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O escritor britânico Salman Rushdie, um dos que sonhavam com o Nobel de Literatura concedido nesta quinta-feira, declarou que o vencedor do prêmio, Bob Dylan, foi uma excelente escolha.

"De Orfeu a Faiz, canção e poesia sempre estiveram estreitamente ligadas", escreveu o romancista no Twitter, aludindo ao personagem mitológico grego e ao poeta paquistanês Faiz Ahmed Faiz.

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"Dylan é o brilhante herdeiro da tradição do bardo. Excelente escolha", declarou o autor do controvertido "Versos satânicos".

O escritor e ator italiano Dario Fo, Nobel de Literatura por sua extensa obra irreverente e criativa, foi um intelectual comprometido e uma referência moral para a esquerda italiana.

O dramaturgo, ator, diretor teatral, escritor, ensaísta, poeta e pintor morreu em um hospital de Milão por problemas respiratórios, acompanhado por seu filho Jacopo.

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"Teve um grande final", reconheceu o filho, que aceitou que o funeral seja aberto ao público no próximo sábado, na praça central de Milão.

"Foi o maior e mais famoso artista italiano de todos os tempos", lamentou o jornal italiano La Repubblica.

Nascido em 24 de março de 1926 na Lombardia (norte), em uma família operária antifascista, Dario Fo estudou pintura e arquitetura antes de iniciar sua bem sucedida carreira teatral no início da década de 1950.

O célebre dramaturgo deixa mais de 100 obras teatrais, entre as quais se destacam "Mistério bufo" (1969) e "A Morte Acidental de um anarquista" (1970), nas quais critica a Igreja, a máfia e o poder político.

Seu teatro se caracteriza por uma linguagem absurda, na qual mescla dialetos, latim, italiano e citações literárias.

Fundador junto com sua ex-esposa Franca Rame, musa, companheira e coautora de inúmeras peças de teatro, do grupo "La Comune" nos anos 70, Dario Fo soube com ironia tratar tanto de temas políticos como de conflitos sobre o amor e o sexo.

Anticonformista, simpatizante comunista, admirador da experiência chilena de Salvador Allende, as pessoas de teatro de todo o mundo o chamavam de "o mestre", sendo um dos autores teatrais mais representados depois de Goldoni.

- Artista de seu tempo -

O sexto Nobel italiano era um homem alegre e será recordado por suas gargalhadas e sua maneira descomplicada de viver.

Censurado pela televisão pública nos anos 1960, por desmascarar a hipocrisia da chamada "sociedade burguesa", assim como por suas canções revolucionárias, por acreditar no amor livre, falar da infidelidade amorosa e ter uma especial sensibilidade pela problemática feminina, Dario Fo jamais teve boas relações com os representantes do poder.

Premiado, segundo a Real Academia de Estocolmo, "por fustigar o poder e restaurar a dignidade dos humilhados", seu Nobel foi interpretado como um reconhecimento ao teatro político.

Seus monólogos e esboços, cheios de crítica social, deixam uma ampla margem para a improvisação e se inspiram na commedia dell' arte, assim como no teatro de Vladimir Maiakovski e Bertolt Brecht.

Sua obra aborda todas as questões políticas e sociais de seu tempo: a guera do Vietnã, o assassinato do presidente John Kennedy, a questão palestina, a aids, o aborto, a corrupção e a ecologia.

Com Franca Rame, falecida em 2013 aos 83 anos, teve seu único filho, Jacopo Fo, sócio e cúmplice em suas inúmeras aventuras, formando atores e levando o teatro a fábricas e às ruas.

Em seu textos, Fo não poupou dardos contra um sistema político que considerava corrupto e injusto e em seus espetáculos ridicularizava o então magnata e primeiro-ministro Silvio Berlusconi, personagem a quem detestava abertamente.

Era um expert em pintura, admirador dos afrescos de Piero della Francesca e também capaz de pintar e reproduzir grandes autores como Picasso.

Criticado pelo poder político e eclesial, o mestre da sátira e referência da esquerda italiana, aceitou ser candidato à prefeitura de Milão em 2007, e, decepcionado com a classe política, apoiou nos últimos anos de vida o Movimento 5 Estrelas, do cômico Beppe Grillo, com quem escreveu, em 2013, a obra "Il Grillo sempre canta al tramonto".

O Prêmio Nobel de Literatura de 2016 foi atribuído nesta quinta-feira ao cantor e compositor americano Bob Dylan.

