na capital, uma a cada quatro candidaturas para o Conselho Tutelar acabou indeferida, por supostamente não cumprir requisitos necessários para a função.

Práticas ilícitas

A reportagem apurou haver indeferimento de cerca de 50 candidaturas no Rio. Ali, ainda se investigam denúncias de compra de votos e aluguel de vans para transporte de eleitores. As suspeitas envolvem igrejas neopentecostais e até grupos de milicianos "Essas práticas influenciam muito. A intenção é tentar prejudicar o equilíbrio entre os candidatos", diz a promotora Rosana Cipriano, da Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da Infância e Juventude. Em muitos casos, os conselhos são usados como trampolim político para quem quer se candidatar em 2020. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após constantes pedidos formalizados pela bancada evangélica no Congresso Nacional, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) começará a tratar com menos rigorosidade as obrigações fiscais de igrejas espalhadas pelo Brasil.

O “pacote” conseguido pelos evangélicos vai fazer com que haja uma maior flexibilização das obrigações das igrejas perante o Fisco. As medidas vêm após um primeiro semestre de governo marcado pela insatisfação da bancada com atitudes do presidente.

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Em uma possível tentativa de levantar uma bandeira de paz, Bolsonaro estabeleceu um prazo de dois meses para que o secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra, atenda a solicitação de parlamentares que contestam as multas cobradas aos grupos cristãos.

Essa decisão tomada pelo presidente aconteceu durante uma reunião, no último mês de maio, em que o ministro da Economia, Paulo Guedes, também estava presente. Agora, já há benefícios conseguidos pela bancada evangélica.

Houve o fim da obrigação de igrejas menores a se inscreverem no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ), já editada pela Receita. Além disso, teve a medida de elevação do piso de arrecadação para que uma igreja seja obrigada a informar suas movimentações financeiras diárias. Essa elevação foi de R$ 1,2 milhão para R$ 4,8 milhões. 

Em uma rápida transmissão ao vivo pelo Facebook, o presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar nesta quinta-feira, 2, que não irá criar um novo imposto para as igrejas, principalmente as evangélicas. "Não existe por parte do governo federal nenhuma hipótese de novo imposto para igrejas", disse.

O presidente fez o pronunciamento hoje direto de Santa Catarina, onde participa de um encontro de evangélicos. O empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan, participou do vídeo e também o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno.

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Na transmissão que durou menos de 15 minutos, Bolsonaro contou aos internautas que gravou hoje com o apresentador do SBT Silvio Santos e que o programa deve ir ao ar no próximo domingo.

Ele aproveitou a presença de Hang para falar sobre a medida provisória da liberdade econômica que foi editada pelo Executivo nesta semana. "O Luciano vinha trabalhando favoravelmente para que editássemos MP sobre medida provisória da liberdade econômica", disse sobre o empresário. Hang agradeceu ao presidente e disse que o País só irá crescer através do liberalismo econômico. "Vamos fazer o Brasil uma das maiores nações do mundo", disse.

Bolsonaro falou ainda sobre a criação de um colégio militar em São Paulo e se mostrou disposto a levar a iniciativa para Santa Catarina. "Só educação tira Brasil do buraco em que se encontra", disse ele. Nesta semana, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou um corte de 30% no orçamento das universidades públicas do País.

O presidente aproveitou ainda a presença de general Heleno para comentar sobre a situação da Venezuela. "Ainda consideramos a situação da Venezuela indefinida" disse Heleno. O ministro-chefe do GSI disse ainda que o governo não considera o que ocorreu no país vizinho uma derrota para ao presidente autodeclarado Juan Guaidó.

Heleno e Bolsonaro afirmaram que as pressões internacionais podem ajudar a tirar o Nicolás Maduro do poder. "As pressões internacionais podem mostrar aos civis que ainda não entenderam a gravidade do problema", disse. Bolsonaro afirmou que há internamente uma fissura entre os militares da Venezuela e a tendência é que isso suba e chegue a alta patente.

Ele afirmou ainda que o que acontece na Venezuela influencia a economia no Brasil devido ao preço do petróleo. O presidente comentou brevemente sobre a situação da Argentina e demonstrou preocupação com uma possível volta de Cristina Kirchner.

O presidente citou ainda brevemente a situação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e disse que, por ele, o órgão ficaria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública.

