Tópicos | Lira

As CPIs da Americanas, do MST e a da Manipulação dos Resultados no Futebol, que funcionam simultaneamente, foram prorrogadas por uma semana pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e devem encerrar os trabalhos no dia 21.

Instaladas em maio, as comissões deveriam ser concluídas nesta quinta, 14, mas foram prorrogadas para compensar "a semana em que foi feito esforço concentrado para a aprovação da reforma tributária em plenário", segundo a assessoria da Câmara.

##RECOMENDA##

De acordo com o regimento da Casa, cada comissão de inquérito pode funcionar por 120 dias, prorrogáveis por até metade, para conclusão dos trabalhos.

As CPIs

A CPI do MST, composta majoritariamente por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) e da Frente Parlamentar da Agropecuária, ganhou força para ser instaurada após, em abril deste ano, ativistas do MST invadirem o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em Alagoas, que é comandado por um primo de Lira.

A CPI do Futebol foi motivada por investigações do Ministério Público que encontraram apostadores que tinham contato com jogadores de futebol para manipular cenários, como ganhar cartões amarelos, para garantir que os investidores fossem premiados com as apostas.

Já a CPI das Americanas foi instaurada para investigar os R$ 20 bilhões de inconsistências no balanço, que a empresa detectou em janeiro deste ano, o que levou a companhia a entrar em recuperação judicial e também afetou os bancos com os quais tinha dívidas.

Por causa do 7 de Setembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) publicou um ato que determina que os deputados federais devem estar em Brasília nesta segunda-feira (4). A expetativa é que a Casa vote, antes do feriado, os projetos governamentais do Desenrola, que pretende auxiliar na renegociação de dívidas da população, e a da taxação das apostas esportivas que visa uma maior arrecadação de impostos.

Normalmente, os deputados passam as segundas-feiras em suas bases eleitorais, permanecendo na capital federal apenas nas terças, quartas e quintas-feiras. A assessoria de Arthur Lira confirmou que há uma expectativa para que se vote as duas propostas na semana que vem, mas a definição das pautas que irão ao Plenário serão confirmadas apenas na reunião de líderes que irá acontecer nesta segunda.

##RECOMENDA##

O Desenrola foi uma promessa de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e foi criado em uma medida provisória sancionada pelo petista no início de junho. O programa divide o público em duas faixas, com aqueles que recebem até dois salários mínimos e devem até R$ 5 mil podendo renegociar e parcelar dívidas em até 60 vezes. A iniciativa tem potencial para beneficiar até 70 milhões de brasileiros endividados, segundo o Ministério da Fazenda.

Já a tributação de apostas esportivas regulamenta que as empresas do ramo serão taxadas em 18% sobre a receita bruta dos jogos subtraídos os prêmios pagos aos apostadores, o chamado GGR (gross gaming revenue, na sigla em inglês). Já os apostadores deverão pagar 30% de Imposto de Renda sobre os prêmios conquistados. Segundo o governo federal, a maior parte das arrecadações vai para a seguridade social e o Ministério do Esporte.

Lula vai à Índia no fim de semana e convida Tarcísio para evento do PAC

Na terça-feira, 5, Lula participará de uma celebração do Dia da Amazônia, em Brasília, com início previsto para às 15 horas.

Já na quinta-feira, 7, ele participará do Desfile de 7 de Setembro. Na tentativa de desvincular o feriado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que explorava a data nacional para realizar atos políticos, o governo Lula já desembolsou R$ 3 milhões na contratação da empresa que vai fazer a montagem e organização do desfile do 7 de Setembro, mais do que o dobro gasto por Bolsonaro em seu primeiro ano de mandato.

Após o fim das comemorações da Independência, Lula irá embarcar para a Índia, onde irá participar, no sábado, 9 e no domingo, 10, da 18º Cúpula dos Chefes de Estado e Governo do G20 (grupo que reúne as 20 maiores economias globais), em Nova Délhi.

Além destas agendas oficiais, há também a expectativa que Lula visite São Paulo e Minas Gerais nesta semana para a apresentação de obras do novo Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). O petista disse que convidou os governadores Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e Romeu Zema (NOVO-MG) para participar dos eventos. Questionado, Tarcísio disse que fará "todo o esforço" para estar presente na cerimônia, que ainda não tem data e hora para acontecer.

"Havendo programa do PAC em São Paulo, a gente vai fazer todo esforço para estar presente sim. É importante. São obras que a gente vai fazer em conjunto e o destinatário final da política pública é o cidadão", disse o governador.

STF pode ‘bater o martelo’ sobre a legalidade do marco temporal

O Supremo Tribunal Federal (STF) pode definir a legalidade do marco temporal nesta quarta-feira, 6, a partir das 14 horas. O placar do julgamento está em 4 a 2 para derrubar a tese, que impõe que só serão demarcados os territórios indígenas que eram ocupados ou disputados em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal de 1988.

Os ministros Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Luís Roberto Barroso se manifestaram contra o marco temporal, enquanto que Kassio Nunes Marques e André Mendonça votaram a favor. Para formar maioria, é necessário haver seis votos. Iniciado em 2021, o julgamento opõe defensores dos direitos indígenas, que afirmam que a tese pode inviabilizar demarcações de terras, e ruralistas, que argumentam que o marco trará uma "segurança jurídica" para o agronegócio.