Segue abaixo a lista dos vencedores nos últimos 15 anos:

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2016 : Bob Dylan (EUA)

2015 : Svetlana Alexievitch (Belarus)

2014 : Patrick Modiano (França)

2013 : Alice Munro (Canadá)

2012 : Mo Yan (China)

2011 : Tomas Tranströmer (Suécia)

2010 : Mario Vargas Llosa (Peru/Espanha)

2009 : Herta Müller (Alemanha)

2008 : Jean-Marie Gustave Le Clézio (França)

2007 : Doris Lessing (Grã-Bretanha)

2006 : Orhan Pamuk (Turquia)

2005 : Harold Pinter (Reino Unido)

2004 : Elfriede Jelinek (Áustria)

2003 : J.M. Coetzee (África do Sul)

2002 : Imre Kertész (Hungria)

A Itália chora a morte de um de seus intelectuais mais ilustres, o dramaturgo Dario Fo, prêmio Nobel de Literatura em 1997, que morreu nesta quinta-feira, aos 90 anos, de insuficiência respiratória.

"A Itália perde um dos grandes protagonistas do teatro, da cultura, da vida civil de nosso país", lamentou o primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, ao prestar uma homenagem ao escritor.

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"Sua obra satírica, sua busca, seu trabalho cênico, sua atividade artística de múltiplas facetas são a herança de um grande italiano do mundo", acrescentou Renzi.

Inconformista e observador de sua época, Fo, que além disso era ator, ganhou fama em 1969 com sua obra "Mistério Bufo", uma epopeia sobre os oprimidos inspirada na cultura medieval.

Em "Mistério Bufo", o herói, um malabarista, estimula a rebelião com o sorriso.

A convocação à rebelião contra os poderosos e os hipócritas, com uma linguagem criativa, é um tema constante da obra Dario Fo.

Entre suas obras teatrais mais conhecidas estão "A Morte acidental de um anarquista" e "Ninguém Paga, Ninguém Paga", entre outras.

Conhecido em todo o mundo, e em particular na América Latina, onde participou de vários Festivais de Teatro, como os de Bogotá e Caracas, no início dos anos 90, seu teatro se caracterizava por uma linguagem absurda na qual misturava dialetos, latim, italiano e citações literárias.

Fundador junto com sua falecida esposa Franca Rame, musa, companheira e coautora de muitas peças de teatro, do grupo "La Comune" nos anos 70, Dario Fo soube com humor e ironia tratar tanto temas políticos quanto conflitos de amor e sexo.

Anticonformista, simpatizante comunista, admirador da experiência chilena com Salvador Allende, Dario Fo era chamado de "o mestre" pela maioria das pessoas do teatro, e sobretudo pelos artistas de rua e experimentais que se dirigiam aos seus ateliês, coordenados por seu filho, Jacopo Fo.

- Crítico do poder político e eclesiástico -

Fo, que morreu no dia em que a Academia sueca anunciou o vencedor do prêmio Nobel deste ano - para Bob Dylan -, publicou mais de cem peças de teatro e muitos livros, nos quais criticava o poder político e eclesiástico.

Sua morte gerou uma onda de reações na Itália tanto de líderes políticos quanto do mundo da cultura.

"O prêmio Nobel mais alegre de todos os tempos faleceu. Em vez de uma lágrima devemos a ele um sorriso", tuitou o escritor Erri De Luca.

"Não temo a morte, mas também não a seduzo. Se você viveu bem é a justa conclusão da vida", comentou recentemente em uma conversa com o jornal Il Corriere della Sera.

Nascido em 24 de março de 1926 na Lombardia (norte) no seio de uma família operária antifascista, Dario Fo estudou pintura e arquitetura antes de iniciar sua bem-sucedida carreira teatral no início da década de 1950.

Conhecido por seu ativismo político e seu estilo trovador medieval, esteve sempre na linha de frente para defender seus princípios, em particular nos anos 1970 e 1980, os chamados "anos de chumbo", quando fundou a organização "Soccorso rosso" (Socorro vermelho) para dar ajuda legal aos militantes de esquerda.

Na década de 1990 lutou a favor da legalização das drogas, do ar puro, do controle da natalidade, aterrorizando os católicos com seu divertido anticlericalismo.

O mestre da sátira e ao mesmo tempo referência da esquerda italiana foi um dos maiores críticos do estilo de governo do multimilionário e ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi e nos últimos anos apoiou o Movimento 5 Estrelas do comediante Beppe Grillo.

"A morte de Dario Fo priva o país de uma grande voz crítica, um guia espiritual para o espírito cívico. Mas também priva o M5E de um ponto de referência fundamental, um companheiro alegre, brilhante e profundo", escreveu em um comunicado a bancada parlamentar do movimento.

Apesar de ser um flagelo da casta política, o senado italiano prestou uma homenagem a ele com um minuto de silêncio.

O cantor e compositor americano Bob Dylan, 75 anos, foi anunciado nesta quinta-feira vencedor do prêmio Nobel de Literatura, "por seus novos modos de expressão poética", destacou a Academia Sueca.

Dylan "criou novos modos de expressão poética dentro da grande tradição da música americana", anunciou a secretária-geral da Academia, Sara Danius, entre os aplausos dos jornalistas reunidos no majestoso salão da Bolsa em Estocolmo.