A polícia cingalesa divulgou, nesta quarta-feira (1º), os nomes de nove pessoas que cometeram os atentados suicidas que deixaram 253 mortos no Domingo de Páscoa, em 21 de abril, e anunciou que os bens dos autores serão confiscados.

O porta-voz da Polícia, Ruwan Gunasekera, confirmou que os autores dos atentados suicidas em dois hotéis de luxo, dos três que foram atacados, eram dois irmãos pertencentes a uma família rica de Colombo especializada na exportação de especiarias.

O grupo de islamistas que organizou estes atentados coordenados em três hotéis de luxo e em três igrejas enviou um homem-bomba para cada um desses locais. A exceção foi o hotel Shangri-La, onde houve duas explosões provocadas por dois homens.

Um dos homens-bomba do hotel Shangri-La foi identificado como Zahran Hasim, chefe do grupo extremista local que organizou estes atentados reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Hashim era chefe do grupo National Thowheeth Jama'ath (NTJ), que foi proibido de atuar no país. Ele cometeu o atentado acompanhado de Ilham Ahmed Mohamed Ibrahim. Já o irmão mais velho de Ilham, Inshaf Ahmed, foi responsável pelo atentado suicida no Cinnamon Grand Hotel.

O terceiro hotel atacado, o Kingsbury, foi alvo de uma deflagração ativada por Mohamed Azzam Mubarak Mohamed. Sua mulher foi detida pela polícia, acrescentou o porta-voz.

A igreja de Santo Antônio foi atacada por um morador de Colombo, Ahmed Muaz. Seu irmão foi detido. O autor do atentado suicida na igreja São Sebastião foi Mohamed Hasthun, morador do leste do Sri Lanka, onde Hashim vivia.

A igreja evangélica de Sion, em Batticaloa (leste), também foi atacada pelo cingalês Mohamed Nasser Mohamed Asad.

Outro indivíduo - que não conseguiu cometer o atentado planejado em um hotel de luxo, mas detonou uma bomba perto de uma pousada perto da capital - foi identificado como Abdul Latheef. Ele estudou no Reino Unido e na Austrália.

Pouco depois dos atentados nos hotéis, Fathima Ilham, mulher do mais jovem dos dois irmãos, acionou os explosivos que levava com ela. Matou seus dois filhos e três policiais que haviam se deslocado para sua residência.

"Vamos recorrer a leis sobre financiamento do terrorismo para confiscar seus bens", acrescentou o porta-voz Ruwan Gunasekera.

Uma nova polêmica deve acalourar o debate entre parlamentares ligados às igrejas e o presidente Jair Bolsonaro (PSL) nesta semana. Isto porque, em entrevista divulgada nesta segunda-feira (29) pelo jornal Folha de São Paulo, o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, disse que o governo vai criar a Contribuição Previdenciária (CP), um novo imposto que poderá incidir até sobre pagamento do dízimo.

“Essa é uma questão polêmica. Vou propor que esteja aqui [na CP], ainda vamos discutir posteriormente. A CP vai tributar todas as transações, a base será universal, pega até a economia informal e as ações criminosas de contrabando. Todo o mundo vai pagar esse imposto”, disse o secretário.

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A declaração já repercute negativamente e o presidente precisou gravar um vídeo negando que o governo criaria um novo imposto.

“Fui surpreendido por uma declaração do nosso secretário de receita que seria criado um novo imposto para as igrejas. Essa informação não procede. Em nosso governo nenhum novo imposto será criado, em especial para as igrejas que, além de terem um excelente trabalho social prestado a toda sociedade, reclamam eles, em parte com razão, que há uma bitributação nessa área. Então, bem claro, não haverá novo imposto para as igrejas”, amenizou o presidente.

A afirmativa de Jair Bolsonaro foi divulgada pelo próprio Marcos Cintra, que criticou a manchete dada à entrevista que concedeu ao jornal. A chamada Contribuição Previdenciária deverá ser tributo que vai incidir sobre todas as transações financeiras, bancárias ou não, com alíquota de 0,9%.

Os Estados Unidos disseram que "vários" cidadãos norte-americanos foram mortos nos ataques a bomba deste domingo de Páscoa no Sri Lanka. Em nota, o Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que a Embaixada dos EUA em Colombo, capital do Sri Lanka, está trabalhando para ajudar cidadãos norte-americanos e suas famílias. Pompeo disse ainda que "esses ataques vis são um forte lembrete de por que os Estados Unidos permanecem comprometidos em nossa luta para derrotar o terrorismo". Segundo ele, usar como alvo "pessoas inocentes se reunindo em um local de culto ou desfrutando de uma refeição de férias são afrontas aos valores universais e liberdades que valorizamos".

