Tópicos | redação do Enem

Um texto dissertativo-argumentativo de até 30 linhas sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política. Esta é a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que deverá ser feita no próximo domingo (5) pelos 3,9 milhões de candidatos inscritos para as provas deste ano.

Gabaritar a redação não é tarefa simples, é preciso seguir à risca o que é exigido pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mas também não é impossível. Ana Alice Azevedo, de Niterói (RJ), e Luiz Santos, de Manaus (AM), obtiveram a tão sonhada nota mil no Enem 2022. Eles contam como se prepararam para essa prova e qual foi o diferencial dos textos que escreveram e que mereceram a nota máxima.

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“Saí da prova sabendo que tinha feito um bom texto, que tinha feito um bom trabalho. Eu estava bem feliz com o texto que tinha feito, estava esperando um bom resultado, mas não estava esperando a nota mil. Realmente foi algo bem surpreendente”, diz Santos, que é atualmente aluno de engenharia da computação na Universidade de São Paulo (USP).

O estudante, que cursou o ensino médio na Escola IDAAM, em Manaus, não apenas fez uma boa prova, como a redação que escreveu no Enem 2022 está na Cartilha do participante, do Inep, disponibilizada para quem vai fazer o Enem 2023. A cartilha traz orientações específicas para a prova da redação.

O tema da redação em 2022 foi Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil. No total, dos 2,3 milhões que fizeram a prova, apenas 32 tiraram a nota mil, segundo dados do Inep. Para falar sobre o tema, Santos citou a Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), a Constituição Federal de 1988 e ainda a série Aruanas, que aborda as dificuldades enfrentadas por mulheres que lutam contra esquemas criminosos na Amazônia.

Como solução para o problema, parte exigida pelo Inep, ele propõe que o governo federal promova o enrijecimento de punições e o fortalecimento da fiscalização das práticas ilegais nos ecossistemas e garanta a continuidade dos conhecimentos socioculturais com o incentivo à demarcação dos territórios e à atualização da legislação vigente.

Segundo Santos, conhecer e seguir as regras do exame foi um dos fatores que fez com que ele tirasse boa nota. “Acredito que meu texto tenha seguido todos os requisitos que o Inep cobra para a redação atingir a nota mil. Ter, no mínimo, duas propostas de intervenção, bem colocadas, bem desenvolvidas, explicando como vai fazer, quem vai fazer, por meio do que e com qual objetivo. Dois parágrafos de desenvolvimento, com repertório sociocultural, bem escritos e com introdução sucinta. Acredito que esse conjunto de coisas foi o diferencial da redação”, diz o estudante.

Uma redação por semana

Para a estudante Ana Alice Azevedo, ex-aluna do PB Cursos, em Niterói, o diferencial para um bom desempenho foi a prática constante. Ela escrevia uma redação por semana para se preparar para a prova. “O diferencial foi a prática constante. Como eu fazia muita redação, já sabia na hora como fazer. O tema não foi uma surpresa muito grande, já tinha feito uma redação com tema parecido [durante os estudos], sabia como prosseguir”, diz. Foram três anos de cursinho até que conseguiu a aprovação que queria, no curso de medicina da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Outro diferencial para a redação é o bom texto, o domínio da língua portuguesa. De acordo com a estudante, a prática constante também ajuda nesse quesito. Além disso, leituras e buscas por referências, tanto na literatura, quanto no cinema, na legislação. “A prática regular ajuda a ter a estrutura consolidada e regras quea  redação exige consolidadas. Além disso, a bagagem cultural, o repertório para usar no texto, acaba diferenciando a redação. Ler muitos livros e estar atualizado sobre as notícias”.

Orientações do Inep

A cartilha do participante traz mais detalhes de como deve ser a estrutura da redação, além dos exemplos comentados de redações que obtiveram a nota máxima. “Com base na situação-problema, você deverá expressar sua opinião, ou seja, apresentar um ponto de vista. Para isso, inicie o texto apresentando seu ponto de vista, desenvolva justificativas para comprovar esse ponto de vista e elabore conclusão que dê um fechamento à discussão proposta no texto, compondo o processo argumentativo”, explica.

Outra orientação do Inep é ler atentamente o que a prova está pedindo. “Para alcançar bom desempenho na prova de redação do Enem, você deve, antes de escrever seu texto, fazer uma leitura cuidadosa da proposta apresentada, dos textos motivadores e das instruções, a fim de que possa compreender perfeitamente o que está sendo solicitado”, diz a cartilha. A prova de redação do Enem conta com textos que contextualizam o assunto sobre o qual se deve escrever. Os textos, no entanto, devem apenas servir de apoio. Caso o participante copie esses textos, ele poderá zerar a redação.

Segundo o Inep, o texto deve estar estruturado da seguinte forma:

- apresentação clara do ponto de vista e seleção dos argumentos que o sustentam;

- encadeamento das ideias, de modo que cada parágrafo apresente informações coerentes com o que foi apresentado anteriormente, sem repetições desnecessárias ou saltos temáticos (mudanças abruptas sobre o que está sendo discutido);

- desenvolvimento dessas ideias por meio da explicitação, explicação ou exemplificação de informações, fatos e opiniões, de modo a justificar, para o leitor, o ponto de vista escolhido.

Ao final, estudante deve apresentar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

Ao elaborar a proposta, o Inep propõe que as seguintes questões sejam respondidas:

1. O que é possível apresentar como solução para o problema?

2. Quem deve executá-la?

3. Como viabilizar essa solução?

4. Qual efeito ela pode alcançar?

5. Que outra informação pode ser acrescentada para detalhar a proposta?

Enem 2023

O Enem 2023 será aplicado nos dias 5 e 12 de novembro. No primeiro dia, além da redação, os participantes responderão questões objetivas de linguagens e de ciências humanas. No segundo dia de prova resolverão questões objetivas, de matemática e ciências da natureza.

As notas das provas podem ser usadas para concorrer a vagas no ensino superior público, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), a bolsas de estudo em instituições privadas de ensino superior pelo Programa Universidade para Todos (ProUni), a financiamentos do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), além de vagas em instituições estrangeiras que têm convênio com o Inep. 