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A ex-refém Ingrid Betancourt afirmou nesta sexta-feira que as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) também deveriam ter sido agraciadas com o Nobel da Paz, concedido neste ano ao presidente colombiano, Juan Manuel Santos.

Durante entrevista à agência Associated Press em Paris, Betancourt disse que "é difícil para mim dizer isso, mas eu tenho que ser justa, mesmo que eles tenham sido meus sequestradores". Segundo ela, "eu acho que é verdade que eles se transformaram".

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Ingrid Betancourt tem cidadania francesa e colombiana. Ela fazia campanha para a presidência da Colômbia quando foi sequestrada pelo grupo, em 2002, tendo sido libertada apenas em 2008.

Santos levou o Nobel por seus esforços para acabar com a guerra civil no país, mesmo após os eleitores colombianos terem rejeitado em referendo o acordo de paz fechado com as Farc. Nesta sexta-feira, o governo de Bogotá e o grupo fecharam um acordo sobre um protocolo de trégua com a intenção de garantir a segurança dos rebeldes durante o processo de paz. Fonte: Associated Press.

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, ganhou hoje o Prêmio Nobel da Paz por seus "esforços resolutos para encerrar a guerra civil de mais de 50 anos do país".

A honraria deve ser vista como um tributo ao povo colombiano, que, apesar das grandes dificuldades e abusos, não desistiu da esperança de uma paz justa, declarou Kaci Kullmann Five, presidente do comitê norueguês do Prêmio Nobel.

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No ano passado, o prêmio foi concedido a uma associação de sindicatos, empresas, ativistas de direitos humanos e advogados, por sua contribuição para a democracia na Tunísia.

A Fundação Nobel informou que recebeu um número recorde de 376 inscrições em nome de indivíduos e organizações para o prêmio deste ano. Fonte: Dow Jones Newswires.

Segue abaixo a lista dos 10 últimos ganhadores do Prêmio Nobel de Física, atribuído nesta terça-feira pelo comitê Nobel da Real Academia Sueca de Ciências aos britânicos David Thouless, Duncan Haldane e Michael Kosterlitz, que trabalham em universidades americanas.

2016: David Thouless, Duncan Haldane e Michael Kosterlitz (Reino Unido) por seus trabalhos sobre os isolantes topológicos, materiais "exóticos" que podem permitir em um futuro mais ou menos próximo criar computadores superpotentes.

2015: Takaaki Kajita (Japão) e Arthur B. McDonald (Canadá), pela descoberta das oscilações dos neutrinos, que demonstram que estas enigmáticas partículas têm massa.

2014: Isamu Akasaki e Hiroshi Amano (Japão) e Shuji Nakamura (Estados Unidos), inventores do diodo emissor de luz (LED).

2013: François Englert (Bélgica) e Peter Higgs (Reino Unido), por trabalhos sobre o bóson de Higgs, também conhecido como 'partícula de Deus'.

2012: Serge Haroche (França) e David Wineland (Estados Unidos), por pesquisas em óptica quântica que permitiram a criação de computadores superpotentes e relógios com precisão extrema.

2011: Saul Perlmutter e Adam Riess (Estados Unidos), Brian Schmidt (Austrália/EUA), por suas descobertas sobre a expansão acelerada do universo.

2010: Andre Geim (Holanda) e Konstantin Novoselov (Rússia/Reino Unido), por trabalhos pioneiros no desenvolvimento do grafeno, um material revolucionário que transformou a eletrônica, em particular a construção de computadores e transistores.

2009: Charles Kao (Estados Unidos/Reino Unido), Willard Boyle (Estados Unidos/Canadá) e George Smith (Estados Unidos), por pesquisas sobre a fibra óptica e os semicondutores, responsáveis por importantes avanços tecnológicos na telefonia, transporte de dados e fotografia.

2008: Yoichiro Nambu (Estados Unidos), Makoto Kobayashi e Toshihide Maskawa (Japão), por estudos sobre a formação do universo.

2007: Albert Fert (França) e Peter Grünberg (Alemanha), que descobriram a magneto-resistência gigante, uma tecnologia que permite aumentar a capacidade dos discos rígidos e minimizar seu tamanho.

Três cientistas do Reino Unido que trabalham nos Estados Unidos receberam nesta terça-feira (4) o Nobel de Física. O trio foi agraciado por estudos na área da Topologia, que revelaram segredos por trás de propriedades não usuais da matéria, como a supercondutividade. As descobertas feitas por eles aumentam a expectativa de novas aplicações na ciência de materiais e na eletrônica.

O pesquisador David Thouless ficou com metade do prêmio. Já Duncan Haldane e Michael Kosterlitz dividirão os outros 50%. No total, o Nobel de Física dará ao trio 8 milhões de coroas suecas (US$ 931 mil). As investigações do trio se concentram na área chamada de Topologia, um braço da Matemática que descreve as propriedades que mudam apenas gradualmente e são importantes para a Física Quântica.