De acordo com um levantamento feito pelo Estadão, o marco temporal pode inviabilizar a demarcação de 114 terras indígenas em 185 municípios do País. O tamanho destes territórios somam 9 milhões de hectares, sendo o equivalente a um terço do tamanho do Estado de São Paulo. Atualmente, as áreas indígenas já homologadas têm 119 milhões de hectares.

CPMI do 8 de janeiro não terá reuniões

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro não promoverá reuniões nesta próxima semana, e deve retornar por volta do dia 12. Na última quinta-feira, 31, o colegiado ouviu o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Lula, Marco Edson Gonçalves Dias, que culpou a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) pela invasão aos prédios dos Três Poderes e admitiu que deveria ter sido "mais duro" com golpistas que atacavam o Palácio do Planalto.

Na CPI do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o colegiado irá colher, a partir das 14 horas desta segunda-feira, 4, o depoimento de dois representantes do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (ITERAL), órgão do governo alagoano que é acusado pela oposição de ter supostamente desviado recursos públicos para financiar atividades do movimento sem-terra.

Mesmo sem negociação prévia com a equipe econômica, deputados articulam a inclusão de uma emenda ao projeto de lei que prorroga a desoneração da folha de pagamento para 17 setores prevendo a redução da alíquota de contribuição previdenciária de todos os municípios do País. O texto é de autoria do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA).

A urgência e o mérito do projeto de lei serão votados na próxima terça-feira. O texto da emenda de Elmar, obtido pelo Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, prevê uma redução escalonada do porcentual cobrado sobre a folha dos municípios, calculado a partir do Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Essa contribuição é paga pelas prefeituras sobre os vencimentos dos servidores para custear os regimes próprios de Previdência.

##RECOMENDA##

Se aceita, a proposta substituiria emenda já aprovada pelo Senado que prevê a redução da contribuição de 20% para 8% sobre a folha de pagamento para cidades com até 142,6 mil habitantes. A equipe econômica estima um impacto de cerca de R$ 9 bilhões por ano à União com o texto aprovado pelos senadores.

Ontem, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), disse que o Ministério da Fazenda é contrário à emenda proposta por Elmar, mas reforçou que deputados e prefeitos estão preocupados com as finanças municipais. "Prefeitos estão apavorados, e essa emenda do Senado causa um problema de um impacto de R$ 9 bilhões, o que preocupa muito a economia. O governo não teve força no Senado para segurar isso numa comissão terminativa, o problema veio para Câmara", disse Lira.

Já o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), afirmou que ainda não há um acordo com o Ministério da Fazenda, e que o tema será tratado após o retorno do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de viagem à África do Sul para reunião do Brics. Ainda segundo ele, é necessário ter uma resposta para a crise financeira das prefeituras. "Vamos ter de tratar da crise dos municípios."

Critério

A emenda de Elmar foi baseada em um projeto de lei apresentado, em 2021, pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), que estabelece a criação de um "Simples Municipal" e alíquotas progressivas de contribuição previdenciária dos municípios.

De acordo com a emenda, os municípios seriam atendidos com alíquotas escalonadas: quanto menor o PIB per capita, menor a alíquota. Os porcentuais oscilariam de 8% a 18%. De acordo com Elmar, a emenda já foi acordada com o presidente da Câmara. O deputado ainda não comunicou a equipe econômica sobre a medida e também não estimou o impacto orçamentário. Elmar acrescentou que a emenda aprovada no Senado não teria fundamento e que trataria os "desiguais de forma igual".

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), instituiu um grupo de trabalho na Casa que vai propor uma "minirreforma" eleitoral para as eleições municipais de 2024. O GT, que terá 90 dias para concluir os trabalhos, será relatado pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PT-AM) e coordenado pela deputada Dani Cunha (União-RJ).

De acordo com o relator, o grupo debaterá temas como prestação de contas, número de candidatos e formação de federações, além de acompanhar a jurisprudência no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ao longo dos três meses, serão realizadas audiências públicas e reuniões com órgãos da sociedade civil e especialistas para debater o tema.

##RECOMENDA##

O grupo será composto por outros cinco deputados: Pedro Campos (PSB-PE), Antônio Carlos Rodrigues (PL-SP), Antônio Brito (PSD-BA), Thiago de Joaldo (PP-SE) e Renildo Calheiros (PCdoB-PE).

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta terça-feira (15), que o arcabouço fiscal pode ser votado no plenário da Casa na próxima terça-feira (22), se houver consenso sobre a emenda do Senado que autoriza a previsão de despesas condicionadas no Orçamento de 2024. O dispositivo, defendido pelo governo, garante um espaço de cerca de R$ 30 bilhões na peça orçamentária, que deve ser enviada ao Congresso até o dia 31 de agosto.

Também ontem, Lira voltou a criticar as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ao jornalista Reinaldo Azevedo. O petista disse que hoje a Câmara tem "um poder muito grande" e que o Legislativo não pode usá-lo para "humilhar" o Senado e o Executivo.

##RECOMENDA##

Após a entrevista ir ao ar nesta segunda (14), uma reunião que ocorreria na residência oficial da presidência da Câmara para debater o arcabouço fiscal foi cancelada. "Temos até o dia 31 de agosto (para aprovar a nova regra fiscal). Ontem (anteontem), infelizmente, não houve clima. Alguns líderes não queriam que a reunião acontecesse", disse.

O deputado afirmou que não quer acirramento de ânimos, mas reforçou que seu posicionamento em relação à fala de Haddad foi "necessário".