O Ministério das Relações Exteriores do Sri Lanka disse que os corpos de pelo menos 27 estrangeiros foram recuperados e incluem cidadãos dos EUA, do Reino Unido, da Índia, de Portugal e da Turquia.

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A polícia da cidade de Nova York implementou medidas de segurança reforçadas após os ataques no Sri Lanka. O sargento Brendan Ryan, porta-voz do Departamento de Polícia de Nova York, disse que as autoridades "farão visitas periódicas a todos os locais de culto, dando atenção especial àqueles com eventos de Páscoa".

Mais de 200 pessoas foram mortas e outras centenas ficaram feridas em oito explosões que abalaram igrejas e hotéis da capital do Sri Lanka e arredores no domingo de Páscoa, no pior episódio de violência no país desde que a sangrenta guerra civil terminou há uma década.

O ministro da Defesa, Ruwan Wijewardena, descreveu os atentados como um ataque terrorista de extremistas religiosos e disse que sete suspeitos foram presos, apesar de não haver nenhuma reivindicação imediata de responsabilidade. Ele disse que a maioria das explosões teria ocorrido em ataques suicidas. Três hotéis e uma das igrejas atingidas, a de Santo Antônio, são frequentados por turistas estrangeiros.

O primeiro-ministro do Sri Lanka, Ranil Wickremesinghe, disse que teme que o massacre possa desencadear instabilidade no país e prometeu "reunir todos os poderes necessários às forças de defesa" para agir contra os responsáveis pelos ataques. O governo impôs um toque de recolher em todo o país das 18h às 6h (horário local).

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, Antonio Guterres, se disse "indignado com os ataques terroristas" no Sri Lanka, conforme porta-voz, e defendeu a "santidade de todos os lugares de culto" e que os responsáveis sejam rapidamente levados à Justiça. Fonte: Associated Press.

Pelo menos 138 pessoas morreram e outras centenas ficaram feridas em explosões simultâneas que abalaram três igrejas e três hotéis no Sri Lanka no domingo de Páscoa, disse uma autoridade de segurança do país. O Sri Lanka enfrenta a pior onda de violência desde que sua guerra civil terminou há uma década.

Duas das explosões teriam sido realizadas por homens-bomba, segundo o oficial de segurança, que falou sob condição de anonimato porque não estava autorizado a conversar com repórteres. Fiéis e hóspedes do hotel estavam entre os mortos, disse a mesma fonte.

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A magnitude do ataque relembrou a guerra civil de décadas do Sri Lanka, quando os separatistas Tigres de Libertação da Pátria Tâmil e outros grupos rebeldes atacaram o Banco Central, um shopping center, um templo budista e hotéis populares entre os turistas.

Ninguém assumiu imediatamente a responsabilidade pelas explosões de domingo.

O Sri Lanka há muito enfrenta uma divisão étnica entre a maioria cingalesa e a minoria tâmil. Os cingaleses são predominantemente budistas, enquanto os tâmeis são principalmente hindus, muçulmanos e cristãos.

O Santuário de Santo Antônio e os três hotéis onde ocorreram as explosões de domingo estão em Colombo, a capital, e são frequentados por turistas estrangeiros. O porta-voz do Hospital Nacional Dr. Samindi Samarakoon disse à Associated Press que eles receberam 47 mortos, incluindo nove estrangeiros, e estão tratando mais de 200 feridos.

A TV local mostrou danos nos hotéis Cinnamon Grand, Shangri-La e Kingsbury. Outras explosões foram reportadas na Igreja de São Sebastião, em Negombo, uma cidade majoritariamente católica ao norte de Colombo, e na Igreja de Sião, na cidade de Batticaloa, no leste do país.

Autoridades de segurança do Sri Lanka disseram estar investigando os ataques. A polícia imediatamente isolou as áreas atingidas.

O primeiro-ministro Ranil Wickremesinghe convocou as principais autoridades militares do Sri Lanka para uma reunião de emergência do Conselho de Segurança Nacional após as explosões. Wickremesinghe disse no Twitter que "o governo está tomando medidas imediatas para conter a situação". Fonte: Associated Press.

O papa Francisco afirmou nesta quinta-feira (29) que o valioso patrimônio cultural da Igreja Católica deve estar "a serviço dos pobres" e que sua eventual venda não pode ser vista com "escândalo".