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A Academia Real Sueca de Ciências premiou os três cientistas por suas "descobertas teóricas das fases de transição topológicas e das fases topológicas da matéria". Segundo a academia, as pesquisas do trio nos anos 1970 e 1980 abriram as portas para um mundo até então desconhecido, onde a matéria assume estados ou fases não usuais. As descobertas geraram rupturas na compreensão teórica dos mistérios da matéria e criaram novas perspectivas sobre o desenvolvimento de materiais inovadores, afirmou a entidade.

Thouless, de 82 anos, é professor emérito na Universidade de Washington. Haldane, de 65 anos, leciona Física na Universidade Princeton, em Nova Jersey, e Kosterlitz, de 73 anos, é professor de Física na Brown University em Providence, Rhode Island.

Em uma entrevista coletiva em um link por telefone, Haldane disse que ficou "muito surpreso e muito grato" pelo prêmio. Fontes: Dow Jones Newswires e Associated Press.

Segue abaixo a lista dos vencedores nos últimos 10 anos do Prêmio Nobel de Medicina, atribuído nesta segunda-feira (3) pelo Comitê Nobel do Instituto Karolinska de Estocolmo ao japonês Yoshinori Ohsumi:

2016: Yoshinori Ohsumi (Japão), por suas pesquisas sobre a autofagia, cruciais para entender como as células se renovam e a resposta do corpo à fome e às infecções.

2015: William Campbell (americano nascido na Irlanda), Satoshi Omura (Japão) e Tu Youyou (China), pelo desenvolvimento de tratamentos contra infecções parasitárias e a malária.

2014: John O'Keefe (EUA/Reino Unido) e May-Britt e Edvard Moser (Noruega), por suas pesquisas sobre o "GPS interno" do cérebro, que pode permitir avanços no conhecimento do mal de Alzheimer.

2013: James Rothman, Randy Schekman e Thomas Südhof (EUA), por seus trabalhos sobre os transportes intracelulares, que ajudam a conhecer melhor doenças como a diabetes.

2012: Shinya Yamanaka (Japão) e John Gurdon (Reino Unido), por suas pesquisas sobe a reversibilidade das células-tronco, que permite criar todo tipo de tecidos do corpo humano.

2011: Bruce Beutler (Estados Unidos), Jules Hoffmann (França) e Ralph Steinman (Canadá), por estudos sobre o sistema imunológico que permite ao organismo humano defender-se contra as infecções, favorecendo a vacinação e a luta contra doenças como o câncer.

2010: Robert Edwards (Reino Unido), pioneiro da medicina reprodutiva, por sua contribuição ao desenvolvimento da fecundação in vitro.

2009: Elizabeth Blackburn (Austrália/EUA), Carol Greider e Jack Szostak (EUA), por suas descobertas sobre os mecanismos da vida e suas aplicações na luta contra o envelhecimento.

2008: Harald zur Hausen (Alemanha), Françoise Barré-Sinoussi e Luc Montagnier (França), por trabalhos sobre o câncer e a aids.

2007: Mario Capecchi (EUA), Oliver Smithies (EUA) e Martin Evans (Reino Unido), pela criação de ratos transgênicos que abriram um novo horizonte para as pesquisas de doenças como o Alzheimer ou o câncer.

A Academia Sueca informou nesta sexta-feira que o anúncio do próximo vencedor do Nobel de Literatura acontecerá em 13 de outubro, uma semana depois do calendário habitual.

Em geral, o prêmio é anunciado na primeira quinta-feira de outubro, na mesma semana que as outras categorias da premiação criada pelo filantropo sueco Alfred Nobel.

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Mas por razões de calendário, em 2016 o prêmio de Literatura será o último a ser concedido. A lista começa com Medicina na segunda-feira 3 de outubro, seguido por Química (4), Física (5), o Nobel da Paz (7) e Economia (10).

"Não há sinal de divergência entre os acadêmicos. A razão é simples: nossos estatutos preveem quatro reuniões em quintas-feiras consecutivas a partir da penúltima quinta-feira de setembro antes de anunciar o premiado", disse à AFP o acadêmico Par Wastberg.

"É aritmético", completou, antes de concordar que isto "dá mais tempo para especular" sobre o vencedor.

A votação final para escolher entre os cinco últimos autores da lista de possíveis premiados acontece apenas na última reunião, poucas horas antes do anúncio oficial.

Este ano, mais uma vez, qualquer prognóstico é arriscado.

O japonês Haruki Murakami é o favorito dos leitores, mas outros nomes muito citados são os do poeta sírio Adonis e do romancista queniano Ngugi wa Thiong'o, assim como os americanos Don DeLillo, Philip Roth e Joyce Carol Oates.

Outros nomes recordados incluem o britânico Salman Rushdie, o albanês Ismail Kadaré e o israelense David Grossman, assim como o tcheco naturalizado francês Milan Kundera e o dramaturgo norueguês Jon Fosse.