"Em primeiro lugar, eu queria tranquilizar todo mundo que a Câmara nunca foi e nunca será irresponsável com os temas que são essenciais para o Brasil", disse Lira, a jornalistas, ao chegar ao Congresso. "Não temos nenhum interesse em promover nenhum acirramento de ânimos, mas o posicionamento foi necessário", disse. Em postagem no X (ex-Twitter) anteontem, sem citar Haddad, Lira disse que "manifestações enviesadas" não ajudam na "construção de pontes".

Nessa terça, ficou definido que o encontro entre Lira, os líderes partidários, técnicos do Ministério da Fazenda e o relator do arcabouço, deputado Claudio Cajado (PP-BA), vai ocorrer na próxima segunda-feira. "É para que se discuta a única matéria mais polêmica ainda, que é a questão da modificação do prazo do cálculo do IPCA (para prever as despesas condicionadas). Então, isso sendo acordado, na terça-feira essa matéria vai a plenário", disse o presidente da Câmara.

Mal-estar

Lira disse que os deputados e líderes não gostaram da fala de Haddad. "Nós não tensionamos. Ficamos surpresos. Como eu disse na minha nota, acho que foi inapropriado. Talvez um relaxamento excessivo do ministro numa entrevista", afirmou o presidente da Casa, ao ser questionado se o clima na Câmara já estava menos tenso após o mal-estar com o ministro da Fazenda.

Na mesma entrevista a Reinaldo Azevedo, Haddad disse também que o País "hoje vive uma coisa estranhíssima, que é um parlamentarismo sem primeiro-ministro". As declarações causaram incômodo na cúpula da Casa, que estranhou a postura do petista, tido pelos parlamentares como o "principal articulador político" do governo Luiz Inácio Lula da Silva.

Após a entrevista ter ido ao ar, o ministro disse que ligou para Lira para esclarecer a situação e recebeu do deputado uma sugestão de declaração pública para evitar ruído. Nos bastidores, lideranças também atribuem o atraso na apreciação do arcabouço à demora do pelo presidente Lula em anunciar quais ministérios serão destinados ao Progressistas e ao Republicanos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse, nesta segunda-feira (14), que tem obrigação de conversar com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Na sexta (11), Lira participou da cerimônia de lançamento do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Rio de Janeiro e foi vaiado.

##RECOMENDA##

Ricardo Stuckert/PR

Na própria solenidade, Lula criticou as vaias. Disse que todos os que estavam presentes haviam sido convidados pelo governo, e vaiá-los nessa situação era uma deselegância. Lula repetiu a argumentação nesta segunda durante sua Live semanal, Conversa com Presidente.

Desta vez, Lula também mencionou que o PT sozinho não tem votos no Congresso para garantir governabilidade. "O ideal seria que você ganhasse as eleições com o partido sozinho, como o PMDB fez em 2006 [na verdade, o petista se referia a 1986]", declarou o presidente. "Mas o dado concreto é que o PT tem 70 votos. A esquerda tem 136 votos. Para aprovar alguma coisa precisa ter 257 votos. Significa que você precisa conversar", disse Lula.

"Tem gente que fala: 'vai para a rua!' [referência a setores da esquerda que defendem manifestações de rua para pressionar o Congresso]. Vai para a rua fazer o quê? Tem que conversar com quem tem voto. Quem é que vai votar? São os partidos políticos que ganharam", afirmou o petista. "Conversar com Lira é uma obrigação minha, ele é presidente da Câmara. Os deputados não são obrigados a acatar uma medida provisória que o governo manda ou um projeto de lei sem mudar nada", declarou o presidente da República. "É normal que os deputados não sejam obrigados a concordar com o governo e queiram mudança, então você discute a mudança. É assim que se faz política", disse ele.

O presidente da República e o presidente da Câmara negociam a entrada do Centrão no governo. André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) serão ministros, mas falta Lula escolher as pastas que ocuparão.

O programa Conversa com o Presidente, produzido pela EBC, normalmente é transmitido às terças-feiras. Nesta semana, porém, foi realizado nesta segunda-feira porque, na terça, Lula estará no Paraguai para a posse do presidente eleito do país, Santiago Peña.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu nesta quinta-feira, 10, anular provas colhidas na Operação Hefesto - apuração sobre fraudes na compra de kits de robótica por 43 prefeituras de Alagoas que lança suspeitas sobre o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP).

No início de julho, o decano havia concedido uma liminar - decisão provisória, dada em casos urgentes - no sentido de suspender a investigação. À época, a decisão acolheu um pedido da defesa. Gilmar viu possível 'violação à prerrogativa de foro' de Lira.

##RECOMENDA##

A decisão agora dada pelo decano se dá após análise do mérito do caso, seguindo parecer da Procuradoria-Geral da República e um novo pedido feito pela defesa de Lira. Com o despacho, foi cancelado o julgamento no plenário virtual do STF sobre o referendo da liminar assinada por Gilmar em junho.

A anulação das provas não significa o trancamento da investigação contra Lira. O eventual enterro das apurações será discutido no bojo do próprio inquérito, que hoje tramita no gabinete de Gilmar Mendes. A investigação tramitava na Justiça Federal de Alagoas, mas acabou remetida à Corte máxima. O procurador-geral da República Augusto Aras avocou a competência para atuar no inquérito.

O presidente da Câmara comentou a decisão em seu perfil no Twitter. Disse que foi 'injustiçado' e que a investigação 'tinha como único objetivo lhe atingir'.