A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) precisa, assim como qualquer outra, ser desenvolvida com atenção e cuidado, a fim de que o aluno possa obter o melhor desempenho. E para que isso seja possível, é preciso respeitar alguns critérios. Um deles é saber quais são os elementos que não podem ser deixados de fora da conclusão da redação do Enem.

Na prova de produção textual, o candidato deve elaborar um texto dissertativo-argumentativo, defendendo uma tese acerca do tema proposto – que deverá ser de cunho científico, cultural, social ou político. A tese, por exemplo, deve estar embasada em argumentos pertinentes. O candidato precisa, ainda, desenvolver uma proposta de intervenção social de forma que o problema mostrado no texto respeite as diretrizes dos direitos humanos.

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Já no que tange a proposta de intervenção, o professor de redação Diogo Xavier destaca que ela é um ponto importante no texto. “Para o Enem, o elemento básico obrigatório é a Proposta de Intervenção Social para o problema abordado no texto, resumido de forma simples como "solução". Não precisa, necessariamente, estar na conclusão, mas é a parte mais indicada, após a discussão do problema", explica. 

O docente ainda complementa: "Mas, considerando a estrutura lógica da dissertação argumentativa em geral, é interessante que a conclusão sirva como um fechamento do que foi discutido". Diogo Xavier ainda esquematiza uma estrutura de conclusão que funciona na produção textual. Confira abaixo:

- Reafirmação de tese: em um período, não muito longo, resume a opinião discutida no texto (problema, causa, consequência...).

- Intervenção: se possível em um ou dois períodos, deve contemplar a AÇÃO, o AGENTE, o MEIO de viabilizar, a FINALIDADE (consequência pretendida) e um DETALHAMENTO, como exemplo, justificativa, efeito (derivado da finalidade), etc. Se fizer duas intervenções, apenas uma precisa estar completa, com esses 5 elementos.

- Perspectiva futura: o que é provável que aconteça caso a intervenção seja colocada em prática - não precisa ser muito específico e pode fazer um "gancho" com a referência apresentada na introdução.

Exemplo: 

São evidentes, destarte, os entraves enfrentados pelos indígenas [resumo da tese, que apresentou os desafios enfrentados pelos indígenas]. Cabe, portanto, ao Ministério da Educação [agente], por meio de consulta a antropólogos e historiadores [meio], a elaboração e distribuição de cartilhas para todas as escolas [ação], com informações atualizadas e aprofundadas a respeito das condições de vida dos índios [detalhamento], visando a combater a ignorância nesse assunto [finalidade]. Além disso, a sociedade civil organizada deve, em parceria com o Ministério Público, exigir judicialmente à União o cumprimento da lei, a fim de efetivar as demarcações territoriais, devolvendo as terras aos ocupantes originais [segunda intervenção, menos completa]. Com isso, a população poderá se orgulhar em dizer que país é este. [perspectiva futura - gancho com a introdução, que citou o fim da música Que País é Este, de Legião Urbana]”, explica.

A professora Amanda Batista destaca: “O objetivo da conclusão é resolver os problemas discutidos ao longo do texto, então, normalmente, o texto dissertativo-argumentativo vai ser composto por dois desenvolvimentos. Cada desenvolvimento vai ter um problema relacionado ao tema. Logo, a conclusão precisa ter a resolutiva desses dois problemas discutidos ao longo do desenvolvimento”, pontua.

“Para que isso seja feito de forma organizada, coesa, o aluno precisa responder algumas perguntas. Normalmente, ele responde duas vezes essas perguntas porque são dois problemas, foram dois problemas levantados em cada desenvolvimento. Então nós teremos aí quem vai fazer, que é o nosso querido agente interventor, que também deve ser pensado de uma forma criativa, de uma forma política. A maioria dos adolescentes que vão fazer a redação colocam somente o Governo Federal, esquecem que nós temos uma Câmara dos Deputados, esquecem que nós temos ministérios e é interessante que o aluno conheça o funcionamento do governo na nação brasileira para que ele saiba desenvolver outros agentes interventores e não fique restrito somente ao Governo Federal. Lembrando que muitos também não sabem qual é a função do Governo Federal e às vezes podem colocar algo que é de responsabilidade do governo estadual no Governo Federal, como, por exemplo, a relação do transporte público", explica a docente.

Para além do agente interventor, existe um detalhamento importante a ser feito no texto - e que é o que mais demanda do estudante, de acordo com a docente. “Interessante é que esse detalhamento, que vai ser a chave na realidade para a conquista desses bons pontos aí na C5 (competência 5), é o que o aluno tem mais dificuldade de fazer, justamente por causa desse impasse em não entender muito sobre política, por isso que é muito bom que o aluno dê uma olhadinha nos vídeos do plano piloto, que inclusive é um projeto do governo, está disponível no YouTube, você pode aprender mais sobre vários agentes interventores da redação e como eles funcionam", ressalta a professora Amanda Batista.

“Logo, a nossa proposta de intervenção vai responder algumas perguntas e essas perguntas são: quem vai fazer, o que e como. Então é interessante que o aluno pense em responder duas vezes essas três perguntas, cada uma para um problema levantado em um desenvolvimento. E essas são as dicas da conclusão”, finaliza a docente.

A Secretaria de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco informou, nesta quarta-feira (7), que o detento Ironildo Rodrigues, da Penitenciária Agroindustrial São João (PAISJ), em Itamaracá, no Litoral Norte de Pernambuco, atingiu 900 pontos na redação do Exame Nacional do Ensino Médio 2020 para pessoas privadas de liberdade (EnemPPL). Ao todo, foram inscritos 1.273 detentos. Desse total, Ironildo, de 42 anos, que pensa em cursar matemática ou ciências da computação, obteve a maior média na prova de redação.