Em 2015 a bielorrussa Svetlana Alexievitch foi a premiada. No ano anterior o vencedor foi o francês Patrick Modiano.

Madre Teresa de Calcutá foi um exemplo de solidariedade e entrega aos pobres e deserdados, e também de tenacidade e pragmatismo, segundo o papa Francisco, que a canonizou neste domingo.

Sempre com um sari de algodão branco com um bordado azul, a madre Teresa foi, durante a segunda metade do século XX, o símbolo da defensa incansável dos pobres.

Vencedora do Prêmio Nobel da Paz em 1979, ela foi declarada santa 19 anos após sua morte, ocorrida em 1997.

Sua canonização, possível graças a um segundo milagre, registrado no Brasil - uma cura inexplicável -, foi realizada justamente no ano dedicado pelo pontífice à misericórdia, com um jubileu extraordinário.

Nascida em 26 de agosto de 1910 em uma família albanesa em Skopje, capital da atual república da Macedônia, que na época pertencia à Albânia, Gonxhe Agnes Bojaxhiu entrou em 1928 para a ordem religiosa Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, cuja sede central se encontra na Irlanda, e passou a usar o nome Teresa em homenagem a Santa Teresa de Lisieux.

Enviada a Calcutá, na Índia, foi professora durante muitos anos em uma escola para meninas de classe alta, antes de receber o "chamado dos chamados", ou seja, a vocação de servir a Deus através dos pobres.

O arcebispo de Calcutá na época, Fernando Periers, se negava a permitir que saísse de sua ordem, alegando que ela era muito jovem para o trabalho, apesar dos 37 anos, e a chamava de "novata incapaz de iluminar corretamente uma vela".

Mas ela conseguiu o apoio dos superiores e inclusive do papa Pio XII.

No início de 1948 se mudou para os bairros pobres de Calcutá, onde suas ex-alunas se tornaram, a seu lado, as primeiras Missionárias da Caridade.

Em 1952, ao observar uma mulher agonizante, abandonada na rua e com os pés atacados por ratos, ela sentiu uma profunda comoção e decidiu assumir uma nova tarefa: ajudar os mais pobres entre os pobres.

Depois de procurar com insistência as autoridades da cidade, conseguiu a concessão de uma antigo edifício para dar abrigo às pessoas que sofriam de tuberculose, disenteria e tétano, ou seja, as pessoas que nem os hospitais queriam atender.

Dezenas de milhares de necessitados passaram por esse "hospício": muitos encontraram uma morte digna, sempre em respeito a sua própria religião, e outros se recuperaram graças aos cuidados das freiras.

Em Calcutá, Madre Teresa abriu também um orfanato, Sishu Bhavan, e um centro para leprosos, o Shantinagar, onde atualmente são produzidos os saris brancos com bordado azul utilizados pelas 4.500 Missionárias da Caridade espalhadas em mais de 100 países.

- Vida austera -

Na sede da congregação, em Calcutá, em uma avenida da megalópole indiana, Madre Teresa, famosa e premiada em todo o planeta por seu trabalho, levou uma vida austera e trabalhou sem descanso.

Ela faleceu no local em 5 de setembro de 1997, aos 87 anos, e seu túmulo está sempre coberto de pétalas de flores como forma de homenagem.

Com senso para os negócios, certa vez perguntou ao papa João XXIII se as riquezas do Vaticano poderiam ser utilizadas para os pobres.

O Papa então doou um Rolls Royce, que ela vendeu rapidamente por um bom preço em um leilão.

Durante o papado de Paulo VI, a congregação se espalhou pelo mundo e chegou a fundar casas na América Latina.

O papa João Paulo II reconheceu publicamente sua admiração pela freira e, na década de 1980, abençoou a pedra fundamental da casa que ela abriu em Roma para abrigar moradores de rua.

O papa Francisco, que a conheceu em 1994, admitiu que ficou impressionado com seu caráter forte.

A madre Teresa afirmava que sua contribuição era apenas uma "gota em um oceano de sofrimentos, mas que, se não existisse, esta gota faria falta ao mar".

Os críticos a acusavam de receber presentes sem questionar a procedência e de ter sido uma opositora fervorosa do aborto e da pílula anticoncepcional, assim como de utilizar seu prestígio para denunciar em todo o mundo tais práticas.

Durante o processo para sua beatificação, foi descoberto que ela sofria crises religiosas e chegava a questionar a existência de Deus.

"Nunca vi uma porta ser fechada para mim. Acredito que isso acontece porque veem que não vou pedir, e sim dar. Hoje em dia está na moda falar dos pobres. Infelizmente não está na moda falar aos pobres", afirmou certa vez.

Após sua morte, o governo indiano organizou um funeral de Estado e o caixão foi transportado por grande parte da cidade na mesma carruagem que transportou o caixão de Mahatma Gandhi.

O escritor húngaro Imre Kertesz, autor de "Sem Destino" e vencedor do Nobel de Literatura em 2002, morreu nesta quinta-feira aos 86 anos, anunciou sua editora.

Kertesz faleceu durante a madrugada em sua residência de Budapeste após uma longa batalha contra uma doença, afirmou Krisztian Nyary, diretor da editora Magveto.

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Nascido em 9 de novembro de 1929, este judeu sobrevivente dos campos de extermínio nazistas foi o primeiro autor de língua húngara a receber o Nobel.

"Kertesz foi um dos escritores húngaros mais influentes do século XX, não apenas por sua obra, mas também por seu pensamento e sua visão do mundo. Continuará sendo uma grande influência na literatura nos próximos anos", disse Nyary.

O autor foi deportado em 1944 a Auschwitz-Birkenau (Polônia), antes de ser transferido a Buchenwald (Alemanha) em 1945.

Ao retornar para a Hungria, sofreu o terror do stalinismo e foi marginalizado pelo regime quando trabalhava como jornalista.

Sua obra mais conhecida, "Sem Destino", publicada em meio à indiferença em 1975, foi finalmente reconhecida como uma obra que "sustenta a frágil vivência do indivíduo contra a bárbara arbitrariedade da História" e "defende o pensamento individual contra a submissão ao poder político", segundo o júri do Nobel.

Htin Kyaw, amigo da vencedora do Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, assumiu o cargo de presidente de Mianmar nesta quarta-feira, em um momento significativo na transição do país para uma democracia após mais de 50 anos de governo militar direto ou indireto. Em um dia repleto de cerimônia e simbolismo, o presidente, os dois vice-presidentes e 18 ministros foram empossados. Suu Kyi, que venceu o Prêmio Nobel por sua luta pela democracia no país, terá o papel proeminente de ministra de Relações Exteriores e chefiará outros três ministérios.

"A União Parlamentar me elegeu como presidente, o que é um momento histórico para este país", declarou Htin Kyaw, de 70 anos, em um discurso depois de tomar posse. Ele prometeu trabalhar pela reconciliação nacional, lutar para alcançar a paz com rebeldes étnicos e melhorar a vida dos 54 milhões habitantes.

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No entanto, a democracia no empobrecido país do Sudeste Asiático ainda parece incompleta. Os militares mantêm poder considerável no governo e no Parlamento e o próprio presidente será na prática subordinado a Suu Kyi. Ela não pode se tornar presidente por causa de uma manipulação da constituição feita pelo exército e repetidamente afirmou que vai governar o país nos bastidores.

A posse de Htin Kyaw foi realizada em um hall austero do Parlamento, com os parlamentares vestidos com roupas tradicionais. Poucas horas depois, o agora ex-presidente Thein Sein apertou a mão de seu sucessor e entregou a ele uma carta e uma faixa dourada, oficialmente transferindo o poder.

Foi Suu Kyi quem liderou o partido Liga Nacional pela Democracia a uma grande vitória nas eleições de novembro do ano passado, introduzindo o primeiro governo civil de Mianmar após 54 anos de governo militar. Suu Kyi viveu décadas em prisão domiciliar e sofreu assédio de autoridades militares sem nunca desistir de uma campanha pacífica para tirá-los do poder.

A cláusula constitucional que a proibiu de ser eleita presidente exclui qualquer pessoa que tenha cônjuge ou filhos estrangeiros. Os dois filhos de Suu Kyi são britânicos, assim como seu último marido. Acredita-se que a cláusula foi adicionada à constituição pelos militares tendo como alvo Suu Kyi.

A constituição, elaborada pela antiga junta militar, reserva 25% dos assentos no Parlamento a oficiais do exército, garantindo que nenhum governo possa emendar a carta magna sem aprovação deles. O exército também chefia o Ministério do Interior, o Ministério de Relações Fronteiriças e o Ministério da Defesa. Além disso, um dos dois vice-presidentes empossados hoje é o ex-general Myint Swe, aliado próximo do líder da antiga junta, Than Shwe.

Suu Kyi ficou famosa em 1988, quando protestos populares cresceram no país. A junta militar reprimiu fortemente as manifestações, que acabaram se tornando violentas revoltas contra do governo, deixando milhares de mortos e levando Suu Kyi à prisão domiciliar em 1989. Ela recebeu o Prêmio Nobel no ano seguinte. Fonte: Associated Press.

O indiano Kailash Satyarthi, Prêmio Nobel da Paz de 2014, afirmou nesta quinta-feira, 4, que a presidente Dilma Rousseff relatou algumas iniciativas do governo brasileiro no combate ao trabalho infantil e à escravidão, como o programa Bolsa Família. "Eu fiquei muito interessado no sucesso do programa Bolsa Família, particularmente no que se refere a melhoria da situação das crianças nos últimos dez, doze anos", afirmou.

Apesar de reconhecer os avanços no Brasil e no mundo, Satyarthi disse que os países estão "no sentido certo, mas a velocidade ainda é lenta". "Não se trata unicamente de números contabilizados, mas são seres humanos", ponderou.

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Kailash Satyarthi recebeu o prêmio junto com a paquistanesa Malala Yousafzai por arriscar sua vida no trabalho de proteger crianças da escravidão, do extremismo e do trabalho infantil. O indiano participou nesta semana da abertura dos trabalhos da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). Ele esteve na terça-feira, 2, na audiência pública sobre trabalho escravo.

Antes da fala do indiano, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, afirmou que o Brasil tem contado com o apoio de Satyarthi na luta contra o trabalho infantil. Na última década, de acordo com o governo, o número de crianças em situação de trabalho infantil caiu 43%, de 5 milhões para 2,8 milhões.

Segundo o prêmio Nobel, ele e a presidente Dilma conversaram sobre o papel e a importância dos países emergentes para que mantenham uma agenda de combate ao trabalho infantil. Satyarthi disse ainda que propôs que o Brasil elabore uma conferência mundial para discutir um tema. "A presidente foi muito receptiva a essa ideia", afirmou.

Zika

Satyarthi comentou ainda que Dilma externou sua preocupação com o zika vírus e disse que os dois discutiram formas de "mobilizar as vozes globais" no combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, do chikungunya e do zika vírus.

Após participar da inauguração de uma fábrica da Ambev em Uberlândia (MG) nesta quinta-feira, 4, a presidente Dilma Rousseff chegou no início da tarde em Brasília e fez uma alteração na agenda para receber logo mais, às 15h, o indiano Kailash Satyarthi, Prêmio Nobel da Paz 2014. O encontro será no Palácio do Planalto.

Kailash Satyarthi recebeu o prêmio junto com a paquistanesa Malala Yousafzai por arriscar sua vida no trabalho de proteger crianças da escravidão, do extremismo e do trabalho infantil. O indiano participou nesta semana da abertura dos trabalhos da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado (CDH). Ele esteve na terça-feira, 2, na audiência pública sobre trabalho escravo.

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Após receber o vencedor do prêmio Nobel, Dilma vai ser reunir, as 16h30, com Dom Sérgio da Rocha, arcebispo de Brasília e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A Nobel de Literatura 2015, Svetlana Aleksievich, conhecida por seus livros sobre a catástrofe nuclear de Chernobyl, pediu neste domingo o desenvolvimento de energias alternativas e disse que pretende visitar o local do acidente nuclear de Fukushima, no Japão.

"Fukushima (...) mostra que a energia nuclear é perigosa. Precisamos desenvolver alternativas", disse ela, em entrevista coletiva em Estocolmo.

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Depois de várias viagens ao Japão, a escritora pretende voltar ao país asiático no início do ano que vem para visitar a central de Fukushima. Em 2011, um tsunami provocou um grave acidente nuclear.

Em suas obras, Aleksievich dá voz às testemunhas ignoradas das grandes tragédias soviéticas do século XX, em particular as vítimas de Chernobyl.

Svetlana Aleksievich nasceu na União Soviética e, hoje, tem nacionalidade bielo-russa. Ela é a 14ª mulher a conquistar o Nobel de Literatura desde sua criação, em 1901.

Na próxima quinta, Svetlana recebe o Prêmio Nobel das mãos do rei da Suécia.

A vencedora do Nobel de Literatura de 2015, a bielorrussa Svetlana Alexievich, retrata o império soviético de Chernobyl ao Afeganistão, em livros que não são encontrados em seu país, que não perdoa sua visão do "homo sovieticus", incapaz de ser livre.

A obra da ex-jornalista de 67 anos é rica em depoimentos ouvidos com paciência ao longo do tempo e já foi traduzida para várias idiomas. No entanto, nenhum livro da bielorrussa foi publicado no Brasil até hoje.

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"O fim do homem vermelho ou a era do desencanto", um retrato sem concessões, embora compassivo, do "homo sovieticus" mais de 20 anos depois da implosão do império da URSS, recebeu em 2013 o prêmio Medicis de ensaio na França.

"Conheço bem aquele 'homem vermelho': sou eu, as pessoas que me cercam, meus pais", explicou em uma ocasião.

"Não desapareceu. E o adeus será muito demorado", disse em outra oportunidade.

Por este motivo, ela diz que tem muito respeito pelos ucranianos que, com seus protestos, expulsaram do poder o ex-presidente pró-Rússia Viktor Yanukovich em 2014.

"Hoje o modelo para todos é a Ucrânia. Seu desejo de romper por completo com o passado é digno de respeito", opinou a vencedora do Nobel sobre o país devastado pelo conflito entre separatistas pró-Rússia e as forças ucranianas.

"Penso que o império ainda não desapareceu. E, pessoalmente, tenho a inquietante impressão de que não desaparecerá sem derramamento de sangue".

Nascida em 31 de maio de 1948 no oeste da Ucrânia em uma família de professores rurais, formada em Jornalismo pela Universidade de Minsk, Svetlana Alexievich trabalhou nos anos 1970 na editoria de cartas à redação do "Selskaya Gazeta", o jornal das fazendas coletivas soviéticas.

Na época ela começou a registrar em seu gravador os relatos de mulheres que lutaram durante a Segunda Guerra Mundial. Inspiraram seu primeiro livro "War’s Unwomanly Face", algo como a "A Guerra não tem uma face feminina".

"Tudo o que sabíamos da guerra foi contado pelos homens. Por quê as mulheres que suportaram este mundo absolutamente masculino não defenderam sua história, suas palavras e seus sentimentos?", questionou a escritora.

Censura

Ela foi acusada de "romper a imagem heroica da mulher soviética" e seu livro teve que esperar pela Perestroika, a reforma do sistema aplicada por Mikhail Gorbachev, para ser publicado em 1985. Com a obra, alcançou fama em toda a União Soviética e no exterior.

Desde então, sempre recorreu ao mesmo método para seus romances documentais, entrevistando durante muitos anos pessoas com experiências dramáticas: soldados soviéticos que retornaram da guerra no Afeganistão ("Os caixões de zinco") ou suicidas ("Encantados com a morte").

"Vivemos entre carrascos e vítimas, os carrascos são difíceis de encontrar. As vítimas são nossa sociedade, e são muito numerosas", declarou Alexievich à AFP sobre os protagonistas de seus livros.

Após a catástrofe nuclear de Chernobyl em 1986, a escritora trabalhou durante mais de 10 anos em "Vozes de Chernobyl: A História Oral de um Desastre Nuclear" (1997). O livro inclui depoimentos de milhares de homens enviados para trabalhar na central e outras vítimas da tragédia.

Belarus, presidida por Alexander Lukashenko desde 1994, um dos países mais afetados pelas consequências de Chernobyl, onde o tema continua sendo tabu, proibiu o livro.

Segundo a vencedora do Nobel, sua obra "não agrada" o presidente.

"Vivemos sob uma ditadura, há opositores na prisão, a sociedade tem medo e, ao mesmo tempo, é uma vulgar sociedade de consumo. As pessoas não se interessam pela política. É um período difícil", resumiu a escritora na entrevista que concedeu à AFP em 2013.

Os intelectuais bielorrussos também não parecem apreciar as opiniões de Svetlana, que reivindica a "cultura russa" da qual eles desejam distinguir-se e, ao mesmo tempo, passa a maior parte do tempo na Europa ocidental. Sua obra acaba por provocar uma mescla de atração e repulsa no país.

Segue abaixo a lista dos últimos 15 vencedores do Prêmio Nobel de Literatura, atribuído em 2015 à bielorrussa Svetlana Alexievich:

2015: Svetlana Alexievich (Belarus)

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2014: Patrick Modiano (França)

2013: Alice Munro (Canadá)

2012: Mo Yan (China)

2011: Tomas Tranströmer (Suécia)

2010: Mario Vargas Llosa (Peru)

2009: Herta Müller (Alemanha)

2008: Jean-Marie Gustave Le Clezio (França)

2007: Doris Lessing (Grã-Bretanha)

2006: Orhan Pamuk (Turquia)

2005: Harold Pinter (Grã-Bretanha)

2004: Elfriede Jelinek (Áustria)

2003: J.M. Coetzee (África do Sul)

2002: Imre Kertész (Hungria)

2001: V.S. Naipaul (Grã-Bretanha)

A bielorrussa Svetlana Alexievich é a vencedora do prêmio Nobel de Literatura em 2015, por sua "obra polifônica, memorial do sofrimento e da coragem em nossa época", anunciou a Academia Sueca.

A jornalista e escritora, de 67 anos, é a 14ª mulher premiada com o Nobel de Literatura desde sua criação, em 1901.

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"Acabo de informá-la", afirmou Sara Danius, secretária da Academia Sueca, ao canal público SVT. "Ela disse apenas uma palavra: Fantástico!", completou.

"É uma grande escritora, que encontrou novos caminhos literários", disse Danius.

Svetlana Alexievich, que era apontada como favorita há alguns anos, é autora de livros impressionantes sobre a catástrofe de Chernobyl ou a guerra do Afeganistão, proibidos em seu país, que não a perdoa pelo retrato que fez do "homo sovieticus", um ser incapaz de ser livre.

Sua obra, composta com o auxílio de múltiplos testemunhos, foi traduzida para vários idiomas. Mas nenhum livro da vencedora do Nobel foi publicado no Brasil até hoje.

Alguns de seus livros foram adaptados para o teatro na França e Alemanha, onde recebeu o prestigioso prêmio da Paz na Feira Literária Frankfurt em 2013.

Alexievich sucede o francês Patrick Modiano, vencedor do Nobel de Literatura em 2014, e receberá uma recompensa de oito milhões de coroas suecas (860.000 euros, 973.000 dólares).

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