Nesta quarta, 5, o juiz federal substituto Roney Raimundo Leão Otilio, da 2ª Vara da Justiça Federal de Alagoas, remeteu ao STF os autos da Hefesto. O magistrado destacou que a Polícia Federal encontrou documentos com ex-assessor do presidente da Câmara, Luciano Cavalcante, e o motorista Wanderson que apontam 'indícios' de envolvimento de Lira com os desvios de R$ 8,1 milhões sob suspeita.

A Operação investiga suposto direcionamento e superfaturamento de contratos para a compra de equipamentos de robótica para escolas públicas, custeados com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). As fraudes teriam ocorrido entre 2019 e 2022.

No centro das suspeitas está a empresa Megalic LTDA. Segundo a PF, a companhia foi apenas intermediária na compra dos kits de robótica pelos municípios alagoanos. O entre os sócios da empresa está Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda, aliado de Lira.

A fase ostensiva da investigação foi aberta no dia 1º de junho, na mira de uma série de aliados de Lira, em especial Luciano Cavalcante, ex-assessor do presidente da Câmara dos Deputados. Durante a ofensiva, os agentes apreenderam mais de R$ 4,4 milhões. Foram vasculhados 27 endereços de investigados.

Durante as diligências, a PF encontrou três documentos com os nomes de Lira e de seu ex-assessor: 'um recibo de lavagens de veículo; um termo de autorização de entrega de veículo; um formulário de autorização de viagem outorgado por Arthur César Pereira de Lira em favor de Luciano Ferreira Cavalcante, a respeito de adolescente filho do primeiro'.

Além disso, foi apreendido, em posse de Wanderon, 'manuscritos diversos descrevendo possível controle de despesas pessoais', inclusive com 'possíveis despesas de Lira, de seus familiares e de pessoas de sua relação'.

COM A PALAVRA, O ADVOGADO PIERPAOLO CRUZ BOTTINI, QUE DEFENDE LIRA

A decisão do STF reconhece a existência de manobras na investigação com o objetivo de evitar que o caso fosse enviado a suprema corte, como exige a constituição. A violação das regras legais deve ser contida, sob pena de retornarmos ao arbítrio

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), definiu em reunião de líderes a pauta de votação da semana que vem, mas deixou o arcabouço fiscal fora da agenda. De acordo com ele, os deputados ainda precisam discutir as alterações feitas pelo Senado no projeto de lei que substitui o atual teto de gastos e construir consenso antes de levar a votação da matéria ao plenário da Casa.

Lira negou que o atraso esteja relacionado à demora do governo em definir as mudanças ministeriais para acomodar PP e Republicanos no primeiro escalão.

##RECOMENDA##

Nas próximas duas semanas, segundo Lira, a Casa vai se debruçar em propostas focadas nas crianças e adolescentes. Ele evitou cravar um cronograma para apreciação do arcabouço e disse que os deputados não pactuaram com as alterações feitas no texto, salvo a manutenção do Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) fora dos limites da nova regra para controle das contas públicas.

"Vamos hoje, amanhã, sexta, segunda e terça discutir com relator e líderes as alterações do Senado para decidirmos se manteremos ou não o que o Senado fez. Em tese, a Câmara não pactuou nenhum tipo de alteração, a não ser a discussão do fundo constitucional do DF. Nem Fundeb foi pactuado, Ciência e Tecnologia e muito menos a alteração orçamentária", disse Lira. "O governo nesse caso fez um texto na Câmara e fez outro no Senado. Nós precisamos discutir esse texto com calma. O prazo é no mínimo até 31 de agosto", emendou.

Lira também afirmou que ficou definido que, enquanto o Senado estiver debruçado sobre a reforma tributária ao longo do segundo semestre, os deputados vão trabalhar em pautas verdes, relacionadas à energia renovável, hidrogênio verde, energia eólica e créditos de carbono.

Nova regra fiscal

O arcabouço foi aprovado na Câmara no final de maio, mas voltou para análise dos deputados após sofrer modificações no Senado. Além do fundo do DF, os senadores também tiraram do limite de gastos o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb) e despesas com Ciência e Tecnologia.

Também foi aprovada uma emenda, de autoria do líder do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues (Sem partido-AP), que prevê despesas condicionadas no Orçamento de 2024. O mecanismo daria uma "folga" entre R$ 32 bilhões e R$ 40 bilhões nas contas do próximo ano.

O Executivo precisa que as novas regras fiscais sejam aprovadas antes de 31 de agosto, que é o prazo para o envio do Projeto de Lei Orçamentária Anual de 2024 (Ploa). Se isso não ocorrer, o Executivo terá que enviar uma "peça fictícia", seguindo a regra do teto de gastos, o que pode implicar, por exemplo, em falta de recursos para atender as despesas básicas da máquina pública.

Lira reforçou que o atraso na votação do arcabouço não tem relação com a demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em acomodar os partidos do Centrão - PP e Republicanos - em ministérios. "Diferentemente do que foi noticiado, não há nenhum tipo de corresponsabilidade, de relação entre o calendário do arcabouço e a possível modificação ou uma formação mais sólida por parte do governo na sua base parlamentar", afirmou, ao completar que arcabouço e reforma tributária são assuntos de interesse do País e "independem de base parlamentar".

Como mostrou o Broadcast Político (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), líderes partidários da Câmara ouvidos pelo avaliam que a votação das mudanças feitas pelo Senado no novo arcabouço fiscal deve ocorrer depois da reforma ministerial. A apreciação da matéria foi adiada de julho para agosto justamente para aumentar o poder de barganha do grupo nas negociações com o governo.