O tema proposto foi “A falta de empatia nas relações sociais no Brasil”. O reeducando, que está no sistema prisional do Estado há sete anos, se inscreveu no Enem em 2014, porém, segundo a Secretaria, foi preso, o que o desestimulou a participar da prova. “A prisão me deixou muito triste e não tive ânimo para estudar e assim passei uns três anos da minha vida. De 2018 para cá estudo todo dia, o dia todo. Minha mãe comprava os livros na feira por R$ 2 ou R$ 5 e trazia [para a penitenciária]”, disse, Ironildo, segundo a assessoria de imprensa do órgão público.

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No Estado, os segundo e terceiro lugares ficaram com Gilvanildo Barros da Silva, da Penitenciária Doutor Edvaldo Gomes, em Petrolina, no Sertão, e Josenilson Leite de Oliveira Júnior, da Penitenciária de Tacaimbó, no Agreste. Os dois obtiveram 800 e 680 pontos na redação, respectivamente.

De acordo com a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), foram inscritas 24 penitenciárias do Estado, sendo 23 unidades prisionais e uma cadeia pública. Ainda foi constatado um aumento no número de detentos inscritos, de 1.162, em 2019, para 1.273, em 2020, e uma evolução na redação do primeiro lugar, de 700 em 2019, para 900, em 2020. “Trabalho e educação são os pilares da ressocialização, esta é mais uma etapa importantíssima no processo de recuperação das pessoas privadas de liberdade”, disse, por meio de nota, o secretário de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico.

Integrante importante do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a redação pode ajudar o desempenho do candidato, dependendo da sua nota nesta parte da prova. Para auxiliar os candidatos que vão prestar o Enem a obterem a nota máxima na produção textual, a reportagem do LeiaJá conversou com especialistas no assunto, que listaram dez passos para alcançar a nota mil no processo seletivo.

A professora de redação Josicleide Guilhermino elencou cinco passos que, em sua perspectiva, são essenciais para tirar a nota máxima na redação da prova, entre elas, a norma culta da língua portuguesa e a argumentação. Confira:

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1 - Atente-se à norma culta da língua portuguesa (acentuação/pontuação correta, colocação dos verbos, ortografia e afins);

2 - Certifique-se de identificar todas as palavras-chave presentes na temática, evitando assim o tangenciamento ou a fuga ao tema;

3 - Argumente: saia do lugar comum, evite clichês e frases de efeito prontas. Mostre que você sabe sobre o que está falando; 

4 - Explore adequadamente o uso dos conectivos para ligar as ideias dentro do parágrafo e de um parágrafo para outro;

5 - Apresente proposta de intervenção completa, sem generalizações, que responda as perguntas: quem? (agente); o que? (proposta); como? (detalhamento); para? (objetivo).

A docente de redação Tatyanna Manhães também listou cinco dicas que, a seu ver, são importantes para alcançar a nota mil na redação. Atenção ao tema proposto, escolha de uma tese e o detalhamento da proposta de intervenção – corroborando o que já foi dito por Josicleide – são algumas delas.

6 - Atenção ao tema. Muitos alunos ignoram essa parte. É importante que atente, principalmente ao sujeito para não fugir dele.

7 - Escolha uma tese. Ela precisa estar bem definida e ser algo que você saiba defender.

8 - Escolha dois argumentos diferentes para sustentar sua tese. É importante saber defendê-los.

9 - Tenha um bom repertório sócio-cultural. A leitura e a conexão com outras áreas do conhecimento são fundamentais.

10 - Lembre-se da proposta de intervenção. É preciso que seja detalhada.

A prova impressa do Enem será realizada nos dias 17 e 24 de janeiro de 2021. Já a prova digital ocorrerá em 31 de janeiro e 7 de fevereiro.

Para os estudantes que irão realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibilizou, em seu portal, apostilas de capacitação dos corretores de redação, elaboradas para a edição de 2019. O material, direcionado e até então restrito aos corretores, detalha os critérios levados em consideração na correção dos textos.

São seis apostilas, divididas pelos módulos do curso. Além de descrever as situações que levam à nota zero, o conteúdo mostra com detalhes as cinco competências avaliadas na redação do Enem. O material permitirá um aprofundamento dos participantes, professores e estudantes em geral, e complementa outros materiais de estudo que o Inep já disponibiliza, entre eles a Redação no Enem e a Cartilha do Participante.

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Todas as provas do Exame, inclusive as acessíveis, também estão disponíveis para download no portal, juntamente com o respectivo gabarito. Além disso, participantes surdos têm todas as questões das videoprovas à disposição na plataforma.

“A nota da redação tem um importante papel na composição da nota final do participante e, por isso, pode impactar consideravelmente suas perspectivas futuras, tais como ingressar em uma universidade pública ou ter acesso a financiamento e apoio estudantil. Portanto, todos os envolvidos no processo de avaliação têm a grande responsabilidade de entregar aos participantes resultados justos e confiáveis. As apostilas visam garantir que cada avaliador das redações do Enem corrija os textos de modo a aplicar os mesmos critérios, trazendo equidade para o processo”, informou o Inep.

As inscrições para o Enem devem ser realizadas na Página do Participante, até esta quarta-feira (27). As datas das provas deverão ser definidas em junho.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a porta de entrada às universidades públicas e particulares do País, e para ter um bom desempenho na prova, é necessário que o candidato se prepare bem. Um dos momentos mais importantes do processo seletivo é a redação. 

 Alguns erros na produção textual acabam fazendo com que a nota do candidato baixe ou, até mesmo, que a redação seja zerada. Entre os erros, estão aqueles que podem ser encontrados, por exemplo, na introdução. Segundo o professor de Linguagens Felipe Rodrigues, um dos equívocos mais cometidos pelos candidatos na elaboração da introdução é não esclarecer o problema que será aprofundado no decorrer do texto. “Não deixar claro o problema a ser desenvolvido durante o texto. Sendo mais específico: esquecer suas problemáticas, cujas virão nos desenvolvimentos 1 e 2 (D1/D2), como assuntos destes parágrafos. Chama-se tese, este elemento tão esquecido (indico aos meus alunos a deixarem na última frase da introdução)”, conta.