As declarações estão em uma mensagem aos participantes de um congresso sobre a gestão dos bens culturais eclesiásticos e a cessão de lugares de culto, realizado pelo Pontifício Conselho para a Cultura e pela Conferência Episcopal Italiana (CEI).

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"Os bens culturais são voltados às atividades de caridade desenvolvidas pela comunidade eclesiástica. O dever de tutela e conservação dos bens da Igreja, e em particular dos bens culturais, não tem um valor absoluto, mas em caso de necessidade eles devem servir ao bem maior do ser humano e especialmente estar a serviço dos pobres", disse o Papa.

Segundo Francisco, a constatação de que muitas igrejas "não são mais necessárias por falta de fiéis ou padres ou por mudanças na distribuição da população nas cidades e zonas rurais deve ser vista como um sinal dos tempos que nos convida a uma reflexão e nos impõe uma adaptação".

Na mensagem, Jorge Bergoglio ressaltou que a cessão de bens da Igreja "não deve ser a primeira e única solução", mas também não pode ser feita sob "escândalo dos fiéis". 

Da Ansa

Igrejas católicas de quatro cidades do Vale do Ribeira, na região sul do Estado de São Paulo, foram invadidas por ladrões e tiveram furtado o dízimo - dinheiro de doações feitas pelos fiéis -, na madrugada de terça-feira (16). Os ataques aconteceram em Eldorado, Sete Barras, Pariquera-Açu e Registro e a polícia suspeita que a mesma quadrilha fez um "arrastão" nas igrejas. Os criminosos arrombaram portas e invadiram as casas paroquiais, onde é guardado o dinheiro recolhido durante as missas.

Na manhã desta quinta-feira (18)  a Polícia Civil concluía as perícias nos imóveis atacados. A estimativa é de que os ladrões levaram ao menos R$ 30 mil.

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Em Eldorado, a casa paroquial fica ao lado da igreja matriz de Nossa Senhora da Guia. "Os ladrões arrombaram a porta dos fundos, abriram o cofre e levaram os envelopes com o dinheiro das doações. Ainda quebraram algumas coisas", disse o padre Brasílio Alves de Assis. Ele não tinha informação sobre o montante roubado, que seria de R$ 20 mil, segundo a Polícia Civil. "É o recurso que ajuda a cobrir os gastos da paróquia", disse.

Em Sete Barras, os criminosos também arrombaram a casa paroquial, na Praça da Matriz, dedicada a São João Batista. Os envelopes com cerca de R$ 900 estavam fora do cofre.

Na cidade de Pariquera-Açu, os ladrões foram direto na secretaria paroquial que funciona no interior da igreja de São Paulo Apóstolo. Eles forçaram a porta e arrombaram o cofre. Além de R$ 9 mil em dinheiro, os criminosos levaram objetos da igreja e uma máquina fotográfica.

Em Iguape, no litoral, o alvo foi a Igreja de Nossa Senhora do Rocio, no bairro do mesmo nome. Quando os ladrões invadiram a sacristia, o alarme soou e eles fugiram sem ter acesso ao cofre, mas levaram alguns envelopes com dinheiro em valor não apurado.

Durante celebração de missa, nesta quarta-feira (17), o bispo de Registro, d. Manoel Ferreira dos Santos, fez referência à onda de furtos em igrejas católicas e pediu aos fiéis que orassem pela conversão "dos que estão praticando o mal". Aparecida de Oliveira Canto Florido, que trabalha na diocese, disse que a segurança nas igrejas deve ser reforçada. "Não se tinha tanta preocupação, pois havia mais respeito", afirmou.

Ela conta que, em agosto, a própria Cúria Diocesana, sede do bispado de Registro, foi alvo de ladrões. "Eles serraram uma grade, abriram cinco portas tirando o miolo da fechadura, mas levaram só uma caixa do vinho usado nas missas."

Segundo a Polícia Civil, o modo de agir dos ladrões indica que a mesma quadrilha fez uma espécie de "arrastão" nas igrejas. Os furtos podem ter acontecido em sequência, pois as cidades são próximas entre si. Além da perícia para detectar possíveis impressões digitais, a polícia está em busca de imagens de câmeras que possam levar aos suspeitos. Até a manhã desta quinta, ninguém havia sido preso.

Sob quase todos os olhos, era só mais uma imagem da Imaculada Conceição em gesso. Não para Edison Hüttner, de 52 anos. Ao analisar o item, o irmão marista levantou a suspeita, que se confirmou após tomografia: uma cobertura de três milímetros de gesso e tinta feita em 1914 revestia a versão original da santa, de madeira, de origem jesuítico-guarani e data do século 18.

"Nesse processo de estudo percebemos que atrás do orbe azul, uma lasca fina de gesso que havia se desprendido, por onde foi possível observar madeira", escreveu Hüttner em seu diário.

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Em 13 anos, ele - que coordena o Projeto de Arte Sacra Jesuítico-Guarani da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - já encontrou 15 peças missioneiras no Estado e fez expedição de barco na Lagoa dos Patos para buscá-las debaixo da água.

As descobertas ocorrem em um misto de acaso e pesquisa bibliográfica. Em uma escola de Santa Maria, Hüttner achou um São Nicolau missioneiro - recebido com festa em dezembro por São Nicolau (RS), de onde havia sido roubado em 1960. Em outra ocasião, uma imagem foi avistada em um galinheiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Pelo antigo Mosteiro de São Bento, a então estagiária Thayline Albuquerque, de 21 anos, acompanhava um visitante do Museu de Arte Sacra de Santos (Mass), no litoral paulista. Por duas horas, o conduziu pelos corredores de quase 400 anos, cuja arquitetura e acervo são tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 1945.

Após poucos dias, em julho de 2016, se deparou com o mesmo homem: ao ver o retrato falado de um dos assaltantes que levaram 20 peças e 422 livros do local, em um roubo com funcionários reféns. O crime segue sem solução e nenhuma item foi recuperado.

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Nesse cenário, igrejas e museus de arte sacra têm apostado em tecnologias para coibir novos crimes - muitas das instituições até evitam dar detalhes sobre o esquema de proteção.

O Mass colocou parte do acervo em vitrines de vidro temperado e todos os cerca de 600 materiais foram fotografados em alta resolução para facilitar o rastreamento, em caso de eventual roubo. "Agora todo o cuidado é pouco", diz a administradora do museu, Marcia Egas. O número de câmeras foi ampliado de sete para 16 e agora é exigido que os visitantes mostrem documentos e sejam fotografados antes de circular pelo local.

Já o Museu de Arte Sacra de São Paulo, embora afirme não ter tido casos recentes, investiu em mais câmeras, que chegam a cem, na criação de um espaço de monitoramento blindado e na instalação de alarmes nas vitrines de exibição. Para isso, cortou seguranças. "Substituímos gente por tecnologia", afirma o diretor executivo José Carlos Marçal de Barros.

Já em igrejas da Arquidiocese do Recife, a instalação de câmeras e alarmes se intensificou há três anos, mas ainda não inclui todos os templos. "Existe um custo alto de instalação e manutenção que a gente não consegue estender a todas", conta o padre Rinaldo Pereira dos Santos, da Comissão Arquidiocesana de Pastoral para a Cultura.

Em 2016, a arquidiocese procurou o Iphan para refazer o inventário de suas igrejas, processo que identificou dois itens desaparecidos. Outra medida para prevenir crimes é a publicar o catálogo do acervo do Museu de Arte Sacra de Pernambuco em setembro. "É um grande instrumento de combate ao roubo, torna a peça mais pública", explica.

Desafios

O cenário de roubos de bens culturais é considerado "extremamente grave" pelo próprio governo federal. "Temos todos os dias acontecendo, em menor escala, furtos, roubos e desaparecimentos de obras de arte, de bens culturais, País afora", disse ao jornal O Estado de S. Paulo o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. A pasta prepara uma série de medidas para conter o tráfico desses itens no País - e a arte sacra é a mais vulnerável.

Dentre as medidas prometidas estão a elaboração de uma política nacional de combate ao tráfico e a criação de uma coordenação com o mesmo foco dentro da nova Secretaria dos Direito Autoral e da Propriedade Intelectual, que deve ser oficializada em breve. "Estamos de fato muito atrasados. É um mea culpa que precisamos todos fazer", diz Leitão.

Outra medida cogitada é fazer um levantamento nacional de casos de roubos e furtos de bens culturais, o que não é feito hoje. A ideia é ter um site para reunir informações sobre pirataria e divulgar o banco de dados de itens desaparecidos.