Durante a reunião no período da manhã, líderes relataram que Lira evitou, inclusive, tocar no assunto sobre arcabouço. O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), minimizou ao dizer que o projeto está sendo discutido. "Não inventem crises e fantasmas", afirmou.

Guimarães reforçou ainda que ainda não está prevista a votação do projeto na semana que vem.

A reunião do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para a entrega da reforma tributária será às 15h, nesta quinta-feira (3). A informação foi confirmada pela assessoria da Presidência do Senado.

O encontro representa um gesto simbólico de envio da reforma tributária ao Senado. Além de Lira e Pacheco, também deve participar da reunião o relator da reforma no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM).

##RECOMENDA##

Após o recebimento da proposta oficialmente pelo Senado, o relator deve intensificar as reuniões com governadores, prefeitos e representantes dos setores produtivos interessados em mudanças na reforma tributária.

Mostrando-se satisfeito com os resultados da Câmara e do Executivo nas votações do arcabouço fiscal e da reforma tributária em segundo turno, o presidente da Casa, o deputado Arthur Lira (PP-AL), disse que um dos próximos passos agora é aprovar a reforma administrativa.

"Vamos tratar da reforma administrativa, ela está pronta", disse Lira durante almoço oferecido nesta segunda-feira, 24, em São Paulo pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) em ele assunto foi a reforma tributária.

##RECOMENDA##

O presidente da Câmara foi bastante aplaudido ao falar que a Casa dará andamento na reforma administrativa e em sequência ganhou o apoio público do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidnei, que colocou a entidade à disposição para ajudar a sensibilizar os parlamentares da necessidade de se aprovar a reforma administrativa.

"Quando falo da reforma administrativa, é porque, de todas as reformas estruturantes, é a única que falta. A reforma administrativa que está pronta, com alguns ajustes que podem ser feitos no plenário, não tira direito adquirido de ninguém" insistiu o deputado.

De acordo com Lira, a proposta de reformulação da administração pública tem um corte para trás e não prejudicará quem já tem seus direitos adquiridos.

"Com muita transparência e de maneira institucional, esse assunto precisa ser discutido porque vai gerar piso de despesa, vai ter diminuição de custos a longo prazo, com programação para qualquer governo", descreveu Lira.

Para o parlamentar, a reforma administrativa é uma matéria que está pronta para plenário e que precisa só se construir narrativas e apoios importantes para que seja levada com êxito ao plenário.

"A reforma administrativa não rouba, não prejudica. Ela é necessária porque é o povo que paga os custos administrativos", disse.

Por essas razões Lira disse ser importante que todos se mobilizem para que seja feita uma discussão como a que foi feita agora na reforma tributária e que parecia improvável.

"Com a mesma ajuda, a gente pede que a administrativa possa ser discutida com imparcialidade. É uma PEC, precisa de apoio de todo mundo. vamos lutar para que isso aconteça naturalmente", disse o presidente da Câmara ponderando que ainda não há cronograma para a aprovação da reforma administrativa.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e líderes partidários deixaram o Palácio da Alvorada, residência oficial da presidência da República, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta sexta-feira, 7. O encontro foi um gesto de agradecimento do chefe do Executivo aos congressistas, após a aprovação da reforma tributária na Casa.

Esta é a primeira vez que Lula se reúne com líderes e parlamentares da Câmara. Até então, o chefe do Executivo vinha resistindo a participar ativamente da articulação política. Após o Centrão ameaçar derrubar a estrutura ministerial do governo na votação da medida provisória da Esplanada, no final de maio, Lula tentou marcar um encontro para apaziguar a relação

##RECOMENDA##

Os líderes, no entanto, resistiram a "posar para foto" com o presidente naquele momento, quando havia grande insatisfação. Eles se queixavam da demora na liberação de cargos e emendas, além do tratamento dado por ministros aos parlamentares. A tese na ocasião era de que se reunir com Lula seria dar uma sinalização de "apaziguamento", sem terem seus pleitos atendidos.

Em 28 de junho, o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), disse que Lula havia pedido reuniões semanais ou a cada 15 dias com os líderes partidários da Câmara. Ao fazer um balanço de sua atuação no cargo durante os seis primeiros meses do governo, nesta o deputado reconheceu que o impasse na votação da MP dos Ministérios foi grave. "Parecia que o teto do plenário Ulysses Guimarães ia cair na nossa cabeça", brincou, na ocasião.

O encontro de hoje não constava na agenda do presidente. Além de líderes partidários, também participaram personagens que foram importantes para a aprovação da reforma tributária, como o relator do texto, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), e a deputada Tabata Amaral (PSB-SP), que participou do Grupo de Trabalho que se dedicou a debater a proposta na Câmara nos últimos meses. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o titular da pasta das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, também estiveram presentes.

Na noite de quinta-feira, 6, a Câmara aprovou a reforma tributária em dois turnos. No primeiro turno foram 382 votos a favor, 118 contra e três abstenções. Já no segundo, foram 375 votos a favor, 113 contra e 3 abstenções. Era necessário o apoio de no mínimo 308 deputados, nos dois turnos. O texto aprovado na Câmara cria o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), que substituirá o ICMS estadual e o ISS municipal, e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), que ficará no lugar de tributos federais, como o PIS e a Cofins.