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Na introdução da redação deve-se evitar algumas atitudes. De acordo com Rodrigues, argumentar é uma delas. “Argumentar. Querer discutir um problema e expor um ponto de vista se configura como erro grave, pois o momento é de abertura do texto, informando quais pontos serão discutidos, inclusive, resolvidos na proposta de intervenção”, explica. 

Já um item que não pode deixar de ser acrescentado na introdução da redação é a tese, de acordo com Felipe Rodrigues. “Não pode faltar tese, sem dúvidas. Há um círculo vicioso entre os redatores em não deixarem a mesma clara, usando conectivos genéricos e dizendo que é algo brasileiro. Assim: ‘nessa ótica, avalia-se o problema no país’. Sejam claros, definam quais são os assuntos do D1/D2, pois, além de tudo, você será elegante, coerente com a tipologia e gênero: são, somente, 30 linhas”, declara.

Para finalizar, o professor de redação dá dica às pessoas sobre como fazer a introdução da redação do Enem. “Sigam uma ordem lógica. Abram a primeira frase com algum conteúdo referente ao tema, podendo ser da forma que o escritor escolher, tentando iniciar e dar o primeiro passo: fato histórico, um filme, música, livro, dado, obra de arte (...). Após, deixe bem claro o assunto do tema, no contexto atual brasileiro. Por fim, faça um desfecho da introdução, definindo dois problemas, cujos virão no D1/D2; como também, serão resolvidos na conclusão. Resumo do tema, mais tema na atualidade nacional, mais teses", conclui ele.

O projeto Vai Cair No Enem, em parceria com o LeiaJá, realizou uma livre sobre introdução para redação com a professora Tereza Albuquerque. Confira:

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A redação, que representa grande parte da nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), causa apreensão em muitos estudantes. Vários deles têm dúvidas que vão desde como construir o texto até sobre qual tema pode ser abordado pela prova. Para ajudar os feras a focar em assuntos com maior probabilidade de serem cobrados pelo Enem, a equipe de redação do curso Poliedro fez suas apostas.

“Temos a expectativa de que o Enem 2019 não aborde questões polêmicas, tratando, desta forma, de temas que são entendidos praticamente com consenso como um problema. Diferentemente dos temas solicitados em anos anteriores, como intolerância religiosa e a persistência da violência contra a mulher, que podem ser entendidos por uma parcela da sociedade como partidários e ideológicos. Pensando nisso, o tema deste ano tende a ser mais fácil de ser desenvolvido no texto”, disse a equipe.

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Os professores do curso prepararam uma lista com os temas que são improváveis de serem abordados pelo exame em 2019. Confira:

- O entrave na demarcação das terras indígenas

- A tipificação da homofobia como crime (violência de gênero no Brasil)

- A legalização do aborto como uma questão de saúde pública

- A violência policial contra jovens negros e pobres (26 anos da Chacina da Candelária)

- O desafio no combate aos crimes socioambientais

- O ativismo político no Brasil: morte e perseguição

O Enem será realizado nos dias 03 e 10 de novembro de 2019. Para ajudar os feras a alcançarem a aprovação, o Vai Cair No Enem produz conteúdo exclusivo e gratuito sobre o maior vestibular do país.

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Uma das etapas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a redação. Muitos estudantes ficam com dúvidas sobre o que podem ou não fazer na hora de construir o texto. Abordagens incorretas podem, inclusive, zerar a redação. Para sanar essas dúvidas, o LeiaJá, por meio Vai Cair No Enem, convidou os professores Fernanda Bérgamo e Eduardo Pereira para dar algumas dicas aos feras. 

Direitos humanos

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“Apesar de ter sido uma decisão recente, de não zerar a redação que ferir os direitos humanos, não é interessante cometer esse deslize”, afirma a professora Fernanda Bérgamo. “É importante ter muito cuidado com as propostas de intervenção. Sugerir ou apoiar justiça com as próprias mãos não zera mais a redação, mas o candidato pode perder 200 pontos na competência número cinco [que pede respeito aos direitos humanos na intervenção].”, conclui a professora. Ainda de acordo com Fernanda Bérgamo, um dos objetivos da redação é atestar a empatia do candidato e a capacidade que ele tem de se colocar no lugar do outro. 

Norma culta

A professora também lembra que a redação deve atender a norma culta da língua portuguesa, sem a utilização de regionalismos, gírias, coloquialidades ou vícios da oralidade. “A competência 1 tem como objetivo saber se o aluno consegue diferenciar a norma culta da norma coloquial.”, diz a professora. 

Textos de apoio

Para o professor Eduardo Pereira, é muito importante ler todos os textos de apoio oferecidos na prova para ter certeza do que a temática realmente pede. A professora Bérgamo, nesse contexto, também recomenda atenção redobrada aos conectivos. “Digamos que a temática da redação seja 'O Alcoolismo na juventude'. E, acompanhado dessa temática geral, um pergunta: “problema familiar ou midiático?”. O candidato precisa observar os conectivos que acompanham a temática geral. Esse 'ou', por exemplo, pode atribuir toda responsabilidade do alcoolismo na juventude à família, aos maus exemplos, ou à mídia. Mas o 'ou' permite dividir essa responsabilidade, o que eu acho mais interessante”, conclui. “É um efeito dominó”, completa o professor Eduardo.

Ambos professores afirmam que é permitida a utilização de informações e dados fornecidos nos textos de apoio, porém, é importante ter moderação. “A redação pede que você mostre que tem uma bagagem sócio-cultural e apresente dados que vão além dos textos de apoio”, afirma a professora Fernanda Bérgamo. De acordo com o professor Eduardo, só há penalidade caso o aluno copie trechos dos textos de apoio em sua redação. 

Os professores também recomendam que o fera crie o hábito de ler bastante sobre temas variados e que exercitem, ainda, a caligrafia, caso considere sua letra um pouco difícil de entender. Siga o Vai Cair No Enem para ter acesso a conteúdo e dicas para o Exame Nacional do Ensino Médio, que será realizado nos dias 3 e 10 de novembro de 2019.