Um dos poucos registros nacionais do tipo é o Banco de Dados de Bens Culturais Procurados, mantido pelo Iphan, que o próprio órgão admite não atualizar desde 2015, quando detinha 1.644 objetos. A inclusão ocorre só após notificação e abrange patrimônio nacional, estadual e municipal. "Não é um banco estável. Ele não reflete a realidade com precisão", afirma o Iphan, por meio de nota.

Em 2017, por exemplo, a instituição noticiou o furto do retábulo (espécie de altar) da Capela de Sant'ana, em São Gonçalo, no Rio, mas não incluiu a peça no banco de dados. O caso é emblemático no meio, pois, o item, do século 18, foi completamente retirado do local, que já sofria casos de furtos e manutenção em sua estrutura

O maior roubo de bens culturais do Brasil, em 2006,no Museu Chácara do Céu, também no Rio, não teve nenhum dos quatro quadros (de autores como Pablo Picasso e Salvador Dalí) recuperados, embora custassem milhões. Como aponta o ministro, se uma instituição de grande porte, como a carioca, enfrenta casos do tipo, maior é a vulnerabilidade de pequenos museus e igrejas. "Nós temos um vastíssimo acervo de arte sacra, sobretudo dos século 17, 18 e 19, em milhares de igrejas, muitas delas sem nenhum tipo de proteção."

Resgate

Em Minas, uma série de furtos de peças sacras levou o Ministério Público Estadual a criar uma Coordenadoria das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, em 2005. "A metodologia é diferente, pois adota-se um trabalho bem especializado - que exige conhecimentos não apenas no campo do direito como também da história, arqueologia, arquitetura etc -, coordenado e razoavelmente uniformizado na defesa do patrimônio cultural", explica a promotora Giselle Ribeiro de Oliveira, que comanda a coordenadoria.

A Coordenadoria também mantém um banco de dados de bens desaparecidos, que é alimentado com base em informações de polícias e de proprietários de bens, o que inclui arquidioceses, por exemplo. Cerca de 730 itens estão no sistema.

Além disso, o órgão participou da recuperação de cerca de 280 peças. A mais recente delas, uma imagem de Nossa Senhora do Rosário, do século 18, foi devolvida a uma capela de mesmo nome, no município de Prados, no último dia 15. Ela havia sido encontrada em um site de leilão de obras de arte. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A Prefeitura do Recife,realiza nesta terça-feira (19), a partir das 15h, um encontro com representantes de instituições religiosas sobre combate à poluição sonora. A atividade visa esclarecer os limites sonoros permitidos por lei, a necessidade de tratamento acústico em locais com uso equipamentos sonoros, alertar sobre os números crescentes de denúncias e as punições previstas na legislação. O evento ocorre no Centro de Formação de Professores Educador Paulo Freire, na Madalena.

As denúncias envolvendo som alto em cultos religiosos têm se tornado mais constantes na capital. Nos primeiros seis meses deste ano, 38 queixas contra templos foram registradas por causa do volume elevado do som durante o culto. Por isso, o foco do encontro é reunir os representantes desse segmento para esclarecer melhor a lei e tirar dúvidas, estimulando que eles se tornem parceiros na boa convivência com a vizinhança e no respeito à lei. Além disso, a Secretaria de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (SDSMA) ressaltará a importância das entidades requererem a licença ambiental do município para uso de equipamentos de som.

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 A Licença para Utilização Sonora deve ser feita por qualquer estabelecimento que utilize equipamento sonoro ou gere ruídos em decorrência de atividades industriais, comerciais, sociais ou recreativas, inclusive as de propaganda. No caso de eventos, também é necessário dispor de um alvará. Isso porque a emissão de sons precisa obedecer ao interesse da saúde, da segurança e do sossego público, uma vez que a poluição sonora provoca vários danos à qualidade de vida e à saúde das pessoas.

No Recife, é o Código Municipal de Meio Ambiente e Equilíbrio Ecológico (Lei nº 16.243) que define os limites de emissão sonora na cidade para pessoas jurídicas, como bares, igrejas, obras, empresas e indústrias. No geral, é permitido um volume de até 70 decibéis, das 6h às 18h. À noite, o máximo é 60 db. Mas, esses números caem para 55 db durante o dia, e 45 db no período noturno quando o incômodo atinge escola, creche, biblioteca pública, cemitério, hospital ou similar. Para quem excede esses limites, a multa vária de R$ 500 a R$ 50 mil. Já quem usa equipamento sonoro sem alvará pode ser punido com multas de R$ 200 a R$ 40 mil.

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