Nesta tarde, a Câmara também deu uma outra vitória ao governo e aprovou o projeto de lei que retoma o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A matéria, que é um dos trunfos da equipe econômica para aumentar a arrecadação e cumprir as metas de resultado primário do arcabouço fiscal, virou barganha política nos últimos dias.

O atrito entre o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e seu padrinho político, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), não foi visto com bons olhos pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Em entrevista à GloboNews, Lira destacou a atuação do governador na aprovação da Reforma Tributária, e disse que o dirigente estadual "merecia ser tratado com mais carinho."

"O govenador Tarcísio não mereceu o que foi feito, aquilo ali não representa o sentimento da política, aquilo ali merecia uma reprimenda por parte da direção do PL", afirmou. "Falei com o presidente Bolsonaro que o que aconteceu ali merecia um carinho, um trato mais carinhoso."

##RECOMENDA##

Segundo Lira, Bolsonaro "entendeu" a crítica e queria "contornar" a situação.

A relação entre Tarcísio e Bolsonaro começou a mostrar sinais de desgaste durante uma reunião do PL, que contou com a presença do governador. No encontro, Tarcísio tomou uma posição favorável à aprovação da reforma, o que não agradou Bolsonaro, que tem falado contra o projeto. O governador foi interrompido pelo ex-presidente, e vaiado pelos parlamentares reunidos no encontro.

"Se a fala for contra, eu vou dar para outro, para não começar a tumultuar." O tom da advertência feita por Arthur Lira (PP-AL), do alto da Mesa Diretora, aos colegas no plenário, já tarde da noite da quarta-feira (5), revela o modo imposto pelo presidente da Câmara para fazer avançar o projeto da reforma tributária, que há três décadas habita a agenda do Legislativo sem ter saído do lugar.

Eram 23h30 e o relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), acabara de ler a última versão do seu parecer da proposta de mudança no sistema de impostos do País. Mesmo tarde da noite, e com o plenário já esvaziado, o presidente da Câmara dava o tom de como conduziria o início da histórica votação da reforma tributária, no dia seguinte. E avisou: "Às 11 horas em ponto (da quinta-feira, 6), a discussão da PEC começa no plenário".

##RECOMENDA##

Também foi por conta da postura irredutível de Lira que não avançaram as tentativas de adiar por cinco sessões a votação. Ele recusou os pedidos de deputados que queriam começar a votação mais adiante, para ter mais tempo de analisar as mudanças que ainda seriam incluídas no texto, fruto dos acordos políticos negociados na última hora.

Lira não concordou também em começar a sessão de ontem mais tarde, argumentando que seriam sete longas horas de discussão do texto, antes do início da votação, marcada para começar às 18h.

Sobre os embates que eram esperados para essas sete horas de discussão, em que os deputados seguem uma lista para falar, Lira avisara que seria "democrático", mas que seguiria com "rigor máximo" o rito regimental. "Não vamos ter pegadinha. Não vamos ter nenhum tipo de extrapolação."

Uma das preocupações dos críticos da reforma, sobretudo dos representantes dos setores de serviços, que ainda buscavam mudanças no texto, era justamente que Lira acionasse o botão de alta velocidade do seu trator, repetindo o que ocorreu na votação do projeto de reforma do Imposto de Renda, em setembro de 2021.

Naquela ocasião, Lira garantiu um placar robusto de 398 votos a favor e 77 contrários, mas a votação começou sem que o substitutivo do relator tivesse sido publicado no sistema da Câmara, uma regra para que os deputados saibam o que vão apreciar no plenário. O texto final do projeto só foi publicado depois que a sessão já estava em andamento.

Para afastar resistências ao avanço da reforma tributária, o presidente da Câmara comprometeu-se ainda a honrar na votação todos os acordos firmados nos últimos dias. Isso porque, para acelerar a votação, a versão do projeto lido pelo relator no plenário não continha os acordos fechados ao longo da quarta-feira.

Nos bastidores, após os acordos, deputados governistas contavam entre 370 e 375 votos a favor da reforma. A fim de assegurar que o quórum para a votação fosse alcançado, Lira decidiu que o registro dos deputados fosse aberto às 7h da manhã.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira, 6, que a bancada do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai orientar contra a reforma tributária, mas não "fechará questão". Na prática, os deputados não serão punidos se votarem diferente da orientação da sigla.

Lira voltou a defender não politização de um "tema tão importante". Nesta semana, o PL divulgou uma nota com críticas à proposta de reforma tributária e sugeriu a rejeição total da PEC pelos 99 deputados filiados à legenda.

##RECOMENDA##

Intitulada "Reforma Tributária do PT: um verdadeiro soco no estômago dos mais pobres", a nota foi assinada por Bolsonaro e diz que a proposta vai na contramão do que foi feito na gestão do ex-presidente, com redução de impostos e mais arrecadação.

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, determinou a suspensão da Operação Hefesto - apuração sobre fraudes na compra de kits de robótica por 43 prefeituras de Alagoas que lança suspeitas sobre o presidente da Câmara dos Deputados Arthur Lira (PP). O decano acolheu um pedido da defesa e viu possível 'violação à prerrogativa de foro' do parlamentar. Com o despacho, a tramitação das apurações fica suspensa até que a Segunda Turma da Corte máxima analise todas as alegações de Lira.

O despacho foi assinado nesta quinta-feira, 6, dia D da votação da reforma tributária na Câmara. Prioridade do governo Lula, essa pauta estava travada. Como mostrou o Estadão, Lira pretende colocar o tema em discussão no plenário ainda hoje, a partir das 18h.