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A redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é um dos momentos mais esperados pelos candidatos. Com uma série de pré-requisitos e podendo eliminar de processos seletivos aqueles que tirem nota zero, a prova requer preparo e trouxe, por muitos anos, temas que surpreenderam os estudantes. Confira os temas da redação do Enem nos 20 anos de realização da prova:

1998 - Viver e Aprender

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Com uma música de Gonzaguinha, a primeira edição do Enem trouxe a seguinte frase para os participantes:

“Redija um texto dissertativo, sobre o tema “Viver e Aprender” , no qual você exponha suas idéias de forma clara, coerente e em conformidade com a norma culta da língua, sem se remeter a nenhuma expressão do texto motivador “O Que É O Que É”.

Dê um título à sua redação, que deverá ser apresentada a tinta e desenvolvida na folha anexa ao Cartão-Resposta. Você poderá utilizar a última página deste Caderno de Questões para rascunho.”

1999 - Cidadania e participação social

Em 1999 os textos de apoio foram maiores, contaram com um quadrinho e trechos de entrevistas dadas ao jornal Folha de S. Paulo. Confira a prova neste link.

“Com base na leitura dos quadrinhos e depoimentos, redija um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre o tema: Cidadania e participação social.

Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos ao longo de sua formação. Depois de selecionar, organizar e relacionar os argumentos, fatos e opiniões apresentados em defesa de seu ponto de vista, elabore uma proposta de ação social.”

2000 - Direitos da criança e do adolescente

A prova de 2000 se aproveitou de diversos tipos de linguagem para trazer questionamentos sobre o direito da criança e do adolescente. Uma charge, um trecho de reportagem e até mesmo um artigo da Constituição fizeram parte dos textos de apoio. Confira a prova aqui.

“Com base na leitura da charge, do artigo da Constituição, do depoimento de A.J. e do trecho do livro O cidadão de papel, redija um texto em prosa, do tipo dissertativo-argumentativo, sobre o tema: Direitos da criança e do adolescente: como enfrentar esse desafio nacional?”

2001 - Desenvolvimento e preservação ambiental

Em 2001, o modelo de textos utilizado como referência foi mantido pelo exame e um quadrinho, texto do Greenpeace e relatos retirados de uma reportagem foram utilizados como apoio para desenvolvimento do tema. “Desenvolvimento e preservação ambiental: como conciliar os interesses em conflito?”

2002 - O direito de votar

Abordando um tema polêmico e em foco na época, o tema do Enem 2002 tratava sobre política, algo pouco comum nas redações atuais. Um trecho de obra da autora Marilena Chauí e de Norberto Bobbio, assim como uma foto retratando o movimento pelas Diretas Já, foram indexados no exame.  

“Considerando a foto e os textos apresentados, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre o tema O direito de votar: como fazer dessa conquista um meio para promover as transformações sociais de que o Brasil necessita?”

2003 - A violência na sociedade brasileira

Com uma série de dados sobre o investimento feito em segurança no Brasil naquele período, o Enem de 2003 buscava que os candidatos elencassem formas de transformar a violência do país com o tema “A violência na sociedade brasileira: como mudar as regras desse jogo?”

2004 - Liberdade de informação

A redação do Enem 2004 trazia uma charge, um livro, dois textos e um artigo da constituição como apoio para tratar uma problemática específica: “Como garantir a liberdade de informação e evitar abusos nos meios de comunicação?”. Confira a prova completa neste link.

2005 - Trabalho infantil

Mantendo o padrão de uma imagem, dois textos e até mesmo um artigo da constituição, o Enem 2005 trouxe como tema “O trabalho infantil na realidade brasileira”. Um mapa da época mostrava dados alarmantes sobre esse tipo de trabalho, principalmente no Nordeste, que concentrava 42,2% das crianças trabalhadoras do país.

2006 - Poder de transformação da leitura

Com textos de apoio sobre o ato de leitura e sem traçar muitos dados (ao contrário de provas anteriores), o tema da redação do Enem 2019 foi “O poder de transformação da leitura”. Na ocasião, a prova pediu que fosse redigido um texto dissertativo.

2007 - O desafio de se conviver com a diferença

Com uma música de Engenheiros do Hawaii e outra de Titãs, o Enem 2007 pediu que os candidatos abordassem as diferenças e os desafios de conviver com as mesmas em sua prova aberta.

“Todos reconhecem a riqueza da diversidade no planeta. Mil aromas, cores, sabores, texturas, sons encantam as pessoas no mundo todo; nem todas, entretanto, conseguem conviver com as diferenças individuais e culturais. Nesse sentido, ser

diferente já não parece tão encantador. Considerando a figura e os textos acima como motivadores, redija um texto dissertativo-argumentativo a respeito do seguinte tema: ‘O desafio de se conviver com a diferença’.”, dizia trecho da prova.

2008 - Preservação da Floresta Amazônica

Em 2008, o tema da redação do Enem foi menos objetivo do que nos anos anteriores. Na prova, um texto de apoio sobre a floresta amazônica deu três situações possíveis para a preservação da mesma. A partir de uma delas, os candidatos deveriam elaborar um texto:

“1 - suspender completa e imediatamente o desmatamento na Amazônia, que permaneceria proibido até que fossem identificadas áreas onde se poderia explorar, de maneira sustentável, madeira de florestas nativas;

2 - efetuar pagamentos a proprietários de terras para que deixem de desmatar a floresta, utilizando-se recursos financeiros internacionais;

3 - aumentar a fiscalização e aplicar pesadas multas àqueles que promoverem desmatamentos não-autorizados.

Escolha uma dessas ações e, a seguir, redija um texto dissertativo, ressaltando as possibilidades e as limitações da ação escolhida.”

2009 - O indivíduo frente à ética nacional

O ano de 2009 marcou um período de reformulação do Exame Nacional do Ensino Médio. Ele passou a ser realizado em dois dias diferentes e a trazer temáticas que cobravam menos conteúdo e mais interpretação. Nessa vanguarda, o tema da redação foi “O indivíduo frente à ética nacional”.

2010 - O trabalho na construção da dignidade humana

Em 2010, ao lado de um texto sobre o que é trabalho escravo, outro texto sobre o futuro do trabalho e uma ilustração falando do assunto, o tema do Enem foi “O trabalho na construção da dignidade humana”.

2011 - Viver em rede no século 21

A tecnologia tomou conta do tema da redação do Enem 2011. “Viver em rede no século 21: os limites entre o público e o privado” foi o assunto a ser abordado pelos alunos em no máximo 30 linhas. Como apoio, candidatos receberam dois textos escritos e um quadrinho.

2012 - Movimento imigratório para o Brasil

O Enem 2012 retratava um tema cada vez mais atual para a sociedade. Com dois textos e um infograma, candidatos precisaram escrever sobre “O movimento imigratório para o Brasil no século XXI”.

2013 - Lei Seca

Em 2013 o combate da mistura entre bebida e direção foi o que permeou textos de milhões de brasileiros. Para trabalhar o tema “Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”, candidatos tiveram quatro textos de apoio.

2014 - Publicidade Infantil

Um mapa com o detalhamento da regulamentação da publicidade ao redor do mundo e textos de dois livros foram utilizados pelo Inep para abordar a temática “Publicidade infantil em questão no Brasil” no ano de 2014.

2015 - Violência contra a mulher

Com quatro textos de apoio, o tema da redação do Enem 2015 foi “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. O tema causou forte polêmica nas redes sociais por ser considerada uma “pauta de esquerda”. Na época, aquele que desrespeitasse o direitos humanos dentro do texto teria a redação zerada.

2016 - Intolerância religiosa

“Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil” foi o tema da redação do Enem 2016. Dois trechos de livros,  um trecho do Código Penal e um infográfico foram textos base para os alunos falarem sobre o assunto.

2017 - Inclusão de surdos

No Enem de 2017, primeiro no qual a prova foi aplicada em dois domingos diferentes, a redação foi feita no primeiro dia do exame. Os candidatos precisavam fazer um texto abordando o tema “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil”. Na época, muitos dos candidatos chegaram a afirmar que o Inep, instituto que organiza as provas, deu “pistas” sobre o tema nas redes sociais, o que não foi afirmado pelo órgão.

2018 -  Controle de dados na internet

Com quatro textos motivadores e pegando muitos candidatos de surpresa, o Enem 2018 trouxe como tema “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet”. Apenas 55 candidatos atingiram nota máxima na redação e mais de 100 mil zeraram o tema.

Milhões de candidatos de todo o Brasil tiveram a oportunidade de ver o espelho das redações e checar comentários sobre seus textos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na manhã desta terça-feira (19).

Além de ver as informações sobre o desenvolvimento em cada uma das competências pedidas pelo exame, os candidatos puderam ver em qual porcentagem de notas estavam inclusos. A maioria delas, 24,9%, registrou entre 500 e 600 pontos. Os textos que registraram até 300 pontos correspondem a 10,1%; os que tiveram de 301 a 400 formam 23,7% dos textos; de 401 a 500 são 13,6% dos textos e de 701 a 800 são 7,7%.

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Do lado mais bem rankeado da tabela, os textos que somaram entre 801 e 900 pontos ficaram com 4,4% e os textos acima de mil apareceram em apenas 2% das produções. Em 2019, o exame registrou 55 notas mil e mais de 100 mil notas zero.

Confira gráfico:

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Saiba como ver o espelho de redação do Enem 2018

O Inep liberou na manhã desta sexta-feira (18) o acesso às notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Segundo o órgão, apenas 55 candidatos atingiram pontuação máxima na redação. Já do outro lado da tabela, 112.559 pessoas zeraram a prova. A maioria dos zeros foi atingido porque alunos deixaram a prova em branco. Em segundo lugar, o maior motivo de zeros foi fuga ao tema. Em terceiro lugar ficou a cópia do texto motivador.

A proficiência média das notas da redação foi de 522,8. Entre os alunos que estão fazendo a prova no último ano do ensino médio, esse número sobe para 523,4; entre os egressos (que já saíram da escola), a média é de 520,9 e entre os treineiros (que ainda não podem participar de processos seletivos como o Sisu), a média foi de 541,2.

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A primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), realizada neste domingo (4), frustrou algumas pessoas que esperaram o tão aguardado dia para conferirem candidatos em todo o país chegando atrasados nos locais de prova. No Twitter, os internautas lamentaram a pontualidade dos inscritos, que não arriscaram perder a chance de conseguir o passaporte para ingressar na faculdade em 2019. 

Os usuários da rede social criaram a hashtag "Show dos Atrasados" com a esperança de acompanharem o desespero dos estudantes, mas mesmo assim os memes foram criados com a responsabilidade que os candidatos no Enem tiveram com o horário.

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Confira:

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Parte assustadora para muitos alunos, a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é o único momento da prova no qual estudantes têm a oportunidade de defender ideias perante um avaliador. Essa defesa, porém, chega ao professor de forma anônima: apenas o conteúdo escrito dentro das margens, nas 30 linhas delimitadas pela banca organizadora, pode ser corrigido. Como aproveitar, então, esse espaço? Há um tamanho ideal de linhas para que o meu texto alcance uma nota máxima?

Entre os docentes, a resposta é unânime: o aluno deve aproveitar ao máximo todas as linhas oferecidas pela prova. “Quando um texto tem mais linhas, geralmente, os corretores têm mais atenção”, explica o professor Felipe Rodrigues. Para ele, o aluno precisa se atentar à obedecer a estrutura pedida pelo exame e pode, então, colocar a preparação de um ano inteiro em prática. “Indico que o aluno faça o maior número de linhas possíveis. Ele tem conhecimento para passar ao corretor”, analisa.

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Aqueles que têm toc com os parágrafos “coladinhos” devem prestar atenção redobrada: apesar de não constar de forma explícita no manual de redação, não é recomendável que o aluno pule  linhas. “A gente contabiliza o total escrito e conta até a quantidade de erros de gramática em comparação àquela quantidade de linhas. Se o aluno escreveu uma redação com 15 linhas, mas pulou uma, o que vai ficar registrado é que o texto tem 14”, explica a docente de redação do Grupo Máximo, Amanda Alves. A professora, que tem experiência com correção das redações do Enem, conta que a divisão de espaço para cada parte do texto varia de acordo com as ideias expostas pelos alunos, mas, se quiserem atingir a pontuação máxima, eles devem atentar a algumas regras.

