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Em um áudio que circulou neste domingo (29) pelas redes sociais, o prefeito de Garanhuns Izaías Régis (PTB) culpa o governador Paulo Câmara (PSB) pelos polêmicas que aconteceram no Festival de Inverno deste ano. O gestor reclama dos pronunciamentos dos cantores Johnny Hooker e Daniela Mercury que, em seus respectivos shows, defenderam a peça ‘O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu’.

Izaías confirmou a veracidade do áudio à reportagem. Na gravação, ele diz que “a responsabilidade é do governador Paulo Câmara, que não teve nenhum respeito a Garanhuns. O que fizeram ontem, esse tal de Johnny Hooker e aquela mãe de santo, sei lá quem é, uma falta de respeito a todos nós. Segunda-feira vou gravar um vídeo para viralizar no país e no mundo todo, com o repúdio a esse governo irresponsável, que não tomou conta desse evento e transformou num evento de Satanás”.

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Em entrevista ao LeiaJá, o prefeito não quis adiantar o conteúdo do vídeo, mas continuou criticando o evento e o governador. “Não é mais o Festival de Inverno de Garanhuns, mas um festival de inverno de Satanás. Foi isso que Paulo Câmara fez. Não sou homofóbico, não tenho nada contra, tenho até amigos que são (gays). O tema era liberdade mas foi libertinagem. Johnny Hooker chamou Jesus de bicha, manda ele falar isso de maomé”, completou.

 

Na noite da última sexta-feira (28) o cantor Johnny Hooker se apresentou no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) em um show de tom altamente político clamando por liberdade sexual e de gênero, que é uma bandeira de militância frequentemente defendida pelo artista. 

Hooker afirmou, em alusão à proibição da peça “O Evangelho Segundo Jesus Rainha do Céu”, que “Jesus é transsexual sim, Jesus é bicha sim, p*!”, além de ter puxado o coro “ih, ih, ih, Jesus é travesti” e dando “viva Renata Carvalho, Jesus Cristo, rainha dos céus! Arte é para o futuro, esses fundamentalistas não vão passar”, sendo acompanhado pelo público que assistia ao show no chão e vaiado pelas pessoas que viam a apresentação de cima, nos camarotes. 

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Diante das manifestações de repúdio de parte do público, o cantor apontou para os camarotes e disse “pode vaiar a vontade, enfia a vaia no c*, eu tenho certeza que whisky pago pelo dinheiro público não falta aí”. 

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Diante da crítica, os espectadores que já o aplaudiam passam a pular e gritar de forma ainda mais intensa, demonstrando apoio ao posicionamento do cantor, que também chegou a subir ao palco com a bandeira arco-íris, símbolo da causa LGBT, a beijar um dos guitarristas de sua banda e exibir a frase “Amar sem Temer”, demonstrando repúdio ao presidente Michel Temer, altamente criticado pelo artista em vários momentos.

De acordo com pessoas que estavam no show, o clima de acirramento não se limitou a manifestações de apoio ou repúdio a Johnny Hooker. Houve relatos de brigas, ofensas, gestos obscenos, palavras ofensivas e objetos arremessados tanto do chão em direção para os camarotes quanto dos camarotes para o público da pista. Em redes sociais como o Twitter, por exemplo, a apresentação também causou grande repercussão, com muitos internautas demonstrando apoio ao cantor. 

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A noite era para ser de celebração. A peça ‘O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu’, em que Jesus é retratado como um travesti, ia, enfim, ser exibida na programação oficial do Festival Inverno de Garanhuns (FIG). A primeira apresentação, feita de forma independente após arrecadação de um financiamento coletivo online, aconteceu sem maiores problemas por volta das 17h da sexta-feira (27). Já a segunda sessão, dentro da programação e liberada após decisão judicial, foi cancelada horas antes por um novo mandado de segurança. A decisão foi do desembargador Roberto da Silva Maia.

O mandado acatava o pedido da Ordem dos Pastores Evangélicos de Garanhuns e Região, que pedia que a peça fosse retirada da programação. Acompanhados de policiais, oficiais de justiça entraram na casa de festas alugada para encenação da peça para cumprir a decisão. Com o público aos gritos de "fascitas", "isso é censura", "cadê a liberdade", cadeiras, toldos, iluminação, luz e som foram recolhidos do local. Mesmo sem a estrutura, o espetáculo foi realizado. Os espectadores assistiram à montagem em pé e na chuva. O espaço foi alugado através do dinheiro arrecadado por uma vaquinha online lançada no começo de julho. 

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"A peça foi interrompida ao menos três vezes para que os equipamentos fossem retirados. Mas, mesmo assim, resistimos e fomos até o final, e o público nos acompanhou, mesmo debaixo de chuva", contou a diretora do espetáculo, Natália Mallo. Mas após toda essa confusão, mais uma reviravolta. O presidente em exercício e primeiro vice-presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), desembargador Cândido Saraiva emitiu decisão para reincluir a peça à programação do FIG neste sábado (28). 

Saraiva estipulou uma multa de R$ 50 mil ao Estado e a Prefeitura do município, caso descumpram a decisão. Apesar disso, a peça não será exibida. A informação foi confirmada pela direção da montagem. "Não vai acontecer. Renata [Carvalho, protagonista da peça] já foi embora. A gente já tinha passagem marcada. Além disso, a Fundarpe até agora não nos procurou. E, de qualquer forma, o que aconteceu ontem nos desgastou demais, tanto fisicamente, quanto emocionalmente. Não teríamos condições de realizar a peça hoje", detalhou Natália Mallo. O LeiJa.com entrou em contato com a Fundarpe, uma das organizadores do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), e aguarda retorno.

A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) finalmente divulgou o local da realização da apresentação gratuita e inserida na grade de atrações do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), da peça de teatro “O Evangelho Segundo Jesus Cristo Rainha do Céu”, na tarde desta sexta-feira (27). O espetáculo será realizado às 21h na Rua Celso Galvão, nº 01, no bairro de Heliópolis. 

Desde o anúncio da realização do espetáculo teatral, diversas polêmicas cercaram o festival devido a protestos de pessoas que acusavam o monólogo de ser desrespeitoso ao cristianismo.

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Entre os opositores declarados do espetáculo, estão: o atual prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), que proibiu a abertura do Centro Cultural de Garanhuns à peça, e o Bispo Diocesano Dom Paulo Jackson, que emitiu uma nota oficial declarando que a Igreja Catedral fosse utilizada pelo FIG. 

As apresentações independentes organizadas através de financiamento coletivo e com venda de ingressos já esgotada e o local só será divulgado para o público pagante no momento da retirada dos bilhetes. 

Os interessados em assistir à montagem gratuita promovida pela Fundarpe após uma decisão judicial do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) em uma ação iniciada pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deverão retirar o ingresso gratuitamente a partir das 20h desta sexta-feira (27), portanto uma hora antes da apresentação, no local da montagem da peça. Cada pessoa só poderá retirar um ingresso e a indicação indicativa do espetáculo é de 18 anos.

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Após comunicado oficial, emitido pela Secretaria de Cultura e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), a peça 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu' volta a integrar a programação do 28º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG).

No texto, os órgãos afirmaram que informações, como dia, local e horário, seriam divulgadas na manhã desta sexta-feira (27), após diálogo com a produção do monólogo. Em entrevista ao LeiaJá, a diretora do espetáculo, Natalia Mallo, confirmou o contato da Secult e Fundarpe. "Houve diálogo com as instituições. No momento, estamos em negociação sobre o horário e local para apresentação", disse.

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Além disso, Mallo contou que o monólogo terá duas sessões, uma promovida pelo financiamento coletivo, realizado por artistas e produtores independentes, e outra na grade oficial do festival, ambas serão nesta sexta-feira (27).

Após determinação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), acatando o pedido do Ministério Público (MPE), a Secult e Fundarpe decidiram reinserir a peça 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu', que conta com uma atriz trans no papel de Cristo, na programação do FIG.

A montagem foi censurada e retirada da grade do evento devido ao posicionamento contrário do prefeito de Garanhuns, Izaías Regis (PTB), que alegou não concordar que a triz trans, Renata Carvalho, desse vida a Jesus Cristo na peça.

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O episódio envolvendo a retirada da peça "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu", do 28º Festival de Inverno de Garunhuns, está perto de chegar ao fim. Na noite desta quinta-feira (26), a Secretária de Cultura e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) se pronunciaram sobre a decisão do Ministério Público de Pernambuco que determinou a volta do espetáculo.

Em nota enviada ao LeiaJa.com, os órgãos do Governo do Estado informaram que irão esperar pela decisão judicial até a manhã desta sexta-feira (27). Dessa forma, até então, não foi acertado se a peça voltará a ser incluída na programação do FIG. "Eu vejo isso com tristeza. É um ato de censura", disse Renata Carvalho, atriz trans que interpreta Jesus, sobre a proibição do espetáculo no Agreste pernambucano.

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Confira a nota na íntegra:

"A Secult (Secretaria de Cultura) e Fundarpe informam que o Governo Estadual antecipou hoje a ciência da decisão judicial do TJPE, relativa à Ação Civil movida pelo MPPE de Garanhuns, antes da intimação regular, através de um pedido de reconsideração, em função das acusações infundadas do MPPE ao Governo do Estado, com as quais absolutamente não concordamos. Em face disso, esperaremos até a manhã desta sexta-feira pela decisão final da justiça."

 

Circulam nas redes socias fotos de camisas com os dizeres "Deus me fez homem" e "Deus me fez mulher". A peça seria uma reação a chegada da montagem "O Evangelho Segundo - Jesus Rainha do Céu", que tem uma atriz trans no papel de Jesus, a cidade de Garanhuns, no Agreste pernambucano. 

De acordo com informações, as blusas estão sendo distribuídas no município. Em fotos enviadas ao LeiaJá, as peças levam nas costas, os nomes empresário Álvaro Fernandes e tem apoio do prefeito de São João, Genaldi Zumba. Em entrevista ao Portal, na última quarta-feira (25), Izaías Régis (PTB), gestor de Garanhuns, comentou sobre as peças. Confira as imagens: 

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O LeiaJá entrou em contato com Genaldi Zumba e Álvaro Fernandes, mas até o fechamento da matéria não houve retorno.

O Prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), declarou em entrevista ao LeiaJá que mesmo diante da decisão do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), que determina a reinserção da peça O Evangelho Segundo Jesus Rainha do Céu na programação oficial do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), não irá ceder o espaço do Centro Cultural de Garanhuns à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) para a encenação do espetáculo. 

A única exceção aberta por ele foi o caso de ser obrigado por força de decisão judicial. Ele afirma que sua gestão não tem nenhuma participação na montagem da programação do FIG e, portanto, não teria relação com a decisão em questão.

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“A Prefeitura não tem a ver com a decisão do TJ porque a grade do festival é da Fundarpe e do governo do estado, que chega aqui e coloca simplesmente um pacote, bota o que quer na grade do Festival de Inverno, não pergunta à Prefeitura, não pergunta à sociedade, não participamos em nada”, disse o prefeito. 

No entanto, de acordo com informações fornecidas pela assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) na tarde desta quarta-feira (25), “O juiz Enéas Oliveira da Rocha, da Vara da Fazenda Pública de Garanhuns, está preparando a intimação para o oficial de justiça intimar as partes, a Prefeitura do Município de Garanhuns e a Subprocuradoria do Estado”.

Antes do cancelamento da peça, Izaías já havia declarado que não cederia o Centro Cultural, local escolhido pelo Estado para a realização do espetáculo, e agora reafirmou seu posicionamento diante dos novos fatos a respeito do caso. 

“Eu continuo dizendo, o nosso Centro Cultural não está a disposição da Fundarpe. Se quiser fazer onde ia ser antes, eu não vou permitir, o nosso Centro Cultural vai ser fechado (...) mas Justiça é Justiça, se eu for obrigado eu vou fazer [o que for determinado]”, afirmou o prefeito. 

O prefeito ainda se queixa de uma suposta falta de transparência por parte do Governo do Estado no que diz respeito ao conteúdo da programação do festival. “A Fundarpe errou quando não comunicou o que seria esse evento”, afirmou ele, que também questionou a decisão do TJPE, que além de determinar a reinserção da peça instituiu uma multa em caso de descumprimento. 

“Eu não sei se a Justiça acertou. O estado não está garantido a segurança da gente, é assalto todo dia, quanto mais num negócio desse! Tem que pensar em tudo isso”, afirmou o prefeito, que também conta que já houve protestos promovidos por grupos de jovens contrários à peça e que supostamente há um empresário na cidade confeccionando camisas com os dizeres “Deus me fez homem” e “Deus me fez mulher”. Apesar de ter feito um “alerta” sobre a possibilidade de conflitos na cidade devido à encenação do espetáculo, o prefeito afirma que “não estou incitando nada, graças a Deus eu sou da paz”.

Izaías afirmou que o seu posicionamento se deve ao fato de que ele foi eleito para representar a população e que a maior parte da cidade não quer que a peça seja encenada lá. “Somos uma cidade do interior do nordeste, temos que admitir que somos conservadores não estamos acostumados ainda com isso (...) a família cristã de Garanhuns, da qual eu sou representante mor, pede a mim que não permita”, diz ele. 

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O Prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), fez duras críticas à cantora baiana Daniela Mercury, em entrevista concedida ao LeiaJá, pelas críticas que ela fez à tentativa de proibição da peça "O Evangelho Segundo Jesus Rainha do Céu", vista pela artista como uma forma de censura baseada em preconceito contra pessoas trans. 

Izaías afirmou que ficou muito triste. “O que Daniela Mercury fez com minha cidade não foi uma coisa normal para uma pessoa que tem sensibilidade e família”.

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O prefeito continuou, afirmando que a cantora utilizou o telão do palco para exibir uma foto que mostrava “ela e a namorada dela uma em cima da outra”, em uma atitude que, para ele, é desrespeitosa. Izaías Régis também fez queixas quanto à linguagem utilizada pela cantora, que na visão dele é "inadequada".

“Eu não tenho nada contra pessoas trans e LGBT, não sou homofóbico, agora eu acho que o limite de respeito tem que existir, não pode incentivar as crianças e adolescentes”, afirmou Izaías, que também afirmou que as atitudes tomadas por ele foram motivadas porque “a família cristã de Garanhuns, da qual eu sou representante mor, pede a mim que não permita a peça no centro cultural e não vou permitir”. 

Apesar das críticas, o prefeito admitiu também que não estava presente no momento da apresentação de Daniela no Festival de Inverno. “O que Daniela disse repercutiu na cidade de uma maneira, eu não assisti o show dela, eu estava no Recife, mas eu vi nas redes sociais. Pelo amor de Deus, ela faltou com o respeito, ela foi aplaudida e vaiada”, afirmou.

Durante seu show no palco principal do Festival de Inverno de Garanhuns, Daniela afirmou que fica chocada com a proibição de uma apresentação teatral e que “nossa constituição não é a bíblia” em uma clara crítica à atitude do prefeito de não ceder um espaço público para a realização da peça.

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O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) atendeu ao pedido do Ministério Público de Pernambuco, determinando que a peça de teatro “Jesus Rainha do Céu” seja incluída novamente na programação oficial do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). 

Após as polêmicas que levaram ao cancelamento, uma campanha de financiamento coletivo conseguiu arrecadar recursos o suficiente para encenar a peça no mesmo período do festival, de modo independente, em local ainda não revelado pela organização, que teme represálias após ter sofrido ameaças. 

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Apesar disso, o MPPE solicitou à justiça que determinasse a inclusão da apresentação na programação do festival por entender que o fato de o governo ter, através de curadoria, escolhido colocar a peça na programação e retirado depois devido a pressões motivadas por intolerância configuram uma ação discriminatória por parte do Estado. 

Direito de escolha do Estado

O primeiro pedido feito através do promotor Domingos Sávio Pereira Agra foi negado pelo juiz Enéas Oliveira da Rocha, que entendeu não haver ação discriminatória por parte do Estado de Pernambuco, representado no caso pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) pois, segundo sua decisão, “se a discricionariedade para contratar ou não artistas para apresentação é do Poder Público, não há que se falar em censura porque os artistas não têm direito subjetivo à apresentação [têm expectativa de direito], que fica condicionada à celebração de contrato administrativo com o Estado – sempre discricionariamente”. 

Em outro trecho da decisão judicial, o magistrado alega que “o cancelamento da peça teatral em questão com fulcro em critérios que traduzem o princípio do respeito ao sentimento religioso da comunidade, a meu ver, não afronta o princípio da dignidade humana''. 

Recurso

Diante do fato, o Ministério Público recorreu ao Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), alegando que houve extrapolação do limite da discricionariedade do Estado, de acordo com o que foi escrito no recurso pelo promotor de Justiça Domingos Sávio. 

“Verifica-se que não há justiça na exclusão de uma apresentação que, até prova em contrário, foi prévia e regularmente selecionada pela curadoria responsável por aprovar a programação do FIG 2018”, afirmou ele, que complementa sua argumentação alegando também que “se o próprio Estado de Pernambuco reconhece a intolerância das manifestações contrárias que visaram a impedir a apresentação, não existe, no caso, espaço para a discricionariedade administrativa", requerendo a concessão da tutela provisória de urgência satisfativa para que seja determinado ao Estado de Pernambuco que volte a incluir, em 24 horas, a peça na grade de programação do FIG 2018. 

Determinação de inclusão

Na noite da última terça-feira (24), o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), através do desembargador Sílvio Neves Baptista Filho, que integra a 2ª Turma da 1ª Câmara Regional de Caruaru, reformou a decisão do juízo de primeira instância, além de instituir uma multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento da decisão. 

Assim, fica garantida toda a segurança necessária à realização do evento, bem como que o Município de Garanhuns se abstenha de embaraçar o cumprimento da tutela. Na decisão, que foi dada em caráter de liminar, o desembargador leva em consideração o princípio de liberdade de expressão, apresenta jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), trazendo o artigo 220 da Constituição e manifestações de outros tribunais brasileiros a respeito da apresentação da peça.

"A exclusão da apresentação prévia e regularmente selecionada pela curadoria responsável por aprovar a programação do festival demonstra um comportamento contraditório da administração pública, vedado pelo ordenamento jurídico, máxime porque se anteriormente a peça já havia sido incluída na programação do FIG 2018 por atender os critérios estabelecidos no edital, não poderia o Poder Público, de forma contraditória, sem justa motivação, excluí-la das festividades”, afirmou ele. Confira a íntegra da decisão. 

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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE), por meio da Promotoria de Justiça e Cidadania de Garanhuns, ingressou com ação civil pública, de autoria do promotor de Justiça Domingos Sávio Pereira Agra, com pedido de tutela provisória, na Vara da Fazenda Pública da Comarca da referida cidade, contra o Estado de Pernambuco e o município de Garanhuns por prática de discriminação contra a população homoafetiva, especialmente a transexual, e da violação do seu dever de garantidores de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos.

O MPPE requer ainda que o Estado e o município sejam condenados a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de dez vezes o custo do espetáculo O evangelho segundo Jesus, rainha do céu. Segundo a ação civil, o valor a ser pago deve ser revertido em campanhas contra a discriminação da população homoafetiva, especialmente dos transexuais, bem como na implantação de políticas públicas efetivas em defesa da população LGBTQ+ e contra a discriminação de gênero.

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"Esta ação visa defender os indivíduos que sofreram grave lesão ao seu direito fundamental a um município e a um Estado não discriminatórios", descreveu o promotor de Justiça Domingos Sávio Pereira Agra, no texto da ação.

O MPPE alega ainda que a postura do município e do Estado ao longo do episódio contribuíram para o sofrimento e intranquilidade da sociedade, em particular da população transexual e travesti, favorecendo um ambiente hostil que culminou com graves ameaças aos envolvidos com a peça e também à comunidade LGBTQ+. “A subordinação do Estado à discriminação estimula o ódio e a violência no seio da população”, argumenta o documento.

Da assessoria de imprensa do MPPE


Após campanha nas redes sociais e financiamento coletivo online, organizado por artistas e produtores culturais independentes, a peça 'O Evangelho Segundo Jesus - Rainha do Céu', que traz uma atriz trans no papel de Jesus Cristo, será apresentada em Garanhuns, Agreste pernambucano, no dia 27 de julho.

Tirado da programação do 28° Festival de Inverno de Garanhuns, a pedido do prefeito da cidade, Izaías Régis (PTB), o espetáculo iniciou a venda de ingressos. A entrada é vendida no valor único de R$ 10 apenas pela internet. Por motivos de segurança, o local da encenação só será divulgado no dia da apresentação, por e-mail.

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No dia 29 de junho, o prefeito de Garanhuns pronunciou-se contrário à apresentação de 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu' durante o FIG 2018. Mesmo com garantias da manutenção da peça no FIG dadas pelo secretário de Cultura, Marcelino Granja, diante da pressão, o evento foi cancelado.

A partir disso, iniciou-se uma mobilização para angariar recursos para custear passagens, hospedagens e alimentação da equipe do espetáculo. Com meta inicial de R$ 6 mil, a 'vaquinha' virtual arrecadou o equivalente a R$ 10 mil.

 O Ministério Público do Estado de Pernambuco (MPPE), através da 2º PJ de Defesa da Cidadania, expediu recomendação direcionada ao Governo do Estado e ao Município de Garanhuns, para que a peça 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu', que traz uma atriz trans no papel de Jesus, seja reinserida na programação do 28º Festival de Inverno de Garanhuns (FIG). O documento, publicado no Diário Oficial do órgão, aponta divergência entre a temática do evento, 'Um Viva a Liberdade', e o caso de censura à manifestação artística.

Além disso, o MPPE ressaltou a liberdade de expressão, tomando como base a Constituição Federal. “É dever do Ministério Público a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis, conforme o artigo 127 da Constituição Federal de 1988”, diz parte do documento.

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Além da reinclusão da montagem na grade do festival, o MPPE recomenda que a Secretaria de Cultura e a Fundarpe promovam diálogo com os responsáveis pela peça, no prazo de dez dias, e cabendo ao Governo do estado e Prefeitura de Garanhuns a promoção de programas ou projetos nas escolas, faculdades e universidades que reforcem a formação humanista e democrática.

No dia 29 de junho, o prefeito de Garanhuns, Izaías Régis (PTB), se pronunciou contrário à apresentação de 'O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu' durante o Festival de Inverno. Mesmo com garantias da manutenção da peça no FIG dadas pelo Secretário de Cultura, Marcelino Granja, diante da pressão, o evento foi cancelado.

Diante do imbróglio, um grupo de artistas e produtores culturais iniciaram uma mobilização por meio das redes sociais e financiamento coletivo online, que ultrapassou a meta em menos de 30 horas de campanha. O espetáculo já tem data marcada, dia 28 de julho. Por questões de segurança, não será previamente divulgado o local da apresentação.

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O Governo do Estado de Pernambuco decidiu cancelar a apresentação da peça O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu, na Mostra de Teatro Alternativa do Festival de Inverno de Garanhuns de 2018. Diante das polêmicas geradas em relação à presença da montagem na grade do festival, a gestão decidiu pelo seu cancelamento embora o secretario de cultura Marcelino Granja tenha afirmado, em entrevista ao LeiaJá, que o cronograma seria mantido. 

Ao ser anunciada como uma das atrações desta edição do FIG, a peça encenada pela atriz transgênero Renata Carvalho, gerou polêmica. O prefeito da cidade de Garanhuns, Izaías Régis, afirmou que se molizaria junto a entidades religiosas locais para não ceder o Centro Cultural de Garanhuns para a apresentaçao da montagem. Em entrevista a uma rádio, ele declarou: "Nós somos uma cidade cristã, (a peça) é uma coisa que atinge o cristianismo, que atinge às pessoas, atinge a religião". 

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O secretário de cultura do Estado, Marcelino Granja, chegou a garantir que nada impediria a realização do espetáculo. Em extrevista exclusiva ao LeiaJá, Granja afirmou que o prefeito Régis estaria "usando a questão religiosa para fazer oposição política ao governo" e que cancelar a peça seria um ato de censura. Porém, neste sábado (30), a Secretaria de Cultura voltou atrás e optou pelo cancelamento da apresentação. Por meio de uma nota, o órgão informou que esta escolha foi feita "diante da polêmica causada e da possibilidade de prejuízos das parcerias estratégicas e nobres que viabilizam" o festival. 

Confira a nota na íntegra:

O Governo do Estado de Pernambuco, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundarpe, decidiu cancelar a apresentação "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu"  da Mostra de Teatro Alternativa do Festival de Inverno de Garanhuns de 2018, diante da polêmica causada pela atração e da possibilidade de prejuízos das parcerias estratégicas e nobres que o viabilizam. O Festival de Inverno de Garanhuns foi criado para unir e divulgar nossas expressões culturais e não para dividir e estimular a cultura do ódio e do preconceito. O Governo de Pernambuco também repudia todas tentativas de exploração eleitoreira feitas do episódio.

Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco.

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Após o prefeito de Garanhuns, Izaías Régis, afirmar que vai vetar a encenação do espetáculo 'O Evangelho segundo Jesus, Rainha do Céu' no Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), o secretário estadual de Cultura, Marcelino Granja, se posicionou sobre o tema. Em conversa com o LeiaJá, o gestor afirmou que o chefe do Executivo municipal "está usando a questão religiosa para fazer oposição política ao governo".

Questionado sobre haver a possibilidade da retirada da peça da programação por conta da postura do prefeito, Granja explicou que a programação do festival "é feita por uma curadoria. Há um edital público, a avaliação de uma comissão. Não sou eu como secretário ou Márcia Souto como presidente da Fundarpe ou mesmo o governador quem decide o que é apresentado no FIG". Para ele, o cancelamento do espetáculo seria um ato de censura.

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O secretário afirma que nenhuma liderança religiosa e que Izaías Régis teria dito a ele também não ter sido procurado, mas soube do conteúdo da peça teatro através das redes sociais. Para Granja, o prefeito está "usando a fé do povo baseado numa informacão equivocada de que a peça é anticristã".

Ele diz ainda que o horário previsto para a encenação é às 23h e o espetáculo será apresentado em um espaço alternativo, com apenas 70 lugares. E que ninguém é 'obrigado' a assitir: "É do livre arbítrio das pessoas irem ou não".

Para Marcelino Granja, os que querem impedir a realização do espetáculo  "São pessoas que são contra a liberdade. E Liberdade é exatamente o tema deste do FIG deste ano". "Eu espero bom senso de todo mundo", conclui.

Petição

A diretora de 'Jesus Rainha do Céu', Natalia Mallo, iniciou a coleta de assinaturas para uma petição pela participação do espetáculo no Festival de Inverno de Garanhuns. Em postagem no Facebook, ela afirma que o caso é "Mais um episódio de transfobia, de censura às artes, de ignorância no país que vivemos."

Segundo Mallo, é necessário garantir a encenação para que as pessoas "tenham acesso ao espetáculo para, só então, tirar suas próprias conclusões". Confira a postagem:

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O Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), que teve sua programação divulgada na última quinta-feira (28) e já contestada pela cantora Maria Rita, se envolve agora em mais uma polêmica. A peça de teatro 'Jesus Rainha do Céu', que traz Jesus como uma mulher trans e está prevista para ser encenada no dia 26 de julho, desagradou ao prefeito Izaías Régis (PTB). 

Ele afirmou, em entrevista a uma rádio local, que se mobilizará junto a entidades religiosas da cidade para não ceder o Centro Cultural de Garanhuns, impedindo assim a apresentação da peça. O motivo, de acordo com ele, é que “nós somos uma cidade cristã” e a realização desta peça “é uma coisa que atinge o cristianismo, que atinge as pessoas, que atinge a religião”.

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“Quero o apoio da sociedade e das igrejas para que possamos impedir a peça. A maioria do povo não quer a peça então vamos trabalhar para que ela não aconteça no Centro Cultural", afirmou o prefeito.

Na mesma entrevista, o prefeito afirmou que conversou por telefone com o secretário de Cultura do Estado de Pernambuco, Marcelino Granja. Segundo o prefeito, o secretário afirmou que se “os moralistas” entrarem na justiça com uma liminar para impedir a peça, o governo conseguiria derrubá-la, como já aconteceu anteriormente em outros lugares por onde a peça passou gerando polêmica. Ainda segundo o prefeito, Marcelino Granja afirmou que se o centro cultural não for cedido, a peça seria realizada mesmo assim. 

“Ele disse que isso é coisa dos moralistas, que não tem nada demais, que a peça cristã, mas eu independentemente de qualquer coisa quero pedir à sociedade, quero pedir também o apoio da Igreja Católica, das igrejas evangélicas, para que nós possamos juntos fazer isso porque o prefeito sozinho não tem autoridade para isso, a única autoridade que eu tenho é fechar o Centro Cultural para que a peça não seja apresentada lá, mas o secretário de Cultura disse que não tinha problema, que apresentava a peça no meio da rua”, afirmou o Izaías.    

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A vereadora do Recife Aimée Carvalho (PSB) condenou, nesta segunda-feira (18), a peça de teatro "O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu", na qual Jesus Cristo é retratado em uma mulher transexual. A apresentação foi proibida de ser encenada no Sesc de Jundiaí, em São Paulo, no fim de semana

"Não hesitaremos em acionar a Justiça caso esta apresentação tente vir ao Recife", afirmou a pessebista. "A promoção deste material é uma afronta não somente aos cristãos, protestantes e católicos brasileiros, mas a todos os que prezam pelo cumprimento da Lei", acrescentou. 

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Segundo Aimée, o Código Penal Brasileiro afirma, em seu artigo 208, que “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso” é crime passível de pena de detenção, de um mês a um ano, ou multa. "Esta apresentação representa, sem dúvidas, o vilipêndio da fé", disparou.

“Estamos vivendo tempos difíceis, onde a intolerância tem atingido níveis preocupantes sob pretextos cada vez mais discutíveis”, disse, lembrando da exposição do Santander que gerou polêmicas. A vereadora classificou ainda a apresentação teatral como “desrespeitosa, desnecessária, de péssimo gosto e de baixíssimo nível intelectual”. 

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