##RECOMENDA##

Nesta quarta, 5, o juiz federal substituto Roney Raimundo Leão Otilio, da 2ª Vara da Justiça Federal de Alagoas, remeteu ao STF os autos da Hefesto. O magistrado destacou que a Polícia Federal encontrou documentos com ex-assessor do presidente da Câmara, Luciano Cavalcante, e o motorista Wanderson que apontam 'indícios' de envolvimento de Lira com os desvios de R$ 8,1 milhões sob suspeita.

A Operação investiga suposto direcionamento e superfaturamento de contratos para a compra de equipamentos de robótica para escolas públicas, custeados com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE). As fraudes teriam ocorrido entre 2019 e 2022.

No centro das suspeitas está a empresa Megalic LTDA. Segundo a PF, a companhia foi apenas intermediária na compra dos kits de robótica pelos municípios alagoanos. O entre os sócios da empresa está Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda, aliado de Lira.

A fase ostensiva da investigação foi aberta no dia 1º de junho, na mira de uma série de aliados de Lira, em especial Luciano Cavalcante, ex-assessor do presidente da Câmara dos Deputados. Durante a ofensiva, os agentes apreenderam mais de R$ 4,4 milhões. Foram vasculhados 27 endereços de investigados.

Durante as diligências, a PF encontrou três documentos com os nomes de Lira e de seu ex-assessor: 'um recibo de lavagens de veículo; um termo de autorização de entrega de veículo; um formulário de autorização de viagem outorgado por Arthur César Pereira de Lira em favor de Luciano Ferreira Cavalcante, a respeito de adolescente filho do primeiro'.

Além disso, foi apreendido, em posse de Wanderon, 'manuscritos diversos descrevendo possível controle de despesas pessoais', inclusive com 'possíveis despesas de Lira, de seus familiares e de pessoas de sua relação'.

Os achados levaram a Justiça Federal de Alagoas a remeter os autos ao STF. Além disso, no último dia 14, o procurador-geral da República Augusto Aras avocando a competência para atuar no inquérito.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quinta-feira, 6, que "não há possibilidade" de adiar a votação da reforma tributária em plenário, prevista para hoje. Ele disse ainda que concluirá a apreciação da matéria em dois turnos.

Mudanças constitucionais, como a reforma tributária, precisam do apoio de ao menos 308 deputados, em dois turnos de votação. Em acordo com Lira, o líder do PT na Casa, Zeca Dirceu (PR), e o do governo, José Guimarães (PT-CE), apresentaram na última segunda-feira, 3, um requerimento para permitir a quebra de interstício na votação da PEC. Na prática, o mecanismo, que precisa ser aprovado em plenário, autoriza a votação em segundo turno da PEC sem o cumprimento do prazo regimental de cinco sessões.

##RECOMENDA##

O presidente da Câmara também afirmou que o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai orientar a bancada a votar contra a PEC, mas não vai fechar questão contrária. Ou seja, os deputados terão liberdade para votar como quiserem, sem serem punidos.

Lira também voltou a dizer que o projeto de lei que retoma o chamado "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) será analisado após a tributária, sem especificar data. Como mostrou o Broadcast Político, deputados querem um aceno concreto do governo federal com entrega de ministérios ao Centrão para garantirem a votação da matéria.

O juiz federal substituto Roney Raimundo Leão Otilio, da 2ª Vara da Justiça Federal de Alagoas, determinou a remessa dos autos da investigação Hefesto, que mira aliados do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), para o Supremo Tribunal Federal (STF). O juiz justifica o envio declarando que a a investigação da Polícia Federal encontrou "indícios da participação nos delitos ora investigados de um congressista" - no caso, o próprio Lira.

Cabe ao STF, então, julgar infrações de membros do Congresso, por possuírem foro privilegiado. "Ademais, o próprio Procurador-Geral da República (Augusto Aras), conforme noticiado pelo MPF, avocou a atribuição para atuar no caso", alega, ainda, o juiz.

##RECOMENDA##

A operação Hefesto visa aprofundar a investigação sobre um esquema de fraudes em licitações de 43 cidades de Alagoas que teria de. Lira, a princípio, não era alvo da ação, mas ela envolve aliados próximos do presidente da Câmara. A PF afirma que houve direcionamento e superfaturamento de contratos para a compra de equipamentos de robótica para escolas públicas, custeados com recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE), repassado pelo governo federal. As fraudes teriam ocorrido entre 2019 e 2022.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou nesta quarta-feira (5) que trabalhará para pautar a reforma tributária ainda nesta quarta-feira, 5, no plenário da Casa. A ideia, de acordo com ele, é iniciar hoje a discussão sobre a proposta e votar a matéria na quinta-feira (6) à noite em primeiro turno.

"Trabalharemos para levarmos (ao plenário) hoje à tarde a discussão da reforma tributária já com perspectiva de votação para amanhã", disse Lira em entrevista à GloboNews. O acordo foi feito durante reunião com líderes nesta manhã para afinar os detalhes da pauta econômica. Segundo o presidente da Câmara, as lideranças farão as contagens de votos junto às bancadas para medir o termômetro de aprovação da matéria.

##RECOMENDA##

Lira ressalvou que alguns ajustes ainda precisam ser feitos no relatório apresentado pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB). O caminho para o fim de impasse em torno da configuração do Conselho Federativo, por exemplo, órgão que será o responsável pela arrecadação do novo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), está sendo "sedimentado", segundo o presidente da Câmara.