“O estudante precisa saber que a introdução tem que ser necessariamente menor do que o desenvolvimento e a conclusão”, categoriza Amanda. Essa necessidade se dá porque, pela lógica do texto dissertativo-argumentativo, o primeiro parágrafo é voltado para expor ideias, enquanto o segundo, para aprofundá-las.

​O professor Felipe Rodrigues delineou um modelo de divisão de linhas que pode ajudar os feras na hora da redação. Confira:

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Outro ponto importante a ser considerado é a necessidade de respeitar as margens oferecidas pela folha oficial de redação. “Tudo o que passar da margem, seja para o lado, para baixo, para cima, não vai ser corrigido. Não adianta nem escrever um recadinho para o avaliador avisando, até porque isso [o recado ao avaliador] deixa a nota zerada”, conta a professora de redação Shenia Bezerra.

Apesar do incentivo para que todo o espaço seja preenchido, os alunos com dificuldade de escrever muito devem “O número mínimo para que essa redação seja corrigida são oito linhas”, explica Shenia. Os considerados “parágrafos embrionários” também podem tirar pontos dos candidatos à prova. “São considerados parágrafos embrionários aqueles com menos de três linhas. Com ele, o aluno não consegue atingir nota máxima na competência dois, que vale 200 pontos”, pontua a professora Amanda.

Atentos às regras que podem fazê-los deslizarem na hora da escrita, os feras podem encontrar no treino constante e na calma dois bons aliados para a parte dissertativa do Enem. Com o relógio marcando menos de duas semanas para a hora da prova, o momento é de confabular sobre possíveis temas e preparar as canetas pretas.

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Pamela Matos é uma professora paraense e surda que, ao ver a postagem de uma ex-professora de colégio classificando o tema da redação do Enem 2017, que foi sobre “Desafios para a formação educacional de surdos no Brasil” como sendo um “golpe”. Pamela decidiu responder à afirmação por meio de um vídeo publicado em seu perfil no Facebook e terminou viralizando ao contar a sua história e se posicionar a respeito do assunto. 

Na postagem que acompanha o vídeo, Pamela afirmou que estava “se sentindo revoltada” e afirmou que além de ter feito tomado a decisão com toda a sua indignação, o vídeo servirá “para todos que fizeram a prova e, por motivo algum estão postando em suas redes sociais uma chuva de opiniões imaturas acerca do tema”. Ela também pede “mais respeito menos ignorância mais alteridade” pois, na visão dela, essas pessoas “não conhecem as cicatrizes dos surdos, vocês não conhecem onde seus sapatos apertam, vocês não conhecem os caminhos por eles percorridos”.  

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No vídeo, Pamela conta que a professora que chamou o tema de “golpe” e questionou se a escolha se baseava em uma redação a ser feita por alunos do segundo grau, professores ou candidatos a concurso público da área de educação inclusiva. Ela também rebate o questionamento com uma quarta alternativa: “TODOS”. Na sequência, Pamela também afirma que teve sua vida escolar prejudicada porque a professora em questão não realizou nenhum esforço pela sua inclusão. Confira o vídeo: 

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De acordo com entrevista coletiva realizada na manhã desta quarta-feira (1º) pelo ministro da educação Mendonça Filho (Dem), pela presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Maria Inês Fini, e outros representantes do órgão responsável pela realização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os estudantes que apresentem argumentos que ferem os Direitos Humanos na redação do exame sofrerão perda de pontos, independentemente da manutenção ou derrubada da decisão judicial que proíbe o Inep de atribuir nota zero às redações que atentarem contra os princípios previstos na declaração universal. 

O consultor jurídico do ministério da educação, Emmanuel Felipe Borges Pereira Santos, o MEC até o momento não foi oficialmente notificado com a íntegra da decisão judicial iniciada pelo movimento Escola Sem Partido, e que dessa maneira não há nenhuma obrigação de atender à determinação até o momento. Além disso, o consultor também afirmou que mesmo que haja uma flutuação de posicionamentos judiciais ao longo do processo de aplicação, correção e divulgação das notas dos participantes, o posicionamento que valerá ao final de tudo é a decisão de quando o processo for encerrado com trânsito em julgado. 

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Por sua vez, o ministro Mendonça Filho afirmou que a discussão levantada pelo processo é se o Inep poderá zerar ou não a redação dos estudantes que desrespeitarem os direitos humanos, mas que nada afirma a respeito da retirada dos 200 pontos referentes à competência de número cinco, que prevê que os alunos não podem apresentar teses que contenham desrespeito a direitos fundamentais. O ministro também orientou que, para não correr riscos, todos os participantes devem seguir o que determina o edital do exame para não perder pontos na nota. 

Além disso, Mendonça também explicou que a exigência de respeito aos direitos humanos na redação, apesar de levantar debates acalorados, não vai de encontro à liberdade de expressão pois esses direitos “podem ser harmonizados” e que em nenhuma hipótese a correção das redações agirá com “qualquer discriminação de linha político ideológica” pois o direito a emitir opinião “é um princípio elementar que tem que ser respeitado também”, sem que, no entanto, o ministério possa aceitar “teses que defendam holocausto, apartheid, discriminação de religião ou qualquer outro tipo em um exame que tem obrigação de formar pessoas que respeitem a liberdade”. 

Seguindo a mesma linha, a presidente do Inep. Maria Inês Fini, recomendou que “todos os participantes se tranquilizem porque estão em um jogo democrático com regras claras e resultados claros”, referindo-se à disponibilização dos espelhos com a correção das redações que são liberados pelo Inep, e que além de respeitar os direitos humanos no seu texto, os respeitem também em toda a sua vida. 

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Os intensos dias de preparação dos feras para as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm tudo para valer a pena. Restando menos de um mês para a prova educacional mais aguardada do Brasil, muitos professores, nesta fase de preparação, indicam que a revisão dos conteúdos aprendidos durante todo o ano é uma estratégia muito inteligente. Há educadores que sugerem, ainda, um descanso para o candidato. Por outro lado, para quem pensa em fazer uma boa redação, continuar a escrever neste período é o melhor a se fazer. Além disso, tentar adivinhar o tema da edição não é aconselhável, porque, segundo o professor Eduardo Pereira, o estudante tem que estar preparado para produzir sobre qualquer assunto.

E para os feras que vivem em meio a uma gama de palpites sobre qual será o tema da redação do Enem, é melhor tomarem cuidado e entender que, mais importante do que a “adivinhação”, é tomar conhecimento, antes de tudo, sobre o que não deverá ser abordado como tema. “Primeiro passo é entender o que não será tema. É bom lembrar que o Enem é uma prova do Governo Federal e o governo não quer oito milhões de candidatos escrevendo contra ele. Por exemplo, a crise econômica pela qual o país está passando é quase impossível de virar tema e o Brasil não quer se tornar alvo de críticas”, explica o professor, frisando que a abordagem do Enem é sempre com abrangência nacional.

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De acordo com Pereira, o estudante também precisa ficar atento que o Enem gosta de trabalhar temas atuais e não os da atualidade. Segundo o educador, assunto atual é aquele que é pertinente no passado e no presente, como por exemplo, a violência contra a mulher, que, provavelmente, daqui a uns anos, continuará sendo um assunto corriqueiro. Já as temáticas da atualidade são as que pertencem ao presente e podem deixar de ser debatidas a qualquer momento. “Os refugiados da Síria é um tema da atualidade e não deve aparecer na redação porque com um tempo não ficará em discussão”, explana Pereira.

A grande “sacada” em relação à diferença entre atual e atualidade é o fato de que, de uma maneira inteligente, o fera precisa estar atualizado. De acordo com o professor, mesmo não sendo o tema central, um assunto da atualidade pode servir como subsídio para a construção da dissertação e até pode aparecer no texto de apoio da prova. “Por exemplo, se o Enem abordasse novamente o sistema migratório, o texto de apoio poderia trazer uma menção aos refugiados da Síria. Inclusive, o aluno munido de informações pode até citar a questão dos refugiados na redação, mas não deve esquecer de seguir o tema proposto, que nesse exemplo que dei seria o sistema migratório”, explica o docente.

Como o tema proposto pelo Enem pode abordar quatro pilares (científico, cultural, social e político), o professor Eduardo Pereira arrisca alguns assuntos que ele aponta como “muito bons” para se tornarem temática. Mobilidade urbana, doação de órgãos, esporte como fator de inclusão social e pirataria são esses temas. “O aluno não pode deixar de conhecer esses assuntos”, comenta.

Mais sugestões de bons temas

Peron Rios é professor do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), considerado como a melhor escola pública na redação do Enem 2014. Ele também sugere alguns assuntos que podem ser escolhidos como tema da prova deste ano:

1 - As relações entre a mídia e a liberdade de expressão:

Fatos como a emergência do Marco Civil da Internet ou debates recorrentes em torno da regulação dos outros meios de comunicação põem o tema de sobreaviso. Episódios de amplitude internacional, como o atentado bem-sucedido a jornalistas do jornal francês Charlie Hebdo, reforçam tal probabilidade.

2 - Conceito de família no século XXI:

As reflexões legislativas em torno das liberdades individuais e das novas formas de união entre os cidadãos têm feito parte dos debates públicos e privados. A urgência e a relevância da temática contribuem para sua eventual escolha por parte da comissão de prova.

3 - Maioridade penal:  

Eis outro debate que – ocupando o cotidiano de nossos representantes políticos e compondo assiduamente as pautas de todas as mídias – pode figurar como tema de redação.

4 - O uso racional da água: 

É outro tópico que pode surgir. Sua importância perene, mas também aguda (levando-se em conta a crise hídrica em várias localidades do Brasil, com maior ênfase midiática sobre São Paulo), põe o assunto no campo das virtualidades.

 

 

Mais de 529 mil estudantes tiraram nota zero na prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), edição 2014. O balanço foi divulgado na tarde desta terça-feira (13), em coletiva com o ministro da Educação, Cid Gomes, e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Francisco Soares.

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De acordo com o balanço, somente 250 feras conseguiram a nota 1.000, considerada a avaliação máxima. Ainda na coletiva, ficou constatado que mais de 302 mil textos de redação foram anulados. Entre os principais motivos da anulação estão fuga ao tema, cópia do texto motivador e texto insuficiente.

Para o ministro da Educação, o que pode explicar o baixo rendimento dos estudantes na prova de redação pode ser a utilização de um tema não tão debatido na sociedade, que é a publicidade infantil. “É um tema que não teve um grande processo de discussão como o de 2013”, argumentou Gomes. Em 2013, o Enem abordou o tema "Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”.  

 

 

Trinta minutos após o início do segundo dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2014, o tema da redação foi divulgado. “Publicidade infantil em questão no Brasil” é o assunto que os candidatos devem dissertar na tarde deste domingo (9).

Logo no início da manhã de hoje, uma publicação nas redes sociais sobre o suposto tema da redação do Exame assustou os alunos. Em uma foto publicada no Facebook, a imagem dizia que o tema da redação seria “Preconceito no futebol”. No entanto, o Ministério da Educação (MEC) negou a veracidade dos fatos

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Estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) sairão às ruas nesta quinta-feira (21) para protestar contra a redação do vestibular da UFPE ser aplicada pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A manifestação, que está sendo organizada através da rede social Facebook, se concentrará na Praça do Derby, às 13h. 

Entenda

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Para quem não se lembra, em 2010 a redação que era aplicada pela Covest na segunda fase do vestibular saiu e deu lugar a redação do Enem, corrigida juntamente com a prova do Exame Nacional do Ensino Médio. Os estudantes não gostaram dos critérios avaliativos do Inep e decidiram se unir em um grupo na rede social Facebook para pedir a volta da redação da Covest. Apenas na primeira semana, o grupo conseguiu chegar a 35 mil membros. 

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