"Ela (reforma) começa a discussão em plenário hoje. É importante arredondar alguns textos ainda, estamos finalizando a questão do Conselho Federativo, que na minha visão ele tem que ser o mais técnico possível, com menos ingerência de autonomia possível, ele tem que ser o arrecadador e repassador imediato de todos os tributos que serão unificados. O caminho para isso está sendo sedimentado", disse.

Lira confirmou ainda que a votação da reforma tributária não fica comprometida com o adiamento da votação do projeto de lei do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), como antecipou a reportagem.

O PL do Carf tramita com urgência constitucional e, por isso, passou a trancar a pauta da Câmara. Ou seja, antes de analisar qualquer outra proposta, os deputados precisam votar o projeto, caso a urgência não seja retirada pelo governo. No entanto, há um entendimento interno na Casa de que o trancamento de pauta por projetos com urgência constitucional não atinge Propostas de Emenda à Constituição (PEC).

Lira afirmou ainda que o foco principal do Congresso e do País neste momento é a reforma tributária, apesar de ressaltar que o PL do Carf é "importantíssimo" para incrementar receitas e viabilizar as regras do novo arcabouço fiscal.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chegou na noite desta terça-feira, 4, ao Congresso para se reunir com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e discutir a reforma tributária. O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB), também participará do encontro.

Mais cedo, o relator da proposta, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), afirmou que está discutindo com governadores a possibilidade de incluir em seu parecer um dispositivo que determine que impostos que sejam gerados em operações de compra e venda feitas dentro de um determinado Estado fiquem nesse mesmo Estado. A mudança que mexe com o modelo de arrecadação centralizada foi antecipada pelo Estadão.

##RECOMENDA##

Dessa forma, apenas as operações de compra e venda feitas entre Estados diferentes passariam a ser direcionadas ao Conselho Federativo, órgão a ser criado com a reforma e que ficaria responsável por centralizar, gerir e distribuir entre os Estados e os municípios a arrecadação do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) - que vai substituir o ICMS (estadual) e o ISS (municipal).

A ideia de descentralizar arrecadação de impostos que não têm repartição entre Estados, ou seja, que não são advindos de operações interestaduais, é uma proposta que atende governadores críticos à criação do Conselho Federativo, como o governador de São Paulo. Tarcísio avalia que a proposta de criação do órgão incluída no relatório da reforma tira autonomia dos Estados e gera uma concentração de poder excessiva no Conselho.

Apesar de estar negociando nessa direção, Ribeiro afirmou, no entanto, que acatará apenas contribuições que não comprometem os princípios do novo sistema tributário, sob a ótica do Imposto Sobre Valor Agregado (IVA).

Apesar das resistências, Lira está decidido a levar adiante a reforma. A Mesa Diretora da Câmara cancelou todas as reuniões de comissões temáticas e Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI), além de sessões solenes, ao longo desta semana para que os parlamentares se dediquem às votações da pauta econômica. Além disso, para pressionar os deputados a virem para Brasília, a marcação remota de presença foi suspensa.

O primeiro dia de "esforço concentrado" na Câmara dos Deputados para a votação de pautas econômicas não foi exatamente como o esperado. A ideia inicial que vinha sendo trabalhada era votar na segunda-feira (3), o projeto de lei que retoma o "voto de qualidade" no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), para poder abrir caminho para outros temas cruciais, como a reforma tributária, pudessem ser votados até a sexta-feira. Mas, com quórum baixo e sem consenso sobre o texto, a votação do projeto do Carf ficou para esta terça-feira (4).

Nem o próprio presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), porém, garantiu que a votação desse projeto será feita hoje. O relator do texto, deputado Beto Pereira (PSDB-MS), apresentou ontem seu parecer. A partir de agora, ele deve fazer uma rodada de conversas com as bancadas partidárias para negociar pontos da proposta.

##RECOMENDA##

O projeto tramita com urgência constitucional e, por isso, passou a trancar a pauta da Câmara. Ou seja, antes de analisar a reforma tributária e as alterações do Senado no arcabouço fiscal, os deputados precisam votar o Carf.

"Não tem esse compromisso (de votar o projeto do Carf nesta terça). Vamos ver. O relator ficou de conversar com as bancadas. É um assunto sensível para o País, para o governo e para os grandes contribuintes", disse Lira. O presidente da Casa ponderou que o Congresso sempre tem resistências à Receita e disse que o texto precisa ser equilibrado.

O Carf é o tribunal que julga conflitos tributários, como a aplicação de multas pela Receita Federal. O voto de qualidade desempatava os julgamentos a favor do governo, mas foi extinto em 2020 pelo Congresso, quando passou a valer o desempate a favor do contribuinte. Em janeiro deste ano, o governo retomou o instrumento por meio de Medida Provisória (MP), como parte de um esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar as receitas e, dessa forma, melhorar a situação das contas públicas.

A MP caducou sem ser votada, mas o governo, então, enviou projeto de lei com o mesmo conteúdo. Apesar da dificuldade de se chegar a um consenso sobre o Carf, Lira está decidido a aprovar a matéria, classificada por ele como uma das prioridades da Casa nesta semana. Haddad chegou a ligar para parlamentares para convencê-los a aprovar a proposta.

O relator manteve em seu parecer a retomada "voto de qualidade", ou seja, com desempate a favor da Receita Federal nos julgamentos do órgão, mas excluiu as multas cobradas aos contribuintes em caso de derrota, como estabelecido pelo acordo firmado entre o governo e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando